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FISIOLOGIA RENAL

Os rins funcionam sob o principio de filtração-reabsorção, com adição


da secreção tubular.

O mecanismo de filtração dá origem a um ultrafiltrado inicial, que


contem os compostos presentes no sangue, exceto substâncias de grande valor
molecular, como as proteínas. Como existem muitas substancias que não
podem ser perdidas, os mecanismos de reabsorção devem existir de forma que
compostos como glicose, aminoácidos e vitaminas sejam conservados.

Além disso, os rins devem reconhecer os níveis de água e eletrólitos


específicos, reabsorvendo-os ou excretando-os. Contribui para a manutenção
acidobásica, produção e liberação hormonal, que desempenham um papel vital
no controle da pressão arterial sistêmica e na produção de glóbulos vermelhos.

Um rim é capaz de processar grandes volumes de fluido e geralmente


mais de 99% do volume filtrado é reabsorvido, e o de mais é excretado na
forma de urina.

Estrutura renal

Os rins são constituídos por uma grande quantidade de néfrons, onde


cada um deles se iniciam com um Corpo de Malpighi, no qual há a filtração
do plasma e do sangue. Cada um desses corpos recebe uma pequena artéria,
que se divide em um feixe de capilares, chamados de glomérulo. Pela ação da
pressão sangüínea, o sangue passa pelas paredes dos capilares glomerulares.
Esse fluido (filtrado glomerular), entra no túbulo proveniente do corpúsculo
de Malpighi, onde é selecionado para ser reabsorvido ou excretado.

Os túbulos podem ser divididos em duas partes: túbulo proximal e


distal. No túbulo proximal, há muitos solutos, como sal, glicose e água. No
túbulo distal, ocorre a continuidade do processo de filtração do fluido tubular
ate a formação da urina, estes túbulos distais se unem para formar os ductos
coletores e estes descarregam a urina na pelve renal, migrando pelos ureteres
até a bexiga urinaria.
Estes seguimentos, são separados por um delgado segmento
característico que forma uma alça, chamada de alça de Henle, que é uma
estrutura especial do néfron, responsável pela formação de urina mais
concentrada que o próprio plasma sangüíneo.

Nefron

Para realizar estas tarefas, os rins são compostos de uma ampla


variedade celular que representam uma papel especifico dentro do rim. Essas
células organizam-se de modo particular, formando a unidade funcional do
rim, o néfron, que é composto pelo glomérulo, onde o sangue é filtrado.

O rim dos mamíferos tem dois tipos principais de néfrons, identificados


pela sua localização no glomérulo e sua profundidade de penetração das alças
de Henle na medula. Os néfrons localizados na periferia e na região do córtex
são os chamados nefrons corticais, os quais estão associados às alças de
Henle, que se estendem ate a junção do córtex com a medula ou ate a zona
externa da medula; néfrons justa glomerulares são os néfrons com glomérulo
localizados na região cortical próxima à medula, estão associados às alças de
Henle que se estendem mais profundamente na medula.

Os néfrons justa glomerulares são mais efetivos em desenvolver e


manter o gradiente osmótico desde baixa tonicidade ate alta, da periferia
medular ate o seu interior. É importante observar que o fluido tubular de todos
os néfrons é drenado para os túbulos e ductos coletores que prosseguem
através da medula para a pélvis renal.

Componentes do néfron

A cápsula glomerular (Bowman) é o final cego dilatado do néfron. O


corpúsculo renal refere-se à combinação da invaginação do tufo capilar, o
glomérulo, para o interior da cápsula glomerular. Também por causa da
associação íntima do tufo de capilares com a cápsula glomerular, o termo
glomérulo, é utilizado para os capilares e os componentes do néfron. O néfron
tem continuidade a partir da cápsula glomerular com o túbulo proximal,
composto de um seguimento contornado proximal e de um segmento retilíneo
proximal. O segmento contornado esta contido dentro do córtex, e o retilíneo
estende-se para a periferia da medula. A alça de Henle esta constituída por um
ramo delgado descendente que é contínuo ao retilíneo proximal, por um ramo
delgado ascendente que termina na junção das zonas interna e externa da
medula e pelo ramo espesso ascendente que retorna ao seu glomérulo de
origem no córtex e passa entre as arteríolas aferente e eferente. O néfron distal
começa nesse ponto e consiste em um túbulo distal, o túbulo conector, o
túbulo coletor cortical, o ducto coletor da zona externa medular e o ducto
coletor da zona interna medular. Embriologicamente, o túbulo distal
representa o ultimo segmento do néfron; fisiologicamente, os segmentos alem
do túbulo distal são estruturas importantes associadas ao processo de filtração
glomerular e, assim sendo, são segmentos incluídos no néfron distal. O túbulo
coletor cortical e os ductos coletores das zonas externa e interna medular,
quando considerados como unidade, são chamados como ducto/túbulo coletor.
Os ductos coletores das zonas interna e externa representam a extensão
medular da parte retilínea do túbulo coletor cortical. O túbulo distal, o túbulo
conector e o inicio do túbulo coletor cortical são chamados de túbulos
contornado distal.

Suprimento sanguíneo do néfron

O sangue é fornecido por ramos das artérias interlobares. A arteríola


aferente conduz o sangue ao glomérulo e a arteríola eferente conduz o sangue
para fora do glomérulo. O sangue que sai, é redistribuído em outro leito
capilar, que é chamado de capilar peritubular, que per funde os túbulos do
néfron. Os vasos retos são ramos capilares para a medula a partir dos capilares
peritubulares e estão associados com os néfrons de alças longos. Após a
perfusão dos rins, o sangue retorna à veia cava caudal pelas veias renais.

O aparelho justaglomerular

Quando o segmento espesso do ramo ascendente da alça de Henle


retorna ao seu glomérulo de origem no córtex, observa-se que ele passa entre
as arteríolas aferentes e eferentes e continua como túbulo distal. A lateral do
túbulo voltada para o glomérulo entra em contato com as arteríolas. As células
epiteliais dos túbulos que estabelecem o contato são mais densas do que as
outras células epiteliais e são coletivamente chamadas Mácula densa, que
marca o inicio do túbulo distal. As células do músculo liso das arteríolas
aferentes e eferentes que fazem contato co a Mácula densa são células
musculares lisas especializadas e são denominadas células justaglemerulares
(JG). As JG têm grânulos secretários que contem renina, uma enzima
proteolítica.

O espaço entre a Mácula densa e as arteríolas aferente e eferente, assim


como o espaço entre os capilares glomerulares, é conhecido co,o região
mesangial, que é constituída pelas células mesangiais e matriz mesangial. As
células mesangiais secretam a matriz, a membrana basal glomerular, fornecem
o suporte estrutural, possuem atividade fagocítica e secretam prostaglandinas.
Estas células também apresentam atividade contrátil e podem influenciar o
fluxo sanguíneo através dos capilares glomerulares. As células localizadas
entre a Mácula densa e as arteríolas são conhecidas como células mesangiais
extraglomerulares ou células estreladas.

Em virtude da sua intimidade e conexão funcional, os três componentes


do aparelho JG são: Mácula densa, células JG, e as células mesangiais
extraglomerulares. O aparelho JG esta envolvido em mecanismos de feedback
que particpam da regulação do fluxo sanguíneo renal e da taxa de filtração
glomerular.

Inervação

A inervação renal é realizada pelas fibras da divisão simpática do


sistema nervoso autônomo, cuja atividade participa da regulação do fluxo
sanguíneo renal, da taxa de filtração glomerular e da reabsorção de água e
sódio pelo néfron. As terminações nervosas ficam nas adjacências das células
do músculo liso dos ramos principais da artéria renal, assim como das
arteríolas aferente e eferente. A regulação do fluxo renal e da taxa de filtração
glomerular é realizada pela vasoconstrição, que se inicia por reflexos através
do centro vasomotor na medula e na protuberância. A inervação também
inclui as células granulares produtoras de renina das arteríolas aferente e
eferente, os túbulos proximais do néfron e as alças de Henle. O aumento do
tônus simpático inicia a secreção de renina pelas células granulares e aumenta
a reabsorção de sódio pelos segmentos do néfron.

FILTRAÇÃO GLOMERULAR
A filtração sanguínea ocorre no glomérulo, que é uma rede de capilares,
destinada especificamente a reter elementos celulares e proteínas de peso
molecular médio a alto no sistema vascular, ao mesmo tempo expelindo um
liquido que inicialmente tem composição eletrolítica e aquosa quase idêntica à
do plasma. Esse líquido é chamado de filtrado glomerular e o processo de
formação é chamado de filtrado glomerular.

A taxa de filtração glomerular é um parâmetro de função renal mais


freqüentemente determinado na clínica. A taxa de filtração glomerular (TFG)
é expressa como milímetros de filtrado glomerular formado por minuto por
quilograma de peso corpóreo.

A estrutura do glomérulo assegura suas propriedades de filtração

O tufo glomerular é constituído de uma rede de capilares. O sangue da


arteira renal é lançado na arteríola aferente, que se divide em inúmeros
capilares glomerulares. Estes capilares fundem-se e formam a arteríola
eferente, que conduz de volta o sangue do glomérulo à circulação sistêmica
através da veia renal.

