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Estes apontamentos forma elaborados pela

profª Anabela Quadrado


em anos lectivos anteriores.
ÍNDICE

INTRODUÇÃO 04 7 – Doenças vasculares causadas por fungos


do solo 31
I – PRODUÇÃO INTEGRADA 06
8 – Bacterioses 32
1 – NOÇÃO DE ECOSSISTEMA AGRÁRIO 06
9 - Viroses 34
2 - PRINCÍPIOS DA PRODUÇÃO INTEGRADA 06
2 – PRAGAS MAIS IMPORTANTES 34
II – PROTECÇÃO INTEGRADA 08
1 – Bichado da Fruta 35
1 – CONCEITO DE PROTECÇÃO INTEGRADA 08
2 - Escaravelho da Batateira 36
2 – COMPONENTES DA PROTECÇÃO
INTEGRADA 08 3 – Traça das Uvas 37
a) Estimativa do Risco 08 4 – Borboletas (lagartas) das Couves 38
b) Nível Económico de Ataque 11 5 – Mosca Branca 38
c) Escolha dos Meios de Protecção 11 6 – Mosca da Fruta 39
Luta Biológica 12 7 – Cochonilhas 40
Luta Biotécnica 14 8 – Filoxera 42
Luta Genética 16 9 – Afídeos 43
Luta Cultural 17 10 – Alfinete 44
Luta Física 19 11 – Brocas do Milho 45
Luta Química 21 12 – Larvas Mineiras 46
13 – Ácaros 47
III – PROBLEMAS QUE AFECTAM AS PLANTAS 23
14 – Tripes 48
1 – ACIDENTES FISIOLÓGICOS 23
15 – Nemátodos 49
2 – ACIDENTES METEOROLÓGICOS 23
3 – INFESTANTES 24 3 - QUADROS RESUMO DE TÉCNICAS DE
PREVENÇÃO E TRATAMENTO EM AGRICULTURA
4 – DOENÇAS 24
BIOLÓGICA 50
5 – PRAGAS 25
1 – Videira 50
IV – CONTROLO DE DOENÇAS E PRAGAS 25 2 – Pessegueiro 51
1 – DOENÇAS MAIS IMPORTANTES 26 3 – Macieira e Pereira 52
1 – Míldio 26 4 – Oliveira 53
2 – Oídio 27 5 – Culturas Hortícolas 54
3 – Podridão Cinzenta 28
V – APLICAÇÃO DE PESTICIDAS 58
4 – Ferrugem 29
1 – RISCOS 58
5 – Pedrado 30
2 – PREPARAÇÃO DA CALDA 59
6 – Lepra do Pessegueiro 31
3 – CASO PARTICULAR DA APLICAÇÃO DE
HERBICIDAS 61
VI – PARA SABER MAIS 63

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INTRODUÇÃO

Quando os agricultores têm pouca formação e, pressionados por factores económicos ou outros, deixam de
produzir as culturas tradicionais, utilizando as técnicas ancestrais bem conhecidas e testadas, cometem muitos erros.
Estes têm-se traduzido:

> No aumento da poluição;

> No aumento dos custos de produção;

> No empobrecimento dos solos, que ás vezes leva à desertificação;

> Numa diminuição da saúde deles próprios e dos consumidores dos seus produtos.

Estes agricultores produzem com pouca planificação não prevenindo os problemas. E quando os
problemas surgem actuam com o primeiro produto que um comerciante, mais ou menos escrupuloso, lhes põe
nas mãos.

Felizmente que esta situação tem vindo a mudar, essencialmente pelo aumento de formação dos nossos
agricultores, mas também pelo esforço desenvolvido pelos técnicos do Ministério da Agricultura (www.min-agricultura.pt)
que têm conseguido levar os produtores a praticarem uma PRODUÇÃO INTEGRADA.

PRODUÇÃO INTEGRADA, que pressupõe:

O reconhecimento da existência de um ecossistema agrário.


Uma planificação cuidada não só de uma cultura mas da
utilização plurianual de um espaço;
Uso de medidas e técnicas culturais que:
- Criam condições óptimas para o bom desenvolvimento da
cultura;
- Levam ao afastamento ou destruição do inimigo;
- Evitam a reintrodução desse ou de outro parasita.

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OS COMPONENTES DE UM ECOSSISTEMA AGRÁRIO que interagem entre si criando, ou não, boas condições
para o desenvolvimento das plantas

Nesta maneira de produzir inclui-se a PROTECÇÃO INTEGRADA, isto é, a luta química deixou de ser cega para
ser racional, só sendo usada quando:

• As medidas preventivas falharam;

• Quando o nível do ataque o justificar;

• E com produtos que respeitem o utilizador, o consumidor, o ambiente e a fauna útil, que controla
naturalmente os parasitas das plantas cultivadas.

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I – PRODUÇÃO INTEGRADA

1 – NOÇÃO DE ECOSSISTEMA AGRÁRIO

Os ecossistemas constituem unidades funcionais independentes e que podem subsistir como tal. Os
ecossistemas têm dimensão muito diversa, podendo limitar-se a um aquário, ou a uma árvore ou alargar-se a um lago, a
um pomar, a uma floresta, ou mesmo a um oceano, ou a um continente.
Os ecossistemas agrários correspondem a áreas em que se desenvolvem actividades agrárias, como uma
cultura agrícola, uma pastagem e o respectivo gado ou uma cultura florestal ou, ainda, uma região natural integrando
esses três tipos de actividades agrárias.
Os agricultores procuram alcançar o melhor rendimento nas suas culturas. Neste contexto, a planta cultivada
ocupa a posição central em cada ecossistema agrário.
O desenvolvimento e o estado sanitário da planta são condicionados por um conjunto de factores
interdependentes:
• natureza das cultivares
• rotação
• mobilização do solo
• fertilização
• rega
• amanhos e granjeios (operações culturais)
• desenvolvimento de pragas, doenças, infestantes, etc.
Muitas vezes admite-se que a utilização de um produto fitofarmacêutico na luta química se traduz por uma
relação simples: acção de um insecticida contra afídeos, de um fungicida contra fungos, de um herbicida contra
infestantes.
Na verdade, a multidão de interacções que se exercem entre os diferentes componentes do ambiente
impede que a situação seja tão simples.
De facto, interacções de natureza indirecta envolvem elementos que actuam sobre o vigor das plantas.
Estas interacções são negativas quando favorecem o desenvolvimento de organismos nocivos às culturas. Por
exemplo, uma adubação azotada excessiva pode favorecer os ataques de afídeos ou fungos. Uma técnica cultural pode
facilitar a propagação de doenças ou infestantes.
Estas interacções provocadas por causa naturais, como por exemplo o clima, ou artificiais, como as
técnicas culturais, provocam importantes flutuações que podem perturbar seriamente o equilíbrio natural de um
ecossistema agrário.

2 – PRINCÍPIOS DA PRODUÇÃO INTEGRADA

Desde os anos 40, em consequência dos efeitos secundários dos pesticidas orgânicos de síntese, tem-se
procurado, através da Protecção Integrada, reduzir os seus inconvenientes em relação ao Homem, aos animais
domésticos e ao ambiente.
Com a Produção Integrada, durante a última década, pretendeu-se alargar estas preocupações a todas as
práticas agrícolas, nomeadamente no âmbito da fertilização, da rega, da manutenção do solo, da defesa contra a erosão
e dos efluentes em agricultura.
Assim, em 1999, vários organismos internacionais estabeleceram um conceito comum de Produção Integrada
que é o seguinte:

“A Produção Integrada é um sistema agrícola de produção de alimentos de alta qualidade e de outros


produtos, utilizando os recursos naturais e os mecanismos de regulação natural em substituição de factores de
produção prejudiciais ao ambiente e de modo a assegurar, a longo prazo, uma agricultura viável.”

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Em Produção Integrada são adoptadas orientações que podem ser agrupadas do seguinte modo:
I – Medidas visando essencialmente a produção – garantir um adequado teor de matéria orgânica no solo,
fertilização e rega de acordo com as necessidades das plantas (conhecidas através de análises), etc.

II – Medidas visando simultaneamente a produção, mas que também são medidas indirectas utilizadas em
Protecção Integrada, tais como:
• O uso óptimo dos recursos naturais – utilização de variedades resistentes; podas em verde para melhorar o
arejamento e iluminação, etc.
• Práticas culturais sem impacto negativo no ecossistema agrário – não utilização excessiva de adubos, em
particular dos azotados; enrelvamento de pomares, evitando assim a erosão, promovendo a biodiversidade e
controlando as infestantes.
• A protecção e o aumento dos auxiliares.

III – Meios directos de luta exclusivamente da área da Protecção Integrada.

NOTA:

O Ministério da Agricultura tem excelentes publicações sobre Produção e Protecção Integrada para
variadíssimas culturas. Podem, inclusive, ser consultadas na Internet no site www.dgpc.min-agricultura.pt

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II – PROTECÇÃO INTEGRADA

1 – CONCEITO DE PROTECÇÃO INTEGRADA


A ignorância e o desrespeito pelos factores ecológicos aumentam a dificuldade relativa à manutenção da boa
saúde das plantas.
Esta situação é agravada quando se usam muitos tratamentos químicos já que estes trazem novas dificuldades
que têm a ver com:

• A intensificação do ataque de certas pragas.


• O desenvolvimento de novas pragas.
• O aparecimento e o agravamento de fenómenos de resistência.
• O aumento da poluição do ambiente.
• O acréscimo dos custos de produção.

Uma progressiva consciencialização da importância das bases ecológicas levou à concepção da Protecção
Integrada que visa, portanto, uma melhor gestão dos factores componentes do ecossistema agrário, através de
uma estratégia limitativa ou correctiva, em contraste com a luta química que dá preferência a uma estratégia
preventiva ou curativa. O objectivo é manter as populações dos inimigos das culturas a um nível suficientemente
baixo para que os prejuízos causados sejam economicamente toleráveis.

2 – COMPONENTES DA PROTECÇÃO INTEGRADA

De acordo com o conceito de Protecção Integrada é essencial a necessidade de “tolerar” o maior números de
factores negativos para a planta, nunca deixando de assegurar o equilíbrio da cultura. Este é o aspecto ecológico
fundamental da Protecção Integrada. Mas em agricultura é também fundamental o aspecto económico.

ECOLOGIA ECONOMIA

• Suportar, tolerar, viver com…grande número de • Negócio rentável.


organismos, mas assegurando o equilíbrio biológico.

• Conservar ou melhorar a qualidade do solo e do • Obter produtos de qualidade.


ambiente.

A procura de equilíbrio entre o aspecto ecológico e o económico conduz à noção de um nível de tolerância, base
fundamental da Protecção Integrada. Este nível é designado por nível económico de ataque.

O agricultor antes de agir deve sempre ter em conta os componentes essenciais da Protecção Integrada que são:

a) A estimativa de risco. Para isso deve vigiar periodicamente a cultura para apreciar a situação
fitossanitária.

b) Conhecer e utilizar o nível económico de ataque, para saber se uma dada situação é ou não
tolerável.

c) Quando se justifique, fazer uma escolha racional dos meios de protecção, que não serão
necessariamente pesticidas.

a) A Estimativa do Risco
A Estimativa do Risco calcula-se pelo Método da Amostragem.
Os métodos de amostragem podem ser directos ou indirectos.
Pelos métodos de amostragem directos obtém-se um conjunto de dados numéricos a partir da observação
directa de um número determinado de folhas, ou ramos ou outro qualquer órgão das plantas.
Com os métodos de amostragem indirecta procede-se à captura das pragas e dos auxiliares através de
dispositivos apropriados, como os utilizados na técnica das pancadas e nos vários tipos de armadilhas. Através do
número de insectos capturados faz-se uma estimativa da população total. Do mesmo modo, os valores obtidos nos
postos meteorológicos, e que servem aos técnicos dos avisos agrícolas para preverem uma praga ou infecção por
fungos, também se incluem nos métodos indirectos.

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É importante perceber que mesmo os melhores métodos de amostragem só são utilizáveis e eficazes se o
utilizador dispõe de conhecimentos suficientes sobre os organismos presentes e sobre a cultura, bem como os factores
que os influenciam.
No Quadro que se segue apresentam-se, como exemplo, vários métodos de amostragem a adoptar no estudo de
pragas de diferentes culturas.

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A natureza das pragas e do seu estado de desenvolvimento condiciona a escolha do método de amostragem,
como se mostra no quadro seguinte.

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b) Nível Económico de Ataque
A noção de Nível Económico de Ataque (NEA) constitui o elemento fundamental e característico da Protecção
Integrada (PI). Este conceito implica uma transformação nas concepções da protecção das plantas, pois leva o
agricultor a “tolerar” e a aceitar a presença, até um certo nível, das pragas em actividade na sua cultura e a utilizar todos
os elementos positivos do ecossistema agrário, antes de intervir directamente contra essas pragas.
Assim o NEA é a intensidade de ataque do inimigo da cultura a que se devem aplicar medidas limitativas ou de
combate para impedir que a cultura sofra o risco de prejuízos superiores ao custo das medidas de luta a adoptar mais o
dos efeitos indesejáveis que estas últimas possam causar.
O estabelecimento deste nível implica, portanto, a comparação dos dois elementos seguintes:
1 – A estimativa de risco ou de ameaça, que engloba a apreciação quantitativa dos organismos nocivos e a
análise da influência de certos factores (abióticos, bióticos, culturais e económicos) na nocividade desses organismos e,
portanto, nos prejuízos previsíveis, directos (ex: perda da colheita) ou indirectos (ex: perda do vigor das árvores).
2 – A estimativa de custo dos meios de protecção previstos, englobando todos os tipos de custos. Na luta
química, por exemplo, devem considerar-se não só os custos directos do pesticida e da sua aplicação, como também os
custos indirectos, como sejam por exemplo os efeitos secundários indesejáveis (ex: aparecimento de resistências,
resíduos tóxicos, degradação do ambiente, destruição de auxiliares e consequentes desequilíbrios biológicos) que
constituem também uma carga económica negativa.

c) Escolha dos Meios de Protecção


A escolha dos meios de protecção deve ser feita caso a caso, procurando sempre respeitar os princípios da PI.
De acordo com estes princípios não se pretende eliminar o inimigo, mas antes manter a intensidade do seu
ataque a um nível suficientemente baixo para que os prejuízos económicos sejam suportáveis. Procura-se também
modificar favoravelmente a incidência dos factores naturais condicionantes da nocividade do inimigo da cultura.
Em PI jamais se adopta a solução, infelizmente muito generalizada, do recurso à luta química cega, isto é, da
quase instintiva utilização dos pesticidas. Os pesticidas aplicam-se muitas vezes mesmo sem a presença do inimigo e
sem uma prévia ponderação dos seus potenciais inconvenientes. Também raramente se pondera se será possível o
recurso a um meio de luta alternativo.

