A concepção do professor acerca da leitura e da formação continuada na alfabetização
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A concepção do professor acerca da leitura e da formação continuada na alfabetização - Cristiene Aparecida de Carvalho Corrêa
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE
Ao meu esposo, Marco, e meu filho, João Lucas,
que em todo momento estiveram ao meu lado
doando seu tempo e dedicação total para que eu tivesse
as condições necessárias para desenvolver meu trabalho.
À minha família, que sempre me apoiou com
seu carinho e admiração.
(Cristiene)
Ao meu pai, Manoel José Cândido (in memoriam),
por me fazer sonhar, crescer, ser feliz, acreditar,
querer mudar, seguir em frente e compartilhar.
(Kátia)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, a quem devo tudo em que me tornei
no decorrer da vida, por seus planos maravilhosos.
À minha família, especialmente a meu esposo e filho,
que comigo galgaram este caminho.
Aos meus pais e familiares pelo apoio e incentivo.
Aos grandes profissionais da educação que
sempre me incentivaram.
À Prof. Dra. Cleomar Azevedo que compartilhou
conhecimentos para a finalização deste estudo.
Cristiene
Agradeço aos meus pais pela vida que me ofertaram,
pelo estímulo por caminhar por ela sonhando,
crescendo,mudando e compartilhando.
À minha querida mãe, Ana, por estar ao meu lado
em todos os momentos.
À minha filha, Tainá, pela cumplicidade e amor
incondicional. À minha família
pela parceria e companheirismo sempre.
Aos professores, aos colegas profissionais da
educação e aos amigos por terem partilhado
comigo etapas importantes de meu trabalho e
de minhas conquistas.
Kátia
O homem pode refletir sobre si mesmo e colocar-se num determinado momento, numa certa realidade: é um ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer essa auto-reflexão, pode descobrir-se como um ser inacabado, que está em constante busca. Eis aqui a razão da educação.
(Paulo Freire, 1981)
Como professor, é necessário que sejamos também um pouco de artistas [...]. Se queremos que nossa prática de ensino seja uma arte, devemos lembrar que não é o número de boas ideias que transforma nosso trabalho, em arte, mas a seleção, o equilíbrio e a configuração dessas ideias.
(Lucy Calkins, 1989)
Sumário
parte i
INTRODUÇÃO
capítulo 1
A FORMAÇÃO DO PROFESSOR
1.1 Programas de formação continuada de professores dos anos/séries iniciais do ensino fundamental
1.1.1 PROFA – Programa de Formação de Professores Alfabetizadores
1.1.2 Implantação do PROFA no Estado de São Paulo
1.1.3 Implantação do Programa Ler e Escrever na rede pública do Estado de São Paulo
1.1.4 PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
1.1.5 EMAI – Educação de Matemática nos Anos Iniciais
1.1.6 Teia do Saber
capítulo 2
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
2.1 Aprendizagem de leitura e escrita
2.1.1 Alfabetização
2.1.2 Letramento
capítulo 3
METODoLOGIA
3.1 Público-alvo
3.2 Instrumentos
3.2.1 Análise dos dados
3.3 Roteiro para Entrevista I
3.4 Questões da entrevista
3.5 Desenvolvimento da pesquisa
3.6 Participantes da pesquisa
3.6.1 Perfil dos professores que participaram da pesquisa
3.6.2 Gênero dos participantes
3.6.3 Cursos de formação oferecidos à rede pública
3.7 Análise das entrevistas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
parte ii
INTRODUÇÃO
capítulo 1
PENSAMENTO, LINGUAGEM E MEDIAÇÃO
1.1 Pensamento, linguagem e mediação segundo Piaget
1.2 Pensamento, linguagem e mediação segundo Vygotsky
capítulo 2
LEITURA E LEITOR
capítulo 3
FORMAÇÃO DOS PROFESSORES: UM BREVE HISTÓRICO
capítulo 4
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
4.1 Procedimentos da pesquisa
4.2 Desenvolvimento da pesquisa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
parte i
INTRODUÇÃO
Há um grande desafio no mundo contemporâneo que é desenvolver a qualificação e o potencial das pessoas para se obter maior comprometimento com os resultados desejados, criando condições favoráveis à inovação e ao aprimoramento, tanto pessoal como institucional. A educação e, em especial, a escola não podem fugir a essa regra.
Estamos vivendo em uma sociedade que está em constante mudança, em todas as áreas e campos de atuação, principalmente na área da educação, onde são vários os protagonistas. Neste projeto, em especial, será o professor.
A escola é uma instituição social com objetivo explícito: o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos atitudes e valores), o que, aliás, deve acontecer de maneira contextualizada desenvolvendo nos discentes a capacidade de tornarem-se cidadãos críticos e participativos na sociedade em que vivem.
A função da escola vem se ampliando à medida que o direito à educação se alarga e que todo processo de alfabetização se torna amplo em consequência de um conjunto de fatores de ordem social, emocional, física e intelectual. Sabemos que cada escola é única, tendo questões específicas que devem ser abordadas no processo contínuo da formação com o coletivo da escola. Nesse sentido, a sala de aula é um lugar privilegiado no qual, junto aos alunos, o professor constrói e reconstrói saberes que reunidos vão se incorporando à sua prática.
