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Análise química de
solo para metais pesados. In: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo.
(Org.). Tópicos em Ciência do Solo. 1 ed. Viçosa: Sociedade Brasileira
de Ciência do Solo, 2002, v. 2, p. 645-692.
1. Introdução
A presença de metais pesados nos solos pode ter origem natural - depende do material
agrícolas. Hoje, o solo é tido como um dos meios mais promissores para o descarte de
vários resíduos que têm por finalidade melhorar as condições físicas do solo e/ou fornecer
nutrientes essenciais às plantas mas, muitas vezes, apresentam altos teores em metais
pesados. Entretanto, a presença de metais pesados não é exclusividade de resíduos, uma vez
agricultura podem contê-los. Os principais metais pesados presentes no solo e nos produtos
utilizados na agricultura são o Al, Co, Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Mn, Mo, Ni, Pb, Sn e Zn. Dentre
esses, deve-se ressaltar que alguns são essenciais às plantas (Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn), às
bactérias fixadoras de nitrogênio (Co e Mo) e aos animais (Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Mo e Zn).
brasileiros. Um deles ocorreu em Caçapava (SP), onde os solos e as plantas crescidas perto
(1)
Parte retirada do capítulo Extratores químicos para análise de metais pesados.
(2)
Pesquisadora Científica, Centro de Solos e Recursos Agroambientais, Instituto Agronômico, 13001-970
Campinas (SP). Bolsistas do CNPq. caabreu@iac.br
(3)
Pesquisador Científico, Centro de Solos e Recursos Agroambientais, Instituto Agronômico, 13001-970
Campinas (SP). rsberton@iac.br
de uma fábrica produtora de lingotes de chumbo apresentavam altos teores nesse elemento
solo, prever a quantidade de metais presentes nos solos que será absorvida pelas plantas e
aumentado a cada dia devido ao aumento da aplicação ao solo de resíduos ricos em metais,
ao tempo indefinido que esses elementos podem permanecer no solo e aos seus impactos na
Métodos de avaliação capazes de levar em consideração todas essas variáveis e que ainda
sejam seguros, precisos, sensíveis, seletivos, econômicos são desejáveis. Está claro que um
teste de solo com essas características para avaliar os riscos devidos a contaminação desses
por metais pesados ainda não existe. Contudo, com os recentes avanços na instrumentação
analítica, várias técnicas têm sido desenvolvidas enfocando os diferentes metais, tipos de
análise do solo como critério diagnóstico. Uma variedade de processos são disponíveis e a
solo para análise química; tipos de análise de solo para metais; principais resultados de
em solos; além dos principais problemas relacionados com estudos visando a seleção de
Parte das variações não explicadas entre análise de solo e a as respostas das
plantas aos metais pode estar mais relacionada ao preparo e manuseio das amostras e não
químicas (Brown, 1999). Contudo, está longe de ser esclarecido como a manipulação das
Embora o preparo das amostras para a análise de metais em solos não seja assunto
Isto significa que o teor de água nas amostras pode variar de muito baixo até muito alto. A
circulação forçada de ar. A temperatura de secagem não deverá exceder 40°C, porque
Shuman, 1980).
orgânica e mineral do solo. Portanto, metais que sofrem oxirredução no solo como o Mn, o
outra que estimule a doação de elétrons conduz a uma redução das formas oxidadas dos
metais, alterando os valores extraídos do solo (Bartlett & James, 1980). Para manganês,
solo de 25°C a 120°C, ocorreu um aumento exponencial no teor desse elemento extraído
mg/kg para 200 mg/kg quando a temperatura atingiu 1200 C. Reisenauer (1988) também
temperatura de secagem das amostras. Khan & Soltanpour (1978), utilizando o extrator
DTPA pH 7,3 para extrair Fe, Mn, Zn e Cu de 24 amostras de solos com diferentes
texturas e com teores baixos nesses elementos, verificaram que o Mn foi o mais
Quadro 1. Teores de Cu, Fe, Mn e Zn, extraídos com a solução de DTPA, em amostras de
solos submetidas a diferentes tratamentos de secagem
Tratamento Cu Fe Zn Mn
mg/kg
A – seca ao ar 0,73 4,9 1,01 6,0
B- Incubada/úmida 0,45 2,1 0,49 1,9
C- Incubada/seca 0,73 5,1 0,85 4,4
(A)
amostras originais de solo – secas ao ar.
(B)
amostras de solo incubadas por sete dias sob tensão de 0,03 MPa e analisadas úmidas.
(C)
amostras de solo secas ao ar após sete dias de incubação sob tensão de 0,03 MPa.
Fonte: Khan & Soltanpour (1978)
O processo de secagem deve ser feito tão rapidamente quanto possível para
amostra de solo fique seca ao ar será determinado pela umidade inicial, textura e pelo teor
de matéria orgânica. Solos com alto teor de argila e/ou teor de matéria orgânica gastarão
um tempo maior para atingir a condição de seca ao ar do que aquelas amostras de textura
arenosa.
secas, devem ser moídas para passar em peneira com abertura de 2 mm de diâmetro. Para
esse trabalho, geralmente utilizam-se moinhos tipo martelo que apresentam bom
Quanto ao tipo de peneiras é muito comum o uso daquela feita de aço inoxidável.
Entretanto, Thompson & Bauleston (1970) mostraram que houve contaminação das
amostras com B, Co, Fe, Mn, Ni e Zn pelo uso de peneiras de aço inoxidável e com B, Co,
Fe, Mn, Ni, Zn, Cu e Sn utilizando peneiras de latão. Não houve contaminação quando a
preparo utilizam-se grandes quantidades de terra (500 g). Além de ser demorado, a força
ou a abrasão poderá ser insuficiente para quebrar partículas individuais de areia, silte ou
argila. Por outro lado, para algumas análises há necessidade que a amostra de solo seja
massas pequenas (0,5 g). Neste caso é necessário que a amostra seja passada em almofariz
procedimento poderá ser feito após a moagem da amostra em moinhos tipo martelo.
