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EDITORIAL

Estás tu aqui na Europa, em pleno Inverno, a ser bombardeado por notícias a ilha onde apenas os reis podiam surfar.
da crise e de desgraças de toda a ordem e provavelmente nem imaginas que Deixamos-te ainda com as incríveis fotografias do Sérgio Rosário que mos-
existe um destino idílico que te pode salvar deste cenário pavoroso. tram as novidades da colecção Primavera-Verão 09. Vale a pena ver como
A menos de um dia de distância da Europa, existe um local onde as corridas os novos team riders Joana Machado, Miguel Ximenez e o Pekel tentam
de táxi são a 30 cêntimos, os melhores mojitos do mundo custam apenas 2€ destronar a Kate Moss e o Ashton Kutcher nas produções de moda.
e ainda por cima tens umas esquerdas que nunca mais acabam com a água a 25º. E já que estamos com o Obama em destaque nas notícias, decidimos oferecer
Escusado será dizer que só vais descobrir que lugar é este, se leres esta edição. prémios a quem nos convencer que um surfista pode ser presidente dos EUA.
Também estás farto de saber que o Hawaii é o berço do surf, mas talvez Vai à secção BOLT4FREE e vê como.
muitos não saibam que o mítico Rory Russell, vencedor do Pipeline Masters Faz lá um esforço e lê a revista do início ao fim. Se não gostares prometemos
em 76 e 77, não queria abandonar o baseball para ir viver para o Hawaii. que te devolvemos o dinheiro.
Abençoado seja o seu pai que não ligou às birras do miúdo e o trouxe para

FICHA TÉCNICA
Lightning Bolt Fanzine – Revista Gratuita Periodicidade: Semestral
Tiragem: 10.000 ex Propriedade: Lightning Bolt Europe S.A.
Rua Comendador Manuel Gonçalves nº25, S. Cosme do Vale
4770-583 V.N. Famalicão, Portugal
Website: www.lightningbolt.eu.com
Email: info@lightningbolt.eu.com
Mkt: Maria João Nogueira info@lightningbolt.eu.com
Redacção: João Machado, Maria João Nogueira, Raquel Dias, Rory
Russell, Bruno Rodrigues, Ratus Fary, Miguel Ximenez, Nicolas
Pinot, Edu Prieto, Frank Van de Ruit, Brian Hart, Afonso Teixeira.
Design: Goma www.goma.pt
Fotografia: Sérgio Rosário www.euphotographo.com
Ricardo Bravo www.ricardobravo.com, João Melo,Yves Sobansky
© Copyright 2009, Lightning Bolt Europe, All rights reserved

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ÍNDICE - The trip: Peruvian Job
- Collection: Spring Summer 09
- Events: Bolt Team Riders 09
- A Pure Source: Rory Russell
Um espaço dedicado a factos, eventos e pessoas que marcaram
a Lightning Bolt ao longo da sua história.
- Contests: ProJunior Lightning Bolt
- Highlightning: Souls of Fire
- Profile: Miguel Ximenez
- Stuff: Aquelas notícias breves que podem ser lidas no Metro
ou quando estás à espera que te sirvam no restaurante.
- Rookies: Surfing Life Club
Até parece que já te esqueceste que não nasceste ensinado. Dedicamos este espaço
a relatar experiências em escolas de surf com monitores, alunos ou outras
reportagens que podem ser interessantes para quem quer começar a surfar.
- Bolt4Free:
Em cada edição oferecemos-te prémios. Mas tens de ser um dos
melhores no desafio proposto.
- Coming Next

LB Riders Joana Machado e Pekel

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LB Rider Zé Ferreira
THE TRIP

Já imaginaste que é possível juntar


num só sítio vários spots com esquer-
das perfeitas que nunca mais acabam,
a água do mar a 25º, praias sem crowd,
corridas de táxi a 30 cêntimos e, ain-
da por cima, quando começa a noite
poder ir jantar a melhor posta de atum
grelhada do mundo (que um Lightning
Bolt me caia em cima), e acabar em
bares na companhia do melhor
mojito que alguma vez provaste, pela
módica quantia de 2 euros?!!!
Como se não bastasse, terias o privilégio
de conhecer Pulpo, o guia da Octopus
Surf Tours, que não parava de nos in-
dicar os melhores spots para cada swell
e vento, para não perderes horas na busca.
E se a juntar a isto tudo, te dissésse-
mos que estarias ancorado nos bun-
galows Kimbas, onde acordarias com
um sumo tropical natural de 1 litro
e uns ovos deliciosos?
Isto não é piada nenhuma. Este sítio
existe mesmo, chama-se Máncora no
Norte do Peru.

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THE TRIP

LB Rider Miguel Ximenez


No início do ano, o David Raimundo (team manager do Bolt Team) insistia que
tínhamos de ir ao Peru, que tinha ouvido maravilhas acerca dos spots no Norte
do Peru. Azar teve ele que ficou lesionado e perdeu esta viagem.
Arrancaram primeiro os Team Riders Miguel Ximenez, José Ferreira, Joana
Machado e o Pekel, acompanhados pelo fotógrafo Ricardo Bravo e o Camera-
Guy Miguel Bacelar, que tinham a missão de registar a veracidade do que estou
para aqui a contar.
Eram duas semanas para surfar as famosas esquerdas de Máncora, Lobitos,
Los Organos, Pico Point e outros spots ali. Juntaram-se também, vindos direc-
tamente do EUA, o mítico Rory Russell e o carismático Jonathan Paskowitz,
agora brand manager internacional da Lightning Bolt, e um dos membros da
conhecida família surfista do respeitado «Doc» Paskowitz.
Como achámos que era divertimento a mais, os Bolt riders tiveram ainda de se
armar em modelos para fotografar a colecção Primavera-Verão 09.
A parte pior da surftrip foi mesmo chegar lá.
Como Lima é muito longe, decidimos aterrar no Equador, em Guayaquil. Só para
aterrar aqui são 12 horas desde Madrid. Como se não bastasse, tens ainda 6 horas

