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História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1934 a 1946
História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1934 a 1946
História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1934 a 1946
Ebook337 pages2 hours

História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1934 a 1946

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A mais completa obra sobre o futebol português em números.Este livro diz respeito ao período do início dos campeonatos de futebol, de 1934 a 1946, em que engloba todos os acontecimentos, histórias, finais, resultados e classificações das Ligas, Campeonatos Nacionais, Regional e Taças de Portugal. Este trabalho foi ganhando forma ao longo dos anos; posso mesmo afirmar que terá começado na minha adolescência, sem ter ideia que poderia algum dia tomar este rumo. Quando adolescente e amante do futebol, mostrei sempre interesse pelas estatísticas dos resultados e classificações, começando a apontar tudo o que dizia respeito ao tema e no seu passado histórico, decidi compor esta obra pessoal, o mais completo possível, da história dos campeonatos de futebol. Esta 2o parte diz respeito aos campeonatos da Liga, campeonatos nacionais, distritais e Taça de Portugal.

LanguagePortuguês
Release dateJun 20, 2013
ISBN9781301301089
História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1934 a 1946
Author

Giusepe Giorgio

Nasceu em Londres, Grâ-Bretanha, a 15 de Junho de 1968, formado em Engenharia Civil, do qual exerce a profissão, tem no desporto o complemento das suas necessidades. Gosto pelas histórias e estatísticas do futebol, acaba por ser um coleccionador de mesmo.

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    História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1934 a 1946 - Giusepe Giorgio

    Giusepe Giorgio

    2013

    Título: História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, 1934 a 1946

    Published by Giusepe Giorgio

    At Smashwords Edition.

    Junho 2013

    ISBN 978-130-130-1089

    Reservado todos os direitos de acordo com a legislação em vigor.

    Reprodução proibida por todos e quaisquer meios.

    Por vontade expressa do autor, a presente edição não segue as regras do Acordo Ortográfico.

    Índice

    Título

    Introdução dos Campeonatos Nacionais e Taça de Portugal

    Época 1934/35 – FC Porto, Os primeiros Campeões da Liga

    Época 1935/36 – Por um ponto

    Época 1936/37 - Foi a terceira edição da Liga Experimental, liga de futebol sénior.

    Época 1937/38 - Benfica conquista o tri com Confronto directo.

    Época 1938/39 - 1ª Edição do Campeonato Nacional.

    Época 1939/40 - FC Porto, bicampeão

    Época 1940/41 - Sporting, primeiro Campeonato Nacional

    Época 1941/42 - Benfica, primeiro Campeonato Nacional.

    Época 1942/43 - Benfica bicampeão, invencíveis em casa

    Época 1943/44 – Sporting, conquista segundo campeonato

    Época 1944/45 – Muitos Golos, no 3º campeonato nacional para o Benfica

    Época 1945/46 - Belenenses Campeão

    Introdução dos Campeonatos Nacionais e Taça de Portugal

    Esta 2ª parte de 1934 a ….da História dos Campeonatos de Futebol em Portugal, diz respeito à criação das Ligas, Campeonatos Nacionais e substituição do Campeonato de Portugal pela Taça.

    A primeira prova oficial, surgiu com o campeonato de Lisboa na época 1906/07 e o do Porto, sete anos depois (1913/14). Foi preciso esperar muitos anos, com uma grande guerra pelo meio, para termos, na época de 1921/22, o primeiro campeonato de Portugal, ainda segundo os moldes da Taça, prova essa, muito longe da verdade e da genuinidade da competição em poule, que coroava o vencedor mais regular na irregularidade de um jogo.

    A pesada derrota que a selecção de Portugal averbou em Madrid (0-9), no dia 11 de Março de 1934, criou o ambiente indispensável para uma exigência do futebol português. Já não bastava um campeonato em molde de Taça: era necessário uma competição ao jeito da generalidade das ligas europeias ao qual a Espanha (1929), França (1933) e Itália (1930), foram as últimas a aderir tendo em conta que os outros países já o tinham, referidos anteriormente, para este modelo de competição. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF), designação que passou a ter a antiga União, apercebendo-se do atraso e da crítica, tornou possível que na época de 1934-35, se criasse um torneio experimental que tomou o nome de Campeonato I Liga. Durante quatro temporadas, a Liga e o Campeonato de Portugal, nos moldes adoptados em 1921-22, andaram a par. Mas na época de 1938-39, operou-se a transformação que as circunstâncias impunham de elevar a I Liga a Campeonato Nacional e o Campeonato de Portugal, prova a eliminar passou a chamar-se Taça de Portugal.