Existe muita discussão e pouca pesquisa com relação ao uso volume x massa de
solo para medir as amostras de solo (Mehlich, 1972 e 1973; Lierop, 1989; Abreu et al.,
1997a). Não é objetivo deste capítulo discorrer sobre as vantagens e desvantagens do uso
volume é feita usando um “cachimbo” e o volume é acertado com auxílio de uma espátula
Não existem dúvidas que as amostras de solo após secas e peneiradas apresentam
diferenças são maiores em amostras de solo com alto teor de matéria orgânica ou em solos
orgânicos. O uso da massa ou volume irá afetar diretamente a interpretação dos teores de
armazenadas por um período médio de 3 meses. Esse período tem sido suficiente para
permitir a repetição da análise caso exista uma solicitação do interessado ou haja dúvida do
resultado. A re-análise deve ser feita o mais rápido possível, para minimizar o efeito de
determinações.
Estudos mostram que, dentre os metais, o manganês é um dos mais influenciados
pela armazenagem da amostra, mesmo esta estando seca. Pavan & Miyazawa (1984)
Nitossolo Vermelho (antiga terra roxa). Nesse solo, o teor de manganês em amostras secas
ao ar, extraído com acetato de amônio a pH 7,0, foi de 10 mg/kg no tempo inicial e de 63
mg/kg após 6 meses de armazenamento. O principal fator que causou aumento na liberação
do Mn foi a matéria orgânica. Entretanto, os autores ressaltaram que os solos com altos
teores de matéria orgânica também possuíam maiores quantidades de óxidos totais de Mn,
tem sido utilizada para definir a proporção do metal associado a cada componente da fase
sólida. Essa análise tem sido usada, principalmente, para estudar as mudanças das formas
dos metais nos diferentes “pools” ou frações dos solos em função do seu manejo (Yong et
al, 1993; Robison et al., 1999; Walter & Cuevas, 1999; Peters, 1999). A seqüência de
extração geralmente começa do menor para o mais agressivo reagente, da menor para a
mais alta temperatura e agitação. A seguir, serão descritas as frações que são comumente
tempos e modos de agitação. Quando, de antemão, é sabido que o solo apresenta baixas
Por outro lado, quando o solo apresenta teores elevados de um determinado metal
trabalho de Sims and Patrick (1978). Esses autores separaram os metais solúveis em água
3. 1. 2. Fração trocável
dificultando a determinação dos metais por técnicas instrumentais comuns. Hoje, com a
introdução de novas técnicas instrumentais o uso dessas soluções tornou-se mais rotineiro.
Diversas soluções salinas, tamponadas ou não a vários valores de pH, são utilizadas
para extração de metais dos pontos de troca iônica do solo. Os cátions mais comumente
concentração de 1 mol/L. Íons divalentes geralmente têm maior força de deslocamento que
frações. Por outro lado, o cloreto é um ânion complexante mais forte que o NO3- e por esta
razão, sais de nitrato muitas vezes têm sido preferidos. O acetato é muito usado com a
solução a pH 7,0, mas Lakanen (1962) citado por Shuman (1991) preferiu usá-la a pH 4,65
para estimar o trocável e o prontamente disponível. Abaixando o pH, sem dúvida, haverá
uma maior liberação de metais, contudo esses poderão vir de outros sítios quando as argilas
são hidrolizadas. Alguns autores criticaram o uso da acetato para quantificar as formas
trocáveis uma vez que ele também dissolve os carbonatos (Robbins et al. (1984) citados por
3. 1. 3. Fração sorvida
Muitos dos metais adsorvidos nos colóides dos solos ocorrem em sítios trocáveis
específicos, que não são trocáveis com extratores salinos. Alguns pesquisadores preferem
dessa fração pode ser empregado o ácido acético 2,5%, que foi utilizado por Mc Laren &
recomendado para quantificação de outros metais. Por outro lado, Stover et al (1976)
utilizou o KF a pH 6,5 para remover os metais de sítios específicos dos óxidos ou argilo
minerais.
3. 1. 4. Fração orgânica
Bascomb (1968) foi um dos primeiros a sugerir o uso de K4P2O7 para extração de
orgânica, causando a sua dispersão. Conforme Chao, (1984) o pirofosfato não dissolve
sulfetos e nem quantidades siginificantes de óxido de Fe. Contudo, a principal crítica ao uso
desse reagente é que ele solubiliza toda ou parte dos óxidos de Fe amorfos (Shuman, 1982).
Miller et al. ( 1986) reconheceram que pirofosfato solibilizou óxidos e que a hidroxilamina
(hydrochloride) hidrocloride (NH2OH. HCl) não o fez. Eles recomendaram colocar o
Outro reagente bastante usado para quantificar os metais ligados a fração orgânica
diversas desvantagens: extrai metais da fração óxido de Mn; dissolve alguns sulfetos
presentes; pode formar oxalatos, que ataca óxidos de Fe. Alguns desses problemas poderão
ser sanados mudando a seqüência de extração - colocando o peróxido após a extração dos
9,5 foi mais efetivo que H2O2 para extrair metais ligados a fração orgânica com menor
orgânica. Conforme Grimme & Wiechman (1969) citados por Shuman (1991) a adição de
Shuman (1983) adicionou DTPA ao NaOCl para quelatar os metais liberados, mas
3. 1. 5. Fração oxídica
que reduza o Mn, mas não o Fe. Os reagentes mais utilizados são a hidroquinona e a
hidroxilamina. Dion et al. (1974) sugeriu o uso da hidroxilamina por esta solubilizar mais
HCl 0,25 mol/L a 50 C por 30 minutos em agitador em banho (Chao & Zhou, 1983).
Existe uma grande variação nos métodos usados pra a determinação dos metais
ligados a fração de óxidos cristalinos. O mais conhecido é o de Mehra & Jackson (1960)
CBD após a extração dos metais associados aos óxidos de Mn e Fe amorfo. O grande
problema deste método é que o ditionito está freqüentemente contaminado com Zn,
necessitando de purificação. Outra ressalva é que o método pode precipitar metal sulfetos.
O CDB tem sido usado também como um extrator geral para óxidos dissolvendo os óxidos
dos metais ligados aos óxidos (sem discriminá-los), pode-se usar a hidroxilamina 1 mol/L
com 2,5% ácido acético recomendada por Chester & Hughes (1967). Robbins et al. ( 1984)
pH 5,0 para prevenir um ataque nos silicatos, que ocorre a baixo pH ácido acético.