Miguel Ximenez, Pekel e Joana Machado

LB Rider Joana Machado

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THE TRIP
Rory Russell

LB Rider Pekel

de estrada pela frente, que não é propriamente uma auto-estrada, mas que valem bem bungalow super cosy, com gente super simpática e um pequeno-almoço delicioso.
a pena para quem quer conhecer várias paisagens. Máncora é uma pequena estância turística com uma arquitectura rústica muito típica
O Equador nesta altura estava literalmente debaixo de chuva e a viagem neste país do Peru, invadida de turistas americanos, brasileiros, argentinos e chilenos.
foi muito molhada, com as bananas a reinarem na paisagem. Mesmo nas estações de Na primeira semana, as ondas não estavam tão boas, mas na segunda semana, o team
serviço, as bananas fazem concorrência aos expositores das Matutano. vingou-se com as famosas esquerdas entre 3’ e 5’, que foram suficientes para mostrar
A parte pior é mesmo a necessidade de mudar de Van na fronteira e os inúmeros o Pekel a voar e o Miguel Ximenez a passear estilo com off the walls limpinhos, pronto
controlos fronteiriços e inspecções da polícia. para se estrear no WQS deste ano.
Assim que Máncora começa a ser uma realidade, nota-se uma mudança grande na E se disséssemos que a Juanita Machado deixava os peruanos babados por todo
paisagem, bem mais seca e árida. o lado que estava?
Apesar da viagem, chegámos completamente loucos por começar a surfar. Ficámos mes- Um dia, estávamos todos a jantar e, cordialmente, o empregado em vez de lhe perguntar
mo ao lado da residência da estrela do surf feminino, Sofia Mulanovich, no Kimbas, um que prato desejava, convidou-a para jantar!!

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THE TRIP Brand manager internacional,
Jonathan Paskowitz

LB Rider Zé Ferreira

LB Rider Miguel Ximenez

LB Rider Joana Machado

Acordar bem cedo, por volta das seis, ir surfar, depois descansar um pouco, depois
surfar outra vez, almoçar, tirar fotografias, surfar novamente ao fim da tarde, beber
uma cerveja ao pôr do sol, jantar peixinho grelhado, e mais tarde ir até aos bares para
a party. A vida no Peru resumia-se a esta lenga-lenga.
E quem me dera que a vida fosse sempre esta lenga-lenga, principalmente se estivermos
na companhia do mítico Rory Russell.
O Rory foi um dos primeiros surfistas patrocinados da Lightning Bolt nos idos anos
70 e, mesmo depois de ter passado a fasquia dos 50, continua a ter uma alegria con-
tagiante e com a sua fama de Pipeline rider, deixou os peruanos deliciados. Também
ele não perdia 2 surfadas por dia na sua 7’6’’ swallow tail.
Um especial obrigado ao Marco Ravizza, aka Pulpo, o nosso incansável guia que nos
assegurou toda a preparação da viagem e a logística que nem sempre é fácil quando
as malas são mais que muitas.
Rory Russell e os LB Riders LB Rider Miguel Ximenez

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LB Rider Miguel Ximenez

LB 71 Hoodie
Parrot Dress

20 21
LB Rider Miguel Ximenez

LB 71 Hoodie
Parrot Dress

20 21
COLECÇÃO MASCULINA
Funky Surf // A iconografia do surf e do street pop, os rascunhos
e desenhos manuais, as ideias coladas justapostas a grafismos e gad-
gets dos anos 80, inspiraram a expressão irregular e raw da linha
funky masculina. O mood da década de oitenta e as cores eléctricas
fluo combinadas com os tons pastel marcam a colecção. Música, mar-
cas míticas, objectos e gráficos são reinterpretados numa proposta
urbana, através de um mix and match, em t-shirts e longsleeves com
humor a combinar com jeans escuros.

LB 71 Hoodie
Parrot Dress

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SPRING SUMMER 09

Lb Trance Boardshorts

Flower Bolt Long Dress Camouflage Boardshort Organic Boardshort Exotic Top Broken Glass T-shirt
Balls & Bolts Boardshort Jahbolt Boardshortdshort
Big Bolt Hoodie Sunset stripes sweater

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SPRING SUMMER 09

Lightning Bolt Gun Surf Board shaped by Rory Russell Block stripes sweater

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LB Rider Pekel

COLECÇÃO MASCULINA
Soul Surf //Elementos étnicos e tribais marcam também algumas
peças. É uma linha inspirada em desenhos e xilogravuras da Amé-
rica tropical. A iconografia tradicional do surf surge remisturada
com riscas, designs geométricos e combinações de cores vibran-
tes, mantendo os cortes loose e confortáveis, em matérias-primas
e construção superiores. As t-shirts e os boardshorts são os key
items deste look, e também os walkshorts, com riscas e padrões
discretos.

Men’s Tee Mermaid


Men’s Pelican Short

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SPRING SUMMER 09

Men’s Pipe Short

African Night Boardshort Capulana Boardshort

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SPRING SUMMER 09

Men’s Tee Multi Bolt

Men’s Tee OG Bolt

Men’s Sanded Pelican Short

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COLECÇÃO FEMININA
Neo Tropical // Eléctrica, moderna e sensual é a interpretação Li-
ghtning Bolt do Verão tropical, que sintetiza a essência da estética
brasileira. Os coqueiros, os cenários paradisíacos da flora e fauna
canarinha e, ao mesmo tempo, a presença de elementos urbanos da
cultura ocidental americana e europeia resultam no designado
“Neo Tropical”, que inspira esta colecção PV 09 feminina.
Inspirado na arte de Óscar Niemeyer, as estampas vêm cheias
de curvas que tentam acompanhar a essência dos movimentos
da natureza, como o balanço dos coqueiros, as ondas ou os
corpos que caminham na praia.
Tons claros e escuros, em ritmos diferentes, dão a matiz a esta mis-
tura da sensualidade da cultura da praia com o grafismo moderno,
assim como as silhuetas, que voltam a explorar os extremos. Se as
calças são ajustadas, os tops são fluidos e vice-versa, ora aparecem
os vestidos minis, ora os compridos dos anos 70.

Hoodie Longsleeve
Polka Bolt Boardshort

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SPRING SUMMER 09

Rainbow Flower Dress Splash Flower Bolt Dress

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SPRING SUMMER 09

Arabic Longsleeve Backless Top


Gathered Bikini Bottom Flower African Night Boardshort
Pixel Nightlong Dress

Gathered Top

Women’s Classic Cali Short


LB Rider Joana Machado

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SPRING SUMMER 09

Triangle Bikini Top


40 Coconut Palm Boardshort 41
SPRING SUMMER 09

Capilana Boardshorts

Women’s Tee Bolt


String Bottom

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SPRING SUMMER 09

Capilana Boardshorts

Women’s Tee Bolt


String Bottom

42 43
44
2 3 4 No início do ano, em Carcavelos, Lisboa, o team Manager David Raimundo teve uma tarefa difícil.
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Missão: Reunir o team quase todo, porque alguns não puderam mesmo estar lá, e pô-los a surfar
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1
de manhã cedo e num dia gélido.
Não contente com isso, decidiu ainda organizar um paintball com o pessoal todo para ver quais
10 é que ficavam mais pisados.
Felizmente a seguir havia a recompensa: uma jantarada com picanha e montes de sangria.
Este ano, a Lightning Bolt decidiu reforçar a equipa de Pro-Surfers com o Miguel Ximenez
e a Joana Machado.
Na equipa de Free Surf, as novidades são o Pekel, o Pumas, o Bruno Rodrigues, o Papu e a Côco.
Na música, o Ratus Fary dos Souls of Fire e o Pitaça e Nuno Cardoso (Nubai SoundSystem) são
9 as estrelas da casa.

