Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LIME
O
te ««^__i——
o. —^———
Oiretor-Responsável: SUMARIO
Estéváo Bettencourt OSB
PROFECÍAS.. . CALAMIDADES 337
Autor e Redator de toda a materia
publicada neste periódico
Resposta para mu ¡tos:
Diretor-Administrador "CASAMENTOS QUE NUNCA DEVERIAM
D. Hildebrando P. Martins OSR TER EXISTIDO" por Jesús Hortal S.J. . 338
337
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
Ano XXVIII - N? 303 - Agosto de 1987
* * *
338
"CASAMENTOS QUE NUNCA..
mente a legislapao da Igreja para poder ajudar os seus fiéis. — Em vista disto,
transmitiremos abaixo o conteúdo do livro (e, conseqüentemente, do Códi
go de Direito Canónico) relativo as causas de nulidade do casamento religio-
1. A doutrina da Igreja
Pode acontecer, porém, que, apesar das aparéncias, nunca tenha havi-
do um auténtico matrimonio. Por qué? - Por ter faltado alguma condicáo
essencial á validade do casamento; assirfi, por exemplo, quando alguém con-
trai matrimonio ameacado de morte, nao se casa realmente, pois o consenti-
mento matrimonial, para ser válido deve ser livre. Em tal caso o matrimonio
é nulo ou nunca existiu. Aos interessados compete pedir nao a anulacáo,
mas a declaracao de nulidade desse enlace por parte da autoridade eclesiásti
ca.1
Pergunta-se agora:
1 Nótese bem: anulacao significa fazer que aquílo que tem existencia legi
tima, deixe de a ter; o casamento válido perdería o seu valor jurídico. — Ao
contrario, declaracao de nulidade significa tornar público o fato de que o ca
samento, em tal ou tal caso concreto, nunca teve existencia, apesar das ceri-
mónias realizadas.
339
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
1. Falhas do consentimento
2. Impedimentos dirimentes
2.1.ldade
2.2. Impotencia
2.3. Vfnculo
2.4. Disparidade de culto
2.5. Ordem sagrada
2.6. ProfissSo religiosa perpetua
2.7. Rapto
2.8. Crime
2.9. Consangüinidade
2.10. Afinidade
2.11. Honestidade pública
2.12. Parentesco legal, por adopao
Como se pode ver, há nada menos do que vinte e cinco causas diferen
tes que podem provocar a nulidade de um casamento. Muitas délas, porém,
raramente aparecerao num processo de declaracáo de nulidade, porque já
teráo sido canceladas, se necessário, mediante a dispensa, antes do casamen
to. Contudo pode-se perceber que o problema dos matrimonios nulos nao é
nada simples.
340
"CASAMENTOS QUE NUNCA..."
2?os que tém grave falta de discricao de jufzo a respeito dos direitos e
obrigacoes essenciais do matrimonio, que se devem mutuamente dar e rece-
ber;
341
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
342
"CASAMENTOS QUE NUNCA..."
Sabemos que em nossos dias mesmo os fiéis católicos nao estío bem
esclarecidos a respeito, especialmente após a ¡ntroducio da lei civil do divor
cio. Muitos talvez se casem pensando em dissolver seu casamento, se nao for
343
8 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
feliz, a fim de contrair nova uniao. Pergunta-se entao: há, nestes casos, au
téntico consentimento matrimonial?
