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ATUALIZADA ATÉ
26/6/2009
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:
I - independência nacional;
IV - não-intervenção;
VI - defesa da paz;
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Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material,
moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares
de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
determinação judicial;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos
da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
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XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar
seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou
por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será
objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre
os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem
aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem
como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em
benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de
cujus";
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
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b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos
termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
b) perda de bens;
c) multa;
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
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d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante
o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na
forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem;
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em
lei;
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe
assegurada a assistência da família e de advogado;
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança;
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
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LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
"habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença;
b) a certidão de óbito;
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e
os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil
seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.
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§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado
adesão.
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo
vedada sua vinculação para qualquer fim;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho;
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
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XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em
creches e pré-escolas;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que
este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho;
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo
de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos
incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no
órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive
em questões judiciais ou administrativas;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
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VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de
direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de
exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante
destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.
TÍTULO III
Da Organização do Estado
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; VIII - a lei
reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá
os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;
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X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada
revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo;
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade
de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência
e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;
XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso,
definir as áreas de sua atuação;
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
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recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da
autoridade responsável, nos termos da lei.
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado
o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função
na administração pública.
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput
deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
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§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito
Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Or gânica, como limite
único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa
inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e
dos Vereadores.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta,
das autarquias e das fundações públicas.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII,
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão
quando a natureza do cargo o exigir.
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a relação entre
a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
37, XI.
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§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da
remuneração dos cargos e empregos públicos.
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos
orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação,
para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma
de adicional ou prêmio de produtividade.
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do §
4º.
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e
dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
artigo.
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados,
calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço
público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de
idade e trinta de contribuição, se mulher;
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição.
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas
as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que
tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.
I portadores de deficiência;
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
física.
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§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição,
é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste
artigo.
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual:
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da
parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até
o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria
e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade.
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício.
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando
decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de
inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo
efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do
respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por
intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos
respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado
ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do
correspondente regime de previdência complementar.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão
devidamente atualizados, na forma da lei.
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de
que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares
de cargos efetivos.
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria
voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de
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permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para
aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores
titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal,
ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de
aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do
regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na
forma da lei, for portador de doença incapacitante.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
TÍTULO IV
Da Organização dos Poderes
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema
proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será
estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários,
no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou
mais de setenta Deputados.
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Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos
segundo o princípio majoritário.
§ 1º - Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.
§ 2º - A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos,
alternadamente, por um e dois terços.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas
Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para
o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e
emissões de curso forçado;
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts.
39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I.
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou
compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
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II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos
previstos em lei complementar;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites
de delegação legislativa;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os
arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre
a execução dos planos de governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros
Poderes;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e
quinhentos hectares.
Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.
§ 2º - As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos
de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo,
importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de trinta dias, bem
como a prestação de informações falsas.
Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
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Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:
I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
Seção IV
DO SENADO FEDERAL
III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:
c) Governador de Território;
e) Procurador-Geral da República;
IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de
missão diplomática de caráter permanente;
V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos Municípios;
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida
consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo
Poder Público federal;
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito
externo e interno;
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IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva
do Supremo Tribunal Federal;
XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da
República antes do término de seu mandato;
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos
cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração,
observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo
Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do
Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.
Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos,
salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro
horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão.
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da
ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e
cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
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Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato
obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato
com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas no inciso I,
"a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento interno, o
abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens
indevidas.
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados
ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou
de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de
ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, nos
termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.
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II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de
interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão
legislativa.
§ 1º - O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste artigo
ou de licença superior a cento e vinte dias.
§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de
quinze meses para o término do mandato.
Seção VI
DAS REUNIÕES
§ 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subseqüente,
quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§ 2º - A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 3º - Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal
reunir-se-ão em sessão conjunta para:
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro
ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2
(dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.
§ 5º - A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e os demais
cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal.
II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de urgência ou interesse público
relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das
Casas do Congresso Nacional.
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas
na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criação.
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo
se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas
atribuições;
§ 4º - Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional, eleita por suas
Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no regimento comum,
cuja composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.
Seção VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
Subseção I
Disposição Geral
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
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Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das
leis.
Subseção II
Da Emenda à Constituição
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa
ou de estado de sítio.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Subseção III
Das Leis
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na
forma e nos casos previstos nesta Constituição.
II - disponham sobre:
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria;
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d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para
a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84,
VI
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade,
remuneração, reforma e transferência para a reserva.
§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados,
com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
I - relativa a:
II - que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto
do Presidente da República.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts.
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em
lei até o último dia daquele em que foi editada.
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas
provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de sua
publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso
Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da
Casa em que estiver tramitando.
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de
sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso
Nacional.
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§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada
ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda
de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante
sua vigência conservar-se-ão por ela regidas.
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-
se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, §
3º e § 4º;
II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais
deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional
determinado, até que se ultime a votação.
§ 3º - A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo de
dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
§ 4º - Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem se aplicam
aos projetos de código.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e
votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da
República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 4º - O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só
podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
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§ 5º - Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da
República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da
sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos
casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá
ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto,
na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas
do Congresso Nacional.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a
delegação ao Congresso Nacional.
Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação
das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo,
e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
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excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica
ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe,
de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal;
§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título
executivo.
Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios de despesas
não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de subsídios não aprovados,
poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no prazo de cinco dias, preste os
esclarecimentos necessários.
§ 2º - Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional sua sustação.
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal,
quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as
atribuições previstas no art. 96.
§ 1º - Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam
os seguintes requisitos:
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I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os
conhecimentos mencionados no inciso anterior.
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois
alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista
tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de
governo e dos orçamentos da União;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da
União;
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização, composição e
fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.
Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas respectivos, que
serão integrados por sete Conselheiros.
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de
Estado.
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Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no
primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se
houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente.
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a
maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição em
até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais votados e
considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato
com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o Vice-
Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas
por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias
depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os
cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do
ano seguinte ao da sua eleição.
Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso
Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
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III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua
fiel execução;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão
legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são
privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos
Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os
diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições,
decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
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XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI,
XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República
Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a
Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes
constitucionais das unidades da Federação;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal
Federal;
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos
estranhos ao exercício de suas funções.
Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no
exercício dos direitos políticos.
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Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta
Constituição e na lei:
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Presidente
da República.
Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.
Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Subseção I
Do Conselho da República
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele
participam:
I - o Vice-Presidente da República;
VI - o Ministro da Justiça;
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados
pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados,
todos com mandato de três anos, vedada a recondução.
Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional
Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos
relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele participam como membros
natos:
I - o Vice-Presidente da República;
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II - o Presidente da Câmara dos Deputados;
IV - o Ministro da Justiça;
I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;
CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede
na Capital Federal.
§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território nacional.
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Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:
I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas
e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação;
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista
de merecimento;
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o
juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem
aceite o lugar vago;
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla
defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal,
não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente,
apurados na última ou única entrância;
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do
subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais
magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas
categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez
por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos
Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-
á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça,
assegurada ampla defesa;
VIIIA a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que
couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II;
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes
e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;
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X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros;
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial,
com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições
administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas
por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de
segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão
permanente;
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à
respectiva população;
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero
expediente sem caráter decisório;
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do
Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de
carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder
Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a
perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais
casos, de sentença judicial transitada em julgado;
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
I - aos tribunais:
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a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de
processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando
pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169,
parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos
em lei;
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes
forem imediatamente vinculados;
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes
forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais
inferiores, onde houver;
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os
membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da
Justiça Eleitoral.
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação,
o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial
ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a
transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou
em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem
caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal.
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§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com
a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de
Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual.
Art. 100. à exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda
Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
§ 3º O disposto no caput deste artigo, relativamente à expedição de precatórios, não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor que a Fazenda Federal, Estadual,
Distrital ou Municipal deva fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.
§ 4º São vedados a expedição de precatório complementar ou suplementar de valor pago, bem como
fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, a fim de que seu pagamento não se faça, em
parte, na forma estabelecida no § 3º deste artigo e, em parte, mediante expedição de precatório.
§ 5º A lei poderá fixar valores distintos para o fim previsto no § 3º deste artigo, segundo as diferentes
capacidades das entidades de direito público.
6º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar
a liquidação regular de precatório incorrerá em crime de responsabilidade.
Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com
mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação
ilibada.
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Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-
lhe:
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o
mandado de segurança e o "habeas-data" contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e
do próprio Supremo Tribunal Federal;
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal
ou o Território;
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e
outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal,
ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;
b) o crime político;
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a
decisão recorrida:
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.
I - o Presidente da República;
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a
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partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca
das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que
acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de
súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem
a aplicação da súmula, conforme o caso."
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze membros com mais de trinta e cinco
e menos de sessenta e seis anos de idade, com mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
§ 1º O Conselho será presidido pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, que votará em caso de
empate, ficando excluído da distribuição de processos naquele tribunal.
§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo
Tribunal Federal.
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los
ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo
da competência do Tribunal de Contas da União;
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive
contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que
atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade
da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário;
VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do
Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do
Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa.
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes
para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder
Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.
Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da
República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;
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II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual,
do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais,
dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;(
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea
"a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha,
do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão
recorrida:
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.
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Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça:
Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
II - os Juízes Federais.
Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de
trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;
II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por
antigüidade e merecimento, alternadamente.
§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará
sua jurisdição e sede.
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho,
nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a
competência da Justiça Eleitoral;
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no
exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
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I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema
financeiro e a ordem econômico-financeira;
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a
outra parte.
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede
a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.
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Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais
caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.
Seção V
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO
Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, nomeados pelo Presidente da
República após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira,
indicados pelo próprio Tribunal Superior.
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições
de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho.
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores;
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver
matéria sujeita à sua jurisdição;
V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art.
102, I, o;
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VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com
mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:
I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;
Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular.
Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
IV - as Juntas Eleitorais.
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de
Justiça.
Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou,
não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de
direito e das juntas eleitorais.
§ 1º - Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício
de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.
§ 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e
nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo
mesmo processo, em número igual para cada categoria.
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança.
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;
Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros
maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça
Militar.
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.
Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do T ribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja
superior a vinte mil integrantes.
§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos
oficiais e da graduação das praças.
§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de
Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias.
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no
local do litígio.
CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
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Seção I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais
indisponíveis.
§ 3º - O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei
de diretrizes orçamentárias.
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites
estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual.
§ 1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo
Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de
seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a
recondução.
§ 3º - Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice
dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será
nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
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§ 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público,
observadas, relativamente a seus membros:
I - as seguintes garantias:
a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial
transitada em julgado;
b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla
defesa;
c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e
XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
II - as seguintes vedações:
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
b) exercer a advocacia;
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas
ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei.
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V.
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos
assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do
meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no
artigo anterior;
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade,
sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.
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§ 1º - A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão
residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e títulos,
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel
em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de
classificação.
§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. Art. 130. Aos membros do
Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições desta seção pertinentes a
direitos, vedações e forma de investidura.
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para
um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas
carreiras;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.
I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;
III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da União ou
dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência disciplinar e
correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar a remoção, a
disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar
outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;
52
V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do
Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no art.
84, XI.
§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao Conselho.
§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para receber
reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério Público,
inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional do Ministério
Público.
Seção II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado,
representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser
sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder
Executivo.
§ 1º - A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo
Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada.
§ 2º - O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á
mediante concurso público de provas e títulos.
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados
do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas
unidades federadas.
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três anos de
efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após relatório
circunstanciado das corregedorias.
Seção III
DA ADVOCACIA E DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a
orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.)
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§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios
e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe
inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da
inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais.
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão
remunerados na forma do art. 39, § 4º.
54
CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIAS DO ESTADO DO PARANÁ
LIVRO I
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
TÍTULO I
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
CAPÍTULO ÚNICO
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO
Art. 4º. O Tribunal de Justiça, órgão máximo do Poder Judiciário estadual, composto por cinqüenta (50)
Desembargadores, tem sede na Capital e jurisdição em todo o território do Estado.
Art. 5º. Os Juízes do Tribunal de Alçada serão promovidos ao cargo de Desembargador pelo Presidente do
Tribunal de Justiça nas vagas correspondentes à respectiva classe, por antigüidade e merecimento,
alternadamente, observado o disposto no art. 6º deste Código.
§ 1º. No caso de antigüidade apurada no Tribunal de Alçada, o Tribunal de Justiça poderá recusar o Juiz
mais antigo pelo voto de dois terços (2/3) de seus membros, motivadamente, repetindo-se a votação até
fixar-se a indicação.
§ 2º. Tratando-se de vaga a ser provida pelo critério de merecimento, a promoção recairá no Juiz que for
incluído na lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça e com o maior número de votos, sem prejuízo
dos remanescentes mantidos em lista e observado o disposto no art.93, II, letras "a" e "b", da Constituição
Federal.
Art. 6º. Um quinto (1/5) dos lugares no Tribunal de Justiça destinar-se-á aos membros do Ministério Público
e advogados para promoções alternadas e em estrita observância ao disposto nos parágrafos seguintes.
§ 1º. Os lugares reservados a membros do Ministério Público e a advogados serão preenchidos por Juízes
integrantes do quinto constitucional do Tribunal de Alçada, promovidos nas vagas respectivas pelos critérios
de antigüidade e de merecimento, sempre obedecida a classe de origem.
§ 2º. Sendo ímpar o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, uma delas será alternada e
sucessivamente destinada aos membros do Ministério Público e advogados, de tal forma que, também
55
sucessiva e alternadamente, os representantes de uma dessas classes superem os da outra em uma
unidade.
§ 3º. Quando resultar em fração o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, corresponderá ela
ao número inteiro seguinte.
Art. 7º. Verificada vaga de Desembargador, o Presidente do Tribunal de Justiça convocará o Tribunal Pleno
para o preenchimento do respectivo cargo.
CAPÍTULO II
FUNCIONAMENTO
Art. 8º. O Tribunal de Justiça é dirigido pelo Presidente, pelos Vice-Presidentes, Corregedor-Geral da
Justiça e Corregedor Adjunto.
§ 1º. O Tribunal de Justiça, em sessão plenária e pela maioria de seus membros, bem como por votação
secreta, elegerá, entre os mais antigos que tenham manifestado a intenção de concorrer, os titulares
daqueles cargos de direção, com mandato de dois (2) anos, proibida a reeleição.
§ 2º. Não figurará mais entre os elegíveis quem tiver exercido o cargo de Presidente ou quaisquer outros
cargos de direção, pelo período de quatro (4) anos, até que se esgotem todos os nomes na ordem de
antigüidade, salvo quando houver recusa manifestada por um elegível e aceita antes da eleição.
§ 3º. O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos Desembargadores eleitos para qualquer dos
cargos da cúpula diretiva, com a finalidade de completar período de mandato inferior a um (1) ano.
Art. 9º. Vagando a Presidência, o 1º Vice-Presidente a exercerá pelo período restante, se inferior a seis (6)
meses.
§ 1º. Caracterizada a hipótese supra, tratando-se da 1ª Vice-Presidência ou da Corregedoria-Geral da
Justiça, o cargo será exercido, respectivamente, pelo 2º Vice-Presidente e pelo Corregedor Adjunto, para
período restante, quando inferior a seis (6) meses.
§ 2º. Se, entretanto, a vacância de quaisquer cargos descritos se der em razão de o eleito não ter assumido
o correspondente cargo diretivo na oportunidade prevista pelo Regimento Interno do Tribunal de Justiça,
nova eleição deverá ser realizada, para o preenchimento daquela função, observando-se o que dispuserem
as normas regimentais.
Art. 10. O Tribunal de Justiça funcionará em Tribunal Pleno, Órgão Especial, Conselho da Magistratura e
em órgãos fracionários, na forma que dispuser o Regimento Interno.
Parágrafo único. O Presidente, os Vice-Presidentes, o Corregedor-Geral da Justiça e o Corregedor Adjunto
não integrarão Câmaras ou Grupos de Câmaras.
Art. 11. O Tribunal de Justiça constituirá comissões internas, permanentes ou não, cuja composição,
atribuições e funcionamento serão disciplinados no Regimento Interno.
CAPÍTULO III
TRIBUNAL PLENO E ÓRGÃO ESPECIAL
Art. 12. O Tribunal Pleno e o Órgão Especial terão sua competência estabelecida no Regimento Interno.
CAPÍTULO IV
CONSELHO DA MAGISTRATURA
Art. 13. O Conselho da Magistratura, do qual são membros natos o Presidente do Tribunal de Justiça, o
Vice-Presidente e o Corregedor-Geral da Justiça, compõe-se de mais quatro (4) Desembargadores eleitos.
§ 1º. A eleição será realizada na mesma sessão em que for eleito o corpo diretivo do Tribunal de Justiça,
com mandato coincidente com o deste.
§ 2º. O Conselho da Magistratura terá suas atribuições estabelecidas no
Regimento Interno.
CAPÍTULO V
CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA
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Art. 14. A Corregedoria-Geral da Justiça, que tem como incumbência a inspeção permanente dos
Magistrados, das serventias do foro judicial e dos serviços do foro extrajudicial, terá sua competência e
atribuições estabelecidas no Regimento Interno.
TÍTULO III
ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIA DOS DIRIGENTES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
CAPÍTULO I
PRESIDENTE, 1º e 2º VICE-PRESIDENTES DO TRIBUNAL
Art. 16. O Corregedor-Geral da Justiça, além de realizar inspeções e correições permanentes nos serviços
judiciários, terá sua competência e atribuições estabelecidas no Regimento Interno.
Parágrafo único. O Corregedor Adjunto terá sua competência e atribuições estabelecidas no Regimento
Interno.
LIVRO IV
AUXILIARES DA JUSTIÇA
TÍTULO I
SERVENTUÁRIOS E FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA E AGENTES DELEGADOS DO FORO
EXTRAJUDICIAL
CAPÍTULO ÚNICO
COMPOSIÇÃO E FUNCIONAMENTO
Art. 118. Os serviços auxiliares do Poder Judiciário são desempenhados por servidores com a denominação
específica de:
I - funcionários da justiça;
II - serventuários da justiça do foro judicial;
III – agentes delegados do foro extrajudicial.
Art. 119. Denominam-se serventuários da justiça do foro judicial os titulares de ofícios da justiça a seguir
relacionados:
I - Escrivanias do Cível;
II – Escrivanias do Crime;
III - Escrivanias da Fazenda Pública, Falências e Concordatas;
IV - Escrivanias de Família;
V – Escrivanias da Infância e da Juventude;
VI - Escrivanias de Execuções Penais;
VII – Escrivania de Inquéritos Policiais;
VIII - Escrivania de Execução de Penas e Medidas Alternativas;
IX - Escrivania de Delitos de Trânsito;
X - Escrivania de Adolescentes Infratores;
XI - Escrivania de Registros Públicos, Acidentes do Trabalho e Precatórias Cíveis;
XII – Escrivania de Precatórias Criminais;
XIII – Escrivania da Corregedoria dos Presídios;
XIV - Escrivanias dos Tribunais do Júri;
XV - Secretarias dos Juizados Especiais, das Turmas Recursais e do Conselho de Supervisão;
XVI - Ofício do Distribuidor;
XVII - Ofício do Contador e Partidor;
XVIII - Ofício do Avaliador;
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XIX - Oficio do Depositário Público.
Art. 120. Denominam-se agentes delegados do foro extrajudicial os ocupantes da atividade notarial e de
registro, a saber:
I – Tabeliães de Notas;
II – Tabeliães de Protesto de Títulos;
III – Oficiais de Registro de Imóveis;
IV – Oficiais de Registro de Títulos de Documentos e Civis das Pessoas Jurídicas;
V – Oficiais de Registro Civis das Pessoas Naturais;
VI - Oficiais de Registro de Distribuição Extrajudicial;
VII - Oficiais Distritais.
§ 2º. Os Oficiais Distritais poderão acumular as funções de registrador civil de pessoas naturais e as de
tabelião de notas.
§ 3º. Compete ao Presidente do Tribunal de Justiça outorgar a delegação para a atividade notarial e de
registro.
Art. 121. Os titulares de ofícios de justiça do foro judicial não remunerados pelos cofres públicos poderão
admitir, sob sua responsabilidade e às expensas próprias, tantos empregados quantos forem necessários
ao serviço, ficando as relações empregatícias respectivas subordinadas à legislação trabalhista.
§ 1º. Sob proposta do titular do ofício ao Juiz Diretor de Fórum, este poderá juramentar um ou mais
empregados para subscrever atos da serventia, sem alteração da correspondente relação empregatícia.
§ 2º. Para os fins do parágrafo anterior, os empregados indicados deverão ter o segundo grau completo e
preencher os requisitos enumerados no art .126, incisos I a III, deste Código.
§ 3º. Caberá ao Juiz Diretor de Fórum encaminhar cópia da portaria de juramentação, no prazo de três (3)
dias, à Corregedoria-Geral da Justiça, para verificação da regularidade do ato e anotações.
Art. 122. Os agentes delegados da justiça do foro extrajudicial poderão admitir, sob sua responsabilidade e
às expensas próprias, tantos empregados quantos forem necessários ao serviço, ficando as relações
empregatícias respectivas subordinadas à legislação trabalhista.
§ 1º. Os agentes delegados indicarão, por escrito, seus substitutos e escreventes, para praticar atos,
observadas as condições previstas no art. 121, § 2º, deste Código e as normas fixadas pela Corregedoria-
Geral da Justiça, sem alteração da correspondente relação empregatícia, que continuará subordinada à
legislação laboral.
§ 2º. Para os fins do parágrafo anterior, as indicações serão feitas ao Juiz Corregedor do foro extrajudicial,
que, após verificar quanto ao cumprimento das formalidades indispensáveis, submeterá as respectivas
propostas ao Juiz Diretor de Fórum, a quem caberá lavrar portaria de juramentação com encaminhamento
de cópia à Corregedoria-Geral da Justiça.
Art. 123. Denominam-se funcionários da justiça os servidores que constituem os quadros dos Tribunais de
Justiça e de Alçada, respectivamente, distinguindo-se em:
I - os integrantes dos cargos das secretarias dos respectivos Tribunais;
II - os Auxiliares de Cartório;
III – os Auxiliares Administrativos;
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IV - os Oficiais de Justiça;
V – os Comissários de Vigilância;
VI - os Assistentes Sociais;
VII – os Psicólogos;
VIII - os Porteiros de Auditório;
IX – os Agentes de Limpeza;
X - os Secretários do Conselho de Supervisão do Juizado Especial;
XI – os Secretários de Turma Recursal do Juizado Especial;
XII – os Secretários do Juizado Especial;
XIII – os Oficiais de Justiça do Juizado Especial;
XIV – os Auxiliares de Cartório do Juizado Especial;
XV – os Auxiliares Administrativos do Juizado Especial;
XVI – os Contadores e Avaliadores do Juizado Especial.
Art. 124. Consideram-se auxiliares da justiça, entre outros, enquanto estiverem participando de atos
judiciais, os administradores, os depositários, os intérpretes, os peritos, os tradutores e os leiloeiros,
eventualmente nomeados para fins específicos.
TÍTULO II
CONCURSO, NOMEAÇÃO E POSSE
CAPÍTULO I
SERVENTUÁRIOS DA JUSTIÇA DO FORO JUDICIAL
Art. 125. Os serventuários da justiça serão nomeados mediante concurso de provas e títulos, por ato do
Presidente do Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. A realização do concurso será determinada pelo Presidente do Tribunal de Justiça, após
vacância do cargo.
Art. 126. Para ser admitido ao concurso, o candidato deverá preencher os seguintes requisitos no momento
da inscrição:
I - ser brasileiro, estar no exercício dos direitos civis e políticos e quite com o serviço militar, quando for a
hipótese;
II - ter idade mínima de dezoito (18) anos;
III - apresentar cédula de identidade fornecida pela repartição estadual;
IV - fazer prova do recolhimento da taxa de inscrição que for fixada pelo Conselho Diretor do FUNREJUS.
Parágrafo único. Os candidatos classificados deverão comprovar sanidade física e mental, por meio de
laudo fornecido por órgão oficial do Estado, apresentar prova de bons antecedentes e indicar fontes de
informações pessoais, na forma do regulamento do concurso.
Art. 127. O Regimento Interno do Tribunal de Justiça disporá sobre as formalidades administrativas do
concurso, cabendo ao Conselho da Magistratura elaborar seu Regulamento.
CAPÍTULO II
FUNCIONÁRIOS DAS SECRETARIAS DOS TRIBUNAIS
Art. 128. Os Tribunais de Justiça e de Alçada, constituídos de quadros próprios, somente admitirão
funcionários mediante concurso público de provas, ou de provas e de títulos, excetuados os cargos em
comissão.
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Parágrafo único. O concurso obedecerá ao que dispuserem os regimentos internos e as normas do
regulamento que for elaborado pela Comissão de Concursos e de Promoções de cada um daqueles
Tribunais.
