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O documento descreve a vida e obra de Júlio César de Mello e Souza, mais conhecido pelo pseudônimo Malba Tahan. Júlio César era um professor e escritor brasileiro que criou o personagem fictício Malba Tahan, um sábio calculista árabe, para escrever livros didáticos sobre matemática que se tornaram muito populares no Brasil. Apesar de nunca ter viajado ao Oriente, ele descrevia detalhadamente as culturas e lugares árabes nas histórias.
O documento descreve a vida e obra de Júlio César de Mello e Souza, mais conhecido pelo pseudônimo Malba Tahan. Júlio César era um professor e escritor brasileiro que criou o personagem fictício Malba Tahan, um sábio calculista árabe, para escrever livros didáticos sobre matemática que se tornaram muito populares no Brasil. Apesar de nunca ter viajado ao Oriente, ele descrevia detalhadamente as culturas e lugares árabes nas histórias.
O documento descreve a vida e obra de Júlio César de Mello e Souza, mais conhecido pelo pseudônimo Malba Tahan. Júlio César era um professor e escritor brasileiro que criou o personagem fictício Malba Tahan, um sábio calculista árabe, para escrever livros didáticos sobre matemática que se tornaram muito populares no Brasil. Apesar de nunca ter viajado ao Oriente, ele descrevia detalhadamente as culturas e lugares árabes nas histórias.
Louvado seja o Onipotente, Criador de todos Os mundos! A misericrdia em Deus o atributo supremo! Ns Te adoramos, Senhor, e imploramos a Tua divina assistncia! Conduze-nos pelo caminho certo! Pelo caminho daqueles que so esclarecidos e abenoados por Ti! Versos de abertura do Alcoro.
Malba Tahan sempre exerceu sobre mim um fascnio. Primeiro pela simplicidade e elegncia de seu estilo, segundo pela profundidade e transversalidade de suas letras. Terceiro, e creio eu o mais importante, pelo contedo edificante e formador que traz sua pedagogia e seus humildes ensinamentos, que s os verdadeiramente grandes, conseguem inserir nas almas sedentas de aprendizado, (Allah o tenha em sua infinita misericrdia!).
Lembro-me bem de meus pequenos olhos infantis desvendando os mistrios do oriente com seus vizires, odaliscas, cheiques, califas, ulems e calculistas. Que de presto busquei introduzir no seio de minha famlia, sendo O Homem que calculava livro importante na literatura caseira. Anos depois, tive convico da utilidade de seus escritos, que teve o poder de resolver um grave problema de aprendizado de matemtica que se abatera sobre meu lar, onde meu filho tinha dificuldade de aprendizado da cincia mais filosfica e abstrata de todas. Ento constatei, na prtica, o poder de transformao de sua obra, ensinando a ver a matemtica, os clculos, as frmulas sob um prisma, mais abrangente e refinado, que acabava por derrubar todas as barreiras e desenvolver o gosto pelo aprendizado da cincia e orientava a mente num caminho de evoluo balizado pelo rigor e pela abstrao caminhando de mos dadas, num equilbrio ureo, (S Allah mais sbio). Tais fatos me fizeram pensar: Por que Malba Tahan no era ensinado nos cursos regulares de literatura? Por que o ostracismo de um escritor com obra de tamanha envergadura e proficuidade, onde podemos ver escritos sobre a histria da matemtica, filosofia, compilao de lendas, etimologia, tica, tradio, esoterismo, espiritualidade, respeito diversidade cultural, histria da cultura oriental, jogos mentais, numerologia, simblica entre outros no menos importantes; tudo sob uma prosa simples, mas no simplria, elegante, mas no pedante, educativa, mas no maante e que tem o poder de orientar mentes e personalidades em formao com o poder dos arqutipos em seus aspectos positivos e edificantes. Por que um autor de 115 obras, de alto valor literrio, sensibilidade e sabedoria, caiu no esquecimento da mdia e da crtica, mas sobrevive vivo na memria do povo? Sendo citado de gerao em gerao e resistindo inclume ao julgamento do tempo, trazendo em seu bojo a contemporaneidade em seu aspecto transversal de contedos e de formas? So questes que vm tomando corpo e acabam por se tornar urgentes na investigao que ora lhes apresento e espero, com isso, contribuir para a elucidao desse mistrio e qui, com a reparao de um erro e de uma injustia
