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(CATALOGAGAO NA FONTE Bo, DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO Hi114d Habermas, Jurgen, 1929- Diretoe dermocraiaente fatcdace validade, volume HL ‘Jorgen Habermas; radugo: Fvio Beno Siebencichler.— Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997, 354p. _;can.— (Biblioteca Tempo Universitiio: 102) ISBN 85-282-0095-7 Inclu bibliografa. 1. Sociologia jurdica. 2. Direito ~ Metodologia 3, Comunicagio. I. Titulo. Il Série cpp - 340.115 Jurgen Habermas DIREITO E DEMOCRACIA Entre facticidade e validade ‘Volume II Tradugio: FLAVIO BENO SIEBENEICHLER ~ UGF BIBLIOTECA TEMPO UNIVERSITARIO. 102 ‘Colegio dirgida por EDUARDO PORTELLA. Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Traduzido do original alemto: Fakicttr und Geltung. Beitrige zur Diskurstheorie des Rechts und des demokratischen Rechuttaas. 4 ei 80 revista ecomplementada por um posto ¢uina lista bibliogrtica, FrankfurvM, Ed, Suhekamp, (1992) 1994 Capa: Antonio Diss com montagem de VIDA Informstica (vista de Frankfurt, &s margens do Main) Revisto: Daniel Camarina da Silva © Copyright ‘Sulikainp Verlag Frankfurt am Main 1992 (Todos os direitos reservados) Este liv foi waduido da 4 digo revista e complementada ‘por um posféco e wma lista bibliogrfia, Diretos reservados 3s EDICOES TEMPO BRASILEIRO Rus Gago Coutinho, 61 ~ Laranjciras Tel: (021) 205-5949 Fax: (021) 225-9382 Caixa Postal 16099 - CEP 2222-070 Rio de laniro ~ RJ — Brasil NOTA DO TRADUTOR A tradugtio brasileira de “Faktizitit und Geltung”, de Habermas, dividida em dois volumes, inclui no somente 0 posfécio a quarta, ‘edigdo, mas também os Estudos Preliminares e Complementares 1, Ie Il, omitidos parcial ou totalmente por outras tradugGes. A tazio dessa incluso deve ser buscada no fato de que tais “Estudos” sio considerados nio somente importantes, mas neces- sérios para uma melhor compreensio dos nove capitulos. que cconfiguramo sistema e a arquitetura da filosofia do dieito haber- ‘0 tradutor deseja agradecer & Universidade Gama Filho © a0 ENP, pelo apoio recebido, SUMARIO. ‘Vil. POLITICA DELIBERATIVA - UM CONCEITO PROCEDIMENTAL DE DEMOCRACIA, 9 1.” Modelos de democraca: empirism versus nermativis 10 1, O processo democrtic eo problema de sua neutalidade 25 IIL, Sobre a tratugto sociol6gica do conccito normative de politica deliberativa... VIII 0 PAPEL DA SOCIEDADE CIVIL EDA ESFERA PUBLICA POLITICA... st 1. A democracia no erivo das teorias sociol6gicas..-.59 T, Um modelo de circulago do poder politico B I Atoes da sociedad evi, pit publica e poder ‘comunic at. 91 1. O coneito“esfera pablica”™ 92 2. O conceito “sociedade civil” 99 3. Barreirasc estruturas de poder que surgerm no interior da esfera piblica 106 4, Superagdo das barreiras em Situagbes eritieas 0.113 ‘5. Sintese dos elementos a serem levados em conta pelo sistema juridico 9 IX PARADIGMAS DO DIREITO 123 1, Materializagio do direito privado. 127 T, A dialética entre igualdade de fatoe de dieito. O ‘exemplo das politicas feministas visando & igualdade ceie 0s Senos 147 IIL Crise do Esta de dieito compreensio proced- ‘mentalista do direto vee TOpinides sobre a crise do Estad0 Je GHEi0 end 73 2. A “peda de validade da consttuigdo" na inter- pretacio do paradigma procedimentalsta 181 3. Consideragaes sobre o sentido do “projeto” de ‘uma comunidade juridica que se organiza a si MEST 188 ESTUDOS PRELIMINARES E COMPLEMENTOS 1 DIREITO E MORAL (TANNER LECTURES, 1986)....193, Primeira aula: como é possivel alegtimidade através da legalidade? vol 93 1.” Oconceito weberiano de racionalidade do dirito.....194 ILA “desformalizayio” do direto& luz de ts interpretages diferentes... : 204 IL. Questes prévias sobre a racionalidade de processos insitucionalizados através do direito 214 Segunda aula A idéia do Estado de dieito 22 L “Autonomia sistémica do direito? enn DOD I. Razdo e positividade: sobre o entrelagamento entce irito, politica e moral ses 230 IIL A substiuigio do direto racional pela iia do Estado de diteto 7 24 ILA SOBERANIA DO POVO COMO PROCESSO (1988)....249 III CIDADANIA E IDENTIDADE NACIONAL (1990), 1. Passado e futuro do Estado nacional... TL Estado nacional e democracia na Europa unificada IIL Imigragdo e chauvinismo do bem-esta: um debate... POSFACIO. BIBLIOGRAFIA 327 INDICE ONOMASTICO..... EEE : 347 VII. POLITICA DELIBERATIVA - UM CONCEITO PROCEDIMENTAL DE DEMOCRACIA Aandi das contigs da geese da lepitimagio do dro concerto se na pla lgisativa,dhuando em segundo plano os processos polos. E minha tconia do diteito desreve esa pola comolum proeaso qu envlvereposagese formes de fepumentagao, Alm disso, & cago igtna do dite depend as conigdescxigentes,dervadas dos proessose pesupostos da omsniagso, onde rarao, ue intra eexaina, astme na Fgura procediental. Contato, no expligue como eve conceto ceding, pe case cm unas emptia,&quisentndems police come una arena, agua se detenelam procesoe de poder © nasa levano tm conta conrovrsias eratégcasguass por interesses ou por es sistemies. Nao pretendo devbrar est queso f= fuindo o modelo de una conmaposgao ene ies e resid Pais o contetdo normative evidenciao plas econstigoes = Sais, est nserdoprcaimente mafic soil Gos propos procesospolitcs observes Por consent soco}ogia Feconstva da demeeraia tm gue excolhe eas concios Bc Siow de tal modo que estes peta, wentear mi pratcas ica fagmentone paula de una "aro xen mes Que distor E tal pocedimenf nao necesita dacabertra de te ima dasa, pos se apt name na emi, eo qual omndo de operar de un ssema plo, cons told pelo Estado de det, no pode ser deseo adequadamete, nem eso em vel empleo, quando nose levaem conta thnenso de valida Go tte © foga Tegtimadora da pense dere do diet ee eee ees eee ee oeeeeeee cee soutien motets aeneunna tence Sata encanto pasties ms seeauneeras eee a a eee een Sees ee serrate ne nce eee eeceeeeree Se eee mn eae epee wears herein eee aes Seoh cman eion mae rade oe eee ee cee eee Sieben ce near Genk eaters Enea coricliee ane eres Eee seis ces eee =a 1. Modelos de Democracia: Empirismo versus Normativismo ‘Tomo como ponto de partida a idéia de que o nexo consti- tutivo entre poder e dieito adquire relevincia empiriea por dois 0 Se ncaa ccc ne nee casi ormm: cree Memo roost pe nen en on ae ieee mee pee funerary emcee eee ene raga er eee anak oe Faved pac Ecler fae a ec ag cre rage claps, ie acreditam poder justificar sua concepgdo”.*® Larmore supde que Pepe rectccimmeperieneel ep at See ee nis ek oe es 34 Larmore 1987), $3; uma outa frmulago dessa “norma dodscurso ‘aconal” enconir-se, um ano medificada, inh, Lar, "Political Liberalism’, in Political Theory, 18, 1990, 347 [Nao entro na diseuso sobre o conceito rawlsiano de consenso “overlapping” cf. Rawls, Die Ide des poltischenLaberaismus. FrankfuruM, 199, 255-333; tabs J, Habermas (19913), 20855, 36 Larmor (1987), 58, 35 ” aceitando isso como verdade, temos que conta com wma dest= ago perspectivista da expicagdo de nosso saber pratico adquirido pcliminarmente, e no com uma multplicagao perspectivista [icsse mesmo saber, do qual nos utiizamos a cada momento e de ‘modo intitivo, Por isso, areconsorugdo, sempre falivel eas vezes fate, no atinge o saber preliminar que j4 esta em funcionamen- tn. podees tomas co poo de pai a a dea 8 iica da argumentaggo forma um food no qual se encontrar Futuvamenme os esfogos de elendimento de parcpaes da puinentagdo de diferentes procedéncias. Pois conceitos ais como verdade,racionalidade, fundamentagao e consenso dese penluaso mesmo papel gramaticalem todos 0s idiomas €em todas {comunidades ingusticas, mesmo sendointerpretados deforma diferente e aplicados segundo erteiosdistitos *Tsso vale, em {odo ocaso, para sociedades modernas que passaram pars um nivel te fandamentagto pos-convencional, onde se configura um dirito positive, uma politica secularizada € uma moral racional, € que Stearn ox es memos a su weno eso em {elagio as sas propia radigoes cultura ido moment em que o saber praticado€iansformado em saber expicito acerca Geregrase pressupostos do discursoracionale apart Jo momento fem que esse Saber € novamente transposto para a institucionalica- F7_ Sate o proceso da eons aia do saber pretest. themes: Was heist Unvenalpagmat: ny Voraten tnd Ergunungen Theo des komanikanven Handel Franks 984 Seas 38). aeras (1988), 175, 39 Sob esas consis, a6 coumoriseseigioas ow meuisicas ferdem 0 seb carr fundaeniaita sem lana Toa. Sos Fetes de valida, stm gues inci nok prespstos Sites do ponsmentoseultrd, pos tim que comer Cetnews cots no incr do mes nies pets Sve Nese coment J Row fila de "Yeasoale ‘eprom docs” Stes spe copies a digo Soe ge mncmdae, cf ina contovenia om A Siang in) Habeas 1994, 2218 8 Gf de processes de ira © de dss, podem apircer Sts ec Ss a seen as dite teagan ueiarcartasconsiugteshineas aay npn € configuram de difeenes mane ositcma dee dietag, ‘A nterretagio no revada xe anes amb seexpte a ebjetes por pore dos bean Pas les hes polo nto deve estar sero areas ope ten Eezuestos que opie: posta se ntooune Bees éspecialent tee defend pls enna egos ge hale atm gue scunan pubicarents Sai ue Ss tenn dos patpanks 9 conc Serene ne tem ae una vei da Jo pane de neue ca {xchirda agen cao emas shea eaiqac coun ce “piven” Ht von exemplos “Hi lg topo ana aos onic era ne oe ts mulheres wn ass de ners com port lego dadiscussdopiblica A grande maioriadas pessoas pense aca cra um aso rv sgh nonce eens etna de casi beers Nea trek pe omavan in conapibtco balm gene eoua dein ida ce qc nca conga era mcrae seen & muti nas wcedates danas pos haere Pak Inne cone gimo, ops ta conequpe deci heer {Boman oma gc ineesa «td Bron de NancyFrera cence Somonospartpantspodee de 0 que & € 0 que néo é do interesse comum de todos” Essa tese teva 's snp de gue una belo de de see abana prio tos da cen pa coe ee iegrdale pesca indvido.) Doon porseapo eee tum precncinconnaaprvaidaie: dean kee thos rowgemumacssanoitenordequspeaens tone liberadas da obrigacio de jusificar publicamente suas agdese om ste Cascais ni sada preven aes ec Cota 0 spsine tnm “We apes sp ees ‘scoue inorder sete what he boundaries eis oad 40° Fraser (1992)-129; no mesmo sentido cf. $. Benhabib "Models of Public Space! in dl Situating the Sel. Cambridge, 1992, 89120, » uch discourse iy volaes ase boxmdares bcos i sean demand for nlite sefedsclsure* Oaparet dra nthe Spr dmc em peor rele sei pvotala fos sepres pa decane S05 Se ee rad “na escrito usando: es ances pert Crapo ‘emia os aus pats. veo tan ep i gies a ror me i ns lors aren ance wen aso te ae et Fe ai Olegdder polio que or a ener pou moda en ak Fee ree corepondie seo com a+ tapas: eguae Atma sii soa ay rp econ sete o muon pbm como ses, Nie ene coma pesto 0d a0 Fe a aac competci apenas, sea pera tr ago io gieaome: Se rea Sena era eae ua is ttilce soar ccs ds Oar Se EE cro rab ope a nasa bin rem proto oe oa Io le plyltcs gue ser Taplin pen tung reece so deme SERGE Ea rune egiptic mcmo Se ee ae an competi an Ts anges a a gist roe eel conte ibe rm ne Ge wen ns use fe 8 on re uve nie ange Ne ekg edeartmukieneconplee- su siya oe lp a ard oanaraaiceenplomm monet Sates doninde inane ceca eA ee oe cumlalne spb te oa plea 41 Moon (1991), 21 Cconhecimento dos contextos histricos © sociais; caso contritio no seria possvel realizar adequadamente os dieitos dos eidalion, Por outro lado, a delimitagdo entre_um dominio. de. inteesses prvados e autdnomos e uma esfera publica da “wealizagSo do bem. ‘comu” nfo pode ser feta de wna vez por todas. O debate sobre a ‘Pornografiaporexemplo,revela que essacraga0delimatestem que set ‘objeto de uma discussio poltca, independentemente das dificuldades ‘ala inerentes. Todavia, a tematizagdo dessas “questoeslimites” no significa uma inttomissio em competéncias ¢ responsabilidades ji existentes, Isso se toma especialmente claro quando se considera a hicrarquizago da politica deliberativa que segue dois caminhos de formagio da opiniao eda vontade:o informal eo institucionalizado. Dado que a esfera piblica geral &“ilimitada”, no sentido de que seus fluxos comunicacionais no so regulados atraves de Drocessos, ela se adapta de preferéncia a “uta pela interpretagao 4e interesses" #? Quer se trate da “Violéneia no casamento”, um fato a ser regulamentado, ou da criago de ereches para os flhos em idade pré-escolar de mies operirias 1m direito definido pelo Estado do bemvestar social ~ geralmente é preciso percorret um Jongo caminho, envolver-se decididamente em eneenagdes capa. 2¢8 de influenciar a opiniao pablica, antes que esses assutos,tidos inicialmente como “privados”, possam adquiriro status de temas Politicamente reconhiecidos e antes que as necessidades das pes- soas envolvidas possam articular-se suficientemente, endo como ppano de fundo diferentes iterpretagdes e “visbes acerca da vida. ‘boa”. Somente aps uma “uta por teconhecimento”, desencadeada publicamente,os nteresses questionados podem sertomados pelas Instincias politicas responséves, introduzidos nas agendas parla. mentares, discutidos e, eventuaimente, elaborados na forma de ropostas e decisées impositvas. Somente a regulamentagao de lum estado de fato novo, definido pelo direto penal, ou a concre tizagao de uma resolugso politica relatva a eragio de ereches ou ‘escolas matemais ~ dirigidas pelo poder pblico ou por particule "es ~ pode intervir em espagos vitais privados, transformando ‘esponsabilidades formais préticas existent. 