Um conjunto de significativas alterações legais na LDB- Lei de Diretrizes e Bases n.º9394/96 em relação às orientações curriculares nacionais para o Ensino Fundamental foi adotado para subsidiar sua implantação, entre elas a Lei 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, que alterou as Diretrizes e Bases da Educação Nacional ao dispor sobre a duração de nove anos para o Ensino Fundamental com o ingresso da criança na escola a partir dos seis anos de idade.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), com a aprovação da Lei 11.274, ocorreu a inclusão de um número maior de crianças no sistema educacional brasileiro, especialmente aquelas pertencentes aos setores populares, uma vez que as crianças de seis anos de idade das classes média e alta já se encontram, majoritariamente, incorporadas ao sistema de ensino na pré-escola ou na primeira série do Ensino Fundamental.
Outro fator importante para a inclusão das crianças de seis anos de idade na instituição escolar deve-se ao fato de os resultados de estudos demonstrarem que, quando as crianças ingressam na instituição escolar antes dos sete anos de idade, apresentam, em sua maioria, resultados superiores em relação àquelas que ingressam somente aos sete anos. Exemplo desses estudos foi o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb),2003, ao demonstrar que crianças com histórico e experiências na pré-escola obtiveram melhores médias de proficiência em leitura.
De acordo como MEC, a implantação de uma política de ampliação do Ensino Fundamental de oito para nove anos de duração exige um tratamento político, administrativo e pedagógico, uma vez que objetivo de um maior número de anos no ensino obrigatório é assegurar a todas as crianças um tempo mais longo de convívio escolar, com mais oportunidades de aprendizagem, ressaltando que a aprendizagem não depende apenas do aumento de tempo de permanência na escola, mas também do emprego mais eficaz desse tempo.
O Parecer n.º 4, da Câmara de Educação Básica (CEB) e do Conselho Nacional de Educação (CNE), de2008, institui: a) que os três anos iniciais devem ser voltados à alfabetização e ao letramento; b) que Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) requer subsídios para atender às especificidades curriculares tanto das crianças de seis anos de idade, neste novo Ensino Fundamental, como para o ciclo de alfabetização, c) Cadernos de Formação do Pacto Nacional de Alfabetização na Idade Certa (2012), que subsidiam a formação do professor alfabetizador, levando em consideração concepções, conceitos, procedimentos, avaliações da aprendizagem, na direção de alfabetizar e letrar as crianças do ciclo de alfabetização. A razão para essa ampliação do período de alfabetização para três anos, sem retenção, justifica-se pela possibilidade de o ensino propiciar a produção/apropriação da leitura e da escrita com base nos princípios da continuidade e do aprofundamento nas aprendizagens básicas das áreas de conhecimento.
Nesse contexto, diante da especificidade do trabalho de alfabetização, a escola precisa se organizar para selecionar os profissionais que estarão envolvidos com o trabalho de alfabetização.
O profissional que atua no ciclo inicial de alfabetização precisa estar atento à consolidação do ensino e da aprendizagem da língua escrita, como também da efetivação de uma prática diversificada, flexível e sensível às características culturais, sociais e de aprendizagem.
A concepção norteadora de alfabetização e letramento, de ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, só se transformará num instrumento cultural se o educador ultrapassar o nível do senso comum para realizar uma prática não fragmentada e, formalmente, entendê-la em suas múltiplas determinações. Assim, há a necessidade deque o professor tenha uma formação que se converta em um instrumento de qualificação contínua, ampliando sua capacidade de reflexão sobre o processo de ensino-aprendizagem.
Nas últimas décadas, a alfabetização tem sido objeto de estudo e pesquisas pelos professores, psicólogos, linguistas, pedagogos, que a consideram como um sistema complexo que vai além de um processo mecânico. Diante disso, buscam soluções que facilitem a aquisição da leitura e escrita, compreendendo os fundamentos da alfabetização na prática de sala de aula.
O professor alfabetizador, nos dias atuais, depara-se com dois dilemas: a formação inicial obtida nas universidades que interfere na identidade do profissional que atua na sala de aula e o aperfeiçoamento contínuo da profissão.
Desse modo, Azevedo (2012, p. 118) ressalta que:
[...] a pedagogia foi transformada em um campo prático. O professor assim formado passava a dominar métodos e técnicas adequadas à prática docente, mas não se aprofundava em estudos da pedagogia como área de saber, isto é, não buscava a teoria elaborada por meio da pesquisa como se fosse possível separar o indissociável, teoria e prática.
Para Candau (2008, p. 19), o papel do educador é fundamental, pois ele é um artífice, queira ou não, da construção dos currículos que se materializam nas escolas e nas salas de aula. A proposta curricular para o ciclo de alfabetização levanta questões importantes sobre a formação do alfabetizador.
Azevedo (2012) afirma que vale a pena ressaltar que a formação do profissional da educação não termina e nem se