sem par em nossas letras. Um escritor universal em lngua portuguesa no coisa que se encontre aos montes. Um escritor transversal e multicultural no sculo vinte, tampouco. Especialmente se tomarmos o ponto de vista da literatura brasileira, marginalizada h muito tempo por sua particularizao e isolamento provocado pela prpria lngua, de acordo com alguns. Qual seria, pois, a funo da literatura? Educar? Entreter? Incentivar a ampliao dos valores culturais, morais e ticos? Colaborar com a formao edificante da juventude? Romper preconceitos criados por ignorncia e choques culturais? Aprofundar questes existenciais? Preservar valores e tradies? Ento, por que uma obra que traz todos esses requisitos varrida para baixo do tapete editorial, e no se fala mais nisso? Resolvi ento, instigar os espritos norteados pelo juzo a buscarem a justia nesse caso que no deve ser oculto pelas areias da ingratido nem pela neblina do passado, (Que Allah, clemente e misericordioso, ilumine meus passos nessa rdua jornada).
Iluso de tica: a figura acima apresenta crculos concntricos embora parea uma espiral.
BIOGRAFIA DE JLIO CSAR DE MELLO E SOUZA
Filho de professores, em uma famlia de nove filhos, Jlio Csar nasceu no Rio de Janeiro, no dia 06 de maio de 1895. Teve uma infncia tranqila em Queluz, mais tarde descritas pelo irmo escritor Joo Batista, no livro Os meninos de Queluz. Jlio Csar ingressou no Colgio Militar do Rio de Janeiro em 1906, onde permaneceu at 1909 quando se transferiu para o Colgio Pedro II. Para aumentar sua renda, uma vez que a mesada paterna era parca, Jlio vendia redaes, como ele mesmo dizia em suas memrias, aos marginais da cola, vadios da pior marca, sua primeira venda foi de uma redao sob o tema Esperana, proposto por seu professor, a partir de ento passou a escrever sob encomenda e vender esperanas, dios, saudades... Anos depois, o professor Silva Ramos, seu ex-professor e sua vtima que o apresentou a Raul Pederneiras, como mercador de redaes. Pederneiras o repreendeu: - Voc vendia redaes de dios e de esperanas! Despreze o dio. Continue, sempre que for possvel a vender a esperana pela vida. Adote uma profisso potica: Mercador de Esperana, que na venda da esperana ganha o Comprador e muito mais o Vendedor. Assim, tomando a repreenso como lema Jlio Csar seguiu sua vida sendo um mercador de esperanas, vendendo sonhos e formando seres com as fabulosas fbulas orientais que jorravam de sua pena carioca como um osis, nas ridas plagas da literatura.
Mesmo no sendo um excelente aluno, Jlio sempre teve vocao para o magistrio e depois de formado em engenharia civil e na escola normal, iniciou sua carreira de professor no colgio D. Pedro II, de onde seguiu por inmeras instituies como um desbravador da pedagogia nacional, trazendo sempre inovaes e criatividade na arte de ensinar, alm de um profundo amor pelos alunos. Em seu depoimento no Museu da Imagem e do Som, Jlio Csar admitiu no dar zeros: Por que dar zeros, se h tantos nmeros? Dar zero uma tolice. Para o professor Lauro de Oliveira Lima, Malba Tahan era o showman da pedagogia. Popularizou a matemtica em livros deliciosos, usados ainda hoje. Suas aulas de didtica eram um verdadeiro espetculo. Creio que ficar pouco de sua didtica, pois sua didtica era ele prprio. Acho que seu nome ficar como o contador de lindas histrias e como lembrana de um homem cheio de generosidade.