42. N, Frases “Struggle over Needs” ed. Unruly Practices. Oxford, 1991, 161-190 a IML Sobre a Tradusdo Sociolégica do Conceito Normativo de Politica Deliberativa Apés 0 excutso sobre o sentido, 0 papel ¢ 0 valor posicional dos processos democriticos, estamos mais preparados paraenfren- tar a questo acerca do seu lugar na vida de uma sociedade complexa. Para a compreensio procedimentalista do processo democritica, Robert Dahl escolhe indicadores que exploram 0 conteido de processos democriticos e so melhores do que @ ‘operacionalizasdo propostapor N. Bobbio. Euapresentareio principio ‘de Dahl (1), fim de conseguir uma perspectiva capaz de esclarecer ‘0 sentido crfico de uma Sociologia da democracia que tabalha de ‘mado reconstrutivo (2) Dall inicia sua argumentagio expurgando a compreensio imuitiva da autodelerminagdo democratica, ou sea, livrando-a das elas substanclalists da tradigdo arisiotlica: “Our com- tmon good~the good and interes we share wth others ~ rarely Consists of specific objects, activities, and relations: ordinarily it consists of the practices, arrangements, institutions, and processes tha, in traditionalists erm again, promote the well. being of ourselves and others ~ not, 10 be sure, of ‘everybody’ butof enough persons tomake the practice, arrangements ec. ‘acceptable... These would include the general features ofthe democrat process” A seguitele operacionaliza um proces- So para chegar a decisbes obrigatrias, que so do interesse Simtrico de todos, sob cineo pontos de vista, Esse processo deve proporeionar: a). inclusio de todas as pessoas envolvidas; by) chances reais de paricipaglo no processo politico, repartidas equitativamente: c) igual direito a voto nas decisdes: d) 0 mesmo dieito para a escotha dos temas e para o controle da fgenda;c) uma situago na qual todos os participants, tendo & ino informagdes suficientes e bons arpumentos, possam for- thar uma compreensio artculada acerca das matérias a Serer 43 RLA Dahl. Democracy and its Critics. New Haven, 1989, 307 2 egulamentadas eos interesses controversos.4 stimaesi ‘isa ao nivel de informagio cao earater discursive da formagao da wontade: “Each citizen ought to have adequate and equal oppor- thmites for discovering and validating the choice on the mater to Dedecided that whould best serve the ciizen’s interests Insofar ‘as acitzen's good or interes require tention toa public ood for general interest then citizens ought to have the oppor 10 ‘acquire an understanding ofthese matters" As discusses pbli- tease os process de esclarecimento dever contibuir paraiso. A Dah também ineressam os "méiodos e condigoes” da formacao polica da vont, qu consttuian, as olbosde Dewey, overdake 10 "problema da sera pica" ‘At hoje, nenfuma ordem polica consepuiu preenchersuficien- demente ees cinco cites apreveriads. evident complexidade social obriga& um empregodierenciado dos criti (na Gelezagao de certs competéncis de deisio, na insauragao de procession de ‘ecisto modifeados e, em geral,naredugdojurideae organizatria ‘dacomplexidade), pom essa complexidade ose ope em pric pio uma implementagéo“aproximativa’ do process." Por 30, emocracasaualment existnts, undadas na concoréaca, podem ser entendiéas como sistemas de agio, nos quais 0 procedimento emocriico foi realmente implemen, nao somente na Tera nominal de direitos politicos de parcipagao ede comiicago, mas também na forma de prticas, quase sempre seltvas. Dal psa que esas “poiaruias” se caratenvzam através de uina série de diritos efetivose de insuigdes que, a partir da Revolugio. Ameccana © Francesa, impuseram-se graualmente num amero erescente de Estados moderos, Segundo as clasificagtes de Dal, em 1930 esis caateristica se aplicavam a quize Estados euopeus cases Estados fora da Europa, sendo que 0 numero desses sistemas pollicos Auplicou, segundo ele, até final dos nos 70, 44 RA Dahl A Preface Economic Democracy. Oxford, 1985, 59s, 45 R.A.Dahl. Democracy and its Critics. New Haven, 1989, 112. 46 Dewey (1954), 208, 47 Dad (1989), 115ss % A seguir, Dahl se apropria dos resulados da ramificada pesquisa da modemizagto, em expeial Jo modelo ditcronico,@ Fim de prepara ocontexto das ati chamadas sociedad mo- demas, dinimicase pluralist, favorivels & democratizgi0 Essa sociedades moderns, dnimicaseplralistsapresentam 38 Contec carats: um produto ino brutorelaivamente slo, rescimento do produto sata um modo de produgio econ tea poiado no mereado, onde os etores primase secundros scence cata vez mas um elevado gra de urbnizago;clevado nivel de educa, moralida infant em queda aumento das X- pretties de vide Dal ntrpetaos contexts sali ests Tricor sob oponto de vista ds condgdes soa favrdveis pare tna domestiasao urea do poder sca edo poder msnopolzago pelo Eno: "A MDP scien pers powers fluence. authority Ind contol ay fom any ingle center toward aware of indi das groups associations and organisation And itfsters anus and belifavouraletodemocratcideas. Though these features ‘are independently generated, they also reinforce each other”.** Por- tio, democrats na €promovida apenas pela dtnbuigdo pol ‘tic do poder em soiedades Funcinalmente diferencia, pois $ descenrelzago do poder acompane uma cla pla liberal, pina em comespondentes padres de secalizagdo. Tal cultura police €necessars pra que as tenses ahellsras que marca a, Fess ene formas de vids ientidadesecosmovsdes poss ser toler e deca Dan considers que amar diculdade a ser enfetada dag pa frente pela demoeraca reside 0 encapsulareno do saber poltco espera e que impede ocd de aproveito para ‘ona ds pris opines Opergo principal ese segundo fe sara Tecnoeria de umn ptemain que se ute os tronopolos do ser E 0 ceo pivilegiado Tones Wo saber politico relevant de a potas para ma dominag immpercevel the sestende sabre pico dos ida cr quis no tm aceso {Tees foes, simentandose de una pla simbaia. Por ese ‘rotve, Dai oloa sas espera nis possibile teenies das {Ekcomunicagesepropagn ada deur "minpopal. 008 448 Dah (1989), 252: ef também o resumo, p. 314 “ propos de uma formagdo da vontade especificadafuncionalen- fe €, a0 mesmo tempo, descentralzada, atraves de assembleas escolhidas, de modo represenaivo e dtentors de informagbes especiis 0 curios é qe o ter abstratoe levemente pico dessa recomend contrasts com inten e a estutira da sua pesquisa. ‘Com efit, Dah entra mostrar que aiéiaeo processo de uma politica deliberativa jg langaram ha muito tempo rapes nas instiuigdes das wciedaes desenvolvidas, no sendo necessro Im pts de fora. Todavia, ele ao tinge exseavo, ps nso consegue Jigar, de moo convincente, os argumentos noematives,neessirios iajustifieago do processo democratic, dase empiica de sua Implemenig30, por masincompicia questa enh que ser Eu penso ‘que uma das raztes dese insoceso reside no tipo de andi sociol6 fea cmpregada.Pois,enguanto a esrutura soca for deineada 50- mente através de carateristicas clasificalras,tais como, por exemple, distribuigio de renda, escolaridade ou refigeradores, & seciologia se resent de uma linguagem eapar de desrever 88 consiclgges © tendéncas favorivers em tems de potencias de ‘rcionlizaio em agio na sociedade, a seem asumidos e desevol- ‘ios pel sistema polio. O diagaico segundo o qual, nas soci dades complexas cs monoplospateralistas do saber mpedem uma Imaior democtatizagdo serve como ponte ene o nicleo extra <éliberativo do sistema politico, conigurado em Estado de dito, ¢ ress mais profundos da eprodugao social. ‘A producio de dieito legtimo através de uma politica dei- berativa configura. pois, um processo destnado a solucionapro- blemas, qual tabaiha com saber, 20 mesmo tempo em que 0 labora, fim de programara regulagao de conflitoseapersecugdo de fins coltivos. De um certo modo, a politica tapa buracos fuconais qe se aber devi obras and de ots anisms de integragio socal Nss0 elas liza da ingdagem 4 diet Pos odeito€ um medium que possblita o trans ado das esiraturas de reconhecimento reeiproco ~ que revonhecemos nas interagdes simples e nas relagoes de solidariedade natal ~ Paras complexos. cada vez mais andnimos dominios de ayo de uma sociedad diferenciada funcionalmente, onde aguelasesu- 49° Dahl (1989). 339-340, 4s turas simples assumem uma forma abstrata, porém impositiva, Intermamente, porém, o direto se esirutura de tal forma que um sistema politico, configuradojuridicamente, 96 pode continuar as tealizagoes natura de incegragso— que se realizam sobo nivel de frticulagao do direito formal — num nivel reffexivo. Ou se @ integragao social, ealizada politicamente, tem que passar através dd um iltro discursivo, Onde outros reguladoresfracassam—com0 0 caso dos padroes de coordenacio que se apdiam em valores, rnormas e rotinas de entendimento convencionais ~ a politica ¢ 0 ‘ireto conseguem elevar, de certa forma, os processos solucions- ddores de problemas acima do limiar da conscincia. © processo politico seluciona o mesmo tipo de problemas enfrentados pelos Sobrecartegados processos sociais que ele substitu, 180 se tora {lato quando, sepuindo um conselho de B. Peters, escothemos as ‘medidas de avaliagdo para problemas gerais da integragio social {de acordo com os aspectos de validade da verdade, da justeza das, rnormas e da autenticidade, isto €, adotando pontos de vista sob 0s Quais as Forgas de engajamento ilocucionrio, proprias do agit Orientado pelo entendimento, se dstinguem entre si ara que haja a inegragSo de uma sociedade, as ages de stores coletivos esingulares tm que ser eoordenadas de tal modo que as ‘iferentesrealizagbes e contibuigbes confluan num resultado post- vo. Tais problemas de coordenacdo funcional pressupdemumacrien- tagdocognitiva que levaem contaacontecimentose estalos do mundo “objetivo. Os resultados sio avalados segundo medidas da racional ade técnica e econdmica. E as condigses do sucesso podem ser ‘deseritas, na perspectva dos atores participates, como realizayio de fins coletivos oW ainda, na perspectiva de um observador, como ‘manutengdo de um sistema dad, ou, Finalmente, como coneordancia {Ge diferentes sistomas entre si O conceito de coordenagio funcional [generaliza o modelo iustraivo da cooperagio através da divisto de itabalho Ele € neutro em relagio a diferengas da integragGo social © ‘Sniémica. As outs duas formas de inegragio, no entanto, visam 2 tegragio social 50. B. Peters Die Integration modemer Gesellschafen. FrankfurvM, 1993, Cap. 2 % ee ect ee Pls nie palma le Ene capcom ce a ora Sos Pm) nee ram arash sega merce ia ra cece cc oak oa ss pepe ne ir pena ai see sro gt Pe ec crepe na el i eal se cai create re oe Speen seamen eee eee sn in ee ws nde sane csc el Fr ge eee ernie, ac ns con et a sccm ere one cee ae ‘see mc ioc en See pista cliente sec in te can reine fea res oh eee oreo Reese apetonte re perce Saiee tphabentcse renee nen eee tee +g or pin 2 i cet ene ee gee Scan morte ensaneeate eel teal SS oe ates ee ae SL B.Paters, (1991, 20485, a7 Seer euneneme meer atew emer tence ieee eet ee ae ree suet om ea Preece epee oe came nene meee aah se cate remeaecet ‘eeeganmncinepmeante rice Scene sieantaa tons ee Soteenie pe cee ae ere un cope ce nd ied, omen aaron e Eaten rma freee me rae arose nents mensatas acetone Soe ie ene eee oper an iene ch nm ae ae eee, ihmcomrngemeetare germ Se ee ens et eran ee er er aiends eae eee ie 2 eee ates meena aerate ep ee Se es eee aos — 4 interior de um sistema de agdo especializado nesse tipo de trabalho. De osteo ldo, parece gue as soiedadescomplenas ses ca. ‘vez mais fest entre necesdade de coordenagao, de Ut ll, € fealizapes de iteraga, de cuto~festa que odie e a poitca seve sat named cm gosta misao fue assum aes de egulago,s qualssobecarrgam 0 modo dElberatvo de deciso. Nesta sbrecareafome-e perceptive a ressncia que os sciedaes compenas oerecm ease, ar ‘5 da qual las enfrentam apenas vests as nstigtes do Estado de dicta. A torn da deciso revela que 0 proceso semeocrdtico € consumo, "por deno™ pela escaser de fonts funcionalmente necessrias€ "por fore eese choca ocaendee dateoria do sistema conta a complexdade dessa fucionis inansparentes difieiment inluencivel, Em ambas as ceyoes parece que os momentos ners da sociedad, ou sj, agulo que Sarte qualiicou como o inet”, omam-se “independent em regio ao meno dliberaiv dein soviaizagio feliz cons Giene e aulonomament. Todsviy se tis tendéncas 2 inde endéncia fossem inevtdveis em socedadescomplexa a questio fk Dahl acerca de condigSes para uma democratzago continua dhs sistemas policos existentes cia no vario. Face esse desmentio, a sing ete democraias e simples “pola ‘uit se endenciosa 5 “Temes que exclaece, pos, em que sentido & possvel falar em*autonomizago” ou “reifieagio"dasociedade Esse diagnos. tio no se refer evidenemente &resitnciaolerecida por Problemas e déficis corigucitos, em cujasolugto sistema Polico € especlllzao, Ne perspetiva Jos pariipantes, os momentos de inci so pereebids como diferengs ene nor mae realidad, a quai. Tornecem o pretexto para percsber © Claborar questéesprtias em geral, Eo flo de 08 cidadaos associados ¢ no exeetcio de sua pritica de autodeterminagso terem que ass ospressuposios comunicacionapetersiosos dos dicursos no constitu uma mera flha de contest, da qual uma sociedadeautonomiada e que se tansfrmou em Segunda ‘atueza, posta simplesmente destacar se. Nos enenderiamos malo carter discursivo da formagao publica ds opiiso ¢ da ‘ontads, aso areditésemos pode hipostsiar © cond ideal ssiposos gers da angmsngg, wansformando-o mum ovo ce scalar comumicaiva® ‘No rp proc cotdanaoenendiveto ene sits ue agement seep preenses ce vai, a5 8 TS a uma maa de pos em tems de smi — erste 0 rion de fndo de mundo dia compra ine Car ls est abe rene man aalzado,nsonee Orhtode dens, ns tanbst apse de um sea sc So Neve sen oagircomamicatvsprtaparaumaargumetao Sttualestpancs stm sis pert de vada per Ut else otis. Os rans e ura argue to pred spn Wealvar de te, spo 9 (Shp, exit comune omen fo {cre tem au pesiper, segundo a oom de KO. Ape Spon eu conte eae desta iano 2 “Quem aurea prep Smutaneaie uma 2 ‘dn de comunfago eda ql cle mesmo se tomo um tro avs de seu proceso de salir, eu comune ‘eal qucesaraem pepo em conde deetender ae Ime bsetido des arguments de salar defntivarete sa ‘rua Esa formulae o extn, alienta 0 malted “Stun o qual comand comemiacorl eal” consti um iad ens erm prsspoon seas a gumentag, 0 Gl Povert stealatosyroxmaivaente O propio conceit equ Ee Sita heal eae, apesar de menos equoco mbes pov lever na ennea de quee pose! conrerao ssa de frees eval embed vlce do discus, E {fhe queen prespostos cotati. dos qa os participates {Gh ayurmenaggo pate nossa, abe ua perspectva Staves dul cls pode serra conngenia de seu cotexos ‘Sg empraise prac hsagaocneretadasocalmente, 52 Sobre 0 que seen, cf, L. Winger, Gomeinsinn und Moral Franks 1995, Segunda Teresa Paes: 3 K.O. Apel. Das Apion der Komminikationsgerinschal in © Ti Transformation der Pape PaoktuM, 1973, val Th ‘aa 0 que eqivale a dizer que eles podem fazer jus ao sentido de pretenses de validade rranscendentes. Enteaito, ao esbogirem tais pretensbes de validade transcendentes, eles no se colocam & si proprios no além transcendente de um reino ideal de seres imteligiveis. “Sempre que desejamos nos entender mutuament, partimos de suposi¢des idealizadoras: porém nao existe af una relagdo de correspondéncia entre idéiae realidade™, como € 0 caso, quand esbosainos ides, uz dos guts € posse dent De outro lado, ¢ Jegttimo utilizar tal projegdo para uma ‘experidncia conceitual.