344
"CASAMENTOS QUE NUNCA. .." 9
Para responder, devenios observar que todo ser humano está sujeito a
falhas e a causar decepcoes; a nenhum nubente é lícito imaginar que encon
trará a pessoa perfeita que ele deseja. Por conseguinte, uma certa margem de
decepcoes é quase normal no casamento e nao invalida a este. Todavia pode
haver atitudes de cónjuge posteriores ao casamento que revelem uma persona-
lidade fundamentalmente diferente daquela que o outro cdnjuge quis abra
car; caso essa diferenca seja realmente básica ou fundamental, pode-se dizer,
segundo o Pe. Hortal, que houve erro de pessoa,... erro que tornou nulo o
casamento.1 Deve-se reconhecer que é difícil definir os limites entre predi
cados básicos e predicados nao básicos no caso. Deve-se também notar que
as pequeñas decepcoes inerentes a vida conjugal nao sao algo de extraordina
rio ou desconcertante na vida de um crístlo, visto que este, em qualquer vo-
cacao, é sempre chamado a seguir o Cristo portador de sua Cruz em deman
da da vida plena ou da ressurreicáo.
Tal caso é assaz complexo. Eis alguns exemplos: uma jovem pensa ca
sarse com um rapaz muito zeloso e responsável, mas após o matrimonio ve-
345
10 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
rifica que é vadio e só quer explorar a esposa ou julga que o noivo é aten-
cioso e respeitador, mas toma consciéncia, após o casamento, de que é
grosseiro e violento. V¡ce-versa, um jovem pensaque sua noiva será mié dili
gente, mas observa que nao cuida dos furtos e vive fora de casa;... desejou
casar-se com urna virgem, mas verifica que se enganou. . . Pergunta-se: qual
dessas qualidades visadas, mas nao encontradas na vida conjugal, tornou nu
lo o matrimonio? Onde está o limite entre falhas humanas previsíveis e acei-
táveis e falhas inaceitáveis, que permitem dizerque houve erro sobre as quali
dades da pessoa? — Nao se pode responder de maneira genérica e abstraía,
mas é preciso examinar cada caso concreto de per si. Observa o Pe. Jesús
Hortal: "O Código de Direito Canónico resolve a questao declarando que a
nulidade existe se 'o erro for em relacao a urna qualidade direta e principal
mente visada' (din. 1097 § 2?). Ou seja, quando se faz muita questao de
que essa qualidade exista no parceiro com quem alguém vai unir a sua vida"
(p-19).
O Código ainda formula urna norma sobre o erro acerca das qualidades
de urna pessoa:
346
"CASAMENTOS QUE NUNCA..." 11_
"§ 2. Contudo, se unía da* partes ou ambas, por ato positivo de vonta-
de, excluem o próprio matrimonio, algum elemento essencial do matrimonio
ou alguma propriedade essencial, contraem inválidamente".
347
12 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
1) o mal que a pessoa teme, se nao aceitar o casamento, deve ser grave;
348
"CASAMENTOS QUE NUNCA. ■ ■" 13
4. Impedimentos dirimentes
349
14 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
350
"CASAMENTOS QUE NUNCA..."
Distingamos:
351
16 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
validade do matrimonio, de acordó com o canon 1060, até que se prowe com
certeza que urna das partes era batizada e a outra nao".1
"O matrimonio entre duas pessoas batizadas, das quais urna tenha sido
batizada na Igreja Católica ou nela recebida depois do Batismo e que nao te
nha dala saído por um ato formal, e outra pertencente a urna Igreja ou co
munidade eclesial que nao esteja em plena comunhSo com a Igreja Católica,
é proibido sem a licenca expressa da autoridade competente".
352
"CASAMENTOS QUE NUNCA.. ■" 17
Urna mulher levada ou retirada pela forca nao se pode casar valida
mente com quem a está violentando dessa mane ira. Só poderá validamente
unir-se em matrimonio, se, posta em liberdade, optar espontáneamente
por tal casamento.
353
18 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
354
"CASAMENTOS QUE NUNCA..." 19
355
20 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
356
"CASAMENTOS QUE NUNCA. .."
