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FDUL

Teoria Geral do Direito Civil

Daniel Lourenço
FDUL

Teoria Geral do Direito Civil - 2008

Resolução de Caso Prático

Caso nº 9
Diogo, nascido a 11de Janeiro de 1989, vendeu a Elsa, em Dezembro de 2006, um
computador portátil, que lhe havia sido dado pelos seus pais um tempo antes,
tendo em vista obter dinheiro para uma viagem que pretendia fazer com alguns
amigos.
Em Fevereiro de 2007, depois de Diogo ter atingido a maioridade este conta aos
seus pais que vendera o referido computador, mas que estava muito arrependido,
pois necessitava agora do mesmo para a sua vida de estudante universitário.
a) O que podem os pais do Diogo ou este fazer para recuperar o computador?
b) Suponha que o computador tinha sido adquirido com dinheiro ganho pelo
Diogo em trabalhos de férias. A sua resposta seria a mesma?

Resolução

Relativamente à questão a) pode formular-se um enquadramento jurídico


relativamente linear e facilmente perceptível:

À data da venda do portátil, Diogo era menor não possuindo por isso
capacidade jurídica, mais concretamente capacidade de exercício de acordo com o
art.º 122º e 123º do C.C. (Menores e incapacidade dos menores, respectivamente)
– Quem tiver menos de 18 anos é menor; Salvo disposição contrária, os menores
carecem de capacidade para o exercício dos seus direitos –
Relativamente à resposta propriamente dita à questão a) – se poderão os
pais de Diogo ou o próprio anular o negócio por si precedentemente realizado – Os
pais de Diogo nada podem fazer com vista à recuperação do portátil – art.º 125, n.º
1, alínea a) do C.C. – uma vez que actualmente este já é maior e emancipado.
Admitindo-se que Diogo não tem a decorrer nenhuma acção de interdição ou
inabilitação – art.º 131 do C.C. – contra si, sendo que o próprio enunciado do caso
não indica nada em favor dessa possibilidade, ele está por isso abrangido pelo art.º

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129º e 130º do C.C., ficando por isso habilitado a “reger a sua pessoa e a dispor dos
seus bens”. Perante isto, só Diogo tem legitimidade para impugnar o acto jurídico
que praticou enquanto menor, a venda do portátil, e tal pode ser feito tendo por
base o art.º 125º, n.º 1, alínea b) do C.C., onde fica explicito que o negócio jurídico
perpetrado pelo menor poderá ser anulado (anulabilidade do acto) no prazo de um
ano a contar da sua maioridade ou emancipação, a pedido do próprio.
Diogo verá assim o seu portátil restituído graças a um “regime especial de
protecção de menores” que tal como o professor Pedro Pais de Vasconcelos
enuncia: tem a “finalidade de assegurar a protecção dos interesses dos menores e
dos recentemente maiores e emancipados”.

No que concerne à questão b), na pretensão de anular o seu acto - e agora a


venda de um portátil adquirido com o seu próprio dinheiro anteriormente ganho
na frequência de um trabalho de férias – Diogo, poderia proceder da mesma forma
uma vez que o disposto no art.º 125, alínea b) nada diz sobre os actos aos quais se
aplica. Deste âmbito, o disposto no art.º 127º, alínea a) legitima a possível
aquisição e posterior venda do portátil por Diogo mas, como é menor nessa mesma
altura, tem a possibilidade de anular os seus actos através de requerimento no
prazo de um ano a contar da sua maioridade, o que se verifica.

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