®* Pode-se atenuar 0 mal-entendido essen. cialista, interpretando-o como uma fiegio met6dica,afim de obter ‘uma folia de contaste que permite tornarvisivel 0 substrato da Jnevtdvel complexidade social. Nesse sentido insuspeito, acomur nidade comunicscional ideal apresentase como uin modelo de socilizagio comunicativa “pura”. O meio do entendimento dis- cursivo é0tnico mecanismo de auto-organizagio que seencontra A disposigo dessa comunidade. Porestecaminho, eladeve superar todos os eontlitos sem o emprego da violéncia. Ela elabora os problemas “renitentes” da integragdo social pelo caminho Jo entendimento expicto, em sltima instineia, através do discurso porém ainda sem o auxlio da politica edo diteto.% No entanto, 54H. Brunkhors. Zur Dialetit von realer und idealer Kommusiationsgemeinschaft, Manuscrto ara o Col6guio-Ape Forum flr Pilesophie, Bad Homburg, 1992, ‘55. Nas paginas seguines apbio-me solidamente em B. Peters, Die Integration moder Gesellschaft, Fras, 1993 capiulos °6. $56 Isso significa uma aiemativa pa o“maxelodsposiiona de uma socializagio pura. No Captal Marx explicton conccito de socializagointencional,poranuo a que se realza com conseiacia © vontade, ervndo-sedeum mode que ligaa igurado dire prvado da unio burguesa~ a “unio de homens lives” ~ a0 arquéipo a Sociedade de prog da comunidad de cooperssdo,Pareve que le ‘entende a autopomit da Sociedade que se organiza asi mesma como ‘exervcio do cone consciente ou da adminitragao panejada do prooesso de produslo medal em analogia como. dominio da si «esse simples modelo conceitul no deve ser interpretadoerroncamen- te. Ele refere-se a sociedades concretas,localizadas no espago e 10 tempo, ej dferenciadas, Por isso, ele no distingue entre processos sdeentendimento discursivoefundamentos doagir comunicativo, uma. ‘vez que conta com os contextos do mundo da vida. Em sintese, 0 faz abstragio da “finitude" da socializago cominicatva. Por isso, as ‘condigSes que possibilitam a socilizago comunicativa nio podem ser confundidas com limitagBes impostas porcontingéncias. Com iso Se evita a faldcia individualist, segundo a qual o individuo expen ‘ment, nas agdes dos oueos, os limites de sua lberdade subjetiva. Ao contro, posibilidades de influénca legitmamente reguladas, que ‘epousam Sobre urn acordo supesto,aulorizam a percepgo de uma Tiberdade que se constitu’ através da Sociedade. Tanto que as normas "usuais econhecidasintesubjetivamente, e que podem ser probleme tizadas, no se tomam perceptive através de imposigdes extemas. O ‘mesmo vale para o simbolismo da linzuagem e da cultura e para & framética das formas de vida nas quais se encontram os individuos Sociaizados. Todos operam sob a forma de conics possibitacoras. (Os contextes do mundo da vida limtam ceramente 0 espago da ago © A inerpretago dos stores, porém ess limitaeao se di somente a forma «de abertura de um horizonte de interagGes ede interpretagdes possiveis. 'A pati do momento em que entendemos a socialzagao inten- cional do medo como foi sugerido, ou seja, mediada através da natueza, 0 sueito social “spe” sobre o Seu prOprio processo de ‘ida, que se transformou num objeto Noentanto, cm esse conceit de Alsposisio sobre a atonomis, dspace 0 nicleo do problema dt futoorginizagio social a sabe, 0. da consttuglo edt ‘uto-esablizagao de uma Comunidade de livres © igual. Nio & 0 ome comum é cooperagao social que forma 0 niéleo. da ‘cilizagointencionale im ura egulago normativa ca convienci ‘eo a ual todos concondam ea qual gant, inclusive, rages de ‘econheciment reciprecosimético (com so, a integhidade de cad indvidvo. Em Marx, 0 fio vernelho para a compreensio di auto organizaio social no & dado pela pric comuncalva, mas pelo ‘control ou planejamento de processossociaisteoicamenteobjetivades. (Cr minha erica a esse modelo in J. Habermas. ‘Vern ne Enischeidang” in ld, (1971), 307-335 2 cammican, no conta mas com ses ints ene ‘eM corpo e que ager fora de um contexo;porém com lores ligados um compo, socializados em formas de vida concrets, Jocalizados no tempo histricoe no expaco socal, envl¥idos nas rede do agircomunicativo, os quai, ao interpretar provsoramen- te a respectiva situaio, tf que alimentarse das fonts indispo- ves de seu mando da vida. E nesse processo ndo se nega a ontingéocia das tradigdes © formas de vida existetes, tem 9 pluralismo das atuais subeuluras, cosmovisées e conjungtes, de Interesses. De outro lado, 0s ators no dependem apenas de seu mundo da vida. Pois ese mundo da vida S6 pode repeoduzrse, por seu tuo, através do agit comunicatvo,o que equivalea dizer, tkravés de provesos de entendimenio que deperdem de tomads de psig em termos de sina. A fratura deomtligica dessepcler- deer ndo sel alierdadefnta daqueles que precsam ser convenc- dos sem apelar para a frga bata. Convém acrescetar que, mesino emtais condigiesideais,dscursosenepociagSes 6 podem desenvl ‘er sua capacidade de soluconar problemas na medida em que os problemas em foco forem captados de modo sensivel, a luz de Inndigses pdstradicionais efleivas, deserts adequadamentee res pondids deforma produtve. Um entendimento discusivo garante 0 fratamentoracinal de temas, argumentoseinformagées: todavia ele depende dos contextos de uma cultura e de pessoas capizes de aprender. Nessa, ascosmovisbes dogmsicase os padres rides ‘de socializagdo poder constitu obsticolos para um todo de soci lzagio diseursivo, ‘Anie-o pano de fundo desse modelo de pura socializagaa comunicatva, B, Peers interessi-e pelos momentos inerciais que habitam per se a complexidade dos processos de formocao da opinio e da vontade, especialmente quando tm que fare jus Pressupostos comunicativos da argumentaglo. No imbito dessas ‘quesibes, as idalizagdes da sociali2agio comunicativa pura for ‘mam um contraste adequado, a partir do qual € possvel delinear 4 Fontes funcionalmente necessaris para processos de entendi- ‘Mento em geral.Pois 0 modelo ndo leva em conta os castos de informagdo-e de deciséo dos processos de comunicagao. Ele nio ‘considera as limitadas capacidades cognitivas de claboragio de ‘comunicagées simples, tecidas horizontalmente:eabsraespecial- ‘ente da distribuigao desigual da aten¢30, das competéneias edo 8 saber no interior do pablico, Ele ignors, além disso, enfogues e motivos que se mesclam ao processo de busca de entendimento, tais como egocenirismo, fraqueza de vontade,iracionaidade ‘enganos dos partcipanes. A luz dessa forte idealizag, as intui- {Ges da tori do sistema da decisdo podem revelar facilmente a Factcidade de um mundo que se orienta de modo diferente ‘No mundo que nés conhecemos, as comunicagSes e dcisbes cocupam normalmente seqbes proprias de espago ede tempo, onsomem enerpia propria. exigem um investimento proprio em terms de orpanizag, et. A escolha de emase de contibuides, aque aconteces0b a pressao de tempo implica, além disso, custos tm termos de decisbes protcladas ou pertidas. Aigm disso, a produgdo do saber, organizada conforme uma divisio de trabalho, era uma cistibuigo desigual de competéncias ede conhecimen- tos. E os meios de comunicagio, dotados de uma seletividade propria, também se imiscuem De outo lado, as estraturas da Esfera publica refletem assimesias inevitéveis no tocante as infor ‘magées, into & quanto is chances dsiguais de intervir na prod (io, validago, epulagdocapresentagio de mensagens. Ee preciso Seescenta a essisTiitagbessistémicas a disinbuigdo casual © desigual da capacidades indviduais. As fontesda partcipagaoem ombnicagbespoiias so geralmente escassas, ou se: o tempo do qual cada individuo dispoe € exiguo; a atengdo prestada aos terms, que ifm a sua propria hist, €episddica, a isposigao € f cepacidade de dar contribuigdes propras para esses temas & povca:finalmente, exsiem enfoques opomtunistas,afetos, recon eitos et, que prejudicam uma formagao racional da voatade sas breves inicagbes poderiam ser comaprovadas através de una vasa literatura. Porm, © mais imponante€ saber 0 que las signficam em nosso contexto. Em primero logar, cla ilus- tram desvios do modelo de sovializagao comunicaiva pur, os 4uais variam em grau eabrangéncia,conforme as circunstanias, ‘chamando, porém, aang parainevitdveis mementos de inéreia epecialente para a escassz das fntesfuncionalmente neces- Sirits, das quais dependem em grande medida os processos de formagio ds opnifo eda vontade. Nenhuma sociedade complex ‘conseuirdcomesponder ao modelo de socalizgao comunicatva ra, mesmo que se}am dadascondigées favoréveis. Nio devemos squecer, no entanto, que isso tem apenas o sentido de wma fegso smet6dica destinada alangar lz Sobre os inevitiveis momento ines- ciais da complexidade socal, portanto sobre o out lao da Soca zasio comunicativa, ou sea, sobee os pressuposios dO. tir cottunicativo —um lado que permanece ocuo aos thos dos propos Paticipants. O modelo ¢fictcio porque conta com uma sociedade sem direito ¢ sem potica,projetando sai da auo-orgnizaya0 sobre a sociedade em suatoiaidade. Mesmo assim, conceito proce imental de democracia empresa esa iia a figura se uma Com nidade juridica que se organiza a si mesma. Segundo ela, 0 a0 Alscursivo de socializago tem que ser implantado através do medi do drei. Eos momentos que no so levados em conta pelo modelo a socializago "pura esto incorporados,enguantotas, no dco, (O ireto positivo serve nanuralmente redo da complexidade Soria. Nés eslarecenos isso ao tata dos processs de “des ideal <0", gras aos quais as regras do direito conseguem compensa indeterminaco cognitva ainseguranga motvaciondlealimitaa orga evtaner. io como read Ga inervacio pia de uma Rona de emporaeto, ps nb no pene deci a talent port comprtament acon ax Gamers reve, de ot i, qu v0 tio de nor pr Elster ade pres a remiss emp. Becono coms propos unica regu ene ago ela Pormormas estaepca conse no ato de qo ext iia os gma pls fetus vias peta a0, O hoo econo Pos 17 Elster (1986), 112, 18 Elster(1986), 117: "Na medida em que muitas coisas dependem da esruturae dos pracedimentos, a simples deciso de se engajar nun ‘debate racional no garante de per si que ws transagbes serio ‘fetivamente conduzidas de modo racial”. 19 Sobre que segue, cf J Elster. The Cement of Society. Cambridge, 1989, cap. 3 o ‘uma vantagem em relagdo 30 homo sociologicus, a qual consiste na racionaldade pragmitica, dirigida fins» Nesta perspectva, normas Corientages valorativas fogem a consideragGesracionais, pots Funda- rmentam expectativas de comportamento rantidas,coniraatcamente, imunes 8 aprendizagem, Consequentemente, Elster, ou despoja 2s norms morais de seu carter obrigaténio,no sentido do utlitarsmo, passando a inclu-las ene as egra de decisio do apr oriental a fins, fu as computa enze as normas cbrigatras do comporamento, No ‘Sento de ima ética deontoldgica da conscincia,e, neste caso cas perdem seu carter racional , enquanto a normatvidade for excuida da racionalidad e vice= versa, as cbordenagies motivadasracionalmente ndo podem assumi uta forma que no seja a de uma combina;o entre aloes que agen festrategicamente, O. acordo racional passa sinificar 0 mesmo que “bargaining” ~ a bargana ou negociagio de compromissos, Or, tis rnegeciagdes vém acompanhadas por normas em forma de limitagies temparicase cutas que implica 0 desejo de ode stores que se ‘rizntam peo sucesto, Nese sentido, Eker desenvolve um paralelogra- ma de forgas, capaz de explicar processos de nezociagdo regulados formativamente, os quais So tidos como um conjunto onde interagem expectativasracioais de sucesso apoiadas em norms soci." ‘No entanta, esse modelo de explicago dos motivos normativos primeiraestéswieitaacritériosde validades fopassoque as outrasdependem de crtérios de credibilidade” ** (Os critrios de validade introduzem um novo tipo de comunica- glo € de coordenagio da agao, Se € verdade que 0s partidos podem aderir a um compromisso negociado, apoiando-se em Waris tipos de argumentos, 6 verdade também que 0 acordo produzido argumentativamente tem que apoiar-se em argumen- fos idénticos, eapazes de convencer 0s partidos da mesma ma- neira, A forga consensual de tais argumentos refete-se na idGia de imparcialidade que guia os discursos prticos.® Dai a necessdade de rever, mais uma vez, a primeira revisio. ois a ieia do julgamento imparcil de interesses ede coaflitos de _6fo invodu, no fluxo da argumentago, uma parte das normas gue ‘até agora ram tidas como iracionais. Para admit novo mecanistM© se coordenaco da a¢30, ou ej @ comunicasio ene participants {da argumentagio que agem em fungio do entendimento, a lado de ‘ores que procuraninluencarseestrategicamente, Ester tem que ‘argar 0 coneeto de racionaldae eaceitr aide de que as normas ccorientagdes valoraivas possvem um clo racional 0 pode ser ‘eonseguido através da pretensoracional do conceitedeontol6gico da justia, que permite fundamentr direitos leitimos Pos tarfa da politica nao Consste apenas emeliminar regulamentagiesineficientes 22 J. Elster, “Arguing and Bargaining in Two Constinu Assemblies", The Storr Lectures. Yale Law School, 199) rmanuserito, 37s, 23. Sobre a recep erica do conceitoagircomunicativo pela teoia do. jog0, ch J. Johnson, “Habermas on Strategic and Communicative Action’, in Political Theory, 19, 1991, 181-201 24 “Dada a fragiidade do pensamento instrumental na politica, = cconcepedo da justga aqui escolhida nso pode ser cconsequencialista,/3 maneira do utilitarismo. Ao contrac, ela ‘deve se focalizada a partido direito natural dos individuos a paticipagSo igual nas tomadas de decisio eno bem-star social Elster in Held (1991), 116. antioconémicas, mas também em efiar © garantr condigdes: de vida, no interesse simétrico de todos? [Apoiando-se nesses. conceitos revisados, Elster desenvolve uma andlise empirica das discussées havidas nas assembléias constituintes de Filade!fia (1776) e de Paris (1789 até 1791). 