Art. 129. Para ser admitido ao concurso, o candidato, com idade mínima de dezoito (18) anos completos
quando da inscrição, deverá preencher os requisitos estabelecidos no art. 126, incisos I e III, deste Código,
além de outras condições que vierem a ser impostas pelo regulamento, inclusive quanto ao grau de
escolaridade e de habilitação profissional ou técnica exigidos, conforme a natureza do cargo a ser ocupado.
Art. 130. A nomeação dos candidatos aprovados será efetivada por ato do Presidente do Tribunal em cujo
âmbito for realizado o concurso.
CAPÍTULO III
OFICIAIS DE JUSTIÇA, PORTEIROS DE AUDITÓRIO, AUXILIARES DE CARTÓRIO E
ADMINISTRATIVOS, COMISSÁRIOS DE VIGILÂNCIA E AGENTES DE LIMPEZA
Art. 131. O concurso para provimento desses cargos obedecerá ao que dispuserem o Regimento Interno do
Tribunal de Justiça e o regulamento baixado para tal fim, observadas as disposições legais aplicáveis à
espécie.
Art. 132. Para ser admitido ao concurso, o candidato deverá preencher os requisitos do art. 126 deste
Código.
§ 2º. ...Vetado...
§ 3º. Será concedido a critério da administração do Poder Judiciário, o pagamento do tempo integral e de
dedicação exclusiva – TIDE, ao Oficial de Justiça em face do horário previsto para o cumprimento dos
mandatos judiciais, estipulados no Código de Processo Civil, assim como no Código de Normas da
Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Art. 133. Os Agentes de Limpeza serão admitidos mediante teste seletivo, sob o regime da Consolidação
das Leis do Trabalho, ficando os atuais cargos extintos à medida que vagarem.
Art. 134. Os candidatos aprovados serão nomeados na forma prevista no art. 130 deste Código.
CAPÍTULO IV
POSSE
Art. 135. Os funcionários das secretarias dos Tribunais de Justiça e de Alçada tomarão posse perante o
respectivo Secretário.
Parágrafo único. Os serventuários da justiça tomarão posse perante o Juiz Diretor de Fórum da comarca
onde exercerão suas funções.
Art. 136. As Secretarias dos Tribunais de Justiça e de Alçada manterão registro apropriado referente a seus
serviços, devendo nele ser anotada toda e qualquer alteração ocorrida na carreira funcional de seus
quadros.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
Art. 137. Os regulamentos próprios das secretarias dos Tribunais de Justiça e de Alçada disciplinarão as
atribuições do quadro funcional respectivo, levando em conta:
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I - a descentralização e racionalização dos serviços;
II – o exercício em comissão de funções de chefia, observados os parâmetros técnicos recomendáveis,
inclusive no que tange à indispensável relação de proporcionalidade numérica entre chefes e subordinados
diretos.
TÍTULO III
REMOÇÕES, PERMUTAS E PROMOÇÕES
CAPÍTULO ÚNICO
REMOÇÕES, PERMUTAS E PROMOÇÕES
Art. 138. A remoção ou promoção dos Titulares de Oficio, correrá por ato do Presidente do Tribunal de
Justiça, entre o serventuário que esteja respondendo pela designação da serventia, se assim o requerer e
os demais candidatos indicados pelo Conselho da Magistratura de acordo com as regras por este
aprovadas.
§ 1º. A permuta dar-se-á por requerimento das partes, por ato do Presidente do Tribunal de Justiça.
Art. 139. No caso de vacância de ofício, o Juiz Diretor de Fórum fará imediata comunicação ao Presidente
do Tribunal de Justiça, que autorizará a expedição de edital, convocando os interessados à remoção, à
promoção ou ao provimento, mediante concurso público, se não houver interessado em remoção.
Art. 140. Decorrido o prazo legal, os pedidos serão reunidos em uma só autuação e encaminhados à
Corregedoria-Geral de Justiça, que, após parecer, submetê-los-á à prévia deliberação do Conselho da
Magistratura.
Parágrafo único. Será excluído o pretendente que tenha sofrido pena disciplinar, salvo se, não-reincidente,
já decorridos mais de dois (2) anos da última punição.
Art. 141. Vencidas as fases de que trata o artigo anterior, o Corregedor-Geral da Justiça relatará o processo
perante o Conselho da Magistratura, que deliberará quanto à indicação ou não de pretendentes.
Parágrafo único. Publicado o decreto de remoção, o serventuário da justiça do foro judicial terá o prazo de
dez (10) dias para assumir as novas funções, salvo em caso de remoção no âmbito da mesma comarca,
quando a assunção será imediata.
Art. 142. Não havendo candidatos à remoção ou à promoção, quando for o caso, ou tendo sido indeferidos
pedidos eventualmente feitos, será expedido edital de chamamento a concurso público para provimento do
cargo vago por nomeação
Art. 143. Aplicam-se aos Oficiais de Justiça, assim como aos Auxiliares de Cartório, aos Auxiliares
Administrativos e Comissários de Vigilância, no que couberem, as disposições contidas neste Capítulo.
Art. 144. Ao concurso de remoção somente poderão ser admitidos titulares que exerçam a atividade por
mais de dois (2) anos, salvo se não houver candidato que atenda este requisito.
TÍTULO IV
SERVENTUÁRIOS DA JUSTIÇA DO FORO JUDICIAL
CAPÍTULO ÚNICO
ATRIBUIÇÕES
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II - aos Distribuidores, a distribuição de todos os processos e atos entre Juízes, Escrivães, titulares de
ofícios de justiça e agentes delegados do foro extrajudicial, observadas as seguintes regras:
a) estão sujeitos à distribuição, unicamente, os processos e atos pertencentes à competência de dois ou
mais Juízes ou de dois ou mais serventuários ou ainda de dois ou mais agentes delegados;
b) é vedado ao Distribuidor reter quaisquer processos e atos destinados à distribuição, a qual deve ser feita
imediatamente e em ordem rigorosamente sucessiva, à proporção que lhe forem apresentados;
c) no caso de incompatibilidade ou suspeição daquele a quem for distribuído algum processo ou ato, em
tempo oportuno se lhe fará a compensação;
d) distribuir-se-ão, por dependência, os feitos de qualquer natureza que se relacionarem com outros já
distribuídos e ajuizados;
e) os atos e processos que não estiverem sujeitos à distribuição por não pertencerem à competência de
dois ou mais Juízes ou de dois ou mais serventuários ou ainda de dois ou mais agentes delegados, serão,
não obstante, prévia e obrigatoriamente registrados pelo Distribuidor em livro próprio;
f) cumprir as normas editadas pela Corregedoria-Geral da Justiça e pelo Juiz Diretor de Fórum.
VI - aos Avaliadores Judiciais, por distribuição nas comarcas em que houver mais de um, expedir laudo de
avaliação de bens, rendimentos, direitos e ações, segundo o que for determinado no mandado.
TÍTULO V
OUTROS AUXILIARES DA JUSTIÇA
CAPÍTULO ÚNICO
ATRIBUIÇÕES
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II - proceder mediante determinação judicial às investigações relativas a crianças e adolescentes, seus pais,
tutores ou encarregados de sua guarda, com o fim de esclarecer a ocorrência de fatos ou circunstâncias
que possam comprometer sua segurança física e moral;
III - apreender e conduzir, por determinação judicial, crianças e adolescentes abandonados ou infratores e
proceder, a respeito deles, às investigações referidas no inciso anterior;
IV - manter o serviço de fiscalização de crianças e adolescentes sujeitos à liberdade assistida ou entregues
mediante termo de responsabilidade e guarda;
V - auxiliar no preparo de processos relativos a crianças e adolescentes, promover medidas preliminares de
instrução determinadas pelo Juiz, incluindo a tomada de declarações de pais, tutores ou responsáveis e de
demais pessoas que possam oferecer esclarecimentos;
VI - exercer vigilância sobre crianças e adolescentes em ambientes públicos, em cinemas, teatros e casas
de diversão públicas em geral, mediante ordem de serviço específica para a diligência;
VII - proceder a todas as investigações concernentes a crianças e adolescentes junto ao meio em que vivem
e às pessoas que os cercam e efetivar o encaminhamento necessário dessa pesquisa aos órgãos e
entidades competentes;
VIII - investigar os antecedentes de crianças e adolescentes e de seus familiares;
IX - colaborar junto aos programas oficiais de voluntariado do Poder Judiciário ou sob a fiscalização deste.
Art. 149. No exercício de suas funções, os Oficiais de Justiça e os Comissários de Vigilância terão passe-
livre no transporte coletivo urbano e intermunicipal.
Art. 150. Aos Auxiliares de Cartório e Administrativos incumbe desempenhar serviços compatíveis com as
funções, sob a responsabilidade do titular respectivo.
TÍTULO VI
VENCIMENTOS, AJUDAS DE CUSTO, LICENÇAS E FÉRIAS
CAPÍTULO I
VENCIMENTOS
Art. 151. Os vencimentos dos titulares de ofícios da justiça remunerados, exclusivamente, pelos cofres
públicos e os dos funcionários da justiça serão fixados em lei, observados os princípios constitucionais.
§ 1º. Nenhum dos auxiliares da justiça referidos no caput deste artigo poderá perceber, mensalmente,
remuneração bruta superior à percebida pelos Juízes de Direito de entrância final, salvo a acumulação de
proventos com vencimentos de cargo em comissão.
§ 2º. O Presidente do Tribunal de Justiça baixará, no prazo de noventa (90) dias, contados da vigência
deste Código, ato dispondo sobre a forma de aplicação da norma contida no parágrafo anterior.
CAPÍTULO II
AJUDAS DE CUSTO
Art. 152. Aos auxiliares da justiça do foro judicial é devida a ajuda de custo no valor de até uma (1)
remuneração mensal, para cobrir despesas de transporte, quando tiverem que transferir residência para
outra comarca, em virtude de promoção ou de remoção.
Parágrafo único. Na fixação do valor da ajuda de custo, que não será concedida em intervalo inferior a dois
(2) anos, tomar-se-á em conta a distância a ser percorrida com a mudança.
CAPÍTULO III
LICENÇAS
Art. 153. A licença para tratamento de saúde será concedida à vista de atestado médico, com indicação da
classificação internacional da doença (CID). Se superior a trinta (30) dias, mediante a apresentação de
laudo expedido por junta médica nomeada pelo Presidente do Tribunal.
Parágrafo único. Aplicam-se no que couber as disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado do Paraná.
63
CAPÍTULO IV
FÉRIAS
Art. 154. Os titulares de ofício das escrivanias remuneradas pelos cofres públicos e os funcionários da
justiça gozarão férias previstas no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Paraná, mediante
escala organizada no princípio de cada ano pelo Juiz Diretor de Fórum ou pelo chefe de serviço a que
estiverem subordinados, com comunicação ao Presidente do Tribunal de Justiça e ao Corregedor-Geral da
Justiça.
§ 1º. As férias deverão ser gozadas nos doze (12) meses seguintes, a contar da data em que se completou
o período aquisitivo, salvo imperiosa necessidade da administração da justiça, quando as férias poderão ser
cassadas, assegurada sua oportuna fruição.
§ 2º. Havendo comprovada necessidade do serviço, a critério da autoridade a que estiver imediatamente
subordinado o servidor, as férias poderão ser interrompidas, assegurado o direito de gozo dos dias
remanescentes oportunamente.
TÍTULO VII
SUBSTITUIÇÕES
CAPÍTULO ÚNICO
SUBSTITUIÇÕES
Art. 155. O titular de ofício do foro judicial será substituído eventualmente por Auxiliar de Cartório ou por
empregado juramentado ou ainda pelo titular de outro ofício, indicado por aquele e designado pelo Juiz
Diretor de Fórum.
§ 1º. O Presidente do Tribunal de Justiça, em situações especiais, poderá designar para o exercício de
substituição transitória, titular de ofício de outra comarca, ouvidas as respectivas autoridades.
§ 2º. O substituto do titular de ofício remunerado pelos cofres públicos, durante o período de substituição,
perceberá proporcionalmente o vencimento ou diferença dos vencimentos do substituído.
Art. 156. A substituição dos servidores dos Tribunais de Justiça e de Alçada far-se-á de acordo com os
respectivos regulamentos.
TÍTULO VIII
INCOMPATIBILIDADES, IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES
CAPÍTULO ÚNICO
INCOMPATIBILIDADES, IMPEDIMENTOS E SUSPEIÇÕES
Art. 157. As incompatibilidades dos serventuários da justiça do foro judicial e dos funcionários da justiça
regulam-se pelo Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Paraná, e os impedimentos e
suspeições, pelas normas contidas no Código de Processo Civil, no que forem pertinentes.
TÍTULO IX
APOSENTADORIA
CAPÍTULO ÚNICO
APOSENTADORIA
Art. 158. A aposentadoria dos serventuários do foro judicial sujeitar-se-á à legislação específica.
Parágrafo único. O pedido de aposentadoria dos serventuários da Justiça do foro judicial tramitará junto à
secretaria do Tribunal de Justiça, levando-se a efeito mediante decreto do Presidente.
Art. 159. O processo de aposentadoria dos funcionários da justiça tramitará perante as secretarias dos
Tribunais de Justiça ou de Alçada, levando-se a efeito mediante decreto dos respectivos Presidentes.
64
TÍTULO X
DIREITOS E GARANTIAS
CAPÍTULO ÚNICO
DIREITOS E GARANTIAS
Art. 160. Os direitos e garantias dos auxiliares da justiça do foro judicial são os estabelecidos em lei e
neste Código.
TÍTULO XI
FORO JUDICIAL
CAPÍTULO I
DEVERES
Art. 161. Os auxiliares da justiça deverão exercer suas funções com dignidade e compostura, obedecendo
às determinações de seus superiores e cumprindo as disposições legais a que estiverem sujeitos.
Art. 162. Os auxiliares da justiça terão domicílio e residência na sede da comarca em que exercerem suas
funções e, sendo titulares de ofício do foro judicial, deverão permanecer à frente das respectivas serventias.
CAPÍTULO II
PENALIDADES
Art. 163. Os auxiliares da justiça do foro judicial, pelas faltas cometidas no exercício de suas funções,
ficarão sujeitos às seguintes penas disciplinares:
I - de advertência, aplicada por escrito em caso de mera negligência;
II - de censura, aplicada por escrito em caso de falta de cumprimento dos deveres previstos neste Código, e
também de reincidência de que tenha resultado aplicação de pena de advertência;
III - de devolução de custas em dobro, aplicada em casos de cobrança de custas que excedam os valores
fixados na respectiva tabela, a qual ainda poderá ser cumulada com outra pena disciplinar;
IV - de suspensão, aplicada em caso de reincidência em falta de que tenha resultado na aplicação de pena
de censura, ou em caso de infringência às seguintes proibições:
a) exercer cumulativamente dois ou mais cargos ou funções públicas, salvo as exceções permitidas em lei;
b) retirar, modificar ou substituir, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento de
órgão estatal, com o fim de criar direito ou obrigação ou de alterar a verdade dos fatos;
c) valer-se de cargo para lograr proveito pessoal em detrimento da dignidade do cargo ou função;
d) praticar usura;
e) receber propinas e comissões de qualquer natureza em razão do cargo ou função;
f) revelar fato ou informação de natureza sigilosa de que tenha ciência em razão do cargo ou função;
g) delegar, salvo nos casos previstos em lei, o desempenho de encargo que a si competir ou a seus
subordinados;
h) deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada;
i) retirar ou utilizar materiais e bens do Estado indevidamente;
j) deixar de cumprir atribuições inerentes ao cargo no prazo estipulado;
§ 2º. Para os fins do inciso V, alínea "b", deste artigo, considera-se abandono de cargo a ausência ao
serviço, sem justa causa, por mais de trinta (30) dias.
§ 3º. Durante o período de suspensão, o auxiliar da justiça perderá todas as vantagens decorrentes do
exercício do cargo.
Art. 165. São competentes para aplicação das penalidades disciplinares o Conselho da Magistratura,
Corregedor-Geral da Justiça e os Juízes perante os quais servirem ou a quem estiverem subordinados os
servidores, observado o seguinte:
I - o Conselho da Magistratura poderá aplicar quaisquer das penalidades previstas no artigo anterior;
II - o Corregedor-Geral da Justiça poderá aplicar as penas de advertência, censura, devolução de custas em
dobro e suspensão até trinta (30) dias.
Art. 166. As penas de advertência, censura e devolução de custas em dobro poderão ser aplicadas em
sindicância, respeitados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 167. Qualquer penalidade imposta ao auxiliar da justiça será comunicada à Corregedoria-Geral da
Justiça para as devidas anotações.
Art. 168. Se a pena imposta for a de demissão ou de cassação de aposentadoria, a decisão será remetida
ao Presidente do Tribunal de Justiça, que expedirá o respectivo decreto, comunicando o fato, na segunda
hipótese, ao Tribunal de Contas.
Art. 169. Sempre que houver comprovação de prática de crime de ação pública, remeter-se-ão peças ao
Ministério Público.
Art. 170. As penalidades de advertência, censura e devolução de custas em dobro terão seus registros
cancelados após o decurso de três (3) anos, e a de suspensão após cinco (5) anos, respectivamente,
contados da aplicação ou do cumprimento da pena, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova
infração disciplinar.
Art. 171. Mediante decisão do Corregedor-Geral da Justiça, os auxiliares da justiça de que trata este
capítulo poderão ser afastados do exercício do cargo quando criminalmente processados ou condenados
enquanto estiver tramitando o processo ou pendente de execução a pena aplicada.
Parágrafo único. Recebida a denúncia ou transitada em julgado a sentença, o Juiz do processo remeterá
ao Corregedor-Geral da Justiça cópias das respectivas peças.
Art. 172. O Corregedor-Geral da Justiça, por decisão fundamentada, poderá afastar os auxiliares da justiça
do exercício do cargo, pelo prazo de sessenta (60) dias, prorrogável por igual período, se houver
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necessidade de acautelamento a fim de evitar a continuidade dos ilícitos administrativos praticados, para
garantia da normalidade do serviço público ou por conveniência da instrução do processo administrativo.
Art. 173. Fica assegurado ao serventuário titular da serventia, desde que não perceba remuneração dos
cofres públicos, quando do afastamento ocorrido pela aplicação das normas contidas nos arts. 171 e 172
deste Código, o direito à percepção mensal de metade da renda líquida da serventia; a outra metade será
depositada em conta bancária remunerada à disposição do Juízo.
Art. 174. Afastado o titular, o Corregedor-Geral da Justiça designará interventor para responder pela
serventia, fixando-lhe a remuneração.
Art. 175. A pena de demissão ou de cassação de aposentadoria será aplicada ao auxiliar da justiça do foro
judicial:
I - em virtude de sentença que declare a perda de cargo ou de função pública;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
Art. 176. A punição dos funcionários das Secretarias dos Tribunais de Justiça e de Alçada será efetivada
mediante atos de seus respectivos presidentes.
CAPÍTULO III
PRESCRIÇÃO
Parágrafo único. A punibilidade da infração, também prevista na lei penal como crime, prescreve
juntamente com este.
Art. 178. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido pela autoridade
competente para aplicar a penalidade.
§ 4º. Interrompida a prescrição, todo o prazo começa a correr novamente do dia da interrupção.
CAPÍTULO IV
PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 179. O processo administrativo terá início após a certeza dos fatos, por portaria baixada por Juiz ou
pelo Corregedor-Geral da Justiça, na qual se imputarão os fatos ao servidor, delimitando-se o teor da
acusação.
Parágrafo único. Os atos instrutórios do processo poderão ser delegados pelo Corregedor-Geral da Justiça
a Juiz ou a assessor lotado na Corregedoria-Geral da Justiça.
Art. 180. Ao servidor acusado será dada a notícia dos termos da acusação, devendo ele ser citado para, no
prazo de dez (10) dias, apresentar defesa e requerer a produção de provas.
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§ 1º. A citação far-se-á:
I - por mandado ou pelo correio, por meio de ofício sob registro e com aviso de recebimento;
II - por carta precatória ou de ordem;
III - por edital, com prazo de quinze (15) dias.
§ 2º. O edital será publicado três (3) vezes no Diário da Justiça e afixado no átrio do Fórum ou no da
Corregedoria-Geral da Justiça.
Art. 181. Em caso de revelia, será designado pela autoridade competente defensor dativo ao servidor.
Art. 182. Apresentada defesa, seguir-se-á a instrução com a produção das provas deferidas, podendo a
autoridade instrutora determinar a produção de outras necessárias à apuração dos fatos.
§ 1º. A autoridade que presidir a instrução deverá interrogar o servidor acusado acerca da imputação,
designando dia, hora e local e determinando sua intimação bem como a de seu advogado.
§ 2º. Em todas as cartas precatórias e de ordem, a autoridade processante declarará o prazo dentro do qual
elas deverão ser cumpridas. Vencido esse prazo, o feito será levado a julgamento independentemente de
seu cumprimento.
§ 3º. Encerrada a instrução, será concedido um prazo de cinco (5) dias para as alegações finais do
acusado.
§ 5º. Instaurado o processo administrativo por determinação do Corregedor-Geral da Justiça, este, após
receber os autos com o relatório elaborado pela autoridade instrutora, decidi-lo-á ou o relatará, conforme o
caso, perante o Conselho da Magistratura.
§ 6º. A instrução deverá ser ultimada no prazo de cento e vinte (120) dias, prorrogáveis por mais sessenta
(60) dias.
CAPÍTULO V
ABANDONO DO CARGO
Art. 183. Caracterizada a ausência do servidor na forma do art. 163, § 2º, deste Código, fará o Juiz a
respectiva comunicação à Corregedoria-Geral da Justiça.
Art. 184. Diante da comunicação da ausência do servidor, e havendo indícios de abandono de cargo, o
Corregedor-Geral da Justiça baixará portaria instaurando processo administrativo, com expedição de edital
de chamamento e citação, que será publicado no Diário da Justiça por três (3) dias consecutivos,
convocando o servidor a justificar sua ausência ao serviço no prazo de dez (10) dias, contados da última
publicação.
Art. 185. Se procedente a justificativa apresentada pelo servidor, deverá ele reassumir imediatamente suas
funções.
Parágrafo único. Não ocorrendo o retorno do servidor à atividade, segue-se o procedimento estabelecido
nos arts. 180 e 181 deste Código.
Art. 186. Declarado o abandono do cargo pelo Conselho da Magistratura, os autos serão encaminhados ao
Presidente do Tribunal de Justiça, que expedirá o decreto de demissão do servidor.
CAPÍTULO VI
RECURSOS
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Art. 187. Das decisões do Juiz ou do Corregedor-Geral da Justiça caberá recurso em último grau ao
Conselho da Magistratura no prazo de quinze (15) dias.
Art. 188. Das decisões originárias do Conselho da Magistratura cabe recurso ao Órgão Especial no prazo
de quinze (15) dias.
Art. 189. O recurso será interposto perante a autoridade que houver proferido a decisão recorrida, a qual, se
o receber, encaminhá-lo-á no prazo de dois (2) dias ao órgão competente para julgamento.
TÍTULO XI
FORO EXTRAJUDICIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 191. Além do contido no art. 13 da Lei Federal 8935/94, observar-se-á o seguinte:
I - quanto às escrituras, será permitido às partes indicar o tabelião de sua preferência, que encaminhará ao
ofício de registro e distribuição, para fins de registro, relação contendo todas as escrituras lavradas em
prazo não superior a dez (10) dias, contados da lavratura;
II - nos distritos, esses registros serão feitos pelo próprio oficial distrital, em livro próprio, com
encaminhamento no prazo de dez (10) dias da correspondente relação das escrituras lavradas ao Ofício de
Registro de Distribuição para os devidos fins.
III - nas comarcas onde haja dois ou mais ofícios de títulos e documentos e de pessoas jurídicas, o ofício de
registro de distribuição procederá, antes da realização de seu registro, à distribuição eqüitativa dos títulos e
documentos em número e valores. Serão também registrados, previamente, no Distribuidor os aditivos,
alterações, averbações e anexos. As notificações e interpelações são de livre escolha do interessado, não
ensejando compensação entre os ofícios, os quais deverão comunicar o Distribuidor para fins de registro, no
prazo máximo de quarenta e oito (48) horas, a contar do protocolo;
IV - da relação a que alude os itens anteriores deverá constar o valor recolhido, quando devido, em favor do
Fundo de Reequipamento do Poder Judiciário - FUNREJUS, sob pena de responsabilidade;
V - em caso de inobservância do disposto no item anterior, o oficial titular do ofício de registro de distribuição
comunicará ao Juiz competente, sob pena de responsabilidade.
CAPÍTULO II
DEVERES
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VI - guardar sigilo sobre a documentação e os assuntos de natureza reservada de que tenham
conhecimento em razão do exercício de sua profissão;
VII - afixar em local visível, de fácil leitura e acesso ao público, as tabelas de emolumentos em vigor;
VIII - observar os emolumentos fixados para a prática dos atos do seu ofício;
IX - dar recibo discriminado dos emolumentos percebidos;
X - observar os prazos legais fixados para a prática dos atos do seu ofício;
XI - fiscalizar o recolhimento dos valores devidos incidentes sobre os atos que devam praticar;
XII - facilitar por todos os meios o acesso à documentação existente às pessoas legalmente habilitadas;
XIII - encaminhar ao Juízo competente as dúvidas suscitadas, obedecida a sistemática processual fixada
pela legislação respectiva;
XIV - observar as normas técnicas estabelecidas pela autoridade competente e as prescrições legais e
normativas;
XV - residir na sede da comarca ou no distrito em que exerçam suas funções;
XVI - comparecer pontualmente à hora de iniciar seu expediente e não se ausentar injustificadamente antes
do término das atividades;
XVII - cumprir as instruções da Corregedoria-Geral da Justiça.
