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Arábia Saudita regulamenta casamento de

meninas
RIAD (Reuters) - A Ministério da Justiça da Arábia Saudita anunciou a
intenção de regulamentar o casamento de meninas muito jovens, depois
que um tribunal recusou-se a anular o matrimônio de uma garota de 8
anos com um homem 50 anos mais velho, segundo um jornal local.
O ministro Mohammed Al Issa declarou ao jornal Al Watan que é preciso
"acabar com a arbitrariedade de pais e responsáveis ao casarem meninas
menores".
A Arábia Saudita é uma sociedade patriarcal que aplica uma forma severa
do Islã Sunita, o qual proíbe o convívio de homens e mulheres que não
sejam parentes e dá ao pai o direito de casar filhos e filhas com quem
julgar conveniente.
As declarações do ministro sugerem que o casamento arranjado das
meninas não será abolido. De acordo com ele, o objetivo será "preservar
os direitos, evitar dramas para acabar com os aspectos negativos do
casamento das meninas menores de idade".
Na semana passada, um tribunal da cidade de Unaiza confirmou pela
segunda vez o casamento da menina de 8 anos com um homem de quase
60, com a condição de que o casal não faça sexo até que ela atinja a
puberdade.
Questões financeiras podem levar algumas famílias sauditas a casarem
suas meninas com homens muito mais velhos. Muitos clérigos, inclusive
o principal religioso do país, o grão-múfti xeque Abdelaziz Al Al Sheikh,
aprovam a prática.
"Para eles, isso está autorizado pela sharia, a lei islâmica", disse o
advogado Abdul-Rahman Al Lahem. "Alguns serão contra, mas o ministro
da Justiça é também um clérigo e um membro do principal órgão clerical
do reino."
Muitas jovens de países árabes que seguem as tradições tribais se casam
com homens bem mais velhos, mas só depois da puberdade. Tais
casamentos também são determinados pela pobreza em países como o
Iêmen, um dos lugares mais pobres do mundo fora da África.
O Unicef (órgão da ONU para a infância) manifestou na segunda-feira
"profunda preocupação" com a sentença do tribunal de Onaiza.
"A despeito das circunstâncias ou do marco legal, o casamento
de uma criança é uma violação dos direitos da infância", disse a
diretora-geral da agência, Ann Veneman, em nota.
(Reportagem de Souhail Karam e Patrick Worsnip, em Nova York)

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meninas-353907.shtml

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