Intenções Perversas: Série Steele Security

Prologue

22 de junho de 2001

Heather,

Observei você dormir pelas últimas horas e atormentei meu cérebro tentando lembrar como minha vida era sem você. Nós nos conhecemos desde que eu consigo me lembrar e não me lembro de uma época em que eu não te amei. Não houve um único dia em que eu não soubesse exatamente o quanto você significa para mim. Você nunca guardou segredos de mim. Seu coração sempre foi um livro aberto, reservado somente para que eu devorasse cada palavra, pensamento e sentimento.

Quando nos conhecemos, quando crianças, eu estava somente procurando por alguém para brincar depois da escola. O dia em que bati à sua porta me mudou para sempre. Você se tornou minha parceira no crime, minha melhor amiga e o amor da minha vida. Lembra como éramos inseparáveis? Todos os dias, nós nos apressávamos para fazer nossas tarefas ou deveres de casa assim teríamos mais tempo para passarmos juntos. Você era, e ainda é, a garota mais legal do mundo. Você poderia sair comigo de bicicleta. Você seguraria sapos e tocaria em cobras. Todas as outras garotas fugiriam gritando, mas nunca você. Nada poderia fazer com que você saísse do meu lado.

Quando ficamos mais velhos, estas coisas não eram mais tão importantes para mim e eu a vi sob uma luz completamente nova. Você ainda tinha tanta coragem em você. Lembra daquela vez, no baile do ensino médio, quando você socou aquela garota por flertar comigo? Ainda dou risadas sobre isso até hoje. Como se algum dia ela fosse uma ameaça para você. Você disse que eu pertencia a você, mesmo se eu ainda não percebesse isso. Você disse que não toleraria outra garota desrespeitando o que tínhamos. Não há palavras para descrever quão excitado eu fiquei quando você disse isso. Eu sabia que te amava naquela época, mas um ‘eu’ desajeitado de treze anos não sabia como dizer isso a você.

Então vieram os anos do ensino médio. Sim, você se lembra deles muito bem, não é? Nossos horários de aulas nos separaram, então eu não a via muito durante o dia. No primeiro semestre do nosso ano como calouros, pensei que morreria por estar separado de você por tanto tempo. Todos os dias depois do colégio, eu esperava por você no lado de fora assim poderíamos ir para casa juntos. A ausência realmente tornou o coração mais afetuoso e eu sabia sem sombra de dúvida que era o momento para dizer exatamente como eu me sentia. Naquele dia, esperei na chuva que você saísse da escola. Tinha meu discurso memorizado até a última sílaba.

Então você saiu e eu observei horrorizado quando David Richards colocou o braço ao redor de você e anunciou para a escola que você era sua namorada. Você me conhece…de maneira nenhuma eu poderia deixar isso acontecer. Então dei um soco nele. Deixei-o inconsciente. A expressão no seu rosto era inestimável — você ficou chocada, impressionada e perplexa tudo ao mesmo tempo. Você ficou chocada que eu tivesse finalmente admitido meus sentimentos por você. Impressionada que eu fiz isso em uma grande exposição pública. E perplexa que eu tivesse levado tanto tempo para perceber o que você sempre soube. Quando te beijei naquele dia, você me mudou de novo. Você me arruinou para qualquer outra mulher. Seu beijo, seu gosto e seu perfume doce — ninguém mais na terra poderia se comparar a você.

Então começou nossa experiência de namoro. Desafiamos as probabilidades, não foi, querida? Mostramos para todo mundo nesta cidade desinteressante que nosso amor era real e duradouro. Nenhum de nós jamais esteve em um encontro com mais ninguém. Nunca beijou outra pessoa da maneira íntima que nos beijamos. Nunca fizemos amor com outra pessoa e compartilhamos o vínculo especial que temos juntos. Mesmo depois de mais de quatro anos de namoro oficial, posso dizer com toda honestidade que não me arrependo de um minuto do tempo que passei exclusivamente com você. Quatro anos de jogos de futebol, aulas de dança, bailes júnior e sênior. Encontros de final de semana, esgueirando-me pela janela do meu quarto durante as noites de semana só para ficar com você. Fazendo planos e sonhando grande — juntos.