CAPÍTULO III
PROIBIÇÕES
Art. 193. Aos Notários e Registradores, além de outras previstas em lei, são estabelecidas as seguintes
proibições:
I - o exercício da advocacia, da intermediação de seus serviços ou o exercício de qualquer cargo, emprego
ou função pública, ainda que em comissão, salvo cargo eletivo nos termos da lei;
II - no serviço de que é titular, praticar pessoalmente qualquer ato de seu interesse ou de seu cônjuge ou de
parentes, na linha reta ou na colateral, consangüíneos ou afins até o terceiro grau;
III - a conduta atentatória às instituições notariais e de registro;
IV - a cobrança indevida ou excessiva de custas, ainda que sob a alegação de urgência ou a qualquer outro
título;
V – valer-se do cargo para obter proveito indevido para si ou para outrem.
CAPÍTULO IV
PENALIDADES
Art. 195. Na aplicação da pena, levar-se-ão em conta as disposições do art. 163, § 4º, deste Código.
Art. 197. O valor da pena de multa será fixado, considerados os rendimentos da delegação, em dias-multa,
observados os critérios previstos no Código Penal.
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§ 1º. O recolhimento da multa a que se refere o caput deste artigo deverá ser efetuado nos termos do art.
3º, inciso XXIII, da Lei Estadual 12.216/98.
§ 2º. A comprovação do pagamento a que se refere este artigo far-se-á com a juntada ao respectivo
procedimento de guia de recolhimento, devidamente autenticada pelo banco oficial, que encaminhará as
demais guias ao seu destino.
Art. 198. As penalidades de repreensão e de multa terão seus registros cancelados após o decurso de dois
(2) anos e a de suspensão após o decurso de três (3) anos, se o servidor não houver nesse período
praticado nova infração disciplinar.
Art. 199. São competentes para aplicação das penalidades disciplinares o Conselho da Magistratura e o
Corregedor-Geral da Justiça e os Juizes perante os quais servirem ou a quem estiverem subordinados os
servidores, observado o seguinte:
I - O Conselho da Magistratura poderá aplicar quaisquer das penalidades previstas no art. 194 deste
Código;
II – Os Juízes e o Corregedor-Geral da Justiça poderão aplicar as penas de repreensão e de multa.
Art. 200. As penas de repreensão e de multa poderão ser aplicadas em sindicância, assegurados o
contraditório e a ampla defesa.
Art. 202. Se a pena imposta pelo Conselho da Magistratura for a de perda da delegação, a decisão será
remetida ao Presidente do Tribunal de Justiça, que expedirá o respectivo decreto.
Art. 203. Sempre que houver comprovação da prática de crime de ação pública, remeter-se-ão peças ao
Ministério Público.
Art. 204. No caso de afastamento do agente delegado para a apuração de faltas imputadas, proceder-se-á
na forma do art. 173 deste Código.
Art. 205. Fica assegurado ao agente delegado, quando do afastamento ocorrido pela aplicação do artigo
anterior, o direito à percepção mensal de metade da renda líquida da delegação; a outra metade será
depositada em conta bancária remunerada à disposição do Juízo.
Art. 206. Afastado o agente delegado, aplicar-se-á o disposto no art. 174 deste Código.
CAPÍTULO V
PRESCRIÇÃO
Art. 209. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato tornou-se conhecido.
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§ 2º. A abertura da sindicância meramente preparatória do processo administrativo, desprovida de
contraditório e da ampla defesa, não interrompe a prescrição.
CAPÍTULO VI
PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 210. O processo administrativo reger-se-á pelos arts. 179 a 186 deste Código.
CAPÍTULO VII
RECURSOS
Art. 211. Aplicam-se aos recursos os arts. 187 a 189 deste Código.
TÍTULO XII
VESTES TALARES, EXPEDIENTE E HORÁRIO
CAPÍTULO ÚNICO
VESTES TALARES, EXPEDIENTE E HORÁRIO
Art. 212. Nos atos solenes da justiça é obrigatório o uso de vestes talares, conforme modelo aprovado.
Art. 213. O expediente dos ofícios de justiça será fixado pelo Órgão Especial.
LIVRO V
DIVISÃO JUDICIÁRIA
TÍTULO I
DIVISÃO JUDICIÁRIA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 214. O território do Estado constitui circunscrição única, dividindo-se, para efeito da administração da
Justiça, em seções judiciárias, comarcas, foros regionais, municípios e distritos.
§ 1º. As seções judiciárias serão integradas por grupos de comarcas, conforme anexo II.
§ 2º. Cada comarca, constituída de um ou mais municípios e distritos, terá a denominação do município que
a ela servir de sede.
Art. 215. Em caso de necessidade ou de relevante interesse público, mediante aprovação do Órgão
Especial, poderá ser transferida provisoriamente a sede da comarca ou da seção judiciária, bem como ser
determinada a sua agregação.
CAPÍTULO II
CRIAÇÃO E INSTALAÇÃO DE COMARCAS, VARAS E DISTRITOS
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II – Para instalação:
a) existência de edifícios públicos apropriados ao Fórum, à Delegacia de Polícia e à Cadeia Pública, esta
dotada da indispensável segurança e em condições de abrigar presos;
b) existência de prédios públicos apropriados para residência do Juiz de Direito e do Promotor de Justiça;
c) preenchimento de todos os cargos judiciais, por designação, até o provimento efetivo, este no prazo de
seis (6) meses.
§ 1º. As condições referidas no inciso I deste artigo poderão ser excepcionalmente dispensadas pelo Órgão
Especial do Tribunal de Justiça se a distância e a dificuldade de acesso à sede da comarca de origem
aconselharem a criação de nova unidade judiciária.
§ 2º. A comarca poderá ser extinta por proposta do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, quando deixarem
de existir quaisquer dos requisitos que justificaram sua criação, ressalvando-se o disposto no parágrafo
anterior.
Art. 217. Para a criação de vara, observar-se-ão, além dos requisitos enumerados no artigo anterior, no que
couber, a ocorrência das seguintes condições:
a) se vara cível, um mínimo de quatrocentos (400) feitos contenciosos por ano, não computadas as
execuções não-embargadas;
b) se criminal, um mínimo de duzentos (200) processos por ano.
§ 2º. Do termo lavrado remeter-se-ão cópias autenticadas aos Presidentes dos Tribunais de Justiça e de
Alçada, do Regional Eleitoral; ao Governador do Estado; ao Presidente da Assembléia Legislativa; ao
Procurador-Geral da Justiça e às Justiças Federal e do Trabalho no Estado.
Art. 219. Distribuídos mais de oitocentos (800) feitos cíveis, não computados nesse número as execuções
fiscais e execuções não-embargadas, os pedidos de alvarás as ações consensuais e as precatórias ou
quatrocentos (400) processos criminais, no ano imediatamente anterior, o Juiz da comarca ou da vara dará
conta do ocorrido à Corregedoria-Geral da Justiça para as providências necessárias à criação de nova
unidade judicial, observado o disposto neste Capítulo.
Parágrafo único. No caso de comarca de Juízo único, computar-se-á a soma das ações penais com as
cíveis para os fins da comunicação de que trata este artigo.
Art. 220. Para a criação de Distrito Judiciário, ressalvado o previsto no § 1º do art. 216, exige-se a
preexistência de Distrito Administrativo, de população não inferior a quatro mil (4.000) habitantes e de
colégio eleitoral de, no mínimo, mil e quinhentos (1.500) eleitores.
Parágrafo único. Os Distritos Judiciários serão instalados mediante prévia autorização do Presidente do
Tribunal de Justiça.
TÍTULO II
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
CAPÍTULO ÚNICO
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
Art. 221. A prestação jurisdicional no Estado é exercida por Desembargadores, Juízes do Tribunal de
Alçada, Juízes de Direito de entrâncias final, intermediária, inicial e por Juízes Substitutos, nos termos do
anexo V.
TÍTULO III
CLASSIFICAÇÃO DAS COMARCAS, SEÇÕES JUDICIÁRIAS E DISTRITOS JUDICIÁRIOS
CAPÍTULO I
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CLASSIFICAÇÃO DAS COMARCAS
Art. 222. As comarcas, segundo a importância do movimento forense, a densidade demográfica, a situação
geográfica e a condição de sede de seção judiciária, são classificadas em:
I - de entrância inicial;
II – de entrância intermediária; e
III – de entrância final;
Parágrafo único. Para os fins constantes deste artigo, as comarcas obedecem ao elenco previsto no anexo
I.
CAPÍTULO II
SEÇÕES JUDICIÁRIAS
Art. 223. As seções judiciárias constituem agrupamento de comarcas ou foros regionais ou varas, assim
organizadas para facilitar o exercício da prestação jurisdicional por Juízes Substitutos e por Juízes de
Direito Substitutos, com a definição dos limites de competência atribuídos a cada um.
§ 1º. A composição das seções judiciárias é estabelecida conforme o contido no anexo II.
§ 2º. Na Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, a competência do Juiz de Direito Substituto será
definida por resolução.
CAPÍTULO III
DISTRITOS JUDICIÁRIOS
Art. 224. Distritos são seções territoriais em que se divide a circunscrição judiciária de cada uma das
comarcas.
Parágrafo único. Os Distritos Judiciários agrupam-se em torno de comarcas-sede ou foro central ou foros
regionais, conforme estabelece o anexo III.
TÍTULO IV
COMARCAS, JUÍZOS E SERVIÇOS AUXILIARES
CAPÍTULO I
COMPOSIÇÃO DAS COMARCAS E COMPETÊNCIA DOS JUÍZOS
Art. 225. As comarcas compõem-se de Juízo único ou de duas ou mais varas e, salvo exceções previstas,
têm a competência estabelecida por este Código, observados os seguintes princípios:
I - nas de Juízo único, a competência será genérica;
II – nas de duas (2) varas, a competência será:
a) Vara Cível, Registros Públicos, Acidentes do Trabalho e Corregedoria do Foro Extrajudicial;
b) Vara Criminal, da Infância e da Juventude e Família.
III - nas de três (3) ou mais varas, a competência fixar-se-á por distribuição ou especialização;
IV – nas demais varas das comarcas de entrância final, será fixada por resolução.
Art. 226. Nas comarcas do interior, a competência dos Juízes das Varas em matéria especializada é a
prevista para as correspondentes do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba.
Art. 227. As comarcas e varas poderão ser declaradas em regime de exceção, em casos especiais, por ato
do Conselho da Magistratura, ouvido o Corregedor-Geral da Justiça quando este não for o proponente da
medida.
Parágrafo único. Configurada a hipótese de que trata este artigo, o Presidente do Tribunal de Justiça
designará Juiz para exercer, cumulativamente com o titular, a jurisdição na comarca ou na vara, fixando-lhe
a competência, definindo a forma de distribuição dos processos e estabelecendo o limite temporal da
medida em até seis (6) meses prorrogáveis.
CAPÍTULO II
74
SERVIÇOS AUXILIARES
Art. 228. Os serviços do foro judicial e extrajudicial, nas comarcas, serão executados por serventuários,
funcionários da justiça e agentes delegados com as atribuições previstas para cada um dos
correspondentes ofícios, observadas as disposições deste Código e na forma dos anexos I, IV e VI, tabelas
1, 2, 3 e 4.
Art. 229. É mantida a atual constituição dos ofícios da justiça, com as alterações, supressões e acréscimos
previstos neste Código.
Art. 230. Nas varas e nos ofícios criados por esta Lei, a constituição das serventias do foro judicial e dos
ofícios do foro extrajudicial obedecerá aos critérios estabelecidos para as demais comarcas de igual
entrância, ressalvadas as peculiaridades de cada caso.
Art. 231. Em cada Juízo único ou vara servirão, no mínimo, dois (2) Oficiais de Justiça.
Art. 233. No Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, os ofícios distribuidores,
contadores e partidores, de 1º a 5º, terão as seguintes atribuições:
a) 1º Ofício de Distribuidor, Contador e Partidor, em matéria das Varas Criminais de 1ª a 13ª; das Varas do
Tribunal do Júri de 1ª e 2ª; das Varas da Fazenda Pública de Falências e Concordatas de 1ª a 8ª; das Varas
de Família de 1ª a 8ª; das Varas de Delitos de Trânsito de 1ª a 3ª, nas notas que se destinem aos
Tabelionatos de Notas de 8º a 12º, Contador e Partidor nos créditos que se destinam aos Tabelionatos de
Protestos de Títulos do 1º ao 6º.
b) 2º Ofício de Distribuidor, em matéria das Varas Cíveis de 1ª a 46ª; da Vara da Auditoria da Justiça Militar;
da Vara de Precatórias Criminais, nas notas que se destinem aos Tabelionatos de Notas de 1º a 7º, nos
títulos que se destinem aos Ofícios de Registro de Títulos e Documentos e Cívil das Pessoas Jurídicas de
1º a 4º.
c) 3º Ofício de Distribuidor, em matéria da Vara da Infância e da Juventude; da Vara da Infância e da
Juventude e Adoção; da Vara de Adolescentes Infratores; da Vara de Execução de Penas e Medidas
Alternativas, nos créditos que se destinem aos Tabelionatos de Protesto de Títulos de 1º a 6º.
d) 4º Ofício de Contador e Partidor, das matérias que não se refiram ao 1º Ofício.
e) 5º Ofício de Distribuidor, em matéria das Varas de Execuções Penais da 1ª e 2ª; da Vara da Corregedoria
dos Presídios; dos Juizados Especiais Cíveis e dos Juizados Especiais Criminais; da Vara de Registros
Públicos e Acidentes do Trabalho e Precatórias Cíveis, e da Vara de Inquéritos Policiais, no registro dos atos
lavrados nos Serviços Distritais do Bacacheri, Barreirinha, Boqueirão, Cajuru, Campo Comprido, Portão,
Santa Felicidade, Santa Quitéria, Mercês, Novo Mundo, Pinheirinho, São Casemiro Taboão, Tatuquara,
Uberaba e Umbará, e nas notas que se destinem aos Tabelionatos de Notas de 13º a 16º.
Art. 235. Em cada Distrito Judiciário, excetuado o da sede da Comarca, haverá um oficial distrital com as
atribuições definidas neste Código.
TÍTULO V
COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA
CAPÍTULO ÚNICO
COMPOSIÇÃO, COMPETÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
Art. 236. A Comarca da Região Metropolitana de Curitiba é composta pelo Município de Curitiba, em que se
situarão o Foro Central e ainda, pelos seguintes Foros Regionais:
§ 1º. A competência dos Juízos e das varas dos Foros Central e Regionais será fixada por resolução.
§ 2º. Enquanto não sobrevier essa resolução, será observado, nos Foros Regionais criados por esta Lei, o
disposto na legislação anterior quando comarcas.
Art. 237. No Foro Central, a distribuição entre varas de igual competência será feita sob a presidência de
um Juiz de Direito Substituto da Capital, designado pelo Corregedor-Geral da Justiça, que baixará ato
disciplinando a matéria. Nos Foros Regionais, sob a presidência do Juiz Diretor do Fórum.
Art. 238. A competência dos Juízos e Varas será fixada por resolução.
Art. 239. A Comarca da Região Metropolitana de Curitiba terá sua composição conforme o contido no anexo
III, tabela 1.
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CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
TÍTULO V
DOS ATOS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
Seção I
Dos Atos em Geral
Art. 154. Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, Ihe preencham a finalidade
essencial.
77
Parágrafo único. Os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a
comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade,
integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP -
Brasil.
Art. 155. Os atos processuais são públicos. Correm, todavia, em segredo de justiça os processos:
Il - que dizem respeito a casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão desta em divórcio,
alimentos e guarda de menores.
Parágrafo único. O direito de consultar os autos e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e
a seus procuradores. O terceiro, que demonstrar interesse jurídico, pode requerer ao juiz certidão do
dispositivo da sentença, bem como de inventário e partilha resultante do desquite.
Art. 157. Só poderá ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando
acompanhado de versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentado.
Seção II
Dos Atos da Parte
Art. 158. Os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade,
produzem imediatamente a constituição, a modificação ou a extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeito depois de homologada por sentença.
Art. 159. Salvo no Distrito Federal e nas Capitais dos Estados, todas as petições e documentos que
instruírem o processo, não constantes de registro público, serão sempre acompanhados de cópia, datada e
assinada por quem os oferecer.
§ 1o Depois de conferir a cópia, o escrivão ou chefe da secretaria irá formando autos suplementares,
dos quais constará a reprodução de todos os atos e termos do processo original.
§ 2o Os autos suplementares só sairão de cartório para conclusão ao juiz, na falta dos autos originais.
Art. 160. Poderão as partes exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que
entregarem em cartório.
Art. 161. É defeso lançar, nos autos, cotas marginais ou interlineares; o juiz mandará riscá-las,
impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo.
Seção III
Dos Atos do Juiz
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente.
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento
da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
78
§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho,
devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários.
Art. 164. Os despachos, decisões, sentenças e acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos
juízes. Quando forem proferidos, verbalmente, o taquígrafo ou o datilógrafo os registrará, submetendo-os
aos juízes para revisão e assinatura.
Parágrafo único. A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita
eletronicamente, na forma da lei.
Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos com observância do disposto no art. 458; as
demais decisões serão fundamentadas, ainda que de modo conciso.
Seção IV
Dos Atos do Escrivão ou do Chefe de Secretaria
Art. 166. Ao receber a petição inicial de qualquer processo, o escrivão a autuará, mencionando o juízo,
a natureza do feito, o número de seu registro, os nomes das partes e a data do seu início; e procederá do
mesmo modo quanto aos volumes que se forem formando.
Art. 167. O escrivão numerará e rubricará todas as folhas dos autos, procedendo da mesma forma
quanto aos suplementares.
Parágrafo único. Às partes, aos advogados, aos órgãos do Ministério Público, aos peritos e às
testemunhas é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram.
Art. 168. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas datadas e
rubricadas pelo escrivão.
Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta escura e indelével,
assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas não puderem ou não quiserem firmá-los, o
escrivão certificará, nos autos, a ocorrência.
Art. 170. É lícito o uso da taquigrafia, da estenotipia, ou de outro método idôneo, em qualquer juízo ou
tribunal.
Art. 171. Não se admitem, nos atos e termos, espaços em branco, bem como entrelinhas, emendas ou
rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas.
CAPÍTULO II
DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
Seção I
Do Tempo
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Art. 172. Os atos processuais realizar-se-ão em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§ 1o Serão, todavia, concluídos depois das 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o
adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 3o Quando o ato tiver que ser praticado em determinado prazo, por meio de petição, esta deverá ser
apresentada no protocolo, dentro do horário de expediente, nos termos da lei de organização judiciária local.
Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se praticarão atos processuais. Excetuam-se:
II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e bem assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a
arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a prisão, a separação de corpos, a abertura de testamento,
os embargos de terceiro, a nunciação de obra nova e outros atos análogos.
Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao
feriado ou às férias.
Art. 174. Processam-se durante as férias e não se suspendem pela superveniência delas:
Art. 175. São feriados, para efeito forense, os domingos e os dias declarados por lei.
Seção II
Do Lugar
Art. 176. Os atos processuais realizam-se de ordinário na sede do juízo. Podem, todavia, efetuar-se
em outro lugar, em razão de deferência, de interesse da justiça, ou de obstáculo argüido pelo interessado e
acolhido pelo juiz.
CAPÍTULO III
DOS PRAZOS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 177. Os atos processuais realizar-se-ão nos prazos prescritos em lei. Quando esta for omissa, o
juiz determinará os prazos, tendo em conta a complexidade da causa.
Art. 178. O prazo, estabelecido pela lei ou pelo juiz, é contínuo, não se interrompendo nos feriados.
Art. 179. A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que Ihe sobejar recomeçará a
correr do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.
Art. 180. Suspende-se também o curso do prazo por obstáculo criado pela parte ou ocorrendo
qualquer das hipóteses do art. 265, I e III; casos em que o prazo será restituído por tempo igual ao que
faltava para a sua complementação.
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Art. 181. Podem as partes, de comum acordo, reduzir ou prorrogar o prazo dilatório; a convenção,
porém, só tem eficácia se, requerida antes do vencimento do prazo, se fundar em motivo legítimo.
§ 2o As custas acrescidas ficarão a cargo da parte em favor de quem foi concedida a prorrogação.
Art. 182. É defeso às partes, ainda que todas estejam de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos
peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas
nunca por mais de 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único. Em caso de calamidade pública, poderá ser excedido o limite previsto neste artigo
para a prorrogação de prazos.
§ 1o Reputa-se justa causa o evento imprevisto, alheio à vontade da parte, e que a impediu de praticar
o ato por si ou por mandatário.
§ 2o Verificada a justa causa o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que Ihe assinar.
Art. 184. Salvo disposição em contrário, computar-se-ão os prazos, excluindo o dia do começo e
incluindo o do vencimento.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se o vencimento cair em feriado ou em dia
em que:
§ 2o Os prazos somente começam a correr do primeiro dia útil após a intimação (art. 240 e parágrafo
único).
Art. 185. Não havendo preceito legal nem assinação pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a
prática de ato processual a cargo da parte.
Art. 186. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor.
Art. 187. Em qualquer grau de jurisdição, havendo motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual
tempo, os prazos que este Código Ihe assina.
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a
parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
Art. 190. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 24 (vinte e quatro) horas e
executar os atos processuais no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contados:
I - da data em que houver concluído o ato processual anterior, se Ihe foi imposto pela lei;
81
Parágrafo único. Ao receber os autos, certificará o serventuário o dia e a hora em que ficou ciente da
ordem, referida no no Il.
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os
prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
Art. 192. Quando a lei não marcar outro prazo, as intimações somente obrigarão a comparecimento
depois de decorridas 24 (vinte e quatro) horas.
Seção II
Da Verificação dos Prazos e das Penalidades
Art. 193. Compete ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos que este
Código estabelece.
Art. 194. Apurada a falta, o juiz mandará instaurar procedimento administrativo, na forma da Lei de
Organização Judiciária.
Art. 195. O advogado deve restituir os autos no prazo legal. Não o fazendo, mandará o juiz, de ofício,
riscar o que neles houver escrito e desentranhar as alegações e documentos que apresentar.
Art. 196. É lícito a qualquer interessado cobrar os autos ao advogado que exceder o prazo legal. Se,
intimado, não os devolver dentro em 24 (vinte e quatro) horas, perderá o direito à vista fora de cartório e
incorrerá em multa, correspondente à metade do salário mínimo vigente na sede do juízo.
Parágrafo único. Apurada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados do
Brasil, para o procedimento disciplinar e imposição da multa.
Art. 198. Qualquer das partes ou o órgão do Ministério Público poderá representar ao presidente do
Tribunal de Justiça contra o juiz que excedeu os prazos previstos em lei. Distribuída a representação ao
órgão competente, instaurar-se-á procedimento para apuração da responsabilidade. O relator, conforme as
circunstâncias, poderá avocar os autos em que ocorreu excesso de prazo, designando outro juiz para
decidir a causa.
Art. 199. A disposição do artigo anterior aplicar-se-á aos tribunais superiores na forma que dispuser o
seu regimento interno.
CAPÍTULO IV
DAS COMUNICAÇÕES DOS ATOS
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 200. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial ou requisitados por carta, conforme
hajam de realizar-se dentro ou fora dos limites territoriais da comarca.
Art. 201. Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta
rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos.
Seção II
Das Cartas
Art. 202. São requisitos essenciais da carta de ordem, da carta precatória e da carta rogatória:
§ 1o O juiz mandará trasladar, na carta, quaisquer outras peças, bem como instruí-la com mapa,
desenho ou gráfico, sempre que estes documentos devam ser examinados, na diligência, pelas partes,
peritos ou testemunhas.
§ 2o Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remetido em original,
ficando nos autos reprodução fotográfica.
§ 3o A carta de ordem, carta precatória ou carta rogatória pode ser expedida por meio eletrônico,
situação em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.
Art. 203. Em todas as cartas declarará o juiz o prazo dentro do qual deverão ser cumpridas, atendendo
à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.
Art. 204. A carta tem caráter itinerante; antes ou depois de Ihe ser ordenado o cumprimento, poderá
ser apresentada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.
Art. 205. Havendo urgência, transmitir-se-ão a carta de ordem e a carta precatória por telegrama,
radiograma ou telefone.
Art. 206. A carta de ordem e a carta precatória, por telegrama ou radiograma, conterão, em resumo
substancial, os requisitos mencionados no art. 202, bem como a declaração, pela agência expedidora, de
estar reconhecida a assinatura do juiz.
Art. 207. O secretário do tribunal ou o escrivão do juízo deprecante transmitirá, por telefone, a carta de
ordem, ou a carta precatória ao juízo, em que houver de cumprir-se o ato, por intermédio do escrivão do
primeiro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de um ofício ou de uma vara, observando,
quanto aos requisitos, o disposto no artigo antecedente.
