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“O REI ESTÁ NU!


Despotismo e Direitos das Crianças em Questão

Preparado para a revista Exchange –


The Early Childhood Leaders’ Magazine
Por Caius Brandão e Marcos Paulo de Melo Ramos

Fevereiro, 2009

Há muito tempo atrás, Hans Christian Andersen (1805-1875), em seu conto


“As roupas novas do rei”, fez com que uma criança fosse a única capaz de declarar o
absurdo da nudez do vaidoso Imperador que julgava estar vestido com uma roupa
somente visível aos inteligentes. Enquanto os adultos se escondiam por detrás das
normas e convenções estabelecidas por medo de se verem expostos, a criança de
Andersen não hesitou em fazer-se socialmente presente na enunciação daquilo que lhe
pareceu intrigante, ou mesmo divertido. O autor dinamarquês coloca na boca do pai da
criança transgressora as seguintes palavras: “Escutem a voz da inocência!”

Apesar da ingênua, mas corajosa fala do pai, no conto de Andreson, parece-


nos, no entanto, que até hoje a voz das crianças não é valorizada pelos adultos. Este
artigo procura levantar algumas questões candentes acerca da concepção que fazemos
sobre a infância em nossos dias. As perguntas que dirigem nossa investigação são: até
que ponto a voz da criança é ouvida e levada em consideração pelos adultos? O fato de
muitas vezes as crianças serem tratadas, moral e legalmente, como propriedade de seus
pais pode ser danosa à vida e ao desenvolvimento da criança? Em que medida, e por
quais meios, as práticas culturais que ferem a Convenção dos Direitos da Criança das
Nações Unidas (BRANDÃO, 2007) devem ser evitadas? Sabemos que estas questões,
para serem respondidas, demandam mais espaço do que aqui se nos oferece. Todavia,
acreditamos que ao apresentá-las já damos o nosso primeiro passo no sentido de suas
resoluções que, como veremos, não poderão provir de um ou dois indivíduos inspirados
e bem intencionados. Antes, de uma realização social pautada no diálogo e na
mobilização das esferas do direito, da crítica cultural e no engajamento filosófico.

SOBRE OS FUNDAMENTOS E AS ORIGENS DOS DIREITOS DA CRIANÇA

Por que admitimos ser moralmente errado cometer um ato de violência


contra a criança? Com qual fundamento dizemos que ela tem o direito de viver sem
violência? Parece-nos certo que a fundamentação dos direitos da criança deve estar
ancorada na fundamentação dos direitos do homem, entendido aqui como um sistema de
valores que dão origem a direitos e obrigações individuais e coletivas. A compreensão
de como estes valores são construídos ou desconstruídos ao longo da história talvez nos
auxilie a entender e respeitar melhor os direitos da criança.

Em seu livro A era dos Direitos, o Professor de Filosofia Política Norberto


Bobbio nos mostra três caminhos possíveis para buscar a fundamentação do sistema de
valores que dão origem aos direitos dos homens. Primeiramente, se os valores fossem
inerentes à natureza humana, eles teriam uma validade universal e, portanto, um
“fundamento absoluto” (BOBBIO, 2004), imutável e inquestionável. No entanto,
diferentes interpretações do que seria a natureza humana resultam em diferentes
sistemas de valores, muitas vezes, até mesmo antagônicos entre si. Tomemos como
exemplo duas possíveis interpretações sobre a natureza das mulheres. Há não muito
tempo atrás, elas foram consideradas seres, por natureza, incapazes de atingirem a
maturidade intelectual e, portanto, sem condições de terem uma participação ativa na
vida pública. Esta concepção sobre a natureza das mulheres vem sofrendo gradativas
mudanças, permitindo que elas não apenas conquistassem o direito ao voto, mas
também que assumissem cargos de enorme importância no cenário político
internacional. Então, se os direitos fundamentais não são determinados pela natureza,
como queriam os pensadores jusnaturalistas, seriam eles “verdades evidentes em si
mesmas”? Mas, Bobbio também refuta esta possibilidade com base na mesma
incongruência de se fundamentar valores na intersubjetividade do seres humanos. Como
exemplo, ele cita como a Declaração francesa de 1789 considerou sagrado e inviolável o
direito à propriedade privada, ao passo que nos dias de hoje “toda referência ao direito
de propriedade como direito do homem desapareceu nos documentos mais recentes das
Nações Unidas.” Em seguida, Bobbio propõe a última alternativa como a mais objetiva
e passível de demonstração, segundo a qual a justificativa dos valores se dá na aceitação
destes em um dado momento histórico. Em outras palavras, a fundamentação dos
valores, longe de ser absoluta e imutável, depende do consenso entre os seres que os
constituem. Exatamente por isso, Bobbio considera a Declaração Universal dos Direitos
do Homem a “maior prova histórica” da capacidade humana de tecer um consenso sobre
um sistema de valores universais. Em suma, os direitos humanos são direitos históricos.
Eles surgem a partir da adesão a um sistema de valores que, por sua vez, são
influenciados por transformações econômicas, tecnológicas, políticas e sociais.

