Os engenhosos pensamentos do fidalgo Dom Quixote de La Mancha
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Os engenhosos pensamentos do fidalgo Dom Quixote de La Mancha - Francisco Dacal
Os engenhosos pensamentos
do fidalgo
Francisco Dacal
São Paulo, 2018
Os engenhosos pensamentos do fidalgo Dom Quixote de La Mancha
Copyright © 2018 by Francisco Dacal
Copyright © 2018 by Novo Século Editora Ltda.
COORDENAÇÃO EDITORIAL: Vitor Donofrio
PREPARAÇÃO DE TEXTO:: Alline Salles
DIAGRAMAÇÃO/CAPA: Rebeca Lacerda
REVISÃO: Tássia Carvalho
ILUSTRAÇÃO DE CAPA:: Mario Breda (Shutterstock)
EDITORIAL
Jacob Paes • João Paulo Putini • Nair Ferraz • Rebeca Lacerda • Renata de Mello do Vale • Vitor Donofrio
AQUISIÇÕES
Cleber Vasconcelos
DESENVOLVIMENTO DE EBOOK
Loope Editora | www.loope.com.br
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1º de janeiro de 2009.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Dacal, Francisco
Os engenhosos pensamentos do fidalgo Dom Quixote de La Mancha
Francisco Dacal
Barueri, SP: Novo Século Editora, 2018.
ISBN: 9788542815375
1. Cervantes Saavedra, Miguel de, 1547-1616. Don Quijote – Crítica e interpretação 2. Ficção espanhola – História e crítica I. Título
18-2004 CDD-863.09
Índice para catálogo sistemático:
1. Dom Quixote de La Mancha – Análise literária 863.09
NOVO SÉCULO EDITORA LTDA.
Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11º andar – Conjunto 1111
CEP 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – SP – Brasil
Tel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323
www.gruponovoseculo.com.br | atendimento@novoseculo.com.br
Para meus filhos, Henrique e Alice.
Livros são o regalo de minha alma
e o entretenimento de minha vida.
Dom Quixote
Sumário
Prefácio
O Escritor
O Livro
Aos Fidalgos de La Mancha
Síntese do enredo do Quixote
Pensamentos
Prefácio
Machado de Assis, o mais cervantino dos escritores brasileiros, por meio do personagem Brás Cubas, disse que… o melhor prólogo é o que contém menos coisas ou que as diz de um jeito obscuro e truncado… a obra em si mesma é tudo
. Sigo sua lição.
O Dom Quixote, obra-prima de Miguel de Cervantes, continua encantando os leitores de todos os lugares e idades, passados 400 anos de sua publicação, Primeira Parte (1605) e Segunda (1615). Muitas manifestações são-lhe dedicadas nos variados campos da arte, principalmente na literária. Sem surpresa, acontece mais uma. Esta.
A relevância do Quixote não se limita ao conhecido pioneirismo de ter sido um livro que saiu dos livros para criar o romance moderno. A capacidade de decifrar a condição humana, a pluralidade das ideias e a universalidade compõem outros valores intrínsecos. Na magistral visão do poeta Ferreira Gullar, o Dom Quixote extrapolou os limites da literatura e da arte para fazer-se presente em cada momento da vida de todos nós
.
Nesse contexto, a sabedoria das falas e opiniões dos narradores e personagens da história, verdadeiras fontes de ensinamentos, faz com que a obra ofereça uma ampla visão da vida na perspectiva da liberdade, do tempo, da verdade, do amor, da fé, da virtude, da justiça, da política, do governo. Que tesouro! Dele surgiram os elementos para tornar realidade este ensaio, os engenhosos pensamentos.
O conteúdo principal à leitura teve como base o Don Quijote de La Mancha Edición del IV Centenario de la Real Academia Española y de la Asociación de Academias de la Lengua Española (Edición de Francisco Rico).
Com o devido respeito à autenticidade da obra (os arcaísmos são pertinentes), os pensamentos selecionados, sejam em frases figuradas, provérbios, refrães, máximas e fragmentos, estão agrupados nos assuntos que evidenciam. Todos eles seguem com o nome dos personagens emitentes e associados ao capítulo e à parte a que pertencem, conforme as três viagens do herói manchego.
Essencialmente, este livro objetiva:
1. Divulgar os singulares pensamentos originados nos diálogos do Quixote , vários deles usuais no dia a dia da sociedade;
2. Ser capaz de incentivar a reflexão, considerando a variedade e o grau de atualidade dos temas tipificados;
3. Esclarecer possíveis variações, ou distorções, criadas em determinados pensamentos com o passar dos anos;
4. Deixar claro quem é o personagem emissor de cada pensamento.
Em sua parte preliminar, apresentamos um resumo biográfico de Cervantes e do histórico da obra maestra, bem como uma síntese do enredo do Quixote, auxiliares à compreensão integral.
Graças a todos os amigos que me estimularam a este sonho literário, por que não dizer: quixotesco! Faço menção a professora doutora Maria Augusta da Costa Vieira, pelos caminhos cervantinos no Brasil; ao jurista e escritor José Paulo Cavalcanti Filho, pelas observações; ao pesquisador e colecionador Ricardo Breno de Pontes Borges Rodrigues, extensiva aos confrades e confreiras do Terraço Cultural do bairro de Casa Forte, pelo incentivo; e ao ex-diretor do Instituto Cervantes do Recife, Isidoro Castellanos Vega, pela interação.
Um agradecimento especial aos familiares, que tiveram a compreensão com os livros e os diversos papéis cheios de anotações espalhados pelos cantos da casa, e com os meus dias e as horas de isolamento elaborando ou agarrado com leituras, tal qual o fidalgo enlouquecido.
Enfim, sobeja gratidão ao resoluto Miguel de Cervantes, nos seus 471 anos de idade, cujo gênio da escrita abriu os olhos da humanidade para sonhar e lutar por um mundo melhor ao nos regalar a magia do Cavaleiro da Triste Figura, de Sancho Pança, de Dulcineia del Toboso e de Rocinante.
Novembro de 2018,
Francisco Dacal
O Escritor
Miguel de Cervantes Saavedra nasceu em 29 de setembro de 1547 na cidade de Alcalá de Henares, próximo a Madrid. Viveu nos tempos da Espanha reinada por Carlos I, Felipe II e Felipe III.
Ainda criança, mudou-se com os pais, Rodrigo de Cervantes e Leonor de Cortinas, para Valladolid. Viveram também em Córdoba e Sevilha. Em 1566, fixaram residência em Madrid. Foi quando Miguel passou a frequentar a banca de estudos de Juan López de Hoyos e, com o incentivo deste, estreou na Literatura com um poema dedicado à morte da rainha Isabel de Valois.
Depois de breve hiato, entre a notícia de que teria fugido por ferir um desafeto em duelo, sendo condenado à revelia, Miguel de Cervantes apareceu em Roma trabalhando como camareiro do cardeal Giulio Acquaviva.
Quadro de Juan Juáregui
No período da estância romana, é