* * *
357
Questáo candente:
Direito de escolha
da escola
358
ESCOLHA DA ESCOLA 23
359
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/19B7
A própria natureza está a dizer que a paternidade tem que ser respcn-
sável pela prole. É urna responsabilidade primeira que antecede qualquer ou-
tra instancia. O dever dos pais de educar os filhos tem como correlato o di
reito de, usufruir dos meios necessários para o cumprimento de sua obriga-
cao. Respeitar este dever-direito, por sua vez prioritario, faz parte de urna
convivencia humana e pacífica.
Negar aos pais esse direito seria, quando menos, urna forma tácita de
violencia "herodiana". Um Brasil democrático e pacífico nao pode ceder á
execrável tentaclo.
360
ESCOLHA DA ESCOLA 25
361
Nova praxe pastoral?
* * *
1. A "reveladlo"
362
BATIZAR CRIANgAS MOR TAS 27
(dizei aqui alguns Romes: Antonio, Joao, José, María, Ana, etc. ..)
E Jesús explica:
363
28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
2. Refletindo...
364
BATIZAR CRIANCAS MORTAS 29
antes de ser urna profissao de fé, é um precioso dom de Oeus, que nao é lí
cito postergar). A Igreja apenas zela para que as enancas batizadas recebam a
respectiva instrucáo religiosa logo que disto sejam capazes; daf os cursos de
pais e padrinhos em preparacáo do Batizado das enancas.
7 Quando a Igreja reza pelos mortos ou pelas almas do purgatorio, nao esté
absolvendo os seus pecados, mas apenas oferece a Deus a sua intercessao de
Mae em favor dos filhos gue déla necessitam para se livrar das escorias do pe
cado.
365
30 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
Estas ponderacóes levam a concluir que a nova teoría nao leva em con-
sideracao as normas vigentes para a validade do sacramento do Batismo nem
as disposicoes habituáis do Senhor Deus para salvar os homens. Propoe um
rito fantasioso, que, como se dirá adiante, é desnecessário.
366
No cinema:
* * *
367
32 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
CONSIDERAQOES...
368
"O NOME DA ROSA" 33
369
34 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
Umberto Eco usa o estilo das memorias biográficas para explicitar suas
reflexóes sobre a cultura medieval. O velho monge, Adson, de seu mosteiro
de Melk — que, alias, ainda existe na Austria — conta suas lembrancas do ter-
rível evento de que participara, quando ainda jovem novico, acompanhando
Frei William, chamado para desvendar os sinistros acontecimentos que ocor-
riam num mosteiro da Italia: a morte misteriosa de monges envolvidos com
a leitura clandestina do único exemplar de um segundo volume da Poética
de Aristóteles.
A vida monástica, urna das maisadm i ráveis real ¡zacees da cultura crista,
aparece no filme como um antro de perversidade e corrupcao; a Inquisicio
como urna ¡nstituicao movida por um orgulho que ná"o se detém diante de
nenhuma crueldade; a cena erótica é reduzida a um episodio pornográfico.
Umberto Eco cita em seu livro muitas frases latinas que nao traduz,
mas cujo sentido revela logo a seguir. Urna única frase latina ele nao traduz
e é exatamente a última: "Stat Rosa prístina nomine; nomina nuda teñe-
370
"O NOME DA ROSA" 35
mus". É a frase que resume os dois primeiros temas fundamentáis de sua re-
flexao, ácima referidos. "Da Rosa primitiva resta apenas o nome; alias, da
realidade, a mente humana pode apenas reter conceitos vazios, nomes ñus."
371
36 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
* * *
E.B.
372
Premio Osear:
"A Missao"
(Filme)
* * *
373
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
1. O enredo do filme
374
"AMISSÁO" 39
Este final bem exprime a tese que transparece algumas vezes no enre
do do filme: o amor é a grande virtude apregoada por Sao Paulo, aquela que
f tcará quando a fé « a esperanca cederem á vi sao face-a-face de Deus (cf.
