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ROBERT LU HERMITE a IF _— Peet a att Welsch USL a La IAN eae Pest elon Mae Gaon i713 ole areal Coit RLU Mere CL vod MURO” POR ROBERT L’HERMITE lustragéo de : FRANCIS CASSOU Traduca Eng L. A. FALCAO BAUER Professor da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade de Mogi das Cruzes — SP Diretor da L. A. Faledo Bauer — Controle Tecnolégico do Conéreto Eng. MARIA APARECIDA AZEVEDO NORONHA Professora da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade de Mogi das Cruzes — SP Diretora da L. A. Falco Bauer, M.A: Azevedo Noronha, Engenhei- ros Consultores Prof. ADOLFO SERRA Assistente do Departamento Regional do SENAI do Distrito Federal Os trabalhos, de tradugao foram desenvolvidos na Coordenacao de. Pesquisa, Planejamento ¢ Avaliacko do Departamento Regional do SENAI do Distrito Federal, coordenados pelo Eng. Jefferson Bueno. Em sua reviséo técnica, colaboraram os engenheiros José Siqueira Filho, Jodo Bosco Ribeiro e Pedro Ivan Guimaraes Rogedo ‘SENAI — SERVIGO NAGIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL CENTRO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUGAO AREA ESPECIAL N. 2 — SETOR C — NORTE — TAGUATINGA — DISTRITO FEDERAL Esta obra € 2 traduoto do livo francés “Au Ple du Mur” de Robert Hermite Publicado pelas Editores Eyrolles - Paris Obras do mesmo autor Lecons sur les essals de matériaux, 3 volumes, Hermann — 1938 — 1940 L’ experience et les théories nouvelles en résistance des metériaux, Dunod — 1945. Résistance des matériaux théorique ét experimentale, vol.-1, Dunod 1954 Vol. {I em preparacio Idées actuelles sur la techonologie du béton, la Documentation technique du Batiment et des Travaux Publics — 1955 Méthodes générales d'essai et de controle en Laboratoire — 2 Volumes. Eyrolles — 1966 — 1967 Tiragem em portugués desta edic&o : 25.000 exemplares. APRESENTAGAO ‘A humanidade vive uma época de répidas mutagdes. No campo da Tecnologia criam-se situagdes totalmente novas em setores considerados trodicionais. Essas transformagdes exigem do ser humano constante ajusta mento a um processo de renovaedo em todas as suas atividades, como prin- cipal agente, e a0 mesmo tempo, beneficidrio da evolugso ‘s0cio-econémica. A Nagao brasileira apresenta indices crescentes de progresso, gra cas ao esforco integrado de varios organismos, entre os quais se inclui 0 SERVICO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, empenhado em pre: parar a mao-de-obra qualificada exigida pela inddstria, como um dos supor tes bésicos do desenvolvimento do Pais. A tradugdo da obra “Au Pied du Mur", de ROBERT L’HERMITE, promo vida pelo Departamento Regional do SENAI do Distrito Federal, sob 0 patre- cinio do Departamento Nacional e de todos os Departamentos Regionals, representa uma das mais importantes contribuigdes técnicas para 0 setor da Construcdo Civil no Brasil e, particularmente, em sua jovem Capitel. Gragas colaboragdo do Eng? LUIZ ALFREDO FALCAO BAUER, do Departamento Regional de Sao Paulo, ‘obteve o SENAI os direitos autorais para tradugéo do livro que, por sugestéo do préprio Autor, conserva seu titu- jo em nossa lingua : "Ao Pé do Muro”. © langamento desta obra preenche uma lacuna e coincide com a cria- 0, pelo Departamento Regional do SENAI, em Brasilia, do “Centro de Tec- nologia da Construcdo”. Esta coincidéncia empresta ao evento uma significa- cao excepcional. “Ao Pé do Muro”, pelo seu contetido tecnolégico, feitura grafica, e, sobretudo, pela metodologia adotada permitiré desenvolver, por intermédio do Centro de Tecnologia da Construgao de Brasilia ¢ de outras unidades es- pecializadas do SENAI, cursos e programas apoiados em mais um instrumen- to técnico e didatico do valor incontestavel, quer para a qualificagao da ma de-obra operéria ou 0 aperfeigoamento @ especializagéo dos quadros téci cos e de mestria, quer para o desenvolvimento de ensaios ¢ pesquisas so- bre a tecnologia da Construcao Civil A presente iniciativa teve a participagdo decisiva do Eng” FALCAO BAUER e de técnicos do Departamento Regional do SENAI do Distrito Fe- deral,a cuja capacidade, experiéncia e idealismo o SENAI confiou a tradugao la obra O SENAI, pelo seu Departamento Nacional, pelo Departamento Regio- nal do Distrito Federal e pelos demais érgaos regionais, considera-se feliz pela oportunidade, que Ihe foi dada, de prestar mais este servigo @ engenha- ria civil brasileira. {TALO BOLOGNA Diretor do Departamento Nacional PREFACIO DA SEGUNDA EDIGAO O primeiro livro “Ao Pé do Muro”, escrevi-o em conseqiiéncia de uma aposta, ou antes de um desafio. Alguém me dissera um dia, depois de haver lido alguns dos meus livros, que eu nao seria capaz de escrever sobre alguma coisa de modo menos enfadonho. Isso fez-me refletir ¢ verificar que quase sempre, se acusam os Homens de Ciéncia de usarem, em suas obras linguagem inacessivel 20 pt- blico e de nao serem* compreendidos pelas pessoas (2D = entregues a atividades mais praticas. Outras vezes, + Z acusam-se estas Ultimas de no se esforgarem por aprimorar seus conhecimentos e permanecerem alie- nadas. A