Essa fração está mais presente em solos alcalinos que apresentam carbonato de
cálcio e ou magnésio, que podem adsover ocluir metal. Para determinação dos metais
associados a essa fração são usados ácidos que dissolvem os carbonatos (Garcia Delgado et
al., 1996). Entretanto, deve-se ter o cuidado de não usar ácidos muito fortes que poderão
também atacar os silicatos. Alguns reagentes são sugeridos: NaOAc mol/L pH 5,0 com
HOAc dissolve calcita e dolomita, sem atacar silicatos; EDTA, que solubiliza em torno de
3. 1. 7. Fração residual
digestão com HF, HNO3, HCl, ou HClO4 em recipientes de plásticos resistentes ou teflon
amostra. Usando digestão com 90% HNO3 e HCl 10%, Sinex et al. (1980) encontram
sedimentos estuarine.
Fracionamento
cuidados que deverão ter na comparação e interpretação dos resultados obtidos. Obter
números é muito fácil, mas saber interpretá-los de maneira correta e científica nem sempre
é possível. Conforme mencionado por Tack & Verloo (1996) a distribuição dos metais
quando determinada por meio da extração seqüencial não necessariamente reflete sua
associação com a fase discreta do solo, mas é definida em função do método de extração
foram desenvolvidos para solos da região temperada, cujos atributos diferem bastante dos
de sua concentração no solo. Por exemplo: em solos muito ácidos não haverá necessidade
refere-se a seletividade do reagente para determinada fração (Luo & Christie, 1998). É
prática escolhe o reagente que possibilita a maior seletividade. Por exemplo Guy et
al.(1978) verificaram que H2O2 não foi capaz de liberar todo o Cu da fração orgânica e que
quando usados em seqüência com outros regentes (Rudd et al. 1988). Benitez & Dubois
reagente usado em cada fase, mas também da ordem em que eles foram utilizados.
do metal após a sua liberação da fração de interesse. Rendell et al (1980) encontraram que
os metais em solos não contaminados foram adsorvidos após a extração usando diferentes
fracionamento e superestima nos passos finais. Bunzl et al. (1999), estudando os processos
alguns metais liberados durante a extração com dth hidroxilamina ácid ou peróxido de
autores, ainda, comentam que esses metais poderão ser encontrados nas subseqüentes
mesmo reagente, para diminuir o efeito da readsorção. Peters (1999) verificou que a
estágio de extração enquanto que para o Pb foram necessárias duas. Gommy et al. (1998),
verificaram que somente após uma hora de extração um equilíbrio foi atingido entre o metal
extraído e o readsorvido.
Conforme Sequi & Aringhieri (1977) os metais podem precipitar como hidróxidos em
pirofosfato. Hoffman & Fletcher (1981) usou lavagem com ácido seguindo pela extração
com NaOCl a alto pH para redissolver hidróxidos precipitados. Entretanto, Dong et al.
(1985) comentam que o uso de lavagem entre as extrações para eliminar o excesso de
volume de solo mais a quantidade do metal ligado à superfície por unidade de volume de
solo que está em rápido equilíbrio com o metal dissolvido (Corey, 1990). Então, um íon
lábil é um íon em solução do solo ou na fase sólida que pode trocar com um íon de mesma
água ou reagentes químicos procura-se determinar aquela porção de cada metal no solo que,
Em geral, são usados dois princípios para medir a disponibilidade de elementos para
usadas para o cálculo da atividade iônica (fator intensidade), considerada a real medida da
disponibilidade do elemento para as plantas (Sposito, 1984). Diversos métodos têm sido
miscíveis e imiscíveis, centrifugação, extração por pressão ou vácuo das amostras de solo
desvantagens, mas a maior dificuldade está em obter uma solução representativa, sem
Em vários trabalhos tem sido demonstrado que a absorção de nutrientes pelas plantas
e a toxicidade de muitos metais apresentam grande dependência na especiação aquosa do
metal, e que as respostas, na maioria dos casos, correlacionam-se melhor com a atividade
do metal livre em solução (Parker et al., 1995).
O termo especiação, em geral, é empregado para indicar a distribuição dos
elementos entre suas várias formas químicas e físicas e possíveis estados de oxidação.
A preferência das plantas em absorver cátions livres em solução dá-se pelo fato das
células das raízes possuírem um potencial negativo ao longo da membrana celular que
favorece a absorção de espécies catiônicas. Por outro lado, cátions complexados têm suas
cargas positivas reduzidas, neutralizadas ou mesmo podem apresentar carga negativa. Os
complexos formados apresentam um tamanho maior e as ligações formadas tendem a
impedir os cátions de participar de outras reações, como a ligações em sítios reativos da
superfície das membranas.
Com relação à absorção de ânions, aqueles que exibem comportamento de ácido ou
base fracos têm mostrado ser dependentes do pH e do efeito deste na especiação. O
potencial negativo interno das células das raízes força que a entrada de ânions seja um
transporte “morro acima” e, dessa forma, qualquer redução na carga negativa do ânion
diminui a barreira de energia potencial para sua entrada na célula. Como exemplo, pode-se
citar a preferência da planta em absorver H2PO41- em relação ao HPO42- e do H3BO30 em
relação ao B(OH)41-. Ainda não foi demonstrado que a formação de complexos entre ânions
com outros metais influencie a disponibilidade ou a absorção de ligantes pela planta.
Provavelmente, isso se deva a baixa estabilidade dos complexos e pares iônicos formados
pelos ânions essenciais às plantas. Assim, qualquer efeito proporcionado pela complexação
deve ser de curta duração e, dessa forma, difícil de se medir experimentalmente (Parker &
Pedler, 1997).
4.1.1. Conceito fundamental da atividade iônica livre - FIAM
Em recente revisão realizada por Campbell (1995), foi demonstrado que o modelo
de atividade iônica livre (FIAM) pode ser formulado sobre as seguintes reações hipotéticas
de equilíbrio.