Art. 208. Executar-se-ão, de ofício, os atos requisitados por telegrama, radiograma ou telefone. A parte
depositará, contudo, na secretaria do tribunal ou no cartório do juízo deprecante, a importância
correspondente às despesas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato.
Art. 209. O juiz recusará cumprimento à carta precatória, devolvendo-a com despacho motivado:
Art. 210. A carta rogatória obedecerá, quanto à sua admissibilidade e modo de seu cumprimento, ao
disposto na convenção internacional; à falta desta, será remetida à autoridade judiciária estrangeira, por via
diplomática, depois de traduzida para a língua do país em que há de praticar-se o ato.
Art. 211. A concessão de exeqüibilidade às cartas rogatórias das justiças estrangeiras obedecerá ao
disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
Art. 212. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem, no prazo de 10 (dez) dias,
independentemente de traslado, pagas as custas pela parte.
83
Seção III
Das Citações
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.
§ 2o Comparecendo o réu apenas para argüir a nulidade e sendo esta decretada, considerar-se-á feita
a citação na data em que ele ou seu advogado for intimado da decisão.
Art. 215 Far-se-á a citação pessoalmente ao réu, ao seu representante legal ou ao procurador
legalmente autorizado.
§ 1o Estando o réu ausente, a citação far-se-á na pessoa de seu mandatário, administrador, feitor ou
gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou na localidade, onde
estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação, será citado na pessoa do
administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis.
Parágrafo único. O militar, em serviço ativo, será citado na unidade em que estiver servindo se não for
conhecida a sua residência ou nela não for encontrado.
Art. 217. Não se fará, porém, a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:
Art. 218. Também não se fará citação, quando se verificar que o réu é demente ou está impossibilitado
de recebê-la.
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda
quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição.
§ 2o Incumbe à parte promover a citação do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao despacho que a
ordenar, não ficando prejudicada pela demora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.
§ 3o Não sendo citado o réu, o juiz prorrogará o prazo até o máximo de 90 (noventa) dias.
84
§ 4o Não se efetuando a citação nos prazos mencionados nos parágrafos antecedentes, haver-se-á
por não interrompida a prescrição.
Art. 220. O disposto no artigo anterior aplica-se a todos os prazos extintivos previstos na lei.
I - pelo correio;
Art. 222. A citação será feita pelo correio, para qualquer comarca do País, exceto:
e) quando o réu residir em local não atendido pela entrega domiciliar de correspondência;
Art. 223. Deferida a citação pelo correio, o escrivão ou chefe da secretaria remeterá ao citando cópias
da petição inicial e do despacho do juiz, expressamente consignada em seu inteiro teor a advertência a que
se refere o art. 285, segunda parte, comunicando, ainda, o prazo para a resposta e o juízo e cartório, com o
respectivo endereço.
Parágrafo único. A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a
entrega, que assine o recibo. Sendo o réu pessoa jurídica, será válida a entrega a pessoa com poderes de
gerência geral ou de administração.
Art. 224. Far-se-á a citação por meio de oficial de justiça nos casos ressalvados no art. 222, ou quando
frustrada a citação pelo correio.
Art. 225. O mandado, que o oficial de justiça tiver de cumprir, deverá conter:
II - o fim da citação, com todas as especificações constantes da petição inicial, bem como a
advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos disponíveis;
V - a cópia do despacho;
85
VI - o prazo para defesa;
Parágrafo único. O mandado poderá ser em breve relatório, quando o autor entregar em cartório, com
a petição inicial, tantas cópias desta quantos forem os réus; caso em que as cópias, depois de conferidas
com o original, farão parte integrante do mandado.
Art. 226. Incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo:
III - obtendo a nota de ciente, ou certificando que o réu não a apôs no mandado.
Art. 227. Quando, por três vezes, o oficial de justiça houver procurado o réu em seu domicílio ou
residência, sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar a qualquer pessoa da família,
ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a citação, na hora que
designar.
Art. 228. No dia e hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho,
comparecerá ao domicílio ou residência do citando, a fim de realizar a diligência.
§ 1o Se o citando não estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da
ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca.
§ 2o Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com pessoa da família ou com
qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.
Art. 229. Feita a citação com hora certa, o escrivão enviará ao réu carta, telegrama ou radiograma,
dando-lhe de tudo ciência.
Art. 230. Nas comarcas contíguas, de fácil comunicação, e nas que se situem na mesma região
metropolitana, o oficial de justiça poderá efetuar citações ou intimações em qualquer delas.
§ 1o Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cumprimento de
carta rogatória.
§ 2o No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua citação será
divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
III - a publicação do edital no prazo máximo de 15 (quinze) dias, uma vez no órgão oficial e pelo
menos duas vezes em jornal local, onde houver;
86
IV - a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, correndo da
data da primeira publicação;
V - a advertência a que se refere o art. 285, segunda parte, se o litígio versar sobre direitos
disponíveis.
§ 1o Juntar-se-á aos autos um exemplar de cada publicação, bem como do anúncio, de que trata o n o
II deste artigo.
§ 2o A publicação do edital será feita apenas no órgão oficial quando a parte for beneficiária da
Assistência Judiciária.
Art. 233. A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente os requisitos do art. 231, I e
II, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário mínimo vigente na sede do juízo.
Seção IV
Das Intimações
Art. 234. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que
faça ou deixe de fazer alguma coisa.
Art. 235. As intimações efetuam-se de ofício, em processos pendentes, salvo disposição em contrário.
Art. 236. No Distrito Federal e nas Capitais dos Estados e dos Territórios, consideram-se feitas as
intimações pela só publicação dos atos no órgão oficial.
§ 1o É indispensável, sob pena de nulidade, que da publicação constem os nomes das partes e de
seus advogados, suficientes para sua identificação.
Art. 237. Nas demais comarcas aplicar-se-á o disposto no artigo antecedente, se houver órgão de
publicação dos atos oficiais; não o havendo, competirá ao escrivão intimar, de todos os atos do processo, os
advogados das partes:
II - por carta registrada, com aviso de recebimento quando domiciliado fora do juízo.
Parágrafo único. As intimações podem ser feitas de forma eletrônica, conforme regulado em lei
própria.
Art. 238. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus
representantes legais e aos advogados pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão
ou chefe de secretaria.
Art. 239. Far-se-á a intimação por meio de oficial de justiça quando frustrada a realização pelo correio.
87
II - a declaração de entrega da contrafé;
Art. 240. Salvo disposição em contrário, os prazos para as partes, para a Fazenda Pública e para o
Ministério Público contar-se-ão da intimação.
Parágrafo único. As intimações consideram-se realizadas no primeiro dia útil seguinte, se tiverem
ocorrido em dia em que não tenha havido expediente forense.
I - quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de
recebimento;
II - quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado
cumprido;
III - quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou
mandado citatório cumprido;
V - quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.
Art. 242. O prazo para a interposição de recurso conta-se da data, em que os advogados são
intimados da decisão, da sentença ou do acórdão.
CAPÍTULO V
DAS NULIDADES
Art. 243. Quando a lei prescrever determinada forma, sob pena de nulidade, a decretação desta não
pode ser requerida pela parte que Ihe deu causa.
Art. 244. Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará
válido o ato se, realizado de outro modo, Ihe alcançar a finalidade.
Art. 245. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar
nos autos, sob pena de preclusão.
Parágrafo único. Não se aplica esta disposição às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem
prevalece a preclusão, provando a parte legítimo impedimento.
Art. 246. É nulo o processo, quando o Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que
deva intervir.
Parágrafo único. Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministério Público, o juiz o anulará
a partir do momento em que o órgão devia ter sido intimado.
Art. 247. As citações e as intimações serão nulas, quando feitas sem observância das prescrições
legais.
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Art. 248. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam;
todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes.
Art. 249. O juiz, ao pronunciar a nulidade, declarará que atos são atingidos, ordenando as providências
necessárias, a fim de que sejam repetidos, ou retificados.
§ 1o O ato não se repetirá nem se Ihe suprirá a falta quando não prejudicar a parte.
§ 2o Quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz
não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.
Art. 250. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser
aproveitados, devendo praticar-se os que forem necessários, a fim de se observarem, quanto possível, as
prescrições legais.
Parágrafo único. Dar-se-á o aproveitamento dos atos praticados, desde que não resulte prejuízo à
defesa.
CAPÍTULO VI
DE OUTROS ATOS PROCESSUAIS
Seção I
Da Distribuição e do Registro
Art. 251. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de
um juiz ou mais de um escrivão.
Art. 252. Será alternada a distribuição entre juízes e escrivães, obedecendo a rigorosa igualdade.
II - quando, tendo sido extinto o processo, sem julgamento de mérito, for reiterado o pedido, ainda que
em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda;
Parágrafo único. Havendo reconvenção ou intervenção de terceiro, o juiz, de ofício, mandará proceder
à respectiva anotação pelo distribuidor.
Art. 254. É defeso distribuir a petição não acompanhada do instrumento do mandato, salvo:
Art. 255. O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o erro ou a falta de distribuição,
compensando-a.
Art. 256. A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte ou por seu procurador.
Art. 257. Será cancelada a distribuição do feito que, em 30 (trinta) dias, não for preparado no cartório
em que deu entrada.
89
JUIZADOS ESPECIAIS
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela
União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e
execução, nas causas de sua competência.
Capítulo II
Dos Juizados Especiais Cíveis
Seção I
Da Competência
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento das causas
cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
90
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no inciso I deste
artigo.
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário mínimo, observado o
disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei importará em renúncia ao crédito excedente ao
limite estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou
econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de qualquer
natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste
artigo.
Seção II
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos
Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, para
apreciá-las e para dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins
sociais da lei e às exigências do bem comum.
Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia perante os Juizados
Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.
Seção III
Das Partes
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas
jurídicas de direito público, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 1º Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial,
excluídos os cessionários de direito de pessoas jurídicas.
§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de assistência, inclusive para fins
de conciliação.
91
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparecerão pessoalmente,
podendo ser assistidas por advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se o
réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por
órgão instituído junto ao Juizado Especial, na forma da lei local.
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo quanto aos poderes especiais.
§ 4º O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto
credenciado.
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência.
Admitir-se-á o litisconsórcio.
seção IV
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno, conforme
dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais
forem realizados, atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo
de comunicação.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das peças do processo e demais documentos que
o instruem.
seção v
do pedido
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do
Juizado.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde logo, a extensão da
obrigação.
92
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema
de fichas ou formulários impressos.
Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta
última hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes, instaurar-se-á, desde logo, a sessão de
conciliação, dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
Parágrafo único. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser dispensada a contestação formal e ambos
serão apreciados na mesma sentença.
Seção VI
III - sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora para comparecimento do citando e advertência
de que, não comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais, e será proferido
julgamento, de plano.
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista para citação, ou por qualquer outro meio idôneo
de comunicação.
Seção VII
Da Revelia
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de conciliação ou à audiência de instrução e
julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário resultar da
convicção do Juiz.
Seção VIII
Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da
conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio, especialmente quanto ao disposto no §
3º do art. 3º desta Lei.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua orientação.
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Parágrafo único. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado,
mediante sentença com eficácia de título executivo.
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na
forma prevista nesta Lei.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º
desta Lei, podendo decidir por eqüidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz
togado para homologação por sentença irrecorrível.
Seção IX
Da Instrução e Julgamento
Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á imediatamente à audiência de instrução e
julgamento, desde que não resulte prejuízo para a defesa.
Parágrafo único. Não sendo possível a sua realização imediata, será a audiência designada para um
dos quinze dias subseqüentes, cientes, desde logo, as partes e testemunhas eventualmente presentes.
Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão ouvidas as partes, colhida a prova e, em
seguida, proferida a sentença.
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes que possam interferir no regular prosseguimento
da audiência. As demais questões serão decididas na sentença.
Parágrafo único. Sobre os documentos apresentados por uma das partes, manifestar-se-á
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência.
Seção X
Da Resposta do Réu
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda matéria de defesa, exceto argüição de
suspeição ou impedimento do Juiz, que se processará na forma da legislação em vigor.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu, na contestação, formular pedido em seu favor,
nos limites do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da
controvérsia.
Parágrafo único. O autor poderá responder ao pedido do réu na própria audiência ou requerer a
designação da nova data, que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
Seção XI
Das Provas
Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei, são
hábeis para provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes.
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Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não
requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou
protelatórias.
Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, comparecerão à audiência de instrução
e julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou mediante esta,
se assim for requerido.
§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas será apresentado à Secretaria no mínimo cinco
dias antes da audiência de instrução e julgamento.
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderá determinar sua imediata condução,
valendo-se, se necessário, do concurso da força pública.
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, permitida às
partes a apresentação de parecer técnico.
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a requerimento das partes, realizar
inspeção em pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatará
informalmente o verificado.
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no essencial, os informes
trazidos nos depoimentos.
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado.
Seção XII
Da Sentença
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos
relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o
pedido.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida nesta Lei.
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá
ao Juiz togado, que poderá homologá-la, proferir outra em substituição ou, antes de se manifestar,
determinar a realização de atos probatórios indispensáveis.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para
o próprio Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro
grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição
escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e oito horas seguintes à
interposição, sob pena de deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo de dez
dias.
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Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar
dano irreparável para a parte.
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º do
art. 13 desta Lei, correndo por conta do requerente as despesas respectivas.
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará apenas da ata, com a indicação suficiente do
processo, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for confirmada pelos próprios
fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.
Seção XIII
Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade,
contradição, omissão ou dúvida.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias,
contados da ciência da decisão.
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para
recurso.
Seção XIV
II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento, após a
conciliação;
V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de sentença ou não se der no prazo de trinta dias;
VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a citação dos sucessores no prazo de trinta dias da
ciência do fato.
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar que a ausência decorre de força maior, a parte
poderá ser isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.
Seção XV
Da Execução
Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o
disposto no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações:
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I - as sentenças serão necessariamente líquidas, contendo a conversão em Bônus do Tesouro
Nacional - BTN ou índice equivalente;
III - a intimação da sentença será feita, sempre que possível, na própria audiência em que for proferida.
Nessa intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença tão logo ocorra seu trânsito em julgado, e
advertido dos efeitos do seu descumprimento (inciso V);
V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de
execução, cominará multa diária, arbitrada de acordo com as condições econômicas do devedor, para a
hipótese de inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor poderá requerer a elevação da multa ou a
transformação da condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato arbitrará, seguindo-se a
execução por quantia certa, incluída a multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a malícia do
devedor na execução do julgado;
VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o cumprimento por outrem, fixado o valor que o
devedor deve depositar para as despesas, sob pena de multa diária;
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa
idônea a tratar da alienação do bem penhorado, a qual se aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a
praça ou leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes serão ouvidas. Se o pagamento não for à
vista, será oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem móvel, ou hipotecado o imóvel;
c) erro de cálculo;
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no valor de até quarenta salários mínimos,
obedecerá ao disposto no Código de Processo Civil, com as modificações introduzidas por esta Lei.
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e eficaz para a solução do litígio, se possível com
dispensa da alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre outras medidas cabíveis, o pagamento
do débito a prazo ou a prestação, a dação em pagamento ou a imediata adjudicação do bem penhorado.
Seção XVI
Das Despesas
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Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de
custas, taxas ou despesas.
Parágrafo único. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42 desta Lei, compreenderá todas as
despesas processuais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipótese
de assistência judiciária gratuita.
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o vencido em custas e honorários de advogado,
ressalvados os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e
honorários de advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de condenação
ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido objeto de recurso improvido do devedor.
Seção XVII
Disposições Finais
Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas as curadorias necessárias e o serviço de
assistência judiciária.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou valor, poderá ser homologado, no juízo
competente, independentemente de termo, valendo a sentença como título executivo judicial.
Parágrafo único. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento
escrito, referendado pelo órgão competente do Ministério Público.
Art. 58. As normas de organização judiciária local poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22
e 23 a causas não abrangidas por esta Lei.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei.
Capítulo III
Disposições Gerais
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência
para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo,
respeitadas as regras de conexão e continência.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da
aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da
composição dos danos civis.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada
ou não com multa.
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Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade,
economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela
vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
Seção I
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer
dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais
foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio hábil
de comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados
em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes
ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se
de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado
ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os
interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a
necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta,
ser-lhe-á designado defensor público.
Seção II
Da Fase Preliminar
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições
dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao
juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá
fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento
do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da
audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua
intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
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Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a
vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a
possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não
privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local,
preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da Justiça
Criminal.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a
oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência
do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de
direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por
sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena
restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena
restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes
criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos
interessados propor ação cabível no juízo cível.
Seção III
Do Procedimento Sumariíssimo
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do
autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá
ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.
100
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência referido
no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando
a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar
se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no
parágrafo único do art. 66 desta Lei.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que
com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil
e seus advogados.
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado
da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar
requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art. 67
desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de instrução e julgamento, se na fase preliminar
não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério
Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva
de quem deva comparecer.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o
Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as
testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se
imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar
ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo
breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sentença.
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser
julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do
Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério
Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art.
65 desta Lei.
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§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de
acórdão.
Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade,
contradição, omissão ou dúvida.
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias,
contados da ciência da decisão.
Seção IV
Da Execução
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante pagamento na
Secretaria do Juizado.
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a punibilidade, determinando que a
condenação não fique constando dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da liberdade, ou
restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada
com estas, será processada perante o órgão competente, nos termos da lei.
Seção V
Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena restritiva de direitos ou multa
(arts. 74 e 76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.
Seção VI
Disposições Finais
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a
ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não
por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois
a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código
Penal).
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia,
poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
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IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro
crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por
contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus
ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver
iniciada.
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal
pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob
pena de decadência.
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que
não forem incompatíveis com esta Lei.
Capítulo IV
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua
organização, composição e competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da sede da
Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de acordo
com audiências previamente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados Especiais no prazo de
seis meses, a contar da vigência desta Lei.
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de sessenta dias após a sua publicação.
Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de
1984.
103
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
TÍTULO II
DO INQUÉRITO POLICIAL
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas
circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a
quem por lei seja cometida a mesma função.
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º O requerimento a que se refere o nº II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou
de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de
Polícia.
§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba
ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a
procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela
ser iniciado.
104
§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas,
até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; 1
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll,
deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham
ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar
aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade
policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a
ordem pública.
Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.
Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou
estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem
de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao
juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os
autos do inquérito.
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos
processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV - representar acerca da prisão preventiva.
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que
será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para
novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a
denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
105
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo
competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao
requerente, se o pedir, mediante traslado.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo
interesse da sociedade.
Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade policial não
poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes,
salvo no caso de existir condenação anterior.
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será
permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.
Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho
fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público,
respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos
Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963)
Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade
com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em
circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até
que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra
circunscrição.
Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao
Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido
distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.
TÍTULO III
DA AÇÃO PENAL
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas
dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou
de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de
representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União,
Estado e Município, a ação penal será pública.
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.
Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de
portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que
caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo,
o lugar e os elementos de convicção.
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as
razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá
a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de
arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal,
cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos
os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de
negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de
oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza,
nomeará advogado para promover a ação penal.
§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem privar-se
dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.
106
§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir o
ofendido.
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa poderá ser
exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz
competente para o processo penal.
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele
ou por seu representante legal.
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge, e, em
seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, podendo, entretanto,
qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal,
devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio
destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa
ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber
quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da
denúncia.
Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo
prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes
especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade
policial.
§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do
ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade
policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida.
§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria.
§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou,
não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.
§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à
autoridade policial para que esta proceda a inquérito.
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos
elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de
quinze dias.
Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de
crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao
oferecimento da denúncia.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e,
quando necessário, o rol das testemunhas.
107
§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do
Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que
não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.
Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares
ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou
funcionários que devam ou possam fornecê-los.
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério
Público velará pela sua indivisibilidade.
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se
estenderá.
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal
ou procurador com poderes especiais.
Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos
não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro.
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em
relação ao que o recusar.
Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido por
ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não
produzirá efeito.
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver representante legal, ou
colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe
nomear.
Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no
art. 52.
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.
Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50.
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer,
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará
aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.
Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu
representante legal ou procurador com poderes especiais.
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30
dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo,
para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem
couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo
a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de
ofício.
Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz
mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo
de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a
matéria na sentença final.
Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o
Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.
108
TÍTULO IV
DA AÇÃO CIVIL
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível,
para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo
valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para
a apuração do dano efetivamente sofrido.
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser
proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o
julgamento definitivo daquela.
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de
necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não
tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1º e 2º), a execução da
sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério
Público.
TÍTULO VIII
DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR, DOS ASSISTENTES E AUXILIARES
DA JUSTIÇA
CAPÍTULO I
DO JUIZ
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos
atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade
policial, auxiliar da justiça ou perito;
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a
questão;
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o
terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si
parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive.
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
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V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do
casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o
casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou
enteado de quem for parte no processo.
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de
propósito der motivo para criá-la.
CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 257. Ao Ministério Público cabe:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e
II - fiscalizar a execução da lei.
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das
partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos
impedimentos dos juízes.
CAPÍTULO III
DO ACUSADO E SEU DEFENSOR
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos
não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do
julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação, por
termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos precedentes.
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro
ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre
exercida através de manifestação fundamentada.
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a
todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação.
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor
dativo, arbitrados pelo juiz.
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão obrigados, sob pena de multa de cem
a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado
previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais
sanções cabíveis.
§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer.
110
§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não
determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que
provisoriamente ou só para o efeito do ato.
Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por
ocasião do interrogatório.
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz.
CAPÍTULO IV
DOS ASSISTENTES
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o
ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no
estado em que se achar.
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público.
Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, aditar o
libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público,
ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.
§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo
assistente.
§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este,
intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de
força maior devidamente comprovado.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, constar
dos autos o pedido e a decisão.
CAPÍTULO V
DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da
justiça, no que Ihes for aplicável.
CAPÍTULO VI
DOS PERITOS E INTÉRPRETES
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a
quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.
111
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a
sua condução.
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código
Penal;
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da
perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.
TÍTULO I
CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1°. O presente Estatuto estabelece o regime jurídico dos funcionários do Poder Judiciário do Estado do
Paraná.
Parágrafo único. São considerados funcionários para os fins deste Estatuto os ocupantes dos cargos da
Secretaria do Tribunal de Justiça e do Quadro de Pessoal de 1° Grau de Jurisdição, os Secretários do
Conselho de Supervisão do Juizado Especial, os Secretários de Turma Recursal do Juizado Especial, os
Secretários do Juizado Especial, os Oficiais de Justiça do Juizado Especial, os Auxiliares de Cartório do
Juizado Especial, os Auxiliares Administrativos do Juizado Especial, e os Contadores e Avaliadores do
Juizado Especial.
Art. 2°. Funcionário é a pessoa investida em cargo público com vencimentos ou remunerações percebidos
dos cofres públicos estaduais.
112
§ 3°. A designação para função gratificada vigorará a partir da publicação do ato, competindo à autoridade a
que se subordinará o funcionário designado dar-lhe exercício imediato.
II - Grupo ocupacional é o conjunto de classes que diz respeito a atividades profissionais correlatas ou afins,
quanto à natureza do respectivo trabalho ou ao ramo de conhecimento aplicado em seu desempenho;
III - Nível é a subdivisão interna das classes ao qual se atribui vencimentos próprios fixados em lei.
§ 1°. A progressão se dá dentro da mesma classe de um nível para outro imediatamente superior.
Art. 5°. Os Quadros do Pessoal da Secretaria do Tribunal de Justiça e de 1° Grau de Jurisdição são
organizados em grupos, escalonados de acordo com a hierarquia, a natureza, a complexidade do serviço e
o nível de escolaridade exigido em lei ou regulamento.
II - Parte suplementar que é integrada pelos cargos extintos na forma estabelecida em lei.
§ 2°. A lotação do pessoal integrante do Quadro da Secretaria do Tribunal de Justiça é regulada por decreto
judiciário.
§ 3°. A distribuição dos cargos dos funcionários afetos ao 1° Grau de Jurisdição referidos no parágrafo único
do art. 1° do presente Estatuto é a definida lei.
§ 4°. A lotação no caso do § 3º deste artigo é a determinada por ato do Presidente do Tribunal de Justiça,
salvo afetação em lei à determinada secretaria ou repartição.
§ 1°. Os cargos de provimento efetivo serão organizados em classes, ou de forma isolada, e serão providos
por concurso público.
Art. 7°. As atribuições e as responsabilidades inerentes aos cargos serão definidas em lei.
TÍTULO II
DO PROVIMENTO, DA VACÂNCIA, DA LOTAÇÃO, DA RELOTAÇÃO E DA SUBSTITUIÇÃO
CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO
Seção I
Disposições Gerais
113
Art. 8°. A investidura em cargo público de provimento efetivo depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão que são de livre nomeação e
exoneração.
I - a nacionalidade brasileira;
Art. 10. Provimento é o ato do Presidente do Tribunal de Justiça que preenche o cargo e se dá com a
nomeação, a posse e o exercício.