Às vezes olho para trás e sinto falta do nós que costumávamos ser, mesmo há pouco menos de um ano. As coisas pelas quais passamos cobraram um preço pesado de você e eu me culpo por isso. Você pode me culpar também. Posso aceitar isso e eu mereço. Mais do que qualquer coisa, eu queria ser aquele sempre a protegê-la, amá-la e sustentá-la. Nossa vida juntos deveria ser perfeita. Maravilhosa. Mágica. Linda.

Falhei com você. Falhei conosco. Sinto muito, querida. Lamento que não pude ser o homem que deveria ter sido, o homem que você precisava que eu fosse. Por causa dos meus fracassos, você está praticamente afastada da sua família, especialmente do seu pai. O estresse de tudo tem sido demais para ele e minha presença aqui somente está acentuando isso.

Nós brigamos todos os dias agora por causa de coisas sobre as quais nós normalmente ríamos. Estamos nos destruindo lentamente, pouco a pouco e temo que não sobrará nada da Heather pela qual eu me apaixonei há muito tempo. Quando ele morreu, creio que ele levou a melhor parte de nós com ele. Não posso continuar fazendo com que você passe por este inferno todos os dias, querida. Está me matando observar você morrer lentamente diante dos meus olhos. Quando olha para mim, sei que você me culpa por não ser capaz de protegê-lo como eu deveria.

Dizer tudo isso para você em uma carta é realmente uma coisa ruim para fazer, eu sei. Admito abertamente que sou um covarde quando se trata de perdê-la. Por um lado, temo que se eu contar que estou indo embora, você choraria e me pediria para ficar. E eu ficaria. Por você, não há nada que eu não faria. Por outro lado, estou petrificado que você me deixaria ir porque então eu saberia que seu amor por mim realmente morreu. Amor que tem estado vivo e crescendo desde o dia em que nos conhecemos. Isso significa que estou pegando a saída do covarde para que eu possa manter seu amor comigo.

Aparentemente também sou egoísta porque não tolero pensar em fazer isso de outra maneira. Mas não sou tão egoísta que não quero que você seja feliz. Quero que você encontre alguém que faça de você a Heather que eu conheci outrora antes que eu trouxesse tanta dor e sofrimento para a sua vida. Encontre alguém que coloque aquele brilho em seus olhos, a animação em seu caminhar e o sorriso em rosto. Dê a ele tudo de si, tudo que você possui e não esconda nada para que você possa ser inteira de novo. Coloque-me no passado, onde eu pertenço e não olhe para trás.

Saiba que você tem meu amor — todo meu amor, todo meu coração e tudo de mim. Para sempre.

Até que a morte nos separe,

Braxton Reed

Braxton colocou a carta dobrada no travesseiro vazio ao lado da cabeça da sua esposa e olhou para ela atentamente uma última vez. Ao longo dos anos, ele tinha memorizado cada linha, cada curva e sarda minúscula em seu rosto. Ele a conhecia melhor do que qualquer outra pessoa. Melhor do que os membros da sua família que fizeram tudo ao seu alcance para separá-los. Melhor do que seus amigos que tentaram convencê-la a namorar outras pessoas antes de se decidir por ele. Melhor do que seus professores que acreditavam que sabiam tudo, mas não faziam nenhuma ideia de quão profundo era o amor de Braxton e Heather.

Uma parte dele gostaria que eles tivessem ouvido, pelo menos, um dos pessimistas antes que tivessem alcançando um ponto tão baixo. Talvez se eles tivessem terminado, namorado outras pessoas ou simplesmente dado um tempo em seu relacionamento arrebatador, as tristezas que vivenciariam jamais teriam acontecido. Talvez se tivessem realmente esperando até serem adultos em vez de fingir serem adultos, tudo teria sido diferente.