KML
n+
M +L ML (1)
Daí, pode-se formular o conceito fundamental do FIAM. Pelo fato de [-X] não
variar, pode-se prever que a resposta da planta é diretamente proporcional à concentração
do metal de interesse na solução, [Mn+], a qual, por sua vez, é também governada apenas
pela força de ligação e concentração do ligante. Essas premissas básicas têm sido, algumas
vezes, menosprezadas, especialmente para estudos com plantas. Elas pressupõem que a
correlação empírica com o FIAM pode vir a depender das condições experimentais, como
por exemplo, ao se fazer a especiação do metal, a superfície da célula é insignificante
apenas quando o volume da solução que banha as raízes for infinitamente maior do que a
biomassa formada pelas células das raízes.
Outra consideração importante, feita por Campbell (1995), é que a conformidade
com o FIAM não prevê a ligação de espécies livres à superfície das células, quando estas se
originam da dissociação de um complexo:
ML + -X M-X + L (9)
Com relação ao cobre adicionado a um solo de textura média sob forma de sal e via
lodo de esgoto com diferentes concentrações no elemento, Minnich & McBride (1987)
correlacionaram: a) a atividade em solução da espécie Cu2+, determinada pelo método do
eletrodo seletivo para cobre (ISE) e por diálise; b) o cobre total presente na pasta de
saturação; e c) a quantidade extraída pelo DTPA com a concentração de cobre nas raízes,
na parte aérea e total absorvida por plântulas de feijoeiro (Tabela 4). Os resultados
mostraram melhor correlação entre a atividade do Cu2+ em solução com a concentração
desse elemento na parte aérea e total (parte aérea+raízes) na planta. Porém, os altos
coeficientes de correlação obtidos entre quantidades de cobre removidas por DTPA e cobre
presente na parte aérea das plantas, fizeram com que os autores recomendassem a utilização
desse extrator para previsão da disponibilidade do cobre às plantas por ser mais fácil e
também por considerar outros fatores além da intensidade do elemento em solução.
composição dois os mais reagentes representantes das categorias anteriores. Para facilidade
quantidade de metais pesados extraídos do solo por essas soluções irá depender da
nas condições de extração levam a diferenças nas quantidades extraídas de metais pesados
4.2.1 Água
O metal extraído pela água dá uma idéia direta da concentração deste na solução do
solo. A sua quantificação é feita agitando-se a amostra de solo com água destilada ou
deionizada. Esse método é viável, quando sabe-se de antemão, que o solo apresenta teores
tem baixa concentração do metal na solução do solo, os resultados não são animadores,
& Camargo, 1983). Nestes casos problemas na determinação analítica são comumente
em solos por causa da sua baixa capacidade de extração, dificultando a determinação dos
metais por técnicas instrumentais comuns. Hoje, com a introdução de novas técnicas
Diversas soluções salinas, tamponadas ou não a vários valores de pH, são utilizadas
para extração de metais. Essas soluções extraem preferencialmente os metais dos pontos de
troca iônica do solo. Uma das soluções mais empregada é o acetato de amônio que extrai o
Mn (Pavan & Miyazawa, 1984; Abreu et al., 1994a), Ni (Misra & Pande, 1974), Cd e Pb
(John et al., 1972). Outras soluções, como nitrato de amônio, nitrato de cálcio cloreto de
que torna difícil a comparação entre elas. Muitas vezes, utilizam-se tais soluções porque já
para as plantas, uma vez que o Cd extraído do solo pelas soluções salinas têm apresentado
apresentados por Krishnamurti et al. (2000) usando o cloreto de amônio, Oliver et al.
(1999) com cloreto de cálcio e nitrato de cálcio, Gray et al. (1999) e Lombi et al. (1998)
metais quelatados que acumula na solução do solo é função da atividade do íon metal livre
matéria orgânica pelo íon. Os quelantes são usados com o objetivo de extrair maiores
quantidades dos teores lábeis dos micronutrientes, porém sem dissolver as formas não
lábeis.
O método proposto por Lindsay & Norvell (1978) empregando-se o DTPA, pH 7,3 é
o mais difundido. A adição de CaCl2 0,01M e de trietanolamina foi proposta por esses
floculação das partículas coloidais do solo. O método foi originalmente desenvolvido para
solos calcários do sudoeste dos Estados Unidos e para identificar solos deficientes em Cu,
Fe, Mn e Zn. Seu uso foi ampliado, com relativo sucesso, para solos com má drenagem
e/ou contaminados com metais, condições essas bem diferentes daquelas preconizadas para
Chama a atenção que em solos com altas concentrações de metais, a extração desses
pode ser limitada pela saturação do DTPA 0,005 mol/L. Teoricamente, um máximo de 10
nmol/kg de todos os metais poderá ser extraída. Norvell (1984) sugeriu o uso do extrator
extraída de metal, o uso do pH 7,3 da solução poderá ser empregado para solos ácidos e
originou o método AB-DTPA, desenvolvido por Soltanpour & Schwab (1977) para extrair
extração libera CO2(g) o que causa um aumento no pH, podendo atingir valores próximos a
8,5. As concentrações de NH4+ e HCO3- são similares àquelas usadas tradicionalmente para
extrair K+ e PO43-. Este método tem sido usado também para Pb, Cd, Ni, Se, As, B, Mo e
dos diversos elementos em solos com problemas de toxicidade foi revisada por Soltanpour,
solos que receberam adição desse elemento (Barbarick & Workman, 1987).
Há mais de 40 anos, o EDTA 0,05 mol/L foi sugerido como extrator de metais em
solos (Viro, 1955) e, desde então, continua sendo usado nos estudos de seleção de
extratores para avaliar a disponibilidade de Cd (Pandeya et al., 1998; Gray et al., 1999;
Oliver et al., 1999), Cu e Zn (Miner et al., 1997) e Pb (Elkhatib et al., 1993; Alafifi, 1994),
embora a tendência seja a sua substituição pelo DTPA. Clayton & Tiller (1979) comentam
que a concentração do EDTA de 0,05 mol/L é baixa para extrair os metais de solos
ácidos fortes têm sido evitadas porque geralmente extraem metais não lábeis da fase sólida.
