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http://dn.sapo.pt/2009/03/15/sociedade/professores_dizem_estar_a_virar_tecn.html

Professores dizem estar a virar


técnicos informáticos

PEDRO SOUSA TAVARES

Os professores do 1.º ciclo começam a revelar impaciência com as solicitações diárias a que têm
de responder devido aos registos, actualizações e rectificações do computador Magalhães. As
queixas têm sido muitas, e cresceram após o anúncio de que serão enviadas às escolas pen
drives para corrigir os erros de Português detectados num programa.

Uma professora do agrupamento de escolas Comandante Conceição e Silva, na Cova da Piedade,


contou ao DN que, no seu estabelecimento, "há 1200 alunos, dos quais 900 terão o Magalhães",
e "todos os dias aparecem pais a depositar os computadores" à guarda dos docentes.

A presidente deste agrupamento, Maria José Sabrino, confirmou as solicitações, informando que
a situação está "sob controlo". Pelo menos para já: "Sobre os erros ainda não nos disseram
nada, mas estamos a fazer actualizações de software", contou. "Recorremos a professores das
TIC [Tecnologias de Informação], porque os do 1.º ciclo não podem deixar de dar aulas. Vai-se
dando conta do recado. Desde que os pais não venham todos ao mesmo tempo..."

Muitas queixas nos sindicatos

Mas segundo Manuel Micaelo, do Sindicato de Professores da Grande Lisboa, já há quem não
aguente a situação: "Temos recebido muitas queixas de professores que dizem que lhes está a
ser pedido que façam actualizações aos computadores". Aliás, disse, "há queixas desde o início"
do projecto 'emblema' do Governo.

"Antes de lhes pedirem que fossem técnicos de informática, algumas direcções regionais fizeram
dos professores uma espécie de delegados de propaganda. Encarregaram-nos de recolher dados
dos alunos e dos pais e até de usarem os seus próprios números de contribuinte para registarem
as encomendas", acusou, lembrando que esta última situação motivou "uma queixa à Comissão
Nacional de Protecção de Dados que ainda não teve resposta".

Em Dezembro, houve uma reunião na Direcção Regional de Educação de Lisboa onde os


sindicatos receberam garantias de que os professores não eram obrigados a estas tarefas. Mas,
na prática, disse Manuel Micaelo, "em 90% dos casos" acabaram por assumi-las.

Oficialmente, o motivo para os Magalhães serem registados nas escolas e não em casa é a
prevenção de fraudes. Mas esta mesma lógica não foi seguida com os portáteis do programa "e-
escolas", destinados a estudantes do 3.º ciclo ao secundário.

O facto de o famoso portátil azul abranger populações menos familiarizadas com as novas
tecnologias - custa entre zero e 50 euros, dependendo do escalão da acção social -, explicará
melhor a situação.

Contactado pelo DN, Albino Almeida, da Confederação Nacional das Associações de Pais,
defendeu que "se o Magalhães trouxe mais trabalho aos professores, também ajudou a eliminar
algumas tarefas, como tirar fotocópias" de documentos que podem agora ser transferidos para os
portáteis. Porém, reconheceu que "falta preparação" para lidar com este equipamento. Não só
aos professores como a muitas famílias: "Em Abril e Maio vão decorrer formações sobre o
Magalhães. E nós temos defendido que elas deveriam também abranger os pais".

Fonte do ministério disse não ter conhecimento de queixas.|

http://dn.sapo.pt/tools/imprimir.html?file=/2009/03/15/sociedade/professores_dizem_... 15-03-2009

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