0 seu ponto de partida consiste numa distingo entre “barganha” © “argumentagi0", sendo que as “argumentagies” incluem ar~ {gumentos de Justiga e argumentos ético-politicos. referidos 20 bem comum da nagio”. Ao comparar entre si os dois primeiros processos da legislagao moderna, Elster descobre que a forma (io parlamentar da opinizo.e da vontade nao pode ser explicada Segundo as premissas empiristas de um equillbrio de interesses, regulado pelo poder. Pois esse processo envolve discursos negociagdes; mesmo assim, a formago do compromisso reali- ‘ase, muilas Vezes, de maneira espontinea, no satisfazendo As condigies de eqlidade de negociagdes reguladas.2° Ora, as Storr Lectures, de Elster, permitem uma dupla interpretagio: a primeira, se nos concentrarmos no seu conteado manifesto; a Segunda, se isolarmos o papel l6gico e argumentativo de frag- rmentos de seu discurso. Sob aspectos de conteiido, cles recons- tyoem uma parte da historia legal, a qual revela que a “vontade «do constituinte” pretendeu estabelecer um sistema de direitos, destinado a garantir, na respectiva constelagZo, a autonomia politica dos cidadaos através da institucionalizagio de uma forma- ‘Gio da opinio eda vontade imparcial. Nesta linha, a contribuigdo de Elstet pode ser tomada, a0 menos implicitamente, como um teste histérico-constitucional para ainterpretagio do Estado de ireito,elaborada pela teoria do discurso. 25 Fister, in Held (1991), 120. 26 Flsterenfenta a objego sepundo aqua aestaturaexcepeional de assembléias consttiniescontradiz. 0) sentido da bipstese, Chamando a alengdo para o carter excepeional das situagbes ‘revoluciondias desencadeadas através de crises de leitimagio, nas {uals as ameagas ~ por pare dos Estades do sul, dispostos temigragdo, ou por pare do rei disposto a intervir~ possuem um feta acima de tudo polriaador. ” Seu objetivo explicito, no entanto, consiste numa recons- trugdo racional de padres da argumentagio, a qual deve mos- itar que as resolugées do legislador politico foram motivadas, racionalmente, ao menos até um certo limite, através do entre Jagamento de dois elementos: o entendimento apoiado na vali- dade € 0 influenciamento orientado pelo sueesso27 Elster ‘procuraestudar o modo como esses dois mecanismos interagem ene [5-E consiata que 0 cuso aul dos debates, como era de se esperar, mesmo desviando-se dos processos ideas dia politica deliberativa, € fetado por seus pressuposos. Os ressupostos comunicaciona que peritem regular deliberativamente as contendas esto insituciona- lzados eficazmente em corporag6espariamentares, peritindo que 0 ‘processo democritco file argumentos edeixe vi tna os que S30 (Capazes de produit legitimidade ‘Nem todos os interesses podem ser representados publica mente. Por isso, a esfera piblica das comunicagées politicas — {(destacada por Kant) aliada &expectativa de qu os proponen- tes sto consistentes em seus proferimentos e capazes de exp! car coerentemente as sias propostas ~ exerce uma coergio procedimental saudivel. Nestas condigdes, por exemplo, a ¢a- Tnuflagem de interesses nio justficdveis publicamente através dd argumentos éticos ou morais obriga o proponente a compro- missos que poderao desmascari-lo, na primeira ocasiao, como inconsistente ou forgé-lo a levar em consideracio os interesses dos outtos, se quiser manter a sua credibilidade.”* 27 “O processo de elaborago da constitugio pode esclarecer os dois ‘pos de ats de fala que designare através dos termes argument" ce"negociar Para entender os debates consitucionas. 6s podemos tirarproveito do pensamento de Jurgen Habermas e de Thomas Scheling .. Mesmo que minhas ystragdes se refiram Principalmente as das assembigias constiimees, muito daguilo {gue eter a dizer aplca-se melhor aos legisladores, as comissses © organismos semelhantes”, Elser (1991), 4, 28 Elser (1991), 91-92: "A imparcialidadeé logicamente anterior & {entativa que visa explora (ou &necessidade de respeitla) para Fins auto-imeressados. Isso, porém, no significa que as preocupagdes imparcias sejam muito difundidas. Outros contextos n Estas e outras consideragées semelhantes levam a concluir que as condigdes para uma formagio politica racional da vontade rio devem ser procuradas apenas no nivel individual das m ‘vagSes e decisdes de atoresisolados, mas também no nivel social dos processos insitucionalizados de formagao de opinio e de deliberagao. Estes podem ser considerados como arranjos que influenciam as preferencias dos participantes, pois eles selecio ‘nam os temas, as contribuigoes, as informagbe§ eos arguments, 4e tal modo que somente os que s20 "vélides” conseguem ara vvessar, em caso ideal, filro das negociagdes equitativas e dos discursos ractonais, assumindo importineia para as tomadas de resoluglo, Isso implica uma mudanga de perspectivas: passa-se da teoria daescotha racional para ada teoria do discurso: “Estas Ingttuigdes ~ trata-se da constituigdo americana — foram conce- bidas para desempenhar o papel de virtude ‘oculta’ ou ‘sedimen ‘ada’, tornando intl, até certo ponto, tanto para os governantes como para os governados, 0 exercicio pritico de virtudes,tais como a veracidade, a sabedoria, a razdo, 4 justica ¢ todas os tipos de qualidades morais excepcionais" 2A razio pritica 6 implantada nas formas de comunicagdo e nos processos institu: cionalizados, nio necessitando, pois, incorporar-se exclusiva ou predominantemente nas cabegas de atores coletivos ou singula- res. A pesquisa de Elster oferece sustentagdo para aidéia de que fensiraram-nos que, uma pequena porglo de cooperadores. & Suficiente, no. quadro de uma populagio, para levar todos a comportarse “come se fossem” verdadeiros cooperadores, De modo semelhante, um pequeno grupo de individuos imparcais oder inlcr un grande mer mars impriidad em mado que a norma cposta 8 manifestago de inereses egoistas sera mais fore ns dispostivos pblicos do que no quaro dos debates que se desenrolam a ports Fechadas. Além disso, um dispositive publico encorajarso uso de tengaamentos prévies em nome deprincipios, tendo come eaia de ‘essenfnet partes aac mas apse indo 29°C. Offe © U. K. Preuss. “Democratic Institutions and Moral Resources" in Held (1991), 149, n o nivel dscrsivo das comnicagcs poles observes pode Ser tomado como via medida pars avian eosin da e750 proceimentlzads: Os westados da olen dlratva podem Er entendidos como un poder produto comunicaivamen © dal noe co pt pr de ares go con “fae areogin com © pode adaniseao ue 6° Epona nas isd fnconiios I. Um modelo de cireulagio do poder pol ‘A weoria dos sistemas nfo € levada necessariamente a negar a existéncia dos fendmenos de um poder comunicativo gerado no {terior do complexo parlamentar—nem de uma infiueneisadquitida naesferapiblica politica; contudo suas deserighes desses fendmenos ‘fo de tal tipo que os desmascaram a fortiori como impoténcia do poder comunicativo, Nesta visio o sistema politico pode prescindit {as fontes autdnomas do dreito leitimo, ap6s a positivagdo com- pleta deste dltimo. Isso significa que a pottca, segundo o caminho ‘de outros sistemas funcionais,tomou-se independente, ransforman- ddo-se num circulo de comunicagao fechado em si mesmo. Ligando- se uo sistema do dirit,responsvel pela grant da legalidade, tal politica contingente,apoiada apenas na auto-eferéncia, extra de si ‘mesma tudo de que necessita em termos de legitimagao. Pois a rcessidade de legitimagio pode ser coberta de modo pateralista, tanto nas estrutras de maior densidade organizacional, como nas linhas que ligam © governo e a oposi¢do, na concorrénca entre 08 partidos, e alé na rede subomplexa do pilblico de eletores. Essa ‘imagem luhmanniana da autolegitimacao de uma politica ancorada ro aparelho do Estado comeva a apresentar rachaduras a partir do ‘momentoem que o principio da teoria do sistema éconfrontadocom, 2 farefa de "pensar a teoria do Estado na perspectiva de uma Sociedade eticamnte esponsavel e responsivel pela ica” "A seguir, submetetei a teoria do Estado, de Wilke, que & bastante original, a uma critica imanente (1), afim de desenvol- ver um modelo Sociol6gico adequado a0 conceito de politica Seliberativa (2), 0 30. Wilke (1992), 12, * 1 Em sus floss do dito (8 250256, Hegs aba 3s ‘tas nprante de neta ene soda vl os Siglo do Exo. A tr do dite sore 0 neocrpratvsmo,H Wk ea ameter ese xt hegelan ford por conor, pore dest de sa porta monaco ainha cone dis scrat’ He dosceve a ages comin, mess feds cca de cooremao dao ox pos sugasm {fe era sas cae Est eso, como ras de peeing somos que perme picasa oma Uhr superisoreapetic que manna ide soca global em meso ma coke dx al io pode ma st pe {Etna pel En, Deu ao, Wik segind mann enn fenestra policoqueseiansfomeu num ster paiaen rio a otos sea paca, deviate oar pte de prado cae mcapurde nega a seed como ino. ato lad, ck rented, pela por dos fandcs, 0 Estado com fara co una ines de sume soi Por mas supreenene que pos prcr a expos, gist traps os mis da guna atopic da tea do seme, Segundo ign da tfcrenclago fund de wn soi, 0s Sse pars ierenciaossiorenepadosnonivel asceae Como rt edo Pos, se a secidde dxcentas to pds mas tmmer sur una, também nao poderia mas aprovearse Jo imertoecompleradede sis pats ecaa inde sis abos ti erman de ereciag, Purse ques sce, anos para STutopies, cama para ese boeo sem sda pss ok sts funciona doo limo paso roo 8 atonoma, mvs sen tas epeilzaas propia, gui ops dev vantages ofertas spon aoc dita de ionmage com ambien fra pari dete moment, ods os stars foncona psa Cons se pa inagem da sca les perde odonio ‘Streuiranjage ona, nagual ea posse represent por inose da ona mane nie sola. Ocmenineno forego egies pasa ao como cos utapasad IS egal amar gue ca ser poe sense em ‘log acscistsqeinfigesoutonstens Noha um gar Soa problems nev pr eroded em a ” toralidade possam ser percebidos ¢ claborados. Pos, as linguagens ‘especializaas esgotam de tal maneira a linguagem comum ~ © 08 sistemas funcionais 0 mundo da vida ~ que essa linguagem e esse mundo da vida ndo represeniam mais uma caixa de ressondincia suficentemente complexa para a tematizayio eo tratamento. de problemas que envolvem a sociedade como um todo. Sob essa ‘remissa, nem a esfera pablica politica € capaz de formar essa cain Se ressondncia, pois tanto ela como o piblico de cidadios estio ‘arelados 2 e6digo do poder, devendo satisfazer-secom uma politica simbslica De outro lado, 0 enfraquecimento da capacidade de imegracio significa um desafio para a politica eo dieito, Esse enfraquecimento seproduz, de certa maneira, um chogue que ambos soreram ao perder alegitimidade religiosa. A questo acerca da possibilidade de organi- ‘ago da unidade da sociedade, que no es maisnas mios do Estado, ‘no se coloca mais como uma questo de legitimago imediata. Pois ‘a medida da legitimidade s6 vale, como €sabido, para questes que podem ser decididas poiticamente; nfo pode ser aplicaa problemas a sociedade tomada como um todo. Nio obstante, & obtenk30 rot reir de legitimagao ¢ apravada por problemas deiracionalidade et nivel da sociedade como um todo, uma vez que odireito ea politica assumiram uma especie de garantia por perdas, De qualquer modo, Willke diagnostica 0 retomo de uma problematica de legtimacio, inducida pela insuficiente integragao da sociedade como um todo & {que toma como media uma aciomaliaade do sistema global”. Besta Jegitimagao deve ser conseguida através de processos politicos de sintonia entre diferentes sistemas funcionais, Por conseguine, a visio eocorporativista de Wilke “visa @ configuragdo das relagdes entre sistemas parciais autonomos,interpendentese capaces de agdo, 0s quais nie obedecem mais ao prmado de wna das partes, ner socialmenteintegrativas das comunidades solidras de wm mundo ‘ré-indstria em decadéncia. CF. J. Habermas, Die nachholende Revolution. FrankiarM, 1990, 179-204 tos tinado a controlar a sociedad em seu todo, agindo legitimamente em Seu lugar. Am disso, o poder eomunicativo introduzido paa fins de planejamento da socedade, no gra formas de vida emancipadas. Estas Dodem formar-se na seqiénca de processos de democratzag0, mas lo poem ser prodicidas através de intervengfes exteriors. ‘A autolimitagio da socedade civil nao implica perda de auto- ‘nomia. Alm disso,0 saber elativo a regulago poicaem sociedades ‘complexas constitu uma fonicescassae cobigada, podendotorar-se {onte de um novo patemalismo do ssiema, a administragdo etal ‘io detém 0 monopdlio do saber rlevante necesséro, tendo que extralo do sistema das ciencias ou de outras agéncias. Por isso, a Sociedade civil, apesar de sun posi assimetica em relaga0 is Dossibilidades de mervencio e apesar das limitadas capacidades de claborago, tem a chance de mobilizar um saber allerativo © de Dreparar tradugdes proprias, apoiando-se em avaliagdes técnicas éspeciaizadas. O fo de 0 pico ser composto de leigos e de a ‘comunicago pblica se dar numa linguagem compreensivel a todos, ‘io significa necessariamente umobscureeimento das quesiesessen- ciais ou das razdes que levam a uma decisio, Porém a tecnocracia, ode tomar iss como pretexto paraenfraqueceraatonomia daesfera Pilea uma vez que as inicitivas da sociodade civil no conseguem fomecer um saber especilizado suiciente para regular as quesiGes iscutidas publicarente, nem tradugées adequadas 3. Barcirase estruturas de poder que surgem ‘no interior da esfera pilica Oscconocitos de “esfera pablica politica” ede “sociedade civil”, ue acabames de introduzir, nfo representam apenas postulados ormativos, pos tém referéncias empiricas. No entanto, @ aducio Socioligica falsificdvel do conceito de demnacracia radical, proposto ‘ela teoria do discurso, necessita de outros conceitos. retendo mos ‘tar que asociedade civil pode, em certascircunstincias, ter opinides piblicas priprias,capazes de influenciar o complexo perlamentat(c Ostnibunais),obrigando sistema politico amodiiearorumodo poder oficial. No entanfo, a sociologia da comunicagio de massas€ cetica ‘quanto is possbildades oferecidas pelas esferas piblicas tradicio- nals das democracias ocidentais, dominadas pelo poder e pela Imidia. Movimentos sociais, iniciativas de sujeitos privados € de 106, foros civs,unides potas e outras associagdes, numa pars, 0s