A estrutura dos capilares glomerulares é importante na determinação da


taxa e seletividade da filtração glomerular. A parede do capilar é constituída
de três camadas: endotélio capilar, membrana basal e o epitélio visceral. O
endotélio capilar é composto de uma única camada de células cujos
prolongamentos citoplasmáticos são perfurados por numerosas fenestras
(janelas). As fenestras endoteliais constituem canais para a passagem de água
e elementos acelulares do sangue para a segunda camada de parede capilar
glomerular: a membrana basal glomerular, que é uma estrutura acelular
composta de varias glicoproteinas, incluindo o colágeno tipo IV e V,
proteoglicanos, laminina, fibronectina e entactina. A membrana basal
glomerular dispõe-se em três camadas, formadas durante o desenvolvimento
pela fusão das membranas basais das camadas celular endotelial e epitelial. As
três camadas são denominadas de acordo com sua densidade a um feixe de
elétrons e sua posição relativa. O epitélio visceral é uma camada de células
intrínsecas e engrenadas denominadas podócito, que são numerosos
prolongamentos longos e estreitos, chamados de processos podais primários e
secundários, que se interdigitam com processos podais e outros podócitos e
enrolam-se ao redor dos capilares individuais. Cobrindo o espaço entre
processos podais adjacentes encontra-se a fenda diafragmática epitelial, que é
formada de subunidades dispostas em um padrão de zíper.
Determinação da taxa glomerular

A parede glomerular cria uma barreira para as forças que favorecem e


se opõem à filtração sanguínea. As forças que favorecem a filtração através da
parede capilar glomerular são a pressão hidrostática do sangue no interior do
capilar e a pressão oncótica do liquido no espaço de Bowman. Normalmente, a
pressão oncótica d ultrafiltrado é desprezível, porque as proteínas de peso
molecular médio a alto não são filtrados. Portanto, a principal força para a
filtração é a pressão hidrostática capilar glomerular Pge. As forças que se
opõem à filtração glomerular, π b, e a pressão hidrostática no espaço de
Bowman, Pt.
A pressão final de filtração Pf em qualquer ponto ao longo do capilar
glomerular é a diferença entre a pressão hidrostática capilar que favorece a
filtração e a pressão concótica e a hidrostática do ultrafiltrado que se opõem à
filtração: Pf =Pge – (π b + Pt).
À medida que o sangue segue através do capilar glomerular, uma
grande proporção do elemento aquoso do plasma é forçada através da parede
capilar enquanto as proteínas plasmáticas ficam retidas na luz capilar.
Portanto, a pressão oncótica do plasma aumenta significativamente ao longo
do leito capilar. Ao mesmo tempo, a perda de volume plasmático ao longo do
leito capilar causa diminuição na pressão hidrostática no capilar, embora esta
alteração seja pequena por causa da resistência criada pela arteríola eferente.
O resultado é que a pressão final de filtração tende a diminuir ao longo do
leito capilar.

A TGF é o produto da pressão final media de filtração Pf, da


permeabilidade da barreira de filtração e da área de superfície disponível para
filtração. A permeabilidade da barreira de filtração é determinada pelas
características estruturais e químicas da parede capilar glomerular. O produto
da permeabilidade da barreira de filtração pela sua área de superfície é o
coeficiente de ultrafiltracao Kf. Assim, os efeitos combinados dos
determinantes da TGF são representados pela formula: TGF= Pf X Kf.

A BARREIRA DE FILTRAÇÃO É SELETIVAMENTE PERMEÁVEL

A parede glomerular tem características físico-químicas responsáveis


pela permeabilidade seletiva (permosseletividade) da barreira de filtração. A
permosseletividade é responsável por diferenças nas taxas de filtração de
elementos do sangue, onde, normalmente, elementos celulares e proteínas
plasmáticas do tamanho ou maiores que a albumina são mantidos na corrente
sanguínea, enquanto a água e os solutos das livremente filtrados.

Fatores como a carga elétrica final de uma molécula e sua forma, tem
efeito notável sobre a taxa de filtração.

AS ALTERAÇÕES NA TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR SÃO


MODERADAS POR FATORES SISTÊMICOS E INTRÍNSECOS

A TGF mantêm-se dentro da faixa fisiológica por modulação renal da


pressão arterial sistêmica e do volume intravascular e por controle intrínseco
do fluxo sanguineo renal, da pressão capilar glomerular e do Kf. Os efeitos
renais sobre a pressão e o volume sanuineo sistêmico são mediados
principalmente através de fatores humorais, em particular o sistema renina-
angiotensina-aldosterona. O controle intrínseco da perfudsao capilar
glomerular também é mediado por sistemas que controlam a resistência ao
fluxo nas arteríolas aferentes e eferentes, estes dois sistemas de regulação são
chamados de reflexo miogênico e retroalimentação tubuloglomerular.

A renina, do sistema renina-angiotensina-aldosterona, é um hormônio


produzidos por células da arteríola aferente (células justaglomerulares
especializadas). A liberacao da renina é estimulada pela diminuição da pressão
da perfusão renal, mais comumente pela hipotensão sistêmica. A renina
catalisa a transformação de angiotensinogênio, produzido pelo fígado, em
angiotensina I, que se transforma em angiotensina II, que é mais ativa, pela
enzima conversora de angiotensina, localizada principalmente no endotélio
vascular do pulmão. Sabe-se também que ela pode ser convertida no rim e
outros órgãos.

A angiotensina II é um potente vasocontritor, que atua diretamente na


elevação da pressão arterial sistêmica, da pressão da perfusão renal, na
liberação de mineralocorticóide pela hipófise.

A aldosterona, no ducto coletor, aumenta a reabsorção de sódio e água,


e a vasopressina aumenta a reabsorção de uréia e água.
A liberação de renina e suprimida pela melhora na perfusão renal e
pelos elevados níveis plasmáticos de angiotensina II, criando um sistema de
retroalimentação negativa, que mantem a perfusão renal e a TFG na faixa
fisiológica.

Os altos níveis de angiotensina II também estimulam a produção e a


liberação de pelo menos duas prostaglandinas vasodilatadoras renais, a
prostaglandina E2 e a prostaglandina I2 (prostaciclina). Este éum importanta
regulador do sistema renina-angiotensina-aldosterona. A produção intra-renal
destes vasodilatadores neutraliza o efeito constritor a angiotensina II sobre a
vascularização intra-renal e ajuda a manter a resistência vascular renal em
níveis normais ou quase normais, sem este efeito protetor, a vasoconstrição
generalizada resultaria em fluxo sanguineo renal e TFG reduzidos, apesar da
elevação da pressão arterial.

Os fatores constritores derivados do endotélio renal incluem o potente


vasoconstritor endotelina, o tromboxano A2 e a angiotensina II. Os fatores
relaxantes derivados do endotélio incluem o óxido nítrico, a protaglandina I2 e
a prostaglandina E2.

Além dos fatores excercidos pelo rim, fatores sistêmicos podem


contribuir para alteraceos na TGF. Esses fatores incluem o controle sistêmico
do volume sanguineo e do tônus vascular. O volume sanguineo é regulado por
inúmeros hormônios. A secreção de aldosterona e vasopressina (hormônio
antidiurético) aumenta a reabsorção de água e soluto pelo rim, aumentando o
volume sanguineo. O peptídeo natriurético atrial, um hormônio produzido nos
átrios cardíacos, demonstrou causar natriurese (eliminação de sódio) e diurese
(eliminação de água), reduzindo o volume sanguineo.

Os fatores sistêmicos que afetam o tônus vascular também afetam a


pressão arterial sistêmica, a perfusão renal e a ultrafiltração. A vasopressina e
as catecolaminas circulantes podem causar vasoconstrição e aumentar a
pressão arterial. A estimulação β -adrenérgica pode ativar o sistema renina-
angiotensina e a estimulação α -adrenérgica pode causar vasoconstrição renal,
resultando em redução e redistribuição do fluxo sanguineo renal. Alem disso,
os vasoconstritores podem afetar o outro determinante da TFG, o coeficiente
de Kf. Os vasoconstritores podem provocar contração de células mesangiais
no glomérulo e reduzir a área disponível para filtração. Como Kf é o produto
da área disponível para filtração pela permeabilidade hidráulica, se ocorrer
contração de células mesangiais.
O fator de crescimento semelhante à insulina e os níveis protéicos
dietéticos também aumentam a TFG.

A TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR É MEDIDA PELA


DETERMINAÇÃO DA TAXA DE DEPUTRAÇAÕ DO PLASMA

A TFG é um dos parâmetros mais importantes de função renal. A


determinação da TFG baseia-se no conceito de depuração, ou seja, a
velocidade em que o plasma é depurado de alguma substancia. A taxa de
depuração de uma substancia é medida pela velocidade de eliminação dividida
pela concentração plasmática da substancia:
CX=UXV
PX
onde CX é o volume de plasma depurado da substância X por unidade de
tempo; UX é a concentração urinaria da substancia X; V é o volume de urina
colhido; PX é a concentração plasmática da substancia X.

A taxa total de depuração de uma substancia é a soma das taxas de


filtração e secreção menos a taxa de reabsorção da substancia. Para a
determinação precisa da taxa de filtração, é necessário excluir da equação os
efeitos de secreção e reabsorção. Este requisito é nitidamente satisfeito pela
escolha de inulina como a substancia para a medida da depuração. A inulina é
uma substancia filtrada livremente pelo glomérulo, mas que não é reabsorvida
nem secretada pelas células tubulares renais. Por causa dessas propriedades e
pelo fato de a inulina não ser produzida pelo organismo, após a injeção
intravascular de inulina, a velocidades de seu desaparecimento do sangue está
estritamente relacionada com a taxa de filtração glomerular. Portanto, a
medida da TFG pode ser expressa matematicamente pela equação de
depuração quando a substancai X é inulina:
TFG=C inulina = U inulina V
P inulina
Onde TFG é espressa em milímetros por minuto; C inulina é a velocidade de
depuração da inulina do plasma em milímetros por minuto; U inulina é a
concentração de inulina em uma amostra de urina colhida em um período de
tempo T em minutos; V é o volume da urina colhida em tempo T; P inulina é a
concentração plasmática media de inulina em tempo T. Embora o método
padrão de determinação da TFG seja pela velocidade de depuração de inulina
do sangue, a TFG pode ser medida de varias maneiras. Em situações clinicas,
a medida de filtração glomerular mais amplamente usada é a depuração de
creatinina endógena. A creatinina é um subproduto do metabolismo muscular
que é manipulado pelo rim do mesmo modo que a inulina. A creatinina é
filtrada livremente e não é secretada pelo túbulo no cão. Contudo, dependendo
da precisão do método utilizado para a creatinina (as analises colorimétricas
superestimam a concentração de creatinina no sangue, mas não na urina), o
teste de depuração da creatinina endógena fornece uma estimativa razoável da
TFG. Praticamente, a medida de depuração desta creatinina requer colheita da
urina produzida por um paciente durante o período de 24 horas, seja pelo uso
de uma gaiola metabólica, “capitando” a urina eliminada, ou pela colheita de
urina por cateterização quando necessário. O volume de urina produzido
durante 24 horas é registrado e então medida a concentração de creatinina. A
concentração plasmática medida em um ponto médio do período de colheita
ou por meio da concentração plasmática medida no inicio e no final do
período de colheita. Esses valores são usados na equação de depuração e,
resultam em uma aproximação da TFG em milímetros por minuto. Em clinica
veterinária, a TFG é mais bem expressa com base no peso corpóreo ou na área
de superfície corpórea, ou seja, como milímetros por minuto por quilograma
ou como milímetros por minuto por metro quadrado, em razão da grande
variação de tamanho dos indivíduos nas varias espécies.