causa dessas acusacdes reciprocas, talvez se * encontre no fato de ambos nunca terem procurado compreender-se. Os Homens de Ciéncia falani uma linguagem cheia de termos e férmulas abstratas, meios de expressao idea- lizados, muito comuns em seu mundo, mas desconhecidos para o grande pu- blico. Os outros ou nao se esforgam por .aprofundar seus conhecimentos ou simplesmente se recusam a dar a esses problemas a devida importancia. Quem esté com a razéo? Os Homens de Ciéncia que,na verdade, néo souberam expressar suas idéias de maneira mais simples ou aqueles que imaginam um mundo 86 para si? Fiz essas reflexdes em 1950 e propus a revista “BATIR", procurar, através de artigos faceis e simples, um meio de expressao capaz de rom- per 0 gelo que separa esses dois mundos que teimam em. se ignorarem. O meio que me surgi a mente foi o desenho. Pensei, entéo que um texto ilus- trado com desenhos seria suscetivel de marcar de modo indelével o espiri- to, na medida em que a sua apresentacao fosse sugestiva, isto é, divertida e colorida. Cheguei até a ensaiar alguns textos ¢ desenhos. Todavia faltaram-me senso artistico e paciéncia. Con- y fiei ento 0 trabalho ao jovem e talentoso desenhista PIERRE LEFOL. Este encarregou-se logo de ilustrar uma série desses artiaos, publicados na regista “Batir” e, em seguida, enfeixados todos no livro "Ao Pé do Muro”, editado em 1953 e agora esgotado. Decidi- me, pois, reedita-lo e, tendo Pierre Lefol viajado para longe, solicitei a Francis Cassou para fazer as ilustragées. Acredito que ele © tenha realizado com éxito. Este novo “AO PE DO MURO" é um pouco diferente do primeiro. Nos- sos conhecimentos aprimoraram-se mais e complementei as matérias trata- a das no primeiro. Acrescentei um capitulo inteiro sobre mecanica dos solos e fundagées, desvendando um pouco o véu de mistério com que certos espe- cialistas pareciam querer envolvé-lo. Creio que nao se pode construir um muro, sem antes saber 0 que se encontra a sua base. Como os leitores poderao observar, alonguei- me mais sobre alvenarias de pedra, de tijolo, de aglo- merados e dediquei bom numero de paginas ao isola- mento térmico € actstico, sobre o que, alguns técni- cos nao possuem conhecimentos suficientes. Isso con- tribuiu para termos um volume, cujo nmero de pagi- nas ilustradas é duas vezes maior que o da edigao anterior. GP Para dar vida as exposigées, crici um persona- gem ficticio, Ponte Pequena a quem procuro, de todo © modo, ajudar, tirando-o das dificuldades superveni- antes (qualquer semelhanga com alguém do conheci- mento dos leitores ser4 mera coincidéncia).. No posso encerrar este prefacio sem fazer al- guns agradecimentos. Primeiramente, ao meu amigo Francis Cassou, pela sua colaboragao na parte artisti- ca, a Pierre Chevillotte, pelo carinho empregado na apresentacao dessa edicao, a todos o meus colegas @ colaboradores do Centro Experimental de Pesquisa e Estudo da Construgao e Trabalhos Publicos, particulal mente a Robert L'Herminier e a Maurice Bouche, re sores da parte relativa a mecanica dos solos, a Luiz Vironnaud que revisou a parte referente ao concreto e @ alvenaria, a Jean Christian Maréchal que examinou as paginas que tra- tam de termologia e a Bernard Marseille que viu os capitutos sobre acustica. Agradeco também a minha secretaria. C. Glaize, que realizou, consciente e cui- dadosamente, a ingrata ta- refa de corrigir as pro- vas. Se forem encontrados alguns cochilos de impresséo, queiram per- doar-me. Robert L'Hermite DIRETOR GERAL DE PESOUISA PARA AS FEDERACOES NACIONAIS DA CONSTRUCKO F ‘TRABALHOS POBLICOS— FRANCA SUMARIO PAGINAS © SOLO 9 Sondagens 12 Influéncia da égua 17 Medidas das caracteristicas do solo em laboratério 22 Coesdo do solo 37 Ensaio triaxial 39 Ensaio no terreno 42 Céloulo das fundagées 48 Bibliografia 52 CONCRETO 53 Constituintes do concreto 55 Agregados 55 Cimento 59 A dosagem e suas regras princi- pais 65 Mistura 70 Transporte 72 Trabalhabilidade 73 Adensamento por vibracéo 76 Secagem 84 Concreto injetado 88 Concreto com ar incorporado 90 Concretagem em tempo frio 92 Concretagem em tempo quente 97 Cura do concreto com calor 98 Deformacao e ruptura do concre- to 101 Retragdo antes da pega 102 Retracéo apés a pega 104 Dilatagao térmica 109 Deformagao sob carga 110 Elasticidade 112 PAGINAS Plasticidade — Fluéncia — 114 Ruptura do concreto 117 Retomadas de concretagem 121 Estado triplo de tensdes 122 Ataque quimico do concreto 123 Concretos leves 127 Concretos pesados 133 Concretos e resinas sintéticas 134 Colagem do concreto 137 Controle do concreto no canteiro 138 ‘Auscultagéo de obras em con- creto 143 Bibliografia 447 ALVENARIAS PAREDES E VEDACOES 149 Constituintes 150 Execugdo ‘ 154 Resisténcia a ruptura 156 Argamaeeas 160 Revestimentos externos 160 Revestimentos internos 161 Isolamento contra o calor eo frio 163 Isolamento contra o ruido 166 INTRODUCAO © nosso homem, construtor Ponte Pequena, mantém CONFORTAVEL i = a eT . 4 Fi 4 s mee ‘ Ie, = ; j ro a ni . y . . 