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1- O manda-chuva. O Obama do team LB. David Raimundo TEAM MANAGER: DAVID RAIMUNDO
2- Zé Ferreira a regar as ondas
PRO SURFERS TEAM FREE SURFERS TEAM
3, 4- Miguel Blanco à esquerda e João Kopke são os rookies Joana Machado Nuande Silva aka Pekel
5- Nuno Cardoso dos Nubai a agitar multidões Miguel Ximenez Nuno Côrte-Real aka Pumas
João Kopke Ângela Nunes Côco
6- Pedro Soares a ispirar-se no Platoon do grande Oliver Stone
Alexandre Ferreira Joel Pereira aka Papu
7- As LB Babes, Joana Machado, Maria Abecasis e Angela Côco Miguel Blanco Bruno Rodrigues
8- Be careful boy, I am Pekel Kristian Sousa João Diogo
Maria Abecasis
9- Miguel Ximenez José Ferreira
10- “Estava um frio do caraças”, Papu Pedro Soares
SOUND TEAM
11- À espreita do tubo, Xaninho
Ratus Fary
12- Joel Pereira aka Papu Tiago Pitaça
Nuno Cardoso

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A PURE SOURCE

Passados mais de 30 anos, Rory Russell está outra vez com a Lightning Bolt, uma marca “que nunca realmente
saiu do seu coração”.
Este ícone do surf de Pipeline chegou ao Hawaii com a sua famíla, em 1964, e viveu 38 anos no mítico North
Shore, na ilha de Ohau. Ganhou alguns dos mais prestigiados campeonatos de surf mundiais, nomeadamente
dois Pipeline Masters em 1976 e 1977, o Waimea Pro no Brasil (1975), todos os campeonatos de 1976 em
Chiba, Japão, e também o não menos importante Lightning Bolt Surf Championship, em 1977.
Além de todas estas conquistas no surf profissional, Rory é também conhecido pela sua personalidade ex-
pansiva e pela sua veia artística.
Participou em vários filmes de surf, dos quais se destacam: Summer Stories, Sundance, Red Hot Blue,
Hot Lips and Inner Tubes, Surf Superstars. Também teve várias presenças em programas de TV e deu
a cara a inúmeros anúncios nas mais prestigiadas revistas da época: Surfer, Surfing, Surfing World, entre outras.

THE TAKE OFF: DO BASEBALL ATÉ AO HAWAII E A PRIMEIRA PRAN- E, então, consegui finalmente surfar uma onda a sério em Pipeline, ainda longe da
CHA DE SURF mestria de Jock Sutherland, mas já com o estilo Rory Russell.
Em 1964, na viagem do continente para o Hawaii com apenas 11 anos de idade, a última
coisa que eu queria era mudar de cidade. Queria ficar no continente a jogar baseball. OS ANOS 70
Mas a minha opinião de nada serviu. Passadas umas semanas, lá estava eu com a mi- Nos anos 70, o surf teve um enorme boom. Toda a gente com mais de 18 que não es-
nha família (pai, mãe, irmão mais velho e irmã mais velha) a chegar ao Centro Militar tivesse na tropa ou não tivesse um emprego a sério, apenas tinha uma coisa na cabeça:
de Barbers Beach (por coincidência, a mesma praia onde o famoso Jock Sutherland praia, praia, praia! Claro que, com menos de 18 anos, eras provavelmente um estudante
começou a surfar). e esses ainda pensavam mais em surf!
Um dia mais tarde, o meu pai alugou uma prancha para experimentarmos surfar. Mas Também foi nesta altura que os surfistas começaram a aperceber-se de que havia gran-
o timing dele a entrar não foi muito acertado pois acabou por levar com um set muito des hipóteses de viver à custa do surf, com o surgimento de vário campeonatos de
forte e nem conseguiu levantar-se. Passou-me a prancha, entre dois sets, e mal vi a prize-moneys razoáveis. E, ainda por cima, estes campeonatos eram mesmo ao lado
primeira parede de espuma consegui pôr-me em pé e surfei a onda até à praia. O resto da minha casa. Agarrei-me à competição e tornei-me um Pro, também graças à ajuda
faz parte da história do surf … dos gloriosos Fred Hemmings e Randy Raryck.
A primeira prancha que posso considerar minha foi uma 9’ modelo Phil Edwards, da
loja do Hobie, que curiosamente veio a tornar-se na primeira loja Lightning Bolt, gerida PARA ALÉM DO DESPORTO
pelo Jack Shipley. Mas esta prancha não caiu do céu, houve um namoro muito intenso Para mim o surf não é apenas um desporto. Acredito que o surf tem um verdadeiro
até a conseguir ter finalmente. A prancha custava $100 e, antes que criasse alguma poder de revitalização e purificação da mente. Pode parecer estúpido, mas quantas
ilusão, o meu pai mostrou logo uma cara de desaprovação que destruiu o meu sonho vezes não te apeteceu ir surfar e acabaste mesmo por ir? E depois lá dentro como é que
de surfar aquela obra-prima. te sentiste? Como um sortudo do caraças, não? Chama-lhe religião, culto, fé, etc.
No entanto, todas as noites sonhava em ter aquela prancha e não parava de me imaginar O ponto de união entre os surfistas é mesmo esta força, para além do que é material,
a surfar as paredes monstruosas de Pipeline, como o Jock Sutherland na capa da primeira que o surf exerce em nós. É isso que nos une. A mística do nosso estilo de vida, aquela
revista de surf que comprei. força mágica, invisível e purificadora, física e psicológica… isso é o surf.
Continuava a conformar-me que teria de surfar Pipeline na prancha da minha irmã,
uma 9’ Hobie Clunker, e consegui-o num dia de ondas pequenas. Mas, hei, era Pipeline DESPORTO DE REIS
não era? E até consegui um Hang Five em ondas de meio metro. Para um miúdo de 12 É fácil distinguir os que surfam, porque acreditam mesmo no seu poder espiritual,
anos, já era alguma coisa. dos que surfam pela fama e pelo facto de estar na moda. Os últimos, geralmente, não
E, no Natal, o impensável aconteceu. O Pai Natal tinha deixado por baixo da árvore, têm qualquer sucesso. Mas aqueles que se envolvem profundamente com o despor-
o meu presente de sonho. Embrulhada em papel, estava a minha menina, uma 9’ Phil to e são talentosos, como o Kelly ou o Andy, brilharão eternamente e serão sempre
Edwards. Woohh! Double Wooohhh! recompensados.

