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100 poemas escolhidos
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Ebook152 pages42 minutes

100 poemas escolhidos

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About this ebook

Coletânea feita em homenagem ao centenário do autor, reunindo não apenas poesias já publicadas, mas também inéditas, pertencentes ao acervo da família do escritor. Luzilá Gonçalves Ferreira, escritora e pesquisadora, foi a responsável pela seleção dos poemas, os quais estão dispostos em grupos temáticos.
LanguagePortuguês
PublisherCepe editora
Release dateSep 1, 2015
ISBN9788578583262
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    100 poemas escolhidos - Mauro Mota

    p1.jpg

    © 2015 Mauro Mota

    Companhia Editora de Pernambuco

    Direitos reservados à

    Companhia Editora de Pernambuco – Cepe

    Rua Coelho Leite, 530 – Santo Amaro

    CEP 50100-140 – Recife – PE

    Fone: 81 3183.2700

    *

    Mota, Mauro, 1911 - 1984

    100 poemas escolhidos / Mauro Mota ; prefácio:

    Luzilá Gonçalves Ferreira. – Recife : Cepe, 2015.

    1. Poesia brasileira – Pernambuco. I.

    Ferreira, Luzilá Gonçalves, 1938-. II. Título.

    *

    ISBN: 978-85-7858-326-2

    Governo do Estado de Pernambuco

    Governador: Paulo Henrique Saraiva Câmara

    Vice-Governador: Raul Jean Louis Henry Júnior

    Secretário da Casa Civil: Antônio Carlos dos Santos Figueira

    Companhia Editora de Pernambuco

    Presidente: Ricardo Leitão

    Diretor de Produção e Edição: Ricardo Melo

    Diretor Administrativo e Financeiro: Bráulio Mendonça Meneses

    Conselho Editorial:

    Everardo Norões (Presidente)

    Lourival Holanda

    Nelly Medeiros de Carvalho

    Pedro Américo de Farias

    Produção Editorial: Marco Polo Guimarães

    Direção de Arte: Luiz Arrais

    Coordenação de Projetos Digitais: Rodolfo Galvão

    Designer do Projeto Digital: Edlamar A. Soares

    Mauro Mota:

    a grandeza humilde do canto

    Luzilá Gonçalves Ferreira

    Organizar uma Antologia é tarefa difícil, sobretudo quando os poemas a serem escolhidos nos acompanharam por muito tempo de vida e leituras, tornaram-se sangue, olhar, gesto, em nós, como escrevia Rainer Maria Rilke a propósito das lembranças, quando essas esplêndidas experiências não se distinguem mais de nós.

    Tarefa ainda mais difícil quando se conheceu de perto o poeta. E se privou de sua amizade, de sua abertura à vida, aos amigos, seu senso de humor nunca esmaecido. E quando se soube o lugar da poesia em sua existência, uma vocação cedo revelada, na descoberta da riqueza do cotidiano da província, no caso a cidade de Nazaré da Mata, com o cheiro do mel dos engenhos em torno, no perfume das flores humildes do jardim familiar, no desenrolar dos dias se fazendo em personagens que se cumprem, aceitando sem muitos questionamentos, o tempo sem remédio na farmácia: o almofadinha cheirando a perfume barato, seu lenço no bolso, a beata mexeriqueira, o farmacêutico cercado de boiões, ao lado do peixe da Emulsão de Scott. As chuvas da infância, vindas de que tempo? E a poesia intensa da noite branca de Natal, no pátio da matriz, com a Banda Euterpina presentificando melodias antigas. Um mundo de lembranças, que a poesia recupera.

    Poeta do cotidiano, poeta sob cuja inspiração o amor se diz, um amor que atravessa o tempo, refaz pessoas e coisas. O pai, a avó sentada no marquesão da sala, a mãe cujos passos no corredor anunciam o chá de eucalipto, consolo para o menino e para o poeta. Um amor que encontra palavras para falar da morte, esse acontecimento a cada momento inserido no vivido, e que não se deve temer, pois tudo já aconteceu e a dama branca de Bandeira, ao chegar pouco encontrará de nós, como diz o poeta em Morte Sucessiva.

    Nós, que morremos um pouco cada dia, com a partida dos seres amados, que fazem conosco a perigosa travessia, nós sempre às voltas com a consciência da precariedade dos objetos que nos cercam.

    O homem que se dizia apenas um poeta suburbano do Recife, cantou sua cidade como poucos o fizeram antes dele. Recupera seu passado, nas procissões que os fiéis andejos de outros tempos há 303 anos carregam hoje, o Senhor Bom Jesus dos Passos. Como o fizeram antes dele Joaquim Cardoso e Faria Neves, o poeta lamenta as demolições que desfiguram a cidade e chora com

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