As soluções diluídas de ácidos fortes removem os metais da solução do solo, dos sítios de
As soluções ácidas mais testadas para extração de metais são a de ácido clorídrico e a
de Mehlich-1. Por causa das muitas variações nos procedimentos originais desses métodos,
entre trabalhos podem não ser comparáveis. O método empregando HCl 0,1 mol/L foi
Quanto a relação solo:solução as mais comuns são a 1:10, método original, e a 1:4 (Council
on Soil Plant Test Analysis, 1980). O método Mehlich-1 (HCl 0,05 mol/L + H2SO4 0,0125
mol/L) foi desenvolvido para extração de P (Mehlich, 1953) sendo o seu uso estendido para
os cátions trocáveis de solos ácidos. Chama atenção que são utilizadas duas relações
solo:solução – 1:4, método original, e 1:10, comumente empregada no Brasil (Galrão &
Sousa, 1985). Esse método tem sido aplicável a extração de metais pesados do solos, com
relativo sucesso (Korcak & Fanning, 1978). Apesar do método de Mehlich-3 ser uma
mistura de ácidos, sais e quelante ele será incluído neste grupo. O método de Mehlich-3
(CH3COOH 0,2 mol/L + NH4NO3 0,25 mol/L + NH4F 0,015 mol/L + HNO3 0,013 mol/L +
EDTA 0,001 mol/L) foi desenvolvido para avaliar a disponibilidade de K, Mg, Ca, Mn, Fe,
Cu, Zn, B e P de solos ácidos do sudoeste dos Estados Unidos (Mehlich, 1984). O uso de
determinação colorimétrica do P e foi substituído pelo EDTA para complexar Cu, Fe, Mn e
Zn. Atualmente, esse método tem sido muito empregado para avaliar a disponibilidade de
Alguns metais no solo são fortemente ligados aos óxidos de Al, Fe e Mn e agentes
redutores poderão ser utilizados para solubilizar esses minerais e liberar os metais
mudanças de pH. Esses autores obtiveram um coeficiente de correlação de 0,86 entre Mn-
para determinar se a metodologia usada foi apropriada e a qual a sua relevância prática e,
extrator conforme McLaughlin et al. (2000) deverá: (a) ser relativamente simples, de baixo
custo e robusto; (b) ser calibrado sobre condições de campo em diferentes tipos de solos;
concentrações dos metais nas culturas; (d) ser preditivo – além de avaliar a disponibilidade
cultura. Por exemplo: determinações dos metais no solo antes do plantio da cultura
extrator que atenda todos esses critérios é o ideal, mas nem sempre possível.
comum consiste em cultivar uma planta em vaso contendo diferentes tipos de solo, com
teores variados do elemento em estudo. Todas as parcelas recebem uma adubação básica
equilibrada para que não haja deficiência e nem toxicidade, exceto no que se refere ao
pela planta.
solos com atributos físicos e químicos diferentes e que apresentem teores variados dos
metais pesados a serem estudados. Para os metais potencialmente tóxicos, Cd, Cr, Pb, Hg e
Sn as amostras de solos utilizadas, geralmente, estão com teores bem abaixo da faixa de
teores médios a altos, faixa de maior interesse. Chama à atenção que quando o objetivo é
solos contaminados torna-se fundamental ter na experimentação solos com teor elevado no
elemento em questão, seja pela presença natural do elemento no solo ou pela adição de
(1994) mostra respostas diferenciadas dos extratores (KNO3, NH4OAc, DTPA, EDTA e
esse elemento. Dentre os extratores testados, o HNO3 foi mais efetivo para avaliar a
disponibilidade de Pb em solos que não receberam esse elemento, enquanto que o EDTA
foi um dos mais eficientes para amostras de solos que receberam 200 e 400 mg/kg de Pb na
forma de Pb(NO3)2.
extratores diz respeito ao vegetal que será utilizado no estabelecimento das correlações. O
espécies de vegetais crescidas em dois tipos de solos que receberam diferentes fontes de Ni.
sensibilidade a Ni. O feijão, rabanete e milheto foram as mais sensíveis, enquanto que o
centeio, embora tenha absorvido altas quantidades de Ni, não mostrou sintomas de
toxicidade. Logan & Chaney (1984) mostraram que concentrações relativamente altas de
Zn, Cu, Ni e Cd em solos que receberam lodo de esgoto foram mais tóxicas para acelga,
alface, cenoura, beterraba, nabo e amendoim do que para o milho, sorgo e Bonus sp. Alloy
(1995) menciona a tolerância de algumas espécies aos metais pesados (Quadro 2).
Além da espécie, a escolha do estádio de crescimento em que a planta será cortada e,
resultados. Certos elementos são mais absorvidos pela planta em um determinado estádio.
Trabalhos com esse enfoque são escassos para os metais pesados, contudo algumas
químicos.
para que o extrator seja eficiente ele deverá detectar a alteração na disponibilidade do
elemento em função desses fatores. Muitos pesquisadores têm tentado melhorar a relação
entre absorção do metal pela planta e análise de solo incluindo outras variáveis no modelo,
análise de solo, pode ter efeito positivo ou negativo. Davies (1992) verificou que o pH
absorção do metal aumentou por unidade de Zn extraído pelo NH4NO3 1 mol/L). Quando
esses autores utilizaram como variável o Zn total do solo o termo pH foi negativo (quando
pelas plantas e a sua inclusão nos modelos tem melhorado a predição da disponibilidade de
metais às plantas. Garret et al. (1998) mostraram que a relação entre concentrações de Cd
em grãos de trigo e Cd extraído por Na4P2O7 0,1 mol/L poderá ser significantemente
Serão enfocados neste item os trabalhos sobre métodos de análise de solo conduzidos
em solos com altos teores de metais, seja pela sua condição natural ou pela ação
antropogênica. Sempre que possível, os exemplos serão ilustrados com dados de pesquisa
Concentrações fitotóxicas de cobre e zinco nos solos são mais prováveis em locais
que receberam resíduos com alta concentração de Cu e Zn como lodo de esgoto, resíduos
Zn para as plantas crescidas em solos com teores baixos a médios de Cu em diferentes tipos
de solos (Abreu et al., 1997b). Entretanto, para a situação de excesso, existe pouca
exceções, nenhuma proposta de alteração nos métodos foi sugerida para adaptá-los às
expressam a real situação da pesquisa visando à seleção de métodos químicos para avaliar a
disponibilidade de Cu em solos com teores elevados nesse elemento (Quadro 3). Algumas
disso, não há como concluir qual dos extratores seria o melhor, uma vez que quando os
coeficientes de correlação são significativos os seus valores são muito próximos uns dos
outros.