5 r a0 lo muro, Bd pensa em fazer uma construgao : 4 a a aii . Hil | a j We a i ad ) ) ) = 1 as \ DURAVEL SOLIDA I, ck Po a AANA AAAI — ROCHOSO ? Ponte Pequena vai, antes de tudo, examinar 0 local da construgao. E preciso conhecer 0 terreno sobre 0 qual vai construir. ) PANTANOSO? E ARENOSO ? As condigdes para a construgao de uma obra variam de acordo com o solo. > } 2 E ARGILOSO ? ) ‘As caracteristicas de um so- > lo, nfo. podem ser descober- ) tas pelo aspecto da camada ) superficial. 5 2 DREGULHO. ) “CHA ) ) } Uma camada de areia > ) pode encobrir 2 argila: ) 1 ou uma camada deslizante inclinada Uma camada de lodo sobre a areia pode encobrir a rocha. SONDAGEM © reconhecimento do solo pode ser feito atra- vés de sondagem. O processo mais simples é 0 de abertura de pogos, que permite reconhecer a na tureza das varias camadas até encontrar um “bom solo” Devem ser retiradas amostras das varias cama- das até o fundo do pogo, a fim de serem ensaia- das conforme se descreve a seguir. ‘A mostragem é feita por meio de caixas cuibicas de 20 a 30 om de lado, conforme indicam as figu- ras seguintes. soltar as quatro faces da amastra Extragao da amostra com auxilio de uma picareta A caixa deve ser fechada com tampa e fundo e ainda ser lacrada com fita go- mada. Deve indicar na face superior da amostra o numero do pogo de sonda- gem e a cota ou pro- ) fundida A amostra deve ser conservada intacta, para- finada © ao abrigo da evaporaca portada para o laboratorio Quando for necessé- rio ir a maior profun didade ou quando aparecerem dificulda- des para a execugao de um poco, (presenga de Agua, por exemplo), © reconhecimento do subsolo pode ser feito por meio de sonda- gem. Para 0 reconheci- mento do solo em grande profundidade utilize-se uria_sonda Sonda esta constit da de uma longa haste que é enfiada no inte- rior de um furo feito no solo. Na extremidade da haste se localiza um amostrador constitui- do por uma caixa cilin- drica, por meio da qual se extrai a amostra. para ser trans- Eko de sondagens )No laboratério, iden- )tifica-se @ amostra sob Targa de conches )© ponto de vista geolé- Ss = ° gico, a fim de permi Marga verde 0 tragado do perfil das )camadas encontradas. Calero : @ de camedas ) Indica-se igualmente o nivel onde a gua foi encontrada : é 0 nivel do lencol ) freatico. Assim, pode-se distinguir a ROCHA propriamente, dita, dura e sdlida, do solo proveni- ente da decomposiggo das rochas, formadas de gréos minerais de varios didmetros. Das amostras retiradas, examinam-se primeiramente os diémetros dos graos do slo e as proporgdes em que ocorrem. (andlise granulométrica). Para as _ particulas finas, a andlise é feita por sedimentagao. Os gros maiores sao de- positados no fundo do recipiente, mais rapi- damente do que os fi- Nos ou as poeiras. Mede-se a velocidade de decantacéo pela variacao de densidade em um deter- minado tempo e a uma dada altura, (a densidade diminui na medida em que o liquido clareia). Depois de medir a varia~ cao de densidade ¢ possivel calcular as proporgées das vérias dimensoes dos graos. Para os _pedregil hos e as arelas, empega- se 0 processo & pe- neiramento com se faz, também paa os agregados do curere- to. Quando se agita a amostra de solo em Agua. os gréos maiores se depositam em primeiro lugar e os mais finos em ultimo. 8 © SOLO PODE SER COMPOSTO DE: Blocos rochosos de dimensdes superiores a 20 cm Seixo compreendido entre 20 cm e 7,6 mm. Pedregulhos compreendidos entre 7,6 mm e 4,8 mm Areia de 4,8. mm a 0,05 mm Silte é ainda mais fino, indo de 0,05 mm a 0,005 mm (5 microns). Argilas séo compostas de graos extremamente finos de dimensdes inferiores a 0,005 mm. As argilas ‘sao impermeaveis, plasticas e dotadas de coesa A agua desempenha um papel importante nas caracteristicas dos solos ¢ +e de sua resisténcia. INFLUENCIA DA AGUA 2 Sabe-se que uma argila seca é friavel, isto €, quebra-se com facilidade, « uma argila imida é plastica e deformavel. Quando se encharca um solo com agua, 2 resisténcia do mesmo € diminuida, podendo provocar re- calques. Essa é uma causa, bastante fre- giiente, de fissuracao das cons- trugdes. Este efeito é tanto maior quanto mais argiloso for o solo. A agua pode ainda provocar deslizamentos e desmoronamen- tos em taludes como decorréncia da diminuigéo da resisténcia do solo. A égua pode circular no solo de diferentes maneiras As chuvas pevetram na terra pela ao da gravidade, aumentan- do as aguas tos rie chos e ries. ) Em habitagdes nao servidas por rede d goto a agua penetra no solo pelas fossas. Por meio delas, a agua se difunde lentamente através das camadas permedveis. AA Agua pode também subir por GAPILARIDA- DE. Este efeito pode ser observado através de um tubo de diametro muito pequeno, mergu- Ihado em um frasco d'4gua. Observa-se que 0 liquido sobe pelo tubo até o nivel superior ) do frasco. } Por exemplo, no caso de o didmetro do tu- , bo ser de 0,1 mm, a altura de subida é de 15cm. Este mesmo fendmeno faz o liquido subir em um pavio de lamparina a querosene E ainda este mesmo fenémeno que faz a ) seiva subir nas vegetagdes © drvores. Qs solos sao constituidos de particulas sdlidas, agua e vazios ou poras. Estes poros alinhados formam indmeros canais