Portanto, é neste cenário político e ideológico de afirmação do valor da


pessoa humana da criança que, em 1989, surge a Convenção dos Direitos da Criança das
Nações Unidas. Bobbio sabiamente compreende que o problema da fundamentação dos
direitos humanos está resolvido com a Declaração da ONU, e que o nosso maior desafio
atual é a sua tutela. Por isso o problema da violência contra a criança deve ser
enfrentado não apenas no campo teórico, mas com ações concretas e urgentes.

CARNE DA MINHA CARNE OU ÉS TUA PRÓPRIA CARNE?

A Filosofia da Infância é uma disciplina ainda relativamente incipiente.


Mesmo assim, desde a antiguidade, a filosofia ocidental vem se ocupando da tarefa de
questionar, fundamentar ou até mesmo propor novos valores para a conduta individual e
coletiva do adulto em relação à criança. Para Platão, por exemplo, a criança deveria ser
de responsabilidade do Estado, que assumiria integralmente a formação dos seus futuros
cidadãos. Seu discípulo, Aristóteles, por outro lado, foi o primeiro a fundamentar
filosoficamente o domínio paterno sobre a criança. Para ele, o homem adulto livre
nasceu para governar, enquanto que o escravo, a mulher e a criança para obedecer. Esta
concepção de um poder paterno despótico, de origem supostamente natural, dá início ao
que Elisabeth Badinter chama de “legado aristotélico” (BADINTER, 1985).

Ao longo de toda a idade média a igreja católica assumiu o controle da


produção de conhecimentos e do próprio saber filosófico. De acordo com Badinter, a
igreja protegeu o poder despótico do pai sobre os filhos, justificando tal poder na
vontade divina. Já no século XVII, um renomado pensador da filosofia política, John
Locke, distanciou-se da filosofia aristotélica para atribuir novas ‘vontades’ à natureza.
Por exemplo, Locke diz que todo homem nasce livre e que o poder absoluto e despótico
do pai não encontra fundamento nas “leis de natureza”. Ademais, ele defende
abertamente que o domínio sobre a prole deve ser compartilhado entre a mãe e o pai.
Locke, fiel defensor do direito individual à propriedade, afirma que o poder dos pais
sobre os filhos resulta de um “dever” moral. A criança de Locke é desprovida de
vontade e essencialmente incompleta como ser humano – isto nos parece refletir certo
consenso histórico sobre o significado de infância, no qual a criança aparece desprovida
de referencial ontológico próprio para ser vista simplesmente como um adulto em
potencial. Mesmo se contra a sua vontade, esta concepção adultocêntrica de Locke
desvaloriza a criança enquanto ser humano, oferecendo os alicerces morais para o
domínio despótico sobre elas.

Todavia, o que notamos em comum em todos os lados deste debate


filosófico sobre o poder dos adultos sobre as crianças, seja na mão do Estado ou da
família, é a flagrante tentativa de se encontrar uma justificativa moral para o direito à
propriedade sobre as crianças. Mas os valores universais que dão origem a essa
reivindicação dos adultos talvez não sejam verdades em si mesmas, como queriam os
metafísicos; nem mesmo determinados pela natureza, como argumentariam os
jusnaturalistas; ou ainda provenientes de uma vontade divina, como reclamaria a Igreja.
A posição mais aceita nos nossos dias considera que os valores se fundam num
determinado consenso histórico. Logo, o consenso que colocamos em questão é o valor
da pessoa humana. Qual é, afinal, a visão que se tem daqueles sobre quem se quer
assumir um controle despótico? Se for necessário enxergarmos o escravo como criatura
sem-alma e a mulher como ser inferior para justificarmos moralmente a reivindicação
de posse sobre eles, qual então deve ser a visão de ‘criança’ para se justificar moral e
legalmente o direito de propriedade sobre ela?