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Meios de luta possíveis:

 Luta Biológica
Baseia-se na utilização de inimigos naturais dos parasitas para reduzir a sua população.
Pode passar por criar condições favoráveis ao aparecimento desses inimigos naturais, ou, quando eles não
existirem, introduzi-los na cultura.

Estes auxiliares são comprados normalmente na fase inicial do seu desenvolvimento e por isso devem ser
introduzidos na cultura com o tempo necessário para se desenvolverem e serem parasitas eficazes.
A sua actuação não é instantânea como um insecticida e por isso é preciso saber esperar para ver se está a ser
eficaz, antes de, apressadamente, se ir aplicar um produto químico.
Embora seja possível utilizar em simultâneo luta química e luta biológica, é muito importante saber quais são os
efeitos das diversas substâncias activas sobre os auxiliares. Ver quadros seguintes:

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Sobre auxiliares e o modo de os utilizar existe um site excelente que é o da empresa BIOBEST –
www.biobest.be

 Luta Biotécnica
Neste grupo incluem-se todos os meios, normalmente presentes no organismo da praga ou no seu habitat, que é
possível manipular de modo a alterar negativamente certas funções vitais o que leve à morte ou à incapacidade de
reprodução do parasita. Como exemplos temos:
Hormonas e reguladores de crescimento dos insectos - que os impedem de completar as metamorfoses e de
atingir a maturidade sexual.
Antiquitinas – que impedem que o insecto forme a sua carapaça protectora de quitina.
Feromonas – as feromonas sexuais (as mais utilizadas) podem ser utilizadas como meio de protecção através
de duas vias de aplicação prática:
 A primeira consiste na captura, através de número suficiente de armadilhas, de uma grande quantidade da
população de modo a reduzir drasticamente o número de reprodutores. Este método sozinho pode ter
uma eficácia limitada.
 O segundo método é chamado de confusão, e consiste essencialmente em interferir com o acasalamento. Os
machos recebendo o atractivo de várias direcções, tornam-se incapazes de localizar e fecundar as
fêmeas.

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Substâncias esterilizantes (luta autocida) – consiste em introduzir, numa população selvagem duma dada
espécie, machos esterilizados em laboratório. A presença destes machos, portadores de genes letais, conduzirá, a
prazo, ao desaparecimento da praga em consequência da queda progressiva da viabilidade dos ovos.
Substâncias inibidoras da alimentação (fago inibidores) – podem ser extractos de plantas (óleo de Neem, por
exemplo) ou químicas como o estanho, que se pulverizam sobre as plantas e que fazem com que a praga perca a
vontade de a parasitar.

 Luta Genética
Consiste na utilização de variedades/cultivares resistentes a pragas e doenças habituais numa cultura ou numa
região.

 Luta Cultural
Os meios de luta cultural estão para a saúde das plantas como a higiene e a nutrição estão para a saúde do
homem. Não são tudo mas são parte muito importante.

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MEDIDAS CULTURAIS COM INTERESSE NA PROTECÇÃO DAS PLANTAS

MEDIDAS DIRECTAS

Tendentes à destruição ou afastamento do inimigo:


- Eliminação de focos de doenças, pragas e infestantes.
- Eliminação de plantas hospedeiras de parasitas.
- Eliminação de infestantes, de preferência por monda manual ou mecânica. É importante evitar ao máximo os
herbicidas nas terras de cultura, não só pelos resíduos fito tóxicos mas também porque “se observou que alguns
aumentam a libertação de metabolitos à superfície das raízes e facilitam, assim, o desenvolvimento de fungos parasitas
dos géneros Rhizoctonia, Fusarium, Pythium e Phytophtora que vão causar doenças radiculares” (in INTRODUÇÃO À
PROTECÇÃO INTEGRADA, 1982).
- Desinfecção do solo por solarização (consegue destruir muitos microorganismos patogénicos, nemátodos e
sementes de infestantes, sem fazer vazio biológico).

Tendentes a evitarem a introdução de inimigos


- Lavar tractores e alfaias que tenham trabalhado em campos com problemas.
- Durante a poda, evitar contaminar plantas sãs com tesouras contaminadas.
- Ter muito cuidado ao passar de umas estufas para outras, evitando levar esporos agarrados à roupa ou aos
sapatos.

MEDIDAS INDIRECTAS
Tendentes ao bom desenvolvimento da cultura
- Selecção da espécie
- Rotações

- Consociações
- Adaptação do solo à cultura (Preparação e trabalho do solo. Fertilização do solo. Correcção do pH e da matéria
orgânica).

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- Sementeiras e plantações (Escolha das variedades: boa produção, resistência às doenças e pragas. Uso de
sementes limpas e certificadas. Uso de propágulos isentos de doenças e pragas. Profundidade, densidade e
compassos. Épocas).

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- Amanhos e granjeios (Combate às infestantes. Amontoa, desbaste, desponta, desfolha e poda. Cobertura do
solo).
- Rega (Técnicas. Controlo das necessidades em água. Épocas de rega).

- Colheita (Época. Técnicas).

 Luta Física
Com a importância que o uso dos meios químicos tem alcançado, visto serem de aplicação mais rápida e de
acção mais extensa, os processos físicos têm vindo a ser abandonados, embora em certos casos continuem a ser os
mais indicados contra alguns parasitas e igualmente aconselháveis quando se trata de quintais, hortas, alfobres ou
viveiros, etc. – de pequena extensão e com poucas plantas.
Também na agricultura biológica são os preferidos.
Compreendem operações relativas à captura dos parasitas, à sua destruição e/ou ao isolamento de plantas por
meio de redes ou sacos.

Apanha – a apanha à mão faz-se geralmente contra moluscos (caracóis e lesmas) e alguns insectos.
É demorada, requer sacos ou vasilhas para se irem colocando os animais à medida da apanha e pode ser
facilitada com o auxílio de funis de aba larga, ligados a sacos.
Raspagem – consiste na eliminação do ritidoma fendido, quase solto e coberto de líquenes e musgos do caule
de árvores ou arbustos. É nessa fendas que se refugiam e passam o Inverno as formas hibernantes de alguns fungos,
insectos, ácaros, etc.. As cascas devem ser amontoadas e queimadas, convindo por isso um panal debaixo do sítio de
raspagem.
Armadilhas – as armadilahas são dispositivos que atraem as pragas e permitem a sua captura. A sua
constituição e funcionamento têm de estar de acordo com o parasita a capturar. Podem ser:
Ratoeiras
Refúgios – podem ser feitos de pequenos molhos de palha, estrume amontoado, vasos virados com a boca para
baixo, cartão canelado ou serapilheira enroladas nos troncos das árvores, tábuas estendidas, etc.. uma vez aí
refugiados, é fácil destruir depois a praga por meio do calor ou outro.
Armadilhas com isco – como por exemplo as garrafas mosqueiras ou recipientes com cerveja para atrair
caracóis.
Armadilhas ou espias sexuais – aqui colocam-se as hormonas sexuais usadas pelas fêmeas para atrair os
machos. Empregam-se mais como indicadores do estado de desenvolvimento e da intensidade das pragas com

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as quais se determinam, por exemplo, as “curvas de voo”, utilizadas na determinação da oportunidade dos
tratamentos na Protecção Integrada.
Armadilhas luminosas
Plantas armadilhas – são plantas que constituem comida predilecta para as pragas e que se cultivam de onde
em onde no meio da cultura. Quando estas plantas estão cheias de parasitas destroem-se. Como exemplo
temos as tagetes, para atrair a mosca branca. Ou o milho para atrair os afídeos do feijoeiro.

Temperatura
Calor - os seres vivos morrem por acção do calor. Para os casos que interessam à sanidade vegetal, as
temperaturas letais situam-se entre os 50 e os 100º C.

TEMPERATURA EM º C PRAGA OU DOENÇA CONTROLADA


Cerca de 50 Alfinetes do solo
De 50 a 55 Nemátodos do solo
De 50 a 60 Insectos dos cereais armazenados
De 55 a 65 Fungos dos géneros Rhizoctonia, Sclerotinia e Verticilium
De 60 a 65 Vários insectos do solo
Cerca de 70 Diversas bactérias e vírus do solo
De 75 a 80 Sementes de infestantes e fungos do solo
Cerca de 80 Fungos do género Fusarium, no solo
Cerca de 90 Vírus do mosaico do tabaco, no solo
Cerca de 100 Vírus resistentes e bactérias amonizantes do solo

O calor pode ser obtido através do vapor de água, da água quente, do ar quente e da acção directa do lume.
O vapor de água é obtido num gerador de vapor e injectado no solo. Apesar de ser dos mais eficazes e mais
“limpo” para o ambiente, a sua aplicação fica muito cara. por isso só é utilizado para desinfectar substratos e em estufas
de plantas de elevado valor económico.
A água quente é um processo também de uso restrito, no tratamento de bolbos, estacas, estolhos, tubérculos e
sementes, que se mergulham directamente na água, previamente aquecida à temperatura desejada.
O ar quente usa-se essencialmente na secagem rápida dos cereais e frutos. A desidratação conseguida faz com
que os produtos se conservem melhor.
A acção directa do fogo – é um meio relativamente económico, mas e´ necessário cuidado com os incêndios e
nunca esquecer que qualquer queima de matérias orgânicas produz dioxinas, substâncias comprovadamente
cancerígenas.

Refrigeração
Também as temperaturas baixas matam ou põem em estado latente vários microorganismos. Os armazéns
refrigerados e as câmaras frigorificas são largamente utilizadas para a conservação de todos os produtos pós colheita,
incluindo os cereais. Nestes, usa-se especialmente para o trigo e milho. Quanto ao o trigo, as características de
panificação da sua farinha são francamente melhores. Quanto ao milho, além de uma grande economia na conservação
há também uma melhoria nas suas características técnicas e industriais.

Ensacamento
Consiste em colocar os frutos e as flores dentro de sacos para os proteger do ataque dos parasitas. Podem-se
também proteger árvores isoladas ou filas inteiras com rede anti pássaros. Em culturas baixas (hortícolas) outra
hipótese é usar manta térmica. Além do conhecido efeito de antecipação das culturas é uma eficaz barreira para os
parasitas.
Há ainda no mercado rede plástica, de malha muito fina, para impedir o acesso a trips e mosca branca. Esta
rede, que se coloca nas janelas, é eficaz quando só estas são usadas no arejamento. Quando é necessário abrir as
portas ou as aberturas zenitais, perde-se grande parte do “efeito barreira”. Têm ainda o inconveniente de diminuir o
arejamento e a luminosidade dentro da estufa.

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 Luta Química
Vantagens:
Actuação rápida
Aplicação prática
Económicos e eficazes
Desvantagens:
Toxicidade para animais e plantas
Depreciação das culturas
Mau cheiro
Sabores estranhos
Manchas nas flores
Resistência dos parasitas aos pesticidas
Ruptura do equilíbrio biológico
Necessidade de informação/formação por parte do aplicador
O pesticida ideal é aquele que satisfaça em simultâneo as seguintes condições:
− Baixa toxicidade para o homem, animais domésticos, auxiliares biológicos e plantas cultivadas.
− Elevada eficácia contra os parasitas.
− Económicos e de fácil aplicação.
Dado, por um lado, os interesses comerciais que se desenvolvem à volta dos pesticidas, e, por outro, os perigos
que apresentam para o homem, há legislação que estabelece normas e regulamenta actividades. Os primeiros decretos
lei datam de 1967.
A Direcção Geral de Protecção de Plantas tem publicado anualmente a “Lista dos Produtos Fitofarmacêuticos
com Venda Autorizada” que contem indicações várias sobre as substâncias activas dos pesticidas e sobre os
formulados comerciais. Existe também uma versão na Internet.
A determinação directa da toxicidade dos pesticidas em relação ao homem não é fácil. A sua avaliação tem sido
feita através de ensaios realizados em ratos e depois extrapolada para o homem. Além da avaliação ser pouco precisa,
os resultados são facilmente manipulados e adaptados a vários interesses.
Mesmo admitindo que a dose letal pode ser rigorosamente calculada e que esses valores não são manipulados
há ainda a ter em conta:
− Os efeitos de acumulação nos nossos organismo de substâncias que nunca são totalmente eliminadas - por
exemplo os organoclorados, dos quais o mais tristemente célebre é o DDT
− O efeito sinergético de dois ou mais pesticidas aplicados em simultâneo. Neste campo praticamente nada
está estudado.

A substância activa dos produtos comerciais pode entrar no organismo humano por
 Ingestão
 Por contacto através da pele
 Por inalação dos vapores – que se formam abundantemente durante os tratamento e quando
se destapam as embalagens, em especial as dos produtos em emulsão e dos muito
concentrados.
Depois da sua aplicação, os pesticidas perdem naturalmente a sua acção decorrido um período de tempo maior
ou menor, dependente da constituição do produto, das condições atmosféricas, da luz, etc.. Esse período aprecia-se em
relação ao homem estabelecendo o Intervalo de Segurança (IS), ou seja:
“O número de dias que deve decorrer entre o último tratamento e a colheita para que o pesticida se
degrade até um nível considerado inofensivo para o homem.”
Em relação aos parasitas estabelece-se de “poder residual” ou “acção de persistência”, ou seja:
“O número de dias em que o pesticida, depois da sua aplicação, conserva a sua acção tóxica sobre os
parasitas e é capaz de os matar.”

Tal como os adubos, numa embalagem de um produto fitofarmacêutico, ou seja, no produto comercial, existe
muito mais que o “remédio” que queremos aplicar. Assim:
PRODUTO COMERCIAL = Substância activa (em % variável) + Diluente (Substância inerte, sólida ou líquida) +

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Adjuvante (aumenta as qualidades ou a eficácia da substância activa e pode ter acção neutralizadora, molhante,
adesiva ou emulsionante).

Como curiosidade, podem ler em seguida o primeiro decreto-lei sobre a aplicação de produtos fitofarmacêuticos,
que já data de 1969.

CUIDADOS A TER SEMPRE QUE SE UTILIZEM PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS


Decreto Lei nº 48 998 / 8 de Maio de 1969

Proteja-se quando utiliza os pesticidas:


Leia cuidadosamente os rótulos.
Lave bem, com água e sabão, as mãos e as partes do corpo atingidas.
Mude de vestuário se este for contaminado e só volte a usá-lo depois de o lavar.
Não fume, não beba nem coma durante o tratamento, nem antes de se ter lavado bem com água e sabão.
Prepare as caldas ao ar livre.
Não faça aplicações contra o vento nem com vento forte.
Não desentupa os bicos com a boca.