Os túbulos renais mantêm o equilíbrio hídrico

Uma das funções mais importantes do rim é a manutenção do conteúdo


corpóreo de água e da tonicidade plasmática. Os animais terrestres precisam
estar protegidos contra a desidratação, e o rim esta destinado a reabsorver o
Maximo de água no filtrado glomerular. Contudo, o rim também é capaz de
responder à sobrecarga hídrica excretando urina hipotônica.

O túbulo renal proximal reabsorve mais de 60% da água filtrada

O túbulo proximal é responsável pela reabsorção da maioria do


ultrafiltrado. Os solutos recuperados nesse seguimento tanto por meios ativos
como passivos, mas a energia que conduz a reabsorção de solutos é gerada
pela bomba ATPase de Na+ e K+ na membrana plasmática basolateral. A
reabsorção de água é impulsionada de maneira semelhante por essa bomba. À
medida que o Na+ é transportado ativamente da célula para o líquido
intersticial, o Na+ e outros solutos são removidos do liquido tubular por
transporte ativo secundário e o Cl- se difunde passivamente do liquido tubular
para os espaços intercelulares laterais. A reabsorção desses solutos dilui o
liquido tubular, criando um fraco gradiente favorável ao movimento da água
para as células e os espaços intercelulares. Como a borda em escova do túbulo
proximal fornece grande área superficial para reabsorção e o epitélio é
altamente permeável à água, o pequeno gradiente resulta no movimento rápido
de grandes volumes de água do liquido tubular para o liquido intersticial. A
alta pressão oncótica e a baixa pressão hidorstatica dos capilares peritubulares
favorecem o movimento de reabsorção da água e do soluto do liquido
intersticial e o reabsorvido retorna rapidamente para a corrente sanguinea. No
decorrer de um dia, entre 32 e 37 litors de água serão reabsorvidos pelos
túbulos proximais nos rins de um beagle de 10 Kg (por exemplo). Porem,
como a água é reabsorvida de forma quase que 100% isotônica com sal, há
pouca alteração na osmolaridade do liquido tubular entre o espaço de Bowman
e o começo do ramo descendente fino da alça de Henle.

A função do túbulo renal pode ser avaliada por determinação das taxas
de excreção fracional e reabsorção fracional

Taxa de excreção fracional é a porcentagem de uma substancia que é


excretada na urina, sendo o resultado efetivo da reabsorção e da excreção
tubular da substancia filtrada. Isto pode ser determinado pela razão entre a
concentração urinaria de uma substancia X e a sua concentração plasmática
dividida pela razão urinaria/plasmática de uma substancia de referencia para
eliminar o efeito de reabsorção de água sobre a concentração urinaria de X.
Em situações clinicas, utiliza-se a creatina como substancia de referencia:
EF X = U X /P X
U CREATINA/P CREATINA
Onde U X é a concentração urinaria de X; P X é a concentração de X; U
CREATINA/P CREATINA são, respectivamente, as concentrações urinarias e
plasmáticas da creatina. Multiplica-se EF por 100, expressando-se assim, em
porcentagem.

A taxa de reabsorção fracional de X (RFX) representa a produção final


de X que é reabsorvida pelo túbulo. A RFX é determinada pela seguinte
equação:

RFX = 1- EFX

O túbulo proximal é responsável pela reabsorção da maior parte dos


solutos filtrados
A taxa de reabsorção e secreção de substancias filtradas varia entre os
segmentos do túbulo renal. Em geral, o túbulo proximal é responsável pela
reabsorção do ultrafiltrado em maior grau que o restante do túbulo. Pelo
menos 60% da maioria das substancias filtradas são reabsorvidas antes que o
liquido tubular deixe o túbulo proximal.

A organização anatômica do túbulo proximal e sua relação com o


capilar peritubular facilitam o movimento dos elementos do liquido tubular
para o sangue através de duas vias: via transcelular e a paracelular. O liquido
tubular banha a superfície apical da célula tubular. As substancias
transportadas através da via transcelular são captadas do liquido tubular pela
célula através da membrana plasmática apical e lançadas no liquido intersticial
no lado sanguineo da célula através da membrana plasmática basolateral. O
transporte através da via transcelular ocorre em grande parte pelo transporte
mediado por carreador. A área superficial disponível para o transporte de
elementos do liquido tubular para dentro da célula é vasta, por causa das
extensas dobras internas da membrana plasmática apical. Como resultado, a
superfície apical de células tubulares proximais é coberta com numerosas
projeções chamadas de “microvilosidades”, criando uma membrana conhecida
como “borda em escova”. No lado sanguineo da célula, existem também
complexas dobras internas na membrana plasmática basolateral, as quais
aumentam a área de superfície disponível para o transporte da célula ao
liquido intersticial, onde a substancia transportada se torna viável para ser
absorvida pelo capilar peritubular.

No transporte paracelular, as substâncias reabsorvidas através da via


paracelular movem-se do liquido tubular através da zônula occludens, que é
uma estrutura altamente permeável que une as células do túbulo proximal
entre si e forma um limite entre os domínios das membranas plasmáticas
apical e basolateral. Esse transporte paracelular ocorre por difusão passiva ou
por arraste de solvente, que é o embarque de soluto pelo fluxo de água. As
substancias que cruzam a zônula occludens entra no espaço intercelular
lateral, que supostamente se comunica livremente com o liquido intersticial; a
partis deste ponto, as substâncias reabsorvidas podem ser capitadas pelo
capilar peritubular.

O movimento de água e soluto do liquido intersticil para a corrente


sanguinea é favorecido pela localização do capilar peritubular e governado
pelas forcas de Starling. Nos mamíferos, o capilar peritubular origina-se na
arteríola eferente glomerular, subdivide-se e se enrola firmemente ao redor do
lado basal do túbulo proximal. O plasma que sai do glomérulo tem pressão
oncótica alta por causa da filtração seletiva de água e sais, e da retenção de
proteínas na luz capilar. Por causa da baixa resistência no capilar peritubular, a
pressão hidrostática no capilar é baixa. Estas duas condições, alta pressão
oncótica plasmática peritubular e baixa pressão hidorstatica capilar
peritubular, favorecem o movimento de liquido e soluto do interstício para a
corrente sanguinea.

A reabsorção de solutos se dá por uma grande quantidade de


mecanismos de transporte, incluindo difusão passiva, arraste de solvente e
transporte ativo primário. No túbulo proximal, grande parte do tranasporte de
substancias do liquido para o sangue é feita pelo transporte ativo de Na+, por
uma bomba de Na+, K+ (ATPase de Na+, K+) localixada na membrana
plasmática basotelial. Em condições ideais, a ATPase de Na+, K+ desloca três
íons Na+ para o liquido intersticial e capta dois íons de K+ para a célula.

O funcionamento normal da ATPase de Na+, K+ reduz a concentração


de Na+ e aumenta a concentração de K+ dentro da célula. A subseqüente
difusão de K+ para fora, pelos canais de K+, polariza a célula, tornando seu
interior eletricamente negativo em relação ao exterior. Portanto, estabelece-se
um gradiente eletroquímico para Na+ através da membrana plasmática apical,
estimulando o movimento de Na+ do liquido tubular para dentro da célula. O
movimento de na+ através da membrana celular apical é facilitado por uma
serie de transportadores específicos localizados na membrana. O movimento
de Na+ por meio da maioria destes transportadores esta acoplado ao
movimento de outros solutos na mesma direção que o Na+ (co-transporte) ou
na direção oposta (contratransporte). As substancias removidas do liquido
tubular proximal para dentro das células por este mecanismo (transporte ativo
secundário) incluem glicose, aminoácidos, fosfato, sulfato e ânions orgânicos.
A capitação ativa destas substancias aumenta sua concentração intracelular e
permite que se movimentem através da membrana plasmática basolateral e
para o sangue por difusão passiva ou facilitada.

A reabsorção de bicarbonato pelo túbulo proximal também é regida pelo


gradiente de Na+, embora indiretamente. Os contratransportes de Na+ e
próton (H+) através da membrana plasmática apical ocorrem por meio de um
antiportador de Na+/H+ e são regidos pelo gradiente químico para Na+. O H+
secretado combina-se no liquido tubular com HCO3- filtrado, formando acido
carbônico (H2CO3), que se dissocia em forma de H2Oe CO2. A dissociação é
catalisada pela enzima anidrase carbônica na membrana plasmática apical das
células tubulares proximais. O CO2 difunde-se passivamente através da
membrana plasmática apical para dentro da célula, onde se combina com
H2O, formando H2CO3. A hidratação intracelular de CO2 é catalisada pela
anidrase carbônica citoplasmática. O H2CO3 dissocia-se e forma H+ e HCO3-
no interior da célula. O HCO3- move-se através da membrana plasmática
basolateral e volta ao sangue através de um co-tranportados de Na+, 3 HCO3-
e possivelmente um antiportador HCO3-/Cl-. O H+ é transportado para o
liquido tubular através do antiportados de Na+/H+, completando o ciclo. Por
meio deste complexo mecanismo, o túbulo proximal reabsorve 60 a 85% do
HCO3- filtrado.