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A PURE SOURCE

Rory Russell, Pipeline, 1972

Antigamente, no Hawaii, o surf era um elemento fulcral na religião praticada pelos vezes e um 12º na geral!
indígenas, porque resumia todos os elementos da vida, mas era apenas autorizado Eu era especialmente bom nas etapas com ondas mais pequenas.
à família real e a desobediência a esta regra era punida com pena de morte. Era mesmo As surftrips surgiram com a necessidade do Bolt Team descobrir novos spots, novas
denominado de “Desporto Real”. ondas. E foram as surftrips que me levaram a não correr as etapas todas do circuito.
Para mim, o surf é mesmo uma experiência espiritual e de reflexão. Sinto que estou São várias as páginas da minha vida e do Bolt Team a deixar um rasto do raio à volta
apenas eu e Deus, quando estou a surfar Pipeline com 10’-12’, maré baixa e o swell do mundo, a explorar spots nunca antes surfados, a conhecer novas culturas e pessoas
a subir… fascinantes, sempre a partilhar a experiência do raio e da cultura de surf havaiano.
Fui, sem dúvida, um privilegiado e abençoado por ter tido tantas oportunidades para
RORY E A LIGHTNING BOLT viajar. É muito difícil dizer quais foram as melhores surftrips. Vejo estas experiências
Para perceberem a minha relação com a Lightning Bolt temos de voltar atrás, quando como um todo. Se não havia boas ondas, tínhamos sempre muitos sítios e pessoas para
o Gerry Lopez sabia exactamente, depois de testar vários shapes e tamanhos, qual conhecer. Mas é claro que uma surftrip com grandes ondas é sempre melhor.
a prancha que melhor se adaptava à curva daquele buraco incrível que é Pipeline.
Assim, quando estávamos a arrancar e a descobrir a profundidade que podíamos A LIGHTNING BOLT COMO ÍCONE DE REFERÊNCIA PARA OS ROOKIES
alcançar em cada tubo, naquelas pranchas apenas com o logo do raio, a Lightning Bolt Para os que estavam a começar, a Lightning Bolt simplesmente significava
tornou-se sinónimo de Pipeline e Pipeline tornou-se sinónimo de Lightning Bolt. “Ser o Melhor”!”
Acredito que a Lightning Bolt, principalmente aqui no Hawaii, permanece icónica,
se não mesmo um símbolo mundial do surf. WORLDWIDE RORY
Voltando a mim, encontrei aqui um contrato do Doug Warbrick, proprietário da O Hawaii será sempre a minha casa de eleição, mas sinto-me em casa em todos os
Rip Curl. Fiz o primeiro anúncio deles na revista Surfer e também o primeiro da lugares que conheço.
Quiksilver na Surfing.
Nessa altura, recebi a proposta de contrato do Doug, que me disse “Tens de decidir PURO PRAZER
Rory: Quiksilver, Rip Curl ou Lightning Bolt?” Tenho quase a certeza que, actualmente, as razões que levam uma pessoa a surfar são
Conhecido pela minha lealdade, decidi manter-me na Lightning Bolt e, infelizmente, exactamente as mesmas que há mais de 30 anos atrás: pelo gozo indescritível que nos
uns anos depois assisti à queda da minha marca do coração, ao mesmo tempo que dá! Só estando lá dentro é que se percebe do que falo.
a Quiksilver e a Rip Curl se tornaram gigantes.
Mas nunca perdi a fé e vejam o que aconteceu!! Acho que actualmente não existe
espaço suficiente para a fé.

AS SURFTRIPS
Para ser honesto, naquela altura, só queria dedicar-me ao circuito do campeonato
mundial. Só corri o tour entre 1976-78 e apenas participei nas etapas do Hawaii
e Austrália, faltando às restantes 6-8 etapas e, mesmo assim, consegui o 5º lugar duas Rory e Ximenez just having fun

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Kikas (Frederico Morais), Josch Schmeltzer e Vasco Ribeiro

E está prestes a arrancar a 2ª edição do Campeonato Nacional Pró Júnior Lightning


Bolt. Este é o campeonato júnior masculino e feminino (sub-20) mais importante
em Portugal.
Este ano, o campeonato que não tem escalões etários, tem 4 etapas de dois dias
e arranca no Porto em Abril, passa na Ericeira em Junho, vai até à Praia Grande
(Sintra) em Agosto e termina na Costa da Caparica em Outubro.
Além das novas esperanças do surf em Portugal, vais poder contar ainda com inú-
meras actividades para não ficares quieto na toalha: Aulas de surf gratuitas, Yoga,
Skate park, concertos e festas nocturnas são apenas algumas das actividades que
estão previstas.
No ano passado, o sul-africano Josch Schmeltzer, patrocinado Lightning Bolt, foi
o grande vencedor em masculinos, depois de uma final de cortar a respiração, pois
só mesmo na final é que o Josch conseguiu afastar o Kikas (Frederico Morais) do
trono.
Em feminino, a Francisca Sousa, nova promessa portuguesa, assegurou o título na
terceira etapa e deu-se ao luxo de ir apenas desfilar a prancha na última etapa.