Mas esta não era a maneira das coisas. Sendo jovens e tolos, eles cometeram erros e tentaram consertá-los. Ao fazê-lo, Braxton percebeu que eles somente tornaram suas asneiras ainda piores. Na sua mente, a única maneira de qualquer um deles sair vivo, era se eles fizessem algo que nunca tinham tentado antes. Eles tinham de se separar e nunca olhar para trás.

Nas semanas que antecederam este dia, Braxton conversou secretamente com um recrutador sobre suas escolhas e completou todos os passos para se alistar no Exército. No momento em que Heather acordasse naquela manhã, ele planejava já ter ido embora há muito tempo, para longe dela de modo que não pudesse machucá-la de novo.

Ele parou na porta e sua mão agarrou a maçaneta enquanto seu coração se estilhaçava em um milhão de pedaços. Dezoito anos, casados e divorciados. Ele balançou a cabeça em descrença. Como chegamos a isso?

Quando Braxton saiu pela porta do minúsculo apartamento de um quarto que eles compartilharam brevemente como marido e mulher, ele refletiu como isso era a segunda coisa mais difícil que ele já tinha feito. Ele fechou a porta atrás de si silenciosamente, certificou-se de que estivesse trancada e afastou-se da mulher que segurava seu coração nas mãos, que tinha sido sua melhor amiga desde que ele conseguia se lembrar e com quem ele falhou da pior maneira possível. Ele tentou bloquear as visões de Heather acordando e encontrando a carta no seu travesseiro ao invés de vê-lo deitado ali. Ele não queria pensar sobre sua reação quando ela lesse suas palavras, independentemente de qual fosse. A ideia dela chorando, com o coração partido e sentindo-se abandonada o magoava tanto quanto a ideia dela ficando aliviada por ele ter partido.

Enquanto o ônibus se afastava da rodoviária, ele apoiou a cabeça no encosto e fechou os olhos. Eu te amo, querida. Até que a morte nos separe.

CAPÍTULO UM

Fevereiro, Dias Atuais

Heather Reed saiu do hospital e respirou fundo antes de começar a jornada até seu carro no estacionamento sozinha. O longo plantão de doze horas transformou-se em quatorze horas graças a escassez de enfermeiras e abundância de pacientes e ela estava mais do que pronta para ir para casa. Seus pés doíam após a correria constante de um quarto para o outro o dia inteiro. A parte inferior das suas costas estava rígida de todo o tempo que ela passou em pé em um único lugar para completar seus registros. Ela estava mais exausta mentalmente do que o habitual por causa da sua carga pesada de pacientes, mas cuidar dos outros quando eles mais precisavam dela era sua paixão. Enfermagem não era apenas um trabalho que ela deixaria para trás quando deixava o hospital.

Quando encontrou sua vocação na vida há muito anos, ela soube imediatamente que não seria feliz fazendo qualquer outra coisa. Sua propensão para cuidar e seu desejo de ajudar os outros a tornam um talento na escola de enfermagem. Subindo rapidamente ao ápice da sua turma, Heather insistia em pegar os casos mais difíceis que os outros alunos evitavam. Durante seu primeiro rodízio clínico na unidade de oncologia, ela soube que havia encontrado seu nicho. O trabalho era difícil e exaustivo, mas ela sabia que seus pacientes precisavam dela mais do que a média.

Sua mente voltou à primeira vez que ela acompanhou o oncologista para dar a temida notícia que os tratamentos não estavam ajudando e era o momento de interrompê-los. Sua paciente idosa estava deitada na cama, assistindo TV como todos os dias. Ela se lembrava de pensar como tudo parecia normal, mas em uma questão de segundo, tudo mudou. O médico sentou-se na beirada da cama e conversou com a mulher como um velho amigo em vez de manter a distância clínica padrão.