Proteja as crianças, as pessoas desprevenidas e os animais domésticos:


Elimine as embalagens vazias (queime-as ou enterre-as). Nunca as utilize para outros fins e não deixe
que as crianças as usem para brincar.
Coloque as embalagens em lugar seguro, fora do alcance das crianças e animais domésticos, longe de
alimentos bebidas e remédios.
Mantenha os pesticidas nas embalagens originais rotuladas.
Evite o acesso de crianças, pessoas desprevenidas e animais domésticos às áreas onde prepara as
caldas ou onde foi efectuada uma aplicação recente.
Não utilize as sementes tratadas com pesticidas na alimentação humana e dos animais.

Proteja o consumidor dos produtos vegetais:


Respeite o intervalo de segurança.
Não utilize uma dose superior à que vem indicada no rótulo. O pesticida pode não se degradar até um
nível inofensivo, mesmo respeitando o intervalo de segurança.

Proteja a caça, as aves, os peixes, as abelhas e outros insectos úteis:


Não contamine a água das fontes rios ou poços.
Não lave o material usado nos cursos de água, lagos ou fontes.
Elimine as embalagens vazias. Queime-as ou enterre-as, em local afastado de nascentes ou cursos de
água, depois das inutilizar. Partindo as que forem de vidro, furando as que forem de metal.
Não use produto além do absolutamente necessário.
Evite fazer tratamentos na época de floração. Se os fizer, utilize os produtos que não sejam tóxicos para
as abelhas.

NOTA MUITO IMPORTANTE:


Hoje em dia todas estas recomendações são actuais com excepção das regras para eliminação de
embalagens vazias. Em Anexo, podem consultar as novas directivas, não só para produtos
fitofarmacêuticos, mas também para todos os outros resíduos da exploração agrícola – pneus,
plásticos, mangueiras, óleos, etc.

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III – PROBLEMAS QUE AFECTAM AS PLANTAS

As plantas podem ser vítimas de ataques de parasitas, mas também podem sofrer devido a desequilíbrios
fisiológicos devido a excesso ou carência de nutrientes, a excesso ou carência de água ou até devido a podas muito
violentas.
Nas culturas ao ar livre as plantas estão ainda sujeitas a sofrer com queimaduras causadas por geadas,
escaldões, quebra de ramos causadas pelos ventos e muitas mais.
Não nos podemos esquecer também da competição pela água, pelos nutrientes e pela luz que travam muitas
vezes com outras plantas infestantes.

1 – ACIDENTES FISIOLÓGICOS
O que são distúrbios fisiológicos?
Geralmente, os distúrbios fisiológicos resultam de deficiências
nutricionais ou condições de crescimento inapropriadas tais como:
temperatura, quantidade de água, quantidade de luz.
Estas condições levam a um deficiente crescimento da planta
ou apenas a sintomas como folhas descoloradas, murchas etc.
Alguns exemplos:

1 – Morangos em que as sementes


foram comidas pelos pássaros.
2 – Fitotoxicidade em melão,
provocada por adubo foliar.
3 – Acidente devido a falta de água.
4 – Efeito de hormonas em tomates.
5 – Pêras afectadas por uma calda
contra indicada.

2 – ACIDENTES METEOROLÓGICOS

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3 – INFESTANTES

4 – DOENÇAS
O que é uma doença?
As doenças são causadas por microorganismos tais como os fungos, as bactérias e os vírus. As doenças mais
comuns são as causadas por fungos. Os sintomas podem ser:
 Descoloração,
 Deformação,
 Manchas, etc.
O grau de infecção é afectado por vários factores tais como as condições climatéricas e as condições de
crescimento a que a planta está sujeita.
Alguns exemplos:

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5 – PRAGAS
O que é uma praga?
São consideradas pragas todos os animais causadores de danos nas plantas.
Alguns destes animais são conhecidos de todos nós como é o caso dos caracóis e das lagartas, outros como as
cochonilhas são menos conhecidos. O maior grupo dentro desta categoria (pragas) são os insectos. As pragas podem
danificar ou destruir qualquer parte da planta, podem alimentar-se de várias formas:
 Sugando a seiva da planta,
 Formando galerias no interior da folha,
 Comendo a folha, etc.
Alguns exemplos:

IV – CONTROLO DE DOENÇAS E PRAGAS

O controlo de doenças e pragas tem de ter em conta os estados fenológicos das plantas (fase do ciclo
vegetativo) assim como os ciclos biológicos dos parasitas. Só assim é possível adoptar a estratégia mais
correcta.
Em relação aos estados fenológicos eles já foram estudados na Botânica Agrícola.
Vamos agora conhecer melhor os parasitas mais importantes na nossa Região.
As Medidas de Luta vão aparecer reunidas em Quadros Resumo, retirados do “Manual de Agricultura
Biologia”. Estes Quadros são muito interessantes porque põe em evidencia a possibilidade da luta
preventiva e dão indicações sobre a luta química possível em Agricultura Biológica ainda pouco divulgada
entre nós.
Para a luta química “convencional” podem consultar toda a informação disponível, desde os Avisos
Agrícolas até às publicações da Direcção Geral de Protecção das Culturas – www.dgpc.min-agricultura.pt
As DOENÇAS mais importantes são: As PRAGAS mais
importantes são:

1 – MÍLDIO 1 – BICHADO DA FRUTA


2 – OÍDIO 2 – ESCARAVELHO DA
3 – PODRIDÃO BATATEIRA
4 – PEDRADO 3 – TRAÇA DAS UVAS
5 – FERRUGEM 4 – BORBOLETA DAS COUVES
6 – LEPRA DO PESSEGUEIRO 5 – MOSCA BRANCA
7 – DOENÇAS VASCULARES CAUSADAS POR 6 – MOSCA DA FRUTA
FUNGOS DO SOLO 7 - COCHONILHAS
8 – DOENÇAS VASCULARES CAUSADAS POR 8 – AFÍDEOS
BACTÉRIAS 9 – LARVA MINEIRA
9 – VIROSES 10 – BROCA DO MILHO
11 – ALFINETE
12 – ARANHIÇO VERMELHO
13 – TRIPS
14 – NEMÁTODOS

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1 - DOENÇAS MAIS IMPORTANTES

1 - MÍLDIO

O MÍLDIO é uma doença causada por fungos de géneros diferentes. No Entre Douro e Minho causa problemas
todos os anos na vinha, na batateira e é um risco muito grande para o tomateiro.

Míldio da Videira - Plasmopara viticola


Desde há um século é uma das principais doenças da cultura.
Ataca todos os órgãos verdes da videira.
A doença manifesta-se nas folhas pelo aparecimento de manchas
translúcidas e oleosas na página superior e de um enfeltrado de micélio branco
nas zonas coincidentes com essas manchas, na página inferior. Em castas tintas
as folhas tomam uma coloração avermelhada. À medida que a doença avança, as
folhas acabam por necrosar.
Durante a floração pode ocorrer a destruição das inflorescências
(desavinho). Nos cachos, os bagos e o ráquis evidenciam também a presença de
micélio e de frutificações de cor branca, evoluindo para castanho e acabando por
engeIhar, secar e quebrar ao mínimo contacto.
Nos pâmpanos e sarmentos os ataques ocorrem precocemente e até antes
do atempamento. Os tecidos afectados tomam uma coloração castanha, os
pâmpanos curvam-se em forma de "S" e ficam cobertos de um enfeltrado de
micélio banco.
Os principais prejuízos resultam do ataque do fungo às inflorescências e
aos bagos. A queda das folhas afecta o teor de açúcar das uvas e o atempamento das varas e a vitalidade das cepas.

É um endoparasita obrigatório e específico da videira. No Outono as folhas apresentam pequenas manchas com
aspecto de mosaico (míldio em mosaico).
No interior das folhas surgem hifas (anterídio e oogónio) cuja função é dar origem aos oósporos, frutificações
sexuadas que permitem a hibernação do fungo.
Na Primavera, quando ocorrem precipitações com um mínimo de 10 mm e uma temperatura de 10°C, os
oósporos germinam e produzem macroconídios ou zoosporângios. Estes, em presença de água, libertam zoósporos
(esporos com cílios ou flagelos) que Ihes conferem mobilidade na água. Ao atingirem a página inferior das folhas e em
presença de água os zoósporos emitem um tubo germinativo que penetra no interior das folhas através dos estomas.
Em função das condições climáticas a doença tem um tempo de incubação mais ou menos longo após o qual
surgem manchas de aspecto oleoso infecções primárias.
Se o tempo decorrer chuvoso, com temperaturas de 15-21°C e humidade relativa elevada, na página inferio r
surgem as frutificações do fungo que serão responsáveis pelas infecções secundárias. Estas sucedem-se sempre que
as condições climáticas sejam favoráveis à doença. Temperaturas acima de 30°C começam a ser prejudicia is ao fungo.
O ciclo do míldio completa-se no Outono com a formação dos oósporos (ou ovos de Inverno).
Quando existem focos de infecção primários importantes e condições climáticas favoráveis, considera-se o míldio
da videira uma doença de risco elevado.

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Medidas de Luta
Devem seguir-se as indicações dos Sistemas de Avisos.
Como medidas profiláticas recomenda-se a eliminação dos ramos ladrões e uma boa drenagem das vinhas para
evitar zonas de encharcamento.
Por outro lado é importante a identificação dos focos primários desta doença (geralmente nas zonas mais baixas
e húmidas) quando as condições forem favoráveis ao seu desenvolvimento:
 Pâmpanos com mais de 10 cm,
 Chuva no mínimo de 10 mm,
 Humidade elevada,
 Temperaturas de cerca de 10°C.
Míldio da Batateira – Phytophthora infestants
Ataca toda a planta incluindo os tubérculos da batateira. Os sintomas são semelhantes aos da videira embora de
efeito mais rápido.

Medidas de Luta
Podem desenvolver-se diferentes estratégias de tratamento:
 A partir da identificação dos focos primários, realizar tratamentos preventivos com fungicidas anti míldio.
Sempre que possível evitar aplicações curativas (com fungicidas sistémicos) a menos que ocorram erros
ou uma impossibilidade prática de se efectuarem os preventivos.
 Tendo em conta as indicações dos Avisos Agrícolas, específicos para cada região.

2 – OÍDIO
Tal como o míldio também há agentes diferentes para as diferentes culturas atacadas.
Na nossa região, além da vinha, também causa estragos importantes nas Cucurbitáceas e nalgumas plantas
ornamentais como a roseira e os crisântemos.

Oídio da Videira - Uncinula necator Bern.


O fungo hiberna sob a forma de micélio nos gomos (fase assexuada), ou, em
cleistotecas nas folhas e varas que ficam no solo ou no ritidoma das cepas (fase sexuada). As
cleistotecas contêm no seu interior 4 a 8 ascósporos.
Em dias nublados, com manhãs de elevada humidade relativa (> 25%), seguidos de
períodos de sol com temperaturas > 25ºC, as cleistotecas germinam e ocorre a libertação dos
ascos com os ascósporos, que ao se depositarem sobre os órgãos
verdes da videira, sob condições climáticas favoráveis, provocam
as contaminações primárias.
As folhas apresentam um micélio branco amarelado em
ambas as páginas; revelando um aspecto crispado e dobradas em
goteira. Os cachos cobrem-se de um micélio branco, podendo os
bagos fendilhar ou suberizar. As varas na altura da poda, apresentam-se de cor branca com
manchas castanhas, evidenciando a presença de cleistotecas

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Os prejuízos mais graves verificam-se nos cachos, pois o ataque de oídio provoca paragem de crescimento da
pele dos bagos, que acabam por fendilhar, deixando as grainhas a descoberto, constituindo uma “porta de entrada“ para
a instalação da Botrytis sp. Consequentemente ocorrem perdas de quantidade e qualidade na colheita.

Ciclo Biológico

MACIEIRAS – Podosphaera leucotricha ROSEIRAS – Sphaeroteca pannosa PEPINOS – Erysiphe cichoracearum

Medidas de Luta
Medidas preventivas:
Tratamento de Inverno com calda sulfo-cálcica a 3% (retarda o aparecimento do oídio).
Calda bordalesa na folhagem após o pintor (impede a formação de cleistotecas).
Queimar a poda da lenha em caso de forte ataque no ano anterior.

Luta química: seguir as indicações doa Avisos Agrícolas e utilizar preferencialmente os produtos à base de
enxofre.

3 -PODRIDÃO CINZENTA
Botrytis cinerea (Pers)

Sobre os tecidos atacados (folhas, caules, flores e frutos) em condições de elevada humidade, aparece
normalmente, um bolor cinzento característico da Botrytis, constituído pelos conidióforos e conídios do fungo.
Nalgumas culturas, a Botrytis origina necroses nas folhas. As manchas, inicialmente, são pequenas e amarelas

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mas depois tornam-se mais largas, acinzentadas ou bronzeadas, fundas, coalescentes e frequentemente envolvendo a
folha completamente.
Em muitos hospedeiros, contudo, a infecção ocorre somente, após o
fungo ter crescido nas partes mortas da planta ou na matéria que apodrece
no solo e que começa a contactar com as folhas sãs como é o caso da
alface.
As infecções nos caules originam lesões alongadas escuras em
depressão, com um rebordo bem definido, que podem espalhar-se e causar
uma podridão mole a partir do ponto de infecção. Os tecidos infectados
tornam-se moles e húmidos e, à medida que a infecção progride, estas
aéreas aumentam, tornam-se acastanhadas ou castanhas escuras,
esponjosas ou encortiçadas.

Biologia
É sobretudo conhecido pela sua forma conidial Botrytis cinerea. Esta
forma produz abundante micélio cinzento, conidióforos ramificados com
cachos terminais de conídios ovóides com uma célula.
Os conídios são, rapidamente, libertados em tempo húmido e
transportados por correntes de ar.
A B. cinerea é um parasita de fraqueza. Um esporo isolado só consegue penetrar nos órgãos vegetais que
tenham uma cutícula muito fina (pétalas de flor). A penetração nas folhas, caules ou frutos pode ocorrer a partir de uma
ferida, de uma lesão de crescimento ou de um ponto de contaminação constituída por uma flor apodrecida, uma folha
que caiu ou uma acumulação de pólen.
A infecção dá-se depois da rebentação, em condições de humidade relativa elevada e temperaturas favoráveis
(15 a 20ºC). Vegetação densa e deficiente arejamento são condições óptimas para o seu desenvolvimento.
Os ascósporos e conídios podem ser arrastados pelo vento, levados pelos insectos, ou pelas pessoas que
trabalham nas culturas.