NASCE MALBA TAHAN
Entre 1918 e 1925, Jlio Csar estudou rabe, leu o Talmude e o Coro, estudou Histria e Geografia do Oriente e, combinado com Irineu Marinho, do jornal A NOITE, criou o personagem Malba Tahan. O jornal comeou a publicao dos CONTOS DE MALBA TAHAN com a biografia do suposto autor. O nome Tahan foi tirado do sobrenome de uma de suas alunas (Maria Zachsuk Tahan) e significa moleiro. O nome Malba significaria osis. A mudana de nome tornou-o to famoso que o presidente Getlio Vargas autorizou-o a usar o nome Malba Tahan na sua cdula de identidade. Jlio Csar s saiu do Brasil para visitar Lisboa, Montevidu e Buenos Aires: jamais esteve no Oriente, jamais viu um deserto! O que torna sua obra ainda mais valiosa do ponto de vista da criatividade, pois ele descreve com preciso as cidades, os costumes, as feies, a religiosidade, e at os rudos das ruas de Bagd ou Meca podem ser ouvidos por entre os ventos que varrem as areias dos desertos por entre as letras de Malba Tahan na Obra de Jlio Csar. Um caso nico em nossa literatura. Mais que isso, os escritos de Malba Tahan, encerram alm das fabulosas imagens das mil e uma noites, preceitos de envergadura moral universais, filosofia profunda, clculos abismais, que tm o poder de transmitir mais do que o amor pela matemtica, o amor pelo conhecimento e onde o ponto exato de conexo entre as letras e os nmeros, transforma-se em sabedoria, tudo dentro da mais sublime simplicidade que abarca desde os coraes pueris dos infantes at os coraes experimentados na tmpera da vida, dos ancios.
Ali Yezzid Izz-Eddin Ibn-Salin Hank Malba Tahan, famoso escritor rabe, descendente de tradicional famlia muulmana, nasceu no dia 6 de maio de 1885, na aldeia de Muzalit, nas proximidades da antiga cidade de Meca. Fez os seus primeiros estudos no Cairo, e, mais tarde, transportou-se para Constantinopla, onde concluiu oficialmente o seu curso de cincias sociais. Datam dessa poca os seus primeiros trabalhos literrios, que foram publicados, em idioma turco, em diversos jornais e revistas. A convite de seu amigo, o Emir Abd el-Azziz ben Ibrahim, exerceu Malba Tahan, durante vrios anos, o cargo de queima 1 na cidade de El-Medina, tendo desempenhado as suas funes administrativas com rara inteligncia e habilidade. Conseguiu, mais de uma vez evitar graves incidentes entre peregrinos e as autoridades locais; e procurou sempre dispensar valiosa e desinteressada proteo aos estrangeiros ilustres que visitavam os lugares sagrados do Isl. Pela morte de seu pai, em 1912, recebeu Malta Tahan 2 valiosa herana; abandonou, ento, o cargo que exercia em El-Medina e iniciou uma longa viagem atravs de vrias partes do mundo. Atravessou a China, visitou o Japo, percorreu a Rssia e grande parte da ndia, observando os costumes e estudando as tradies dos diferentes povos. Entre as suas obras mais notveis, citam-se as seguintes: Roba-el-Khali, Al-Samir, Sama Ullah, Maktub. Lendas do Deserto, Mrtires da Armnia e muitas outras. Atravs do pseudnimo de Malba Tahan, Jlio Csar escreveu 56 obras, sendo a mais famosa O Homem que calculava, onde o grande calculista persa desvenda os mistrios dos nmeros, resolvendo intrincados problemas e levando a virtude e a sabedoria por onde quer que passe, sempre envolto em uma aura de
