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Formação Profissional

Co-financiada pelo Fundo Social Europeu e pelo Estado Português

ELABORADO

ELABORADO POR: PAULO CAMPOS

DEZEMBRO 2008

Curso: Técnico/a de Controlo de Qualidade Alimentar

Governo da República
Portuguesa
Formação Profissional
Co-financiada pelo Fundo Social Europeu e pelo Estado Português

Índice

Introdução……………………………………………………………………………………….2 2

O que é a Globalização ………………………………………………………………….3

A Globalização da economia…………………………………………………………3,4

A globalização da economia e das sociedades Africanas……………5,6,7

Objectivos de Desenvolvimento do Milénio…………………………………..7

A margem da globalização…………………………………………………………….8

As falsas questões………………………………………………………………………….9

O contributo de João Paulo ll ……………………………………………………….10,11

Conclusão…………………………………………………………………………………….12

Bibliografia……………………………………………………………………………………13

Curso: Técnico/a de Controlo de Qualidade Alimentar

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Introdução

No campo de acção do trabalho no módulo de Deontologia e


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Princípios Éticos, achei por bem e em consonância com as
Formadoras Eva Manuel e Célia Cunha, descrever neste espaço um
tema, “Globalização em África” que ao mesmo tempo me diz muito,
como também excessivamente me entristece. De acordo com este
tema vou dar mais ênfase a própria África em si (ao mal que lhe
fizeram e continuam a fazer) e complementar com alguns pontos em
termos da globalização. Para a realização deste trabalho recorri a
algumas fontes de informação, particularmente a Internet.

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O que é a globalização.

A globalização bem se pode suspeitar, tenha sido mais o sucesso da


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globalização da ideia de globalização, do que a própria globalização,
se atendermos aos indicadores de desigualdades do mundo,
principalmente em África.
A palavra globalização evoca reacções acaloradas, posições
ideológicas extremas, debates em que quase nada se esclarece e
tudo parece confundir-se sobre quase tudo. O termo associa-se a
manifestações hostis de movimentos sociais muito diversos, extremos
interesses escondidos que (é suposto) nos governarem, ou as forças
impetuosas dum mercado mundial que (é suposto) nos abrirem novos
caminhos de prosperidade para as nações e os indivíduos.
A globalização determina a economia, caracteriza a política,
condiciona a cultura e a moral, molda os nossos hábitos. Não admira
por isso, que seja uma questão que tanto nos divide, que tenha os
seus adeptos ferrenhos e os seus opositores viscerais. Mas, se é
verdade que veio para ficar, não é menos verdade que precisa de
reformas.

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A globalização da economia. 5

Em termos muito genéricos a globalização da economia pode ser


definida com a Integração das economias no Mundo, através do
comércio, dos fluxos financeiros, do intercâmbio de tecnologia e
informação e do movimento de pessoas. A tendência para a
integração está claramente reflectida na importância crescente do
comércio internacional e dos fluxos de capital na economia mundial.
Uma parte cada vez maior do PIB mundial é gerada em actividades
directa ou indirectamente ligadas ao comércio internacional. Por outro
lado a revolução nos meios de comunicação e na tecnologia de
transportação e a maior disponibilidade de informação permitem que
indivíduos e firmas possam basear as suas escolhas económicas
sobretudo na qualidade do ambiente económico dos diferentes Países.
Deste modo o sucesso económico hoje, é menos uma questão de
dotação relativa de recursos e mais uma questão de percepção dos
mercados em relação a consistência e previsibilidade das políticas
económicas.

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A globalização da economia e das sociedades


Africanas.
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Pode dizer-se que o processo de descolonização que ocorre em


África a seguir ao termo da Segunda Guerra Mundial representou
uma etapa importante no sentido da globalização do continente. Tal
como o fim do regime do apartheid em relação à África Austral. Mas é
também flagrante que a evolução ocorrida depois disso foi em larga
medida decepcionante. Tal como no passado, embora por outros
meios, a exploração dos recursos naturais da maior parte da África
pelas economias dominantes à escala mundial, ou dos grupos
dominantes nas novas nações independentes, não tem conduzido ao
necessário «desenvolvimento humano» da generalidade da
população. Não deixa de ser, à primeira vista, surpreendente verificar
que um país tão pouco dotado em recursos naturais como Cabo
Verde tenha, na classificação da ONU, um Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) muito superior a Angola e Moçambique, e comparável
ao da Argélia, como se pode ler no Relatório do Desenvolvimento
Humano Mundial de 2005. O IDH é um índice que varia entre 0 e 1 e
combina indicadores de esperança da vida à nascença, níveis
educacionais e níveis de rendimento. Cabo Verde atinge um IDH de
0.72, enquanto Angola e Moçambique de muito maior dotação de
recursos (sobretudo Angola) atingem apenas, respectivamente, 0.45
e 0.38.Uma criança nascida no primeiro daqueles países viverá
provavelmente 73 anos, enquanto nos outros dois a esperança de
vida à nascença é pouco superior a quarenta anos. «Desenvolvimento
humano», muito concretamente, significa viver mais tempo, ser mais
instruído e ter maior rendimento. Por outras palavras, significa viver
mais, ter mais e (poder) ser mais.

