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Sementes da Esperança: a fé em um mundo de crise

(Jung Mo Sung)

Capítulo 5

Nos EUA a idéia de febre de alguns consumidores de possuir uma


mansão sobre rodas não surge a partir da intenção de investir em algo
economicamente consistente, mas sim em se diferenciar e se sentir
superior aos outros que não possuem o mesmo objeto, o qual, então,
só recebe valor dos consumidores por ser algo que somente uma
minoria possui e a grande maioria apenas deseja.
Ao se perguntar a um dos possuidores de uma mansão sobre rodas a
respeito da necessidade ou não deste investimento, ele respondeu: “é
um investimento obsceno, mas é bom ter algo que poucos têm!”
Isto nos mostra que ao dizer que era obsceno, o proprietário utilizou
como sinônimo a negatividade, contudo este investimento também é
visto como algo bom por causar inveja aos que não possuem a mansão
e conferir a idéia de superioridade àqueles que possuem.
”Segundo Daniel Bell, “se o consumo representa a competição
psicológica pelo status, então podemos dizer que a sociedade burguesa
é a institucionalização da inveja”.
A permanência e o agravamento do dualismo social no Brasil esta ligado
a existência deste tipo de atitude e de pensamento em nossa sociedade.
Nos países do 3º mundo a forma que se tem buscado para mascarar a
pobreza existente é a imitação do padrão de consumo das elites dos
países ricos, mas esta forma de escape acaba sacrificando o próprio
povo.
René Girard declara que “o sujeito deseja o objeto porque o próprio
rival o deseja. Assim a rivalidade é algo intrínseco à estrutura do
desejo, nos tornando humanos no fundo a busca do “ser”.
Em nossa sociedade é notória a visão de que o indivíduo precisa “ter”
para “ser” e, desta forma, fica claro que as pessoas só valem aquilo que
possuem.
As sociedades capitalistas se organizam em torno dessa confusão entre
necessidades vitais e mercadorias ou objetos de desejo. As pessoas se
preocupam muito mais com o status que possuem do que com a própria
saúde ou bem-estar.
Os capitalistas reduzem o ser humano a meros consumidores. Não há
seres de necessidades, seres humanos que necessitam de um conjunto
de bens para manterem-se vivos, há unicamente consumidores que
exercem suas preferências no mercado.
Por isso se trona necessário revermos o que realmente é prioridade em
nossas vidas, o que realmente tem valor, o que realmente merece
valor. Só assim deixaremos de ser uma sociedade que se constrói com
base na inveja e disputa com o outro.

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