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HIGHLIGHTNING

Esta banda portuguesa do Porto surgiu no último dia do ano 2000 com um grupo de amigos que queriam fazer da
sua música um instrumento de intervenção social.
Depois de ultrapassarem as habituais dificuldades para encontrarem uma editora, conseguem lançar o primeiro
álbum em 2006 “Comunicar”, que se revelou um grande sucesso no mercado português.
Reggae, Roots, Ragga e Ska cantado em português são os estilos que marcam o som de uma banda que é especialmente
conhecida pela energia e festa que transmite nas inúmeras actuações ao vivo. Destacam-se as actuações junto dos
maiores gurus destes estilos, entre eles: Waillers, Ijahman, Alpha Blondy, Capleton, Gentleman, Patrice, Ponto de
Equilíbrio, Groundation, Black Uhuru, Natiruts, Skatalites.
Agora em Março estão de volta com o segundo disco de originais “Subentender” e já têm a agenda cheia de concertos
nos próximos meses. Com o apoio da Lightning Bolt!
Um dos mais carismáticos elementos é o Ratus Fary. Nos Souls of Fire é percussionista e 2ª voz. Quando deixa
o grupo, é DJ, surfista e bodyboarder.

Ao tentar adivinhar o significado da tua alcunha com a ajuda do Google, vi na Wikipedia guma teia do mercado?
que “El Fary” foi um cantor espanhol muito famoso nos anos 90. Foi essa a inspiração “Um homem precisa construir-se para suportá-lo.”
para a tua alcunha? O primeiro álbum foi fruto de um percurso cheio de manhã, tudo era novidade.
Confesso que desconhecia por completo a existência de tal artista…, já agora vou Curiosamente, o desejo dos SOULS em gravar um álbum surgiu em uníssono com
aproveitar a deixa para matar a curiosidade que despertaste. O esboço da minha a vontade da EMI em avançar com o primeiro LP, “COMUNICAR”. Em relação
alcunha nasceu há uma dúzia de anos atrás, na praia, era eu mais prancha do que à “teia do mercado”, é verdade que ela existe, tanto na música, como em qualquer outra
gente, e graças ao “Jomi“ e ao “Giga“ todos me tratavam por “Ratinho”, entretanto área… Passa por nós termos consciência disso, e nunca perdermos a soberania…prin-
passei pelo “Ratús” até chegar aos Souls of Fire , fui então baptizado de “Ratusfari” cipalmente quando se atentam valores que consideramos fundamentais…
pelo grande “T-Bass”.
Cantam em português. Não acham que se cantassem em inglês conseguiam vender
Também és conhecido por ser um autodidacta. Achavas-te mesmo capaz de te tornar mais?
uma estrela só pela prática? O dinheiro não é importante, é uma necessidade, nada mais. Importante é que todos
Acredito piamente que todos conseguimos ser melhores amanhã do que somos hoje. consigamos comunicar de forma directa e bem clara, porém não estamos de costas vol-
tadas para o mundo, viajámos muito, temos referências cantadas noutros idiomas.
Nunca sentiste necessidade de tirar um curso de música? É natural também ter alguns temas cantados em inglês inclusive no novo disco que
…Vezes sem conta… mas felizmente sei que posso sempre contar com o mano Romano, está prestes a invadir as ruas.
com o broda Márcio e os demais amigalhaços para puxarem por mim.
No vosso Myspace confirmei que vocês conseguem ressuscitar mortos quando estão
Pelo que sabemos, os Souls of Fire nasceram da vossa vontade de organizar pequenas a actuar ao vivo! Qual é o segredo?
festas. O que era mais importante, a festa ou a mensagem que transmitiam na música? Oxalá! Creio que não existem grandes segredos, a seu tempo tudo se trabalha. Haja
Todo o movimento gerado em torno das festas eram por si só uma forte mensagem, energia, temos também a sorte de ter um público espectacular, haja alegria…
pequenas festas que num piscar de olhos ganharam dimensões extraordinárias.
As pessoas gostavam e queriam mais REGGAE. Nós gostávamos e queríamos tocar Deves ter inúmeras situações caricatas em actuações ao vivo. Qual é a que te põe a rir
REGGAE que é a mensagem, é música de intervenção social! às gargalhadas e qual é que te faz ter vontade de atirar com o Djembé?
Pois…quem anda à chuva molha-se… são inúmeras as situações que surgem ao longo
Que influências de artistas são mais marcantes nos Souls? Só Música ou outras áreas da estrada, mas lembro-me de uma em particular; no primeiro concerto dos Souls em
da cultura? Lisboa , o meu grande amigo Luís Vareta (guitarrista) saiu do palco a meio do concerto
Os Souls Of Fire são uma banda de gente boa simples e comum, naturalmente vive porque estava totalmente sem som na respectiva guitarra e na munição, na altura eu
entre todos nós uma paixão infindável pela cultura e por todos os movimentos artís- só tinha vontade de chorar , hoje choro a rir …
ticos em geral. A música assume maior relevo, mas são com toda a certeza demasiados
artistas e personalidades que teríamos de mencionar!
O primeiro álbum demorou a sair. O que se passou? Foi preguiça ou entraram em al-
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HIGHLIGHTNING

Fontes anónimas dizem que tu és completamente assediado pelo público feminino? Adiante jah tivemos o prazer de viajar rumo a BILBAO (2008), mas infelizmente o mau
AH...lol, É natural que assim seja , senão como conseguiria eu ter uma namorada tão tempo não permitiu a concretização do concerto. Quanto a tocar no exterior seria um
gira como a minha, olhos cor de mel. privilégio, um magnífico desafio, que seria recebido com a maior das alegrias. Qualquer
País com o mesmo idioma, seria mais fácil de ser aceite pelas audiências, mas a nossa
Também recebes cartas de fãs não apenas pelos teus dotes musicais? ambição é conseguir tocar em todos os lugares, para o maior número de pessoas …
Eu tenho mais ídolos do que fãs, envio mais cartas do que recebo …
O grupo já tem quase 8 anos e agora estão no segundo álbum. Podes-nos desvendar um
E para descansar da barulheira dos concertos vais surfar? pouco o que podemos esperar no futuro?
Simplesmente não vivo sem surf e bodyboard !!! Para o futuro próximo posso adiantar que vamos apresentar-nos na “TOUR-SUBEN-
TENDER” (2009) com concertos totalmente renovados, recheados de músicas novas ,
Qual é a relação que vês entre o surf e o estilo de música dos Souls? mensagens de alerta, e festa muita festa!!
Souls Of Fire=Reggae, Reggae=Jamaica, Jamaica=Calor, Calor=Praia, Surf=Praia.
O surf e o Reggae encontram-se no calor.

Levas uma rotina que causa inveja a muita gente, surf, música, festa. Arrependeste-te
de alguma decisão importante na tua vida?
La dolce vita! Quem não se arrepende de algo que adiou até ao dia de São Nunca ou
de algo que fez e nunca devia ter feito? A aprendizagem estende-se vida fora. Siga
bola pra frente!!