I - nomeação;
II - readaptação;
III - reversão;
IV - aproveitamento;
V - reintegração;
VI - recondução;
VII - remoção;
VIII - promoção.
Parágrafo único. A remoção e a promoção implicam na vacância do cargo e somente se aplicam aos
ocupantes do Quadro de Pessoal de 1º Grau de Jurisdição, aos Secretários do Conselho de Supervisão do
Juizado Especial, aos Secretários de Turma Recursal do Juizado Especial, aos Secretários do Juizado
Especial, aos Oficiais de Justiça do Juizado Especial, aos Auxiliares de Cartório do Juizado Especial, aos
Auxiliares Administrativos do Juizado Especial, e aos Contadores e Avaliadores do Juizado Especial.
Seção II
Da Nomeação
Art. 12. A nomeação é o chamamento para a posse e para a entrada no exercício das atribuições do cargo
público.
Art. 13. O ato de nomeação deverá indicar o cargo de provimento efetivo ou o cargo de provimento em
comissão a ser preenchido.
Art. 14. A nomeação para cargo público de provimento efetivo ocorrerá de acordo com a ordem de
classificação e se dará durante o prazo de validade do concurso.
114
§ 1°. A nomeação para cargo de provimento em comissão é livre, observados os requisitos mencionados no
art. 9º.
§ 2°. É vedada a nomeação para cargo de provimento em comissão, bem como a lotação no âmbito da
Secretaria do Tribunal de Justiça, dos ocupantes de cargos do Quadro de Pessoal de 1º Grau de Jurisdição,
de cargos do foro judicial de Escrivão e de Oficial Contador, Avaliador, Partidor, Depositário e de
Distribuição, de Auxiliar de Cartório, de Auxiliar Administrativo, de Oficial de Justiça, de Comissário de
Vigilância, de Assistente Social, de Psicólogo, de Porteiro de Auditório, de Agente de Limpeza, de Secretário
do Conselho de Supervisão do Juizado Especial, de Secretário de Turma Recursal do Juizado Especial, de
Secretário do Juizado Especial, de Oficial de Justiça do Juizado Especial, de Auxiliar de Cartório do Juizado
Especial, de Auxiliar Administrativo do Juizado Especial e de Contador e Avaliador do Juizado Especial.
Subseção I
Do Concurso
Art. 15. O concurso obedecerá ao que dispuser o Regimento Interno, as normas do regulamento que for
elaborado por Comissão designada pelo Presidente do Tribunal de Justiça e o respectivo edital.
Art. 16. O concurso público é de provas ou de provas e títulos e terá validade de até 02 (dois) anos,
podendo ser prorrogado uma vez, por igual período.
§ 1°. O edital de abertura do concurso público conterá as regras que regem o seu funcionamento e será
publicado no Diário da Justiça do Estado do Paraná, com divulgação pelos meios de comunicações
disponíveis.
§ 2°. Durante o prazo referido no caput deste artigo, o aprovado em concurso público de provas ou de
provas e títulos será convocado para assumir o cargo com prioridade sobre os aprovados em novos
concursos.
§ 3°. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras, sendo-
lhes reservadas 5% (cinco por cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 4°. Aos afro-descendentes serão reservadas 10% (dez por cento) das vagas oferecidas no concurso.
Art. 17. Para ser admitido no concurso, o candidato deverá preencher os requisitos do art. 9º, apresentar
documento de identidade indicado no edital e recolher a taxa de inscrição que for fixada pela Comissão.
Subseção II
Da Posse
Art. 18. Posse é o ato expresso de aceitação das atribuições, dos deveres e das responsabilidades do
cargo formalizado com a assinatura do termo pelo empossado e pela autoridade competente.
§ 1°. A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação da nomeação, prorrogável por
até 30 (trinta) dias, a requerimento do interessado ou de seu representante legal e a juízo da Administração.
§ 2°. O prazo previsto no § 1º será contado, quando o aprovado for funcionário público, do término da
licença:
IV - em razão de férias;
115
V - para participação em programa de treinamento regularmente instituído, conforme dispuser o
regulamento;
VIII - para tratamento da saúde, até o limite de 24 (vinte e quatro) meses, cumulativo ao longo do tempo de
serviço público prestado ao Estado do Paraná, em cargo de provimento efetivo;
§ 5°. No ato da posse o funcionário apresentará declaração de seus bens, de exercício ou não de outro
cargo, emprego ou função pública.
§ 6°. É ineficaz o provimento se a posse não ocorrer dentro do prazo estabelecido nesta lei.
§ 7°. Somente se dará posse àquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.
Subseção III
Do Estágio Probatório
Art. 19. Ao entrar em exercício, o funcionário nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a
estágio probatório por período de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão
objetos de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:
I - assiduidade;
II - disciplina;
III - capacidade;
IV - produtividade;
V - responsabilidade.
§ 1°. Seis meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação da
autoridade competente a avaliação de desempenho do funcionário, realizada de acordo com o que dispuser
a lei ou o regulamento, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados nos incisos I a V
deste artigo.
§ 2°. O funcionário em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou
funções gratificadas.
§ 3°. O estágio probatório e respectivo prazo ficarão suspensos durante as licenças e os afastamentos
sendo retomados a partir do término de tais impedimentos.
116
§ 4°. O funcionário em estágio probatório não poderá ser cedido a qualquer outro órgão da administração
pública direta ou indireta e a ele somente poderão ser concedidas as seguintes licenças:
V - para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na
administração pública;
VII - pelo período que mediar a sua escolha como candidato a cargo eletivo e a véspera do registro de sua
candidatura perante a Justiça Eleitoral;
VIII - pelo período do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral até o décimo dia seguinte ao
pleito.
Art. 20. A avaliação de desempenho constitui condição para aquisição da estabilidade e tem como
finalidade avaliar a capacidade e a aptidão do funcionário para o exercício do cargo.
Art. 21. O estágio probatório será sempre relacionado com o cargo ocupado.
Parágrafo único. Na hipótese de nomeação para outro cargo de provimento efetivo, o prazo de estágio
probatório e da avaliação especial reiniciará com a respectiva assunção.
Art. 22. Na hipótese da autoridade competente não homologar a avaliação de desempenho indicando a
exoneração, será aberto procedimento que é regido pelas normas do processo administrativo disciplinar
conforme o Quadro ao qual pertencer o funcionário.
Parágrafo único. Durante o trâmite do processo referido no caput deste artigo, o prazo para aquisição da
estabilidade ficará suspenso até o julgamento final.
Subseção IV
Da Estabilidade
Art. 24. O funcionário habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efetivo
adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 03 (três) anos de efetivo exercício.
III - decisão derivada de processo de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei complementar
federal, assegurada a ampla defesa;
IV - para corte de despesas com pessoal conforme disposto na Constituição e legislação federal.
Seção III
Da Readaptação
117
Art. 26. A readaptação é o provimento de funcionário efetivo em cargo de atribuições compatíveis com a sua
capacidade física ou mental, derivada de alteração posterior à nomeação e verificada em inspeção médica
oficial.
Art. 27. O procedimento de readaptação terá o prazo de 06 (seis) meses, podendo ser prorrogado no caso
de o funcionário estar participando de programa de reabilitação profissional.
I - a readaptação será realizada em cargo com atribuições afins, respeitada a habilitação exigida para o
cargo de origem, bem como o nível de escolaridade e os vencimentos inerentes a este;
II - na hipótese de inexistência de cargo vago, o funcionário exercerá suas atribuições como excedente, até
a ocorrência de vaga.
§ 3°. A readaptação será sempre para cargo de vencimento igual ou inferior ao de origem, preservado o
direito à remuneração paga ao funcionário neste último.
Seção IV
Da Reversão
I - no caso de aposentadoria por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da
aposentadoria;
§ 2°. Após o retorno, o tempo de exercício será considerado para concessão de nova aposentadoria.
§ 3°. No caso do inciso I do caput deste artigo, encontrando-se provido o cargo, o funcionário exercerá suas
atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
§ 4°. O funcionário que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos
proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com a vantagem de
natureza pessoal incorporada e que percebia anteriormente à aposentadoria.
§ 5°. O funcionário de que trata o inciso II do caput deste artigo somente terá os proventos calculados com
base nas regras atuais se permanecer pelo menos 05 (cinco) anos no cargo.
§ 6°. Não poderá reverter o aposentado que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade.
Seção V
Da Disponibilidade e do Aproveitamento
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Subseção I
Da Disponibilidade
Art. 29. O funcionário será posto em disponibilidade quando extinto o seu cargo ou declarada sua
desnecessidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
IV - maior remuneração.
Art. 31. O período de disponibilidade é considerado como de efetivo exercício para efeito de aposentadoria,
observadas as normas próprias a esta.
Subseção II
Do Aproveitamento
Parágrafo único. O aproveitamento se dará na primeira vaga que ocorrer com precedência sobre as
demais formas de provimento, observada a seguinte ordem de preferência dentre os funcionários em
disponibilidade:
IV - maior idade.
Art. 33. Não haverá aproveitamento para cargo de natureza superior ao anteriormente ocupado.
Art. 34. O aproveitamento se dará somente àquele que for julgado apto física e mentalmente para o
exercício do novo cargo.
Parágrafo único. Declarada a incapacidade para o novo cargo em inspeção médica, o funcionário será
aposentado por invalidez, considerando-se, para tanto, o tempo de disponibilidade.
Seção VI
Da Reintegração
Art. 35. Reintegração é o retorno do funcionário ao exercício das atribuições de seu cargo, ou de cargo
resultante de sua transformação, quando invalidada a demissão por decisão administrativa ou judicial.
119
§ 1°. Na hipótese de extinção do cargo ou declarada sua desnecessidade, o funcionário ficará em
disponibilidade e será aproveitado na forma dos arts. 32 a 34 deste Estatuto.
§ 2°. Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem
direito à indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
§ 3°. O funcionário reintegrado por decisão definitiva será ressarcido financeiramente pelo que deixou de
perceber como vencimento ou remuneração durante o período de afastamento.
§ 4°. Transitada em julgado a decisão definitiva, será expedido o decreto de reintegração no prazo máximo
de 30 (trinta) dias.
Seção VII
Da Recondução
Art. 36. Recondução é o retorno do funcionário ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
§ 1°. Encontrando-se provido o cargo de origem, o funcionário será aproveitado em outro, observado o
disposto nos arts. 32 a 34 deste Estatuto.
Seção VIII
Do Exercício
Art. 37. Exercício é o desempenho das atribuições do cargo público ou da função gratificada.
Parágrafo único. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão anotados na ficha
funcional.
Art. 38. É de 30 (trinta) dias o prazo para entrar no exercício das atribuições do cargo ou da função, contado
da data:
I - da posse;
II - da publicação no Diário da Justiça dos atos relativos às demais formas de provimento previstas nos
incisos II a VI do art.11.
§ 1°. Os prazos previstos neste artigo poderão ser prorrogados por 30 (trinta) dias, a requerimento do
interessado e a juízo da autoridade competente para dar posse.
§ 2°. O exercício em função de confiança dar-se-á no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da
publicação do ato de designação.
§ 3°. O funcionário removido, promovido, relotado, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá
08 (oito) dias de prazo, contados da publicação do ato, para o retorno ao efetivo desempenho das
atribuições do cargo na mesma comarca.
§ 4°. Na hipótese do § 3º, sendo a lotação de destino em outra comarca, o prazo da entrada em exercício
será de 15 (quinze) dias.
§ 5°. O funcionário licenciado nos termos deste Estatuto retornará às efetivas atribuições a partir do término
da licença.
120
§ 6°. O exercício em cargo efetivo nos casos de reintegração, aproveitamento, reversão, recondução e
readaptação dependerá de prévia satisfação dos requisitos atinentes a tais formas de provimento e aptidão
física e mental comprovada em inspeção médica oficial.
§ 7°. O funcionário que, após a posse, não entrar em exercício dentro do prazo fixado, será exonerado.
Art. 39. O exercício é condicionado à vedação de conferir ao funcionário atribuições diversas das do seu
respectivo cargo.
Seção IX
Da Freqüência e do Horário de Expediente
Art. 40. Os funcionários do Poder Judiciário estão sujeitos aos seguintes horários de expediente:
I - das 08h30min (oito horas e trinta minutos) às 11h00min (onze horas) e das 13h00min (treze horas) às
17h00min (dezessete horas) para os lotados em 1º Grau de Jurisdição;
II - das 09h00min (nove horas) às 11h00min (onze horas) e das 13h00min (treze horas) às 18h00min
(dezoito horas) para os lotados na Secretaria do Tribunal de Justiça.
§ 1°. Serão emitidos boletins de freqüência específicos para os funcionários que prestam serviços noturnos.
§ 2°. Em razão do exercício de atividade externa incompatível com a fixação de horário de expediente, os
funcionários com atribuições de Oficiais de Justiça e de Avaliadores terão somente a sua freqüência diária
registrada nos boletins das Secretarias para os quais estiverem designados.
Art. 41. Em todos os Juízos, Gabinetes, Departamentos e Centros do Tribunal de Justiça haverá controle de
freqüência dos funcionários por meio de livro-ponto ou de outro meio de controle regulamentado pelo
Presidente do Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. É vedado dispensar o funcionário do registro de freqüência, salvo disposição legal em
contrário ou autorização do Presidente do Tribunal de Justiça.
Art. 42. Os funcionários ocupantes de cargo de provimento efetivo vinculados a gabinete de magistrado que
se aposentarem devem se apresentar na Divisão de Recursos Humanos do Departamento Administrativo na
data em que for publicado o decreto de aposentadoria do Desembargador ou do Juiz de Direito Substituto
em Segundo Grau, para que seja iniciado o processo de nova lotação e controle de freqüência.
Art. 43. Em caso de óbito do magistrado, o setor competente do Departamento Administrativo fará lavrar e
publicar, no trigésimo dia da data do falecimento, o ato de exoneração dos funcionários ocupantes de cargo
de provimento em comissão vinculados ao gabinete.
Art. 44. Nos dias úteis, somente por determinação do Presidente do Tribunal de Justiça poderão deixar de
funcionar os serviços do Judiciário ou ser suspensos, no todo ou em parte, seus trabalhos.
Art. 45. Os funcionários regidos por este Estatuto, ocupantes de cargo de provimento efetivo ou em
comissão, poderão ser convocados fora do horário do expediente sempre que houver interesse da
Administração.
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo e para os funcionários comissionados deverá ser
observada a vedação do artigo 78, parágrafo único, deste Estatuto.
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CAPÍTULO II
DA VACÂNCIA
Seção I
Disposições Gerais
I - remoção;
II - promoção;
III - exoneração;
IV - demissão;
V - readaptação;
VI - aposentadoria;
VII - falecimento.
Seção II
Da Remoção e da Promoção
Art. 48. A remoção ou promoção se dá por ato do Presidente do Tribunal de Justiça de acordo com
indicação do Conselho da Magistratura e com base nas regras por ele aprovadas, observados os princípios
dispostos nos artigos 57 a 61 do presente Estatuto.
§ 1°. A remoção ou promoção somente se aplica aos ocupantes de cargos do Quadro de Pessoal de 1º
Grau de Jurisdição, aos Secretários do Conselho de Supervisão do Juizado Especial, aos Secretários de
Turma Recursal do Juizado Especial, aos Secretários do Juizado Especial, aos Oficiais de Justiça do
Juizado Especial, aos Auxiliares de Cartório do Juizado Especial, aos Auxiliares Administrativos do Juizado
Especial, e aos Contadores e Avaliadores do Juizado Especial.
§ 2°. A remoção é transferência do funcionário de um cargo para outro de mesma natureza em outra
comarca ou foro de igual entrância e dar-se-á alternadamente por antiguidade e merecimento.
§ 3°. A promoção é a passagem do funcionário de um cargo para outro de mesma natureza e classe
imediatamente superior e dar-se-á alternadamente por antiguidade e merecimento.
§ 4°. A abertura dos editais à remoção e à promoção se dará alternadamente e não concorrendo
interessados ou habilitados a uma ou outra será autorizado concurso de provimento por ingresso.
§ 5°. Os critérios para aferição do merecimento serão estabelecidos com base nos princípios dispostos nos
artigos 57 a 61 do presente Estatuto.
Art. 49. Vagando cargo, o Presidente do Tribunal autorizará a expedição de edital com prazo de 05 (cinco)
dias convocando os interessados à remoção ou à promoção.
§ 1°. Decorrido o prazo legal, os pedidos serão reunidos em uma só autuação e encaminhados à
Corregedoria-Geral da Justiça para informação sobre os antecedentes funcionais.
122
§ 2°. Não será deferido a inscrição a quem tenha sofrido pena disciplinar nos últimos 02 (dois) anos.
§ 3°. À remoção ou à promoção somente serão admitidos funcionários com mais de 02 (dois) anos em
exercício no cargo e que estejam ao menos no penúltimo nível de sua classe.
§ 4°. Vencidas as etapas anteriores, o procedimento será relatado pelo Corregedor-Geral da Justiça perante
o Conselho da Magistratura, que deliberará sobre a indicação ou não dos pretendentes.
§ 5°. Não se aplica remoção ou promoção aos cargos cuja extinção é prevista em lei à medida que vagarem
e nem aos cargos que, de livre remanejamento, forem redistribuídos pela Administração Pública.
Seção III
Da Exoneração
III - para corte de despesas com pessoal nos termos da lei federal.
CAPÍTULO III
DA LOTAÇÃO E DA RELOTAÇÃO
Art. 52. Lotação é o ato de definição da secretaria, do setor ou da repartição em que o funcionário exercerá
as suas atribuições.
Parágrafo único. A lotação sempre se dará de ofício, respeitados os casos em que seja previamente
definida em lei a secretaria, o foro ou a comarca ao qual o cargo é afetado.
Art. 53. Relotação é o deslocamento do funcionário, a pedido ou de ofício, de uma repartição ou setor para
outro, inclusive entre foros, comarcas, ou secretarias, respeitados os casos em que seja previamente
definida em lei a secretaria ou a comarca ao qual o cargo é afetado.
CAPÍTULO IV
DA SUBSTITUIÇÃO
Art. 54. Nos casos de impedimentos superiores a 10 (dez) dias, o funcionário ocupante do cargo de
provimento em comissão ou de função gratificada será substituído.
§ 2°. O Presidente do Tribunal de Justiça definirá em regulamento os cargos em comissão que poderão ser
preenchidos temporariamente por substituição.
Art. 55. O substituto perceberá, além de sua remuneração, a diferença proporcional ao tempo de
substituição, calculada como se fosse titular do cargo em comissão ou da função gratificada.
123
TÍTULO III
CAPÍTULO ÚNICO
DA PROGRESSÃO FUNCIONAL
Art. 56. Progressão funcional é a passagem do funcionário de um nível para outro imediatamente superior
dentro da mesma classe.
§ 1°. A progressão por antiguidade é a passagem do funcionário mais antigo de um nível para o
imediatamente subseqüente, dentro da mesma classe, desde que:
I - tenha cumprido o interstício de 03 (três) anos de efetivo exercício no nível em que se encontrava;
Art. 58. Não poderá concorrer à progressão por merecimento o funcionário que:
II - esteja em disponibilidade.
Art. 59. O funcionário, para obter a progressão por merecimento, será submetido à avaliação de
desempenho bienal.
§ 1º. A avaliação de desempenho bienal será executada com base em regulamento a ser editado pelo
Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 2º. O regulamento da avaliação de desempenho bienal, dentre outros critérios, deverá estabelecer
requisitos mínimos de freqüência e desempenho em cursos oficiais de aperfeiçoamento.
§ 3º. Será conferida a progressão por merecimento ao funcionário com maior desempenho na avaliação
bienal imediatamente anterior à abertura de vaga no nível imediatamente superior.
Art. 60. A execução do procedimento e aferição da progressão funcional fica a cargo de Departamento
específico da Secretaria do Tribunal de Justiça, nos termos a ser definido pelo Regulamento a ser editado
pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
Art. 61. Será conferida progressão funcional para fins de aposentadoria ou pensão caso o funcionário
preencha os requisitos legais por ocasião da perda do vínculo com a administração.
TÍTULO IV
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
Art. 62. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício do cargo com valor fixado em lei e
correspondente ao nível de enquadramento do funcionário.
124
Art. 63. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias estabelecidas
em lei.
Parágrafo único. Nenhum funcionário do Poder Judiciário terá remuneração superior ao subsídio percebido
por Desembargador.
III - 1/3 (um terço) da remuneração do dia, se comparecer ao serviço com atraso ou sair antecipadamente.
§ 1º. Considera-se atraso o comparecimento ao serviço após o início do expediente até o máximo de uma
hora, após o que será lançada falta do respectivo turno.
§ 2º. Considera-se saída antecipada aquela que ocorrer antes do término do turno ou do período de
trabalho.
§ 3º. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou força maior poderão ser compensadas a critério
da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.
§ 4º. O funcionário poderá perder 50% (cinqüenta por cento) do valor do vencimento ou da remuneração, no
caso de aplicação de pena de suspensão convertida em multa, ficando obrigado a permanecer no serviço.
Art. 66. As faltas ao serviço, decorrentes de ordens judiciais dirigidas contra o funcionário, implicarão em:
I - redução da remuneração a 2/3 (dois terços) durante o afastamento por motivo de prisão cautelar;
§ 1º. No caso do inciso I do caput deste artigo, o funcionário terá direito à integralização da remuneração se
for absolvido em decisão definitiva.
§ 3º. O funcionário que for posto em liberdade nos termos deste artigo deverá retornar ao exercício de suas
atribuições no dia seguinte à soltura.
Art. 67. O funcionário nomeado para cargo de provimento em comissão optará entre o vencimento de tal
cargo e a remuneração que recebe em razão de seu cargo efetivo, acrescida em 20% (vinte por cento) do
valor símbolo do cargo comissionado.
§ 1º. Em nenhuma hipótese a diferença remuneratória percebida pelo funcionário efetivo em razão do
exercício de cargo em comissão será incorporada aos seus vencimentos.
Art. 68. Não incidirá desconto sobre o vencimento ou a remuneração, salvo por imposição legal, ordem
judicial ou autorização escrita do funcionário, observando-se que, nesta última hipótese, a consignação do
desconto fica a critério da administração pública.
125
Art. 69. As reposições e indenizações ao Erário Estadual serão descontadas em parcelas mensais, não
excedentes a 10% (dez por cento) da remuneração.
§ 1º. As reposições e indenizações serão previamente comunicadas ao funcionário e corrigidas pela média
do INPC (IBGE) e IGP-DI (Fundação Getúlio Vargas) ou pela média dos índices que vierem a substituí-los e
acrescidas de juros nos termos da lei civil.
§ 2º. A reposição será integral e em parcela única quando o pagamento indevido tiver ocorrido no mês
anterior ao do processamento da folha.
§ 3º. Quando o funcionário for exonerado, dispensado ou demitido terá o prazo de 60 (sessenta) dias, a
contar da data da perda do vínculo com a administração pública, para pagar o débito, sendo que o não
pagamento implicará em inscrição em dívida ativa.
CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS
Seção I
Disposições Preliminares
I - indenizações;
II - adicionais;
III - gratificações.
§ 2º. Excepcionam-se da hipótese do §1º deste artigo as gratificações por insalubridade, periculosidade e
risco de vida que se incorporam às remunerações nos termos deste Estatuto.
§ 3º. Os adicionais incorporam-se ao vencimento ou aos proventos, nos casos e condições indicados em lei.
§ 4º. As vantagens não serão computadas nem acumuladas para efeito de concessão de quaisquer outros
acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.
Seção II
Das Indenizações
I - ajuda de custo;
II - diárias;
III - transporte.
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Subseção I
Da Ajuda de Custo
Art. 72. Ajuda de custo é a compensação das despesas do funcionário que em virtude de promoção,
remoção ou relotação muda de domicílio para exercer as suas atribuições em caráter permanente em outra
comarca.
§ 1º. A ajuda de custo compreende as despesas do funcionário e de sua família com combustível ou
passagem e do transporte de bagagens e de bens pessoais até o valor de uma remuneração mensal.
§ 2º. A compensação será feita mediante comprovação documental das despesas nos termos do § 1º deste
artigo.
§ 3º. A ajuda de custo somente será realizada uma vez a cada intervalo mínimo de 02 (dois) anos, no caso
de remoções ou promoções, conforme dispuser regulamento a ser editado pelo Presidente do Tribunal de
Justiça.
§ 4º. A ajuda de custo em razão de relotação de ofício pela administração pública não possui o limite de
tempo previsto no § 3º deste artigo e será regulamentada pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 5º. Não será devida ajuda de custo na hipótese de relotação a pedido do funcionário.
§ 6º. O funcionário ficará obrigado a restituir integralmente a ajuda de custo recebida, no prazo de 10 (dez)
dias, quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede, no prazo 30 (trinta) dias, ou ainda, pedir
exoneração antes de completar 90 (noventa) dias de exercício na nova sede.
Subseção II
Das Diárias
Art. 73. O funcionário em serviço que se afastar por ordem da Administração Pública da sede de sua
lotação, em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, terá
direito ao pagamento das passagens e de diárias destinadas a indenizar as despesas realizadas em razão
do deslocamento.