capila- res muito finos, que aspiram @ Agua como faz uma pessoa aspi- rando uma bebida através do ca- nudinho. A forga que provoca a subida capilar é uma forca de sucgao. Ela permite @ agua de um lengol fredtico subir varios metros até a raiz dos vegetais e até as funda- ges das obras. ‘A Agua sobe tanto mais quanto mais finos forem os canais capila- res. O que quer dizer, quanto me- nor diametro tiverem os gréos do solo. A. subida por capilarida- de é fraca nas areias lim- pas e grossas, podendo Ser muito grande nas areias argilosas, e é praticamente nula nos pedregulhos e pe- dras britadas limpas. Uma camada de areia ou pedra pode impedir a sul da capilar. Um solo saturado de umida- de é um esqueleto sélido dentro d'égua. Uma certa parte da car- ga que o solo suporta é absorvi- da pelo esqueleto sdlido e outra parte pelo liquido, e é chamada de PRESSAO NEUTRA. Logo que se permite & agua escapar, 0 esqueleto sdlido se comprime e a presso neutra diminui, aumentando a carga suportada pelo esqueleto. Finalmente, apés muito tem- po, até séculos, a agua nao su- portaré mais pressao e 0 solo estaré adensado. A velocidade de adensamen- to depende da facilidade com que a agua pode escapar ou ser evacuada. Esta facilidade 6 tanto maior quanto mais permedvel for o terreno. E esta permeabilidade que dé a velocidade de recalque das construg6es. Solos diferentes ou os solos iguais, quando sub- metidos a pressdes dife- rentes, néo se comportam da mesma maneira. Quan- do as cargas que as funda- gdes transmitem aos solos nao so bem equilibradas, aparecem recalqués. dife- renciais que geram uma sé- rie de inconvenientes. A argila se deforma len- tamente. A deformagao é tanto maior quanto maior quantidade de agua ela con- tiver e quanto maior for a carga sobre ela aplicada. A areia se deforma de- pressa e tanto mais quanto maior for a carga sobre ela aplicada Por esta razéo, a Torre de Pisa tem esse jeito incli- nado téo nosso conhecido. Para que estes inconve- nientes no ocorram, é ne- cessario que se fagam en- saios de laboratérios que permitam um bom conheci- mento das _propriedades dos solos de fundagao. MEDIDAS DAS CARACTERISTICAS DO SOLO As diferentes caracteristicas que devem ser medidas em um solo sao : A. A GRANULOMETRIA (estudada na pagina 15) B. O TEOR DE UMIDADE © PESO ESPECIFICO D. OS LIMITES DE LIQUIDEZ E DE PLASTICIDADE E. A PERMEABILIDADE E A CAPILARIDADE. A. medida da quantidade de dgua em um solo se faz simplesmente por secagem. A amostra 6 pesada e em seguida colocada em estufa a 105° até que o peso da amos- tra permanega constante. A diferenca en. tre a primeira e Ultima pesagem (quando o peso jé se mantém constante) é igual quantidade de agua contida na amostra, O PESO ESPECIFIGO dos graos 6 0 peso por unidade de volume dos gréios sélidos do solo. O peso do solo seco é determina- do pela balanca. O volume é medido com © auxilio de um aparelho denominado PIC- NOMETRO. Em um frasco cheio de agua até a borda, coloca-se um sélido : a quantidade de dgua derramada é igual ao volume do sdlido. E suficiente medir a quantidade de gua transbordada para que se conheca 0 volume procurado EM LABORATORIO | © PICNOMETRO € constituido por uma garrai de vi- dro, fechada com rolha, através’ da qual passa wn tubo dotado de um copinho. Mede-se, inicialmente, ov olume do frasco, enchendo-se de agua até o nivel do apinho. Em seguida, esvazia-se o frasco, colocando nelea_amos- tra de material seco, cujo peso especifico devesser de- terminado. O frasco deve, entao, ser novamente ceio de gua e agitado, de modo que se eliminem todas « bolhas de ar. A diferenga entre 0 primeiro e 0 segundo wolume de agua colocado no frasco fornece o volume ch sélido A diferenca entre os pesos determinados na pimeira e segunda operagdes fornece 0 peso do sdlido menos o peso da agua, que nao coube no frasco quando ele esta- va com 0 solo dentro. Como se vé, 0 peso especifico é obtido por um calculo muito simples. © aspecto e a CONSISTENCIA dos solos, e em particu- lar dos que contém argila, variam de maneira muito nitida, conforme a quantidade de agua que retém. Corsideram- se em particular quatro estados : O liquido, o piastico, 0 semi-sdlido @ 0 solide Estes estados sao separados por limites definidos por Atterberg: LIMITE DE LIQUIDEZ, LIMITE DE PLASTICIDADE e LIMITE DE RETRAGAO, conforme esquema abaixo: u Liquido | Com muita agua o solo Se apresenta como um li- quido ou lama Plastico. lp up Umidade ! Semi-sdlido 'Sélido Decrescendo Com menos agua o solo Com menos agua ainda € plastico mas nao liquido, © solo se torna sélido. sem 0 aspecto de lama Mesmo que vocé possa avaliar estes limites com os pés, 6 melhor determind-los em labo - ratorios, através das amostras. LIMITE DE LIQUIDEZ — determinado pelo apare- tho de Casagrande, consti- tuido por uma manivela que move uma concha metilica, fazendo-a cair sobre uma ba- se de ebonite, um certo nu- mero de vezes. Prepara-se uma certa quan- tidade de pasta com teor de umidade bem. definido. Colo- ca-se esta pasta na concha por meio de uma espatula. Com 0 auxilio de um instru- mento especial, fazse