Quando os Souls estão parados és DJ nas principais discos do norte do país. És fiel ao
estilo dos Souls ou o Ratus transforma-se?
Quando estou a tocar como DJ a conversa muda de figura. Viajo desde a Música étnica
até aos infinitos HIT´S que as míticas gerações anteriores nos proporcionaram com
alguns rasgos de hip-hop e derivados!

Em Portugal, por exemplo, os concertos de reggae multiplicaram-se nos últimos


anos.Gostavas de actuar noutros países? Quais achas que podem ser os países para se
começarem a globalizar?
O Reggae invadiu a Europa há mais de 30 anos e está de boa saúde até aos dias de
hoje. Em Portugal todas as coisas tendem a chegar uns anos mais tarde, enfim . Graças
a produtores e bandas amantes do Reggae, foram a pouco e pouco surgindo concertos
em Portugal e rapidamente o Reggae propagou-se pelo País inteiro.

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PROFILE

XIMENEZ
Num país em que a estrela do surf é actualmente o Tiago Pires (Saca) a correr pelo segundo ano o WCT, o Miguel Ximenez, que em 2009
deixa a Quiksilver para se juntar ao Team Bolt, é uma das grandes promessas portuguesas para representar o país ao mais alto nível do surf
mundial.
Com apenas 22 anos e a correr o WQS pelo segundo ano consecutivo, este surfista tem já no seu historial vários feitos. Foi campeão nacional
sub-18, Vice-campeão europeu sub-18, vice-campeão nacional sub-20 e ainda vencedor da categoria de surf masculino no Eurosurf 2005
e campeão pela selecção no mesmo ano e 2007.
Este ano, continua a apostar forte, quer ser campeão nacional e obter um bom resultado no WQS.
Em Cascais, na sua cidade natal, e depois de um dia gelado a surfar, fizemos-lhe algumas perguntas:
Não vais dizer que a primeira vez que pegaste numa prancha foi aos 3 anos, pois não? Das inúmeras viagens que já fizeste, quais foram as que te ficaram mais na me-
A primeira vez que peguei numa prancha e fui para a água tinha 10 anos e foi na Praia mória?
do Guincho. Não correu muito bem… Mas aí ainda não tinha uma prancha minha. Gosto muito da Austrália. Mas, a Indonésia foi um destino que me marcou. Foi tam-
O meu pai ofereceu-me a minha primeira prancha aos 12 anos. Ia muito à praia com bém a minha primeira viagem.
amigos e eles também surfavam, isso ajudou a continuar!
Qual a viagem que gostarias de fazer?
E muito cedo começaste a ver que não fazias surf só para dar estilo e conhecer miúdas… Fiz recentemente uma das minhas viagens de sonho. Foi a última surftrip Lightning
Desde muito pequeno que entrei em competições… Via muitas revistas de surf Bolt ao Peru. O Norte do Peru na região de Máncora, Chicama e Pacasmayo tem
e sempre sonhei em aparecer lá um dia. Isso aconteceu por volta dos 19 anos, quando spots fabulosos com esquerdas muito longas e consistentes. Embora não tivéssemos
ganhei o EuroSurf pela selecção. Fui crescendo de competição em competição e do apanhado as ondas no auge, deu sentir o potencial. Na Europa não é um destino ainda
surf nacional comecei a pensar no surf mundial. Mas só aos 20 anos é que me dediquei muito conhecido.
100% ao surf. Entrei na Universidade, no curso de Comunicação Social, mas desisti
e fui surfar! Os patrocínios são essenciais para poderes continuar a apostar no surf. Este ano
vais contar com o apoio da Lightning bolt. Como surgiu esta proposta?
O que é que mais gostas na competição? A proposta veio do David Raimundo, um grande amigo e também Team Manager da
Gosto de puxar pelos limites, de conseguir vencer aqueles adversários que à partida Lightning Bolt Europe. Avaliei os prós e os contras e conclui que tinha muito a ganhar
são mais difíceis. ao juntar-me a esta marca, e até agora estou contente com esta opção.

E quando não estás em “trabalho”? Qual a tua maior ambição?


Gosto de continuar a divertir-me quando faço freesurf! Além disso, quando estou em Gostava de ganhar o nacional open e de ter um bom resultado a nível mundial.
casa e não estou a surfar, gosto de estar com os meus amigos. Mas desde há dois anos
que a minha vida gira em torno do surf. Lema de vida?
Com trabalho é possível chegar lá!
Quais são os teus profetas no Surf?
Tenho várias pessoas que admiro… O Saca (Tiago Pires), o Kelly Slater. Admiro Daqui a 20 anos, como te imaginas?
o facto de conciliarem trabalho, dedicação e talento. Casado com filhos, com uma vida estável e a fazer surf. Não sei se profissionalmente
ligado ao surf, mas a fazer surf!
Já sabemos que passas a vida a viajar e deves ter mil spots de eleição, mas qual
é a tua preferida? Quem? Miguel Ximenez
A praia do Guincho. Vivi sempre ali ao lado e adoro! Quando? desde 1986
Onde? Cascais, Portugal e nos melhores spots de surf por todo o mundo
Porquê? Novo Team Rider da Lightning Bolt
O quê? Surfista profissional actualmente a correr o World Qualifying Series