A reabsorção passiva de Cl- no túbulo proximal também é


indiretamente controlada pela ATPase de Na+, K+. À medida que o Na+, o
HCO3-, a glicose, aminoácidos e outros solutos são reabsorvidos
seletivamente e a água é capitada juntamente com estes solutos, a
concentração de Cl- no liquido tubular aumenta, estabelecendo um gradiente
químico para o movimento de Cl- em direção ao lado sanguineo do túbulo.
Alem disso, no inicio do túbulo proximal, a captação seletiva de Na+ excede a
de anions, resultando em transferência final de carga positiva para o lado
sanguineo do epitélio. Tsto cria um pequeno gradiente elétrico para anions na
direção do sangue. No inicio do túbulo proximal, o gradiente químico e o
gradiente elétrico favorecem a reabsorção de Cl-. Como a zônula occuludens é
altamente permeável ao Cl-, ocorre transferência paracelular passiva e Cl- do
lúmen tubular par ao liquido intersticial.

Conforme o filtrado glomerular atravessa as porções mais distais do


túbulo proximal, ele é rapidamente esgotado de muitas das substancias
necessárias para a reabsorção de Na+ por co-transporte, então a ATPase de
Na+, K+ continua a mover Na+ da célula para o liquido intersticial, mas
predominam outros mecanismos de transporte de Na+ do liquido luminal. Tais
mecanismos incluem alguma forma de captação eletroneural de naCl e
reabsorção passiva de Na+ através da via paracelula. Esse tranporte
paracelular de Na+ torna-se possível pelo gradiente químico para Cl-
estabelecido pela reabsorção seletiva de outros solutos na parte inicial do
túbulo. À medida que o Cl- se move passivamente em favor do seu gradiente
químico do lado urinário para o sanguineo do epitélio tubular, ele leva junto
Na+ por causa da atração eletrostática. A passagem de Cl- em favor do seu
gradiente químico também elimina a pequena carga positiva do lúmen e, na
verdade, estabelece uma pequena carga positiva do lúmen no final do túbulo
proximal, o que favorece ainda mais a transferência de Na+ para o lado
sanguineo do epitélio.

Outros solutos filtrados, como íons de K+ e Ca++, estão presentes no


liquido tubular em baixas concentrações e também são reabsorvidos pelo
epitélio no túbulo proximal. Supõe-se que a maior parte da reabsorção de K+ e
Ca++ no túbulo proximal ocorra por mecanismos passivos, incluindo arraste
de solvente e difusão passiva em favor do gradiente elétrico na parte final do
túbulo proximal. Há também, evidencias de pequena contribuição de uma via
trancelular ativa para a reabsorção de Ca++. Do mesmo modo, sugere-se a
ocorrência de reabsorção ativa de K+ no túbulo proximal.

O túbulo proximal também é responsável pela reabsorção de proteínas e


peptídeos de baixo peso molecular filtrados. Grande proporção dos peptídeos
filtrados é degradada em aminoácidos por peptidades presentes na borda em
escova do túbulo proximal e reabsorvida por co-transporte com Na+ através
da membrana plasmática apical, conforme discutido previamente. Há
evidencia também de que os próprios peptídeos pequenos são transportados
através da membrana plasmática apical por meio de co-transporte com H+,
regido pelo gradiente de próton tubular liquido-para-sangue.

As proteínas de baixo peso molecular também são avidamente


reabsorvidas pelo túbulo proximal, mas por um mecanismo diferente. Essas
proteínas filtradas, como a insulina, o glucagon e o hormônio paratireóideo,
são removidas do liquido tubular para as células do túbulo proximal por
endocitose mediada por carreador ao longo da membrana plasmática. As
proteínas reabsorvidas são degradadas por enzimas proteolíticas dentro dos
lisossomos e os aminoácidos resultantes são transportados para o liquido
intersticial e devolvidos ao sangue.

O túbulo proximal secreta íons orgânicos

Outra função importante do túbulo proximal é a remoção de um ampla


variedade de íons orgânicos do sangue e sua secreção para o liquido tubular.
Este grupo de íons orgânicos inclui tanto resíduos metabólicos endógenos
como drogas ou toxinas exógenas. Como muitas destas substancias se
encontram ligadas a proteínas no plasma, são pouco filtradas pelo glomérulo,
por esta razão, a secreção tubular desempenha papel vital na depuração destas
substancias do sangue. O mecanismo de secreção não é totalmente conhecido,
mas envolve a captação destas substancias do sangue para o liquido tubular
por um processo mediado por transportador. Os compostos orgânicos
endógenos secretados pelo túbulo proximal incluem sais biliares, oxalato,
urato, creatinina, prostaglandinas, adrenalina e hipuratos. Também secretados
pelo túbulo proximal são antibióticos, como a penicilina G e o tripetoprim;
diuréticos, como a clorotiazina e a furosemida; o analgésico morfina e muitos
dos seus derivados; e o potente herbicida paraquat. A secreção tubular de íons
orgânicos, drogas e toxinas endógenas constitui a base de exame de urina para
hormônios e substancias estranhas como um reflexo de níveis sanguineos que
podem estar elevados apenas temporariamente. A secreção tubular de
p0aminoipurato exógeno é utilizado para calcular o fluxo plasmático renal. A
secreção tubular de certos antibióticos é importante para determinar quais
antibióticos podem atingir altas concentrações na urina para tratamento mais
eficaz de infecções do trato urinário. Da mesma maneira, a secreção de
diuréticos como a furosemida pelo túbulo proximal aumenta a liberação destas
drogas para seu local de ação no ramo ascendente espesso da alça de Henle.
Finalmente, a secreção tubular de drogas determina em parte sua taxa de
excreção e afeta a dosagem apropriada de drogas de excreção renal,
particularmente em pacientes com a função comprometida.

Os segmentos do túbulo distal reabsorvem sais e diluem o liquido tubular

A estrutura do epitélio tubular muda drasticamente na extremidade do


túbulo proximal, que contém grande quantidade de mitocôndrias, borda em
escova e marcantes pregas internas da membrana plasmática basoventral,
destina-se ao transporte de grandes volumes de uma ampla variedade de
substancias por mecanismos ativos e passivos. Cada um dos segmentos que se
seguem ao túbulo proximal tem uma estrutura singular e altamente especifica,
refletindo suas funções especializadas. Logo após a porção reta do túbulo
proximal fica o ramo fino da alça de Henle, que é um epitélio pavimentoso
com poucas mitocôndrias e poucas pregas internas membranosas. Como se
poderia esperar, os estudos fisiológicos sugerem que neste segmento o
transporte ativo de solutos é virtualmente inexistente. A função do ramo fino é
determinada por suas propriedades de permeabilidade passiva e sua orientação
espacial dentro da medula interna. Estas características são essenciais para seu
papel na absorção hídrica.

No ramo ascendente da alça de Henle, o epitélio pavimentoso do ramo


ascendente fino muda abruptamente para o epitélio cilíndrico do ramo
ascendente espesso. O ramo ascendente espesso é dotado de numerosas
mitocôndrias e dobras internas da membrana plasmática basolateral, refletindo
sua alta capacidade de transporte ativo de solutos. Então, segue-se o túbulo
contorcido distal, com epitélio mais alto regular e densa formação de
mitocôndrias, indo ao segmento conectante, que faz a transição do néfron
distal para o sistema de ductos coletores.

Os segmentos do túbulo distal que incluem o ramo ascendente espesso


da alça de Henle e o túbulo contornado distal, reabsorvem Na+, K+, CL- e os
cátions divalentes Ca++ e Mg++. Esses segmentos são capazes de reabsorver
solutos contra um alto gradiente e, quando o liquido tubular deixa o túbulo
contornado distal, mais de 90% dos sais filtrados já foram reabsorvidos, sendo
a osmolaridade do liquido tubular tipicamente reduzida para 100mosm/l.

A reabsorção de sal nos segmentos do túbulo distal é regida pela


ATPase de Na+, K+ na membrana plasmática basolateral, como no túbulo
proximal e, o túbulo contornado distal tem a mais alta atividade de ATPase de
Na+, K+ de qualquer segmento do néfron. No ramo ascendente espesso da
alça de Henlee, a ATPase de Na+, K+ basolateral transporta ativamente na+
da célula para o liquido intersticial, criando um gradiente eletroquímico para
Na+ através da membrana plasmática apical. Esse gradiente rede um co-
transportador de Na+, K+, 2Cl- na membrana plasmática apical e, tais íons
movimentam-se do liquido tubular para a célula por transporte ativo
secundário. O Cl- difunde-se em favor do seu gradiente químico para o liquido
intersticial através de canais de Cl- na membrana plasmática basolateral. O K+
movimenta-se extracelularmente em favor do seu gradiente de concentração
por meio de canais de K+ através da membrana plasmática basolateral e da
membrana plasmática apical. O resultado da absorção de CL- e da secreção de
K+ é o desenvolvimento de voltagem positiva do lúmen (potencial elétrico)
com relação ao interstício, o que cria um gradiente elétrico lúmen-para-sangue
para cátions, que se difunde então para o liquido de Na+, K+, 2Cl- no ramo
ascendente espesso, que é inibido pelos diuréticos de alça, tais como
bumetamina e furosemida.

O túbulo contornado distal e o segmento conectante contem tanto um


co-transportador de NaCl como um canal de Na+ na membrana plasmática
apical que permite o transporte de Na+ do liquido tubular em favor do
gradiente químico para Na+ gerado pela ATPase de na+, K+ basolateral. O
Cl- que é transportado para a célula através de um co-transportador apical
move-se para o liquido intersticial através de um canal de Cl- basolateral,
regido pelo gradiente elétrico. A atividade do co-transportados de NaCl apical
é inibida por diuréticos tiazídicos.
Tanto o ramo ascendente espesso como o túbulo contornado distal são
impermeáveis à água. A reabsorção de sais sem a reabsorção concomitante de
água resulta em um liquido tubular hipotônico e, portanto, estes segmentos são
chamados de “segmentos diluidores”. A diluição do liquido tubular dá-se
independentemente do estado de volume do liquido do animal, embora em
algumas espécies o hormônio antidiurético, liberado quando o animal esta
com depleção de volume ou desidratado, aumente a reabsorção de sódio do
ramo ascendente espesso. Apesar de a estimulação da reabsorção de sódio
pelo hormônio antidiurético no ramo ascendente espesso ter efeito
aparentemente paradoxal de aumentar a diluição do liquido tubular, este efeito
permite máxima conservação de sal e água, porque a reabsorção de água no
ducto coletor também aumenta.