No momento em que o médico terminou de dar a infeliz notícia, a paciente estava em paz com a decisão que eles haviam acordado, enquanto Heather era uma pilha de nervos. Ela ficou aos pés da cama e ouviu a conversa, admirou quão bem a paciente aceitou as más notícias e sentiu seu coração partir porque ela sabia que não demoraria muito antes que o câncer devastasse o corpo da doce senhora. O choro de Heather transformou-se em soluços abafados, apesar das suas tentativas desesperadas para permanecer profissional. Quando ela e o médico deixaram o quarto, ele a parou no corredor e perguntou se ela precisava do sedativo que ele havia preparado para a paciente, tentando infundir humor na situação.

Não importa quantas vezes ela tenha dado a notícia desde aquele dia, era sempre a mesma coisa. Ela deixava o hospital carregando o peso do fardo do seu paciente sobre os ombros. Empatia era parte do que a tornava uma enfermeira tão boa, mas também era parte do que trazia todas as lembranças de volta. Junto com a solidão debilitante. O paciente que fez com que as lembranças ressurgissem ainda não tinha recebido as más notícias, mas Heather não conseguia afastar o sentimento do que estava por vir.

Ela também não conseguia afastar a sensação de que estava sendo observada. Os pelos na parte de trás da sua nuca estavam completamente arrepiados. Ansiedade enchia sua mente e uma forte sensação de medo enchia seu peito, apertando-a por dentro como um torno. Apesar de estar cansada, ela acelerou seus passos e correu para a segurança do seu carro. Uma vez que ela estava trancada em segurança lá dentro, seus olhos examinaram o estacionamento por alguém fora do comum. Ela sabia que só porque não viu ninguém, isso não significava que ele não estivesse lá fora.

Quando saiu do estacionamento, ela virou de propósito na direção oposta a rota que normalmente pegava para ir para casa. Ela confiava no pressentimento que a advertia que estava em perigo. Por um lado, só pensar em tudo isso ameaçava desligar sua mente racional e enchê-la de medo. Por outro lado, seu lado teimoso e determinado se recusava a ser intimidado por alguém covarde o suficiente para observá-la das sombras. Sua viagem levou uma hora a mais do que o normal antes que ela chegasse em casa. Felizmente, as numerosas paradas em várias lojas, viradas inesperadas em ruas laterais e alguns retornos revelaram o carro que a seguiu continuamente.

Armada com este conhecimento, ela foi capaz de escapar da pessoa que a seguia e alcançar a segurança da sua garagem fechada. Uma vez lá dentro, ela deixou as luzes apagadas intencionalmente e observou os faróis se aproximando através da bow window na frente da sua casa. Quando as luzes do carro iluminaram a rua, ela deu um passo para o lado da janela, completamente fora de vista e manteve os olhos grudados no carro enquanto ele retornava pela rua sem saída.

A silhueta de um único ocupante era visível do seu ponto de vista e tinha características masculinas. O que você quer, sua aberração? ela sussurrou para a escuridão ao seu redor. Que diabos você está aprontando?

O carro retornava em um ritmo de lesma de onde tinha vindo originalmente antes de virar para continuar a busca na rua acima da dela. Ela estava confiante que sua localização exata não foi descoberta; contudo, não estava prestes a desistir da vantagem que tinha sobre ele. Movendo-se pelos quartos escuros, ela reuniu alguns itens que precisava e tomou banho no banheiro do corredor, onde a luz não era visível de nenhum outro lugar.

Ela pensou em dirigir seu segundo veículo já que ele obviamente conhecia seu carro principal de vista, mas decidiu contra isso. Se ele esperasse no estacionamento de novo, poderia facilmente identificá-la ao caminhar até o carro. Em vez disso vou estacionar em outro lugar, ela raciocinou consigo mesma. Sair por uma porta diferente do hospital, me mover como uma ninja, sem ser detectada, direto para o meu carro. Moleza.

Com seu plano para o dia seguinte estabelecido, ela rastejou para a cama e deu as boas-vindas ao descanso que logo se seguiria. Tão cansada quanto ela estava após o longo dia, os eventos da noite deixaram seus nervos agitados e sua mente acelerada. Ela pegou o celular da mesa de cabeceira e ligou para o primeiro número armazenado nos seus favoritos. Quando a ligação caiu no correio de voz, Heather ouviu a voz familiar com saudades antes de desligar.

