Ilicitude de condomnio que cobra quotas iguais para unidades de metragens diferentes Novidade na jurisprudncia: disposio de clusulas de con

veno condominial podem ser discutidas e revisadas em Juzo, quando forem lesivas a um ou mais condminos. A deciso da 19 Cmara Cvel do TJRS que, provendo apelao, atendeu aos reclamos da nu tricionista Clarice Maria Goetz, em demanda contra o Condomnio Edifcio Jardim Inhandu (Rua Inhandu, 303, Porto Alegre). Firmada por dois teros dos condminos e registrada no Cartrio de Imveis, a conven o previa que as quotas condominiais fossem cobradas em percentuais e valores iguais de todos os condminos, contrariando a praxe da proporcio nalidade em relao rea de uso privativo. No caso especfico de Clarice, sua unidade residencial, de um dor mitrio, tem rea privativa de 46 m e rea de uso comum de 17 m .. Atravs do advogado Valdemar Francisco Wolf de Paula, a condmina foi a Juzo, ponderando que jamais conseguiria a modificao da conven o, porque seriam necessrios os votos de dois teros dos cond minos. Em contestao, o Condomnio sustentou a impossibilidade de al terao da conveno por deciso judicial, j que fixado critrio prprio. A sentena de primeiro grau (5 Vara Cvel de Porto Alegre) entendeu ser impossvel a reviso, "porque a base do condomnio tem por norte a auto-regulao". Ao modificar o julgado de primeiro grau, o desembargador Guinther Spode considerou que "s condies excepcionais poderiam vigorar durante tempo pr-determinado, que caberia ao condom nio informar". O voto elimina "a punio eterna queles ocupantes de espao menor que se presumem tenham menores posses que os moradores de imveis maiores". Detalhe interessante que a deciso da 19 Cmara benefi cia os demais condminos em situao idntica de Clarice. Tal por que o julgado determina "a cessao do rateio das despesas pelo crit rio igualitrio, passando a ter incidncia a forma proporcional fra o ideal de cada unidade para cessar o enriquecimento ilcito". O re curso especial do condomnio foi admitido, certamente em face do ineditis mo da matria. Caber ao STJ a deciso final. (Proc. n 70003417730)