    A partir da época 1938/39, o Campeonato Nacional, passou a ser a prova máxima de atribuição do título de Campeão de Portugal e a Taça de Portugal, a prova rainha.

    Com os campeonatos da Liga (1934 a 1938) e depois o Campeonato Nacional (a partir de 1938 como prova máxima), surge a estabilidade na prova, com a luta dilatada e regular em que a equipa mais constante ao longo de todo o percurso acabaria por vencer a prova.

    O Campeonato da I Liga e o Campeonato Nacional, manteve-se com oito clubes até 1940/41, passando a doze clubes em 1941/42; de 1942/43 a 1944/45, dez clubes e em 1946/47, novamente com doze clubes.

    Nas épocas a que se refere esta 2ª parte do livro, os campeonatos, têm constituído uma fonte de rivalidade entre os chamados clubes grandes, Belenenses, Benfica, FC Porto e Sporting.

    Despois da vitória do FC Porto em 1934/35, surge os três triunfos sucessivos do Benfica nas Ligas de 1935 a 1938 e que marcaram o primeiro ciclo encarnado. Não descurando que seria nesta altura que o Sporting, sem vencer qualquer Liga, tem no entanto um dos seus melhores períodos da década, ao ser Campeão de Portugal por duas ocasiões, em 1936 e 1938 e vencedor absoluto dos Campeonatos de Lisboa.

    A partir de 1938/1939, o início do Campeonato Nacional, foi marcado por um período de alternância, com duas vitórias consecutivas do FC Porto (1939 e 1940), o primeiro título do Sporting em sistema de poule (1941), duas do Benfica (1942 e 1943) e a série Sporting-Benfica-Belenenses (1944 a 1946), com realce para os azuis de Belém, pelo valor técnico da equipa a fechar esta 2ª parte.

    As época seguintes (mencionadas no 3º livro), coincide com grandes transformações que surgem no futebol português a nível estrutural; o Campeonato Nacional passa a ter descidas e subidas de divisão, o que cria outro interesse nos escalões inferiores, a 1ª divisão passa a ser composta por catorze equipas e surge a 3ª Divisão Nacional.

    Época 1934/35 – FC Porto, Os primeiros Campeões da Liga

    A época 1934-35 foi a primeira época da Liga Experimental, liga de futebol sénior. Todos contra todos, assim mesmo o sistema do chamado Campeonato da 1.ª Liga que durante mais quatro épocas decorreu a par do Campeonato de Portugal. O novo figurino era, pela primeira vez, introduzido nas competições de âmbito nacional. Participaram 8 equipas: de Lisboa (4), do Porto (2), de Setúbal (1) e de Coimbra (1).

    O campeonato foi criado em 1938, sendo a sua primeira época a de 1934-35. Inicialmente foi designado como Primeira Liga Experimental durante quatro épocas, altura em que passou a designar-se Primeira Divisão (época 1938-39) e que passou a definir o Campeão Nacional, título que era até então atribuído ao vencedor do Campeonato de Portugal. A goleada do Sporting à formação da Académica foi a nota de maior destaque na primeira jornada do campeonato nacional de futebol. Os estudantes saíram de Lisboa derrotados por 6-0. Os rivais da equipa leonina tiveram sortes diferentes. O Benfica derrotou o Vitória de Setúbal, por 3-1, ao passo que o FC Porto saiu de Lisboa com um empate (1-1) diante do Belenenses. Em Lisboa, empate a um golo com o Belenenses. Ao intervalo os portistas perdiam por 0-1, mas logo após o reatamento Carlos Nunes igualou. Rezam as crónicas: "O FC Porto cresceu sobre o adversário, comandando bem a situação, mas não teve sorte para alcançar a vitória que várias vezes esteve à vista. E apesar do seu domínio os portuenses estiveram em risco de derrota, ao sofrerem um injusto penalti com que o árbitro os castigou.