Sinto tantas saudades de você, ela sussurrou.

Na manhã seguinte, Heather saiu para trabalhar mais cedo do que o normal, esperando evitar entregar sua localização exata ao ser mais rápida do que ele. No seu Land Rover azul escuro com janelas escurecidas, ela navegou pelas ruas com facilidade, dando mais voltas do que o necessário enquanto mantinha os olhos constantemente no trânsito atrás dela. Em vez de parar no estacionamento habitual, ela estacionou atrás dos consultórios médicos em frente ao hospital.

Um dos benefícios de trabalhar ali pelos últimos dez anos era que ela conhecia cada ponto de acesso para entrar. Uma vez lá dentro, ela seguiu para o andar da oncologia sem ser percebida, usando os corredores de segurança que exigiam códigos de acesso dos funcionários para entrar. Mas quando realmente alcançou sua unidade, sabia que estaria vulnerável e completamente exposta durante todo seu turno de doze horas. Com o número substancial de pacientes sob seus cuidados, ela não tinha tempo para validar cada visitante que aparecia no corredor.

Becca, preciso de um favor. Heather aproximou-se da sua enfermeira encarregada e melhor amiga na sala de descanso das enfermeiras.

Claro, querida. Você chegou aqui terrivelmente cedo esta manhã. O que você precisa?

Preciso que você fique de olho por alguém suspeito no corredor hoje. Alguém andando por aí sem realmente visitar o quarto de alguém.

Ok. Mas o que aconteceu? Por que você está tão assustada?

Alguém me seguiu até em casa a partir daqui ontem à noite. Eu o perdi antes de chegar em casa, mas o vi dirigir pelo meu bairro procurando por mim.

Estou alertando a segurança agora. Precisamos de alguém estacionado aqui até descobrirmos o que está acontecendo. Becca foi rapidamente até a mesa e chamou a segurança. Ela virou-se para Heather quando desligou o telefone. O turno deles muda junto com o nosso, então eles enviarão alguém quando a nova equipe chegar. Contudo, ainda temos cerca de quarenta e cinco minutos antes do turno mudar.

Obrigada, Becca. Vou em frente e me reunir com Renee para fazer um resumo sobre o que aconteceu com meus pacientes ontem à noite. Quanto mais cedo eu puder terminar a primeira rodada de administração de medicamentos, mais rápido eu posso sair do corredor aberto e entrar nos quartos dos meus pacientes. Com a porta fechada. Assim ninguém pode ver lá dentro.

Não se preocupe, sei onde encontrá-la se precisar, Becca riu. Você só pode se esconder de mim por um certo tempo. Se algum cara estranho aparecer procurando por você, irei cuidar dele. Temos muita merda por aqui que irá derrubá-lo de bunda no chão.

Adoro ter você como minha melhor amiga. Você é a melhor…e você é um pouco assustadora quando está zangada.

Depois que ele a perdeu na noite anterior, ele dirigiu por horas ao logo de cada rua na enorme subdivisão determinado a encontrá-la. Ele tinha de dar crédito a ela por ser uma das poucas pessoas que ele já subestimou. A missão da manhã era conseguir seu horário de trabalho para que ele pudesse rastrear melhor seus movimentos. Rastrear suas idas e vindas estava se tornando mais difícil e uma perda de tempo para ele. Ele tinha caminhado pelos corredores do hospital em mais de uma ocasião, só para confirmar que ela ainda estava no prédio. Ela havia saído em horários diferentes todos os dias em que trabalhou e em alguns dias nem apareceu.