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O desenvolvimento dito «económico» só faz sentido, afinal, se servir


o desenvolvimento «humano» da generalidade da população e não
apenas o enriquecimento de alguns. Claro que, em parte, longas
guerras sofridas por aqueles países, e depois de independências 7

conquistadas mediante prolongadas lutas de libertação, explicam


índices tão insatisfatórios. Cabo Verde, por seu turno, tem
beneficiado de volumosas remessas de emigrantes e substancial
ajuda externa. Mas estes dois factores só têm actuado precisamente
porque o estado Cabo-Verdiano, embora dotado de fracos recursos,
tem merecido a credibilidade internacional. A generalidade dos países
da África ao sul do Sara, com excepção da República da África do Sul,
encontra-se aos níveis mais baixos de desenvolvimento humano do
planeta. A esperança média de vida à nascença nesse grupo é hoje
apenas da ordem dos 45 anos, enquanto nos países «desenvolvidos»
alcança 79 anos. A globalização africana não pode pois, apesar de
todos os discursos de boas intenções, manifestar-se sobretudo
naquilo que considerámos o lado sombrio da globalização, ou seja, a
acentuação de desigualdades, a exclusão ou desintegração social. Se
ao nível da chamada «cidadania global» muito se tem reclamado uma
«outra globalização», justa e solidária, parece que isso é necessário
em África mais do que em qualquer outra região do planeta. E, sem
negar a importância de todo o sistema mundial e regional da ONU, e
a pertinência de orientações como os chamados «Objectivos do
Milénio» (1), talvez o essencial resida no apoio das iniciativas «de
baixo para cima», no sentido de dar poder ao nível das populações
locais e dos mais carenciados para se organizarem e, quanto possível,
resolverem os seus próprios problemas. No fim de contas, a
globalização «de fora para dentro», precisa de ser compensada por
movimento «de dentro para fora». O que é verdade quer ao nível da

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região africana do mercado global, no seu todo, quer dos estados


nacionais que a integram, quer da constelação dos múltiplos «locais»
mais carecidos dum verdadeiro desenvolvimento humano.
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(1) Objectivos de desenvolvimento do Milénio.

Para os mais distraídos eles são 8 e são para cumprir até 2015.
Pois, o problema é que estamos em 2008 (quase 2009) e muito
pouco se avançou nesta (s) causa (s):
1- Reduzir para metade a pobreza extrema e fome.
2- Alcançar o ensino primário universal.
3- Promover a igualdade de género.
4- Reduzir em 2/3 a mortalidade infantil.
5- Reduzir em 75% a mortalidade materna.
6- Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças graves.
7- Garantir a sustentabilidade ambiental.
8- Fortalecer uma parceria global para o desenvolvimento.
Não acredito que isto será cumprido, mas espero que todos fiquemos
com o “bichinho” da contribuição para todos estes objectivos.
Sei que o mundo dispõe dos recursos para atingir estes objectivos,
mas falta empenhamento político para tal. Pertenço a uma geração
que pode acabar com a pobreza e recuso-me a perder esta
oportunidade. Aos nossos governantes, digo: “chega de desculpas,
têm de manter a promessa de alcançar os Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio”.

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À margem da globalização

Os países menos desenvolvidos estão a ficar à margem da


globalização, vendo decrescer o seu peso no comércio e no
investimento a nível mundial. O alerta é lançado pelo gabinete da
ONU para os países menos desenvolvidos. “Ao longo dos últimos 30
anos, a globalização intensificou o comércio, aumentou a produção
económica e criou uma riqueza sem precedentes no plano mundial,
mas os países menos desenvolvidos não chegaram a beneficiar. Esta é
a triste realidade”
As Nações Unidas consideram menos desenvolvidos 34 dos 54
Estados africanos. Segundo os dados apresentados, o peso dos países
menos desenvolvidos no investimento directo estrangeiro a nível
mundial é inferior a dois por cento. Além do mais, a grande maioria
dos investimentos é canalizada para a exploração de petróleo e de
minérios, recursos não renováveis. O peso dos países menos
desenvolvidos nas exportações mundiais de mercadorias passou dos
três por cento, nos anos 50, para os 0,7 por cento, na presente
década. “Se a globalização continuar pelo mesmo caminho, vai varrer
por completo os países menos desenvolvidos do cenário económico
mundial”.

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As falsas questões.

