O caminhante das Ilhas Cies
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O caminhante das Ilhas Cies - José Manuel da Rocha Cavadas
O CAMINHANTE DAS ILHAS CIES
José Manuel da Rocha Cavadas
Obrapropia
© Texto: José Manuel da Rocha Cavadas
© Edición: OBRAPROPIA, S.L.
Calle Centelles, 9
46006 VALENCIA
www.obrapropia.com
ISBN: 978-84-15362-91-3
Queda prohibida, salvo excepción prevista en la ley, cualquier forma de reproducción, distribución, comunicación pública y transformación de esta obra sin contar con la autorización de los titulares de la propiedad intelectual. La infracción de los derechos mencionados puede ser constitutiva de un delito contra la propiedad intelectual (arts. 270 y ss. del Código Penal)
Variação primeira minimalista…
O incansável caminhante das Ilhas Cíes….
E muito depressa, despontou a alba de um novo dia. Era um cálido e longo día do mui fogoso mês de Agosto. Bulia, todo o fragor de um estival amanhecer, aonde, ondeando-se, tão luminiscente luz, ia transcorrendo panoramicamente através do incomparável e suntuoso panorama, que conformava a toda muito bem protegida e azulada embocadura da Ría de Vigo; estaba emprazada em Finis Terrae
, como infinita e arrebatadora miríada do "País das Ánimas", (…) onde um incognoscível olhar, traspassando, mui longinquamente, a delgada linha desenhada por um infinito horizonte, que sendo recriado por incogniscíveis atmosferas auto-expansivas, na curavatura do espaço-tempo se encontrava América, irradiando na sua amplidão multicultural, que por aqueles agitados territorios, se chamava singularmente de "Melting Pot".
Já começava a criar muitos destelhos, sendo atiçado por um refulgente, dinámico e tão formoso jogo de luzes, (…) era como se estivesse retro-iluminada, dando acesso a tão esbeltos e insólitos enquadres, que iam produzindo enorme quantidade de tão diáfanas composições, para o infinito, em tons azulados muito puros ou nebulosos, com claro-escuros contrapostos. Além disso, ia impregnando intensamente de luz e penumbra, à mui exotérica
imagem latente", de todos os belíssimos "fotogramas" paisajísticos da Galiza, impregnándo-se dos "ares da terra", constituídos teluricamente por suaves colinas de pedra granitica concebidas no final do Terciário quando se produziram afundamentos dalgumas partes da costa, penetrando o mar para criar as formosas rias, e também por tão belos vales, verdejantes campos, um clima atlântico demasiado chuvoso e certas praias repletas de fascinantes encantos, que gostosamente se encontravam encerrados neste delicioso e riquíssimo paraíso natural, dotado de umas cúspides muito suaves, constituídas em toda a sua totalidade de pedra granítica, (…) onde outrora, os seus abruptos relevos estiveram ligados às mansas serras litorais peninsulares, (…) encontrando-se totalmente isoladas devido à total inundação de toda essa linda baía da populosa cidade de Vigo.
Contudo, de forma tão subtil, todo o Arquipélago das Ilhas Cíes, que na antiguidade foram invocadas também pelo nome de ilhas Siccas, (ilhas áridas) a través de escritos romanos de Estrabón, Plinio e Diodoro, se encontravam fotogenicamente cobertas por uma imaculada e algodonal névoa matutina, que lhe conferia, um exalador halo carregadíssimo de tanto mistério (…) era como se fosse um indescifrável território de um sem fim de generosos duendes, de bondadosos génios, de benéficas fadas, de virgens puras, de altas damas, repletos de uma doçura irresistível, concorrendo todos eles com um mesmo propósito: insuflar com refinada e tão positiva energía a todos os seres humanos, de subtilíssimos mananciais de bondade, pureza e de tudo o que era necessário ser insuflado, em pós de uma sã santidade e delicada bondade, (…) obliquamente (…) num plano contraposto, (…) galopavam invisíveis emanações exotéricas (…) era como se houvesse uma grande multidão de misteriosas meigas, fazendo secretamente
O conjuro da Queimada", cujos ritos divagavam ocultamente pelas "exotéricas" grutas formadas pela erosão do mar e do vento (…) em incessante busca das almas em pena, (...) porém eram mui mimadas e respeitadas, (…) era como se fossem druidas (…) era como se fossem atraentes embaucadoras
, na dupla crença de feitiços e de adivinhas (…) no exacto momento, em que a misteriosa mistela descia pelas gargantas, já se supunha que ficavam livres de todo o embruxamento. Ao fim e ao cabo, eram quase sempre mui vãs suposições.