Ele estava com raiva de si mesmo porque a noite anterior tinha sido a melhor oportunidade que ele teve de seguir a linda enfermeira de cabelo preto curto até sua casa. Seu irmão, Turan, tinha sido o gênio de computadores, capaz de descobrir qualquer coisa só com alguns cliques, mas computadores não eram seu forte. Rashad tinha uma preferência mais convencional em aprender o que o tio deles tinha para ensinar-lhes. Ele aperfeiçoou suas táticas de intimidação e praticamente erradicou qualquer tipo de sentimento, mas era sua competência com explosivos de alto rendimento que o diferenciava dos outros. Ele odiou admitir o momento de nostalgia que o atingiu quando a lembrança do seu irmão o surpreendeu. Este momento de fraqueza era perigoso.

Rashad escolheu um lugar no estacionamento e esperou que Heather aparecesse. Carros e caminhões passavam em uma corrida louca para chegar pontualmente no trabalho. Quando o fluxo do trânsito diminuiu para um gotejamento e ela ainda não tinha aparecido, ele murmurou um palavrão baixinho e abriu bruscamente a porta do carro. Ele atravessou o estacionamento rapidamente até a passarela coberta que ligava ao hospital, determinado a não ser superado por esta mulher, ou qualquer mulher, nunca mais.

Uma vez lá dentro, Rashad caminhou casualmente pelo hospital como se não tivesse nenhuma preocupação. Quando os outros sorriam ou falavam com ele, ele respondia com uma simpatia fingida para evitar levantar quaisquer alarmes ou dar motivos para alguém se lembrar dele. Quando saiu do elevador no andar dela, ele se moveu com cuidado para que seu alvo não o visse. Não que ele estivesse se escondendo dela, mas quando eles se encontrassem oficialmente pela primeira vez, ele não queria que uma centelha de reconhecimento surgisse em seus olhos.

Com a mudança recente de turno, as enfermeiras estavam muito ocupadas se preparando para a primeira rodada para verificar seus pacientes, dando a ele uma ampla oportunidade para desaparecer em segundo plano. Os pacientes estavam acordando, as luzes de chamada estavam disparando por todo o corredor e as bandejas com o café da manhã acabavam de chegar. Enquanto todo mundo corria de um quarto para o outro, Rashad entrou furtivamente na sala de descanso da enfermagem para procurar qualquer informação que ele pudesse descobrir sobre ela.

Uma parede tinha uma fileira de armários de metal cinza para as enfermeiras guardarem seus pertences, mas todos tinham fechaduras com combinação bem presos. Não havia como ele pudesse descobrir o dela, arrombá-lo e ir embora sem ser percebido. Havia um computador em uma mesa na parede oposta com uma cadeira plástica desconfortável. Ele sentou-se rapidamente e digitou em algumas teclas e a tela acendeu, solicitando uma identidade de login segura.

Malditos computadores, ele murmurou baixinho enquanto se levantava da cadeira. Ao contornar a mesa no centro da sala, a beirada de um papel se destacando debaixo de um bloco de anotações chamou sua atenção. Ele puxou o papel e sorriu para si mesmo. Obrigado por deixar uma cópia impressa do horário do andar para as próximas seis semanas.

Enquanto dobrava o papel em quatro, a porta da sala de descanso abriu e uma enfermeira parou de repente quando o viu?"

Enquanto deslizava o papel no bolso de trás, ele deu seu sorriso mais encantador antes de responder. Estou tentando encontrar a sala de descanso para a família usar. Você sabe, aquela com as máquinas de lanche, cafeteira e bebidas engarrafadas. Temo que possa estar perdido.

Posso mostrar o caminho, ela se ofereceu. Esta sala é somente para as enfermeiras usarem.

Ah, bem, isso explicaria algumas coisas, ele respondeu, derramando charme falso. Mostre o caminho.

A enfermeira virou-se e o levou de volta ao corredor principal. Pegue o próximo corredor à direita e a área de vendas estará quase na metade do corredor à esquerda. Há uma placa pendurada no teto logo acima da porta.

Muito obrigado pela sua ajuda, ele respondeu.

Sem problema, ela respondeu. Tenha um bom dia.

Rashad seguiu para a sala de descanso, aproveitando a oportunidade para procurar despreocupadamente por Heather enquanto caminhava. Como não a viu na sua passada inicial,