agupamentos da sociedad cv so senses 0s problemas, porém ¢esinas qu emiteme os mpulsos que fornecem soem geal, muito ffecos para despertara curto prazo processes de aprendizagem no sistema politico ou para reorientar processs de decisio, Em sociedades complexas, a esfera publica forma uma esratura inermedisia que faz a meviagSo eno sistema politico, de um lado, ecesctorsprivadosdomundoda vite sistemas de orioespeilizades eam termos de fungSes, de outo lado Ela representa uma rede super omplexa que se ramificaespacialmente num sem nimeso de arenas iemacionai,nacienas regina, comunais¢ subeultuas, que se sobrepsemumass us; ss rede se artic obetivamente de acordo om pontos devia funcenas, temas, ciculospalioas ec, asumin- doa forma de esos pblieas mais ou menos especiaizads, prem, finda acessves a um pblico de legos (por exemplo, em esfens pabicas liters, ecleststicas, artistas, feminists, ou anda, esfeas bla “alemativas” da politica de sai, dacincia ede otras; leo, clase diferencia por niveis, de acordo com a densidade a ‘eombnicao, da complexidade erganizacioal edo aca, fomndo| ‘és tipos de esfera ptiblica: esfera publica episddica (bares, cafés, ‘encontos na ra) esfeapilica da preseng organiza encores de Pais, ptiblico que freqiienta 0 teatro, concertos de Rock, reunides de aridos ou congessos de igrejs) eesera pica abtra,prdrida Fela midi (letors,ouvinles © espectadores singular eexphados Boalt) Apesr dessa diferenciagbes, sesteraspblcaspariai, ‘onsitidas craves da inguagem comurn orinia, So por, per ritindo uma igago entre eas. Lites soci intros decompéetn 0 texto "da" esfem poblic, que se estende radialmente em todas 3 dlreebes,sendo ransnta de modo continuo, em inderos peqenes textos, par os quais tudo 0 mais serve de context; paren sempre existe posibilidade de ang ma pone hermentuticaenze um X10 © outro. Além disso, esferas piiblicas parciais constituem-se com 0. ‘anode mecanismes de exlissos com, port, fers pubes no adem efislizr se na forma de organizagbes u sites, So exe ‘enum rega de excluso sem causa de suspensio ‘Nout lav no interior da eter publica goal, detinida través do su relago com o sistema polite, as fone 10 slo rgidas em principio. Os direitos 2 incluso e 2 igualdade ilimitada, eenbutios em esferas pleas iberai impederm mecanismas de or cexclusio do tipo foucautiano e fundamentam um potencial de auto- transformagio, No decorer des séeulos XIX € XX. 05 discursos _niversalistas da esferapblica burguesa no conseguiram imuniza-se contra uma erica ofunda dentro dela mesma. O rovimento dos ‘rablhadores eo feminismo, por exemplo,retomaram esses discursos, fim de romper as estruturas que cles tinham constitu iniciakmente como“ out” de uma esfera publica burgess ‘Ora, quanto mais o pablico for unido atavés dos meios de ccomunicago de masse inluir todos os membros de uma sociedad nacional oat todos os contemporaneos,o que transformaria numa figura abstata, tanto mais nitda sera diferenciagao entre es papeis dos atores que se apresentam nas arenas dos expectaores que Se fencontram na galeria, Mesto sabendo que o"'sucesso desses afore & ‘eeidido, em tltima instanca, nas galas", convém saber até que Ponto as tomadas de posigao em termos de sim/ndo do pablico so uttinomas- se elas refletem apenas um processo de convencimento ‘ovantes uma proceso de pode, mais ou menos camuflado. A grande ‘quantdade de pesquisas empirias no permite uma respostaconcl- sivaaaessa questo cardinal Noentanto, épossivel, ao menos, precisar A questao quando se parte da ida de que os process pblicos de ‘comunicario $80 tanto mas isenios de distorgdes quanto mais estive- rementregues a uma sociedad civil oriunda do mundo da vida. Pode-s tentar fazer uma distingao entre ates que surgem “do” pbc, sem grande poder organizacioal lowes que disper nate ralmente do poder de organiza, defontese de potenciais de ame. E verdade que os stores que se ancoram mais fortemente na sociedad civil dependem do apoio de “protetores” que aranjam a fontesneces- sériasertermosde hero, de organizaco, de saber de capital social ‘Todavia, os proctors “que compartifham as mesma iéias” no _rejuicam ipso facto a neutralidade das eapacidaces dos ules. Os ‘ores coletivs, ao contri, que iflueneiam aesfera pblica a parie de um sistema de ago expecfiado funcionalmente, apiam-se numa ‘hae propria Ente esses aloes polities e acai, que no necessiam ‘obter suas fortes de outros dominios, eu conto, em primera linha, os {61 Habermas (1990), 15-20 (62 Gerhards, Neidhard (1990), 27 to pidos extabeleidos,amplamene esatzaos, ¢ as grandes orga. ages de inereses dates de poder social; elas sevemse dis “apencias de obserac", da pesquisa da opin e do. mercado, earcendo por si masaas um tabalho profksonal nd ambi da esfera_publica ‘Nocriano, acomplxidae organizaciona, sores a roisso- talizago, eno basa por si mesmas para eabelecet a ditngdo entre ares nativs”eatnesapovetadres. Pos os nese repre Senlades no indian por si mesos a oigem dos atoes. Port, einem outs indicadores mais confves. Hesse distinguem pelo todo de idenificaggo. Exisem atores que poser se ientiicados como partidos polions cu eomo orgnizaes econdmicas, cm representantes de prupesproisonais, de asaciagtes protetores dos inguines, te, 26 paso que cut tipo de aloes tem que proc Primero as castersicas qe os identifica. Isso pode ser constatado €aramente em movimentes soils que aravesam inlet uma fase de auto-dentificago ede autolegstagao que também vale para does da sociedae civil ger) masta eles conimsam aexcreet ‘ma “identi poles praela is suas poiticaspragmaices- pois, eles ém que certifica se, a.caa asso de sa identade Para saber se os ares contentam em wilizar uma esfer abla constitu ov Septem aivanente naeprodugao das suas ert, ncessiro servar Se cles So senses as ameagas que envoler os dito de comunicagio,e sesso dispostos air alem da defesa dos prprios fnteresses,evantando bareies conta formas camufladas ov escacs- ras deexchsaoederepeso de minora de groposmurginalizaos. Paras movimentos cca ¢ queso de vida ou more a posible <4 encontrar formes sida de organizago ¢eserss plea que permitem esgoar e gicalizar direitos e estas comunicacionas| exientes ‘Um ecto grupo ¢formado por repérere qu coletaminfor- mages, decidem sobre escola ea presenta dos “programas ‘ontrolando de ceria forma oacesso dos temas, das cotribuiges € ‘os autores & exer pie dominada pela midi. A erescente com Dlexidae da midiae o aumento do capa acaetar uma centraliza- €8o dos meios de comunicagGo. Na mesma proparo, os meios de 63. Cohten, Arato (1992), 492-563 comunicago de massa fieamexpostosaumacrescenepressioseetva, tanto do lado da oferta como da procura. Ess processs de selegio tornam-se fonte de uma nova espe de poder ou poder da mia, 0 ‘qual no € contolado sufcientemente pels erittios profssonas, Porém, se comega a sulbmeter esse “quarto poder” a uma regalo jaca. Na Repdbica Federal da Aleman, por exemplo, a forma de ‘rganizagio juridiea ea ancoragem insitucional decidem 3 0 cana detelevsao dever abri-se mais influncia de partidos eassoxiagtes (0 8 de fimas privadas que possvem grande verba publica. Em gen éposivel dizer que imagem da politica consrudapelatelevisio ompde-se de temas € coninbuigSes que j foram produzios para publicidade e langados pela através de conferéncss, eslaecimentcs, Eampanhas, ec. Os produtores da informago impoem-se na esfera pblica através de scuproissionalismo, qualidade técnica eapresentagao pessoal. Ao passo que os aor’ coetivs, que operum fora do sistema polfico ou fora ds oganizagiessocaiseasocigbest&m normale mens chaneesdeinlenciar contd tomas posto dos grandes meio, Iso vale especialmente pra opinibes que exrapolam oleque de copinides da grande midiacltronica, “equa, pouco fexve © limita cent icant "Antes de STEM Posts n0 at, as mensagens sGo submetidas ‘esrtigias de elaboragio da informagao, & guais se onestarn pelas ‘ondigdes de recep dials pelos éenicos em pubicidade. Edako que a “spon de ooepy, capaci cognitive aleng20 do pubic const- tue uma fone extemarenieescasa, que é alvo ds programas cone reese vis "emissorsapresenigin de nods ecomentros segue ‘consehosereceitas dos espiasasem propaganda. A personalizaca das ‘pests cbjetvas, amisura nr informa cenieenimento,aesbors ‘Go episiea ea Fragmentagao de contexts formam uma sidrome que Fromove a despeliizaio da comunicaxa ple. Es € 0 verdadero 64M, Kaase."Massenkommunikation und politischer Prozess” nM. Kaase, W. Schulz (ed) Massenkommunikation. KZISS 30, 1989, o7-tit, {65 Ess afirmagio vale, em primeira linha, para. os meioseletrOnicos ‘mais usados por um amplo publico; pare a imprensa e outros meios cla tem que ser qualificada, no ricco da teoria da industria cultura. A bibliografia da pesquisa ‘conter informagGes mais ou menos conve sobre o quad insitucio- nal, @ estuire, 0 modo de trblhar, a formagso dos programs © 0 aproveiamerto dos meios; prt, as afimagies sabe 0 ets dos -meios sind no sio segura, apesar do tempo que jf tanscoreu aps ard, Contd, pes deep des feos conezia R. Drcier. "Widertandsrecht im Rechisstat?™ nid. Recht - Stag ~ Vermunf. FrankfuryM., 1991 39-72: Th Laker. Ziler Ungehorsam. Baden-Baden, 1986. das limitagdesestruurasinerentesauto-organizacio dacomunidade juriica em sua sociedade 5. Sinese dos elementos a serem levados ‘em conta pelo sistem jurico A reconstruct revelou que 0s direitos fundamentas eos prin- roma da vida piv, seca io Toralecer a0 meso empO. 3 posi das ules na esferm publi polic, promovendo 8 su Farcipagioem comuncajbes pli: as quais poner er os aypocosrelevares par i posi de igual. Po er tomidoconscinca deve nxo cea autonomiapavale a pica Oe Fv mae era cn 9 al ica rcnada pra sucesos insrumetas, de cao pa: 0 Expl o pes qo o enna aul ent oles 0 ea sos eenosfomadoresdaconsincn, drivados do pepo proceso pullin, Segundo esta compeensao procera aconcretiz io ere onan coun pos te orate Stuononia privada de nets proud gute om dts porém em fama om at de toa ea ad aga uo nose cn, poem com os ojos deur Fa sex noes ra pastes deca serconebidade no arin ou den deur cal Suis douteo sob ood ermine mea ta mada cos De oo lio, compeeio proce Ch ei bre uma perspec paraa nega dorm da sta ettievel aque agora: "Memo que nao passanos sera prio Como sera socedade oa, nis sibeos nado gue ose sobre que ela na ser, para esbelcer um progr dea, No sera ton soctedae co grinds dsparidades ete os sets guato a Stans poverewpraneconOmica. Ne ona sociedad ue nt Ieee dames riareprad gee a pobre vile iusia rach. que eros eres steer cn cnt neces art: Fone, € 0 € Jndomertl no send tna sociedad que recs mua de es ‘membros pode swstnc de defini sa existe conan. Para Cirangertasoseupcenaofomnianotonquesitonaranavico hen rprevegapenscomas relies herve mers tras tombe com as rade ene ox amen een a heres, Cnlimento a favor da lade etre Se he ez Nacer 0 16 ‘movimento das mulheres, & necessdria, porém no sufciente para Gaprimir 08 valores bdsicos dese moines” IL, Crise do Estado de direito e compreensio procedimentalista do direito Até aqui, discutio paradigma procedimental do direito tendo em vista realizagio de certos direitos: no entanto a nova compreensio do iretoatinge também, inclusive em primeira linha, o problema relative Aconsiugao do Estado democrtico de dreto em saciedades compe ‘xs, Pademos averiguar que pessagem para o mexelo do Estado social se mpl, porqueos direitos subjeivos podem ser lesados, no somente aaravés de intervengbesilegais, mas também através da omissio da administra. A mudanga estrtural da sociedade pos 1 mostra 0 conto juridico objetivo inerente a dreto gera a lberdades iguais, E isso ni coloea em jogo novos pontos de vista normativos: "Des ccobriu-se que a concepyiio que determina 0 paradigma do direito formal ~ segundo a qual somente a justia individuaista€ capaz de ‘assequrar solidariedade socal e somentea liberdade contratual pode ‘garantir una protegdo efieu:¢ just da confianga ~ éinsustentével Por isso, 0 fo de mais obrigagdes posiivas se acrescentarem aos direitos negatvos destinados a impedir certasintervengdes abusivas ido implica wma mudana profiad na dea de wn dreto apoiade ‘no principio da reciprocidade”.