ume ranhtira na pasta segundo 0 eixo da concha. Em seguida coloca-se esta no aparelho, submetendo-a a quedas se- guidas. Anota-se 0 numero de que: das necessérias para que 1 om de ranhura se feche. O limite de liquidez 6 definido pelo teor de umidade neces- sério para que a ranhura se feche com 25 quedas. O valor € determinado através de en- saios sucessivos. O teor de umidade € a relagéo entre o peso da agua e 0 peso do ma- terial seco contido numa amostra de solo. DEPOIS DAS PANCADAS, A RANHURA COMEGA A FECHAR-SE © LIMITE DE PLASTICIDADE Inicia-se como se faria como uma massa de Y p4o para moldar uma bolinha Em seguida rola se a bolinha, feita com 0 material da amostra em uma placa de marmo- re ou de vidro, de modo a formar um pequeno * bastdo de 3 mm de didmetro e 12 @ 15 cm de comprimento. O limite de plasticidade é defi- - nido como o teor de umidade do material do bastonete, quando, com aquelas dimensies, ele comeca a se fissurar, enquanto submeti- do ao rolamento. Mede-se esse teor de umidade por secagem. © INDICE DE PLASTICIDADE E a diferenga entre 0 limite de liq limite de plasticidade. Pau —LP © LIMITE DE RETRAGAO E 0 teor de umidade abaixo do qual o volu- me da amostra cessa de diminuir. Para se de- terminar o limite de retragao procede-se a secagem em estufa. Pesa-se e mede-se o volume da amostra ‘em um frasco cheio de mercurio. SEM RETRAGAO. < RETRAGAO diferenga de volume igual a agua diferenca de volume constante evaporada | Q < o < = = o c es ws E 2 S 2 ) ) ) ) ) ) > ) 0 ) ) ) ) Acima do limite de retragéo a agua endhe 0s poros, separando os graos e as particu as sélidas Abaixo deste limite os gréos permaneem em contacto ¢ o ar penetra nos poros. Neste caso podem produzir-se fissuras no solo, co- mo @s que se observam nos campos, em (po- cas de seca. Ao contrério, quando se umedece o solo seco, ele incha logo que o teor de umivade ultrapassa o limite de retragao. Esse aumento de volume pode ser sifici- ente para erguer uma obra, especialmente nos paises naturalmente secos, quando aci- dentalmente ocorre 0 umedecimento do solo ou quando as fundagdes se opuserem & eva poracdo da égua. Quando a presséo causada ‘pela fundagdo for suficiente para se opor ao inchamento, es- te nao chega a ocorrer. E preferivel neste caso projetarem-se fun- dagées profundas bastante carregadas ¢ que no se oponham a evaporacao. OS LIMITES DE ATTERBERG Permitem, nao apenas caracterizar 0 ma- peamento do solo, mas também fornecer as correcdes @ serem procedidas. Caso o teor de umidade seja inferior ao li- mite de plasticidade, o material pode ser con siderado compactado e oferecer resistencia aos escorregamentos. Quando 0 teor de umi dade natural for superior ao limite de liqui dez. 0 solo se escoa € pode ser considerado como um liquido viscoso Vasa (lodo) € um exemplo deste caso. Em seguida estao ilustrados alguns exemplos de limites para diferentes argilas e limos Limite de liquidez (LL) = limite de plasticidade (LP) (agua em % de matéria seca). ‘vga vulsinica | Tora rae @ Targa de pervecid] _Argila de | Margoo supra. | Marans verdes do México | diatomécess (Werrocos) (londrest | gipsioses (Pera) | (Par) . \ Soo ine 378 | “ris 0 11s | tom. 70 | os 2s oo | 7 ws | sm a | 7 35 3 Merass [avila arias wal Lime ari ‘rails mal argas | Agile oriole a vila para Pec imo argioso | Arla mole intr (fambouilet) Coating tyoles timo Ory | "WBesangan) | sitosa (Paris) (Pasi) | | a a F =) ie) I . ce a | we ee | eee | ae eel a ee | ee oe | a a Tomemos um frasco cilindrico suficientemente gran- de e que disponha, em sua parte interior, de comunica- Go corn um reservatério. Enchamos este frasco com o material em estudo e deixemos correr agua de maneira que seu nivel aflore na parte superior do frasco. No caso do material em absorcao ser permedvel @ Agua se infiltra através do mesmo. O GOEFICIENTE DE PERMEABILIDADE é igual ao quo- ciente entre o produto da altura do solo h pela quan- tidade de agua Q que atravessa o solo na unidade de tempo e o produto da diferenga do nivel d'égua H pela secéo A. COEFICIENTE ° x a = x > ) ) ) ) ) ) DE =K ) PERMEABILIDADE ) ¢ € ainda possivel a determinacao da permeabilidade ) de um terreno por meio de um pogo ou sonda. Cravam- ) se tubos furados até que seja atingida a camada imper- 5 meavel com uma altura H. Bombela-se em seguida a 2 gua de um dos tubos e mede-se a quantidade de agua ) _bombeada, por unidade de tempo, bem como o rebaixe- ) mento do nivel de agua dos demais tubos. ) ) > py Bombeamento Uma férmula perm te determinar o coefi ciente de permeabil dade K. © movimento da agua no so- lo permedvel produz uma pres- so como se cada grao fosse impelido no sentido da corren- te. Em um tubo de ensaio, esta pressdo é pro porcional & “perda de carga”, isto é, & alture de 4gua H. A pressao tende a compactar- 0 solo quando ela encontra um obstéculo. No caso desta pressdo agir de baixo para cima ou lateralmente sem obstdculo, pode deslo- car o solo diminuindo sua compacidade {areias soltas e areias méveis). Hé uma turbuléncia no meio imergente, quando 0 gradiente hidraulico subindo a#. se torna igual ou