    O Belenenses não soube, porém, aproveitar a deixa. Bernardo apontou fraco e à figura e Soares dos Reis não teve dificuldade em afastar o perigo. Mas, em questões de arbitragens e outros jogos subterrâneos, bem pior estava para vir… O guardião Reis, do Belenenses anula um ataque de Acácio Mesquita e Carlos Nunes do FC Porto. O resultado salda-se por um empate (1-1). Na segunda jornada, 7-1 à Académica, estreando-se o avançado Artur Alves, que, segundo cronista da época, revelou qualidades, deixando impressão de que será, no futuro, um esplêndido elemento, embora sem esquecer Acácio Mesquita". Marcou três golos, cabendo dois a Carlos Nunes e um a Pinga e Lopes Carneiro.

    1935 - Os primeiros campeões

    O FC Porto derrotou o Benfica por 2-1 no encontro principal da terceira jornada do campeonato de futebol. Os portistas saltaram para a liderança da primeira divisão, que dividem com o Belenenses. O clube do Restelo goleou a Académica, por 5-0, na deslocação a Coimbra. O Sporting é terceiro classificado, com menos um ponto, depois do triunfo por 3-0 na recepção ao Académico. O PRIMEIRO CLÁSSICO NA LIGA. Menos de dois meses antes da primeira viagem do FC Porto a Lisboa para defrontar o Benfica, as duas equipas encontraram-se, no Porto, para disputarem o primeiro clássico da história da Liga, num jogo a contar para a 3ª jornada, e que se disputou no Estádio do Lima.

    O FC Porto venceu por 2-1, com o avançado Lopes Carneiro, aos 15 minutos, a adiantar os portistas no marcador, fixando o resultado ao intervalo. O Benfica procurou reagir, mas, aos 58 minutos, Manuel Oliveira assinalou uma grande penalidade favorável ao FC Porto. O goleador Pinga chamado à conversão do castigo máximo, desperdiçou a oportunidade, mas numa decisão muito contestada pelos jogadores do Benfica, o árbitro conimbricense mandou repetir a penalidade. Pinga voltaria a falhar, permitindo a Augusto Amaro entrar na história do Benfica, ao ser o primeiro guarda-redes a defender uma grande penalidade em jogos na Liga, mas não conseguiu impedir que o avançado portista marcasse na recarga, colocando o FC Porto a vencer por 2-0. Era o seu terceiro golo no Campeonato. Alfredo Valadas, avançado do Benfica, ainda reduziria, dois minutos depois, marcando o 4º dos seus 13 golos na Liga 1934/35, mas o FC Porto conseguiria segurar a vantagem até ao final, mantendo a liderança da prova a par do Belenenses, com o Benfica a ficar a 2 pontos de ambos.

    O FC Porto perdeu em Setúbal, por 0-1. Arautos de desgraça clamaram contra o destino, falando de uma equipa destroçada, quase em jeito de fantasmas e não de gente com sangue quente e de ambição correndo nas veias, porventura agitada por frémitos de impaciência ou desconfiança em si próprios. E, nos murmúrios dos bastidores, pedia-se a cabeça de Szabo. "A linha avançada do FC Porto furtou-se ao choque com a defesa contrária e esta impôs a sua vontade. E fizeram muitas esquivas e acabaram por se inferiorizar ante o adversário. Minutos antes do golo marcado por Rendas, Carlos Nunes teve um golo à vista, num remate de cabeça que a trave defendeu.

    Na segunda parte o FC Porto merecia ter marcado, pela pressão que exerceu, apesar de os setubalenses se remeterem a uma porfiada defesa, de forma a salvar o resultado. Dentro da área chegaram a juntar-se 16 jogadores! A cinco minutos do fim, um ataque cerrado dos portuenses foi concluído com um excelente remate de cabeça que chegou às redes, mas que o árbitro anulou por suposta deslocação.... [In Glória e Vida de Três Gigantes", 1995 - Adaptação].

    O Belenenses isolou-se no topo da classificação do campeonato das ligas, depois de ter derrotado, por expressivos 7-3, a equipa do União de Lisboa. Os azuis do Restelo beneficiaram do empate (1-1) entre Benfica e Sporting no dérbi lisboeta e do desaire (1-0) do FC Porto na deslocação a Setúbal. na 5ª jornada, União de Lisboa 0 – FC Porto 2, regresso às vitórias, em Lisboa, perante o União de Lisboa. E, enfim, a redescoberta do caminho da felicidade, do brilho, da glória. "A primeira vintena de minutos teve brilhantismo do melhor que podem proporcionar grupos portugueses. Tudo a sair bem de parte a parte, paradas e respostas sucessivas, a bola ora sobre uma baliza ora sobre outra, no comportamento e na limpeza das entradas... Os guarda-redes foram as figuras salientes desses vinte minutos: Figueiredo, do União, e Soares dos Reis, do Porto, em autêntica competência um com o outro...