A diluição do liquido tubular nesses segmentos é um importante


elemento da regulação do volume de liquido pelo rim e permite que o rim
excrete a água em excesso sem sal, evitando assim, sobrecarga de água e
hipotonicidade plasmática.

O ducto coletor reabsorve NaCl e pode secretar ou reabsorver K+

O sistema de ductos coletores começa com o segmento conectante, que


é uma região de transição do túbulo contornado distal para o túbulo coletor
inicial. Dependendo da espécie, o segmento conectante é composto de
diversos tipos de células, incluindo células do túbulo contornado distal;
células do segmento conectante; células intercalada, que têm grandes
quantidades de vesículas intracitoplasmáticas bem como mitocôndrias; e
células principais, com menos mitocôndrias mas extensas dobras internas da
membrana plasmática basolateral.

Os túbulos coletores iniciais convergem e desembocam no ducto


coletor, que desce pelo córtex e pela medula ate a extremidade papilar, onde o
liquido tubular (urina) se lança na pelve renal. Na maior parte do sistema de
ductos coletores, existem dois tipos principais de célula: a célula intercalada e
a célula principal. A célula principal é o tipo de célula mais importante no
ducto coletor inicial, no ducto coletor cortical e no ducto medular externo,
correspondendo a aproximadamente dois terços das células na maioria das
regiões. A célula intercalada corresponde ao restante das células dos ductos
coletores cortical e medular externo, persistindo em algumas espécies ate o
ducto coletor medular interno.
Supõe-se que a célula principal seja primariamente responsável pela
reabsorção de NaCl no ducto coletor. Possui extensas dobras internas da
membrana plasmática basolateral, que contem ATPase de Na+, K+. Como em
outros segmentos tubulares previamente discutidos, o Na+ é ativamente
transportado por esta bomba da célula para o liquido intersticial, o que
estabelece um gradiente eletroquímico para a captação de Na+ do liquido
tubular via canais de Na+ na membrana plasmática apical. Isso resulta em
potencial elétrico negativo de lúmen que pode reger a absorção de Cl-
passivamente através da via paracelular. Ao mesmo tempo, o K+ é bombeado
ativamente do liquido intersticial para a célula ATPase de Na+, K+, elevando
a concentração do liquido intersticial e do liquido tubular. O K+ intracelular é
secretado por dois motivos: 1 – o canal de K+ apical é mais permeável que o
canal de K+ basolateral; 2 – o potencial elétrico negativo do lúmen favorece a
secreção de K+.

O túbulo coletor também é capaz de reabsorver K+ e, a célula


intercalada parece ser responsável por esta função. Os íons potássio são
ativamente transportados do citoplasma através da membrana plasmática
apical da célula intercalada na troca de íons hidrogênio por uma ATPase de
H+, K+ semelhante àquela na célula parietal do estomago. Essa bomba tem
um papel adicional na contribuição para a acidificação da urina.

O túbulo distal e o ducto coletor respodem a sinais sistêmicos para alterar


a excreção de sal quando necessário

No túbulo proximal, os solutos e a água filtrada geralmente são


reabsorvidos independentemente do estado fisiológico do animal. Por outro
lado, o túbulo distal e o ducto coletor controlam a taxa final de excreção de
eltrólitos e água para manter a homeostase apesar das variações na ingestão
dietética e nas perdas extra-renais de sais e água. As respostas especificas
destes segmentos para alterar acentuadamente a taxa de reabsorção ou a
secreção de Na+, K+, Ca++ e água devem-se em grande pare, à ação de
diversos hormônios, incluindo aldosterona, peptídeo natriurético atrial,
hormônio antidiureico, 1 α , 25-(OH)2- vitamina D3 e calcitonina. O
hormônio peptídeo natriurético atrial é produzido nos átrios cardíacos e
aumenta a excreção de Na+ nos túbulos distais e ductos coletores por inibição
da liberação de aldosterona e também por efeitos diretos nos ductos coletores.

A aldosterona aumenta a reabsorção de Na+ e a secreção de K+


A aldosterona é um hormônio mineralocorticoide secretado pelo córtex
adrenal. A liberação de aldosterona é estimulada por hipotensão sistêmica
através do sistema renina-angiotensina e atua nas células do segmento
conectante e nas células principais do ducto coletor aumentando a reabsorção
de Na+, que por sua vez, aumenta a reabsorção de água para corrigir a
depleção de volume observada. No nível celular, a aldosterona aumenta a
permeabilidade dos canais de Na+ da membrana plasmática apical e estimula
a atividade da ATPase de Na+, K+, aumentando a reabsorção de Na+. A
estimulacao crônica de aldosterona causa ate mesmo uma adaptação estrutural
nestas células, a proliferacao da membrana plasmática basolateral onde se
localiza a ATPase de Na+, K+.

A liberação de aldosterona também é estimulada por hipercalemia e tem


papel importante na regulação da homeostase de K+. O efeito agudo da
aldosterona sobre o K+ é aumentar a sua entrada em células responsivas à
aldosterona por estimulação da atividade da ATPase de Na+, K+, que abaixa
os níveis séricos de K+, porem, tem pouco efeito sobre a excreção renal de
K+. A estimulação mais crônica da aldosterona das células do segmento
conectante e das células principais aumenta o numero de canais de K+ na
membrana plasmática apical, aumentando dessa maneira a permeabilidade
apical ao K+, o que resulta em maior secreção de K+ intratubular. Portanto, o
efeito imediato da aldosterona é a resdistribuicao de K+ de compartimentos
extracelulares para intracelulares mas, com estimulação prolongada da
aldosterona, a eliminação renal de K+ é aumentada.

Embora a aldosterona pareça ser necessária para uma rápida resposta a


aumento da demanda de reabsocar de Na+ ou secreção de K+, foi
demonstrado que é possível uma resposta adaptativa pelo túbulo distal e pelo
ducto coletor mesmo na ausência de aldosterona.

O Ca++ é reabsorvido no néfron distal e no segmento conectante; a


Reabsorção de Ca++ é regulada pelo hormônio paratireóideo, pela 1
α ,25-(OH)2-vitamina D3 e pela calcitocina

Os mecanismos pelos quais o rim contribui para a regulação do


equilíbrio sistêmico de Ca++ foram intensivamente estudados nos últimos
anos. Aproximadamente 65% do Ca++ filtrado é reabsorvido no túbulo
proximal, onde a maior parte da reabsorção de Ca++ é paracelular e passiva,
regida por gradientes elétricos e químico. Aproximadamente 20% do Ca++
filtrado é reabsorvido no ramo ascendente espesso da alça de Henle. Supõe-se
que a reabsorção de Ca++ neste segmento ocorra por meios paracelulares
passivos, regidos por gradientes eletroquímicos por transporte transccelular
ativo. O túbulo contornado distal e o segmento conectante reabsorvem mais de
10% do Ca++ filtrado, basicamente por transporte trascelular ativo. Sabe-se
agora, que a membrana plasmática basolateral das células no túbulo distal
contem uma ATPase de Ca++ que desloca ativamente Ca++ intracelular para
o liquido intersticial. O Ca++ também é transportado através da membrana
plasmática basolateral por um antiportador de Na+/Ca++ que troca Na+
extracelular por Ca++ intracelular. O Ca++ no liquido tubular entra na célula
através da membrana plasmática apical por meio de um canal de Ca++ e, a
difusão para o lado basolateral da célula é facilitada por ligação a uma
proteína ligadora de Ca++, a calbindina 20k. Finalmente, 1 a 2% do Ca++
filtrado é reabsorvido nos ductos coletores, estes mecanismos de transporte de
Ca++ no ducto coletor não foram definidos.

A regulação do transporte de Ca++ ocorre no túbulo contornado distal,


no segmento conectante e no ramo ascendente espesso cortical da alça de
Henle. O hormônio paratiroideo, a calcitocina e a 1α ,25-(OH)-vitamina D3
tem importante funções no controle da excreção renal de Ca++.

A hipocalemia estimula a liberação de hormônio paratiróideo, que tem


um efeito sobre o tecido ósseo, o intestino e o rim, elevando o nível
plasmático Ca++. A resposta renal ocorre no ramo ascendente espesso
cortical, no túbulo contornado distal e no segmento conectante. Supõe-se que
o hormônio paratiróideo aumente a permeabilidade da membrana plasmática
apical de Ca++, um efeito mediado por maior produção de adenosina 3´,5´-
monofostato cíclico. Alem disso, pelo menos no túbulo contornado distal o
hormônio paratiróideo aumenta a condutância de Cl- na membrana plasmática
basolateral, o que hiperpolariza as células (o interior fica mais eletronegativo)
e assim aumenta a forca que rege a entrada de Ca++.

O hormônio 1α ,25-(OH)-vitamina D3 é convertido em sua forma ativa


nos túbulos contornados proximais; este processo é estimulado pelo hormônio
paratiróideo. Os receptores de vitamina D3 localizam-se predominantemente
no túbulo distal. Nesse local, há aumento do teor celular da proteína ligadora
de Ca++, a calbindina 28k, o que contribui para aumentar a reabsorção de Ca+
+ no túbulo contornado distal.
A calcitocina reduz a concentração serica de Ca++, em grande parte por
causa da deposição de Ca++ no tecido ósseo. Embora as doses farmacológicas
de calcitocina possam aumentar a reabsorção de Ca++ no ramo ascendente
espesso, no túbulo contornado distal e no segmento conectante; supõe-se que a
calcitocina hiperpolarize as células nestes segmentos e aumente a entrada de
Ca++ oriundo do liquido tubular. A calcitocina tem entrada de Ca++ oriundo
do liquido tubular. A calcitocina tem efeitos adicionais sobre o túbulo
proximal, onde estimula a síntese de 1α ,25-(OH)-vitamina D3 e também
inibe a absorção de fosfato.