superior & densidade do 50- lo imerso (a densidade saturada menos 0 em- puxo de Archimedes igual a 1,d = D — 1). Neste momento um peso colocado na super- ficie do solo desce violentamente. Pode en- tao medir 0 gradiente critico igual e Quendo no curso da secagem de uma esca- vagéo em um terreno arenoso, o gradiente atingir este valor critico, a areia se torna sol ta e o fundo da escavagao pode ser elevado. Este fendmeno pode ser impedido pelo carre- gamento da areia por meio de materiais per- meaveis. A Agua pode, assim, arrastar particulas do solo. Formam-se galerias que ao atundarem, formam crateras. Os franceses dao a este fe- némeno a nome de “raposa” —Em um poco artesiano a pressao de agua que emerge, superior ao peso de terra, pode chegar a arrasté-la No sentido de indicar a ordem de grandeze da PERMEABILIDADE, apontamos a seguir a velocidade com que a agua atravessa alguns tipos de terreno, quando submetidos & uma diferenga de pressdo de 1 g por cm, ou seja 100 g por metro, MISTURA. AREIA DE AREIA E ARGILA, ‘ARGILA PEDREGULHO inferior @ 3 cm por ano © solo quando carregado se deforma mais ou menos lentamente. Os vazios diminuem de volume ¢ so cheios de agua. E, pois, im- portante conhecer o volume de vazios carac- terizados pelo INDICE DE VAZIOS, que é @ relagao entre volume de vazios e 0 volume de sdlidos. A POROSIDADE é¢ a relacdo entre volume de vazios e o volume total aparente. Para determinar 0 indice de vazios, determina-se o volume da amostra intacta, em seguida quebra-se e seca-se a.amostra. Determina-se entZo o volume dos finos por meio do picndmetro. A di- ferenga entre os dois volumes é igual ao volume de vazios. 0 ) ) ) ) > ? ) ) ) ) , Para verificar como um solo pode se deformar sob a acéo de uma carga, de- vem ser procedidos ensaios de COM- PRESSIBILIDADE. Para tanto, usa-se um aparelho com 0 nome de ODOMETRO. O esquema deste aparelho 6 ilustrado na figura ao tado. O pistéo é dotado de pequenos tubos que permitem @ comunicagao entre a agua, colocada na parte superior e a amostra ‘A amostra a ser submetida ao ensaio € cortada & mao, cuidadosamente, para ser colocada na cémara cilindrica. Nesta camara, é colocada entre duas placas po- rosas denominadas “pedras porosas” A pedra porosa inferior fica em comu- nicagao com um tubo pelo qual 2 agua pode escoar. Aplica-se, em seguida, sobre o pistao a pressao P e mede-se a deformagao progressiva com o tempo. A primeira operacao é constituida pela saturagao da amostra o que € obtido através do enchimento da camara de sai- da e dos tubos de piste, com agua Deste modo, 0 sola 6 saturado e tende a expandir-se. A oposigao & expanséo ou inchamento 6 feita comprimindo-se 0 pistao. Aumenta-se em seguida a com- pressao a cada 24 horas e anotam-se as deformacdes medidas pelos reldgios comparadores. Apés 0 Gltimo carregamento procede- se 0 descarregamento. O solo novamen- te incha lentamente seguindo uma certa velocidade que é registrada pelos reld: gios comparadores. Pedras porosas 2 3 8 3 e Para interpretar estes resultados traca- mos 0 diagrama das deformagées em co- ordenadas logaritmicas da carga. Para aqueles que esqueceram, eu vou relembrar 0 que é um logaritmo. Suponha- mos que queiramos fazer um presente & nossa esposa de uma pedra preciosa. O vendedor nos mostra uma pequena pedra que vale 500 francos. Uma pedra duas vezes maior, vale 5.000 francos, quer dizer, dez vez mais, uma pe- dra trés vezes maior 50.000 francos, quer dizer, dez vezes mais que a precedente, uma pedra 4 vezes maior, 500.000 francos etc. Nés diremos agora que 0 peso varia com 0 logaritmo de prego na base 10, quer dizer, que cada zero suplementar sobre 0 prego aumenta o peso de uma unidade E possivel calcular o logaritmo de uma cifra qualquer com uma simples régua de célculo. 32 Em um diagrama, anota-se na ordenada o indice de vazios obtido durante 24 hors, e, na abcissa, o logaritmo da pressao correspondente. 0,9 0.8 | 8 B07 ee = 8 06 eo 3 Descarga. sos = Pressao § em kg/cm* oot 0,05 0,10 950 1 5 40 Deformagao em mm A variagéo obtida, se compde de duas linhas retas ligadis por uma curva. Obtém-se desta curva a PRESSAO DE CONSOLIDA. GAO. ravelmente longo ma bastante. consolidagao é de: 16" 1° 10" 100 174 7D 2M £ Deformagao em mm a 1 0 400 EM MINUTOS Te =T— We carga. 0,197 x ht Gv = aT Ela indica que o terreno, durante sécules, foi submetido a uma certa pressao maxima igual a pressao de consolidacdo por um tempo conside- Esta presséo pode ter sido causada por uma so- brecarga desaparecida apés alguns anos, talvez pela remogao de terras ou pela erosdo ou por qual- quer outro motivo. Quando se submete um solo a uma carga menor do que a de consolidagae 0 solo se deforma pouco. Além deste ponto ele se defor- Para uma camada de espessura H compreendi- da entre duas camadas permedveis 0 tempo de Para uma camada que faceia acima ou abaixo de uma s6 camada permedvel o tempo de conso- lidago é quatro vezes maior do que o precedente. Por meio de Odometro pode-se medir a defor magao ao longo do tempo sob uma determinada Tendo sido 0 logaritmo do tempo registrado na abcissa e as