Pesquisas conduzidas por Lombi et al. (1998) mostraram que tanto o acetato de
amônio como a resina quelante (Chelex 100) foram eficientes em avaliar a disponibilidade
de Cu para girassol, sendo este último ligeiramente superior. Hooda et al. (1997)
Cu do solo, extraído por DTPA, EDTA, NH4NO3 e CaCl2, em 13 locais que receberam lodo
Cu em mudas de cafeeiro, concluíram que os extratores DTPA (r= 0,97) e HCl (r=0,96)
apresentaram as melhores correlações com os teores de Cu nas raízes, parte da planta mais
sensível a toxicidade. Por outro lado, Faust & Christians (1999) verificaram que o AB-
palustris crescidas em areia. Singh et al. (1996) também observaram que os extratores
Cu disponível para centeio. Tambasco et al. (2000) mostraram em seu trabalho que
processos mais sofisticados usados na especiação eletroquímica da solução do solo e o uso
(NH4NO3) para solos com pH ácido (4,5-5,1) e de 0,69 (AB-DTPA) e 0,60 (NH4NO3) para
ainda que não houve diferença na quantidade de Cu extraída pelos dois métodos em função
do tempo da amostragem do solo (antes e após a colheita). Miner et al. (1997), estudando a
eficiência dos extratores DTPA, Mehlich-3 e EDTA, verificaram que a inclusão do pH nos
respectivamente, de: 0,54; 0,70 e 0,54 para M-3, DTPA e EDTA quando a cultura teste foi
A parte da planta a ser amostrada bem como a época de coleta da amostra vegetal
para a análise de Cu são pontos importantes nos estudos de seleção de métodos químicos.
Para a cultura do milho, as melhores correlações entre Cu-solo (HCl, DTPA, EDTA pH
4,65, EDTA pH 8,6 e AB-DTPA) foram obtidas com as folhas. Não houve correlação
significativa com o teor de Cu nos grãos para todos os extratores estudados (Roca &
Pomares, 1991). Resultados semelhantes foram encontrados com a cultura da batata.
Quando a parte amostrada foi as folhas todos os extratores foram eficientes em avaliar a
disponibilidade de Cu, com exceção do HCl. Por outro lado, os extratores foram
ineficientes quando o tubérculo foi amostrado (Roca & Pomares, 1991). A coleta das
correlações entre Cu-planta e Cu-solo para todos os métodos testados (DTPA, Mehlich-1,
Mehlich-3, EDTA, DTPA pH 7,3, HCl 0,1, NH4NO3, NH4OAc desenvolvidos para avaliar
foram ligeiramente superiores aos obtidos para o Cu (Quadro 3), o que indica maior
solos contaminados. Ainda, observa-se que para uma mesma situação os extratores
Além dos extratores mencionados no quadro 3 , vários outros sais foram testados. O
CaCl2 foi testado com sucesso (r>0,95) para avaliar a disponibilidade de Zn para o milho
(Smilde et al. 1992). Davis et al. (1995) usaram, além do Mehlich-1, Mehlich-3 e DTPA, o
melhor correlacionada com o Zn extraído por sais diluídos tais como KCl, CaCl2 e NH4Cl,
predizer o Zn-folha houve considerável aumento nos valores de R2. Da mesma forma, Watt
et al. (1994), usando o NaNO3, concluíram que era necessário incluir o valor de pH na
equação de previsão do Zn disponível para sorgo crescidas tanto em solos com pH baixo
(4,8-5,4) como alto (6,4-7,4). Lombi et al. (1998) observaram que tanto o acetato de
neutros também foi mostrada no trabalho de Brown et al. (1994). Esses autores observaram
neutros.
resíduos aplicados ao solo, pouca atenção foi dada na avaliação de suas disponibilidades
elementos; e a facilidade com que esses elementos reagem com o solo tornando-os não
disponíveis às plantas.
Os resultados que serão mostrados aqui foram conduzidos em solos brasileiros que
parte do Mn absorvido pelas plantas encontra-se na forma trocável, ligado aos sítios de
direto e rápido com a solução do solo, podendo ser permutado com outros cátions em
entre Mn-solo e Mn-planta de 0,78 (NH4OAc), 0,48 (DTPA) e 0,39 (EDTA). Abreu et al.
(1994b) constataram que a solução de cloreto de cálcio estava entre os métodos que melhor
da reação do solo. Pavan & Miyazawa (1984) verificaram que os teores de Mn extraídos
parecido, os valores de correlação são muito próximos, o que impede uma definição
observa-se que existe uma tendência do DTPA ser uma boa opção. Abreu et al. (1996)
concluíram que o extrator DTPA 7,3 foi mais eficiente em relação ao Mehlich-1 para
no solo foram modificados pela adição de sulfato de Mn, o desempenho do DTPA (r=0,72)
verificados por Abreu et al. (1994a), aplicando doses crescentes de cloreto de manganês
(grau analítico) em dez amostras de solo do Estado de São Paulo. Esses autores
utilizaram o DTPA e de 0,71 para o Mehlich-1. Defelipo et al. (1991), testando o Mehlich-1
latossolo vermelho distrófico (LVe) que receberam lodo de esgoto proveniente de uma
indústria siderúrgica.
problemas relacionados à toxicidade são mais comuns de que aqueles com deficiência. As
assim, as soluções extratoras mais comumente empregadas são as Mehlich-1, DTPA e HCl.