O rim pode produzir urina concentrada ou diluída

A evolução criou um sistema para permitir a excreção de urina


concentrada ou diluída com relação ao plasma, conforme as circunstancias.
Esse sistema pode ser dividido em três componentes principais. O primeiro é a
geração de um interstício medular hipertônico. O segundo componente é a
diluição do liquido tubular pelo ramo ascendente espesso da alça de Henle e
pelo túbulo contornado distal, o que permite a formação de urina diluída. O
terceiro componente é a variabilidade na permeabilidade à água do ducto
coletor em resposta ao hormônio antidiurético (ADH), que determina a
concentração final da urina. A vantagem desse sistema é que todos os fatores
necessários para a concentração e a diluição da urina operam em qualquer
tempo, de modo que o rim pode responder imediatamente a alterações nos
níveis de ADH com alterações correspondentes na osmolaridade urinaria e na
excreção de água.

O interstício medular hipertônico permite a formação de urina


concentrada

Normalmente, a urina esta bem mais concentrada que a osmolaridade


plasmática. A excreção de resíduos concentrados conserva a água e, portanto,
reduz o volume de água que precisa ser consumido a cada dia para prevenir a
desidratação. Dois dos três fatores já mencinados são responsáveis pela
formação de urina concentrada: a geração de um interstício medular
hipertônico e a maior permeabilidade à água no ducto coletor na presença de
ADH.

Dois fatores principais são responsáveis pela hipertonicidade do


interstício medular. O primeiro é a reabsorção de substancias osmoticamente
ativas pelos túbulos na medula; o segundo é a remoção de água do interstício
pelos vasos recta.

Os néfrons justaglomerulares estendem-se profundamente para o interior


da medula

A disposição anatômica dos túbulos renais na medula é crucial para a


função do mecanismo de concentração da urina. Os néfrons do rim de
mamifeors podem ser subdivididos em duas populações chamadas de “néfrons
superficiais e justaglomerulares”, com base na localização de seus respectivos
glomérulos. Os néfrons superficiais têm alças de Henle curtas que se estendem
apenas ate a faixa interna da medula externa. Os néfons justaglomerulares têm
alças de Henle longas que se estendem ate a medula interna. Eles são
particularmente responsáveis pela capacidade renal de concentrar urina bem
acima da osmolaridade plasmática.

A hipertonicidade medular depende da reabsorção de soluto pelo ramo


medular ascendente espesso e pelo ducto coletor

O ramo ascendente espesso da alça de Henle capta ativamente NaCl,


mas é impermeável à água. Portanso, este segmento capta sal relativamente
isento de água e eleva a osmolaridade do liquido intersticial.

Os ductos coletores medulares internos também reabsorvem ativamente


NaCl, mas sua contribuição mais importante para a hipertonicidade medular é
a reabsorção de uréia. Embora os ductos coletores corticais e medulares
externos sejam impermeáveis à uréia, a porção terminal do ducto coletor
medular interno (DCMI) é altamente permeável à uréia graças ao transporte de
uréia mediado por um carreador. A permeabilidade à uréia no DCMI terminal
é favorecida pelo ADH, que acentua esse processo de transporte de uréia
facilitado. Assim sendo, a uréia é conservada no liquido tubular ate alcançar o
DCMI terminal profundamente na medula, onde a reabsorção de uréia para o
liquido intersticial é moderada pelo ADH, de maneira que, quando as
condições exigem maior concentração de água (aumento da concentração de
urina), a reabsorção de uréia é favorecida. Como as alças finas são permeáveis
à uréia, embora os segmentos tubulares que ficam entre o ramo ascendente
fino e o DCMI terminal sejam impermeáveis à uréia, a uréia que é reabsorvida
a partir do DCMI terminal é reciclada é reciclada de volta para o DCMI. Esse
sistema de reciclagem da uréia favorece a eficiência do mecanismo de
concentração da urina.
O mecanismo de contracorrente aumenta a osmolaridade do interstício
medular com pouco gasto de energia

O mecanismo de contracorrente é responsável pela amplificação da


hipertonicidade medular iniciada pela reabsorção ativa de solutos pelo ramo
ascendente espesso e pelo ducto coletor medular. O desempenho desta função
exige dispêndio mínimo de energia em razão de duas características: a
disposição anatômica dos ramos finos da alça de Henle e do vasa recta;as
permeabilidades diferentes da água e do sal nos ramos finos descendentes e
ascendentes.

Os ramos fixos da alça de Henle nos néfrons justaglomerulares


estedem-se profundamente na medula interna. Os ramos finos descendentes e
ascendentes ficam paralelos e justapostos, com o fluxo de liquido tubular em
direções opostas. Os vasa recta têm disposição semelhante. Essa disposição de
condutos paralelos adjacentes com fluxo em direções opostas possibilita a
conservação eficiente de energia do soluto na região. O ramo fino descendente
origina-se da porção reta do túbulo proximal e esta alinhado com o ramo
ascendente espesso da alça de Henle. O liquido tubular que entra no ramo fino
é essencialmente isosmótico com relação ao plasma. O liquido intersticial
circundante é hiperosmótico por causa da reabsorção ativa de sódio pelo ramo
ascendente espesso impermeável à água. Portanto, um gradiente para água e
solutos é estabelecido entre o liquido tubular e o intersticial. Como o ramo
descendente fino é altamente permeável à água, mas não ao sal, o liquido
tubular equilibra-se rapidamente com o intersticial pelo movimento da água no
interstício e, a osmolaridade do liquido tubular aumenta;

A osmolaridade do liquido medular intersticial é progressivamente mais


elevada nas regiões mais profundas da medula. À medida que o ramo
descendente fino permeável à água alcança regiões de osmolaridade
intersticial cada vez mais elevada, o liquido tubular continua a equilibrar-se
pela difusão da água n interstício e, a osmolaridade do liquido tubular sobe de
forma progressiva ate atingir sua concentração máxima na curva do “grampo
de cabelo”.

Nesse ponto, o ramo fino começa a ascender através de regiões de


osmolaridade intersticial progressivamente mais baixa e, mais uma vez o
liquido tubular equilibra-se com o liquido intersticial. No entanto, o ramo fino
ascendente é impermeável à água e permeável ao NaCl, de maneira que o
equilíbrio se dá não pelo movimento de água paa o liquido tubular e sim pela
difusão do NaCl a partir do liquido tubular para o liquido intersticial. A
osmolaridade do liquido tubular diminui e a do intersticial aimenta. Esse
processo continua ate que o ramo ascendente fino deixa a medula interna e
emerge com o ramo ascendente espesso. Na transição para o ramo ascendente
espesso, a osmolaridade do liquido tubular é apenas moderadamente
hipertônica.

Nesse ponto, os meios passivos, os ramos finos reabsorvem água e sal.


A água reabsorvida a partir do ramo descendente fino, o sal foi reabsorvido do
ramo ascendente fino. Ao mesmo tempo, o fluxo em contracorrente nesses
dois segmento ajudou a ampliar a hipertonicidade medular.

O intercambio em contracorrente nos vasa recta resulta na remoção de


água do interstício medular sem depletar sua hipertonicidade

A difusão de água do ramo descendente fino para o interstício tentaria


diluir o efeito do transporte de sal no interstício e causar a tumefação (edema)
da medula interna se não fosse a capacidade dos vasa recta de remover o
liquido reabsorvido do interstício medular. As paredes dos vasa recta são
permeáveis à água e aos sais. A pressão oncotica relativamente alta do plasma
nos vasa recta que entram na medula favorece o movimento da água para o
lúmen capilar e, o NaCl, é retido com a água. À medida que os vasos
descendem para o interior da medula, a osmolaridade plasmática equilibra-se
com a do liquido intersticial por difusão passiva e se eleva conforme se
aproxima da curva do “grampo de cabelo” e em seguida cai à medida que
ascende para fora da medula.

Durante o tempo em que os vasa recta ascendentes deixam a medula, há


um movimento resultante do liquido para o capilar. A pressão oncótica do
plasma cai e, o fluxo sanguineo nos vasa recta ascendentes é cerca de o dobro
daquele nos vasa recta descendentes. Assim, a disposição em contracorrente
dos vasa recta, o equilíbrio passivo do plasma com as osmolaridades
intersticiais que se alteram em diferentes regiões na medula e a pressão
oncótica inicial relativamente alta do plasma permitem a remoção de água e
soluto do interstício medular sem dissipar a hiertonicidade medular.

A reabsorção ativa de NaCl no ramo ascendente espesso e no túbulo


contornado distal permite a formação de urina diluída
O ramo ascendente espesso e o túbulo contornado distal reabsorvem
Na+ ativamente, comandando a reabsorção secundaria de Cl-. Como esses
segmentos são impermeáveis à água, a reabsorção ativa de soluto resulta em
declínio progressivo da osmolaridade no liquido tubular. É por este motivo,
que o ramo ascendente e o túbulo contornado distal são chamadas de
“segmentos diluidores”. O resulto é que o liquido tubular liberado no sistema
ductal coletor é hipotônico qualquer que seja o estado fisiológico do animal.

O ducto coletor responde ao hormônio antidiurético, determinando a


osmolaridade urinária final

A geração da hipertonicidade e a diluição do liquido tubular nos


segmentos distais de néfrons determinam o estagio para a eliminação de urina
concentrada ou diluída, conforme garantido pelo estado do volume de liquido
do animal. As características de permeabilidade do ducto coletor sob a
influencia do ADH determinam a osmolaridade da urina excretada.

Em condições de sobrecarga hídrica, o ADH este ausente e o ducto


coletor é relativamente impermeável à água. O liquido tubular, liberado pelo
túbulo contornado distal, permanece hipotônico, porque a água esta confinada
dentro do ducto coletor. Assim, na ausência de ADH, forma-se urina diluída, o
excesso de água é excretado e a osmolaridade plasmática é mantida.

Sob condições de desidratação ou depleção de volume, o ADH é


liberado da hipófise. Essas condições incluem fatores como desidratação ou
sobrecarga de sal que levam a osmolaridade a níveis baixos como 3 a 5
mOsm/kg de H2O. Alem da desidratação, outros fatores que diminuem a
pressão sanguinea estimulam a liberação de ADH, incluindo depleção de
volume isosmótica decorrente de vômitos, diarréia ou hemorragia;
vasodilatação sistêmica; ou insuficiência cardíaca. Nestas circunstancias, o
objetivo é reduzir a osmolaridade plasmática ao normal ou resultar o volume
de liquido.