1Cor 13,12s). O amor vem de Deus, leva a Oeus e constrói os homens, ao
passo que a violencia vem do coracao do homem prepotente e arrogante, e
torna infernal o mundo de Deus. Felizes os missionários quecompreenderam
esta proposipao e a traduziram em prática, pondo em risco a sga vida tem
poral! Em troca desta, receberam a vida eterna, ao passo que os violentos ga
nanciosos experimentaran! a amargura do coracao e a certeza de haver perdi
do o principal dos valores.
2. Refletindo...
375
40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
376
"A MISSÁO" 41
377
42 "PERGUNTS E RESPONDEREMOS" 303/1987
378
"A MISSÁO" 43
As "Redundes" vém a ser urna experiencia singular, que fez correr ríos
de tinta e provccou os comentarios elogiosos até dos filósofos racionalistas
do sáculo XVIII. O seu período áureo durou de 1650 a 1720, quando come-
caram as dificuldades de sobrevivencia, que levariam á extincio tanto desses
aldeamentos quanto da Companhia de Jesús.
379
44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
380
"AMISSÁO" 45
Livros em Estante
Caminhando com Jesús, pelo Pe. Luiz Cechinato. - Ed. Vozes, Petró-
polis 1986,135 x 210 mm, 126 pp.
381
46 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
382
LIVROS EM ESTANTE 47
Este livro pertence a urna coléelo que deve compreender setenta volu
ntes, todos de comentario "latino-americano" da Biblia (como diz a quarta
capa). "Sem abdicar de sua formacao científica, os respectivos autores (ca
tólicos e protestantes) tentam exprimir o sentido que os pobres gostariam
de exprimir, mas nao sao capazas por falta de estudo e de recursos" (quarta
capa). — Embora o programa da colecáo seja bem caracterizado, pode-se
dizer que o livro em foco fica dentro das normas de sadia exegese sem ceder
a distorcoes ideológicas. Obedece ás exigencias de um trabalho científico le
vado ao nivel de um leitor medio: apresenta o texto hebraico e o texto grego
do livro de Ester em traducao portuguesa, com um comentario aceitável e
fiel ao sentido do autor sagrado; respeita, portante, as partes deuteroca-
nónicas de Ester.
383
48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 303/1987
praxis está ácima do logo*. — É estranho que o Imprimatur tenha sido dado
pelo Bispo de Macapá, quando o Código de Direito Canónico (canon 825}
prescreve que "as versóes da S. Escritura acompanhadas de convenientes
notas explicativas" devem ter a autorizacáo da Conferencia dos Bispos; pa
ra os demais livros, reza o canon 824 que a autoridade competente para
conceder o Imprimatur "é o Bispo da diocese do autor ou o da diocese onde
o livro é ¡mpresso".
Este livro é urna versao "a partir do povo" da Historiada Igreja Anti-
ga; o autor adapta e reduz a obra "Memoria do Povo Cristao" de Eduardo
Hoornaert, já comentado em PR 290/1986, pp. 311-322.
LIVROS DE PORTUGAL:
1) SALTERIO LITÚRGICO - Os Salmos da Liturgia das Horas com introdu-
coes, Oracoes Sal micas e uso Litúrgico. Secretariado Nacional de Liturgia.
(Ed. da Gráfica de Coimbra) 1984, 545p. CzS 500.00
2) MISSAL POPULAR: - DOMINGOS, FESTAS E SACRAMENTOS. 2a. ed.
remodelada e atualizada. (Ed. da Gráfica de Coimbra) CzS 450,00
3) CONFISSÓES DE SANTO AGOSTINHO - 1 la. ed. 400p. (Liv. Apostolado
da Imprensa) CzS 400,00
4) Meu CRISTO PARTIDO: - Ramón Cúe. (Ed. Perpetuo Socorro)
; CzS 300,00
5) MEU CRISTO PARTIDO DE CASA EM CASA - 'Ramón Cúe - (Ed. P.
Socorro) ) CzS 300,00
!
AOS NOSSOS ASSINANTES