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STUFF BREAD AND BUTTER AW 09/10 LIGHTNING BOLT PORTUGAL STUFF
Enquanto alguns team riders estavam a reinar no Peru com a água a 25º e a beber umas cervejas geladinhas Em Portugal, a Lightning Bolt já conta com 8 lojas próprias e 2 outlets
HISTÓRIA DO SURF EM PORTUGAL ao fim da tarde só para matar o calor, a equipa de marketing e design estava a tremer de frio na segunda nos dois principais centros urbanos do país (Lisboa e Porto). LIGHTNING BOLT GREECE
Como começou o Surf em Portugal? Quem foram os presença da Lightning Bolt numa das feiras mais importantes de sportswear da Europa, a Bread & Butter Em Lisboa, estamos presentes no C.C. Colombo, C.C. Vasco da Gama, Na Microxtreme, o mote é “Skate e Snowboard desde
primeiros praticantes? Como eram socialmente vistos que se realizou em Barcelona. C.C. Alegro e na capital portuguesa do surf, Ericeira. No Porto, visita- o início”. O fundador e actual proprietário Gerasimos
estes jovens que se aventuravam no mar com umas pran- Desta vez, apresentámos a colecção Outono-Inverno 09/10 e podemos dizer que esta participação foi um nos no C.C Arrábida, no Mar Shopping, no Norte Shopping e no Edi- Avramidis já anda a praticar Skate e Snowboard desde 1978
chas incipientes? Quando tiveram lugar os primeiros sucesso, contando com mais de 1000 visitantes durante os 3 dias da feira. fício Transparente. e começou surf há cinco anos atrás. É, certamente,
campeonatos? Destaque para a nova linha Style Masters, que promete recuperar o verdadeiro espírito vivido na mítica década A marca tem vindo a renovar a imagem das suas lojas desde 2007, sendo a pessoa ideal para representar a Lightning Bolt, num
Este álbum tenta resumir e ilustrar a ainda curta história de 70 no Hawaii, onde os Pipeline Masters Gerry Lopez e Rory Russell esbanjavam classe. que a última abertura foi no Mar Shopping. (na foto) país onde o surf ainda está a dar os primeiros passos.
do surf em Portugal entre a década de 60 e os inícios da Foi também nesta feira que a nova USB Pen Lightning Bolt, a USBOLT, fez a sua primeira aparição, e só Os outlets estão no Freeport, em Alcochete (Lisboa), e em Vila do Gerasimos Avramidis
década de 80. Os primeiros campeonatos, o lifestyle, as quem foi ao nosso stand ficou com uma de graça. Conde, no Nassica. Thessloniki, Greece
primeiras pranchas e outras aventuras de uma geração Em Julho a Bread&Butter volta às origens, mais propriamente a Berlim. Para as lojas multimarca, a Lightning Bolt é actualmente representada gerasimos@microxtreme.gr
que é considerada pioneira no surf português. pela Ciabrasil, que também tem a distribuição de outras marcas, nome-
Coordenado e dirigido por João Rocha, destaque para adamente a famosa Havaianas.
as deliciosas histórias de Pedro Lima, considerado Cia Brasil
o primeiro surfista português e actualmente Relações Manuel Gouveia
Públicas da Lightning Bolt em Portugal. ciabrasilonline@ciabrasil.pt
Um livro que merece o seu preço, não só pelos textos www.ciabrasil.pt
mas especialmente pelas imagens que são autênticas
LIGHTNING BOLT HOLLAND AND BELGIUM
relíquias da história do surf.
Frank Van de Ruit começou agora a representar a Lightning LIGHTNING BOLT UK
Bolt na Holanda e na Bélgica. Brian Hart é o novo responsável de vendas da Lightning
Supreendentemente, existe nestes países uma comunidade Bolt para o Reino Unido.
de surfistas completamente fanáticos. A residir em St. Agnes, na região da Cornualha, tem já
O Frank foi campeão holandês de snowboard e começou uma vasta experiência na indústria do surfwear e está
a surfar há 20 anos atrás. Depois de abandonar a carreira de eufórico com este novo desafio de uma marca que tem
snowboarder, trabalhou na Burton antes de ter ido viver para um significado muito especial na sua vida de surfista.
a Costa Rica onde viveu e surfou alguns anos. “Comprei os meus primeiros Boardshorts da Lightning
Em Noordwick situa-se o seu showroom, para o qual convida Bolt na Califórnia no início da década de 80 e, des-
LIGHTNING BOLT FRANCE
todos os lojistas interessados em conhecer a “marca de surf de aí, fiquei fã incondicional da marca. Estou mesmo
Em Janeiro deste ano, Nicolas Pinot foi coro- contente por ter a oportunidade de trazer esta marca
mais mítica de sempre”.
ado como responsável comercial para o terri- de volta ao Reino Unido. Significa mesmo muito para
Além disso, está super orgulhoso de ter acabado de comprar
tório francês. Este surfista nato está ancorado mim. E quem sabe se um dia destes não conseguirei
a “prancha Lightning Bolt mais bonita que alguma vez foi
na Meca do surf francês, Biarritz, e está neste comprar uma Lightning Bolt Pipeliner original do
feita”. Referimo-nos à Pipeliner, uma gun com o shape e as-
momento a apresentar as novidades da colec- Rory Russell!”
sinatura de Rory Russell.
ção Outono-Inverno 09/10 às surfshops e lojas Brian Hart
Frank Van de Ruit
de streetwear francesas. Por isso, se queres ter St Agnes, Cornwall, Reino Unido
Rotterdam, Holland
GADGETS- US BOLT Lightning Bolt na tua loja em França, não te brian@northshoremktg.plus.com
info@lightningboltsurf.nl
esqueças deste nome.
Não inventamos as Pen USB, nem inventamos a me-
Nicolas Pinot NUBAI NO HAWAII
mória de 2gb, mas inventamos uma pen com 2 gb em
BIARRITZ, França
forma de raio. Como se já não bastasse passar os últimos anos quase sempre em festa nos concertos do Nubai Soundsystem, o grande
n.pinot@yahoo.fr
Não foi feita para os geeks que querem guardar 500 Tiago Pitaça também bodyboarder e apoiado Lightning Bolt, juntou-se à elite do bodyboard tuga onde constavam,
filmes piratas num disco. É uma pen para quem quer ter entre outros, o Manuel Centeno e o Hugo Pinheiro e marcharam rumo ao Hawaii (Ohau) durante um mês.
LIGHTNING BOLT ITALY
estilo. Como é de borracha também pode ser usada como Fica o testemunho para a eternidade:
aqueles brinquedos anti-stress. Desde o primeiro lançamento da Lightning Bolt na Europa, Davide Bertelli “Antes de mais, gostava de partilhar convosco que ir ao Hawaii sempre foi a minha viagem de sonho desde os
Para já vai estar disponível em duas cores: vermelho mostrou-se muito entusiasmado com as raízes e a natureza do raio. Este espe- meus 18 anos mas só consegui ir agora, e não me arrependo nada. O NorthShore é tudo aquilo que eu imagi-
e amarelo. cialista italiano na representação de marcas de surfwear está em todo os lugares da nava, mas ainda com mais ondas, calor com ambiente e muito, muito localismo. Apesar de conseguires surfar LIGHTNING BOLT ISRAEL
belíssima ilha da Sardenha e promete mostrar a todos os retalhistas interessados à vontade em vários spots, em Pipeline é preciso ter cuidado com algumas atitudes, os erros pagam-se caro. Yoav Teveth é o primeiro responsável comercial da
a história da Lightning Bolt e a sua nova colecção. Da Sicília ao Valle d’Aosta… Para além do cliché todo havaiano, uma coisa que me surpreendeu bastante é que no Hawaii só existem dois Lightning Bolt no Médio Oriente, mas apenas para
Davide Bertelli tipos de música entre o pessoal surfista: Reggae e HipHop. Israel. Está neste momento a apresentar a nova colecção
Cagliari, Sardinia É engraçado ver o poder da cultura jamaicana na ilha, que não se manifesta só na musica ahahaha... É sem Outono-Inverno 09/10 a todos as surfshops e lojas de
dbertelli@tiscali.it duvida uma viagem a repetir porque com tantos spots loucos, um mês sabe a pouco. Por isso, para o ano estou streetwear no país.
lá de novo. Mahalo Hawaii! (obrigado Hawaii!)” Yoav Teveth
LIGHTNING BOLT SPAIN Photos: João Melo Tel Aviv, Israel
Directamente de Vitoria no País Basco, veio o Edu Prieto, que desde o início do ano yoav@shpitz.net
é o representante comercial da Lightning Bolt para o País Basco, Astúrias e Galiza.
Edu Prieto
Vitoria-Gasteiz, Espanha
eduprieto85@gmail.com
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ROOKIES ROOKIES