O efeito do ADH é facilitar acentuadamente a permeabilidade do ducto


coletor à água. Foi identificado um grupo de proteínas do canal de água a que
deu o nome de “aquaporinas”. Quando o ADH este ausente, o canal de água
identificado no ducto coletor, aquaporina 2, está contido nas vesículas
citoplasmáticas na região apical das células responsivas ao ADH, ou seja, as
células principais e as células DCMI no ducto coletor. A secreção de ADH
estimula a inserção de aquaporina 2 na membrana plasmática apical dessas
células e a água cruza livremente esta membrana através desses canais. Alem
disso, o ADH pode ativar a aquaporina 2 já existente na membrana plasmática.
Acredita-se na existência da aquaporina 3, e que ela esteja presente na
membrana plasmática basolateral das células do ducto coletor
independentemente do estado de ADH e permita o movimento da água de
dentro da célula para o espaço intersticial.

Assim, quando o ADH esta presente, a água flui rapidamente do liquido


tubular diluído para o interstício abaixo do gradiente de concentração,
ocasionando alterações estruturais que incluem edema celular e dilatação dos
espaços intercelulares. À medida que o ducto coletor não-permeavel à água
atravessa a medula interna por regiões de osmolaridade do liquido intersticial
progressivamente mais altas, o liquido tubular equilibra-se por difusão da água
no interstício, sendo eliminado um liquido tubular altamente concentrado,
agora que é urina.

As células no interior da medula adaptam-se à heperosmolaridade


intersticial pelo acumulo de osmólitos orgânicos

Sabe-se que as células no interior da medula acumulam osmólitos


orgânicos que mantêm a pressão osmótica intracelular e impedem o
encolhimento das células sem aumentos acentuados na concentração de
eletrólitos intracelulares. Essas substâncias incluem sorbitol, betaína, inositol e
glicero-fosforilcolina. As concentrações intracelulares desses osmólitos
variam com o estado diurético do animal, aumentando durante períodos de
concentração urinaria, quando a osmolaridade intersticial medular é
maximizada e, diminuindo durante a diurese, quando a osmolaridade
intersticial medular diminui. Alterações no conteúdo intracelular desses
osmólitos orgânicos quando as células são expostas a modificações na
osmolaridade do ambiente são o resultado das variações na produção (sorbitol)
ou no transporte transmembrana de osmólitos.

EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO

Tampões, pulmões e rins colaboram para manter o equilíbrio ácido-


básico

O pH sanguineo normal é de 7,4. Há três sistemas existentes para


manter a homeostasia ácido-básica: tampões intracelulares e extracelulares,
sistema respiratório e os rins. Os dois primeiros são resposaveis pela correção
rápida das alterações no pH, enquanto os rins são responsáveis pela
homeostasia ácido-básica a longo prazo e pela excreção de íons de nitrogênio.

A quantidade de acido produzida durante o metabolismo normal do


animal, varia dependendo das alterações na alimentação, nos níveis de
exercício ou nas funções de outros processos fisiológicos, portanto os sistemas
destinados a manter a homeostasia ácido-básica devem ser capazes de adaptar-
se às alterações na carga de ácido. Com menos freqüência, certos distúrbios
resultam em uma carga excessiva de bases, o que também precisa ser
eliminado.

Vários tampões intracelulares e extracelulares titulam o H+ para manter


o pH dentro dos limites fisiológicos. Estes tampões incluem hemoglobina e
outras proteínas, carbonato nos ossos, fosfato e bicarbonato, normalizam
rapidamente o pH após alterações agudas na carga de acido, a menos que a
capacidade de tamponamento seja ultrapassada. Alem disso, durante acidose
metabólica crônica, os ossos proporcionam um reservatório de tampão, o qual
contribui para a manutenção do pH sistêmico. Nessa condição, o excesso de
H+ e o KCO3- baixo do liquido extracelular promovem a dissolução físico-
química e mediada por osteoclastos do osso, liberando carbonato, que serve de
tampão para o H+.

Os rins excretam ácidos não-voláteis

Enquanto os pulmões alteram o pH sanguineo removendo o CO2 e


reduzindo a concentracao de H2CO2 (ácido volátil), os rins conseguem
excretar o ácido não=volátil secretando H+. Grandes quantidades de H+
podem ser removidas do corpo por secreção tubular, primordialmente no
túbulo proximal e no ducto coletor. Estes dos segmentos operam por
diferentes mecanismos para excretar o excesso de acido e controlar a precisão
de pH sanguineo. O túbulo proximal é o principal responsável pelo volume da
secreção de acido, enquanto o ducto coletor é o principal responsável pela
excreção total de ácido e pelo pH final da urina.

A excreção de ácido pelos túbulos renais é obtida pela secreção de ácido e


pelo tamponamento no liquido tubular

A excreção eficiente de ácido é efetuada no rim pela atividade de um


grupo de enzimas e transportadores que promovem especificamente o
transporte de H+ das células epiteliais para o liquido tubular, combinada com
a presença de tampões que minimizam aumentos na concentração de H+ no
liquido tubular.

A maioria do H+ transportado através da membrana plasmática apical é


manipulada por três transportadores, um antitransportador de Na+/K+, uma
ATPase de H+ e uma ATPases de H+/K+. O primeiro, troca Na+ intraluminal
por H+ intracelular e é direcionado pelo gradiente para Na+ gerado pela
ATPase de Na+/K+ (transporte ativo secundário). O intercambio Na+/H+ é a
via principal de secreção de H+ no túbulo proximal. A ATPase do H+ é uma
bomba de prótons elerogênica, que transporta ativamente H+ intracelular
através da membrana plasmática apical e contribui para uma carga resultante
positiva no liquido tubular. A ATPase de H+/K+, a qual é semelhante à bomba
de prótons gástrica, medeia a secreção ativa eléton-neutra de acido pelo
intercambio de H+ intracelular por K+ no liquido tubular.

A presença de sistemas de tamponamento no liquido tubular é vital para


a eficiência da excreção de acido. Os tampões captam o H+ excretado e
minimizam a queda no pH do liquido tubular que, do contrario, resultaria de
rápidas taxas de secreção de H+ pelas células epiteliais. Nos mamíferos, os
tampões mais importantes são o bicarbonato e o fosfato.

No túbulo proximal, o HCO3- é o tampão intraluminal mais importante


por duas razões principais. A primeira é que a concentração de HCO3- no
liquido tubular é alta, embora grandes quantidades de HCO3- sejam
reabsorvidas no túbulo proximal, quantidades praticamente proporcionais de
H2O são reabsorvidas e, a concentração de HCO3- continua semelhante à do
filtrado glomerular; a segunda razão é que após a titulação de HCO3-, o
H2CO3 dispersa-se como H2O e CO2, evitando o acumulo de acido. A
remoção do componente volátil do acido carbônico perdido com a respiração
cria uma diminuição de acido secretado.

O fosfato filtrado também contribui para a capacidade de tamponamento


do liquido tubular. O H+ secretado titula HPO4,2-. Como a forma titulada é
uma molécula com carga, ela não é lipossolúvel e, portanto, na ausência de um
transportador de fosfato ela não se difunde prontamente através do epitélio.
Assim, o acido secretado fica retido no liquido tubular.

Os rins geram e excretam íon amônio


A geração e excreção de íon amônio (NH4+) no rim constituem um dos
componentes principais na manutenção do equilíbrio ácido-básico. Nas células
do túbulo proximal, o aminoácido glutamina é metabolizado para produzir
NH4+, processo chamado de “geração de amônia”. O NH4+ que se forma na
célula entra no liquido tubular por transporte ativo secundário pela
substituição de H+ no antitransportador de Na+/H+. Além disso, outros
produtos do metabolismo da glutamina são metabolizados para produzir novos
ânions bicarbonato. Assim, o resultado final da geração e da excreção renal de
NH4+ consiste na excreção de acido e na produção de bicarbonato. A
amoniogênese renal é aumentada pela acidose e fornece um importante meio
de resposta renal a aumento na carga de acido.

No ramo espesso ascendente da alça de Henle, o NH4+ existente no


lúmen é reabsorvido por substituição de K+ no co-transportador de Na+, K+ e
2Cl-. A reabsorção de NH4+ nesse segmento tem dois efeitos significativos:
resulta no acumulo de amônia e NH4+ no interstício tubular e, impede que o
NH4+ no liquido tubular alcance os néfrons dos segmentos corticais distais,
onde seria reabsorvido para a corrente sanguinea e convertido no fígado em
uréia e H+.

O acumulo de NH3/NH4+ no interstício medular é favorecido por um


sistema multiplicador em contracorrente nas alças de Henle, criando um
gradiente de concentração íngreme para o NH3+, que favorece seu movimento
para o ducto coletor medular. A amônia difunde-se através das membranas
plasmáticas para o líquido luminal, onde se combina com H+ para formar
NH4+. Como o NH4+ não é lipossolúvel, não pode difundir-se de volta
através da membrana plasmática apical e fica aprisionado no liquido tubular.

A formação de NH4+ a partir de NH3 e H+ intraluminais reduz a


concentração tanto de NH3 como de H+ no liquido tubular, o que contribui
para a manutenção de um gradiente favorável para a difusão de NH3 para o
liquido tubular e reduz a magnitude do gradiente eletroquímico de H+ criado
pela secreção ativa de prótons no ducto coletor.

O túbulo proximal tem alta capacidade de secretar H+ e reabsorver


HCO3-

O HCO3- filtrado combina-se com H+ para formar H2CO3, que é


desidratado rapidamente sob influencia da anidrase carbônica ligada à
membrana apical para formar H2O e CO2. O CO2 difunde-se para a célula
epitelial e é hidratado sob influencia da anidrase carbônica citoplasmática,
formando H2CO3, que s dissocia em H+ e HCO3-. O HCO3- é transportado
através da membrana plasmática basolateral para o sangue, enquanto o H+ é
transportado para o lúmen primordialmente pelo antitransportador de Na+/H+.
Também há evidência de que ocorre secreção eletrogênica significativa de H+
através da membrana plasmática apical das células do túbulo proximal. A
contribuição da ATPase do H+ para a secreção de acido nesse segmento pode
chegar a 35% do total.

