Sie sind auf Seite 1von 1

Quando algum procura, acontece facilmente s ver a coisa que procura, ser incapaz de encontrar seja o que for,

de absorver seja o que for, porque s pensa naquilo que procura, porque tem um objectivo e porque est obcecado com esse objectivo. Procurar significa ter um objectivo, mas encontrar significa ser livre, ser receptivo, no ter nenhuma meta. Tu, respeitvel, talvez sejas na verdade uma pessoa que procura, pois ao lutares para alcanar o teu objectivo no vs muitas coisas que esto debaixo do teu nariz.
Hermann Hesse, Siddhartha
"Olhou satisfeito para o rio, nunca a gua lhe agradara tanto com esta, nunca compreendera to clara e profundamente a voz e o significado alegrico da gua que corre. Parecia-lhe que o rio tinha algo especial para lhe dizer, algo que ele ainda no sabia, que ainda o aguaradava. Olhou afectuosamente para a gua, para o seu verde translcido, para as linhas cristalinas dos seus contornos cheios de segredos. Viu prolas cintilantes emergirem do fundo, bolhas de ar flutuando serenamente no espelho de gua, reflectindo o azul do cu. O rio olhava para ele com mil olhos, verdes, brancos, cristalinos, azuis celestes. Como ele amava esta gua, como ela o fascinava, quo agradecido lhe estava! Ouvia a voz falar-lhe no seu corao, desperta outra vez, dizendo-lhe: Ama esta gua! Fica junto a ela! Aprende com ela! Sim, ele queria aprender com ela, queria escut-la. Parecia-lhe que quem compreendesse esta gua e os seus segredos compreenderia muitas outras coisas, muitos segredos, todos os segredos. Mas hoje, dos segredos do rio ele via apenas um, um segredo que enchia a sua alma: aquela gua corria continuamente, corria sempre mas estava sempre ali, para todo o sempre a mesma e, no entanto, a cada momento nova!" Excerto do livro de Hermann Hesse, Siddhartha

Das könnte Ihnen auch gefallen