Podridão cinzenta da videira

Botrytis no cacho

Ciclo Biológico

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4 – FERRUGENS

Puccinia spp
Sintomatologia
A infecção das folhas manifesta-se pelo aparecimento de
pequenas pústulas lenticulares, gretadas, estreitas no sentido das
nervuras, de cor alaranjada que mais tarde se tornam castanhas.
As folhas doentes secam rapidamente e a maturação dos
bolbos é acelerada.
As plantas em situação de “stress” são as mais afectadas.
Biologia
O fungo sobrevive de uma estação para outra, em espécies de
Allium espontâneas.
É favorecido por humidade relativa elevada (97%), chuva fraca
e temperatura amena entre 10 a 24ºC. A temperatura óptima de
desenvolvimento é de 18ºC.
Plantações densas, crescimento vigoroso devido ao excesso de
azoto e carência de potássio no solo, aumentam o risco de infecção.

Uromyces phaseoli
Sintomatologia
A ferrugem manifesta-se, principalmente, nas folhas, mas pode atingir as vagens do feijoeiro e, mais
remotamente, as hastes. A intensidade a que se manifesta depende das condições climáticas. Em situação favorável,
ataca severamente a cultura, provocando a queda prematura das folhas.
Os sintomas da doença nas folhas, são apresentados como pequenos
pontos cloróticos, com leves elevações, evoluindo para pústulas salientes de
cor esbranquiçada ou amarelada, que aparecem, predominantemente, na face
inferior das folhas.
Posteriormente, surgem pequenas pústulas, os uredósporos, de cor
ferruginosa em ambas as superfícies das folhas, com halo amarelado. Nas
cultivares altamente susceptíveis, as pústulas podem atingir 1 a 2 mm.
As folhas escurecem, secam e caem.
Biologia
Temperatura entre 20 e 27°C e humidade relativa ele vada, intercalada
por períodos de baixa precipitação e grande quantidade de orvalho, são
favoráveis à doença.
As temperaturas óptimas para a germinação dos uredósporos situam-se entre os 17 e 23º C, necessitando pelo
menos de 6 a 8 horas com a superfície da folha molhada.
A disseminação da doença é efectuada por insectos, animais, instrumentos agrícolas e vento, que é o principal
agente da disseminação dos esporos, levando-os a longas distâncias.

5 – PEDRADO

Venturia inaequalis (Cke.) Wint.

Infecções primárias

Infecções secundárias

Antes da queda da folha, o fungo penetra profundamente na folha.


Quando hifas sexualmente compatíveis se encontram, anterídio (células masculinas) e oogónios (células
femininas), dá-se a fertilização do oogónio, em cujas células terminais se encontram os ascos. Um ascocarpo assim
formado chama-se pseudoteca e passa o Inverno no interior das folhas caídas no solo.

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Após a maturação dos ascósporos (de Março a meados de Maio), os ascos libertam 8 ascósporos que, se o
tecido vegetal estiver susceptível (estado D-D3) e existirem condições climáticas favoráveis, germinam e penetram o
tecido vegetal, dando origem às infecções primárias. Após a infecção, na superfície dos órgãos atacados surgem as
lesões, constituídas por conidióforos, em cujas extremidades se desenvolvem conídios. Estes na presença de água e
temperatura óptima de 21ºC provocam as infecções secundárias.
Nas folhas, inicialmente, surgem manchas translúcidas e amareladas, que se traduzem na página inferior por
pontos negros com 5 a 10 mm de diâmetro, que podem coalescer, formando manchas maiores.
Nos frutos, as infecções primárias caracterizam-se por uma mancha grande e o fruto pode deformar-se, enquanto
as infecções secundárias são constituídas por manchas de menor dimensão e dispersas no fruto.
Nos ramos podem observar-se pústulas negras no Outono, ainda que seja pouco frequente.

Ciclo Biológico

6 – LEPRA DO PESSEGUEIRO
Taphrina deformans (Berk.) Tul.

Hiberna sob a forma de ascósporos ou corpos levulóides nas rugosidades dos ramos e escamas dos gomos.
Quando a temperatura mínima é de 7ºC e o tempo se encontra húmido e
chuvoso verifica-se a germinação das formas hibernantes. Os filamentos
germinativos atravessam a cutícula, penetram os tecidos parenquimatosos e
forma-se um micélio intercelular septado. Mais tarde, ocorre a formação dos
ascos, com 8 ascósporos, os quais por gemulação e com humidade relativa
superior a 95%, formam os corpos levulóides. Estes esporos transportados
pela chuva e pelo vento, asseguram a disseminação da doença.
O fungo ataca folhas, ramos, flores e frutos, manifestando-se os
sintomas na Primavera, sobretudo em tempo fresco e húmido (Temp. óptima
de 20ºC).
As folhas são os órgãos mais atacados. Inicialmente surgem manchas
esbranquiçadas, depois ficam avermelhadas e empolam e finalmente
tornam-se baças e caiem. Quando o ataque é muito intenso, a queda das
folhas pode ser total, reagindo a árvore com uma segunda rebentação.
Nesta situação, um novo ataque, conduz ao enfraquecimento, ou mesmo
morte da árvore.
Os lançamentos também podem ser infectados, ficando lenhificados ou distorcidos.
Nos frutos as infecções são raras, podendo surgir lesões irregulares, avermelhadas e em relevo.

7 – DOENÇAS VASCULARES CAUSADAS POR FUNGOS DO SOLO


No solo existem inúmeros fungos, a maior parte das vezes saprófitas, que podem infectar as plantas quando elas
se encontram debilitadas ou feridas.
Dos fungos mais preocupantes fazem parte as numerosas espécies do género Fusarium.

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Fusarium oxysporum Owen

Sintomatologia
Parasita vascular, o fungo é identificado muito rapidamente pela coloração
castanha que confere aos vasos (visível em corte transversal do caule ou do
pecíolo).
Os cotilédones e primeiras folhas das plantas jovens, amarelecem e murcham
(Damping-off na imagem).

Na cultura, a doença caracteriza-se pelo amarelecimento parcial ou total das


nervuras e do limbo das folhas.
Ao longo do caule achatado, produzem-se exsudações de gotículas gomosas,
que escurecem ao ar.
Primeiro escurecem os vasos do caule, depois o caule apresenta-se necrosado
em toda a sua espessura e torna-se esponjoso.
Os frutos são atingidos ao nível do pedúnculo e depois a podridão estende-se a
toda a zona peduncular.

Biologia
O fungo sobrevive no solo através dos seus clamidósporos e do micélio, o qual é capaz de sobreviver nos
detritos. A disseminação faz-se através do solo, do vento, dos salpicos de terra e pelas alfaias agrícolas.
A infecção ocorre ao nível das raízes. As lesões do caule cobrem-se de frutificações, que esporulam e originam a
disseminação secundária da doença.

O fungo é favorecido por Primaveras frescas (18 a 20ºC). No entanto, é com o tempo seco e quente, que são
mais evidentes os emurchecimentos das plantas infectadas.
A temperatura óptima para o desenvolvimento do Fusarium que ataca o feijoeiro é de 20-28ºC.

Medidas de Luta
“O fungicida tebuconazol, comercializado com o nome de Folicur, apresentou alta eficiência na inibição do
crescimento e esporulação de Fusarium oxysporum,. Esse produto será testado para tratamento preventivo de estacas
herbáceas visando prevenir a disseminação do fungo através das estacas.
A incorporação de composto orgânico inoculado com EM-4 (microrganismos eficientes) também denominado
bokashi, controlou o fungo Fusarium oxysporum, em estufas de propagação.” – lido num site brasileiro

8 – BACTERIOSES
CANCRO BACTERIANO, Clavibacter michiganensis

Sintomatologia
Afecta o sistema vascular do tomateiro em consequência duma obstrução progressiva dos vasos. O primeiro
sintoma traduz-se por uma murchidão das folhas que se pode situar a diferentes níveis da planta. Os bordos dos folíolos
secam, tornam-se castanhos, enrolam-se ligeiramente e eventualmente acabam por morrer.
Tratando-se de uma doença vascular desenvolve-se uma murchidão, geralmente, rápida e irreversível que
conduz ao dessecamento da planta, amarelecimento e acastanhamento da planta.
Observa-se igualmente uma paragem de crescimento da planta.
É muito característico, o aparecimento de, manchas "cancerosas" nos frutos, caules e folhas.

Biologia
Conserva-se no solo (um ou vários anos), nos restos vegetais, em diverso material (vasos, gotejadores, etc.), na
própria estrutura da estufa, ferramentas, sementes.
A sua propagação faz-se através da água da chuva, da rega por aspersão, das soluções nutritivas em culturas
hidropónicas e das operações de poda.

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A penetração da bactéria nos tecidos do hospedeiro é feita por feridas, sobretudo da poda, raízes e estomas.
As condições de desenvolvimento são: temperaturas entre 18 e 24ºC com mais de 80% de humidade relativa.

Xanthomonas campestris pv. Vitians (Brown) Dye

Sintomatologia
Ataca principalmente as folhas mais externas das alfaces e couves, sobre as quais se observam manchas
angulares que, inicialmente, são pequenas e translúcidas e se transformam em grandes lesões negras e necrosadas.
As nervuras foliares próximas das lesões podem também ficar negras, mas a raiz, o caule e o pecíolo não ficam
negros, nem com manchas. Observa-se amarelecimento e dessecação das folhas, mas sem sintomas de murchidão.
Em casos mais graves provoca a morte da planta sem, no entanto, causar desfoliações.
Em muitas plantas de alface, que na época de colheita apresentam manchas só nas folhas mais externas, tem-se
observado enegrecimento e necroses internas, somente, na fase de comercialização.
O aparecimento de podridão mole nas plantas infectadas é devida, à acção de microorganismos secundários,
favorecidos por elevada humidade relativa e presença de água livre à superfície da planta.

Biologia
Sobrevive nos restos de plantas infectadas que permanecem enterradas e, provavelmente, em algumas plantas
.O inóculo difunde-se pelo salpico da água da chuva e da rega e a penetração é feita pelos estomas e feridas. Estações
muito húmidas e com temperatura média de cerca de 24ºC são condições favoráveis à epidemia.

PÉ NEGRO - Erwinia carotovora (Jones) Bergey et al.

Sintomatologia

Os caules infectados apresentam uma podridão típica, com o aspecto de tinta preta .
A folhagem torna-se clorótica, posteriormente, toda a planta acaba por murchar e morrer.
O sintoma típico na planta é caracterizado por uma podridão húmida e mole da medula, exalando um cheiro forte
a peixe podre.

Biologia
O inóculo primário encontra-se no interior do caule.
Após a plantação o caule vai-se deteriorando, libertando grande quantidade de bactérias, as quais vão infectar as
plantas vizinhas.
A transmissão da doença é favorecida por solos húmidos e temperaturas baixas.
Solos húmidos e frescos na altura da plantação, e temperaturas altas na altura da emergência, favorecem a
presença de pé negro.

PÚS OU MAL MURCHO DA BATATEIRA


Ralstónia solanacearum E.F. Smith

Sintomatologia

A doença manifesta-se quer nos tubérculos quer na parte aérea.


Os sintomas que, normalmente, se observam no campo são a murchidão das plantas, o nanismo, e o
amarelecimento da folhagem. Estes sintomas, inicialmente, são similares aos causados por falta de água.
As folhas murchas empalidecem, passando em seguida a apresentar cor castanha, sem que se verifique
enrolamento dos bordos dos folíolos à medida que vão secando.
Nos caules jovens, podem observar-se uns raios escuros e diversos estreitamentos que correspondem aos feixes
vasculares infectados.
Um sinal claro da doença é a presença de gotículas brilhantes, de cor castanha, que exsudam do xilema quando
se faz um corte transversal no caule.
Nos tubérculos, quando cortados e comprimidos entre os dedos, verifica-se na zona vascular, a exsudação dum
creme leitoso. Este exsudado é constituído por massas bacterianas e é, maior ou menor conforme o grau de infecção.
Foram estes sintomas que conferiram à doença o nome de Pús.

Biologia
A bactéria penetra sobretudo por feridas existentes nas raízes e nos caules, bem como pelos estomas.
A infecção inicia-se a partir de tubérculos infectados ou do próprio solo.

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Pode sobreviver no solo, desde que estejam presentes detritos vegetais infectados, tubérculos de batata com
infecções latentes e infestantes susceptíveis.
A água desempenha um papel muito importante na disseminação desta bacteriose a longas distâncias, ao
arrastar as próprias bactérias ou partículas de solo contaminado.
A transmissão pode ocorrer por movimentações de terra contaminada durante as práticas culturais. A circulação
de maquinaria e o calçado do homem, com terra contaminada aderente, são também veículos importantes de
transmissão desta bacteriose.
A temperatura elevada é um factor determinante no desenvolvimento do agente patogénico.

SARNA DA BATATEIRA – Streptomyces scabies

Sintomas:
Lesões encortiçadas na superfícies dos tubérculos, que podem ser pequenas
e superficiais ou fazer reentrâncias profundas suberificadas. Raramente ocorrem
lesões noutros locais.

Disseminação:
Solos secos, especialmente aqueles ricos em matéria orgânica, durante a fase
de tuberização e enchimento dos tubérculos são altamente favoráveis à sarna. Em
geral, o prejuízo causado por esta doença está relacionado com a depreciação dos
tubérculos com sintomas.

Medidas de Luta
- Evitar plantar tubérculos com sintomas de sarna.
- Manter níveis de humidade no solo apropriados ao desenvolvimento das
plantas durante e após a fase de tuberização.
- Evitar aplicar quantidades excessivas de calcário.