* Porém mudou 0 efeito ambiva- lente dos novos direitos que definem as prestagbes devidas 0s usuros. Pois estes conseguiram fortalecer inequivocamente um configuragdo auténoma e privada da vida, na medida em que os prOprios beneficidrios nio'se contentam em gozar dis prestagdes ‘garantidas de modo patemnalista, engajando-se na interpretacao dos {ritrios segundo os quais possive estabelecer a igualdadejuridiea face & desigualdades de fato, Nurn nivel absirato, essa condigdo & preenchida através da legitimagao demoeritica do legislador e da 65 Rhode, (1989), 317, 66K. Ginter. “Der Wandel der Statsaufgaben und die Krive des -gulatven Rechts”, nD. Grune.) Wachsende taarcafeaben “sinkende Stuerungsfihigheit des Rechts, Bade Bade, 1990, 62 170 divisio de prises no Exado de dit. Todavin, bi exemplos oncets, especialmente na ea das pocas de gala fen mists, que colocam cm divida uma repost to simples. Com 0 {rescieto e aman qualitatva das taras do Estado, msi nezessida depo; ano mao dito tomaocoms eo de regulagio police dextran sei, ato mor € 0 peso de legtimagio ase cargado pela geese democrtes do dco. ‘Os programas poiticos do egsadoe sempre farconarar como cans atves cds ua ones conertonepntos de vista ele Ties iran para onto, pio diet eal burguesteve {he airs pra fin cole, ts como a pola mia eal FEetanto, a penceugan de ins coltivestve qe subrdinase & fang propia do deo, Sto € 3 narmatzago de expcatvas de omportment, etal modo que posvelimespreaapolicacomD fealleaio de deo. Tal exineia ale tandem parm ss decisis Coetivamente impostivas de um Exado atvo gue tent replar processor soit tvindose dos mon do diet, Sea plia se Serie da forma do dito para qualquer rip de fs. desta 8 Fangio propa do dre fra a conde de cig J dco ¢ do poser politi. No Esto social o deta no pve seem Tole pos nesteecoa tendo en atid evade, que he Evnerei, bom coma nooatvidade do det, se enim" ret mas patent done, porn emo toa fe preseeve para a polit a conics de procediento que temique evarem conta pra dapordo ret Ag consiodo que tena neolcralsme a ifagds impos pola pla for [odireostodetipoeatturah io Jeti quanto. A quantile te programas polices pode inelosve,sobrecaregar 0 med 80 Airco, quando roceso polio fre condgies precedents ddenenatzagoes etm. diferencias nos pnsps do Exo de fire, em ima nsncia quando tinge opocessodemoertic da ‘stro politic attnoma do stra dedireton, ois paid Tomento et que se cram polficis que mio obelecem fas Comuiges da gneve democitca do direito,perdem-se os ciéres Que permit aval las normativament, Pos na implatagao es programas ena medidas de efetvidade copaes de edit 67 Gasther, in Grit, (1990, 57 ‘© emprego do poder administrative, as quai substtuem medidas de Tegitimidade da regula jridia, De fat, esse perigo parece crescer {quando as taefas do Estado se ampliam, A partir desse momento, 0 direito instramentalizado para fins politicos, 6 sgambarcado por um sistema administrativo independentee degradado A condigio de meio ene outros mgjosaptosa resolver unicamente problemas de integra ‘fo funcional Sob essa premissa, “a diferengacategorial de ambas ‘asmedidas ndo édesenvolvida porém reintepretada empiricament, ‘A formasio politica lettima da opiniao ¢ da vontade, bem como a implantagdo eficiente, sdo concebidas como duas possbilidades anélogas de modiicaes hymn sucedidas da esraura social aires de planejamento politico”: Problemas de legitimagdo nio se colocam somente quando as regulagées do Estado sio ineficientes. A auséncia de legiimagao tambeém pode esultar de uma perturbagio da génese democrética do dirt, independentemente do modo como problemas desse tipo se relacionam com problemas de regula;0 n30 resolvidos. Quem con- sideraos problemas de leitimagio como simples varivels depend: tentes dos problemas de regulagao esti parindo da premissa fsa, ‘segundo a qual odieito mobilizado pelo Estado do bem-estar social esti entregue, sem eriérios, 2 compatibilizagio entre orientagdes ‘alorativasaleatGris e concortentes ene si. Ora, estaimagem result de uma compreensio paradigmtica errnea do direito. Porter um conteido descritive, tal concepgaorevela uma confusto que pode ser cesclarcida luz dacompreensio procedimentalistadodireito:a partir ‘do momento em que as medidas se tornam contingents, manifesta ‘odesenraizamento dodircito regulative, qual eafasta cada vez mais do terreno da normatizayio legitima. Pois tas medidas tém que Formar-se nos foros pblicos, onde € possivel tematizar experiéneias Diogrificas da wepressio e do desprezo. Quanto mais a formagao instiucionalizada da opiniao e da vontade perde 0 contato com um {68 Alguns dos dise/plos do positivismo legal democritico da era de ‘Weimar no eram imunes a esse modo de ver de um legislador Jo Estado social indiferente ao sentido noematvo prio da forma JO ireito 68 Ginter, in Grimm, (1990), 65 so de Tivre aticulagio das necessdades, tanto mais ela sente pecessidade de parimetos, os quais ela no pode produzir por si mesma. Entio a daltica ene igualdade de dieito ede fato recai 30 fivel de uma segunda natureza; ela passa a ser regulada por eitrios {que resultam dos processos de adaptacio de uma administrazio que ‘Se programa a si mesma, As instancias estatas que instrumentalizam Gireitos para realizar fins coletivos tomam-se auténomas, entrando fnuma pareeria com seus clientes mais poderosos e formando uma sxdminisirac0 de bens coltivos, sem subordinaraescolha dos fins a0 projet de realizago de direitos inalienives. Hojcem diag impossvel desconhecer tas tendéncis que levam a autonomizagio do poder ilegtimo. Enietanto, a descrigao dessas tendéncias, que registra solapamento do Estado de dreto tido como conseqiéncia inevitivel de mudancss estruturais no Estado © na Sociedade, tem que ser tida come problematica: 1) Em primeiro agar, fu gostaria de lembrar opinides ja conhecidas sobre a crise do Estado Ge direto e abordar a compreensio que serve de pano de fundo & ‘opinido funcionalista, que empresta um tom fatalist 0s diagndsticos desta crise. 2) A seguir, eu tento esclaecer a diagnosticada“perda de validade da consttuigio” & luz do paradigma procedimentalista do direito, 3) Finalizo com uma breve observagio sobre o sentido do “projeto” de uma comunidade jurdiea que se organiza a si mesma 1 Opinii sobre a crise do Estado de dreito (Opivé da ual entica ao dirt, num Estado sobrecamregado com ‘areas qualitativamente novas e quantiativamente maioes, esume-Se dois pontos: ale parlamenta perde cadaver mais sevefeitoimpositivo © 0 principio da sepygpeio dos poderes core perigo, Enguanto a ‘administra clisiea”” podia concenturse em tarefes de ordenag a0 ddeumasociedae ccondmica, enregue dauto-regulagaoecondmica,ela 56 devia intervir, em principio, quando a ordem garantida pelo Estado de direio e pelo direto consiucional fosse perturbaca. A lei geral © abstraa, que tra fats tipicos em conceitosjuticasdeteriados © os associa a conseqlncas jurdicas claramente defnidss, tina sido 70D. Grimm, Recht und Saar der birgerlichen Gesellchaf Frank rurdM., 1987, conbida em fang dese cases ois 0 sentido da ond urdica onsisaem protege alten reads pesos connie, Ipulsos el exes inlaencia sobre oCsoque de argomentos rormtivos,porem sem intengao de conguistr partes Jo Sistema police. através dos canats de eles geras ¢ Je formas de paricipagao especiican, as diferentes formas de pinto pablica Convertemsse em poder comunicativo, © qual exetce um duplo efeito: s) de autoriagso s9bre @ IEgislador,« ) de lesitimagao sobre a admimistag regula tvs 0 paso que acrfiea do eto, mobirada pblicamen te impoe obrisugdes de fundementagZo mas grossa una Jestgtengajda no desenvolvimento do dich. Seren que tulmente sedge conta extaizagdo dos partidos pottcns visarem primero ug ume pris uc frstrumenatiza a concoencia ene os iferemtes programas que fusca asentnento do pic de elres part is de eer tumento de pesots © pars dsrivigao dos carson. Tratase de timadtfereniogtnsctoal ene dus funges, qos partidos tsrumem:apoados ern bogs nares. Engantoesisadoes a opin pia els sto hamados a coaborar a formaqao a NEntate'polica e'na edayao poiies (com 2 fiaidade de tia sean pas exer osu pope ven cat aquinas de erste ees faze sees de Peso eva ros de ders para 0 ssenapoltica, Ess ds fngbies se ESnunditam na nedia om que os proprios partidos setae ara em componenies dese sktma Pos a perpectiva dos {dtcmtres de pve adminsratvoos partidos sme se poder {epricipgto comose one una fn de regulagio econ Tana cle publica pola coro urn ambiente do qual ces Exiaenr a eae ds asas, © pblico dos eiaon vera er reconeser-se a pss dos Euias dos patios democrt- Ere no nade um hele da aminstaga, Exes pies vera Aininguirse pelo efrgo em interpreta adequaamente a neces Sides, em ecole ergs elvan em dsctevercoretaete {sprobiemas em propor solugtesmehores para o problems. oq cnr deta no eine rete a upeiordos detenfores do poder séminsatv. 2 poiica Sruard tend sua aa ail Pte to Esta dete tio de di, id como s morada de ums comnidade urd wT a ue sori mesa, agaggmbico de una sberaia ld elo sco pennanere wo 3. Consideragao sobre o sentido do “projeto” de uma comunidade juridica que se organiza asi mesma Nis condies do pensmento pds metisin que represent tal mente a nicaallemativaconvincene~apesardosfundamerialisposque ‘eager peas provocaas pla modemiza ~ 0 Fao perde ua substinca Sara Ora, 0 proceso de secularzaao das bases espiitis do poder do estado safe de defcéncias que preci sr compensa, _nravés de uma democratizagio progressiva, para qe o Exo de dito ‘lo verhaa comerpeig,Poderiamaxencontar mais evidencaser favor desta ese se adtiseros a perspctva da orem internacional de uma Sociedade mundial. AS leptimagtes apeserass pelos alias para desencackar a guea do Goo confimam a desnacionalizaio cece dh direto imemacional Nese proceso, refleerse tendncas qe ‘sama dissoluo da soberania dos Eados nacionas a quai poderiam Sinalizr ni de uma nova order mung univers, sob o Sgn de uma emergent esfera publica mundial Ee tivermos em cork a rnc dos problemas ctadosopefciossondopasadeumasimpis csferananascda do dsespero! “Todo aguele que tenta enfrentar as perspecivas reformist, servindo-e apenas dos argumentos vials que destacam a comple “idade, confundelgitimidade com efciéeiae desconhoce ofalo de due as insituigdes do Estado de direito nao vist simplesmente reduzir a compexidade, mas procuram manté-a saves de uma conirateguagao, a im de estabilizar a tensSo que se nstaura ent facticidade Validade. De outro lado, as consequéneias que extra 89. U- Radel desenvolve este pensameno, spoiando-se em. Lefo. Cf in U. Rede, G. Frankenberg, H. Dubiel. Die demolratsche Frage FrankfuruM,, 1989, 8356; ct. também U. Rodel (ed). Autonome Geselschajt und lberire Demokrate, FrokfurlM,, 199. 90 J. Habermas. Vergangeneit als Zulu. Zuigue, 1991, ss STR. Knieper. Narionale Sowerdnitat. Versuch aber Ende und Anfang einer Weliordnung, FrankfurdM., 1991, do poratigna procedimentlisa do dito lize pra. acompren- Sod “rs J Estado de i” no sto orginal Mesmo si sce camino peat que cents endcis deforma, que ainda seus ov qu form arovadassdguram uma cena eneéneia. Se “ulopa” Go nome do projto al qu configura us fra. vida conereta, ent a constitugl,enendida como um pro, no é wma utopia soc, nem um subs para el. Poms faides, exe prjeto €"o condo da wopia que estabelece wna tae ene nso colt e nioréna sear, sine rand sao congue a cede ee tua eapecidade de influr sobre si mesma ares de procesos Seah ctonste silent cent’ 20 ra define consul” como sendo a insta dum proceso de fprezage fel, raves do ual Una sociedad ene, pss & sso sana inapaldae pra una ater noma imi sciedade € cond a pari do momento em qe for ea de conrontarseconigomexnaem firma intincionts adequadas em procegosnormatvos de adapt, de rena ede aud ‘omecia" NO padigma procetimentl singe sede concote- {25 no apenas por serena no seid de "aro" o "pobre de Sow Posasonénccveneer piper ‘le potos de referencia extemamene foes, 3 uz ds quis, 0 Process democtauco ea ezag do sitena de dies adguem {ina imporin i instad Em sociedaescompletas, a fonts mas cscassn so a protiviade de wn economia organiza pla conoisdemereao, nen a copactdade deep da adr cio publica O qucimpora prestrar 6, anes de tio, asodriedade Sci em vias Je dopa ea ones do ello da nature, im vis deesgotaent. Or, a fergas da soldaredae social eon temporineasé poem er recreadss auras das rcs de aloe termina connate (O pojto de edz Jo dito, que se refer scones de funcionamert de nessa siete, porno de una soiedade que Surg em denna crcnsinia sis, no pode ser mets: 92 Preuss, (1990), 64 93. Prevss, (1990), 73. ‘mente formal. Todavia,divergindo do paradigm liberal e do Eso social este paradigina do direito no antecipa mais um determinate deal de soiedade, nem ura determinada visio de vida boa ou de ura \determinada ope politica, Poisele ¢ formal no sentido de que apenas formula as condigées necesséras segundo a8 quais 0s sujetos do eit podem, enguanto cidadaos, entender-se entre si para descobnt (9s seus problems e 0 modo de solucioné-los. Evidentemente, 0 paradigma procedimentl do direito nutre a expectativa de poser Influencia, no somente a autocompreenso das elites que operam 0 Jireito na qualidade de especialisas, mas também a de todos os atngidos, Eta expectativa da teoria do discusa, ao contri do que ‘se afirma muita vezes,ndo visa a doutsinago, nem € ttalitra,Pois © novo paradigma submete-se as condigdes da discusso continua, euja formulagio € a seguinte: na medida em que ele conseguisse cunhar o horizante da pré-compreensio de todos 0 que participam, {de algum modo e a sua maneira, da intespretagio da constituig0. tod transformagaoist6rica docontextosocial poderiaserentenditacomo tum desafio para um reexame da compreensio paradigmastica do direito, Esta compreensio, como als 0 proprio Estado de diteto conservaum niicleo dogmkico, ou sea, aidéiadaautonomia, segundo 4 qual os homens agem como sujitos livres na medida em que ‘edecem as leis que eles mesmos estabeleceram, servindo.se de ogdes adquiridas num processointersubjetivo, Contudo, esta dia é "dogmatca” num sentido sui generis, se expressa uma tensioentre facticidadee validade,aqual raves daestrtura Iingitstica das formas de vida sGeio-culturais, as quals nds, que formamos nossa identidade em seu seio, no posemos eludi ESTUDOS PRELIMINARES E COMPLEMENTOS: I DIREITO E MORAL (Tanner Lectures 1986)* Primeira aula: como é possvel a legitimidade através da legalidade? Max Weber interpreta as ondens estas das societies oidentais modems como dewdobramentos da “ominago legal”. Porgue a si Jegtimiade depende da fé ma lgalidade do exercci do peer. Segundo le, a deminago legal aduire ur carter raion, pois ana legac das orders prescritase na competéncia dos que foram chamads aexercer ‘poder nose confide simplesmenie com a fEna ratio ou nocaisma, ‘umavezqueelatemavercomaraconaldade quehabitanaformadodieito ‘que letima o poder exerci nas formas legis" Esta tse desencakeou irande discuss. E, durante o seu desenroar, Max Weber inhi m teneeito postvista do disto, egundo o qual dito € aquilo que © Tegisladr,dernoeraicament egitmado ou nio,esabelece como diet, seguindo um procs insituionalizao jurticamente. Sob esa pris, a fora egtimadra forma juridica no derive um pessivel parentesoo ‘coma mera, so significaqueo dito modemo temquelestimar opoder ‘exercido conforme o dren, apoiando-s exclsivamente ern qualities formas preps Epa fundmentaresraconalidade nose pode pela ama rio prtca no seni de Kant ca de Aris Is signi, par ‘Weber, que oreo dpe de urn racionaide propria. ue nao depend damon. Aos seus obs, aconfuso ere morale drei pode, inclusive, calocar em 360 a racionalidade do detoe, com isso, 0 fundammento 1 Max Weber, Wirtschaft und Gesellschaft, Coléni 1964, Cap. I, 2, 160s * Tragugdoinglesan The Tanner Lectures om Human Values, Vol VIM, Salt Lake City, 1988, 217-280 193 da logiimidade da dominagio legal. Segundo ele, todas as conten fes conlemporaness que “materilizam” o dirito formal burguds so vias desia morlizagio fal Hojecmdltestemandamentoum debate sobre” juridificaso ‘qual toma como ponto de pari o digniésico weberiano? Por sso, eu gostaria de retomar esse context, a fim de desenvolver minhas cconsideragdes sobre 0 dlicito ea moral, abordando os seguintes pontos: 1) Em primeiro lugar, reconlarei a concepgo