deformagdes na ordenada, @ vari cdo destes, € caracterizada por duas retas Ii das por uma curva. O coeficiente de consolida- ‘cdo é neste caso calculado pela formula tara onde T é 0 tempo necessério para ser obtida a metade da deformacio correspondente a0 ponto A da curva, A formula permite determinar 0 tempo necessério para que seja obtida a consoli- dagdo correspondente a deformacao de uma ca mada de espessura h. Este ensaio permite ainda calcular o GOEFICIENTE DE PERMEABILIDADE dos solos adensados para os quais 03 méto- dos classicos séo inadequados ou mes- mo invigveis. Efetivamente, a contragao expulsa a Agua para o exterior da amostra e a ve- locidade de deformagao depende da pi mezbilidade. O coeficiente de permeabi- lidade & assim: Cv (eg — e) Ba K _—_—_ onde (1 + e) P Cv = € 0 coeficiente de consolidagao = indice de vazios inicial indice de vazios sob a pressao P peso especifico da agua (=1) (eo — e) = variagéo de altura Quando deslocamos um objeto pesa- do, devemos aplicar uma forga que é tan- to maior quanto mais pesado for o obje- to. © COEFICIENTE DE ATRITO 6 a rela- Gao entre a forca horizontal necessdria ao deslocamento da carga sobre uma su- perficie, que pode ser a de deslizamento, © 0 peso da carga. En Geralmente, 0 solo se rompe seguindo superticies de desliza- mento, a0 longo das quais os graos se deslocam uns em re- lagéo aos outros. © solo cisalhado possui um GOE- FICIENTE DE ATRITO que pode ser medido ¢ que determina o Angulo de atrito. © aparetho de cisalhamento clas- sico de "Casagrande" é constituido por uma caixa retangular dividida em duas por um plano horizontal. A amostra € colocada entre duas pe dras porosas granuladas ¢ solidé rias as duas meias caixas. A parte inferior se move horizontalmente. O solo é comprimido por uma forga P. Angulo de atrito Desloca-se a parte superior da caixa apli- cando-se a ela um movimento a uma certa velocidade (1,5 mm por minuto por exemplo) e mede-se com 0 auxilio de um dinamémetro aforca correspondente. Geralmente, esta forga passa por um mé- ximo Fe diminui em seguida. Relacionando- se a carga P ao valor do cisalhamento corres: pondente F , determina-se geralmente uma reta mais ou menos inclinada. Para as areias esta reta passa pelo ponto P=0, isto quer dizer que para carga nula nao hé resisténcia ao cisalhamento. Diz-se que as areias nfo possuem coesao s40 solos pulverulentos, Seu angulo de atrito corresponde aproximadamente ao do talude natural. Oe eolos mais ou menos argilosos tém uma coesao (ou resisténcia a0 cisalha- mento sob carga nula). Eles se mantém inde- formados quando sao cortados. Tém ainda uma pequena resisténcia & compressao. Relacionam-se a seguir alguns valores de coeséo e de Angulo de atrito de diferentes solos intactos. ® * 3 3 . sla Sie & e - i a = he 5 Oa 10: 2 Ce a it 8 S els 3 ea, 3 is shi 8 4 3 fa l= 8 eoaes 8 |i Areia (angulo de atrito va- Limo de Orly Marga Verde tia com 0 indice de vazios e) (Paris) 5 = & g = 1s 2 8 2 & it x Ml 8 5 g : Marga branca Argila Limo argiloso de infragipsifera Besancon As indicagdes precedentes foram de- duzidas de ensaios de materiais com teores de umidade naturais. Secando-se uma argila, pode-se aumentar o seu &n- gulo de atrito e sua coesdo. O mesmo Ocorre em se mantendo uma certa car- ga durante um tempo relativamente grande em um solo relativamente per- medvel de modo a ser retirada parte da 4gua intersticial. Pode-se ainda obter aproximadamente a coeséo de um solo gragas a um ensaio de compressao sim- ples de uma amostra cortada do bloco do material em questao. Observa-se que a ruptura ocorre por deslisamento (sobre um plano inclinado que forma um angulo A com o plano da seccao comprimida). Quando 0 Angulo de atrito € nulo o angu- lo A éiguala 45°, Este Angulo A aumen- ta quando 0 Angulo de atrito aumenta COESAO DO SOLO A coesao do solo é devida ao fato de que os graos sao ligados entre si por delgadas particulas de agua que exercem forgas elétricas, cujo efeito 6 0 de manter os gréos coesos, ou por camadas de Agua que exercem tensdes capilares entre os graos ¢ que so tanto maiores quanto mais proximos estiverem os gréos. E a mesma forca capilar que faz subir a dgua em um tubo, tanto mais alto quanto mais fino for 0 tubo. As forcas agem ao longo das superficies que separam a agua do ar, onde se formam ténues membrenas Observam-se bem estas _membranas, quando se agita a agua ou quando se asso- pram bolhas de sabéo (a adigao do sabao aumenta @ tensio superficial, ou seja a re- sisténcia da membrana @ tragao). A inter- fase Agua/ar toma a forma de uma super- ficie curva que se chama menisco Quanto menor for 0 raio do menisco maior 6 a traco exercida pelo menisco Para que a coesao capilar possa ocorrer, é necessario que coexistam ar © agua. Quando se inunda um solo, a coeséo de- saparece e ele se desagrega. Coloquemos areia num saco de borracha. Se apertarmos 0 saco com a mao, a areia se deforma, movimenta-se sobe, desce e sai sen dificuldade. Retirando-se com a boca o ar do saco (com culdado para nao engulir areia) faz-se um vacuo parcial. Fechemos em segui- da a boca do saco com um barbante de ma- neira que o vécuo se mantenha pelo menos em parte. © saco de borracha exerce entéo uma pres- so sobre a areia em todas as direcdes e 0 volume dificilmente se deformaré sob a pres- sao das mos. A areia que possuia uma coe- so nula adquiriti uma coeséo artificial nova tanto quanto mais elevada for @ pressao p. forca de cisalhamento Pressao Se se carrega uma amostra retirada do solo, ela se deforma e incha lateralmente numa certa quantidade que depende de sua natureza. 