9 – VÍROSES

VÍRUS DO BRONZEADO DO TOMATEIRO, Tomato Spotted Wilt Vírus (TSWV)

O vírus do bronzeamento do tomateiro afecta culturas hortícolas e ornamentais importantes, causando elevados
prejuízos. Este vírus é transmitido por várias espécies de tripes, das quais a Frankliniella occidentalis Pergande é
considerada a espécie vectora mais eficiente.
Sintomatologia
É normal encontrar na mesma planta, caules com sintomas e
sem sintomas. Os primeiros acabam por morrer persistindo aqueles
aparentemente sãos.
A nível do caule surgem necroses no ápice que descem ao
longo do mesmo assim como na inserção dos pecíolos, provocando
murchidão e queda das folhas. Cortando o caule longitudinalmente,
por vezes, observam-se necroses na zona da medula.
Os sintomas primários de TSWV nas folhas da batateira
caracterizam-se pelo aparecimento de pontuações necróticas,
necroses irregulares, manchas necróticas compactadas e zonadas
concentricamente que se confundem com as provocadas por
Alternaria sp. e anéis necróticos concêntricos.
Os tubérculos podem ou não apresentar sintomas contendo, no entanto, vírus no seu interior.
Os sintomas nos tubérculos caracterizam-se pelo desenvolvimento de anéis necróticos externos e internos,
simples ou concêntricos, necroses em arco externas e internas e manchas necróticas irregulares externas e internas.
Biologia
O ciclo de infecção do TSWV ocorre quando fêmeas adultas de tripes vectores depositam os ovos sobre plantas
infectadas pelo vírus. As larvas resultantes da eclosão dos ovos ao alimentarem-se em plantas infectadas, adquirem o
vírus, dando origem a uma população de larvas infectadas. O vírus transita pelos vários estados de desenvolvimento do
insecto. A Frankliniella occidentalis pupa no solo e as pupas infectadas constituem uma fonte importante de inóculo, e
poderão ser o repositório do vírus entre culturas consecutivas.
Apenas os adultos provenientes de larvas infectadas são transmissores do TSWV. Os adultos infecciosos
transmitem o vírus, por picadas de alimentação, durante toda a sua vida (30 a 40 dias).
Um adulto infeccioso pode transmitir o vírus a muitas plantas e a diferentes hospedeiros. Por outro lado, poderão
ocorrer infestações de tripes e não haver disseminação do TSWV na cultura. Tripes adultos sãos que se alimentem em
plantas infectadas poderão adquirir vírus, mas não são transmissores. Como resultado das interacções vírus-vector-
plantas hospedeiras, em determinadas condições agro-ambientais, desenvolvem-se epidemias do vírus. As plantas
espontâneas e outras culturas são importantes, como repositórios do vírus, para a manutenção do ciclo da doença.

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2 - PRAGAS MAIS IMPORTANTES

Como se referiu anteriormente o grupo mais importante das pragas é a Classe dos Insectos.
Os insectos causam prejuízos directos (destruição de órgãos das plantas, manchas, etc..) ou indirectos (como
vectores de vírus ou portas de entrada para doenças).
A classe dos insectos engloba várias ordens que apresentam estruturas morfológicas e, sobretudo, armaduras
bucais que fazem com que os estragos causados e os meios de luta a utilizar sejam diferentes.

CLASSE DOS INSECTOS

CORPO SEGMENTADO E DIVIDIDO EM: CABEÇA, TÓRAX E ABDÓMEN.


TÊM SEMPRE 3 PARES DE PATAS NO ESTADO ADULTO (UM POR CADA SEGMENTO DO TÓRAX).
SOFREM METAMORFOSES MAIS OU MENOS COMPLETAS.

ORDENS DOS INSECTOS:

ORTHÓPTEROS ARMADURA BUCAL TRITURADORA – GAFANHOTOS

COLEÓPTEROS ARMADURA BUCAL TRITURADORA – ESCARAVELHOS


JOANIHNAS
GORGULHOS

HEMÍPTEROS ARMADURA BUCAL PICADORA-SUGADORA – PIOLHOS (=AFÍDEOS)

LEPIDÓPTEROS ARMADURA BUCAL LIBADORA – BORBOLETAS


ARMADURA BUCAL TRITURADORA – LARVAS de BORBOLETA

DÍPTEROS ARMADURA BUCAL MOSCOIDE – MOSCAS


ARMADURA BUCAL TRITURADORA LARVAS DE MOSCA

HIMENÓPTEROS ARMADURA BUCAL SUGADORA-LAMBEDORA ABELHAS


FORMIGAS
VESPAS

1 - BICHADO DA FRUTA

Cydia pomonella

Ordem
Lepidoptera

É a principal praga das pomóideas (macieira, pereira e


marmeleiro).
Os prejuízos são mais graves em macieira do que em pereira.

Sintomatologia
Nos frutos é visível um orifício arredondado de contorno escuro do
qual saem os excrementos resultantes da actividade da larva.

No interior do fruto observa-se uma galeria e muitas vezes a presença da


larva. Os frutos atacados acabam por cair no solo.

Biologia
Hiberna no estado de larva hibernante dentro de um casulo esbranquiçado
(hibernaculum), no solo e nas reentrâncias do tronco junto ao colo.
Na Primavera ocorre a ninfose e os adultos aparecem a partir de Abril (nalguns anos no fim de Março), ficando no
pomar até Setembro.

34
A actividade dos adultos é crepuscular sendo indispensável que a temperatura ao pôr-do-sol seja
superior a 15 ° C. A sua actividade inicia-se quando se atinge aquele valor de temperatura e termina com a noite
escura.
É durante aquele período que ocorre a alimentação, o acasalamento e a postura. Os ovos são postos
isoladamente nas folhas, nos lançamentos, perto dos frutos e, preferencialmente, sobre estes.
As larvas neonatas levam vida errante na procura dos frutos, antes de iniciarem as penetrações. Estas ocorrem a
partir de Maio nos locais de contacto entre dois frutos, entre uma folha e um fruto, ou na base do pedúnculo. Por vezes
a penetração pode ocorrer numa zona livre do fruto e normalmente é feita em espiral, desenvolvendo a larva uma
galeria no sentido das sementes.
Quando a larva completa o seu ciclo abandona o fruto, quer este se encontre na árvore, quer caído no solo. Na
evolução do ciclo biológico, e desde que ocorram mais gerações, as populações de larvas hibernantes são constituídas
por larvas de vários instares dando origem a diferentes evoluções: ou sofrem ninfose imediata ou entram em diapausa
até ao ano seguinte.
O número de gerações de bichado em Portugal pode ser de 3.
Na zona da Beira Interior (Fundão) ocorrem 2 gerações:
A 1.ª com voos de Abril a Junho e a 2.ª em voos de Agosto a Setembro.
A Sul da Gardunha podem ser detectados estragos provocados por uma 3.ª geração.

Ciclo Biológico

Medidas de Luta

Os métodos de previsão do ataque do bichado destinam-se a estudar a sua dinâmica populacional.


Os principais métodos são:
 Temperaturas crepusculares,
 Determinaçâo das curvas de voo (com recurso a armadilhas sexuais e feromonas),
 Observação visual de posturas e penetrações,
 Cintas armadilhas,
 Caixas de eclosão,
 Soma das temperaturas de desenvolvimento.
 Observação visual/1000 frutos ao acaso no pomar (20 frutos x 50 árvores) na fase de vingamento - pré-
maturação.

2 - ESCARAVELHO DA BATATEIRA
Leptinotarsa decemlineata

Ordem
Coleoptera

É a principal praga da batateira.

Sintomatologia

Os estragos são provocados pelas larvas e adultos.


Tanto os adultos como as larvas alimentam-se das folhas e apresentam uma grande voracidade, especialmente,
nas últimas fases de desenvolvimento larvar.

35
A sua voracidade é tal que se estima que uma só fêmea e a sua
descendência, num ano sejam capazes de destruir meio hectare de batatal.
A perda de área foliar reduz a capacidade da planta em produzir hidratos de
carbono para os tubérculos, afectando a sua qualidade.
Considera-se que o período crítico de desfoliação da batata se situa
imediatamente antes e imediatamente depois da floração. Neste período a perda de
folhas afecta gravemente a colheita.

Biologia
Hospedeiros: o seu hospedeiro preferencial é a batateira. No entanto pode
atacar outras solanáceas (tomateiro, erva-moira, etc.).
O adulto passa o Inverno enterrado no solo e retoma a sua actividade na
Primavera, aparecendo de forma escalonada. Pode voar muitos metros em busca
das plantas hospedeiras. Uma vez encontrado o hospedeiro alimentam-se, acasalam
e as fêmeas iniciam a postura.
Após o acasalamento as fêmeas iniciam as posturas. Os ovos são de forma ovóide e de cor amarelo-alaranjado.
Cada fêmea pode efectuar a postura de algumas centenas de ovos no período de um mês.
As posturas são efectuadas na página inferior da folha e em conjuntos
de 10 a 30 ovos. As posturas são escalonadas de Maio a Agosto.
A eclosão dá-se em poucos dias (4
a 10), consoante a temperatura, e as
larvas alimentam-se durante 2 a 3
semanas, de rebentos e folhas mais
jovens, até passarem por quatro estados
larvares. Quando atingem a maturidade
(4º estádio) dirigem-se para o solo onde
vão pupar.
Os adultos aparecem uma ou duas semanas mais tarde.
As larvas sofrem 3 mudas, apresentam sempre a mesma forma. embora o
tamanho evolua até sofrerem a ninfose. Podem ocorrer duas a três gerações anuais
de escaravelho.

Medidas de Luta

Os tratamentos devem ser iniciados ao aparecimento da praga com pulverização de insecticidas homologados.

3 - TRAÇA DAS UVAS


Lobesia botrana Den & Schiff

A traça da uva é um lepidóptero com 3 gerações anuais. Hiberna sob a forma de crisálida dentro de um casulo
sedoso, no ritidoma das cepas ou no solo. Na Primavera, surgem os adultos – 1º voo da traça. A sua actividade é
essencialmente crepuscular, efectuando o voo apenas com temperaturas acima dos
14ºC. As fêmeas realizam as posturas nas inflorescências, iniciando-se a primeira
geração. Seis a nove dias depois surgem as lagartas, que roem os botões florais e tecem
fios sedosos, para formar os ninhos ou teias.
A segunda geração inicia-se com as posturas no bago de
ervilha, em que as lagartas perfuram alguns bagos. O início da
terceira geração ocorre com as posturas sobre o bago no início
da maturação.
Os danos provocados pela primeira geração são pouco
significativos, enquanto as segunda e terceira gerações já
provocam prejuízos directos nos bagos e indirectos ao criar
portas de entrada para a instalação de Botrytis cinerea nas
lesões dos bagos.

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Ciclo Biológico

4 – BORBOLETAS (LAGARTAS) DAS COUVES


Pieris brassicae L. e Pieris rapae L.
O adulto é uma borboleta, com asas brancas e 6 a 7 cm de comprimento.
Os ovos têm uma forma muito característica de “bala de canhão”, estriados no sentido longitudinal e de cor
amarela. São depositados em grupos de 25 a 50, o que faz com que as larvas apareçam agrupadas e devorem folhas
inteiras.
As lagartas são de cor verde acinzentado, com três linhas longitudinais amarelas e manchas negras por todo o
corpo. Têm numerosas sedas e podem alcançar 4 a 5 cm.
A pupa é de cor parda-claro com pontos negros e pode encontrar-se aderente a troncos e paredes.
Apresentam duas gerações anuais. Passam o Inverno na forma de pupa (crisálida) e os adultos, que são de
hábitos diurnos, aparecem muito cedo na Primavera.
As borboletas estão activas assim que brilha o sol e a temperatura esteja elevada. Acasalam em voo, pelo meio-
dia.
As lagartas, vivem primeiro em colónias e roem superficialmente a epiderme das folhas.

A partir do 3º estádio larvar (2º muda), dispersam-se por pequenos grupos de 4 a 5 indivíduos e apresentam uma
extraordinária voracidade, comendo toda a folha restando só as nervuras mais grossas. Depois, transformam-se em
pupas (crisálidas).
As traças emergidas das pupas, depois de hibernarem, aparecem na Primavera e fazem a postura rapidamente.
Esta geração raramente é nociva.
As lagartas, desenvolvem-se e depois transformam-se em pupas. Os adultos emergem em Julho - Agosto e dão
origem à segunda geração, muito mais nociva.
Estas espécies devoram toda a folha, restando só as nervuras principais (talos mais grossos).
Dado o instinto gregário que manifestam, os seus estragos
podem ser localizados, devorando plantas inteiras, sem afectar as
vizinhas.

Outro tipo de estrago indirecto, é a grande quantidade de


excrementos que produzem e que com a chuva e o orvalho são
arrastados e se acumulam no coração da planta, tornando-a
incomercializável.

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Os pierídeos atacam as folhas soltas, ao contrário da Mamestra brassicae (fotos abaixo) que ataca as
folhas do coração da planta,

5 - MOSCA BRANCA

Trialeurodes vaporariorum Westwood


Esta praga é vulgarmente conhecida por mosca branca das estufas.

Morfologia
Os insectos adultos de Trialeurodes vaporariorum, tanto
machos como fêmeas, possuem dois pares de asas,
assemelhando-se a pequenas borboletas de cor branca, e
com armadura bocal picadora-sugadora. As asas em repouso
são quase horizontais, cobertas por uma pruína branca
cerosa. O ovos são elípticos, com 0,25 mm de comprimento
de cor branco amarelado na altura da postura e adquirem uma
coloração escura ao fim de dois dias. As larvas são de côr
amarelo esverdeada, ovais, achatadas, em forma de
cochonilha. No 4º estado medem cerca de 0,8 mm. A pupa é
esbranquiçada em forma de pequena caixa oval, ornamentada
por prolongamentos cerosos marginais curtos.

Bioecologia
Nos climas frios só se encontra este Aleurodídeo em estufa, enquanto que, nas regiões meridionais, encontra-se
ao ar livre, nas plantas espontâneas e cultivadas.
Os adultos agrupam-se na parte superior das plantas, na página inferior das folhas, onde efectuando a
postura, voam quando se sentem ameaçados, pousando logo em seguida noutra folha vizinha.
As posturas são efectuadas pelas fêmeas, com a característica de serem realizadas em círculo, nas folhas lisas,
depositando um ovo de cada vez. Nas folhas pilosas os ovos estão mais dispersos e menos regularmente colocados. A
fêmea pode pôr 500 ovos ao longo da sua vida que dura 3 a 6 semanas. Os ovos eclodem 9 dias após a postura a
21ºC.
As larvas neonatas passam por um curto período de mobilidade antes de se fixarem
para se alimentarem, com os seus estiletes inseridos no tecido foliar, passando por três
estados larvares. Depois interrompem a sua
alimentação, mudam, e permanecem no pupário durante
18 dias aproximadamente.
A reprodução é essencialmente partenogenética.
Os adultos podem passar todo o Inverno nas
plantas infestantes.
A reprodução ocorre durante todo o ano quando
as condições são favoráveis sobrepondo-se várias gerações.
Com temperaturas da ordem dos 21 a 24ºC, o ciclo de vida desta mosca
branca conclui-se em pouco menos de três semanas.

Estragos

Os primeiros sintomas da sua presença manifestam-se com o


amarelecimento ou clorose geral das folhas, que acabam por secar e cair, ao longo
do tempo. Segregam uma substância rica em açucares e ácidos aminados –
melada – que queima as folhas e conduz à formação de um conjunto de fungos
negros (fumagina) que se desenvolvem nos órgãos vegetais. Esta praga pode
ainda ser vector de viroses.