sublime humildade e reverncia sabedoria. Em suas pginas de ouro, mais do que simples problemas matemticos podemos encontrar lendas dos mais afamados vultos que a humanidade produziu como Plato, Scrates, Pitgoras, Arquimedes, e os grandes matemticos e sbios rabes e hindus desconhecidos ento em terras tupiniquins. O homem que calculava foi traduzido para o alemo, o ingls, nos Estados Unidos e na Inglaterra; para o Italiano, o espanhol e o catalo. O Homem que Calculava indicado como livro paradidtico em vrios pases, citado na Revista Book Report e em vrias publicaes do gnero e vendeu mais de dois milhes de exemplares alm de ter sido premiado pela academia brasileira de letras. Malba Tahan ocupou a cadeira nmero 8 da Academia Pernambucana de Letras, e nome de escola no Rio de Janeiro. A homenagem mais importante foi prestada pela Assemblia Legislativa do Rio de Janeiro instituindo o dia do matemtico na data de seu nascimento, dia 06 de maio. Por todas as suas virtudes merecia o grande calculista escritor mais ateno quando de seu centenario em 1995, onde apenas a revista super interessante e a revista nova escola se lembraram de homenage-lo. No que ele fosse afeito a esses confetes, uma vez que ao morrer deixou explcito que deveria ser enterrado em caixo de terceira classe sem coroas ou flores, mesmo na derradeira hora, seu esprito humilde de dar valor ao que realmente tem valor se manifestaria. Para encerrar este breve escrito, homenageio o grande Ulem 3 Malba Tahan com a apresentao de um de seus problemas matemticos como forma de reconhecimento por sua sabedoria. Aos que quiserem conhecer mais sobre esse grande escritor iniciem pelo homem que calculava e tenho certeza que uma chama imortal de sabedoria h de tomar-lhes o esprito de assalto como a manifestao de poder de um grande djin. 4
Quantos cubos aparecem no desenho 6 ou 7? Uallah!
PROBLEMA DOS 35 CAMELOS
Dois homens viajavam pelo deserto, em um camelo, quando encontraram trs irmos brigando por uma herana de 35 camelos. O mais velho precisava receber a metade da herana, isto , 17,5 camelos. O segundo deveria receber um tero, ou seja, 11 camelos e dois teros. O terceiro, por fim, deveria ficar com um nono de tudo, ou seja, 3 camelos e oito nonos. Como seria feito, sendo que nenhum queria ficar com o prejuzo? Chegou-se seguinte concluso: Foram postos os camelos dos dois homens junto aos outros, e ento ficaram 36 camelos no total e no mais 35. A diviso feita foi a seguinte: o mais velho recebeu 18 camelos (metade de 36), o do meio, 12 (um tero), e o mais moo ficou com 4 (um nono do total). Todos eles saram satisfeitos, pois ganharam mais do que o previsto. Mas... 18+12+4=34, e no 36, como havia antes. Com isso os dois homens ainda conseguiram mais um camelo para viajar cada um em um. Para concluir uma dedicatria constante do livro Minha Vida Querida. Espero ter podido, com essas humildes palavras, lanar um lampejo mnimo ao esqucimnto presente e fazer jus a memria e a grande obra do velho Mestre. QUE ALLAH O TENHA EM SUA GLRIA GRANDE ULEM MALBA TAHAN!
1- Prefeito. 2- Malba ou Malbe o nome de uma pequena povoao que fica no sul da Arbia; Tahan significa o moleiro. A traduo do nome seria, portanto: O moleiro de Malba. 3- Grande sbio.
4- Gnio 5- Por Deus
Escuta, beduna, escuta! Quando abandonaste a minha tenda Tomei do cala e escrevi O teu nome na capa do meu Alcoro! E todos os dias, no silncio da prece, A saudade vem, como o tigre dos juncais, Bramir no fundo de meu corao. Es-san-aleija! A minha promessa, beduna!, No foi escrita na areia incerta do deserto. Por isso, que vers o teu nome repetido em todas as pginas deste livro. S Allah sabe a verdade! Uassal!