§ 1º. A diária é devida por dia de afastamento e terá valor arbitrado conforme regulamento a ser editado pelo
Presidente do Tribunal de justiça, observado o seguinte:
II - a base de cálculo dos valores de alimentação e pernoite será estabelecida segundo o cargo, função e
nível na carreira do funcionário.
§ 2º. Quando o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o funcionário não terá
direito a diárias.
Art. 74. O funcionário que receber diária e não se afastar da sede por qualquer motivo, fica obrigado a
restituí-la integralmente, no prazo de 02 (dois) dias.
Parágrafo único. Na hipótese de o funcionário retornar à sede em prazo menor do que o previsto para o
seu afastamento restituirá as diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput deste artigo.
Subseção III
Da Indenização de Transporte
Art. 75. Conceder-se-á indenização de transporte ao funcionário que realizar despesas com a utilização de
meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do
cargo, conforme dispuser regulamento a ser editado pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. A compensação será feita nos termos a serem fixados em regulamento.
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Seção III
Dos Adicionais
Art. 76. O funcionário ocupante de cargo de provimento efetivo terá acrescido aos vencimentos, a cada 05
(cinco) anos de efetivo exercício, 5% (cinco por cento) do valor do vencimento previsto para o nível do cargo
que ocupa até completar 25% (vinte e cinco por cento), contados de forma linear.
Parágrafo único. O acréscimo será imediato, inclusive para efeito de aposentadoria, pensão ou
disponibilidade.
Art. 77. Ao completar 30 (trinta) anos de efetivo exercício, o funcionário terá direito ao acréscimo aos
vencimentos do nível de seu cargo de 5% (cinco por cento) por ano excedente, até o máximo de 25% (vinte
e cinco por cento), contados de forma linear.
§ 1º. A incorporação desses acréscimos será imediata, inclusive para efeito de aposentadoria, pensão ou
disponibilidade.
§ 2º. No cálculo e para efeito de pagamento do adicional referido nesta Seção, não será considerada a
soma ao vencimento de qualquer acréscimo de adicional anteriormente deferido.
Seção IV
Das Gratificações
I - de função;
III - de férias;
IV - de trabalho noturno;
Parágrafo único. As gratificações dos incisos IV e V não serão devidas aos ocupantes de cargo de
provimento em comissão.
Subseção I
Da Gratificação de Função
I - de representação de gabinete;
II - de chefia;
III - de assessoramento;
IV - de encargos especiais.
§ 1º. A gratificação especial de assiduidade é devida ao funcionário que não faltar ao trabalho durante o mês
e poderá ser cumulada com as referidas no caput deste artigo.
128
§ 2º. As gratificações referidas nos itens I a IV e no § 1º terão seus valores nominais e fixos definidos em lei.
§ 3º. Os valores das gratificações passarão a ser pagos ao funcionário no final do mês de sua designação
para o exercício de função, inclusive para o cálculo de gratificação natalina (décimo - terceiro salário) e de
férias.
§ 5º. As gratificações de chefia e de assessoramento são devidas pelo exercício de tais funções de
confiança, conforme previsão estabelecida em regulamento que define a estrutura hierárquica da Secretaria
do Tribunal de Justiça.
§ 6º. A gratificação de encargos especiais é devida em razão do exercício das funções de assessoramento
direto a cúpula do Tribunal de Justiça.
§ 7º. As gratificações previstas nesta Seção serão automaticamente canceladas nos casos de afastamentos
por mais de 30 (trinta) dias, salvo no caso de licença à gestante.
Subseção II
Da Gratificação Natalina (Décimo - terceiro)
Art. 80. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração do funcionário no mês
de dezembro, por mês de efetivo exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral.
Art. 81. O funcionário exonerado perceberá gratificação natalina, proporcional aos meses de efetivo
exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.
Art. 82. A gratificação natalina será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano.
Art. 83. A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
Subseção III
Da Gratificação de Férias
Art. 84. Será paga ao funcionário, por ocasião das férias, uma gratificação correspondente a 1/3 (um terço)
da última remuneração.
Parágrafo único. No caso de o funcionário exercer uma das funções previstas no art. 79, ou ocupar cargo
em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo da gratificação de que trata este artigo.
Subseção IV
Da Gratificação de Trabalho Noturno
Art. 85. O serviço noturno será prestado em horário compreendido entre às 19h00min (dezenove horas) de
um dia e às 7h00min (sete horas) do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por
cento), computando-se cada hora como 52min30s (cinqüenta e dois minutos e trinta segundos).
§ 1º. O serviço noturno será prestado em 02 (dois) turnos de 06 (seis) horas com expediente das 19h00min
(dezenove horas) à 01h00min (uma hora) e da 01h00min (uma hora) às 07h00min (sete horas).
§ 2º. A autorização para a execução do serviço noturno será prévia e do Presidente do Tribunal de Justiça,
ou do funcionário por ele designado para tal atribuição.
Subseção V
Da Gratificação pela Prestação de Serviço Extraordinário
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Art. 86. A gratificação pela prestação de serviço extraordinário se destina:
I - a remunerar os serviços prestados fora do período normal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário;
§ 1º. A gratificação referida no caput deste artigo não pode ser cumulada com outra de igual natureza.
§ 2º. A autorização para a execução do serviço extraordinário será prévia e do Presidente do Tribunal de
Justiça, ou do funcionário por ele designado para tal atribuição.
Art. 87. O serviço será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal
de trabalho, calculada com base em 1/30 (um trinta avos) da remuneração mensal do funcionário dividida
pelo número de horas do seu expediente normal.
Parágrafo único. O valor total da gratificação paga por mês pela prestação de serviço extraordinário não
poderá ultrapassar 50% (cinqüenta por cento) da remuneração mensal do funcionário.
Art. 88. Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e temporárias,
respeitado o limite máximo de duas horas por dia de trabalho.
Art. 89. A gratificação extraordinária prevista no inciso II do art. 86 será paga pelo secretariado das sessões
de julgamento das câmaras, das seções cíveis e seções criminais, e pela participação em comissões
permanentes previstas na Lei Estadual n.º 14.277/2003 e temporárias instituídas pelo Presidente do
Tribunal de Justiça.
Parágrafo único. O valor da gratificação prevista no caput deste artigo será definido em lei.
Subseção VI
Da Gratificação de Insalubridade, de Periculosidade ou de Risco de Vida
Art. 90. Os funcionários que trabalhem com habitualidade em locais em que haja risco de vida, sejam
insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas ou radioativas, perceberão gratificação
calculada sobre o vencimento do nível do cargo que ocupam.
§ 1º. As gratificações de insalubridade e de periculosidade não são cumuláveis, devendo ser paga a de
maior valor.
§ 2º. O direito à gratificação de insalubridade ou de periculosidade cessa com a eliminação das condições
ou dos riscos que deram causa à sua concessão e no caso de afastamento do serviço por mais de 30
(trinta) dias.
§ 3º. No caso de concessão de licença-maternidade, cessará o direito à gratificação com o afastamento por
mais de 120 (cento e vinte) dias.
Art. 91. Haverá permanente controle da atividade de funcionários em operações ou locais considerados
penosos, insalubres ou perigosos.
Parágrafo único. A funcionária gestante ou lactante será afastada das operações e locais previstos neste
artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em serviço não penoso e não perigoso.
Art. 92. De acordo com o grau de insalubridade a que o funcionário estiver exposto o percentual da
gratificação será fixado em 10% (dez por cento), 20% (vinte por cento), ou 40% (quarenta por cento) do
valor do vencimento do nível básico do cargo.
Parágrafo único. Para a definição do grau de insalubridade conforme a natureza da exposição será
observada a legislação específica.
130
Art. 93. Pelo desempenho de atividades com risco de vida o funcionário perceberá gratificação no
percentual de 33,33% (trinta e três vírgula três por cento) do valor do vencimento do nível básico do cargo.
§ 1º. É condição para a concessão da gratificação referida no caput que o funcionário atue em primeiro grau
de jurisdição, em trabalho interno ou externo, e em secretarias ou varas com atribuição nas áreas criminal,
penal, corregedoria dos presídios, adolescentes infratores, delitos de trânsito.
§ 2º. Os funcionários que atuarem em primeiro grau de jurisdição em cumprimento de mandados e ordens
judiciais com trabalho externo será concedida a gratificação independentemente da área de atribuição da
secretaria ou vara.
§ 3º. Cessada a atuação no âmbito da vara ou da secretaria ou na forma indicadas nos parágrafos
anteriores será imediatamente revogada a concessão da gratificação de risco de vida.
Subseção VII
Da Gratificação de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva
Art. 94. Considera-se regime de tempo integral o exercício da atividade funcional sob dedicação exclusiva,
ficando o funcionário proibido de exercer cumulativamente outro cargo, função ou atividade particular de
caráter profissional ou público de qualquer natureza.
I - o exercício em um órgão de deliberação coletiva, desde que relacionado com o cargo exercido em tempo
integral;
III - a prestação de assistência não remunerada a outros serviços, visando à aplicação de conhecimentos
técnicos ou científicos, quando solicitado através da repartição a que pertence o funcionário.
§ 2º. O regime de tempo integral e dedicação exclusiva poderá ser aplicado, no interesse da administração
pública e na forma definida em lei:
§ 3º. Em casos excepcionais, devidamente justificados, o regime de tempo integral e dedicação exclusiva
poderá ser aplicado, individualmente, a qualquer funcionário que esteja incluído numa das hipóteses
indicadas neste artigo e na forma definida em lei.
§ 4º. O regime de trabalho, a que se refere o caput deste artigo, poderá ser aplicado em caráter obrigatório,
conforme dispuser a lei, tendo em vista a essencialidade, complexidade e responsabilidade de
determinadas funções, cargos ou atribuições, bem como as condições e a natureza do trabalho das
unidades administrativas correspondentes.
§ 5º. O funcionário que estiver legalmente acumulando cargos e for colocado em regime de tempo integral
em razão de um dos cargos, será automaticamente afastado do outro, com perda de vencimentos e demais
vantagens financeiras, a partir da data em que assinar o competente termo de compromisso. Deverá
também observar ao seguinte:
131
I - quando ocupar cargo de provimento em comissão, em razão do qual tenha sido submetido ao regime de
tempo integral e dedicação exclusiva, ficará automaticamente afastado do cargo ou cargos que vinha
exercendo antes daquela investidura, com perda dos respectivos vencimentos e demais vantagens
financeiras, sem prejuízo de contagem de tempo;
III - aquele que ocupar mais de um cargo, mediante acumulação legalmente permitida, e estiver submetido
ao regime de tempo integral e dedicação exclusiva, poderá, ao passar à inatividade, optar pela situação que
mais lhe convier, observado o disposto em lei, sendo vedada a acumulação dos benefícios em ambos os
cargos, a qualquer título.
§ 6º. Pelo exercício de cargo em regime de tempo integral e dedicação exclusiva, perceberá o funcionário
gratificação mensal indivisível, com forma de fixação do valor definida em lei.
§ 7º. O regime de tempo integral obriga a um mínimo de horas equivalente ao do expediente, sem prejuízo
de permanecer o funcionário à disposição do órgão em que estiver em exercício, sempre que as
necessidades do serviço assim o exigirem.
§ 8º. O funcionário colocado em regime de tempo integral e dedicação exclusiva assinará termo de
compromisso, em que declare vincular-se ao regime, obrigando-se a cumprir os horários estabelecidos.
§ 10. A gratificação de tempo integral e dedicação exclusiva não poderá ser cumulada com as gratificações
por serviço extraordinário e de trabalho noturno.
CAPÍTULO III
DAS FÉRIAS
Art. 95. Após cada período de 12 (doze) meses de efetivo exercício, o funcionário terá direito a férias, que
podem ser cumuladas por até 02 (dois) períodos, por comprovada necessidade de serviço, observada a
seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço por mais de 05 (cinco) vezes no período
aquisitivo;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 06 (seis) a 14 (quatorze) faltas no período
aquisitivo;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas no período
aquisitivo;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas no período
aquisitivo.
§ 1º. Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de efetivo exercício.
§ 2º. A escala de férias dos funcionários lotados na Secretaria do Tribunal de Justiça será organizada pelo
chefe de cada Divisão ou Departamento, e pelo Juiz de Direito Diretor do Fórum para os demais casos.
§ 4º. As férias poderão ser parceladas, desde que assim requeridas pelo funcionário, e no interesse da
administração pública.
132
Art. 96. Não terá direito a férias o funcionário que, no curso do período aquisitivo, deixar de trabalhar, com
percepção do vencimento ou da remuneração, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial
ou total do serviço público.
Parágrafo único. Na hipótese de cessação do vínculo com a administração pública será devida ao
funcionário indenização de férias não-gozadas, integrais ou proporcionais, calculadas com base no
vencimento anterior ao ato do desligamento.
CAPÍTULO IV
DO SALÁRIO-FAMÍLIA
Art. 97. O salário-família é devido no valor fixado na legislação federal, mensalmente, ao funcionário ativo
ou inativo que receba vencimento igual ou inferior a 01 (um) salário-mínimo nacional, na proporção do
número de dependentes econômicos.
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 18 (dezoito) anos de idade ou, se
estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
II - o menor de 18 (dezoito) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às expensas do
funcionário, ou do inativo;
Art. 98. Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-família perceber
rendimento de trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, em valor
igual ou superior ao salário-mínimo.
Art. 99. Quando o pai e a mãe forem funcionários públicos e viverem em comum, o salário-família será pago
a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos dependentes.
Art. 100. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo estadual, nem servirá de base para qualquer
contribuição estadual, inclusive para o sistema previdenciário.
Art. 101. As licenças concedidas ao funcionário não acarretam a suspensão do pagamento do salário-
família, excepcionada a hipótese para tratamento de interesses particulares.
CAPÍTULO V
DO AUXÍLIO FUNERAL
Art. 102. À pessoa que provar ter feito despesas com o funeral do funcionário será paga a importância
correspondente até 01 (um) mês de remuneração do falecido para o respectivo ressarcimento.
§ 1º. O pagamento correrá pela dotação própria à remuneração do funcionário falecido, não podendo, por
esse motivo, novo ocupante entrar em exercício antes do transcurso de 30 (trinta) dias da data do óbito.
Art. 103. Em caso de acumulação legal de cargos do Estado do Paraná, o auxílio funeral corresponderá ao
pagamento do cargo de maior vencimento do funcionário falecido.
133
Art. 104. Com base na mesma dotação, forma e prazo referidos nos parágrafos 1º e 2º do art. 102 será
concedido transporte ou meios para mudança à família do funcionário, quando este falecer fora do Estado
do Paraná, no desempenho do cargo ou de serviço.
CAPÍTULO VI
DAS LICENÇAS
Seção I
Disposições Gerais
X - especial;
Parágrafo único. Os pedidos de licença devem ser instruídos com os documentos que comprovem os
respectivos fundamentos, sob pena de indeferimento liminar, salvo nas hipóteses em que seja necessária
inspeção médica para constatação do respectivo motivo.
Art. 106. A competência para o exame e a deliberação sobre os pedidos de licenças previstas no art. 105 é
do Presidente do Tribunal de Justiça, que poderá delegar tal atribuição às autoridades e aos funcionários
que lhes sejam subordinados.
§ 1º. O funcionário em gozo de licença comunicará ao seu chefe imediato o local em que poderá ser
encontrado.
§ 2º. O tempo necessário à inspeção médica será sempre considerado como período de licença.
Seção II
Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 107. Será concedida ao funcionário licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base
em perícia médica.
Art. 108. Para licença de até 30 (trinta) dias, a inspeção será feita por médico do Tribunal de Justiça e, por
prazo superior, será efetivada por junta médica oficial.
§ 1º. Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na residência do funcionário ou no
estabelecimento hospitalar em que se encontrar internado.
134
§ 2º. Inexistindo médico do Quadro no local em que se encontra lotado o funcionário será aceito atestado
firmado por médico particular.
§ 3º. No caso do parágrafo 2º deste artigo, o atestado somente produzirá efeitos depois de homologado pelo
setor médico do Tribunal de Justiça, pelas autoridades ou pelos funcionários nos termos do art. 106 deste
Estatuto.
§ 4º. Não homologado o atestado ou indeferido o pedido de licença, o funcionário reassumirá imediatamente
o exercício de suas atribuições, sendo considerados os dias que deixou de comparecer ao serviço como
faltas ao trabalho, por haver alegado doença.
§ 5º. O funcionário que no período de 12 (doze) meses atingir o limite de 30 (trinta) dias de licença para
tratamento de saúde, consecutivos ou não, para a concessão de nova licença, independentemente do prazo
de sua duração, será submetido à inspeção por junta médica oficial.
Art. 109. O funcionário não permanecerá em licença para tratamento de saúde por prazo superior a 24
(vinte e quatro) meses, contados ainda que interpoladamente, exceto nos casos considerados recuperáveis
pela junta médica, que poderá prorrogá-lo motivadamente e por período certo.
Parágrafo único. Decorrido o prazo do caput deste artigo, o funcionário será submetido à nova inspeção,
sendo aposentado se julgado definitivamente inválido para o serviço público em geral e não puder ser
readaptado.
Art. 110. Em casos de doenças graves, contagiosas ou não, que imponham cuidados permanentes, poderá
a junta médica, se considerar o doente irrecuperável, recomendar como resultado da inspeção a imediata
aposentadoria.
Parágrafo único. Na hipótese de que trata o caput deste artigo e o parágrafo único do art. 109, a inspeção
será feita por uma junta médica de pelo menos 03 (três) médicos.
Art. 111. No processamento das licenças para tratamento de saúde, será observado o devido sigilo sobre os
laudos e os atestados médicos.
Art. 112. No curso de licença para tratamento de saúde, o funcionário abster-se-á de atividades
remuneradas, sob pena de interrupção da licença com perda total do vencimento ou da remuneração, até
que reassuma o cargo, e de responder a processo administrativo disciplinar.
Art. 113. Licenciado para tratamento de saúde, por acidente no exercício de suas atribuições ou por doença
profissional, o funcionário recebe integralmente o vencimento ou a remuneração com as vantagens
inerentes ao cargo.
Art. 114. O funcionário acidentado no exercício de suas atribuições, ou acometido de doença profissional,
será posto em licença a requerimento ou de ofício para o respectivo tratamento.
§ 1º. Entende-se por doença profissional a que se deva atribuir, com relação de causa e efeito, às condições
inerentes ao serviço e aos fatos ocorridos em razão do seu desempenho.
§ 2º. Acidente é o evento danoso que tenha como causa, mediata ou imediata, o exercício de atribuições
inerentes ao cargo.
§ 3º. Considera-se também acidente a agressão sofrida e não provocada pelo funcionário no exercício de
suas atribuições ou em razão delas.
§ 4º. A comprovação do acidente, indispensável para a concessão da licença, deve ser feita em
procedimento próprio, no prazo de 08 (oito) dias, prorrogáveis por igual período.
Art. 115. O funcionário que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido à
inspeção médica e não poderá recusá-la sob pena de suspensão de pagamento dos vencimentos ou da
remuneração, até que ela seja realizada, e de responder a processo administrativo disciplinar.
135
Parágrafo único. Consideram-se doenças determinantes do licenciamento compulsório para tratamento de
saúde do funcionário a tuberculose ativa, a hanseníase, a alienação mental, a neoplasia maligna, a cegueira
posterior ao ingresso no serviço público, a paralisia irreversível e incapacitante, a cardiopatia grave, a
doença de Parkinson, a espondiloartrose anquilosante, a nefropatia grave, o estado avançado do mal de
Paget (osteíte deformante), a síndrome da deficiência imunológica adquirida (Aids), a esclerose múltipla, a
contaminação de radiação e outras que forem indicadas em lei, de acordo com os critérios de estigma,
deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade, com base na
medicina especializada.
Art. 116. No curso da licença, poderá o funcionário requerer inspeção médica, caso se julgue em condições
de reassumir o exercício de suas atribuições ou com direito à aposentadoria.
Art. 117. Considerado apto em inspeção médica, o funcionário reassumirá o exercício, sob pena de serem
computados os dias de ausência como faltas.
Seção III
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Art. 118. Será concedida licença ao funcionário por motivo de doença do cônjuge ou de companheiro, dos
pais, dos filhos, do padrasto ou da madrasta e de enteado, ou de dependente que viva às suas expensas e
conste na sua ficha funcional, mediante comprovação por junta médica oficial.
§ 1º. A licença somente será deferida se a assistência direta do funcionário for indispensável e não puder
ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário.
§ 2º. A licença será concedida sem prejuízo da remuneração, por até 30 (trinta) dias, podendo ser
prorrogada por até 30 (trinta) dias, mediante laudo de junta médica oficial e, excedendo estes prazos, sem
remuneração, por até 90 (noventa) dias consecutivos ou não, compreendidos no período de 24 (vinte e
quatro) meses, contados ainda que interpoladamente.
§ 3º. Durante a fruição da licença por motivo de doença em pessoa da família o funcionário não exercerá
nenhuma atividade remunerada, sob pena de interrupção da licença e de responder a processo
administrativo disciplinar.
Seção IV
Da Licença à Gestante, à Paternidade e à Adotante
Art. 119. À funcionária gestante será concedida, mediante atestado médico, licença por 180 (cento e
oitenta) dias, com percepção de vencimento ou remuneração com demais vantagens legais.
§ 1°. A funcionária gestante, quando em serviço de natureza braçal, será aproveitada em função compatível
com o seu estado, a contar do primeiro dia do quinto mês de gestação, salvo antecipação por prescrição
médica, sem prejuízo do direito à licença de que trata esta Seção.
§ 2°. A licença poderá, a pedido da funcionária gestante, ter início no primeiro dia do nono mês de gestação,
salvo antecipação por prescrição médica.
§ 4°. No caso de natimorto, a funcionária ficará licenciada por 30 (trinta) dias a contar do evento, decorridos
os quais, será submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício de suas atribuições.
§ 5°. No caso de aborto atestado por médico, a funcionária terá direito a 30 (trinta) dias de repouso
remunerado.
Art. 120. Para amamentar o próprio filho até a idade de 06 (seis) meses, a funcionária lactante terá, durante
a jornada de trabalho, duas horas de descanso, que poderá ser parcelada em 02 (dois) períodos de uma
hora.
136
Art. 121. À funcionária que adotar ou tiver concedida guarda judicial para fins de adoção será concedida
licença nos seguintes prazos:
III - de 60 (sessenta) dias, se a criança tiver de 07 (sete) meses incompletos a 02 (dois) anos;
§ 2°. Findo o prazo de licença, a mãe adotante deverá retornar ao trabalho, sendo improrrogável a licença.
Art. 122. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o funcionário terá direito à licença-paternidade de 05 (cinco)
dias consecutivos.
Seção V
Da Licença para Acompanhar o Cônjuge ou o Companheiro
Art. 123. Será concedida licença ao funcionário(a) para acompanhar cônjuge ou companheiro(a) que for
deslocado(a) de ofício pela administração pública para outro ponto do território nacional ou exterior ou para
o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
§ 2°. No deslocamento do(a) funcionário(a) poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da
administração do Estado do Paraná, inclusive autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de
atividade compatível com o seu cargo.
§ 3°. Independentemente do regresso do(a) cônjuge ou do(a) companheiro(a), o(a) funcionário(a) poderá
requerer, a qualquer tempo, o retorno ao exercício de suas atribuições, o que lhe será deferido observados
os requisitos dos arts. 29 a 34 deste Estatuto.
§ 4°. Para acompanhar o (a) cônjuge ou o (a) companheiro(a) poderá ser aplicado o disposto no art. 140
deste Estatuto ao invés da licença de que trata esta Seção.
Seção VI
Da Licença para o Serviço Militar
Art. 124. Ao funcionário convocado para o serviço militar será concedida licença sem vencimento ou
remuneração na forma e nas condições previstas na legislação específica e mediante documento
comprovante da incorporação.
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o funcionário terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para
reassumir o exercício do cargo.
Art. 125. Será concedida licença sem remuneração ou vencimento ao funcionário que tiver feito curso para
oficial da reserva das forças armadas durante os estágios prescritos nos regulamentos militares.
Seção VII
Da Licença para Atividade Política e para o Exercício de Mandato Eletivo
Art. 126. O funcionário poderá ser licenciado, sem remuneração, durante o período que mediar entre a sua
escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo do Poder Legislativo ou do Poder
Executivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
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§ 1°. O funcionário candidato a cargo eletivo que exerça cargo de direção, chefia, assessoramento,
arrecadação ou fiscalização, dele será licenciado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura
perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.
§ 2°. A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição o funcionário será
licenciado, assegurada percepção dos vencimentos do cargo efetivo.
Art. 127. O funcionário ficará licenciado do cargo em decorrência do exercício de mandato eletivo:
III - de Vereador, e havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a
norma do inciso II deste artigo.
§ 1°. Em qualquer caso que exija o licenciamento para o exercício do cargo eletivo, o tempo de serviço será
contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção ou progressão funcional por merecimento.
§ 2°. Para efeito de benefício previdenciário, no caso do licenciamento, os valores serão determinados
como se no exercício estivessem.
§ 3°. Será computado integralmente o tempo de exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital e
municipal, prestado sob a égide de qualquer regime jurídico, bem como as contribuições feitas para
instituições oficiais de previdência social brasileira.