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6 - MOSCAS DA FRUTA

MOSCA DO MEDITERRÂNEO - Ceratitis capitata


A mosca da fruta, ou mosca do Mediterrâneo, é um díptero que ataca muitos
hospedeiros, não apenas os citrinos, mas também pomóideas, prunóideas, figos,
nêsperas e diospiros. O insecto adulto é uma pequena mosca com 4-5 mm. As asas
são transparentes, com faixas cinzentas, amarelas e amarelo-acastanhadas O tórax
é cinzento com manchas negras O abdómen é cordiforme, com faixas amarelas e
negras.
As fêmeas são providas de um oviscapto cortante com o qual ferem os frutos
e fazem a deposição dos ovos sob a epiderme.
O insecto hiberna sob a forma de pupa, no solo. Cerca de dez dias após a sua
eclosão (saída da pupa), as fêmeas adultas dirigem-se para os frutos, onde, depois
de fecundadas, se imobilizam, depositando, em média, 4 ovos alongados e brancos por fruto, até um total de 300-400
ovos férteis, se as condições forem favoráveis. A longevidade média da fêmea adulta é de dois meses, podendo
percorrer até 15 km.

Após 2-5 dias de incubação no interior da polpa, as larvas de cor branca-amarelada dirigem-se para a superfície
dos frutos e, depois, ao estilo de um exercício de ginástica, saltam para o solo, onde se introduzem a 1-2 cm, para
puparem. Em condições óptimas, uma geração completa-se em três semanas, podendo ocorrer até 5-8 gerações
anuais. As temperaturas médias diárias mais favoráveis são, normalmente, acima de 15ºC.
O ataque manifesta-se por uma pequena mancha de auréola descolorida, resultante da picada que precedeu a
postura, aumentando de tamanho e tornando-se acastanhada se a postura foi viável.
Uma vez consumada a eclosão das larvas, a polpa torna-se mole e decompõe-se a seguir. Nessas circunstâncias
estão criadas as condições para o desenvolvimento de fungos saprófitas, os quais levam à destruição dos frutos.

MOSCA DA AZEITONA - Bactrocera oleae Gmel. (Dacus oleae)


Nas regiões de Invernos suaves hiberna sob a forma de adulto ou de pupa; nas outras regiões apenas sob a
forma de pupa. Os adultos, com 5 a 8 mm de comprimento, possuem tórax castanho escuro e asas transparentes com
uma pequena mancha na extremidade. Os ovos são brancos e alongados, com cerca de 0,8 mm. As larvas são
esbranquiçadas, com 6 a 7 mm de comprimento. As pupas são de cor acastanhada clara, segmentadas e com 0,5 a 0,6
mm de comprimento.

A postura tem início quando os frutos tiverem as características adequadas, em que entram diversos
factores ligados à dimensão do fruto, consistência da epiderme e da polpa, lenhificação do caroço, riqueza em

gorduras e cultivar.
As condições climáticas são muito influenciadoras da evolução da praga, particularmente nos 25 a 30 dias desde
a postura até ao aparecimento do adulto. As posturas são inibidas a partir dos 30ºC; ocorrendo elevada
mortalidade de ovos, larvas e até adultos acima dos 35ºC.
O número de gerações varia entre duas, com clima mais frio, e quatro, com clima mais ameno, distribuindo-se,
habitualmente, entre Julho e Novembro.

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As principais zonas de incidência da mosca da azeitona são as seguintes:
1- A faixa litoral que se estende de Cantanhede ao Algarve, em que os ataques se iniciam, regra geral, de
meados de Julho até princípios de Agosto, prolongando-se sucessivamente até ao Outono, sendo os estragos muito
importantes.
2- Norte e Nordeste do distrito de Santarém, a Beira Baixa até à latitude de Alpedrinha e quase todo o Alentejo,
em que as posturas viáveis só se dão em Setembro, com interrupções frequentes na evolução das larvas e morte de
adultos, causadas pela secura do ar e pelas elevadas temperaturas. Nesta zona os ataques são de muito menor
gravidade.
3- Beira Baixa, acima de Alpedrinha, Beira Alta, Trás-os- Montes e Minho. Nesta zona os ataques não têm
significado económico, salvo num ou outro microclima favorável (Vale da Vilariça).
Ocorre depreciação dos frutos, mediante a destruição parcial da polpa e queda dos mesmos. Na azeitona para
conserva é impensável a utilização de frutos atacados. Na azeitona para indústria verifica-se a acidificação do azeite,
provocada pela entrada de ar nas galerias feitas pelas larvas, ar esse que origina a hidrólise e oxidação dos óleos.

7 - COCHONILHAS

As cochonilhas pertencem a Ordem Homoptera. Este é um grupo bastante grande de insectos que possuem a
forma pequena e bastante diferente. As fêmeas não possuem asas e não se locomovem; os machos têm apenas um
par de asas ou, em alguns casos raros, também não as possuem. Estes se parecem com pequenos mosquitos e podem
ser reconhecidos por não apresentarem peças bucais e pela presença de um prolongamento do abdómen.
O desenvolvimento das cochonilhas é bastante complexo. As fêmeas depositam ovos dos quais eclodem ninfas.
Estas, quando no primeiro estágio, possuem pernas e podem mover-se. Depois da primeira muda (troca de pele) as
pernas e antenas atrofiam-se e o insecto torna-se séssil, isto é, fixa-se num determinado local sem sair mais. Ali a ninfa
segrega uma capa de cera ou semelhante a uma escama, que é denominada de carapaça.

As cochonilhas são de grande importância económica em várias culturas e plantas ornamentais, pois podem
causar prejuízos consideráveis. Estes insectos apresentam várias formas e cores. Normalmente as cochonilhas são
gregárias, isto é, onde existe uma cochonilha existem outras. Elas são encontradas, preferencialmente, nas axilas das
folhas, sob as folhas, nos ramos e troncos das árvores e até mesmo nos frutos e raízes. A coloração pode ser branca,
castanha, avermelhada, verde ou enegrecida. Algumas possuem o corpo mole coberto por cera ou secreção parecida
com o algodão. Outras apresentam carapaça dura e arredondada, enquanto algumas possuem o corpo com formato de
vírgula.
As cochonilhas segregam uma substância adocicada pelo ânus denominada melada ("honeydew"). Esta
secreção é derivada do excesso de seiva da planta sugada pelo insecto, pois é este o alimento das cochonilhas. Esta
substância adocicada atrai formigas o que passa, muitas vezes a ser um segundo problema para a planta. No local
onde fica depositada a melada cresce um fungo negro, denominado fumagina que prejudica o desenvolvimento normal
da planta. As formigas ao passearem sobre esta substância açucarada acabam por espalhá-la ainda mais,
possibilitando o aparecimento do fungo em diversos locais na planta.
Mas as cochonilhas não são sempre nocivas. Algumas são utilizadas para a fabricação de verniz, como uma
espécie de cochonilha mexicana (Llaveia axin), os machos de Ericerus pela, uma espécie oriental, segregam uma
grande quantidade de cera que é utilizada para a fabricação de velas e a cera das cochonilhas Ceroplastes ceriferus é
utilizada na Índia para fins medicinais. Ainda na Índia ocorrem as espécies de cochonilhas da laca, insectos de grande
valor comercial. A espécie Laccifer lacca produz uma secreção cerosa tão abundante que os ramos onde esses
insectos se fixam podem ficar com uma camada de laca de até 12mm de espessura. Os ramos são cortados, a laca é
dissolvida e refinada e depois usada na fabricação de vernizes, que muitas vezes são pigmentados. Algumas espécies,
ainda, são fonte de corantes como o vermelho carmim.

COCHONILHA ALGODÃO, Planococcus citri Russo


É um homóptero com 6 gerações anuais que ataca, entre outros, a videira, os citrinos e numerosas plantas
ornamentais. Na videira hiberna sobre madeira velha e debaixo do ritidoma das cepas. A geração hibernante coloniza
nós e entrenós, pecíolos e nervuras das folhas.

40
Em finais de Julho, observa-se melada nos cachos que, juntamente com a humidade forma fumagina.
Verifica-se um mau funcionamento de folhas e sarmentos, rebentos mais curtos e queda prematura das folhas, o
que conduz à diminuição da colheita no ano seguinte. Nos cachos ocorre perda de qualidade.

Ciclo Biológico

COCHONILHA DE SÃO JOSÉ - Quadraspidiotus perniciosus Comst.

É um hemíptero que hiberna sob a forma de larva e de fêmea adulta. A maior dispersão ocorre no estado de
larva recém-nascida, pois o insecto pode deslocar-se. No final do Inverno retomam o seu desenvolvimento e, 30 a 40
dias após a cópula, observam-se as larvas móveis ( de Março até Junho)
O máximo de larvas jovens ocorre em Maio para a 1ª geração e Julho para
a 2ª geração.
As larvas segregam uma substância cerosa, originando a formação do
escudo. Este tem forma circular no caso das fêmeas e forma elíptica no caso dos
machos, pelo que é uma espécie com acentuado dimorfismo sexual.
Relativamente aos danos provocados pela praga há a considerar a depreciação
dos frutos, pela presença de pintas vermelhas, a destruição de ramos e, em caso
de ataque intenso, a morte da árvore

Ciclo Biológico

41
8 – FILOXERA
Dactulospharia vitifolli

É uma praga originária da América. Foi introduzida na Europa em finais do século XIX,
sendo responsável pela destruição de muitas vinhas cultivadas em pé franco, ruína de inúmeros
viticultores, o que obrigou à utilização de porta-enxertos resistentes.
Actualmente, a filoxera é uma praga secundária. No entanto, para solucionar os danos
causados pela filoxera recorreu-se ao intercâmbio de videiras com a América, acção responsável
pela introdução do míldio na Europa.
A filoxera é um homoptero
No caso da videira americana, as fêmeas colocam os ovos de Inverno
(1 ovo/ fêmea) sobre a madeira da cepa, donde nascem as fundadoras que se
instalam sobre as folhas, fundando as primeiras colónias. Estas formam
galhas de onde saiem larvas jovens, que irão formar novas colónias/galhas.
Uma parte destas larvas abandona as folhas e vai para as raízes, constituindo
colónias radiculares, que desenvolvem várias gerações durante o Verão. No
fim do Verão, surgem fêmeas aladas que efectuam a postura de dois tipos de
ovos. Uns dão lugar a machos, outros a fêmeas, que encerram o ciclo.
Sobre a videira europeia, devido à dificuldade de desenvolvimento
sobre as folhas, efectua todo o seu ciclo ao nível da raiz, onde se verifica o
desenvolvimento ininterrupto de uma série de gerações, com formação de
galhas radiculares.
Em videiras americanas e viveiros ocorre um forte ataque sobre as
folhas, com formação de galhas foliares e consequente diminuição do
crescimento e mau atempamento das varas.
Em videiras europeias, na parte aérea, surgem sintomas clássicos de afecção radicular – vegetação raquítica e
clorose. No sistema radicular observam-se picadas de alimentação das larvas, que produzem uma hipertrofia –
nodosidades, e tumores nas raízes mais velhas – tuberosidades.

9 - AFIDEOS

Morfologia
Insectos de pequenas dimensões, com formas aladas e ápteras, os afídeos (ou
piolhos) caracterizam-se por apresentarem, geralmente, uma forma ovóide, sobretudo
nas formas ápteras.

Perto da extremidade dorsal do abdómen, e na maioria das espécies, são visíveis


duas pequenas protuberâncias em forma de tubo (uma de cada lado do abdómen) que
são denominadas cornículos ou sifões. Através dessas estruturas, os afídeos segregam e
expelem para o exterior substâncias açucaradas (excreção) ou cerosas, que podem
funcionar como feromonas de alarme (substâncias identificadas pelos indivíduos da
mesma espécie e que os avisa de um perigo) ou como material de revestimento (tipo
algodonoso). A sua armadura bucal é do tipo picadora-sugadora, ocorrendo tanto nos
estádios imaturos como nos adultos.

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Bioecologia
Embora possa ocorrer a existência de dois sexos, em condições ambientais muito favoráveis apenas se verifica a
ocorrência de fêmeas vivíparas, que por via partenogénica dão origem a novas fêmeas. Desta forma, a praga aumenta
grandemente o seu potencial biótico, graças ao hospedeiro onde está instalado. Quando as condições para o seu
desenvolvimento se tornam desfavoráveis, e variando com a espécie, os afídeos hibernam no seu hospedeiro, sob a
forma de ovos de Inverno depostos por uma fêmea ovípara, ou dá origem a formas sexuadas aladas (machos e
fêmeas), que se deslocam para o hospedeiro primário, onde produzem os ovos que ficam hibernantes durante o
Inverno. Muito resistente aos calores estivais, pode desenvolver aproximadamente 60 gerações por ano. Existe com as
formigas uma relação de simbiose: estas exploram a melada dos afídeos e estes, por sua vez, são protegidos dos seus
inimigos.

Estragos
Os estragos estão associados à acção directa do insecto sobre a planta e devido à extracção da seiva por parte
do afídeo e pela emissão da melada. Deste facto resulta não só o enfraquecimento da planta, uma vez que as colónias
de afídeos são sempre numerosas, como ainda a deformação lateral e enrolamento em espiral das folhas, devido à
acção tóxica da saliva de algumas das espécies. A produção e libertação de melada, constituem um substrato alimentar
para a instalação de fungos saprófitas como a fumagina. Outros estragos estão associados à possibilidade de algumas
espécies de afídeos poderem ser vectores de vírus.

10 - ALFINETE
Agriotes lineatus L.

Morfologia
Os adultos são negros e de forma elíptica.
São inofensivos.

As larvas campodeiformes são alongadas, cilíndricas, de cor amarelo


brilhante. Têm o tegumento muito esclerotizado e a cabeça achatada. É a larva que
dá o nome vulgar a esta praga.

Bioecologia
A larva é muito polífaga alimentando-se das raízes de culturas muito
variadas, sobretudo nas regiões com clima marítimo e húmido.
Escava galerias e ataca as partes enterradas das plantas, com paragens de
actividade no Verão e no Inverno
Desloca-se verticalmente no solo consoante a humidade e a temperatura.
O desenvolvimento larvar é de cerca de quatro anos, mas nos primeiros dois anos alimentam-se de matéria
orgânica em decomposição.
As larvas maturas passam ao estado de pupa, no Verão, e permanecem numa cavidade terrosa situada a cerca
de 40 a 60 cm de profundidade e o adulto passa o Inverno no solo até à Primavera seguinte.
A duração do estado de pupa é de 1 mês.

43
Em Abril, começam a surgir os adultos à superfície, denotando hábitos nocturnos.
Pouco depois inicia-se a postura. Os ovos são postos no solo, isoladamente ou em grupos, tendo as fêmeas
preferência por locais de temperatura pouco elevada e alto teor de humidade. Duração da fase embrionária: 25 a 60
dias.