Enquanto que, por um lado, a imagem da criança sem voz e sem vontade
ainda serve nos dias de hoje para contê-la sob o domínio despótico de adultos, por outro,
a CDC é fruto de um novo consenso sobre a infância. Esta ‘nova criança’ não apenas
tem vontade, como também é capaz de expressá-la. Uma visão, enfim, libertadora, na
medida em que afirma a criança como sujeito de direitos, como pessoa humana integral
e em desenvolvimento. Ao trazer esta nova visão de criança à prática, a CDC inaugura a
imoralidade de se defender o direito de qualquer adulto a ferir a integridade física,
moral ou psicológica da criança, seja para que propósito for. Seja esse adulto da família,
da escola, da igreja ou do Estado, sempre que a criança for vista como um mero objeto
da autoridade despótica do adulto, então ela estará em risco de ter seus direitos humanos
violados.
FAZERES E OFÍCIOS DA INFÂNCIA

A nova perspectiva proposta pela CDC impede-nos de conceber a infância


em termos de falta em relação à idade adulta, como reino dos indivíduos inacabados.
Antes, sim, como uma presença constituinte da sociedade que deve ser abordada, em
sua complexidade, por meio de olhares interdisciplinares (quiçá transdisciplinares).
Movimentos de escrutínio que, mais do que apenas traduzir o falar da criança, trazem à
baila sua voz subsumida por representações que já há muito tempo estão incrustadas na
concepção adultocêntrica. É preciso ressaltar, para não sermos mal entendidos, não se
trata de “dar voz aos silenciados”. A infância possui voz desde sempre. Trata-se de
revisar nossos paradigmas (que regem os sistemas de valor e produção do
conhecimento) para que possamos sair do engano de Andersen: “ouçam a voz da
inocência”. Não foi a inocência a falar, era a própria infância em seus fazeres e ofícios.

Já é fato corroborado que tais fazeres e ofícios possuem seus regimes de


verdade próprios, porém, parece-nos exagerado tomar as crianças como um “povo” em
separado como querem alguns. Todavia, não há exagero no reconhecimento da natureza
diversa de sua experiência e das possibilidades de enriquecimento de idéias e
alargamento de perspectivas quando, respeitando e fomentando sua participação,
reconhecemos seu lugar – ao passo em que elas, as crianças, reconhecem o nosso – na
constituição do projeto chamado sociedade. Um lugar não dado de antemão, mas
construído dialogicamente na relação humana, pois, como sustenta Gerison Lansdown,
“it is not appropriate to use age as universal Proxy for competence” (LANSDOWN,
2003). É uma mudança que aponta para alterações políticas e institucionais e,
certamente, a ênfase recai sobre o indivíduo, apesar de encontrar base em abstrações
generalizantes. Em última instância é ao adulto singular em seu fazer diário que caberá
a maior responsabilidade pela transformação. Isso na medida em que é ele quem deverá
abrir mão de seu poder histórico (traduzido na mão que fere o corpo ou na palavra que
limita o espírito). Será ele quem deverá descolonizar a infância de seu governo
despótico. Cabem a nós, adultos, a escolha entre reproduzir nas crianças o nosso
despotismo, ou com respeito e dignidade fundarmos juntamente novos mundos.

TRADUZINDO CULTURAS, MUNDIALIZANDO O SER HUMANO

Na medida em que a CDC erradica os fundamentos morais do absolutismo


individual e coletivo dos adultos sobre as crianças, nós questionamos por que estes
mesmos direitos são tomados nos discursos de universalistas como uma justificativa
para o despotismo entre sociedades.

O relativismo cultural – que parece se inspirar no ensinamento cristão “atire


a primeira pedra quem nunca pecou”, e que ata nossas mãos nos fazendo parecer que as
culturas são como que grandes reinos estáticos – não nos parece oferecer respostas
satisfatórias aos problemas que são levantados quando se fala em práticas e ritos,
baseados em tradições milenares e fundadores de identidades, que violam os direitos
fundamentais das crianças. Por exemplo, anualmente, milhares de meninas estão em
risco de sofrerem a mutilação genital feminina. Os relativistas culturais, contudo,
argumentam que nenhum “estrangeiro” tem o direito de questionar esta prática, muitas
vezes apoiadas por familiares, com base no direito à identidade cultural. Por outro lado,
quando vamos às outras culturas e dizemos que seus costumes são bárbaros, infantis e
devem ser superados, perdemos mais do que apenas alguns mitos, conhecimentos de
determinada etnociência ou produções artísticas ímpares. Perdemos formas de
socialização e sensibilidades, um modo de ser no mundo que poderia informar e
contribuir com nossa própria cultura, que, convenhamos, é uma trajetória traçada rumo
à insustentabilidade.

O que gostaríamos de sugerir aos leitores é a possibilidade de novas leituras


do que seja cultura e de como estas se relacionam no sentido da superação da
enganadora questão universalismo ocidental versus localismo cultural. Estas novas
formas de conceber o problema têm sido discutidas e propostas por uma miríade de
autores dos mais diferentes países. Boaventura de Sousa Santos, Bruno Latour, Walter
Mignolo, Eliesse Scaramal, entre outros.