weberiana acerca ds matenalizayio do direito, aime elaborar as idéias moras ‘mplictas, que ndo se concliam com o seu ceticismo em valores. Ii) Numa segunda parte, abordarei ués posigSes que se estacam no debate que se desenrolaatualmente na Aleman sobre ‘atransformagio das formas do direto, a fim de aglutina argumentos _mais apropriados ao coneeito de racionalidade do direito. II) Fina: ‘mente, desenvolvereiresumidamente ese, segundoa qual alegalidade tem que extra sua legiimidade de uma raciOnalidade procodimentat om teor moral, Esta racionalidade resulta de um entrelagamento entee oistiposde “ processos”, pois arzumentaySes morais so insitucione lizadascom o suxio de mos jurdicos, Contudo, apesar de seu cater normativo,minhas abordagensndo pretendem configurarumaooriado direito, sim ume teoria da sociedad 1. O conceito weberiano de racionalidade do direito 1 s provessos de juridilicago, tipicos do atual Estado soci sivalem, de ena forma, & mailizai do drito formal burps, sss tendéneias podem ser desritas como “materalizagao" ‘quando se toma como ponto de parida a compreensio formalisia do direito que se impos na Alemanha através da jurispradéocia © da ‘igncia das pandectas. Weber explicaasqualidades formais do die to, nitidamente sublinhadas nesta tradi, como resultado do trabalho dogmtico dourinirio de especalsts em direito com for- ‘mago académica. Os espevialsas em dircto velamn por um “forma- Tismo do direto” em rs aspetos: Em primeieoluga,aesrurag 30 Weber, (1964), 648 le, Grenzen, 5G, Teubner, "Verrechlichung ~ Begrife, Meskmal, ‘Auswoge", in Kubler, (1984), 289s (ed). Dilemmas of Law in the Welfare State. Bevim, 1986. ws sistemstica de um corpus de proposes juridicas laramente anali- sadas eoloca 2s normas vigentes numa orem visivel e conrolvel. Em segundo lugar a forma da lei abstratae geral no configurada para contextos puniculares especiais, nem drigida a destinarios ‘determinados,confere ao sistema de direitos uma estrtura uniform E,em tereiro lugar, a vinculaglo da justia e da administragao & le ‘rant uma apicago ponderada econforme ao processo, bem como ‘uma implementagdo confidvel dessas leis. A. partir dai, € possvel entender os desvios em relago aesse modelo liberal como perda das, (qualidases formais do direito. A tendncia 3 jurdifieagio, inerene 20 Exiado social, toma insustentivel, no somente a imagem clssiea do sistema do dieito privado, como também a idéia de uma soparasio clara entre direito privado e piblico,excluindo também a hierarquia ‘entre norma fundamental e simples le. Cai por terra também a fiosio de um sistema juridico bem ondenado, E a unidade das norms do dlireito em seu todo s6 pode ser percebida, caso a caso, por uma pré-compreenso econ, gu or principio, aqua no es ‘bjetivada enquanto tal, no texto da lei E, de fato, programas finalisticos, orientados pelas consequncias, reprimem forms {uriicas que se orientam pelaregra,na medida em que anormatizagio ‘do dreito programa intervengées politicas na sociedade,cujos efeitos no podem ser previstoscom facilidade, Nao somentefalosconerets, _mas também objetivos abstratos podem adotar a linguagem da lei; ¢ caratersticas que antes eram exterioes 0 direto so assumidas cada ‘vez mais nas determinactes juriicas. Finalmente, esse "aumento da importincia da fnalidade no direito” (ering) afouxaaligagio legal centre a justga e a administragéo, ta antentormente como evidente (Os tribunaistém que trabalhar com eliusulas geras e, a0 mesmo ‘tempo, fazer jus ao maior gra de varia de contextos, bem como 3 maior interdependéncia de proposigdesjuridicassubordinadas. Algo ‘semelhante vale também para uma prtica administrativa “situa “Antigamente, quando as qualidades formais do dieito se cara- ‘erizavam pela sisiematizagio do corpo juridico, pela forma da lei abstrataegeral e pelo processosestritos que lmitavam os juizos dos {uizes ¢ funciondrios, essa visio era obtida gracas a uma forte esl. zag, pontm as transformagées do Sistema juriico,surgidas com 0 6 Teubner, (1984), 3005, 196 ‘Estado social, estremeceram aulocompreensio liberal do direito formal. Nesta medida, € possivel falar, em sentido desentivo, de ‘uma “materalizagao” do direito. Para aribair a esta expressio um sentido critico, Max Weber estabeleceu duas relagies esclaece- doras: a) a racionalidade do direito esté fundamentada nas suas ‘qualidades formais; b) a materilizagdo configura uma moraliza- ‘io do direto, ito €, a inrodugio de pontos de_vista da justiga material no diteito positive. Disso resultou a afirmagao critica, segundo a qual o estabelecimento de um nexo interno ence dircto © moral desisi a racionalidace que habita no medium do dirito enquant tl 2 Esta idsia pressupie que as qualidades formais do diteito, que “Max Weber toa de empréstimo &compreensioformalistado direito, ‘io "racionais” num sentido rigorosamente neutro do ponto de vista ‘moral Convérn, pois, eoordar os és signifieads que Weber confere 0 termo “racional”) Em primeira lugar, ele pate de umn conceito amplo de ténica, ue incluto sentido de técnica de oragio, de pintura, de educaga0, ete, ‘fim de mostrar que aquilo que em geral segue uma regra importante para uma certa racionalidade do agir. Padres de comportamento tonfiavelmente reproduziveis podem ser previsos.E, quando se trata ‘de regrastSenicus eperfectiveis da daminagao da nature7a¢ do material, ‘a racionalidade geval de regras assume 0 significado mais esrito de ‘acionalidade instrumental. Fm segundo lugar, Weber falaem raciona Tidade de fins, quando no se trata mais da aplicago regula de meios, mas da selegao de fins, tendo em vista valores dads preiminarmente ‘Sob este aspecto, uma ago pode se racional na meidaem que ndofor| ‘comandada por afetos cegos ou por tradigdesnatvas. Para Weber. &s ‘orientagdes valorativas sio preferéncias dotadas de conteido, que Se ‘orienta pra valores materia, precedendio as decstes de ujeitos que ‘agem em tenmos de racionalidade inalistica, no sendo posse! funda ment las. Umexemplo disso pode ser enconirao nos interes partic 7 J. Habermas. Theorie des kommuniariven Handel, FrankfurdM., 1981, Vol 1, 239s wr lares que 08 sujeitos. do. dreito prado defendem no intercimbio econo. Em terceira lugar, Weber também considera racionais os resultados do trabalho intelectual de especialists, os quaisenfrentam, _naliicamente os sistemas simbstics trticionas, as como, porexem- plo, ascosmovistiesrelgiosas, as idéiasmocasejrdicas. Tas telizagdes ‘ditinseias so expresso de um pensamento cienifico-meréico, que tomam o saber ensindvel mais complexo e especific. “Tendocm vista aracionaldade daregra,araciondidae daescolha ‘earacionalidade cient. squads formaisdo dieto,acimacitadss, podem ser descias como “acionas” num sentido moralimenteneuto (Ora, estruuragdo sistemitica do compo do dirito depende: a) da racionelade cientifica de especialias; b) de eis pablcas, astra © gers que asseguram espagos de autonomia priv paraabuscaracional ~emtermosde fins de interessessubjetivos;c) da insitucionalizago de processes para o empeego esto ca implementago Gesss les posibi- Jitandoa ligagio, conform arepras, potato caluvel, entre ages Flos conseqhncis jurdieas, especiamente nos negécios organizaos no Ambito do direto pivado. Por conseguinte, a racionalidae do direto oral burguds drwaria de tr tipo de qualidaes formas. Porém no temos certeza se esses aspecos da raconalidade So realmente capazes de conferr forgalegitimadora 2 legalidade de um poder exercido conform o direto! ‘Um olharlangado sobre o movimento dos operrios na Europa © sobre as lutas de classes no século XIX ensina que as ordens polities {que mais se aproximavam dos modelos de um poder racionalizado em termes do dirito formal nao rar tidascomoleitimas— ano se elas ‘amas mas privlegiadas da Sociedade e por seus idelogos liberi. ‘Aluz de uma rica liberal e de uma avaligo mais detda, a egitim ‘dade do diret formal burgués no resulta das eartefsticas“racionais” ‘ommecid sim, quando muito, de implicagdes moras, que podem ser inferdas dessas’caratristieas com 0 auxiio de outas proposigGes ‘empitices que raduzem a étrutura ea Fungo da ordem econémica. 3 Se percorrermos as trés determinagdes da racionalidade em ‘ordem inversa, descobriremos que isso vale, em primeiro lugar, ‘ara a seguranca juridica, na medida em que ela € garantida na base Ge leis geras ¢abstrata, através de processos estitos da justiga ¢ da 198 administragio. Suponhamos que as condigBes empiricas para uma garantia universal simétrica da seguranga juridica eso preen- chidas. Entdo € preciso considerar que a seguranga juridica, no sentido de que & possivel prognosticarintervengGes na. vida, liber. dade € propriedade, constitu um “valor” que concorre com outros valores por exemplo, com a partcipagao, em igualdade de chances, nas decistes polticas, ou com a distribuigio equitativa das compensagdes sociais. O proprio Hobbes jétivera em mente ‘uma maximizagio da seguranga Juridica ao obrigar 0 soberano a ‘emitir as ordens airavés. do medium do direto, Todavia, o lugar Drivilegiado que esse valor ocupa no direito formal burgus no se {isifica pelo Tato de acaleulabilidade das conseqiéncias jridicas das roprias ages se ancional para. a organizagao do inercmbio social ‘numa economia de mercado. A questio de saber, por exemplo, se ‘certs polticas do Estado socal, que s6 podem ser realizadas com o ‘auxio de conceites jurdicos indeterminados, deveriam ser obtidas numa certa medida 3s cuss dacalculailidade de decisGes judicais, € uma questio de ponderagio moral de principio distintos. Tais ‘colisdestém que ser deciidas sob pont Ge vista moral da possibi- Tidade de universalizagio de interesses. ‘Com isso, aingimos, em segundo lugar, a questao da qualidade formal das les. A forma clissica da lei abstrata ¢ eral no legitima ‘um poder exercido em tais formas pelo simples fato de esse poder preencher certs exigénciasfuncionalsparaabuscaautOnoma,privada € racional, de interesses propos. De Marx até Macpherson sempre ‘se sinalizou que esse tema s6 pode ser ventilado se cada um tver as rmesmas chances de acess is oppornuniy-sruknures de uma socieda= ‘de de mercado ~ ¢, mesmo assim, sob o pressuposto de que nao haja ‘uma altemativa dsejvel para as formas de vida cunfadas através de ‘mecanismos monetariose burvcrticos. Noentanto programas dees, Girigidos por regras, fm uma vantagera real face a programas de fins, pois a generaidade semantica os aproxima da igualdade perant ale E, devido ao seu carter absrato, ¢ na medida em que 0s falos regulados s3o gers eno tocados em seu contedo essencial pelos ‘contextos cambiante, eles chegam a coresponder ao principio mais 8 C. B. Macpherson. Die politische Theorie des. Besizindi idualismus, rankfurdM, 1967 amplo, segundo 0 qual agilo que ¢ igual tem que ser rata de ‘modo igual e 0 gue & diferente ter qe ser talado de modo Geren Consataos, pos, cont aumento fonconaisa de Weber, que a forma de fs geris © abst 56 poe Set jsicada compo racinal luz desses principio que poser um Condo mora. (NG se deve cone, pat da que ua orem jertica 3 podria seisfzcr aon princis da gual da ap Cagio € do Conte do deta na forma de les pubis, bss © era A terceira quad formal, iso €, a consrgio cientifcs retética de um compo jrdco, configura sstematicamente a bem nao & capa, pr si 6. de exphear a fc legitmadora da legals. Por marque sea a atoidade reclamads plas inci ra sociedad mosema as mas do direitos oar tines. 2 parr do momento em que os sus signfcadase concetos io explictados sa consistncia examina eos mosis uniforms do. © wal profssoal da darn jure pode dar uma contr big paraalegtimagao somerte quando ena medidnem qe jar asaisfize a necessiade de undamentgio a qual sige ma med {mque o dito como um tog se tansformaem direito posto, Na visi de ets destnatinos ede seus aminsradores, «modifica de do drt postivo 36 pode ser combina com pretensio& valiade legtima, na medida em que els puderem supor que as rraifcagbes do iit os sets deadbbramentos em cones tmaifcadospodemserfundamentados sobre princpisevidenes. AS nbs destematzago dos rst profisonais camara 2 tengo parao modo praca da val do diet. Oa se no dito postiv, a8 normas perdcram, cm principio, valid ‘onsotiimarin Por ss. proposigdes rds singular tim que Ser fondamentas como componente de onder jure que resulta de principio, sendo qe os proprio prncpios podem coir Snr si, estan exposios aun exe dscsvo. Enno, nest nivel da dseuscio normatva, aparece um raconalade que se "prima mas da ao pica de Ka do qe de uma acon fence ~ al amb no € neat morsment Em sexe, podemon consaar que a qualiades formas do dito, pesqusadas por Weber, sb conde soiis espera, 6 era garni aleptimidade da gaia namedidaem que Se tivessem comprovado como “racionas” num sentido pritco 200 moral. Weber nio reconheceu esse nucleo moral do dirito formal bburgués enquanto tal, porque ele sempre entendeu as idSias mors, como orientagces valoativa subjtivay os valores eram tidos como ceantetidos ni racionaliziveis,inconciiéveis com o carter formal do direito. Ele no fez distingdo ene valores que, no interior de deter ‘minadas tradigdes ¢ formas cultrais de vida, se recomendam como mais importantes que outros valores, e a validade deontokigica de norms que obrigam indistintamente todos os destnaris. Ele nio introduziu uma linha demareatria entre os variados conteidos valo- rativos concorrentes eo aspect formal da obrigatoriedade ou valdade de normas, a qual nao viria com 0 conteddo das normas, Numa palavra, ele ndo levou a sério formalism ético, 4 Iso se depreende do modo como Weber interpreta 0 modemo liritoraciona, que ele contrapte a0 “direito formal” postivado. Ele pensa “que no pode haver um dreto natural puramente formal” pois FA natureza ¢ a rasio so a medida material para aquilo que é legitimo...