Havia também em toda essa mágica atmosfera, damasiados demónios de natureza maléfica e tantíssimos diabos turbadores chamados, "espíritos da casa, conformados, por
as almas, por
el tardo por
el tango mago", havendo muitas bruxas imersas em misteriosos e nocturnos aquelarres
, e que graças aos seus dizeres (ensalmos) e às suas secretas fórmulas, aos seus obscuros feitiços, podiam curar de uma vez para sempre certas doenças, conseguindo, além disso, revelar o futuro da própria gente, ao exercer esses maleficios.
Sem lugar a dúvidas, havia nesse precioso e mui idílico sopro de espaco-tempo, (…) nas apodadas por Ptolomeo, como "ilhas dos Deuses", tão intrigante atmosfera, em cujo isolamento insular pululava uma cultura tão rica em crenças populares, viva tradição oral e considerável sabedoría popular: como o "meigalho" e o "encanto", representando para o vulgo galego, não duas ideias abstractas, mas sim seres materiais demasiado activos, cujo poder e vontade era inculcado para sempre (…) unindo todas as forças do ar, da terra, do mar e do fogo.
A genuína idiossincrasia, que recorría mentalmente todos os mágicos alvéolos das "conexões sinápticas" da forma de ser galega, hilvanavam, formidáveis contos de fadas, "quase, quase perfeitos, pois ainda se encontravam importantes restos das ancestrais doutrinas druídicas e todas suas simbólicas práticas, que se desvanecíam como espuma, na antiguidade do tempo (…) aonde, ainda existía muitíssimas ceremónias, dotadas com um
humus" céltico inegável, pois ainda se cortava o muérdago sagrado, e quem o visse cair, aprendia imediatamente todos os segredos e obtía assim o "dom da profecia" (…)
E o próprio mar, (…) era como se fosse um refinado fundo cénico, de um imaculado e translúcido azul turquesa (…) muito tranquilo e cristalino, quando as suas tão mansas e transparentes águas, se reflectiam docemente em toda a sua suave vertente Leste, irrompendo uma grande multitudão de singulares e ditosas paisagens marinhas, que estavam conformados por riquíssimos bosques de anémonas, (…) além disso, estavam também povoadas de imensos laboratórios viventes, constituídos de muitas nécoras, de extraordinarios centolhos, de assombrosos bogavantes e tão apetitosos polvos.
E pelo etéreo e azulado ar, revoleteavam como nómadas do vento, imensos bandos de gaivotas "pata-amarelas" ( formado por 22.000 casais, constituindo a colínia mais grande do mundo e de ágeis cormorãos contando com 2.500 casais, complementado por 20 casais de gaivotas escuras , (…) que prestavam uma sonora nota de tão "vivificante" alegria, a toda esta prístina atmosfera insular (…) e visto ao longe, se encontrava dignamente alçado sobre uma pequena falésia, que se punha ufanamente perante o potente rugido, emanado pelo embravecido ocêano Atlântico, o rutilante e esbranquiçado Farol das Ilhas Cíes, (…) que em termos metafóricos actuava, (…) "como se fosse uma fantástica e relumbrante lanterna condutora emprazada a 197 metros de altitude
, dignamente assentado no seu repecho oeste, sobre uma falésia, quase, quase, vertical (…) além disso, flutuava a vista de pássaro como metafórica iridiscência, por entre brancos mantos de névoa, que já íam cobrindo nesse momento todo este chamativo arquipélago do Parque Nacional das Ilhas Atlânticas da Galiza (…) era como se estivesse suspenso no próprio ar, desafiando majestuosamente às tão intrigantes e invisíveis forças da gravidade
(…) era como se fosse uma viva alusão à propria e vibratória luz, em suma, era ele un um sólido e vigilante guia, que se encontrava assente firmemente na intangível ingravidez, de absoluta e indelével leveza
.
Voltando ele a escapar, do próprio vazio da vida, em que se encontrava lugubremente imerso (…) imerso em dramática vulnerabilidade de massas (...) e incomunicação afectiva, pois o seu neurotransmissor Vasopresina, hormona dos laços afectivos, se encontrava mui marchitada, por tão aceleradas e impessoais relações humanas, (…) já ia ele com sua " aura de santo", submergido num simbólico acto puro, isto é, possuído da perda da capacidade de seguir submetido ‘à racionalidade sistémica, pelo preço do progresso e da globalização, mutando-se por uma unipessoal intensificação sensorial, (…) quando passeava como incessante caminhante que vivia a solidão dos sinuosos caminhos, devido à