A grande questão que se coloca é a seguinte: em que medida podemos


ensinar aos "outros" o caminho da virtude, sem estarmos comprometidos com uma
revisão de nosso próprio modo de vida? Esta concepção demanda a crítica e a
transformação do próprio agir, mas, quem está disposto? No limiar da contenda, não são
culturas que dialogam, são indivíduos. Percebemos que a efetivação e implementação
da CDC, assim como dos demais Direitos dos Humanos e Não-Humanos, enreda-se
para muito além de um mero “cumpra-se”. Infelizmente, o nosso trabalho é ainda muito
mais difícil. Apesar de toda a urgência que as crianças de hoje demandam, a
implementação plena da CDC depende da nossa capacidade de agir com justiça e
fundamentados numa autoridade, mais do que universal, mundializada – partindo de
uma globalização contra-hegemônica –, quando a palavra de ordem for “traduza-se”.
Como fazê-lo? Primeiramente, devemos reconhecer a distinção entre “globalização” e
“mundialização”. De acordo com Walter Mignolo, o termo “munidalização” rearticula
as diferenças coloniais em uma nova forma de colonialidade do poder não mais
localizada em uma nação ou em um grupo de nações, mas como uma colonialidade
global transnacional (MIGNOLO, 2000). Quanto ao processo de tradução de culturas,
vejamos o que diz Boaventura de Sousa Santos:

O trabalho de tradução não dispõe à partida de topoi


[lugares comuns que constituem o consenso básico e
tornam possível o dissenso argumentativo], porque os topoi
que estão disponíveis são os que são próprios de um dado
saber ou de uma dada cultura e, como tal, não são aceites
como evidentes por outro saber ou outra cultura. Por outras
palavras, os topoi que cada saber ou prática traz para a zona
de contato deixam de ser premissas da argumentação e
transformam-se em argumentos. À medida que o trabalho
de tradução avança, vai construindo os topoi que são
adequados à zona de contato e à situação de tradução. É um
trabalho exigente, sem seguros contra riscos e sempre à
beira de colapsar.

Só este processo de tradução pode garantir a dignidade dos povos e


identidades que, doutra forma, necessitariam se agarrar às práticas da tradição – fazendo
parecer estático aquilo que é tão dinâmico, ou seja, a cultura –, no intuito de resistir ao
processo de universalização dos direitos e civilidade que, para espanto dos humanitários,
desumaniza-os aos seus próprios olhos e em seus próprios termos. Concordamos com
Isabelle Stengers quando ela escreve:

Dir-se-á, talvez, que é utopia, mas aquele que protesta


dessa forma já foi transformado. Ele tem de negar um
possível lá onde, anteriormente, pensava não ter escolha. A
utopia pode ser um saber que conta.

Talvez sejamos muito otimistas, mas enquanto as crianças continuarem com


seu fazeres e ofícios teremos boa razões para ter esperança. É certo que devamos
mesmo escutar a voz daquela criancinha que nos diz que “o rei está nu”, afinal, nós
certamente ainda viveríamos sob o domínio despótico daquele rei vaidoso se ela não
tivesse nos alertado.

REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO:

BADINTER, E. Um amor conquistado: O mito do amor materno. Rio de Janeiro: Ed.


Nova Fronteira, 1985.

BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2004.

LATOUR, Bruno. Jamais Fomos Modernos: ensaio de antropologia simétrica / Bruno


Latour; tradução de Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994.

LOCKE, J. Second treatise on government. Domínio público.


http://oregonstate.edu/instruct/phl302/texts/locks/locke2/locke2nd-a.html#Sect.51

MIGNOLO, G. Local histories/Global designs: Coloniality, subaltern knowledge, and


border thinking. Princeton: Ed. Princeton University Press, 2000.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Conhecimento Prudente para uma Vida Decente: um


discurso sobre as ciências revisitado / Boaventura de Sousa Santos, (org.). São Paulo:
Ed. Cortez, 2004.

SCARAMAL, Eliesse dos Santos Teixeira. Haiti: fenomenologia de uma barbárie.


Goiânia: Ed. Cânone, 2006.

Artigo: Children have the right to have rights. BRANDÃO, C. Exchange. (2007,
May/June).

Artigo: Emergência de uma Sociologia da Infância: Evolução do Objeto e do Olhar.


SIROTA, Régine. http://www.scielo.br/pdf/cp/n112/16099.pdf

Artigo:. Evolving capacities and participation. LANSDOWN, G. (2003). International


Instiute for Child Rights and Development. Prepared for The Canadian International
Development Agency.
http://web.uvic.ca/iicrd/graphics/CIDA%20CAP%20Report%20%20-
%20Evolving%20Capacity%20and%20Participation.12.03.pdf

Artigo: Sociologia da Infância: Balanço dos Trabalhos em Língua Inglesa,


MONTADON, Cléopâtre. http://www.scielo.br/pdf/cp/n112/16100.pdf

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