§ 4°. A contagem recíproca estabelecida no §3º deste artigo atenderá ao disposto na Lei Estadual n.º 12.398
de 30.12.1998 e na Lei Federal n.º 9.717 de 27.11.1998.
§ 5°. O funcionário investido em mandato eletivo não poderá ser relotado de ofício para localidade diversa
daquela em que exerce o mandato.
§ 6°. O funcionário deverá reassumir o exercício de seu cargo no Poder Judiciário no primeiro dia útil
subseqüente:
I - ao trânsito em julgado da decisão da Justiça Eleitoral que indeferiu o registro de sua candidatura ou
homologou a sua desistência;
II - após o decurso do prazo de que trata o §2º do art. 126, caso seja confirmado o registro de sua
candidatura;
§ 8°. A licença e o retorno do funcionário ao exercício de suas atribuições deverão ser comunicados à
Presidência do Tribunal de Justiça no prazo de 15 (quinze) dias, contados, respectivamente, de seu início e
das datas previstas no parágrafo 6º deste artigo.
Seção VIII
Da Licença para Capacitação e Freqüência de Cursos e do Horário Especial
Art. 128. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o funcionário ocupante de cargo efetivo poderá, no
interesse e a critério da administração, licenciar-se com a respectiva remuneração, por até 03 (três) meses,
para participar ou completar requisitos de curso de capacitação profissional correlatos às responsabilidades
e às atribuições do cargo que ocupa.
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput deste artigo não são acumuláveis.
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Art. 129. O funcionário que usufruir da licença prevista no art. 128 será obrigado a restituir os valores
percebidos como remuneração durante o respectivo período, no caso de ocorrer sua exoneração no prazo
de 02 (dois) anos, a contar do término do tal benefício.
Art. 130. O funcionário que for estudante em cursos de formação até o grau universitário, incluídos os de
pós-graduações, desde que ministrados na localidade da lotação, terá horários especiais de trabalho que
possibilitem a freqüência ao curso, condicionados à possibilidade e à realização das necessárias
compensações a perfazerem a carga horária normal de trabalho.
§ 1°. Será deferido horário especial somente por uma vez para a realização de 01 (um) curso técnico, 01
(um) de graduação, 01 (um) de especialização, 01 (um) de mestrado e 01 (um) de doutorado, observado o
período de regular duração de cada um deles.
§ 2°. O funcionário beneficiário de horário especial não terá direito a qualquer gratificação ou aumento de
vencimentos ou remuneração por trabalho fora do horário normal de expediente.
§ 3°. Será concedido horário especial ao funcionário portador de necessidades especiais quando atestado
por junta médica, independentemente de compensação de horário, observado o disposto no §2º. deste
artigo.
§ 4°. O Presidente do Tribunal de Justiça definirá os funcionários competentes a deliberar sobre os pedidos
de horários especiais.
Seção IX
Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
Art. 131. A critério da administração poderão ser concedidas ao funcionário ocupante de cargo efetivo,
desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até
02 (dois) anos consecutivos.
§ 1°. A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do funcionário ou no interesse do
serviço, devendo o funcionário, nesta última hipótese, reassumir suas atribuições no prazo de 30 (trinta)
dias depois de notificado, sob pena de responder administrativamente por abandono de cargo.
§ 2°. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser no caso de reeleição e será computado o
tempo de afastamento para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
Art. 132. Não será concedida a licença de que trata esta Seção ao funcionário que esteja respondendo a
processo administrativo disciplinar.
Seção X
Da Licença para Desempenho de Mandato Classista
Art. 133. É assegurado ao funcionário efetivo licença com remuneração para o desempenho de mandato
em associação de classe ou sindicato representativo da categoria de funcionários:
II - para entidades com 501 (quinhentos e um) a 1000 (mil) associados, 02 (dois) funcionários;
III - para entidades com 1001 (mil e um) a 1500 (mil e quinhentos) associados, 03 (três) funcionários;
IV - para entidades com mais de 1501 (mil e quinhentos e um) associados, será liberado mais um dirigente,
a cada quinhentos associados excedentes a tal número, até o limite de oito.
§ 1°. Somente poderão ser licenciados funcionários eleitos para cargos de direção ou representação nas
referidas entidades, desde que cadastradas em Ministério da administração pública federal nos termos da
legislação federal.
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§ 2°. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada por uma única vez no caso de
reeleição, e será computado o tempo de afastamento para todos os efeitos legais, exceto para promoção
por merecimento.
§ 3°. O funcionário investido em mandato classista não poderá ser relotado de ofício para localidade diversa
daquela em que exerce o mandato.
Seção XI
Da Licença Especial
Art. 134. O funcionário estável que durante 10 (dez) anos não se afastar do exercício de suas funções terá
direito à licença especial de 06 (seis) meses, por decênio, com percepção de vencimento ou remuneração.
Parágrafo único. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, ao funcionário estável que requerer conceder-
se-á licença especial de 03 (três) meses com vencimento ou remuneração.
Art. 135. Não podem gozar de licença especial, simultaneamente, o funcionário e o seu substituto legal; se
requeridas para períodos coincidentes, ainda que parcialmente, a preferência para a fruição é daquele que
tenha mais tempo de serviço público estadual.
Parágrafo único. Na mesma repartição não poderão usufruir de licença especial, simultaneamente,
funcionários em número superior à sexta parte do total do respectivo Quadro de lotação e, quando o número
de funcionários for inferior a 06 (seis), somente 01 (um) deles poderá entrar em licença especial. Em ambos
os casos, a preferência será estabelecida na forma prevista no caput deste artigo.
Art. 136. É vedada a conversão da licença de que trata esta Subseção em pecúnia.
Seção XII
Da Licença para Estudo ou Missão no Exterior
Art. 137. Somente o funcionário estável e efetivo poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial
desde que autorizado pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 1°. A ausência não excederá a 02 (dois) anos, e finda a missão ou o estudo, somente decorrido igual
período, será permitida nova ausência.
§ 2°. Ao funcionário beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração, bem como as
licenças para tratar de interesses particulares, para capacitação ou especial, antes de decorrido período
igual ao da licença.
§ 3°. As hipóteses, condições e formas para a concessão da licença de que trata esta Seção, inclusive no
que se refere à percepção de vencimentos ou de remuneração do funcionário estável e efetivo serão
disciplinadas em regulamento a ser editado pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
Art. 138. O licenciamento de funcionário estável e efetivo para servir em organismo internacional de que o
Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
CAPÍTULO VII
DOS AFASTAMENTOS
Art. 139. Serão concedidos os seguintes afastamentos do exercício das atribuições aos funcionários, sem
prejuízo dos vencimentos ou das remunerações, para:
III - luto por falecimento de cônjuge ou companheiro, filho ou enteado, pai ou padrasto, mãe ou madrasta,
irmão, por 08 (oito) dias;
140
IV - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput deste artigo haverá compensação de horários respeitada
a duração máxima semanal do trabalho de 40 (quarenta) horas.
CAPÍTULO VIII
DA CESSÃO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE PÚBLICA
Art. 140. O funcionário efetivo e estável poderá ser cedido para outro órgão ou outra entidade da
administração direta ou indireta dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios,
nas seguintes hipóteses:
§ 1°. Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, sendo a cessão para órgãos ou entidades de outros
Estados, da União, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou da
entidade cessionária, inclusive no que se referem às contribuições previdenciárias.
§ 2°. O funcionário cedido ao órgão, à empresa pública ou à sociedade de economia mista do Estado do
Paraná, nos termos das respectivas normas, poderá optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela
remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão.
§ 3°. A entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo cedente a qualquer título,
inclusive no que toca à diferença derivada da opção referida no § 2º deste artigo.
§ 4°. A cessão far-se-á a critério do Presidente do Tribunal de Justiça por prazo certo, não superior a 01
(um) ano, e mediante Portaria publicada no Diário da Justiça.
§ 5°. A contagem de tempo de serviço do funcionário cedido para fins previdenciários obedecerá às normas
contidas na Lei Estadual n.º 12.398 de 30.12.1998.
CAPÍTULO IX
DA APOSENTADORIA, DO TEMPO DE SERVIÇO E DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Art. 141. A aposentadoria sob qualquer modalidade se dará nos prazos e nas formas previstas na
Constituição Federal, na Constituição Estadual, na Lei Federal n.º 9.717 de 27 de novembro 1998 e na Lei
Estadual n.º 12.398 de 30 de dezembro de 1998 e suas alterações subseqüentes.
§ 1°. Os valores a serem pagos em razão das aposentadorias são os definidos nas mencionadas normas e
têm por base as remunerações com forma de fixação e incorporações de vantagens previstas neste
Estatuto.
§ 2°. O sistema de seguridade dos dependentes e dos funcionários inativos do Poder Judiciário é o previsto
na Lei Estadual n.º 12.398 de 30.12.1998 e nas suas alterações subseqüentes.
CAPÍTULO X
DO DIREITO DE PETIÇÃO
Art. 142. É assegurado ao funcionário o direito de petição em defesa de direito ou contra ilegalidade ou
abuso de poder contra si praticado.
Art. 143. A petição será dirigida à autoridade da qual emanou o ato impugnado ou a que for competente
para deliberar sobre o pleito concessivo de direito.
141
Art. 144. Cabe pedido de reconsideração dirigido à autoridade que houver proferido a primeira decisão, não
podendo ser renovado.
Parágrafo único. A impugnação, o requerimento e o pedido de reconsideração de que trata o caput deste
artigo e os arts. 142 e 143 deste Estatuto deverão ser despachados no prazo de 05 (cinco) dias e decididos
dentro de 30 (trinta) dias.
Art. 145. Caberá recurso com efeito devolutivo do indeferimento do pedido de reconsideração e da decisão
do primeiro recurso.
§ 1°. O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior que tiver expedido o ato ou proferido a
decisão, e, sucessivamente, ao Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 2°. O Presidente do Tribunal de Justiça poderá delegar poderes aos funcionários imediatamente
subordinados para a apreciação dos recursos de sua competência.
Art. 146. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 15 (quinze) dias, a
contar da publicação ou da ciência da decisão pelo interessado.
Art. 147. O recurso será recebido com efeito suspensivo pelo Presidente do Tribunal de Justiça, ou pela
autoridade a quem cabe a atribuição do respectivo julgamento, no caso de risco de lesão grave e de difícil
reparação.
I - em 05 (cinco) anos, a contar dos atos que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das
relações com a administração do Poder Judiciário;
III - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data
da ciência pelo interessado quando se der antes da publicação.
Art. 150. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.
Art. 151. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista de autos e de documento, na repartição,
ao funcionário ou ao procurador por ele constituído.
TÍTULO V
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
Da Cumulação de Cargos
Art. 152. Ressalvados os casos previstos na Constituição Federal, é vedada a acumulação remunerada de
cargos públicos.
142
§ 1°. A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções e abrange autarquias, fundações
públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas
direta ou indiretamente pelo poder público.
§ 2°. A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilidade de
horários.
§ 3°. Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo
com proventos da inatividade ou pensão paga a partir de valores de órgão ou entidade previdenciária
pública, salvo quando os cargos ou empregos de que decorram essas remunerações forem acumuláveis na
atividade.
Art. 153. O funcionário não poderá exercer mais de um cargo em comissão ou mais de uma função
gratificada prevista no caput do art. 79 deste Estatuto.
Art. 154. O funcionário vinculado ao regime deste Estatuto, que acumular licitamente 02 (dois) cargos
efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e de local com o exercício de um
deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou das entidades envolvidas.
Parágrafo único. A vedação contida no caput deste artigo não abrange os funcionários aposentados no
desempenho de serviço voluntário como conciliador ou para cumprir tarefas especiais, desde que
devidamente autorizados pelo Presidente do Tribunal de Justiça ou por quem ele designar para tal
atribuição.
Seção II
Dos Deveres
I - assiduidade;
II - pontualidade;
III - urbanidade;
X - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo;
143
XI - zelar pela economia do material e conservação do patrimônio público;
XV - zelar pela manutenção atualizada dos seus dados cadastrais perante a administração pública;
XVII - proceder na vida pública e na vida privada de forma a dignificar o cargo ou a função que exerce;
XVIII - cumprir os prazos previstos para a prática dos atos que lhe são afetos ou que forem determinados
pela autoridade administrativa ou judiciária a que estiver vinculado;
XIX - comunicar à Secretaria do Tribunal de Justiça e restituir imediatamente os valores que perceber
indevidamente como remuneração;
§ 1°. A representação de que trata o inciso XIII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada por
autoridade superior àquela contra a qual é formulada.
Seção III
Das Proibições
II - retirar qualquer documento ou objeto da repartição sem prévia anuência da autoridade competente;
VI - cometer a pessoa estranha ao Quadro da repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente
até o terceiro grau;
144
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou para outrem, em detrimento da dignidade da função
pública;
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer para o desempenho de suas
atribuições;
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais do Poder Público em serviços ou atividades particulares;
XVII - cometer a outro funcionário atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência e transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou da função e com
o horário de trabalho;
XX - referir-se de modo depreciativo em qualquer escrito ou por palavras às autoridades constituídas e aos
atos administrativos por ela praticados, ressalvada a análise técnica e doutrinária em trabalho de natureza
acadêmica;
XXIII - empregar materiais e bens do Poder Judiciário ou à disposição deste em serviço ou atividade
estranha às funções públicas;
Seção IV
Das Responsabilidades
Art. 158. O funcionário responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas
atribuições.
Art. 159. As responsabilidades e sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo
independentes entre si.
Art. 160. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
prejuízo ao erário público ou a terceiros.
§ 1°. A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário será liquidada na forma prevista no art. 69,
sem prejuízo da execução do débito pela via judicial.
145
§ 2°. Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o funcionário perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva.
§ 3°. A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada até o limite do
valor da herança recebida.
Art. 161. A responsabilidade penal abrange os crimes e as contravenções imputadas ao funcionário, nessa
qualidade.
Art. 162. A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho
do cargo ou da função.
Art. 163. A responsabilidade administrativa do funcionário será afastada no caso de absolvição criminal que
negue a existência do fato ou de sua autoria.
CAPÍTULO II
DO SISTEMA DISCIPLINAR DOS FUNCIONÁRIOS DE 1º GRAU DE JURISDIÇÃO
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 164. Aos funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de Jurisdição do Estado do Paraná, aos
Secretários do Conselho de Supervisão do Juizado Especial, aos Secretários de Turma Recursal do Juizado
Especial, aos Secretários do Juizado Especial, aos Oficiais de Justiça do Juizado Especial, aos Auxiliares
de Cartório do Juizado Especial, aos Auxiliares Administrativos do Juizado Especial e aos Contadores e
Avaliadores do Juizado Especial se aplica o sistema previsto neste Capítulo.
Parágrafo único. Aos funcionários do Quadro da Secretaria do Tribunal de Justiça que estiverem lotados ou
atuando no foro judicial, em 1º Grau de jurisdição, ainda que subordinados a juízes, não se aplicam as
disposições referidas no caput deste artigo e sim as que seguem no Capítulo III deste Título.
Art. 165. Os funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de Jurisdição do Estado do Paraná deverão
exercer suas funções com dignidade e compostura, obedecendo às determinações de seus superiores e
cumprindo as disposições legais a que estiverem sujeitos.
Art. 166. Os funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de Jurisdição do Estado do Paraná terão
domicílio e residência na sede da comarca em que exercerem suas funções.
Art. 167. Os funcionários do Quadro de Pessoal de 1º Grau de Jurisdição do Estado do Paraná ficarão
sujeitos às seguintes penas disciplinares pelas faltas cometidas no exercício de suas funções:
II - de censura, aplicada por escrito em caso de falta de cumprimento dos deveres previstos nesta lei, e
também de reincidência de que tenha resultado aplicação de pena de advertência;
III - de devolução de custas em dobro, aplicada em casos de cobrança de custas que excedam os valores
fixados na respectiva tabela, a qual ainda poderá ser cumulada com outra pena disciplinar;
IV - de suspensão, aplicada em caso de reincidência em falta de que tenha resultado na aplicação de pena
de censura, ou em caso de infringência às seguintes proibições:
a) exercer cumulativamente 02 (dois) ou mais cargos ou funções públicas, salvo as exceções permitidas em
lei;
b) retirar, modificar ou substituir, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento de
órgão estatal, com o fim de criar direito ou obrigação ou de alterar a verdade dos fatos;
c) valer-se do cargo ou função para obter proveito pessoal em detrimento da dignidade do cargo ou função;
146
d) praticar usura;
f) revelar fato ou informação de natureza sigilosa de que tenha ciência em razão do cargo ou função;
g) delegar, salvo nos casos previstos em lei, o desempenho de encargo que a si competir ou a seus
subordinados;
b) abandono de cargo;
c) falta ao serviço, sem justa causa, por 60 (sessenta) dias alternados no período de 12 (doze) meses;
d) improbidade administrativa;
l) corrupção;
o) condenação por crime comum à pena privativa de liberdade superior a 04 (quatro) anos;
§ 1°. A pena de suspensão poderá ser convertida em multa quando houver conveniência para o serviço, à
razão de 50% (cinqüenta por cento) do valor da remuneração a que no período imposto fizer jus o
funcionário, que fica obrigado neste caso a permanecer em atividade.
§ 2°. Para os fins do inciso V, alínea "b", deste artigo, considera-se abandono de cargo a ausência ao
serviço, sem justa causa, por mais de 30 (trinta) dias.
§ 3°. Durante o período de suspensão, o funcionário perderá todas as vantagens decorrentes do exercício
do cargo.
147
§ 4°. Na aplicação das penalidades, considerar-se-ão a natureza e a gravidade da infração, os meios
empregados, os danos que dela provierem para o serviço público e os antecedentes disciplinares do
funcionário.
Art. 168. Será cassada a aposentadoria ou disponibilidade se ficar provado que o inativo:
III - aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia autorização do Presidente da República;
§ 1°. Cassada a aposentadoria ou a disponibilidade, o funcionário, para todos os efeitos legais, será
considerado como demitido do serviço público.
Art. 169. São competentes para aplicação das penalidades disciplinares o Conselho da Magistratura, o
Corregedor-Geral da Justiça e os Juízes perante os quais servirem ou a quem estiverem subordinados os
funcionários, observado o seguinte:
I - o Conselho da Magistratura poderá aplicar quaisquer das penalidades previstas no artigo anterior;
Art. 170. As penas de advertência, censura e devolução de custas em dobro poderão ser aplicadas em
sindicância, respeitados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 171. Qualquer penalidade imposta ao funcionário será comunicada à Corregedoria-Geral da Justiça
para as devidas anotações.
Art. 172. Se a pena imposta for a de demissão ou de cassação de aposentadoria, a decisão será remetida
ao Presidente do Tribunal de Justiça, que expedirá o respectivo decreto, comunicando o fato, na segunda
hipótese, ao Tribunal de Contas.
Art. 173. Sempre que houver comprovação de prática de crime de ação penal pública, remeter-se-ão peças
ao Ministério Público.
Art. 174. As penalidades de advertência, censura e devolução de custas em dobro terão seus registros
cancelados após o decurso de 03 (três) anos, e a de suspensão após 05 (cinco) anos, respectivamente,
contados da aplicação ou do cumprimento da pena, se o funcionário não houver, nesse período, praticado
nova infração disciplinar.
Art. 175. Mediante decisão do Corregedor-Geral da Justiça, o funcionário poderá ser afastado do exercício
do cargo quando criminalmente processado ou condenado enquanto estiver tramitando o processo ou
pendente de execução a pena aplicada.
Parágrafo único. Recebida a denúncia ou transitada em julgado a sentença, o Juiz do processo remeterá
ao Corregedor-Geral da Justiça cópias das respectivas peças.
Art. 176. O Corregedor-Geral da Justiça, por decisão fundamentada, poderá afastar o funcionário do
exercício do cargo, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por igual período, se houver necessidade
148
de acautelamento a fim de evitar a continuidade dos ilícitos administrativos praticados, para garantia da
normalidade do serviço público ou por conveniência da instrução do processo administrativo.
Art. 177. Fica assegurado ao funcionário, quando do afastamento ocorrido pela aplicação das normas
contidas nos arts. 175 e 176 deste Estatuto, o direito à percepção de sua remuneração.
Art. 179. A pena de demissão ou de cassação de aposentadoria será aplicada ao funcionário do Quadro de
Pessoal de 1º Grau de Jurisdição do Estado do Paraná:
Seção II
Da Prescrição
Parágrafo único. A punibilidade da infração, também prevista na lei penal como crime, prescreve
juntamente com este.
Art. 181. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido pela autoridade
competente para aplicar a penalidade.
§ 4°. Interrompida a prescrição, todo o prazo começa a correr novamente do dia da interrupção.
Seção III
Do Processo Administrativo
Art. 182. O processo administrativo terá início após a certeza dos fatos, por portaria baixada por Juiz ou
pelo Corregedor-Geral da Justiça, na qual se imputarão os fatos ao funcionário, delimitando-se o teor da
acusação.
Parágrafo único. Os atos instrutórios do processo poderão ser delegados pelo Corregedor-Geral da Justiça
a Juiz ou a assessor lotado na Corregedoria-Geral da Justiça.
Art. 183. Ao funcionário acusado será dada a notícia dos termos da acusação, devendo ele ser citado para,
no prazo de 10 (dez) dias, apresentar defesa e requerer a produção de provas.
I - por mandado ou pelo correio, por meio de ofício sob registro e com aviso de recebimento;
149
II - por carta precatória ou de ordem;
§ 2°. O edital será publicado 03 (três) vezes no Diário da Justiça e afixado no átrio do Fórum ou no da
Corregedoria-Geral da Justiça.
Art. 184. Em caso de revelia, será designado pela autoridade competente bacharel para funcionar como
defensor dativo ao funcionário.
Art. 185. Apresentada defesa, seguir-se-á a instrução com a produção das provas deferidas, podendo a
autoridade instrutora determinar a produção de outras necessárias à apuração dos fatos.
§ 1°. A autoridade que presidir a instrução deverá interrogar o funcionário acusado acerca da imputação,
designando dia, hora e local e determinando sua intimação bem como a de seu defensor.
§ 2°. Em todas as cartas precatórias e de ordem, a autoridade processante declarará o prazo dentro do qual
elas deverão ser cumpridas. Vencido esse prazo, o feito será levado a julgamento independentemente de
seu cumprimento.
§ 3°. Encerrada a instrução, será concedido um prazo de 05 (cinco) dias para as alegações finais do
acusado.
§ 5°. Instaurado o processo administrativo por determinação do Corregedor-Geral da Justiça, este, após
receber os autos com o relatório elaborado pela autoridade instrutora, decidi-lo-á ou o relatará, conforme o
caso, perante o Conselho da Magistratura.
§ 6°. A instrução deverá ser ultimada no prazo de 120 (cento e vinte) dias, prorrogáveis por mais 60
(sessenta) dias.
Seção IV
Do Abandono do Cargo
Art. 186. Caracterizada a ausência do funcionário na forma do art. 167, § 2º, deste Código, fará o Juiz a
respectiva comunicação à Corregedoria-Geral da Justiça.
Art. 187. Diante da comunicação da ausência do funcionário, e havendo indícios de abandono de cargo, o
Corregedor-Geral da Justiça baixará portaria instaurando processo administrativo, com expedição de edital
de chamamento e citação, que será publicado no Diário da Justiça por 03 (três) dias consecutivos,
convocando o funcionário a justificar sua ausência ao serviço no prazo de 10 (dez) dias, contados da última
publicação.
Art. 188. Se procedente a justificativa apresentada pelo funcionário, deverá ele reassumir imediatamente
suas funções.
Art. 189. Declarado o abandono do cargo pelo Conselho da Magistratura, os autos serão encaminhados ao
Presidente do Tribunal de Justiça, que expedirá o decreto de demissão do funcionário.
Seção V
Dos Recursos
Art. 190. Das decisões do Juiz ou do Corregedor-Geral da Justiça caberá recurso em último grau ao
Conselho da Magistratura no prazo de 15 (quinze) dias.
150
Art. 191. Das decisões originárias do Conselho da Magistratura cabe recurso ao Órgão Especial no prazo
de 15 (quinze) dias.
Art. 192. O recurso será interposto perante a autoridade que houver proferido a decisão recorrida, a qual, se
o receber, encaminhá-lo-á no prazo de 02 (dois) dias ao órgão competente para julgamento.
CAPÍTULO III
DO SISTEMA DISCIPLINAR DOS FUNCIONÁRIOS DO QUADRO DA SECRETARIA DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA
Seção I
Das Penalidades Disciplinares
I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
§ 1°. Cassada a aposentadoria ou a disponibilidade, o funcionário, para todos os efeitos legais, será
considerado como demitido do serviço público.
Art. 194. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida,
os danos que dela provierem para o serviço público e os antecedentes funcionais.
Subseção I
Da Advertência
Art. 195. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 157,
incisos I a VIII, XIX e XXII, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma
interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.
§ 1°. A penalidade de advertência terá seu registro cancelado após o decurso de 03 (três) anos, contados
de sua anotação, e se o funcionário não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Subseção II
Da Suspensão
Art. 196. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de
violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo
exceder a 90 (noventa) dias.