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O resto do mundo está particularmente pessimista quanto às


perspectivas para África, porque todas as suas politicas sociais
baseiam-se no facto de que a inteligência deles (Africanos) não é a
mesma, enquanto que na pratica revela que não é assim.
“Os Africanos não são cultos, ou as pessoas que têm que lidar com
empregados Africanos não acreditam neles”.
Acho que isto é tudo uma questão de ser ou não ser senil.
Um exemplo que contradiz, por si só isto, é: os mais mortíferos
conflitos mundiais, e as incursões (bela forma de chamar a uma
guerra,) quotidianas foram ou são promovidas por “ocidentais”.
Para que contribui a inteligência dos “brancos”, que de forma geral
são o expoente máximo da sociedade ocidental. Os “brancos” e a sua
cultura neo-liberal ocidental estão a contribuir a destruição do planeta
que é dos “brancos” e dos “pretos” e dos “amarelos” e dos
“vermelhos” e dos “cor-de-rosa”. Será que esses ocidentais são assim
tão inteligentes. Eu simplesmente chamaria de burrice elevada ao
cubo.
Muito mais havia a falar sobre isto, mas como me considero também
um Africano (com muito orgulho) deixo o resto para bom entendedor,
porque posso ser mal interpretado.

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O contributo do Santo Padre João Paulo ll


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Quem mais que este fantástico Ser Humano (ao qual eu me curvo),
poderia tentar “abrir os olhos” ao mundo sobre uma questão tão
triste como esta.
“Desenvolvimento económico e social da África na era da
globalização", organizado no Vaticano pelo Pontifício Conselho da
Justiça e da Paz "O continente - afirma o Santo Padre - necessita
urgentemente de paz, de justiça e de reconciliação, como também da
ajuda dos países industrializados chamados a apoiar o seu
desenvolvimento, para que os povos africanos sejam realmente os
protagonistas do seu futuro, os actores e os sujeitos de seu destino.”
"Os numerosos focos de violência que ensanguentam a África, a sida
e outras pandemias, como também os dramas da miséria e das
injustiças, continuam a pesar sobre o futuro do continente,
produzindo efeitos negativos que hipotecam o desenvolvimento
solidário da própria África e a instauração de uma paz duradoura e de
uma sociedade justa e igual."
Esta é a dolorosa constatação de João Paulo II na mensagem
deixada ao mundo. Os votos do Papa são, portanto, "para que a
comunidade internacional possa contribuir com determinação e
generosidade na promoção de uma sociedade de justiça e de paz no
continente Africano". Para isso, João Paulo II pede o eficaz apoio, em
especial, dos católicos do mundo inteiro. Destacando a necessidade
de adequadas respostas, especialmente para as três questões de
fundo dos conflitos armados, das doenças pandêmicas e da pobreza,
destacou que a África não deve ser considerada um "peso
insuportável e um problema insolúvel, mas um extraordinário recurso

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de bem para toda a humanidade"."O maior mal que atormenta a


África - disse - é o sentimento de resignação e de desconfiança quase
geral que, em todos os níveis, circunda esse continente como uma
cortina de ferro feita de egoísmo e de indiferença. A verdadeira
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batalha a ser empreendida é a de construir um ambiente de renovada
confiança e de generosa, inteligente criatividade."

Pergunto a África se ela sabe que coisa queira dizer para ela esta
palavra, “quando" num mundo sob o controle das nações ricas e
poderosas, a África tornou-se um apêndice sem importância, as vezes
esquecida e abandonada por todos.

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Conclusão

Concluo dizendo, que, afinal de contas a globalização para o


Africano terá de ser bem vista e não deve significar, como disse 13

Mahathir Mohamad, Primeiro-ministro do Malawi, na Conferencia de


Maputo : "uma velha ordem de coisas com novos meios de controlo,
novos meios de opressão e novos métodos de marginalização".
Devemos combater por "uma globalização que passe pelo dialogo
entre os marginalizados e os desfavorecidos", como o disse também
Musseveni, o Presidente do Uganda. Chegou a hora de unir as nossas
vozes para que a marginalização não passe em silencio. Devemos
gritar mais alto e pedir, lutando por caminhos novos, com novas
regras de solidariedade e de respeito como a base, com a intenção
real de mudar tudo a favor da dignidade da pessoa humana. Deve
criar-se uma nova pessoa, uma nova humanidade, deve superar-se a
política que se baseia sobre a existência de "pessoas-zero", isto é,
consideradas como o resto da sociedade, numa mentalidade somente
económica avaliada só em termos de custo. Devemos orientar, a
globalização para uma síntese de agrupamentos regionais ao serviço
das populações. Acrescento que se deve começar por sair da"cozinha"
e ir "à mesa", não só’ para esperar a "comida", mas sobretudo para
dialogar. E aqui penso no meu País : Angola, destruída, por uma
guerra de 30 anos e que tem já um nome : corrupção económica de
poucos que sacrificam a vida de uma grande maioria. Assim, a
globalização deve dar a primazia à pessoa humana e preocupar-se
com a protecção do ambiente, com um conceito de economia não só
como mercado e lucro mas como expressão de comunhão e de
solidariedade.

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Bibliografia
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ComAfrica.org

João Paulo II, Ecclesia in África

Além-mar – globalização: A pedir reformas

“Globalização” Um Monstro que mete medo

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