O Surfing Life Club é uma das maiores escolas de surf do norte de Portugal, situada na 2ª cidade do país, Porto (Matosinhos),
num dos melhores spots da região.
Numa de inspectores, quisemos perceber como funciona esta escola, quer do ponto de vista do instrutor, quer do ponto de vista
do aluno. Será que são coincidentes?

O Bruno Rodrigues, um dos patrocinados Lightning Bolt, incluído no grupo dos mais talentosos surfistas do país, está já a dar
aulas nesta escola há dois anos.

Quais são os requisitos para poder ter treinos neste grupo? E a disciplina? É militar ou os atletas podem pisar o risco? Como é que controlam?
Saber nadar, não ter qualquer problema de saúde que impeça a prática de desporto Já tive de dizer a alguns alunos que se vinham para aqui para surfar, mais valia não gas-
e muita vontade de aprender. tarem o dinheiro da aula e irem fazer surf sozinhos para qualquer lado. Peço às pessoas
para estarem concentradas no treino. Quando começam a dispersar, às vezes começo
Quantas horas por mês recomendam de treinos para cada atleta? a roubar-lhes ondas para ver se acordam.
O ideal é surfar todos os dias. O surf é um desporto que requer muita persistência
para aprender. No mínimo três horas por semana. Embora, na realidade, algumas Qual é o tempo médio de permanência de cada atleta na escola?
pessoas acabam por fazer 1 vez por semana. Sempre é melhor do que ficar no Fazemos acompanhamento desde a iniciação até ao nível de competição. Temos
sofá. cá alunos há mais de 3 anos.

Existem treinos de preparação física e aulas teóricas?


Sim, fazemos treinos com natação no mar, fazemos vários exercícios físicos orien-
tados para o surf e, quando o mar está demasiado grande, temos aulas teóricas.
Mas independentemente do dia é sempre feita uma análise do mar, em conjunto
com os alunos, antes de entrar para a água.

Quantos atletas por grupo no máximo?


Depende das condições, mas tentamos não ultrapassar 6 alunos por monitor.

Qual a formação dos monitores para poder fazer parte da escola?


Para além do curso de treinadores, gostamos de dar algumas surfadas com o mo-
nitor antes de o contratar para sentir a experiência que tem no mar. Não se confia
a vida de 6 pessoas a uma que não conheces.

Quais são os factores críticos de sucesso de um atleta nas aulas?


Determinação e concentração. Perceber que durante aquele período em que está
no treino, não está a “dar uma surfada”, mas sim a dar o máximo para cumprir os
objectivos que lhe são propostos pelo treinador.

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ROOKIES

O Afonso Teixeira tem 16, já é aluno desta escola há mais de 3 anos e aqui já passou por diferentes programas de treino
Quando entraste no Surfing Life Club, que requisitos te exigiram? E a disciplina? Achas que os monitores são demasiado chatos? Ou são razoáveis?
Um dos requisitos foi que soubesse nadar minimamente. Fora isso, apenas a von- Não, os monitores têm uma relação muito próxima connosco, o que nos faz sen-
tade para surfar. tir mais à vontade com eles. Já durante os treinos, estabelecem a disciplina, que
é essencial para a concentração apenas nas ondas.
Quantas horas por mês recomendam de treinos para cada atleta?
Para atletas em competição, recomendam um mínimo de quatro treinos semanais. Já pensaste em mudar para outra escola?
Não, tudo o que aprendi foi na escola Surfing Life Club, tenho sentido uma boa
Existem treinos de preparação física e aulas teóricas? evolução e o espírito de união entre todo o grupo, que se construiu ao longo do
Sim, quando as condições do mar não permitem treinos seguros, temos aulas tempo, faz-me sentir muito bem nesta “casa”.
teóricas e há também muita insistência na parte física, incluindo a possibilidade
de treinos em piscina. A quem recomendarias esta escola? Aos iniciados, intermédios ou avançados?
Estou no nível de intermédio e estou muito contente com o programa de treinos
Quantos alunos no máximo, já tiveste numa aula? implantado, pelo que acho uma óptima opção para qualquer surfista neste nível.
O máximo foi um grupo de oito alunos por cada monitor. Quando há mais do que Definitivamente também a iniciados, pois tive uma evolução muito rápida para
oito, vão dois monitores para dentro de água. intermédio nesta escola. Quanto a avançados, não posso dizer nada pois não conheço
o plano de treinos, mas espero que esteja para breve.
Que qualidades os monitores acham que deves ter para poderes evoluir no surf?
Muito treino e força de vontade acima de tudo, uma vez que há momentos de
estagnação. Claro que o talento é inato, mas se praticares e tiveres vontade de estar
sempre a melhorar, consegues superar melhor as tuas limitações.

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COMING NEXT

Alguns peritos colocam a costa do pacífico da Nicarágua como uma


das melhores regiões para surfar na América Central.
Playa Maderas, Playa Escondida, Santana e Colorado são só alguns
dos surf spots a que eles recorrem para defender a sua teoria.
Bem, para comprovar o que estes senhores andam a dizer, vamos
enviar até lá os nossos team riders nessa missão!

No Alentejo, uma das regiões mais típicas de Portugal onde relíquias


da presença romana se misturam com mesquitas do legado mouro,
vamos fotografar a colecção Outono-Inverno 09/10.

Em Agosto, estamos de volta e só então vão poder saber porque


é que escolhemos este destino. Não há coincidências.

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