151
§ 1°. Será punido com suspensão de até 30 (trinta) dias o funcionário que, injustificadamente, recusar-se a
ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da
penalidade uma vez cumprida a determinação.
§ 2°. Caracteriza falta punível com suspensão de até 90 (noventa) dias o não atendimento à convocação
para sessões do Tribunal do Júri e a outros serviços obrigatórios.
§ 3°. Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em
multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o funcionário
obrigado a permanecer em serviço.
Art. 197. Durante o cumprimento da pena de suspensão o funcionário perderá todas as vantagens
decorrentes do exercício do cargo.
Art. 198. A penalidade de suspensão terá seu registro cancelado após o decurso de 05 (cinco) anos,
contados do cumprimento integral da pena, e se o funcionário não houver, nesse período, praticado nova
infração disciplinar.
Subseção III
Da Demissão
II - abandono de cargo;
III - falta ao serviço, sem justa causa, por 60 (sessenta) dias alternados no período de 12 (doze) meses;
IV - improbidade administrativa;
XI - corrupção;
XIV - condenação por crime comum à pena privativa de liberdade superior a 04 (quatro) anos;
Parágrafo único. Considera-se abandono de cargo a ausência ao serviço, sem justa causa, por 30 (trinta)
dias consecutivos.
152
Subseção IV
Da Cassação de Aposentadoria ou de Disponibilidade
Art. 200. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que houver praticado, na atividade,
falta punível com demissão.
Parágrafo único. A aplicação definitiva de uma das penas referidas no caput deste artigo será anotada na
ficha funcional.
Subseção V
Da Destituição de Cargo em Comissão
Art. 201. A destituição de funcionário não efetivo de cargo de provimento em comissão se dará nos casos
de infração punível com as penas de suspensão ou de demissão para os funcionários efetivos e o inabilitará
à nomeação para outro cargo em comissão e para participar de concurso público para cargo no Poder
Judiciário estadual por 05 (cinco) anos.
§ 1º. Em tal hipótese, a exoneração do funcionário comissionado, a qualquer título, não elidirá a
necessidade de processamento e julgamento das condutas que se lhe imputam.
§ 2º. O julgamento procedente da imputação, no caso do §1º deste artigo, será anotado na ficha funcional
para fim de caracterização dos impedimentos constantes do caput deste artigo.
§ 3º. Ao funcionário efetivo que for demitido também se aplicam os impedimentos referidos no caput deste
artigo.
§ 4º. Independentemente do contido neste artigo ou da prática de qualquer infração por ocupante de cargo
de provimento em comissão a administração pública conserva o poder de livremente exonerá-lo a qualquer
tempo.
Art. 202. Não poderá retornar ao Poder Judiciário estadual o funcionário que tiver contra si julgada
procedente definitivamente, no âmbito administrativo ou judicial, imputação de improbidade administrativa,
aplicação irregular de dinheiro público, lesão aos cofres públicos, dilapidação do patrimônio público ou
corrupção.
Seção II
Da Prescrição da Pretensão Punitiva
§ 1º. O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido da autoridade
competente para ordenar a instauração do procedimento administrativo disciplinar.
§ 2º. Os prazos e os termos de interrupção de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações
disciplinares tipificadas como crime.
153
IV - com a interposição de recurso ou de pedido de revisão da decisão de mérito proferida em processo
administrativo;
VI - com a propositura de ação judicial que tenha por pretensão a anulação ou revisão de decisão punitiva
ou de processo administrativo disciplinar.
§ 4º. Na hipótese do inciso VI a contagem do prazo prescricional somente se reiniciará após o trânsito em
julgado da decisão judicial da ação anulatória ou de revisão.
§ 5º. Interrompida a prescrição, todo o prazo começa a correr novamente do dia da interrupção.
Seção III
Da Competência para Aplicação das Penalidades e da Instauração dos Procedimentos Administrativos
Art. 204. O Secretário do Tribunal de Justiça é competente para ordenar a instauração de procedimentos
disciplinares, nomear e designar integrantes para Comissão Disciplinar e aplicar as penalidades
disciplinares.
§ 1º. As competências em matéria disciplinar do Secretário do Tribunal de Justiça poderão ser delegadas a
funcionários a ele diretamente subordinados.
§ 3º. O Presidente da Comissão Disciplinar designará, dentre os membros, aquele que irá secretariá-lo.
§ 4º. A Comissão Disciplinar será composta de 03 (três) funcionários ocupantes de cargos efetivos, estáveis
e bacharéis em Direito, pelo prazo de 02 (dois) anos, prorrogável por até mais (02) dois anos.
Art. 205. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas,
abandono de cargo ou falta ao serviço, sem justa causa, por 60 (sessenta) dias, alternados no período de
12 (doze) meses, a autoridade competente determinará à Comissão Disciplinar a abertura de processo
administrativo de rito sumário.
Seção IV
Da Competência para Apreciação dos Recursos
Art. 206. Das decisões disciplinares do Secretário do Tribunal de Justiça caberá recurso, com efeitos
suspensivo e devolutivo, no prazo de 15 (quinze) dias, ao Presidente do Tribunal de Justiça.
§ 2º. Na hipótese do §1º deste artigo, a penalidade só produzirá efeitos após o reexame, que se dará no
prazo de 30 (trinta) dias, pelo Presidente do Tribunal de Justiça a quem caberá, caso decida pela
manutenção da pena, determinar as providências para a efetiva aplicação.
§ 3º. Na hipótese do §2º deste artigo, a decisão do Presidente do Tribunal substitui sempre a decisão do
Secretário para todos os efeitos legais.
154
§ 4º. O Presidente do Tribunal de Justiça poderá delegar sua competência disciplinar a um ou mais
integrantes da cúpula diretiva do Tribunal de Justiça.
Seção V
Do Procedimento Administrativo Disciplinar e da Sindicância
Art. 207. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público do Poder Judiciário deverá
comunicar ao Secretário do Tribunal de Justiça, a quem cabe ordenar apuração.
§ 1º. A competência para apuração prévia por sindicância ou por procedimento de que trata o caput deste
artigo é da Comissão Disciplinar.
§ 2º. A sindicância é o procedimento disciplinar que antecede o processo administrativo disciplinar e serve
para a apuração da extensão dos fatos apontados como irregulares e da extensão da responsabilidade de
cada autor.
§ 3º. O procedimento disciplinar prévio de caráter genérico é o que antecede o processo administrativo e
serve para a apuração da extensão dos fatos apontados como irregulares cuja autoria ainda é
desconhecida.
Art. 208. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração desde que contenham a
identificação, a qualificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a
autenticidade.
Parágrafo único. Caso o fato narrado não configure infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será
arquivada de plano.
I - o arquivamento;
§ 1º. O prazo para conclusão da sindicância e do procedimento prévio não excederá 60 (sessenta) dias,
podendo ser prorrogado por até igual período, a critério da autoridade que ordenou a respectiva
instauração.
§ 2º. As penas de advertência e de suspensão de até 30 (trinta) dias poderão ser aplicadas em sindicância,
assegurados o contraditório e a ampla defesa.
Art. 210. A sindicância e o procedimento prévio terão início no prazo de 03 (três) dias a contar da data que
for comunicada à Comissão Disciplinar a ordem de apuração dos fatos.
§ 1º. Obtida a autoria, ou sendo ela conhecida pela Comissão Disciplinar, e delimitados os fatos, o sindicado
será intimado para se manifestar por escrito, no prazo de cinco (05) dias, podendo indicar provas.
§ 2º. Havendo 02 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 10 (dez) dias.
§ 3º. A Comissão Disciplinar procederá a todas as diligências que julgar necessárias para a elucidação dos
fatos.
§ 4º. Concluindo pela inexistência de falta funcional, a Comissão Disciplinar elaborará relatório final e
encaminhará os autos à autoridade competente.
§ 5º. Sendo possível a aplicação de pena no caso de conclusão no sentido de existir ilícito administrativo,
em tese, será feito relatório com a delimitação dos fatos, a indicação das normas violadas e eventuais
sanções cabíveis e os autos serão encaminhados à autoridade competente.
155
Art. 211. Na hipótese de ser necessário o processo administrativo para a aplicação de penalidade, em razão
da sua natureza, a Comissão Disciplinar tomará de ofício as providências para a respectiva instauração
através de portaria acusatória.
§ 1º. Em tais hipóteses a sindicância ou o procedimento prévio terão natureza inquisitorial, sendo garantidos
a ampla defesa e o contraditório para o processo administrativo propriamente dito.
§ 2º. A portaria acusatória conterá a delimitação dos fatos e das condutas e indicará as normas violadas e
as sanções cabíveis.
Seção VI
Do Afastamento Preventivo
Art. 212. Para garantia da instrução tanto no âmbito da sindicância, como do processo administrativo
disciplinar, a autoridade julgadora poderá determinar o afastamento cautelar do funcionário do exercício de
suas atribuições, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
§ 1º. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que
não concluída a sindicância ou o processo administrativo.
§ 2º. A providência deste artigo poderá ser adotada de ofício pela autoridade competente para julgamento
ou a requerimento do Presidente da Comissão Disciplinar.
Seção VII
Do Processo Administrativo Disciplinar
Subseção I
Disposições Gerais
Art. 213. O processo disciplinar é destinado a apurar a responsabilidade de funcionário por infração
praticada no exercício de suas atribuições ou que com elas tenha relação.
Art. 214. O processo disciplinar será conduzido pela Comissão Disciplinar e antecederá necessariamente à
aplicação das penas de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de aposentadoria,
cassação de disponibilidade ou destituição de cargo em comissão.
§ 1º. Não poderá participar de Comissão Disciplinar cônjuge, companheiro ou parente do acusado,
consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
§ 2º. O processo administrativo poderá ser utilizado nas hipóteses de aplicação de pena de advertência e de
suspensão de até 30 (trinta) dias, respeitada a possibilidade prevista no § 2º do art. 209 deste Estatuto.
Art. 216. A Comissão Disciplinar exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegurado
o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou conforme exigido pelo interesse da administração.
§ 1º. Sempre que necessário, a Comissão Disciplinar dedicará tempo integral aos seus trabalhos, e seus
membros justificarão previamente e por escrito ao superior e hierárquico o afastamento do serviço de suas
repartições por ocasião dos trabalhos relativos aos procedimentos administrativos disciplinares.
§ 2º. As reuniões e as audiências da Comissão Disciplinar terão caráter reservado e serão registradas em
atas que deverão detalhar as deliberações adotadas.
156
§ 3º. Em razão da natureza do fato que se apura, nos casos em que a preservação do direito à intimidade
do interessado não prejudique o interesse público à informação, poderá a Comissão Disciplinar ou a
autoridade julgadora limitar a publicidade dos atos ao acusado e a seus defensores.
Subseção II
Do Processo Administrativo Disciplinar de Rito Sumário
I - de falta ao serviço, sem justa causa, por 60 (sessenta) dias alternados no período de 12 (doze) meses;
II - de abandono de cargo;
II - instrução sumária, que compreende acusação com delimitação dos fatos e indicação dos dispositivos
violados e das sanções cabíveis, citação, defesa e relatório;
III - julgamento.
§ 1º. A indicação da autoria de que trata o inciso I deste artigo, dar-se-á pelo nome e pela matrícula do
funcionário, e da materialidade, pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de
acumulação ilegal, dos órgãos ou das entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de
trabalho e do correspondente regime jurídico.
§ 2º. A Comissão Disciplinar lavrará portaria em até 03 (três) dias após a ciência do ato que determinou a
apuração, em que serão transcritas as informações, as normas violadas, os fatos delimitados, indicadas as
sanções cabíveis, bem como promoverá a citação pessoal do funcionário para que, no prazo de 05 (cinco)
dias, apresente defesa escrita.
§ 3º. Apresentada defesa, a Comissão Disciplinar elaborará relatório conclusivo quanto à existência ou não
de acumulação ilegal, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará os dispositivos legais e
sanções eventualmente aplicáveis e remeterá o processo à autoridade competente para julgamento.
§ 4º. No prazo de 05 (cinco) dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora proferirá a
sua decisão e remeterá os autos para reexame necessário ao Presidente do Tribunal de Justiça no caso de
aplicar pena de demissão.
§ 5º. Efetivada opção pelo funcionário até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé,
hipótese em que a pena se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo, devendo
tal circunstância constar no mandado de citação.
§ 6º. Caracterizada acumulação ilegal e má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição, cassação de
aposentadoria ou de cassação de disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções públicas em
regime de cumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou as entidades de vinculação serão comunicados.
§ 7º. O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não
excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de ciência, por parte da Comissão Disciplinar, do ato que
ordenou a apuração, admitida a sua prorrogação por até 30 (trinta) dias, quando as circunstâncias o
exigirem.
§ 8º. O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste artigo, observando-se, no que lhe for
aplicável, subsidiariamente as disposições gerais do processo administrativo regido pelo rito ordinário.
157
Art. 219. Na apuração de abandono de cargo ou de inassiduidade habitual, também será adotado o
procedimento sumário a que se refere o art. 217, observando-se:
b) no caso de inassiduidade habitual, com indicação dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por
período igual ou superior a 60 (sessenta) dias interpoladamente, no período de 12 (doze) meses;
II - após a apresentação da defesa escrita, a Comissão Disciplinar elaborará relatório conclusivo quanto à
inocência ou à responsabilidade do funcionário, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará o
respectivo dispositivo legal, opinará sobre a intencionalidade da ausência e remeterá o processo à
autoridade competente para julgamento.
Subseção III
Do Processo Administrativo Disciplinar de Rito Ordinário
I - instauração, com a lavratura da portaria de acusação que indicará as provas que serão produzidas,
inclusive com o rol das testemunhas;
II - citação pessoal para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, com a indicação das provas
que pretende produzir, inclusive com o rol das testemunhas;
VII - julgamento.
Parágrafo único. Havendo 02 (dois) ou mais acusados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.
Art. 221. Em caso de revelia, será designado pelo Presidente da Comissão Disciplinar bacharel como
defensor dativo que acompanhará o processo, inclusive na fase de reexame necessário ou de recurso
voluntário.
§ 1º. O acusado ou indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à Comissão Disciplinar o
lugar em que poderá ser encontrado, sob pena de ser considerado revel.
§ 2º. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no Diário da
Justiça e em jornal de grande circulação da localidade do último domicílio conhecido, para apresentar
defesa escrita.
§ 3º. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 10 (dez) dias a partir da última publicação do
edital.
Art. 222. Apresentada defesa, seguir-se-á a instrução com a produção das provas deferidas.
§ 1º. A Comissão Disciplinar determinará a produção de outras provas não requeridas pela defesa ou não
indicadas na peça de acusação e que sejam necessárias à elucidação dos fatos.
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§ 2º. A Comissão Disciplinar deverá intimar o acusado e defensor para o interrogatório sobre os fatos
imputados, designando dia, hora e local.
§ 3º. Em todas as cartas precatórias e de ordem, a Comissão Disciplinar processante declarará o prazo em
que deverão ser cumpridas pelas autoridades administrativas destinatárias, sejam elas funcionários ou
magistrados.
§ 4º. Cabe à Comissão Disciplinar intimar o defensor da expedição da carta precatória, sendo
responsabilidade deste acompanhar o respectivo andamento na repartição ou comarca de destino, inclusive
no que concerne às publicações de intimações para os atos deprecados.
§ 5º. A Comissão Disciplinar denegará pedidos impertinentes, protelatórios ou de nenhum interesse para
esclarecimento dos fatos, inclusive com relação à produção de prova pericial quando a elucidação puder ser
alcançada por outros meios ou não depender de conhecimentos técnicos.
§ 6º. Os órgãos estaduais, sob pena de responsabilidade de seus titulares, atenderão com a máxima
presteza às solicitações da Comissão Disciplinar, inclusive requisição de técnicos e peritos, devendo
comunicar prontamente a impossibilidade de atendimento, em caso de força maior.
§ 7º. A prova técnica no interesse da acusação será produzida, sem ônus para o Poder Judiciário, pelos
órgãos competentes da administração direta e indireta do Estado do Paraná, e no interesse da defesa, os
ônus financeiros serão suportados pelo acusado.
§ 9º. Encerrada a instrução, será concedido um prazo de 10 (dez) dias para as alegações finais pela defesa.
§ 10. Apresentadas alegações finais, a Comissão Disciplinar elaborará relatório conclusivo no prazo de 30
(trinta) dias e remeterá os autos à autoridade competente que proferirá decisão em igual prazo.
§ 11. A instrução deverá ser ultimada no prazo de 120 (cento e vinte) dias, prorrogáveis por mais 60
(sessenta) dias, contados da data da lavratura da portaria de acusação.
§ 12. Para a realização dos atos de instrução aplicam-se subsidiariamente as normas do Código de
Processo Penal, da legislação processual penal extravagante e as do Código de Processo Civil, nessa
ordem.
Art. 223. Os autos da sindicância ou de procedimento prévio integrarão os do processo disciplinar, como
peça informativa da instrução.
§ 1º. Na hipótese da Comissão Disciplinar concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a
autoridade competente para julgamento encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público.
§ 2º. A providência do §1º deste artigo será tomada no âmbito da sindicância ou do processo administrativo
independentemente da finalização de um ou de outro.
Art. 224. As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo Presidente da
Comissão Disciplinar ou pela autoridade deprecada.
Parágrafo único. Se a testemunha for funcionário público, a expedição do mandado será imediatamente
comunicada ao chefe da repartição em que serve, com a indicação do dia e da hora marcados para
inquirição.
Art. 225. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a Comissão Disciplinar proporá à
autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe ao menos
um médico psiquiatra.
§ 1º. O incidente de sanidade mental será processado em autos apartados que serão apensados, e a sua
instauração suspenderá o curso do processo principal até a juntada do laudo pericial conclusivo, ressalvada
a produção de provas consideradas urgentes.
159
§ 2º. Durante o processamento do incidente fica suspenso o curso da prescrição, cujo prazo volta a ser
contado após a juntada do laudo pericial.
Art. 226. Finda a instrução e apresentadas as alegações finais, a Comissão Disciplinar elaborará relatório
em que indicará as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua
convicção.
Parágrafo único. O relatório concluirá sobre a responsabilidade ou não do funcionário, e reconhecida esta,
a Comissão Disciplinar indicará os dispositivos legais ou regulamentares violados e as sanções cabíveis.
Art. 227. A autoridade julgadora não está vinculada à motivação e à conclusão do relatório apresentado pela
Comissão Disciplinar e poderá julgar diversamente da proposta seja para agravar, abrandar ou afastar a
responsabilização do funcionário.
Art. 228. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade julgadora declarará a nulidade do ato,
ordenando a respectiva repetição.
Parágrafo único. A autoridade de instrução ou julgamento que der causa à prescrição da pretensão punitiva
por ato comissivo ou omissivo, doloso ou culposo, será responsabilizada na forma da lei.
Art. 229. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato na
ficha funcional do funcionário.
Art. 230. O funcionário efetivo que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido ou
aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e do cumprimento da sanção, se for aplicada.
Parágrafo único. Ocorrida exoneração porque não satisfeitas as condições do estágio probatório e,
posteriormente julgado processo administrativo disciplinar conclusivo pela demissão, o ato de exoneração
será convertido nesta.
I - ao funcionário convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na condição de
testemunha, acusado ou indiciado;
II - aos membros de Comissão e ao Secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede dos trabalhos
para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
Subseção IV
Da Execução das Penas Disciplinares
Art. 232. O cumprimento da pena de suspensão terá início após a publicação no Diário da Justiça, cabendo
ao superior hierárquico a fiscalização da sua efetivação.
§ 1º. Se o funcionário estiver afastado na data de publicação, o início do cumprimento dar-se-á a partir da
reassunção.
§ 2º. Os dias não trabalhados em virtude da aplicação da pena de suspensão serão excluídos da folha de
pagamento, salvo se não houver tempo hábil, quando será feito o desconto no mês imediatamente posterior
ao do início do cumprimento da penalidade.
Art. 233. A ordem de ressarcimento e a pena em valor certo terão a expressão nominal corrigida,
respectivamente, desde o evento danoso e da aplicação, até a data da quitação do débito pelo funcionário.
CAPÍTULO IV
DA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
Art. 236. O procedimento de revisão do processo administrativo aplica-se ao sistema disciplinar dos
funcionários do Quadro de Pessoal de 1º grau de jurisdição e do Quadro da Secretaria do Tribunal de
Justiça.
Art. 237. O processo administrativo disciplinar poderá ser revisto no prazo de 02 (dois) anos do trânsito em
julgado da decisão que aplicou a pena, a pedido do apenado que argumentar a existência de novas provas
que impliquem na diminuição da penalidade ou na exclusão de responsabilidade funcional.
§ 1º. Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do funcionário, qualquer pessoa indicada como
dependente na legislação previdenciária do Estado do Paraná poderá requerer a revisão do processo no
caso de ter sido aplicada pena de cassação da aposentadoria, cassação da disponibilidade ou demissão.
§ 4º. Na hipótese do § 3º deste artigo ou para fins de aposentadoria, a análise da condição de dependente
perante o órgão de previdência se dará de forma autônoma e desvinculada da realizada no âmbito da
revisão do processo administrativo disciplinar.
Art. 238. O apenado com destituição de cargo em comissão poderá, no prazo de 02 (dois) anos do trânsito
em julgado da respectiva decisão, pedir revisão do seu processo, desde que alegue existência de novas
provas que impliquem na impossibilidade de aplicação da referida penalidade.
Art. 239. A simples alegação de injustiça ou desproporção da penalidade aplicada não constitui fundamento
para o conhecimento e o processamento de qualquer pedido de revisão.
Parágrafo único. O pedido de revisão exige indicação de novos elementos de prova e de fato certo e
determinado, ainda não apreciados no processo disciplinar originário.
Art. 240. O requerimento de revisão será dirigido ao Secretario do Tribunal que, na hipótese de deferir o seu
processamento:
I - remeterá o pedido à autoridade de 1º grau competente para instrução e julgamento, se o pedido for
formulado por funcionário integrante do Quadro de Pessoal de 1º Grau de jurisdição;
II - designará Comissão para o respectivo fim nos termos do art. 204 deste Estatuto, se o pedido for
formulado por funcionário integrante do Quadro de Pessoal da Secretaria do Tribunal de Justiça.
§ 2º. O funcionário não integrará a Comissão de Revisão se tiver integrado a Comissão Disciplinar que
concluiu pela responsabilidade do funcionário apenado no processo que irá se revisar.
Art. 241. O pedido de revisão será autuado em apenso aos autos do processo originário.
Parágrafo único. A petição inicial conterá a indicação das provas e a exposição dos fatos que se
pretendem provar, inclusive, no caso de requerimento de prova oral, trará o rol de testemunhas.
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Art. 242. Ao procedimento de revisão aplicam-se, no que couberem, as normas do procedimento originário
disciplinar e o seu julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade.
Art. 243. Julgado procedente o pedido de revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada e
substituída por mais branda no caso de ficar provada circunstância atenuante, ou serão restabelecidos
todos os direitos do funcionário, no caso de ser afastada a sua responsabilidade administrativa.
§ 1º. Em caso de procedência do pedido de revisão de destituição do cargo em comissão serão afastados
os impedimentos decorrentes de tal pena e haverá a conversão para exoneração.
§ 2º. A penalidade não poderá ser agravada quando da revisão do processo administrativo ou da
interposição de recurso administrativo.
TÍTULO VI
CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 244. O Dia do Funcionário Público do Poder Judiciário será comemorado em 28 (vinte e oito) de
outubro.
Art. 245. Os prazos previstos neste Estatuto serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do
começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado para o primeiro dia útil seguinte o prazo vencido
em sábado, domingo, feriado ou ponto facultativo.
Art. 246. Por motivo de crença religiosa, convicção filosófica ou política, o funcionário não poderá ser
privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem se eximir do
cumprimento de seus deveres.
Art. 247. Ao funcionário público do Poder Judiciário do Estado do Paraná é assegurado o direito à livre
associação sindical, nos termos da Constituição Federal.
Art. 248. O direito de greve será exercido na forma prevista em lei federal.
Art. 249. Enquanto não sobrevier lei que defina os valores, forma de pagamento e hipóteses de incidência
das gratificações de qualquer natureza previstas neste Estatuto, o pagamento das remunerações continuará
a ser feito com base na legislação em vigor ao tempo da edição da presente lei e nos termos definidos pela
Administração Pública.
§ 1º. As remunerações pagas pelo Poder Judiciário aos seus funcionários não serão majoradas por ato
administrativo com base no presente Estatuto enquanto não sobrevier lei especial que fixe os valores, as
formas e as hipóteses de incidência das gratificações de qualquer natureza previstas nesta lei.
§ 2º. Não haverá redução do valor da remuneração paga aos atuais funcionários do Poder Judiciário em
razão do estabelecido na presente lei.
Art. 250. Até a promulgação de nova lei que regulamentará o Quadro do Tribunal de Justiça do Estado do
Paraná e sua estrutura administrativa e hierárquica, permanece em vigor a Lei Estadual n.º 11.719 de
12.05.1997.
Roberto Requião
Governador do Estado
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