Após ter lido atentamente alguns trabalhos decidi escolher
o da colega para fazer o meu comentário, uma vez que gostei, particularmente, da forma como apresentou o modelo de auto-avaliação, conseguindo fazê-lo de uma forma concisa e objectiva. A sua exposição transmite claramente aos destinatários da acção os conceitos e informação necessária para a compreensão do modelo e pertinência da sua aplicação à realidade da escola/BE. Foram consideradas, também, todas as temáticas a abordar, de acordo com o guia da unidade.
No que concerne os pontos fortes gostaria de salientar a
apresentação dos seguintes aspectos: -Integração/Aplicação à realidade da escola/BE. - Gestão participada das mudanças que a sua aplicação impõe.
No primeiro ponto, expõe de modo simples e completo os
factores essenciais para que o modelo seja aplicado com sucesso: uma metodologia de sensibilização que requer todos os aspectos referidos e a forte liderança do professor bibliotecário, que tem de mobilizar a escola para a necessária implementação do processo avaliativo. No segundo ponto, apresenta um esquema bem conseguido que foca a procura da melhoria contínua da qualidade das BEs, que só pode ser alcançada com o necessário envolvimento de todos, o que implica a motivação individual dos seus membros, o empenho de todos para a aprendizagem contínua, a liderança do professor bibliotecário e a mobilização de todos no processo avaliativo. É fundamental que no processo de implementação, o modelo tenha o reconhecimento e apropriação por parte das escolas e das equipas e se assuma como um instrumento agregador, capaz de unir a escola e a equipa em torno do valor da BE e do impacto que pode ter na escola e nas aprendizagens. É, também, essencial que os resultados sejam partilhados com o director e sejam divulgados e discutidos nos órgãos de gestão pedagógica, de forma a terem impacto no processo de planificação e na gestão.
Relativamente aos constrangimentos inerentes ao sucesso
desta iniciativa, gostaria de comentar dois aspectos que identifiquei.
O primeiro prende-se com a organização estrutural e
funcional. Na minha perspectiva, a identificação dos domínios deveria ter sido abordada antes das áreas chave, uma vez que a colega expõe as três áreas chave em que estão agrupados os domínios, sem os formandos terem o prévio conhecimento dos mesmos: A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular; B. Leitura e Literacias; C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade e D. Gestão da Biblioteca Escolar.
O segundo refere-se à actividade proposta. Na minha
opinião, a colega é demasiado directiva, em algumas das frases que sugere para comentário dos formandos. São usadas afirmações, que como pontos de partida estimulam pouco a reflexão. Penso que as perguntas que lançou dão uma abertura maior à reflexão sobre o trabalho que a BE tem vindo a desenvolver e o impacto desse trabalho no funcionamento global da escola e nas aprendizagens dos alunos, permitindo ao mesmo tempo identificar aspectos críticos de sucesso da BE e o caminho que deve seguir com vista à melhoria do seu desempenho.
Espero ter contribuído de alguma forma com esta análise.
BUNZEN, C.; ROJO, R. Livro didático de língua portuguesa como gênero do discurso: autoria e estilo. In.: COSTA VAL, M. G.; MARCUSCHI, B. (Orgs.) Livros didáticos de língua portuguesa: letramento e cidadania. Belo Horizonte: CEALE, Autêntica, 2005, p. 73-117.