Estragos
Os estragos causados são de dois tipos consoante a época do ano.
Na Primavera, sobretudo se o tempo estiver fresco e húmido, as larvas atacam as plantas jovens perfurando o
caule debaixo da terra.

ESTRAGOS NUM CAMPO DE MILHO

No Verão e Outono, quando a planta está mais desenvolvida, alimentam-se de raízes, tubérculos e bolbos.
Os tubérculos atacados apresentam galerias estreitas e pouco profundas. O prejuízo ocasionado por esta praga
é a depreciação da colheita, embora não influencie no rendimento da cultura.

11 - BROCAS DO MILHO
Sesamia sp

Os insectos adultos, de cor amarelo-acastanhada, fazem as suas posturas por grupos na baínha das folhas da
zona apical do caule, daí resultando entre 10 a 20 pequenas larvas brancas-rosadas e lisas, com 8 a 10 mm de
comprimento, que se distribuem seguidamente pelas plantas vizinhas, dando origem ao foco de ataque primário.

1 – Orifício de saída de broca


2 – Perfuração das folhas provocada por brocas
3 – Pupa de Sesamia
4 – Sesamia – Insecto adulto

A primeira geração alimenta-se do parênquima foliar e perfura a base das folhas ou o caule até a planta começar
a “murchar” e secar. Depois, passa para a planta contígua, provocando a morte continuada de várias plantas. A
segunda geração não é tão visível em termos de sintomas. Durante a terceira geração, as larvas vivem junto do caule,
ou mesmo nas maçarocas, provocando a paragem da migração de reservas para o grão, podendo provocar a “acama”
devido à fragilização dos caules. Os estragos da terceira geração são mais graves em sementeiras tardias. Abaixo de
8ºC a sua actividade cessa.
Relativamente aos prejuízos, ao escavarem galerias, sobretudo na parte inferior do caule e na maçaroca, as
lagartas provocam a acama e quebras significativas na produção de grão.

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PIRAL - Ostrinia nubialis Hb.

O adulto é uma borboleta com 20 a 33 mm de envergadura, com asas


finas e largas, de corpo estreito e antenas cilíndricas. O macho é mais
pequeno que a fêmea e possui asas mais escuras, com bandas
acastanhadas. As asas das fêmeas são mais claras e menos contrastadas. Na
fase larvar, as lagartas medem cerca de 18-20 mm, de cor branca-rosada, por
vezes cinzenta ou acastanhada, com a cabeça e a placa toráxica castanha
clara. Cada segmento abdominal exibe dorsalmente uma fiada de quatro
placas escuras, providas de sedas, e, um pouco mais atrás, duas placas mais
pequenas.
O ciclo anual pode estender-se por várias gerações. O insecto hiberna,
em diapausa, no último estado larvar da última geração, escondido nos
resíduos da colheita espalhados pelo campo ou incorporados por uma
lavoura. É nestes abrigos que, na Primavera, as lagartas se transformam em crisálidas.
Passados cerca de vinte dias de ninfose dá-se a eclosão das borboletas, cujo período de voo dura 6 a 8
semanas, com actividade nocturna e temperatura superior a 12 ºC.
A postura inicia-se nos dias seguintes à eclosão do insecto adulto ou borboleta, podendo cada fêmea depositar
até várias centenas de ovos, preferencialmente na face inferior das folhas, em agrupamentos imbricados de cerca de 20
ovos - as denominadas ooplacas. A incubação dos ovos varia entre 5 a 15 dias. As larvas deles resultantes começam
por roer o parênquima das folhas mais próximo das ooplacas donde saíram, para de seguida penetrarem no interior do
corneto foliar, instalando-se na base deste, onde se alimentam. Posteriormente, dirigem-se para a panícula masculina,
que abandonam pela altura da floração, para penetrarem no caule ao nível da axila das folhas, no pedúnculo da espiga
e na própria espiga. A segunda geração desenvolve-se principalmente sobre a espiga. No final do seu desenvolvimento
as lagartas têm o corpo cinzento-amarelado, atingindo 2 cm de comprimento. São muito características as perfurações
no caule, de cujo interior ressalta uma espécie de serradura amarelada.

Os estragos podem ocorrer em todos os órgãos da planta, sobretudo na parte superior do caule e na maçaroca,
tornando-se débil e quebradiça, do que resulta acama e perdas de produção de grão.

12 - LARVAS MINEIRAS,
Liriomyza sp

Morfologia
O adulto é um pequeno díptero de coloração preta e amarela. O seu tamanho
pode variar com a espécie estando entre os 1,3 mm e 2,25 mm de comprimento. As
fêmeas são, normalmente, maiores do que os machos.
A larva é de cor branco leitosa ou branco amarelada e mede 3,5 mm.
A pupa é amarela dourada a castanho amarelada, com cerca de 2,2 mm de
comprimento, ligeiramente achatada na parte dorso-ventral.
O ovo é translúcido a opaco. O seu tamanho varia consoante a espécie,
podendo medir 0,25 mm na espécie Liriomyza bryoniae.

Bioecologia
A família Agromyzidae é vulgarmente conhecida pelas características
peculiares e hábitos das formas imaturas, pelo que a designação vulgar dos
indivíduos desta família é de larvas mineiras.
As fêmeas depositam os ovos no interior dos tecidos vegetais, são
translúcidos, mais ou menos brancos. O pico da postura acontece a meio da manhã
e os ovos são depositados isoladamente, pouco distanciados de si. O período de
desenvolvimento do ovo pode variar entre 2 a 8 dias dependendo,
fundamentalmente, da temperatura, do hospedeiro vegetal e da espécie em causa.

45
A larva inicia o processo de alimentação imediatamente após a eclosão, o qual decorre até ao momento em que
esta corta a epiderme foliar para pupar ou no exterior da planta ou no solo.
A duração do período de desenvolvimento da pupa diminui com o aumento da temperatura.
Os adultos recém emergidos têm uma resposta fototáctica positiva, dirigem-se imediatamente para uma zona
bem iluminada onde permanecem em repouso.

Estragos

A importância económica desta espécie surge pelo seu tipo de alimentação. Uma vez efectuada a postura no
mesófilo foliar dá-se a eclosão da larva que vai formando galerias ao longo das folhas. Para além da redução da área
fotossinteticamente activa são abertas portas de entrada a diversos agentes patogénicos, quer devido às pontuações de
alimentação, quer aos orifícios de saída da larva para o exterior.
Consequência do ataque de larvas mineiras:
 Completa destruição de plantas de viveiro,
 Redução de colheitas em diversas culturas,
 Redução do valor cosmético de diversas culturas ornamentais e algumas hortícolas,
 Abertura de orifícios de entrada a agentes patogénicos diversos,
 Exposição dos frutos aos raios solares provocando a queima,
 Necessidade de tomar medidas de quarentena para diversas culturas.

13 - ÁCAROS
ARANHIÇO VERMELHO Tetranichus urticae Koch

Morfologia
Este ácaro é vulgarmente conhecido por aranhiço vermelho.
É vermelho, cor de tijolo. Os adultos, têm duas manchas escuras típicas no
dorso e quatro pares de patas. A fêmea, mede 0,5 mm de comprimento; sendo o
macho mais pequeno e delgado, medindo 0,3 mm.
Os ovos são esféricos, com um diâmetro inferior a 0,1 mm, lisos,
esbranquiçados e translúcidos após a postura. Tornam-se opacos e adquirem uma
coloração amarela escura antes de eclodir.
As larvas, são de tamanho reduzido e possuem três pares de patas.
As ninfas, são morfologicamente semelhantes à fêmea.

Bioecologia
Este ácaro é extremamente polífago e possui cerca de 200 hospedeiros: plantas espontâneas, plantas
leguminosas, ornamentais, espécies frutícolas. É particularmente importante na videira, no feijoeiro, no pepino, no
lúpulo, no algodoeiro, no trevo, no girassol e nas árvores fruteiras.
As fêmeas hibernantes migram para as ervas infestantes ou outras plantas herbáceas e, após um período de
alimentação, fazem a postura de um número elevado de ovos (cerca de 10 por dia). A segunda geração, regressa à
abóbora e a outras plantas cultivadas, durante o mês de Junho.
Em todos os estados activos, este tetraniquídeo tece na página inferior das folhas teias sedosas, que retêm a
humidade e asseguram uma excelente protecção de todos os estados de desenvolvimento contra o vento, os
predadores e os tratamentos.
Para se alimentar, o ácaro pica as folhas e aspira o conteúdo celular.
O óptimo do seu desenvolvimento situa-se entre os 23 e 30ºC e humidade relativa inferior a 50%.
Apresenta 6 a 7 gerações, que se sucedem a um ritmo muito rápido verificando-se a propagação da praga. A
disseminação deste tetraniquídeo faz-se por passagem de planta a planta (se estas se tocarem), pelo solo em curtas
distâncias, por transporte em objectos ou pessoas ou pelo vento, constituindo o seu fio de seda um meio de transporte
aéreo.

Estragos
Os estragos directos são devidos às picadas de alimentação:
as folhas adquirem um aspecto mosqueado e secam ou tornam-se
necróticas. Em caso de elevada infestação, a planta pode morrer.
Por outro lado, as teias podem envolver os órgãos da planta
e impedir o seu desenvolvimento.

Ciclo Biológico

46
ACARIOSE DA VIDEIRA, Eriophyes vitis
Os ácaros eríofideos apresentam 3 a 4 gerações anuais, de acordo com a temperatura e a humidade. Hibernam
sob a forma de fêmeas adultas debaixo das escamas dos gomos, nas gretas da madeira do tronco ou nos braços da
cepa.
Na Primavera, ao abrolhamento, iniciam a sua alimentação, picando a página
inferior das folhas jovens, onde depositam os ovos. No final do Verão, as fêmeas
adultas abandonam as folhas e procuram locais abrigados.
As folhas tornam-se esbranquiçadas, com as nervuras muito pronunciadas e os
entrenós curtos. No Verão, surgem pontuações amarelas nas folhas terminais dos
lançamentos, correspondentes às picadas de alimentação. Ao nível da floração verifica-
se o abortamento de algumas flores e consequentemente um mau vingamento.
Os prejuízos são maiores em videiras jovens ou em situações de temperaturas
baixas, em que o abrolhamento é lento e os ácaros distribuem-se, necessariamente por
uma superfície foliar reduzida. Nestas condições os danos podem ser grandes.

Ciclo Biológico

14 - TRIPES

Frankliniella occidentalis

Morfologia
Os adultos, vulgarmente conhecidos por Tripes da Califórnia, são muito
pequenos. As fêmeas medem 1,2 mm e os machos 0,9 mm.
Os ovos são reniformes e transparentes, medindo 200µ (0,2 mm). A larva
neonata é branca e a do 2º estádio é branca amarelada, tornando-se amarela
dourada ao longo do seu desenvolvimento, e possui olhos vermelhos.
São muito semelhantes ao adulto, mas sem asas e com antenas mais curtas.

Bioecologia
A reprodução é sexuada e/ou partenogénica. Na reprodução partenogénica,
os ovos não fecundados dão origem a machos.
A fêmea faz a postura dos ovos nas folhas no interior dos tecidos vegetais e de forma isolada, com o auxílio do
oviscapto, à razão de 1 a 2 por dia. A fecundidade das fêmeas é elevada podendo por até 300 ovos, sendo a média de
40.
As larvas instalam-se em locais refugiados da planta.
A fase de pupa ocorre frequentemente no solo, mas, pode ocorrer também na parte aérea da planta.
O tempo de incubação é curto, variando com a temperatura e durando cerca de 4 dias a 26ºC. Para a mesma
temperatura a duração do ciclo é de 14 dias, inferior ao período de postura, por isso ocorrem numerosas sobreposições
de gerações dentro das estufas.

47
Estragos
Os tripes instalam-se na página inferior das folhas mais jovens e picam os
tecidos, repetidamente, com a sua armadura bucal escarificadora assimétrica. Em
consequência, as folhas atacadas apresentam-se pontuadas por numerosas manchas
prateadas, correspondentes a grupos de células esvaziadas, que serviram de alimento à
praga.
Este sintoma está associado à presença de pequenos montículos de
excrementos negros.

As folhas podem ficar distorcidas e


secas, afectando o crescimento da planta.
As pétalas das flores podem
também descorar e apresentar
deformações. Este estrago é
particularmente importante nas flores de corte com cores fortes –
vermelhos e laranjas, nas culturas de rosas, cravos e gerberas.
Os tripes também são importantes vectores de vírus.

15 - NEMÁTODOS

Globodera spp

Estes nemátodos são vulgarmente conhecidos por nemátodos dos


quistos.
Há inúmeras espécies de nemátodos que afectam a batata, mas os
problemas mais graves relacionam-se geralmente com estas duas espécies.
São consideradas como flagelos da cultura da batateira, conduzindo
ao abandono de vastas áreas.

Sintomatologia
Não causam, como regra, sintomas específicos na parte aérea da planta, mas os efeitos e os estragos
provocados nas raízes fazem com que as plantas atacadas apresentem sintomas semelhantes aos verificados por
deficiência de água e de nutrientes, as folhas tornam-se amarelas e murcham.
Populações elevadas de nemátodos conduzem à paragem de crescimento da planta e à sua morte prematura.
Há uma proliferação de raízes laterais, ficando o sistema radicular menos desenvolvido do que em plantas sãs.

Biologia
Os nemátodos do género Globodera caracterizam-se pela formação de quistos que, não são mais do que o corpo
da fêmea repleto de ovos, que se converte numa capa protectora de cor escura e resistente à destruição.
Dentro do quisto, os ovos podem conservar a sua capacidade reprodutiva por muitos anos. Quando as condições
ambientais lhe são propícias desenvolvem-se até alcançar a segunda fase larvar.
A eclosão maciça do interior dos quistos só se verifica sob o efeito duma secreção das raízes das plantas
hospedeiras.
Mais tarde desprendem-se das raízes, morrem, e a sua cutícula exterior converte-se num quisto que conserva os
ovos produzidos.
Um quisto pode conter entre 100 a 500 ovos que podem eclodir imediatamente ou permanecer em estado latente
durante muitos anos.
Estes nemátodos completam o seu ciclo de vida em 5 a 7 semanas, dependendo das condições de humidade e
temperatura do terreno.

Meloidogyne spp.