    Benfica-Sporting, 1-1

    Na segunda parte, com golos de Artur Alves e Lopes Carneiro, o FC Porto adiantou-se e ganhou com brilhantismo. No Porto, 3-0 ao Académico, com tentos de Pinga, com um remate formidável, quase de meio campo", e de Carlos Nunes (2). Nas camisolas do FC Porto, cores vivas de esperança.

    Manuel Soeiro é uma das figuras históricas do Sporting, e não só por estar na quarta posição na lista de jogadores que mais golos marcaram em jogos oficiais, ao serviço dos «leões». Soeiro foi o primeiro melhor marcador da Liga, em 1934/35, época em que marcou 14 golos. A proeza repetiu-se em 1936/37, ao apontar 24 golos.

    Em jogo no Amial, no fecho da primeira volta, o FC Porto bateu o Sporting, por 4-2. Para esse desafio organizaram os de Lisboa um comboio especial, tendo sido de 50 escudos o custo da viagem. Mas os seus adeptos, cerca de mil, quase se perderam naquele mar eufórico de azul-e-branco, raramente se ouvindo os seus incitamentos. Tumulto e animação de gente eufórica, que enchia as bancadas de ruído e cor — como se o azul-e-branco das bandeiras que tremulavam ao vento fossem, outra vez, as cores vivas e quentes da esperança e do júbilo. A crónica: A primeira parte do encontro deve ter compensado sobejamente as centenas de entusiastas que se deslocaram ao Porto. Foram 45 minutos de jogo rápido, enérgico, por vezes muito bem conduzido. O primeiro tempo teve beleza e emoção e, se cansou um pouco os jogadores — o andamento da segunda parte ressentiu-se do esforço inicial — não deixou também de cansar os espectadores que tiveram de viver a partida minuto a minuto, na incerteza do resultado. O jogo iniciou-se de feição para os portuenses. Dois golos seguidos, quando passavam apenas cinco minutos de luta, pareciam o prelúdio duma vitória copiosa. O Sporting, que soubera suportar os azares da luta, conseguiu também dois golos em cinco minutos. Depois do empate, uma ligeira desorientação que poderia ter custado a derrota aos Campeões do Norte. Mas um terceiro golo, marcado por Pinga, levantou de novo o grupo, pondo um freio oportuno à subida do Sporting. No segundo tempo, o andamento do jogo baixou. A rapidez e energia do início não podiam viver os 90 minutos. E a luta perdeu brilhantismo. No entanto, o FC Porto, nesta segunda parte, teve vantagem, mesmo com dois elementos magoados. Avelino Martins e Carlos Pereira não consentiram que o Sporting voltasse a ter ascendente. Depois do quarto golo, aos 20 minutos, por Pinga, numa jogada de boa execução — toda serenidade e inteligência — o resultado não oferecia dúvidas. Neste jogo, a máquina do FC Porto trabalhou afinada e o seu volante no jogo de ataque (aquele que demonstra a eficiência da máquina) foi o excelente jogador que ocupa o lugar de interior-esquerdo: Pinga!.

    Na 8ª jornada, (FC Porto 5 – Belenenses 4) jogo que iria ser repetido entre a 11ª e a 12ª jornada. Depois de ganharem ao Sporting, os portistas tinham cada vez mais candente o sonho que se acentuaria no arranque da segunda volta, quando o FC Porto bateu o Belenenses, por 5-4, numa partida brilhantíssima, com emoção, fulgor e entusiasmo! Um desafio que teve de tudo: a auréola romântica do imprevisto, energia, frequentes pedaços de bom jogo, erros a justificar a marcação de bolas e, pairando sobre estas e outras coisas que reflectem, no campo e em volta, confiança, desilusão, entusiasmo e alegria, aquele factor que sempre acompanha o volta-face, que se chama emoção. Na primeira parte, 3-1 para o Belenenses, com o único golo portista marcado por Pinga. O quarto de hora final do primeiro tempo fora efectivamente aterrador para o FC Porto, que se deixou manobrar, dando, por vezes, impressão de reacção impossível. E, em face disso, ao

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