Dentre os poucos trabalhos visando a seleção de extratores de Fe cita o de Amaral
Sobrinho et al. (1993) e o de Defelipo et al. (1991). Os primeiros autores verificaram uma
Fe. O coeficiente de correlação foi de -0,92 (Mehlich-1) e de 0,65 (DTPA) usando como
planta teste o sorgo crescido em um latossolo amarelo (LA) que recebeu resíduo
formas pouco solúveis, e que, possivelmente, a planta não tenha capacidade de absorvê-las.
coeficiente de correlação de 0,98 (LAd) e 0,96 (LVed) quando a planta teste foi o sorgo
crescido em solos que receberam lodo de esgoto proveniente de uma indústria siderúrgica.
capacidade de extração de Fe pelas soluções de CaCl2 0,01 mol/L, DTPA 5,3, Mehlich-1
BR, Mehlich-1 USA e Mehlich-3 com a solução de DTPA pH 7,3. A solução de CaCl2
extraiu pequenas quantidades de Fe. A amplitude de variação foi de 0,1 a 6,1 mg/dm3 e a
maior parte dos valores estiveram entre 0,1 a 0,5 mg/dm3. Atente-se que esse baixos valores
foram obtidos em amostras de solos com teores elevados de Fe extraídos pelo DTPA pH
7,3, método referência. Dentre os métodos testados, o DTPA pH 5,3 foi o que apresentou
maior semelhança com o DTPA pH 7,3 (r=0,96) e os extratores Mehlich-1 e CaCl2 as mais
Nos solos o cádmio total geralmente é encontrado com teores abaixo de 1 mg/kg
(Mattigod & Page, 1983) e o níquel e chumbo na faixa de 10 a 100 mg/kg, com exceção de
solos derivados de serpentina, ultrabásicos. Para amostras de solos não cultivados do
Estado de São Paulo, Rovers et al. (1983) verificaram que os teores de Ni extraídos pelo
DTPA foram muito baixos: < 0,5 a 1,4 mg/kg , sendo que teores < 0,5 mg/kg foram
salinas para avaliar o Cd disponível tornou-se mais freqüente, com resultados bastante
testados (CaCl2, Na-EDTA, DTPA, NH4NO3, EDTA-AAAC, NH4Cl) terem sido eficientes
maior correlação entre Cd-solo e Cd-planta (r=0,93). Incluindo algumas variáveis como Fe
coeficiente de determinação passou para 0,99. Conforme Oliver et al. (1999) os métodos
valores dos coeficientes de correlação entre Cd-grão e Cd- CaCl2 e Ca(NO3)2 foram
maiores que 0,77. Krishnamurti et al. (1995) também verificaram que o NH4Cl foi o melhor
avaliador da disponibilidade de Cd, dentre os diversos métodos testados (AB-DTPA, CaCl2,
NH4NO3 , NH4Cl e NH4OAc). Resultados semelhantes foram encontrados por Balik et al.
(1998) que verificaram alta relação entre o Cd-CaCl2 com a concentração de Cd nas plantas
de (papoula, milho, cevada, aveia). As soluções salinas CaCl2, Ca(NO3)2 , NH4Cl e NH4OAc
diferentes espécies de plantas (trevo, alface, trigo, cenoura e Lolium sp) crescidas em solos
com pH variando de 5,5 a 7,0 (Gray et al, 1999). Eficiência da solução salina (NH4OAc)
em avaliar a disponibilidade de Cd para Lolium sp foi observada por Singh et al. (1996).
Pode-se dizer que o sucesso das soluções salinas está relacionado com a forma de Cd
extraída por essas soluções – preferencialmente a trocável. De acordo com Pandeya et al.
(1998) as formas solúvel em água + trocável são umas das mais importantes na
encontrada para o metal Zn. Confirma-se, em algumas situações, uma relação de ótima a
inexistência da relação entre essas duas variáveis. Portanto, não é possível escolher de
solos e culturas.
também mostram a mesma tendência. Misra & Pande (1974), utilizando 32 solos alcalinos
para avaliar diversos extratores, obtiveram a seguinte ordem decrescente dos coeficientes
de correlação entre Ni-solo e Ni-sorgo: EDTA(-0,24) < K2P207 (-0,14) < ácido cítrico
(0,13) < H2SO4 (O,40) < HNO3 (0,41) < NH4OAc (0,57) < ácido acético (0,71) < HCl
(0,74). Sauerbeck & Hein (1991) encontraram a seguinte ordem decrescente de correlação
entre Ni-solo e Ni-raiz de cenoura: EDTA (0,37) < DTPA = DTPA+TEA = NH4NO3
(0,50) < NH4OAc = CuCl2 (0,60) < NaNO3 ( 0,98) < CaCl2 = KCl (0,99). Lombi et al.
(1998) verificaram que tanto o NH4OAc como a resina quelante foram eficientes em avaliar
de correlação entre Ni-solo e Ni-acelga de 0,05 até 0,64 para nove extratores testados. Para
os métodos EDTA e EDTA, por exemplo, o valor da correlação entre Ni-solo e Ni-planta
foi de aproximadamente 0,41. A inclusão de outras variáveis tais como pH, matéria
os coeficientes de determinação.
Para solos do Brasil, a maioria dos trabalhos mostra boa correlação entre Ni-solo e
Ni-planta, usando principalmente o extrator DTPA (Quadro 5). Além disso, Berton et al.
solos do Estado de São Paulo, verificaram que a calagem para atingir 60% da saturação por
bases foi eficiente para diminuir a concentração desse elemento nos grãos de feijão e que os
plantas de feijão.