Biologia

São muito polífagas e perigosas, atacando todas as culturas. A


duração do ciclo depende da temperatura: a temperaturas mais baixas
(Inverno) a infestação desenvolve-se lentamente, assim que as temperaturas
aumentam (28ºC), o seu desenvolvimento acelera e completa-se em cerca
de 3 semanas.
Várias gerações podem suceder-se em condições favoráveis e a
infestação atinge níveis consideráveis. Por outro lado, os ovos não eclodem
todos ao mesmo tempo, alguns só eclodem vários meses após a postura,
resistindo ao frio e à seca.
O solo conserva o seu potencial infeccioso durante o Inverno ou
durante um período de pousio.

48
As condições de estufa são ideais para o seu aparecimento: temperatura e humidade do solo elevadas, repetição
de culturas sensíveis e insuficiente fertilização orgânica.
Estragos
No caso de culturas sensíveis o ataque é muito grave, as galhas podem tornar-se muito volumosas e invadir o
sistema radicular, que é então reduzido a coto entumecido sem qualquer cabelame. A parte aérea pode apresentar um
desenvolvimento reduzido, acompanhado de um amarelecimento das folhas. As plantas infectadas são muito sensíveis
à seca.

Medidas de Luta
 Meios físicos – solarização e vapor de água.
 Meios culturais – rotações de culturas, variedades resistentes, propágulos sãos, prevenção na
introdução da praga (alfaias, solo e substrato, restos de plantas atiradas descuidadamente). Em
pequenas hortas, ou em culturas plurianuais, podemos fazer consociações com plantas repelentes como
as Tagetes (cravo xarope).
 Meios químicos

3 - QUADROS RESUMO DE TÉCNICAS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS E PRAGAS EM


AGRICULTURA BIOLÓGICA

1 – VIDEIRA

ESTADOS FENOLÓGICOS DA VIDEIRA

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2 - PESSEGUEIRO

50
3 – MACIEIRAS E PEREIRAS

51
4 - OLIVEIRA

52
5 – CULTURAS HORTÍCOLAS

53
54
55
NOTA:
TODOS ESTES QUADROS FORAM TIRADOS DO EXCELENTE LIVRO “MANUAL DE AGRICULTURA BIOLÓGICA”,
1998, AGROBIO – RECOMENDO VIVAMENTE A SUA CONSULTA

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V – APLICAÇÃO DE PESTICIDAS

Na aplicação de produtos fitofarmacêuticos devemos seguir sempre as indicações expressas no rótulo,


caso contrário podem ocorrer graves riscos:

1 – RISCOS

Riscos para o Homem


O Homem pode absorver o produto fitofarmacêutico por 3 vias:
 .Oral (pela boca)
 .Dermal (pela pele)
 .Inalação (pelas vias respiratórias)

Riscos para o Ambiente


Há que ter em atenção, nomeadamente, entre outras:
 .Não contaminar as culturas e/ou zonas vizinhas das áreas a
tratar.
 .Não contaminar fontes, poços e cursos de água.
 Não aplicar o produto com muito vento, para evitar
arrastamentos.

Os utilizadores devem usar sempre vestuário de protecção


adequados e luvas, de acordo com as especificações do produto a
utilizar.

Ter sempre em atenção o manuseamento, a preparação da calda e a


aplicação do produto:
 .Não desentupir os bicos com a boca.
 .Não comer, beber ou fumar durante a utilização.
 .Não contaminar as águas.
 .Não aplicar em terrenos agrícolas adjacentes a cursos de
água.
 .Após o tratamento lavar bem o material de protecção, tendo o
cuidado especial em lavar as luvas por dentro

É importante que
antes da utilização de
um produto químico, o
aplicador deve proceder
à leitura atenta do
rótulo, seguindo depois,
as instruções quanto às
finalidades autorizadas,
intervalo de segurança,
concentrações ou doses
e a às precauções
toxicológicas. Em caso
de dúvida consultar um
técnico.

Antes mesmo de
abrir as embalagens e
os recipientes, tomar as precauções de segurança necessárias:
uso de luvas, avental, botas de borracha, fato de protecção e
equipamento protector da cabeça, cara e olhos. As luvas devem
ser enfiadas por dentro das mangas e as calças por fora das
botas.

Preparar as caldas ao ar livre ou em locais bem arejados,


dispondo de água e sabão para a hipótese de se verificar
contaminação acidental dos olhos e da pele. Em caso de derrame
ou salpicos, lavar imediatamente com água e sabão as zonas do
corpo afectadas. Caso ocorra derrame do produto formulado sobre
a roupa, esta deve ser retirada e depois lavada separadamente da
roupa diária.
Durante a realização do tratamento utilizar fato de
protecção, luvas e avental para evitar salpicos. Seguir uma técnica
correcta começando por calibrar o equipamento e procedendo
depois à aplicação a favor do vento.

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Tratar sempre nas horas mais frescas do dia, sem vento forte, evitando-se desse modo as formações de
vapores tóxicos para o aplicador e eventual fito toxicidade nas culturas.
Nunca soprar os bicos em caso de entupimento. Estes devem ser limpos com água, com ar sob pressão, ou
substituídos.
Utilizar sempre maquinaria de aplicação em bom estado de conservação. Proceder sempre à revisão do
equipamento, a fim de evitar roturas na tubagem e outras perdas de calda.
Não comer, beber ou fumar enquanto se aplicam os produtos fitofarmacêuticos.
Lavar sempre as mãos com água e sabão depois das tarefas em que se contactou com produtos
fitofarmacêuticos.
No final de cada dia de trabalho recomenda-se um duche abundante com água e sabão.

2 - PREPARAÇÃO DA CALDA
A calda é a mistura líquida do(s) produto(s) fitofarmacêuticos em água, devendo ser aplicada imediatamente após
a preparação. Se tal não for possível, a calda em repouso deve ser agitada até ficar homogénea antes da aplicação.
Calcular a quantidade de produto a utilizar na calda, tendo em atenção a concentração ou dose indicada no
rótulo.
Concentração é a quantidade de produto fitofarmacêutico a utilizar em 100l de água. Exprime-se em
percentagem (%).
Dose é a quantidade de produto fitofarmacêutico a ser aplicada na unidade de superfície de referência - hectare
(ha).
Quando se pretende utilizar mais do que um produto na mesma calda:
· Seguir as recomendações do rótulo e/ou dos fabricantes (tabela de compatibilidades).
· Testar a compatibilidade dos produtos.
· Não misturar mais de 3 produtos na mesma calda.

Para que a calda cubra toda a vegetação da cultura a tratar é necessário usar o débito adequado (alto, médio ou
baixo volume) de acordo com o desenvolvimento e tipo de cultura.
Alto volume – a calda é levada até às plantas sob o efeito de pressão hidráulica dada pelo êmbolo do
pulverizador. É característica dos pulverizadores de jacto transportado:
· Deficiente cobertura da superfície vegetal de grandes dimensões (fruteiras, vinha)
· Bons resultados em culturas baixas
· Não tem alternativa para a aplicação de herbicidas
Médio ou Baixo volume – a calda é levada até às plantas através de uma forte corrente de ar fornecida por
uma ventoinha.
É característica dos pulverizadores pneumáticos (atomizadores) e dos pulverizadores de jacto transportado
(turbina).
Boa ou muito boa cobertura das culturas arbóreas e arbustivas.
· Não tem alternativa no caso dos tratamentos fungicidas na vinha.

Alto Volume
Culturas Baixo Volume (l/ha)
(l/ha)

Batateira, tomateiro,
600-800 300-400
hortícolas

Citrinos 1000-1500 Não é aconselhável

Macieira, pereira 800-1500 500

Oliveira 1000-1500 100-200

Searas: pré e pós-


emergência até ao 300-400 Não é aconselhável
afilhamento (herbicidas)

Vinha (herbicidas) 800 Não é aconselhável

Vinha baixa 800-1000 400-500

Vinha alta 1500-2000 Não é aconselhável

Nota: este quadro não contempla aplicações por avião.

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Como se prepara uma calda?

A preparação da calda deve ter em conta o tipo de formulação do produto.


- Formulações: Grânulos dispersíveis em água (WG); Concentrado para Emulsão (EC); Emulsão de óleo
em água (EO); Pó Solúvel (SP); Solução (SL); Solução Aquosa (SL).
Modo de Preparação: No recipiente onde se prepara a calda deitar metade da água necessária. Juntar a
quantidade de produto a utilizar e completar o volume de água, agitando sempre.

- Formulação: Pó molhável (WP)


Modo de Preparação: No recipiente onde se prepara a calda deitar metade da água necessária. Numa vasilha,
juntar a quantidade de produto a utilizar com um pouco de água e agitar continuamente até obter uma pasta homogénea
e sem grumos. Deitar essa pasta no recipiente e completar com o volume de água, agitando sempre. Evitar deixar a
calda em repouso.
- Formulação: Suspensão aquosa (SC); Suspensão aquosa de microcápsulas (CS); Suspensão oleosa (SO)
Modo de Preparação: No recipiente onde se prepara calda deitar metade da água necessária. Agitar bem a
embalagem até o produto ficar homogéneo. Deitar a quantidade de produto a utilizar e complementar o volume de água,
agitando sempre.

CALIBRAGEM DO MATERIAL (ensaio em branco)


1 - .Encher o pulverizador com 10l água.
2
2.- Marcar 100m de terreno ou cultura a tratar e pulverizar com a água.
3.- Após a pulverização, medir a água que sobrou (3 litros por exemplo)
4.- O volume de calda por hectare calcula-se assim:
2
Se em 100 m se gastaram 7 litros de calda (10-3)
2
Em 10 000 m vão- se gastar X litros
X = 10 000 x 7 = 700 litros de calda
100

As embalagens vazias não devem ser pura e simplesmente abandonadas, queimadas ao ar livre, enterradas ou
reutilizadas.
As embalagens vazias devem enxaguar-se três vezes seguidas, enchendo sucessivamente com água até
um quarto da capacidade agitando e vertendo cada uma das três “águas” de enxaguamento no tanque do
equipamento de aplicação.
Inutilizar as embalagens de modo a não poderem ser reutilizadas e colocá-las em locais adequados à sua
recolha.

EM CASO DE INTOXICAÇÃO
Contactar de imediato o Centro de Informação Anti-Venenos (CIAV) 808 250 143
Enquanto aguarda por assistência médica, proceder do seguinte modo:
1.- Mudar a pessoa afectada para fora do local onde foi intoxicada.
2.- Retirar roupas e calçado.
3.- Nunca provocar o vómito a pessoas inconscientes.
4.- Se a vítima estiver consciente e a vomitar, sentá-la inclinada para a frente, por forma a não se engasgar.
5.- Nunca fornecer líquidos (leite, produtos oleosos ou alcoólicos) ou cigarros ao intoxicado.

59
3 - CASO PARTICULAR DA APLICAÇÃO DE HERBICIDAS
Para uma eficaz actuação do herbicida é necessário, não só uma boa escolha do produto, mas também ter em
conta o estado de desenvolvimento das infestantes e o estado do solo, quer a nível de humidade, quer a nível de
esmiuçamento.

Importância da fase de desenvolvimento da infestante

Importância de uma boa preparação do solo

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UM TEXTO PARA REFLECTIR (mesmo em castelhano percebe-se bem!)

El herbicida "Round up" de Monsanto contamina el agua potable en Dinamarca

Anders Legarth Schmidt/ "Politiken", de Dinamarca (10 de Mayo de 2003. Traducción "Gº. de Reflexión Rural")

Round up, el herbicida más popular de Dinamarca, está contaminando el agua subterránea mucho más
de lo que previamente se pensaba.
La agricultura dinamarquesa usa 800 toneladas de ingrediente activo de glifosato como herbicida. El
Ministerio del Ambiente esta viendo la forma de tomar los pasos para poner coto.
Os recursos de agua potable dinamarquesas están bajo el ataque desde un ángulo inesperado.
El químico glifosato es el principio activo de los herbicidas Round up y Touchdown, ambos muy populares.
Ahora se comprueba que, contra todas las expectativas, se filtra a través del terreno contaminando el agua
subterránea en una proporción cinco veces más del nivel permitido para el agua potable.
Esto se ha mostrado en pruebas hechas por la Institución Dinamarca y Groenlandia de Geología (DGGRI)
en un artículo inédito.
"Cuando nosotros rociamos el glifosato en los campos según las normas, se ha mostrado que se lava hacia
abajo con el agua superficial en una concentración de 0.54 microgramos por el litro. Esto es muy
sorprendente, porque nosotros habíamos creído previamente que las bacterias en la tierra degradaban el
glifosato antes de que alcanzara el agua de la napa."
El Ministerio de Ambiente ha dado el permiso para usar el glifosato, basado en la propia investigación de
Monsanto.
Se había encontrado con anterioridad en los pozos de Roskilde y en las regiones de Storstroms, así como el
municipio de Copenhague. Los críticos dicen que el glifosato causa el cáncer, mientras sus defensores lo
llaman "herbicida maravilloso".
El Profesor Mogens Henze, cabeza del Instituto para el Ambiente y Recursos de la Universidad Técnica de
Dinamarca, dice que, como consecuencia del nuevo conocimiento de estos trabajos, en cinco a diez años se
necesitara limpiar el agua antes de que los daneses puedan beberla. "Los resultados muestran que el
glifosato está contaminando nuestra agua potable. Y desgraciadamente nosotros sólo hemos visto la punta
del iceberg, porque el glifosato y muchos otros químicos han terminado a su manera ensuciando las
tierras. Los políticos necesitan mirar a la agricultura respecto a la limpieza del agua potable y deben
decidir que van a hacer." dice Mogens Henze que no está culpando a los granjeros que usan algo que las
autoridades han permitido.
El uso duplicó las estadísticas, según el Ministerio de Ambiente en los últimos cinco años. En 2001se
usaron 800 toneladas y eso constituyó un cuarto del uso total de pesticidas. Esto muestra que el glifosato es
el herbicida más usado por granjeros. Como resultado de la nueva investigación de DGGRI, el Ministro
del Ambiente Hans Christian Schmidt está pensando actualmente en hacer algo sobre el uso de glifosato en
los campos dinamarqueses.
"Simplemente no es aceptable que este material esté aumentando en nuestra capa de agua subterránea en
tal concentración, encima del nivel aceptable. Si éste es el caso entonces nosotros debemos reaccionar
rápidamente" dice el Ministro.

VI – PARA SABER MAIS

Amaro e Baggiolini, 1982 – “INTRODUÇÃO À PROTECÇÃO INTEGRADA – volume 1” – FAO/DGPPA


Ferreira et all, 1998 – “MANUAL DE AGRICULTURA BIOLÓGICA”, Agrobio – ISBN 972-97853-0-9
Soares Chaves, 1992 – “INIMIGOS DAS CULTURAS” – M. Agricultura – ISBN 972-9175-47-0

www.dgpc.min-agricultura pt
www.biobest.be

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