® preciso reconhecer que as tori do diteto natural, de Hobbes aié Rousseau e Kant, mantém centas conotagdes meatisica. Rousseat'e Kant, todavia, através de seu modelo de um contrato social {que permite aos parceiros do dirito regular democraticamente a sa ‘convivénia, por serem livres iguas, fazem jus dexigéncia metédica de uma furdamentagio procedimental do direto. Nesta tradigio ‘modemna, as expresses nature7a 20” no representa contes= dos metas elas serve, 0 invés dis, par expos ress ‘postos que possibilitam forgalegitimadora de um acondo. Tal modelo, ontrattal permite deduzir condigdes procedimentas para uma for- ‘magao racional da vontade, Mais uma vez, porém, Weber no separa ‘com suficiente clareza os aspects estruturais dos de consid, 1ss0 0 Teva a confundir “natureza” e “razio” com contetidos de valor, dos ‘quaisodireito formal teriase eparado, Ele equiparaequivecadamente ' qualidades procedimentais de um nivel de fundamentagao postra~ 2 ‘Noentanto, quando se parte daidginde que €cada vez mais dificil preencher essas duas condigdes nas sociedades modemas, pode-se Cconcluir que a postivacdo do direto consiui apenas uma reago a luis transformagées. Na medida em que as eosmovisées religiosss ‘cedemo lugar forgas religiosasprivatizadas eas tradigdes do direito consuetudindrio s30 absorvidas pelo direto eruito, pelo eaminho do ‘asus moderns, estratura tridimensional do sistema juridic se romp. 0 direto encolhe ficando reduzido uma tnica dimenséo, passando a ‘cupar apenas o lugar até entdo reservado ao direito burocrtico dos soberanos. De out lado, 0 poder do dominador politico emancipa-se ‘Apa criagio do Reich, Gerber e Laband deseavolvem a doutrina, ‘segundo a qual a lei constitu a ordem de uma insneia legisladora soberana, de conteddo ndo determinado. E Hermann Heller e outros jurists progressistas da época de Weimar alaptaram este conceito Posiivista de lei ao formato do leisladorparlamenta: "No Estado de direto, leis sao somente aguelas,e todas aquelas,estabelecidas pelo legislative como normas do direito”® Eu relomo este desenvolvimento, que ceramente ni ¢ tipico apenas da Alemanha, porque ele permite estudar, numa dupla pers. Pectiva. a erosio de um conceito de lei moraiizado pelo direito Facional, ou sea. na pespectivad juize do jurista dogmaticoe na do legislador cala vez mais parlamentarizado, Nos paises anglo-saxdes, ‘onde a idsia do Estado de dreto foi desenvolvida, desde o inicio, em consondncia com desdobramentos democriticos, ot sea, como (65 Citagio extaida de 1. Maus. “Entwicklung und Funktionswande! ies ogertichen Rechtsstaates", in. M.Tohidipur (ed). Der brirgeliche Rechtssaat J. FrankfurM., 1978, 13s 66H. Heller. GesammelteSchrfen Il Leiden, 1971, 226, + ~Vormirz", cao significado literal €: “anterior a margo”,é9 term uilizado em geral para caraterizar os trata e 8s anos que prec ‘dram a Revolugo de Margo de 1848 (NT. 2 “regra do direito” (rue of law), 0 proceso juticaleqitativo ou due process apresentou.se como modo untae de iterpreago aplica- {do simultaneamente & legislagio e & junsdigio. Ao passo que ma ‘Alemanha. a descuig positivist do dretoracional completo-se Por eaminhos diferentes. Crtamente a constrogio kantiana, segundo 8 qual a politica eo direto esto submetidos aos imperativos morais ‘dodiretoracional, foi desmentida, tanto na doutrina do diteitoprvado como nateoria do Estado de dieito,porém esse desmentido azonece tem dus visdesdisintas: nada jusigae na do legisla politico. E possivel formalar este problema da seguinte manera: de um lado, 0s fundamen moras do dreito positivo nao podem ser explicados em termos de um direitoracional superior, De outro lado, porém, esses fundamentos no podem ser liguidados sem deixar nenihum vestiio, poisissoprivaria o direito do momentoessencial da indisponibilidade ue habia nee ‘AX pani da, € preciso mostrar como € possvelesabilizar, no interior do priprio direto positivo, o pont de vista moral de uma ormgao imparcial do juizo e da vontade. fato de deteminados ‘rineipios morais do direito racional teem sido positivados como Contedos do dieito constitucional néo basta para satisfazer esta ‘exigéncia. Pos trata-se prcisamente da contingéncia dos contidos de um direito modificavelarbirariamente. Por isso, eu gostaria de retomar a tese desenvolvida na primeira aula, segundo a qual a moralidade embutda no dieito positive possui afore transcendent ‘de umn processo que se regula asi mesmo e que control sua propria racionalidade, “Tentando descobrir como a legitimidade pode sur da legal dade, certosciseipuls de Savigny, no Sates com a reinterpret io positvista dos direitos subjetivos, estabeleceram coms fot de legitimaeo ocireitocientificn dos jurists. Em ssa doutrna sobre as fontes do dirt, Savigny atribita a justia ¢ & douitina jurcice a ungio modestae secundiria de “razerparaa.conscincia erepresentar ciemtifcamente” o direto positivo que se engin da leislag0 € do costume Opondo-se a iss, G. F. Pochia defende, 0 final do seule, ‘iia de que a produgio do dreto no pode ser atria exclusiva do {67 Citado segundo W. Maiofer (ed) Begriff und Wesen des Rechts Darmsta, 1973, 525s, as legislador politic, pis, neste caso, 0 Estado no estiia apo no diet let, ou set, no seria Esiado de direito. Segundo ele, a justiga. que nao pode litre apliagio do ito em vigr assume ‘trea produiva de um desenvolvimento e de uma complementagao tdodireto vigente. A autoriade dese drei juicial provémdomeiado Cento da andementagao, portant dos agumentos de una jurispri= ‘zncia que procedecientifcamente.O pedprio Puchta oferece 0 panto ini para uma tera, aqua, na perspectva da jurscigao,procira os arguments legtimadores da egaldadenaraconaidde procedimental embutida no discusojurdico. ‘Napenpectivadalepislagao,impfe-seuma interpretagioandlogs, mesmo que a discussoparlamentar eseja ais volta paraaformagao de compromissos eo dscusojurtico para a fundarentagodiscipi- nada chentifieade juzes Poet lado também, os quedo eonseguem tolerr 0 positivism lezal democritico tém que disctiras rae nes quai apa a pretensao de epitmidade das leis ends por maiona parlarmenta. Kant, 0 tomar conceto de autonomiade Rousseau, dra © paso devsivo, a fim de extrar do propio process da legisiagao ddemesritcao ponto de vista moral daimpartilidae. Sabemos que ce tomou o eno de universalidde como peda de togue para a forma Juridica de cada li pblica~ como se “passe surgi da vonade reunida de um povo intro” Todaia, proprio Kant contribu para ‘que sutgssem e se confundissem dos siifcalosineiramente dife- rentes de universalidade da lei: a universaidade semantica dali pera abstrata assumiu 0 lugar de uma universldade procedimental, be ‘arterial surgida democraticamente como expresso da “Wontade Popular reunida 'Na Aleranha, onde a discussbo sobre a teora da democracia ressurgi nos anos 20, essa conus teve duasconseqiéncias desa- rads. Pois cra possivelenganarse sobre o imenso trabalho de provaaser realizado por uma tori procedimentaista da democracia, Em primeiro lugar, era preciso mostrar, na linha de uma teria da argumentago, como, rat ormaso prlamentar da vontae do legis Tudor, os dscursos morais de fundamentacio eos discusos politicos que giram em tomo de objetivos dependem sempre de um controle slaves de normasjurdicas. Em segundo lugar, ea necessério escla- 681 Kant. Grandlegung der Metaphysik der Siten,§ 46. a recerem que pontos um aordoobtdoargumenttivaente se dstin- fue de compromises de negociago, come o pono de vist moral 5 impse iniretamente nas condiges de equa que orienta os compromissos. Em teceto lugar, e isto €0 mais smportant, era recto reconsiniroproceso de institucionalizag da impariali- ‘de da formagio da vontadelegsiadora,comegando pela rea da maioiae pasando plas regres da agenda parlamenta, alé chez 20 dieito de escola € de formagio da opiido, ito € da seleio © disirbuigio dos temas contbuigdes na esfra plea politica Fst anise tera que oientar-se por um modelo capar de representar os pressapostos comunieaconats necesros para formagao discusiva th vortade para obalanceamento eqitativo de interesses em sea conjunc, Somente na hise deste convaste, sea pesivel aalisar eriticamenteo sentido normative ea pritica eal de tas processos ‘Alem diso, a posfbiidade de se confundir a niversaidade procedimental com universalidade semdntica da lei parlamentar pode levar a enganos quanto 3 problema da aplicagao do dito, {qe € independent, Pois, mesmo que aracionaidade procedimental dota de conteido moral estvesseaseguradainstitucionalmente, as leis no podeiam normalmente angi uma forma semantica e una "Noentanto, quando pretendemos falar do dieito apenas no sentido do dieito postvo, temos que fazer uma stings ene direitos humanos enquanto normas de aio justificadas moralmentee direitos humans enquanto norms consttucionais positivamentevilidas. O satus de tas direitos fundamentals no € 0 mesmo que o das normas mors — ‘que possivelmente t2m o mesmo significado. Na forma de direitos consitucionais normatizados de reclamage, eles encontrar brig ‘no campo de validade de determinada comunidade politica. Todavi, ese stams no contradiz 0 sentido universalist dos direitos de liberdade clissicos, que incluem todas as pessoas em geral ¢ m0 somente todos 05 que pertencem a um Estado. Enguanto direitos 50. Hoffe. “Eine Konversion der Kritschen ‘Theovie?", in Rechtshistorisches Journal, 12, 1993, 316 fundamentas, eles se estendem a toss as pessoas, na medida em que se detém nocampode valde da ordemdo deito: nesta medida, todos gozam da prtego da conttuicao.O sentido humane urcico amplo desses direitos fundaments fez com que, na Replica Fede ral da Alemanha, por exemplo. a Situagio juridica de estangeiros, refugiadose apdtidas nfo se diferenciasse muito daguela em que se {encontram os eidadiosem sentido plo; de acordo com tor dae les goram da mesma protegio do dreto,tém devers semelhantes€ direitos a prestagies® ‘A discreplincia entre o contetid dos cssicos direitos de liber dade, ou seja,dietos humanos, ea validade limita de suas conere= tizagdes através dodieito~ que se restingem a um Estado nacional revela que “sistema dos dieitos", undamentado discursivamente, tltrapassa 0 nivel de um nico Estado demoeritco de dieito, tendo ‘como alvo a globalizago dos direitos. Kat entrevia, com raza, que o conte semanio dos dete fundarnentasexige um "estado ccosmopolita”fundado no dieito intemacional, No entanto, para transformar a delarago dos direitos do home, da‘ ONU, em direitos reclamiveis no bastam os tibunaisintemacionais, pois estes $6 Poser funcionar adequalamente quando aera dos Estados sbera- hos singular fr substitu por uma ONU capa, no somente de tomar resolugdes, mas também de apr e ce imps? ‘Ao defender 0 primado dos direitos do homem, os liberais seguem uma intugo plausivel, segundo a qual os sujeitos de direto tm que ser protezios contra as arbitrarcdades do poder manopo- lizado do Estado. Por so, Charles Larmore pensaque pelomenos um dlireto subjetivo fondamentado moraimente € anterior & formagso sdemocrtica da vontade, devendo eircunserevé-a:“Ninguém deveria {6 Com iso eu no potendo ocular as restigtes qu sind exisem, rincgaimente a defiiéeias do drei alamo no que respeita 0 ‘ida, as quais wemsendodscutidasjchdalgumtempasobosmctes. “Segunda cidadania’, “vito dos esrangeirs nas ekigscomnas fol To final do capitulo sobre Cidaaniaeenidode nacional, 7 ChoposticioaJ. Habermas. Vergangenheit alsZakunf. Munigue, 1993, Esse texto Foi triduzido pela Bit, Tempo Brasileiro sob © titulo: Passada como fturo. Rio de Janciro, 1993 (NT) a7 ser constrangido, através de violéncia, a submeterse a norms, ‘quando nao for possivel aceitar racionalmente a validade delas”.® Ruma interpretagao benévola, esse argumento significa que as pessoas desejosis de consttuit-se como comunidade de dreito pas- am a aceitare0 ipso um conceto de direto positivo que inci a texpectativa de legitimagio, E 2 necessidade de fundamentagio passa a fazer parte das implicagSes seminticas desse conceito de dteitoe, desta forma, da pica constitute em geral. Numa interpetago ‘menos benévola, no entanto,o argumento manifesta a convicgio de {que autoridade impessoal das leis € tio fundamental como o poder ‘do Leviai, que clas pretendem subjugar pend. "Esse modo de pensar liberal, no entanio, que pode serexplicado 1 partir de experéneias hiséricas proximas, no faz jus a0 nexo ‘consittivoexistente ene direito politica” Ele confunde soberania, {do povo com monopslio do poder do conseguindo ingr o sentido naturalmentetenico e no-repressivo de um poder administrative que ‘© apresena na forma do dieito ~na medida em que este poder So é ‘exercitado no quadro de eis democriicas. Eo que é mais importante: ‘le pass ao largo do sentido de autonomia dos cidados, exercitada inersubjtivamente, constutiva para oda comunidade poiica. Ora para fazer jus aos dois aspectos, & necessria uma reconsirueao em, ois degra, a qual parte da socializagao horizontal dos cidados que se teconhocem reciprocanente como sujeitos possuidores dos mes: ‘mos direitos, chega ao disciplinamento do poder esatal pressuposio ‘nos moldes do Estado de dreto. A parr dat, € possivel veifcar que ‘os iritosliberais de defesa do individuo contra o parelino do Estado {que monopoliza © poder no Slo onginérios, uma vez que surgem, inicialmente, de uma ransformagio dss liberdages de a0 subjetivas ‘que uns atribuem aos outros. Somente num segundo momento, 05 ‘ireitos subjetives, ligades aocédigodo diretoenquantotal,adguitern ‘sentido negativo de delimitago de um ser privado a ser subaratdo ‘de intromissdes administativas arbitrbias. Os direitos de defesa 8 Ch, Larmore. “Die Wurzeln radikaler Demokratc Zeitschrif fr Phiesophie, © 1 (1993), 327 9 Sobre a anlise dos conceitos fundamentais ef vol. Cap. IV. Sega I, pp. 170-189, in Deutsche si nascem junto com o pi isso, cles ndo possuem, na estrutura [gia do sistema dos dreto © valor fundamental sobre o qual Larmore pretende fundamentar © primado dos direitos humanos. Vv ‘A leitimidade do dieto positive no deriva mais de um dieito ‘moral superior: porém ele pode consegu-la através de um processo de formagio da opnido eda vontade, que se presume racional. Eu analise ese processo democrtico ~ que empresa org legtimadora _0esabelecimentododireto em mei ao pluralism dascesmovistes ‘cds sociedades — sob pontos de visa da teria do discuso.°E, neste \wabalho, apoiei-me no principio segundo 0 qual podem pretender legitimiade a regulagGes normativa e mosis de agir merecedores ‘do assentimento de todos 0s possiveisenvolvids enguanto par- ticipantes de diseursos racionais."" A luz desse principio do

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