Embora o túbulo proximal tenha grande capacidade de reabsorver


HCO3- (secretar H+), ele não consegue manter um grande gradiente de pH
através da membrana plasmtica apical. A secreção resultante da presença dos
tampões intraluminais já citados para combinar-se com o H+ secretado e
manter a concentração de H+ no liquido tubular em um nível relativamente
constante. Como resultado, o pH do liquido tubular quando deixa esse
segmento é semelhante ao do filtrado glomerular. Conforme mencionado, o
tampão mais importante no túbulo proximal é o HCO3-, principalmente por
causa se sua alta concentração no filtrado glomerular e da rápida dispersão da
forma acida pela perda respiratória de CO2.

O ducto coletor determina o pH final da urina

A taxa de secreção acida pelo ducto coletor determina o pH final da


urina e a excreção resultante de acido pelo rim. Embora o túbulo proximal
tenha grande capacidade de secretar H+ (reabsorver HCO3-) e de reabsorver
80-90% de HCO3- filtrado, o pH do liquido tubular praticamente não se altera
quando deixa os túbulos proximais. Os segmentos intercalados entre o túbulo
proximal e o segmento conector têm pouca capacidade de secretar ácido, de
forma que o liquido tubular que alcança o segmento conector tem
concentração de H+ semelhante à do filtrado glomerular. O ducto coletor é
responsável pela capacidade de excretar urina com pH acentuadamente
diferente do plasmático.

O ducto coletor pode secretar prótons e gerar urina ácida

Em oposição ao túbulo proximal, o sistema de baixo gradiente de


secreção de H+, ou seja, o ducto coletor, tem menor capacidade de secretar
H+, mas pode gerar um gradiente íngreme de concentração de H+.
Um grupo especializado de células, ricas em anidrase carbônica,
aparecem primeiro no segmento conector e persistem ate bem longe do ducto
coletor da medula interna em algumas espécies. O H+ gerado a partir de H2O2
é secretado no liquido tubular pela bomba de prótons eletrogenica, a ATPase
do H+, ou pela ATPase de H+/K+ elétron-neutra, ambas presentes na
membrana plasmática apical. O HCO3- que permanece é transportado através
da membrana plasmática basolateral para o lado sanguineo da célula por um
intercambiados de Cl-/HCO3 semelhante ao existente nas membranas das
hemácias. As células intercalares secretoras de acido são capazes de alterar a
taxa de secreção de H+ modificando o numero de bombas de protonns na
membrana plasmática apical. Isto é conseguido mediante inserção ou remoção
de vesículas da membrana contendo bombas de prótons e resulta em
alterações estruturais que refletem a resposta fisiológica. Alem disso, é
evidente que, em algumas espécies, o intercambiador de Cl-/HCO3 é
translocado de compartimentos intercelulares para a membrana plasmática
basolateral durante acidose. Dessa maneira, as células intercalares secretoras
de acido conseguem responder às alterações na carga de acido e, assim,
modificar a secreção de acido.

A atividade da ATPase de H+/K+ [e facilitada pela hipopotassemia e,


esse transportador parece contribuir de maneira particularmente importante
para a acidificação renal nessa condição. Sabe-se que os hormônios
mineralocorticóides, como a aldosterona, também favorecem a acidificação do
ducto coletor. Levantou-se a hipótese de que esse aumento na secreção de H+
deve-se a um aumento no numero de transportadores de prótons, a ATPase de
H+ ou a ATPase de H+/K+, ou ambas, na membrana plasmática apical das
células intercalares secretoras de acido, semelhante ao que ocorre na resposta
adaptativa vista no caso de acidose.

Há também evidencia de que os segmentos terminais do ducto coletor,


onde há poucas ou nenhuma células intercalares, são capazes de secretar
acido. Aventou-se ainda, a hipótese da existência de um intercambiador de
Na+/H+, uma bomba eletrogênica de prótons e uma ATPase H+/K+ como
vias para o transporte de H+ nessa região.

O ducto coletor é capaz de secretar bicarbonato

O túbulo proximal reabsorve HCO3- e secreta H+ quaisquer que sejam


as concentrações plasmáticas de HCO3- e o pH sanguineo. Na verdade, a
concentração plasmática de HCO3- aumenta da mesma forma que também
aumenta a concentração de HCO3- no filtrado glomerular e a quantidade de
HCO3- reabsorvido pelo epitélio do túbulo proximal. Embora a capacidade de
reabsorção de HCO3- no túbulo proximal possa ficas saturada, em geral, a
quantidade de H+ secretado e de HCO3- reabsorvido nesse segmento é
determinada pela concentração de tampões intraluminais e não pela
necessidade de conservar ou excretar acido ou base.

No entando, o ducto coletor é capaz de secretar HCO3- em resposta a


alcalose. Muitas espécies possuem um subconjunto distinto de células
intercalares (do tipo B) nos segmentos corticais do ducto coletor, capazes de
secretar HCO3-. Sabe-se que as células intercalares do tipo B são ricas em
anidrase carbônica e contem uma bomba de prótons eltrogênica basolateral.
Alem disso, estudos funcionais do ducto coletor cortical perfundindo isolado
demonstram que as células intercalares do tipo B contem um intercambiados
apical de Cl-/ HCO3-. Assim, as células secretores de bicarbonato representam
praticamente um imagem espetacular de células secretoras de acido, capazes
de reabsorver ativamente H+ e trocar Cl- no liquido tubular por HCO3-
intracelular.

Aspectos da formação de urina

Do Plasma à Urina

Há três processos que envolvem o néfron e seu suprimento sanguineo na


formação de urina: filtração glomerular, reabsorção tubular e a secreção
tubular. Como resultado da filtração glomerular, aparece um plasma (filtrado
glomerular) na cápsula de Bowman.

Distribuição de sangue no glomérulo

O fluxo sanguineo renal (FSR) se refere ao ritmo em que o sangue flui


para os rins. Sabendo que o plasma é parte fluida do sangue, o fluxo
plasmático renal (FPR) refere-se à parte do FSR que é o plasma. O filtrado
glomerular é formado e é chamdo de (TFG), expresso em milímetros por
minuto. O fluxo sanguineo renal e o FPR são igaulmente expressos, e a razão
TFG/FPR é conhecida como fração de filtração (FF). A FF,é a fração do fluxo
plasmático que passa através do glomérulo e se transforma em filtrado
glomerular.
Micção

Estruturas associadas e suas funções

Durante a micção, o fluido tubular escoa através dos túbulos do néfron


por causa do gradiente de pressão hidrostática que há entre a cápsula de
Bowman e a pélvis renal. Há pouca pressão hidrostática na pélvis renal. Os
ureteres são túbulos musculares que conduzem a urina através de peristalse a
partir da pélvis renal de cada rim ate a bexiga. Os ureteres entram na bexiga
em ângulo obliquo, formando assim uma válvula funcional, que impede o
refluxo quando a bexiga esta cheia.

A bexiga é um órgão cavitário, muscular, que varia de tamanho


dependendo da quantidade fr urina que contem no momento. O esvaziamento
da bexiga é realizado pela contração da sua musculatura, que esta organizada
em três laminas. Estas laminas musculares convergem no colo da bexiga de tal
forma que a contração encurta e alargo o colo, diminuindo a resistência
uretral. A tensão passiva dos elementos elásticos da mucosa normalmente
mantém o lúmen do colo fechado.

O epitélio de transição da bexiga adapta-se às modificações de tamanho


desse órgão. Quando a bexiga esta vazia, as células parecem estar empilhadas
umas sobre as outras, dando um aspecto estratificado. Uma transição ocorre
com o enchimento, de modo que o aspecto dá lugar a uma estratificação
epitelial mais achatada.

A uretra é a continuação caudal do colo da bexiga, é ela quem conduz a


urina da bexiga para o exterior. O esfíncter externo encontra-se depois da
bexiga, ele é composto por músculo esquelético que circunda a uretra nesse
ponto. O limite funcional entre a bexiga e a uretra é representado pelo
esfíncter.

A saída da urina enquanto a bexiga é preenchida é impedida pela


contração do esfíncter externo e pela tensão passiva exercida pelos elementos
elásticos da mucosa. Quando a urina é expulsa pela bexiga, o esfíncter externo
relaxa e os músculos da bexiga se contraem.

Reflexos de Micção
Micção é o termo fisiológico para o esvaziamento da bexiga. A bexiga
pode ser preenchida antes de esvaziar, por causa do controle reflexo pela
medula espinhal sacral e tronco cerebral. A ativação deste reflexo ocorre
quando os receptores da parede da bexiga estão distendidos durante o
enchimento, permitindo que a urina seja evacuada através do colo da bexiga e
do esfíncter externo. Porém, impulsos aferentes recebidos pelo centro reflexo
do tronco cerebral, impedindo a contração da bexiga e o relaxamento do
esfíncter. Quando a bexiga atinge uma certa expansão de volume, a pressão
aumenta prontamente, criando o impulso para esvaziar.

Características da Urina dos Mamíferos

Cor

A urina é usualmente de cor amarelada. Esta cor se dá pela derivação da


bilirrubina que foi excretada no intestino e reabsorvida pela circulação porta
como urobilinogênio. Grande parte do urobilinogênio é novamente excretada
pelo fígado para o intestino, mas ele pode atravessar o fígado e ser eliminado
pelos rins. Os vários bilinogênios são incolores, mas são espontaneamente
oxidados quando expostos ao oxigênio, dando origem à coloração amarelada
da urina.

Odor

O odor da urina é característico de cada espécie, sendo influenciado


pela dieta.

Componente Nitrogenado

O principal constituinte nitrogenado da urina é a uréia, que é formada


pelo fígado a partir de amônias, que é produzida durante o metabolismo dos
aminoácidos. O organismo gasta uma quantidade considerável de energia para
produzir a uréia para evitar a toxicidade da amônia, visto que a uréia por si
própria não é muito tóxica.

Quantidade e Densidade

A quantidade de urina excreta durante o dia caria com a dieta, atividade,


temperatura externa, consumo de água, estação e outros fatores. A densidade
da urina varia com a proporção relativa de substancia dissolvida e água. Em
geral, quanto maior o volume, menor a densidade.

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