Quadro 5. Coeficientes de correlação entre Cd-planta e Cd-solo extraído por diferentes
métodos químicos
de Pb para as plantas crescidas em solos que receberam grandes aplicações desse elemento
são bastante desanimadores (Quadro 7). Independente da categoria do extrator – água, sal,
de maneira geral, não são significativos (Quadro 7). Portanto, é necessário que cientistas do
desse elemento às plantas, coletando amostras de solo e de plantas a 500 e 1000 m de uma
autores concluíram que ambas soluções extratoras poderão ser utilizadas no monitoramento
do impacto ambiental causado por Pb. Resultados semelhantes foram obtidos por
entre Pb-solo e Pb-planta tenham sido baixos (0,65 a 0,69). O DTPA foi o único extrator a
receberam aplicação de algum resíduo rico em Mo. Jarrel et al. (1980) observaram que a
concentração média de Mo em lodo de esgoto de 16 cidades dos Estados Unidos foi de 15,1
mg/kg com uma variação de 1,2 a 40 mg/kg. É sabido que aplicação de lodo de esgoto
aumenta indiretamente a disponibilidade de Mo às plantas por meio do aumento do pH do
solo (Pierzynski & Jacobs, 1986b) e que a disponibilidade de Mo do lodo pode ser maior
e usados com relativo sucesso estão o oxalato de amônio pH 3,3 (Wang et al. (1994)), água
quente (Lowe & Massey, 1965), resina de troca aniônica (Jarrel & Dawson, 1978) e o AB-
maior que a quantidade extraída por outros métodos e menos correlacionada com a
absorção de Mo pelas plantas (Lowe & Massey, 1965, Little & Kerridge, 1978; Burmester
et al., 1988). Por outro lado, correlações positivas entre Mo-solo e Mo nas espécies de
Triticum sp, gropyron cristhatum e Medicago sativa foram obtidas por Wang et al. (1994)
A resina de troca iônica tem sido usada com sucesso para extrair Mo (Jarrel &
Dawson, 1978; Boon, 1984; Ritchie, 1988). As resinas são produtos sintéticos que
funcionais com cargas elétricas. A estrutura é porosa e flexível, podendo inchar e reter
solvente em seu interior. A extração é contínua dentro do tempo proposto pelo método,
resina tipo AG1-X4 de troca aniônica, saturada com cloro. As boas correlações encontradas
enfocado mais o levantamento dos teores total e solúvel de Mo, utilizando diversas
soluções químicas (Dantas & Horowitz, 1976; Horowitz, 1978; Catani et al., 1970; Bataglia
et al., 1976). Nesses estudos, a absorção de Mo pelas plantas não foi correlacionada com os
teores no solo, impedindo uma conclusão quanto a eficiência dos métodos em avaliar a
baixas concentrações nas principais fontes contaminadoras do solo tais como fertilizantes,
esse assunto. Alban & Kubota (1960) verificaram que o uso combinado de ditizona e ácido
acético não foi eficiente para avaliar a disponibilidade de Co para Nyssa Sylvatica Marsh
var. Biflora crescida em solos drenados e pobremente drenados. McLaren et al. (1986)
concluíram que o Co extraído com ácido acético, EDTA, pirofosfato e hidroxilamina foi
derivado do óxidos de Mn facilmente reduzíveis e que nenhum dos reagentes foi eficiente
6.5. Crômio
O crômio é muito usado pela sociedade moderna e por isso está presente em diversos
de esgoto urbano e industrial. O acúmulo nos solos de Cr oriundo desses materiais pode
hexavalente apresenta-se como cromato, solúvel, facilmente absorvida pela planta, e possui
uma ação aguda tóxica por ser um forte oxidante. O crômio trivalente é
quando complexado com moléculas orgânicas de baixo peso molecular, que possuem pouca
amostras úmidas para quantificação do Cr prontamente disponível (Cr VI) (Bartlett &
James, 1996). Entretanto, nessa situação, torna-se difícil a peneiragem e a estocagem das
amostras.
Quanto a extração de Cr dos solos, Bartlett & James (1996) sugerem o uso de HNO3
relativamente simples. Mesmo que o extrato contenha Cr III, somente o Cr VI estará sendo
Também são citados na literatura outros métodos de extração como HCl, Mehlich-1,
Mehlich-3, DTPA, EDTA , CH3COOH, KH2PO4 (Kozuh et al., 1994; Sahuquillo et al.,
1995; Vitale et al., 1997; André, 1997) que poderão ser usados na quantificação do Cr
disponível às plantas. Em latossolos do Estado de São Paulo que receberam Crl3 e resíduos
de curtume, Aquino Neto et al.(2000) estudaram a evolução do Cr VI, extraído com água +
verificou que as respostas foram semelhantes para os extratores ácidos e que o KH2PO4 foi
eficiente apenas para os tratamentos que receberam Cr (VI). O uso desse extrator foi
recomendado para diagnosticar solos contaminados por cromato e demais fontes de crômio
hexavalente. Por outro lado, Roca & Pomares (1991) observaram que todos os métodos
testados - DTPA, EDTA (pH 4.65 e 8,6), AB-DTPA , HCl e água régia foram ineficientes
Uma das principais críticas aos extratores químicos é que esses não simulam as
reações que ocorrem próximas `as raízes, principalmente aquelas realizadas na rizosfera.
Então, uma tendência para avaliar a disponibilidade de metais para as plantas é o uso de
exsudatos sintéticos. De acordo com Merckx et al. (1986), como a concentração de metais
na solução do solo é muito baixa, a solubilização dos metais presentes na fase sólida por
exsudatos de raízes na região da rizosfera não deve ser desprezada. Mench & Martin (1991)
vegetais (Nicotiana tabacum L., Nicotiana rústica L. e Zea mays L.) foram similares às
quantidades absorvidas por essas espécies. Assim, assumindo-se que a solubilização pelos
exsudatos de raízes é o principal mecanismo de absorção de metais pela planta e uma vez
identificada a composição química dos exsudatos de raízes das plantas comerciais, poder-
se-á estimar com precisão as quantidades disponíveis dos metais presentes no solo. Com o
que deverão se empregados nas análises de rotina no laboratórios. O grande entrave está no
fato de que a composição química dos exsudatos é específica para cada espécie.
Entretanto, a cada ano os limites de detecção dos aparelhos têm caído devido a introdução
metodológicos que podem vir a ser eficientes. Um exemplo é a análise direta da especiação
do metal na fase sólida do solo usando o EXAFS – Extended X-ray absorption fine spectra
ou o XANES – X Ray absorption near edge espectrocopy. O uso dessas técnicas, ainda,
está restrito aos poucos grupos de pesquisa que têm acesso às facilidades de um Síncroton.
Este processo tem potencial para revolucionar as análises de amostras de solo pelo ICP-MS
longe de acontecer. Até hoje, a pesquisa se preocupou em tentar desenvolver métodos que
enfocando concentrações fitotóxicas. Contudo, esses autores chamam atenção que a idéia
de testes efetivos para análise de metais em solos deverá ser diferente daquela percebida até
exemplo, dentre os metais pesados, o Cd é o único que atinge concentrações nas culturas
(que serão consumidas pelos homens e animais) a níveis que estão abaixo daquelas em que
predizer a concentração de Cd que está abaixo dos níveis fitotóxicos, mas que poderá ser
tóxica para homens e animais. Baseado nesse raciocínio, McLaughlin et al. (2000)
propõem, para melhorar a análise de metais pesados em solos, que os esforços da pesquisa
sejam mais direcionados e sugerem estudos nas seguintes linhas de acordo com risco de
pesados em solos deverá ser direcionada para três caminhos: a) há uma demanda para
elementos presentes nos solos em baixas concentrações; b) aumento de interesse pela
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