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Uma jornada mágica: O poder secreto do Aikido
Uma jornada mágica: O poder secreto do Aikido
Uma jornada mágica: O poder secreto do Aikido
Ebook177 pages4 hours

Uma jornada mágica: O poder secreto do Aikido

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About this ebook

O Aikido tem caminhos secretos.

Este é um livro sobre uma jornada mágica guiada pelos poderes secretos desta arte marcial, o Aikido.

Ele conta a história de um encontro, orientado por uma mensagem misteriosa trazida durante um sonho, dezoito anos antes.

No interior do Japão, onde as montanhas sagradas se debruçam sobre o oceano Pacífico, na península de Kii, a aluna recebe do mestre as respostas para as perguntas sobre o sentido da sua própria vida. Aprende como buscar na alma as respostas que a integram com outros indivíduos como seres humanos.

Os golpes e as práticas no treino do Aikido são revelados aqui no livro como ensinamentos, transmitidos também misteriosamente, para serem usados no tatame e muito além dele.
LanguagePortuguês
Publishere-galáxia
Release dateJul 22, 2019
ISBN9788584742585
Uma jornada mágica: O poder secreto do Aikido

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    Uma jornada mágica - Olga Curado

    (e-book).

    BOA NOITE, AIKIDO!


    Pouco depois das sete da noite, Telma e eu chegamos ao local da reunião. Um pequeno auditório com cadeiras comuns, de madeira, suficiente para acomodar cerca de cinquenta pessoas. Estão presentes umas vinte pessoas − homens e mulheres nos seus quarenta e poucos anos. Na grande maioria são profissionais da alma – psicólogos, terapeutas e psiquiatras. Reúnem-se ali a cada duas ou três semanas para ouvir orientações acerca de pacientes que atendem, para discutir temas que esclareçam o comportamento humano. Por duas horas perguntam e obtêm respostas e pontos de vista sobre como lidar com problemas de relacionamento, profissionais, como fazer escolhas que tenham efeitos positivos na vida de cada um. Sim, aprendi ali, naquela noite, que não há respostas para os porquês – pelo menos não respostas indiscutíveis –, os porquês são janelas para outros porquês, criando uma interminável, obscura e impenetrável sequência de indagações, até que o curioso seja lançado ao início de tudo, ficando diante do mistério, ainda com a pergunta sem resposta.

    Por que nasce o dia? Por que chega a noite? Por que nascemos, ou morremos? E na simplicidade exigente do cotidiano: por que temos sono, fome, medo...? Essas questões são debatidas por filósofos, teólogos, neurocientistas, físicos, psicólogos e médicos de todas as especialidades. E as respostas vão mudando a cada passo da ciência ou dos entendimentos dos novos profetas.

    A noite está amena. É julho em Belo Horizonte, e o friozinho espreita nessa época do ano. Eu ficaria em casa, mas Telma insiste para que eu a acompanhe. Seria uma experiência da qual não me arrependeria, ela me assegura. E quem resiste à Telma? A gargalhada sonora, alta e despudorada, o corpo amplo com os braços abertos, disponíveis para abraçar, e aquele vozeirão inconfundível convidando sempre para alguma nova aventura.

    Claro, Telma, saio mais cedo e vamos lá.

    Vivo, na ocasião, mais um dos meus desafios profissionais. Um rosário deles já havia sido desfiado. Agora em Belo Horizonte, dirigindo o jornalismo da televisão, convivo com a mal dissimulada desconfiança dos mineiros, que me recebem com um olhar de soslaio, pela minha arrogância de chegar à terra deles dando ordens à esquerda e à direita como se os de casa não soubessem como fazer. Mas, para sorte minha, deixam de fora dessa discreta rejeição um grupo amável e generoso de pessoas, entre elas, Telma, dedicando-se a fazer com que eu me sinta acolhida, em casa.

    O pequeno auditório está na penumbra. Algumas pessoas se cumprimentam efusivamente antes de procurar a melhor cadeira, próximo ao palco, um tablado à frente no qual também há duas outras cadeiras como se à espera de convidados. Telma e eu nos acomodamos minutos antes da chegada do médium. Ele entra caminhando lentamente no palco, um homem aparentando ter por volta de quarenta anos, franzino, moreno, cabelos pretos e barba por fazer. Recebe imediatamente de alguém uma cigarrilha acesa e fuma. Olhos fechados, balança o corpo para a frente e para trás por alguns segundos. Abre os olhos e olha na minha direção:

    Boa noite, Aikido!

    Telma me cutuca para que eu responda. Timidamente eu digo:

    Boa noite.

    Ele segue cumprimentando outras pessoas. Eu cochicho para Telma:

    O que é isso de que ele me chamou?

    E ela:

    Quando uma pessoa vem aqui pela primeira vez, ele dá um nome a ela.

    Sim, mas o que é isso?, insisto.

    Ele dá o nome que é aquele verdadeiro da pessoa. Quando eu vim aqui pela primeira vez, ele me chamou de Deserto. Eu não entendi, mas depois, conversando com o meu pai sobre a história da nossa família, soube que os nossos primeiros ancestrais eram filhos de tribos nômades do deserto. Eu mesma teria tido uma encarnação por lá..., diz com o olhar vago, sem acreditar ou desacreditar.

    Isso eu entendia, Telma, árabe indisfarçável, sem dúvida tinha as suas raízes plantadas nas areias desérticas do Oriente Médio. Mas o que era Aikido?

    Não sei, finalmente ela confessa, acho que é alguma luta.

    Naquela noite o médium, que incorpora uma entidade autodenominada Uou, fala sobre as pausas, nem sempre percebidas, mas que sempre acontecem para que um movimento altere a sua direção. Interessante pensar a respeito disso, se no contexto das nossas vidas, nas mudanças de rumo a nos exigirem antes de seguir, há uma parada. São essas paradas que geram o impulso necessário para que o novo movimento em outra direção aconteça, explica o médium, que fala por quase duas horas sem ser interrompido, antes de responder às perguntas do

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