Os Inimigos de Deus
By RonyFer
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Os inimigos de Deus
por RonyFer
Dispersados pelos quatro pontos cardeais daquele mundo saturado de divindades terrestres, aqueles poderosos e mesquinhos seres repartiam a riqueza que a providência lhes provia. E em sua voracidade sem limite se alimentavam do sangue de milhões.
Gênero: Ficção histórica
Gênero Secundário: História
Idioma: Português
Número de Palavras: 16537
Amostra do texto:
A falsidade dos que se sentiram deuses, com seu poder maligno e destruidor e se apoderaram indevidamente dos bens do planeta inteiro, mergulhando a população no caos, no desespero e na fome, enquanto eles, os deuses pilhavam enormes fortunas, produto de sua desmesurada ambição. Com seus atos malignos transformaram-se então em «Os inimigos de Deus».
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Os Inimigos de Deus - RonyFer
Os inimigos de Deus
RonyFer
Copyright © 2010 RonyFer
All rights reserved.
ISBN:
ISBN-13:
––––––––
À Guatemala de todas as minhas nostalgias, eterna vítima da cobiça, da maldade e da voracidade sem limites de "Os inimigos de Deus".
Índice:
––––––––
¡Ai, ai, ai. Como culpam os mortais aos deuses! Pois de nós, dizem, procedem os males.
Mas também eles por sua estupidez suportam dores para além do que lhes corresponde.
─ Homero, A Odisseia ─
Os mensaGEIROS da paz E dO amor
Nuntium misit ut pacem anuntiaret
Dispersos pelos quatro pontos cardeais daquele mundo saturado de divindades terrestres, aqueles poderosos e mesquinhos seres repartiam a riqueza que a providência lhes facultava.
E, em sua voracidade sem limites alimentavam-se do sangue de milhões de seres que, como ovelhas dispostas ao matadouro, aceitavam com resignação sua própria aniquilação, como castigo derivado da ira celestial –pensavam - por causa de seus múltiplos pecados terrenos.
Com sanha, aqueles deuses temporais conquistavam terras alheias, espoliavam-nas de seus bens e recursos e já com o despojo alheio, orgulhosos de seu poder e de todo seu arsenal os deuses da guerra, de todas as guerras se deleitavam com seu poder destrutivo.
Cada um em seu respectivo reino se acreditava mais imortal e mais poderoso que os deuses de milênios anteriores, Hunab-ku, Viracocha, Zeus, Júpiter, Amón-Ra, Ahura-Mazda, Baal, Ain-Anor, sem por um momento sequer, pensar que os deuses de outrora foram criados pela imaginação humana com a intenção de preservá-los como tais até os confins do tempo e do universo, pela eternidade.
Fieis êmulos de Alal-Tu, Anubis, deusa das coisas fúnebres, na civilização caldeia, de Malsumis, deus do mal na cultura abenaki e de Hades, deus dos infernos na cultura grega.
Era um mundo bipolar onde, por um lado existiam seres com espíritos magnânimos, solidários e bondosos, dispostos inclusive a arriscar a própria vida pelo bem comum.
Quem sabe, talvez enviados por uma força superior para proteger esse mundo da maldade, da cobiça sem limite, da farsa, da ânsia de poder infinito.
Aqueles seres com espíritos benevolentes que perambulavam pelo mundo dispensando seu amor, sua entrega, irradiando com sua energia a fé cada vez mais perdida naquele mundo onde a humanidade, por falta de valores espirituais e morais que os conduzissem pelos caminhos do bem, ansiava por encontrar o que fora perdido e assim, encontrar a si mesma, voltava-se desesperada para as correntes religiosas, para os dogmas sectários, vítimas inocentes dos mercadores da fé, os agiotas do Deus verdadeiro.
Mas também existiam, em contrapartida, seres com a alma maligna, perversa, personagens réprobos que se sentindo deuses, alguns mais que outros, desde seu trono se sentiram inclusive mais fortes, mais poderosos e mais invulneráveis que o verdadeiro Deus, o Deus dos deuses, pai e Criador único de toda a humanidade, imparcial e justo, sem nenhum povo preferido, o mesmo para todas as nações, para todos os seres.
A Mãe
Todos a chamavam Mãe, com sua já curvada e diminuta figura viam-na perambular por entre ondas de miseráveis e leprosos, ávidos da compaixão e da generosidade, doentes, famintos e cadavéricos seres ignorados pela sociedade, abandonados à sua própria sorte pelas ruas de Calcutá.
Com toda a humildade característica nela, seus passos lentos mas seguros, rodeada sempre pelas crianças, sempre complacente, sem protestar quando esses pequeninos a cercavam, padecendo no interior de seu ser o sofrimento dos demais, sem descanso, sem trégua, sempre ali. Sempre pontual com seu encontro com o destino.
Seu andar por este mundo, longo para sua vida mas curto para a humanidade, deixou um legado de amor incondicional. Os que tiveram a imensa felicidade de conhecê-la e ainda mais aqueles privilegiados que puderam tocá-la, experimentavam uma morna sensação que irradiava uma paz interna, espiritual, como se se tratasse de um ser que não pertencesse a este mundo ou que, por não se sabe qual erro se equivocou de mundo, como que descida de uma corte mais além das estrelas.
Uma força inerente que emanava um amor profundo, equânime, sublime.
Famosa e amada por toda a humanidade, essa mãe do mundo inteiro e de todas as raças, de todas as religiões, de todos os níveis para todos os seres.
No momento da morte ─ sentenciou em certa ocasião ─ não seremos julgados pela quantidade de trabalho que tenhamos feito, mas pelo peso do amor que tenhamos posto em nosso trabalho. Esse amor deve resultar do sacrifício de si mesmo e deverá ser sentido até que cause dor.
Sei bem e o sabem cada uma de minhas irmãs, que o que realizamos é menos que uma gota no oceano. Mas se a gota lhe faltasse, o oceano careceria de algo.
Ela albergava em seu ser esse instinto maternal e protetor de todas as mulheres do mundo, em seu nobre coração para toda a humanidade.
"Para mim, as nações que legalizaram o aborto são as