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As posições do PROmova sobre a revisão do ECD e sobre a definição de um novo

modelo de avaliação (não estes enxertos aparentes que agora são propostos) são por
demais conhecidas, pelo que iremos ater-nos exclusivamente a alguns dos princípios
que suportam o documento entregue pelo ME aos sindicatos, no dia 28 de Dezembro, e
que contam com o nosso repúdio liminar, devendo os mesmos serem objecto de igual
rejeição por parte das estruturas sindicais.
Deste modo, o PROmova:
1) recusa a aplicação de um sistema de quotas ou de contingentação administrativa
à carreira docente que faça depender a progressão a partir de variáveis que escapam ao
controlo do docente e à sua efectiva qualidade, quer por força das vagas fixadas
anualmente pelo governo, quer na sequência de classificações obtidas num sistema
avaliativo que, no quadro da actual proposta de modelo de avaliação, não dá garantias
de imparcialidade e transparência, como fica demonstrado no ponto 2.
A circunstância de a esmagadora maioria dos professores tender a convergir para um
desempenho docente que podemos considerar, de uma forma geral, como sendo “muito
bom”, conduziria, inevitavelmente, à ocorrência de diferenciações subjectivas e de
flagrantes injustiças no apuramento dos contemplados para a progressão.
Já a ideia peregrina de se poder ficar em lista de espera para o ano seguinte, mas sempre
atrás dos avaliados com “muito bom” e com “excelente” é um logro propositado ou, no
limite, uma degenerescência no sentido de humor desta equipa ministerial. De qualquer
forma, não é para levar a sério.
Além do mais, nenhum negociador abdica da sua força negocial, pelo que seria
absolutamente inconcebível que dispondo os sindicatos de uma configuração
parlamentar favorável à não aplicação do sistema de quotas à carreira dos professores,
se prestassem a aceitar qualquer tipo de imposição administrativa de vagas. Os
sindicatos não podem desperdiçar o trunfo negocial que advém da convergência dos
partidos da oposição sobre esta matéria em concreto.
2) não aceita, para efeitos de avaliação entre pares, que se substituam os
professores titulares por um corpo de docentes, cujo assento no Conselho
Pedagógico não é objecto de escolha ou eleição pela maioria dos seus colegas de
departamento ou grupo disciplinar.
Deixar a nomeação dos coordenadores de departamento ao arbítrio do director, ele
próprio não necessariamente eleito pela vontade maioritária dos professores, além de
prefigurar um mecanismo anti-democrático, reforça o poder discricionário de um
número muito restrito (e incontrolado) de professores sobre a carreira de muitos, sendo
susceptível de poder vir a desencadear, em muitas escolas/agrupamentos, lógicas de
vassalagem e de possíveis favorecimentos ou perseguições.
3) defende que não deve ser dada a possibilidade de os professores definirem, em
nenhuma circunstância, os seus objectivos individuais, porque tal vai traduzir-se,
como ocorreu em muitas escolas no âmbito do 1º ciclo de avaliação, numa de duas
situações, qual delas a menos abonatória da simplicidade e do rigor que se exige a um
modelo competente e sério: bagunça de objectivos discordantes uns relativamente aos
outros ou, então, cópias de objectivos a partir da Internet ou a partir de documentos
apócrifos em circulação, mais ou menos subterrânea, pelas escolas.
Cada professor deve fazer corresponder a sua docência aos objectivos definidos a nível
de estabelecimento e de grupo disciplinar. E, nada mais.
4) considera que a maioria dos professores desempenha as suas funções docentes a
um nível “muito bom”, pelo que não deve haver lugar a propostas individuais de
candidatura a este nível classificativo, porque tal, na prática, levará a que a quase
generalidade dos professores se candidatem a esta modalidade de avaliação, o que além
de ser uma forma ínvia de restabelecer o modelo “complex” de Maria de Lurdes
Rodrigues, introduziria nas escolas toda a parafernália de documentos, processos,
tralhas e práticas folclóricas que, justamente, os professores rejeitaram com a sua luta.
Cada um querendo evidenciar, artificialmente, vantagem sobre o colega do lado, estaria
de regresso uma competitividade doentia que iria parasitar a escola em floreados e em
rituais que não acrescentariam nada de positivo ao clima de escola e ao investimento
mais aturado nas aprendizagens dos alunos (como os últimos resultados dos exames
nacionais demonstraram nas escolas mais aderentes ao modelo em vigor), regressando a
obsessão e a omnipresença dos processos e das preocupações relacionadas com a
avaliação de cada docente.
Já a docência de excelência é mais rara e o seu reconhecimento não deve ser deixado a
mecanismos de avaliação rotineira que podem ser geradores de apropriações e
atribuições oportunistas e em circuito fechado, devendo resultar de propostas a
apresentar por departamentos e maioritariamente aprovadas pelo corpo docente de cada
escola/agrupamento.
Com o modelo de avaliação proposto e com os constrangimentos administrativos e
subjectivos a ele ligados, e que se traduzem em entraves incontrolados à progressão na
carreira, estão a arruinar-se dois princípios basilares à docência: o carácter formativo
que deve preponderar no modelo de avaliação e a estimulação do trabalho cooperativo e
colaborativo entre professores.
Para que se travem, mais rápida e eficazmente, as investidas do ME, que insiste em
impor princípios herdados de Maria de Lurdes Rodrigues, é também imprescindível que
os milhares de professores que os recusam façam ouvir a sua voz (nas escolas, nos
sindicatos, nos blogues dos movimentos) e se mobilizem para as lutas que,
inevitavelmente, aí virão.
Por seu lado, os partidos da oposição e, com especiais responsabilidades, o PSD, devem
agendar no Parlamento as iniciativas legislativas conducentes à definição de políticas e
de medidas alternativas às do governo.
PROmova
PROFESSORES – Movimento de Valorização

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