8 Consideramos no so- lo o mesmo volume. O solo que 0 rodeia se ‘opde ao inchamento, REAGE e provocapres- ses laterais que redu- zem a deformagao lon- gitudinal assim como 0 recalque. Essas presséee pro vocam 0 aumento da resisténcia. Prato Ane! de aperto —+" Amostra Tubo de borracha finissimo Anel de aperto Pedra porosa Pistéo ist © ENSAIO TRIAXIAL Consiste justamente em determinar o efeito desta pressao lateral sobre a resisténcia, A amostra dlindri- a tirada, 6 Introduzida dentro de um tubo de bir racha muito fino. Em uma das extremidades, ela é posta em contato com um prato e na outra com uma peda po- rosa. O fechamento absoluto 6 assegurado pir dois anéis de aperto nas extremidades. A amostra assim montada é colocada dentro de uma camara herméticamente fechada, cuja parede lateral, é constitui- da por um tubo transparente e grosso. Dentro desta camara, introduzimos gua sob pressdo que comprime a _amos- ira do solo em todas as diregoes. Depois Camara aplicamos sobre o pistéo longitudinal uma forga P até a ruptura da amostra. i Durante © carregamento, 2 medida é phpessue feita pelo movimento do pistao, que dé intersticial a deformagéo longitudinal da amostra Durante a operacao a agua é comprimida e expulsa. Esta atravessando a pedra po- rosa pode ser liberada, é a operagao de DRENAGEM. Pode-se também, gragas a um dispositivo, impedir a safda da dgua, aplicando na mesma uma pfesséo, que € medida, a qual é a pressao neutra. Pode- se ainda manter a pressdo neutra cons- tante, retirando uma certa quantidade de gua. + \ Dispositivo de pressdo que se opée a saida da Agua. Assim € resumidamente o ensaio trie- xial que completa o ensaio de odémetro e 0 ensaio de corte com maiores possi- bilidades. UUUUUUUUEULUYY wUUUULY DIAGRAMAS DE MOHR RETA DE COULOMB 40 Resisténcia @ Resisténcia @ compresséo compressao simples sob pressao lateral q A pressio hidrostatica da 4gua q é a pressao lateral aplicada. Se P 6 a for- ga aplicada pelo pistdo e S a grandeza da segao da amostra, a pressao longi- tudinal é = mais a presséo hidrostética, ou seja p = < + q. Consideramos um ensaio onde a ruptura tem lugar sob uma presséo lateral q e uma pres- ‘s40 longitudinal p. Marcam-se estes dois valores ao longo de uma reta ho- rizontal obtendo-se dois pontos A e B. A meia distancia de A e de B, se situa o ponto C distante da origem 0 pela grandeza 2 * % Tomando G como centro, pode-se tracar um meio circulo, que passa por A ¢ B. Em outras condigées de ruptura, q sendo menor, por ex., obtém-se um outro circulo de diametro A’ B' onde o centro é em C’ e assim por diante. Para os solos constata-se que existe uma reta envoltoria tangente ao mesmo tempo a todos 08 circulos. E a reta RT (na pratica, a dis- persao experimental faz com que certos circulos fiquem levemente no inte- tior da reta e que outros podem ser um pouco cortados, mas 0 ajuste apro- ximativo pode ser feito sem dificuldade). A reta RT, chamada RETA DE COULOMB, possui propriedades interessantes. Ela faz com a horizontal um Angulo que nao é outro senao 0 Angulo de atrito, que ja vimos Ela corta a vertical a zero por um valor igual a0 da coesao. O circulo passando pela origem, tangente a reta e cujo centro se situa sobre a horizontal, possui um diametro igual 2 re- sisténcia & compressao simples, sem pressao lateral. A resisténcia & compressao sob uma pressao lateral Q ¢ igual a (p-q). O DIAGRAMA DE MOHR €, antes de tudo, uma representacéo cémoda das condigdes de ruptura, Para uma AREIA, sem aderéncia, a Pera uma ARGILA MUITO PLASTI- reta envoltdria passa pela origem 0. A resisténcia 2 compressao simples € nula mas a resistencia a compres- so sob pressao lateral aumenta ra- pidamente. CA a reta limite € horizontal. A re- sisténcia @ compressao independe da préssao lateral. Restame ainda descupar-me jun- to ao senhor Ponte Pequena, por es- ta exposic¢ao um pouco abstrata. E certamente incompleta, mas que parece ser indispensavel & compre- ensao da mecanica do solo. “ ENSAIO NO RECONHECIMENTO S{SMICO utiliza a velo- cidade de propagacao do som nos diversos materiais. Esta veloci- dade é diferente para cada material. TERRENO Até agora vimos os ensaios de laboratério, por meio de amos- tras retiradas por sondas. Existem igualmente ensaios que po- dem ser realizados diretamente sobre o terreno, séo os chama- dos ENSAIOS DE RECONHECIMENTO ou de EXPLORAGAO DO ‘SUBSOLO. Ban OOO OOD D Se é de 100 a 200 m/s num solo muito solto, pode ir de 200 a 400 m/s na areia, de 400 a 800 m/s na argila, de 500 a 1,000 m/s para as alteragdes de rochas, de 2.000 a 6.000 m/s para os caicdrios e até 7.000 m/s para os granitos e rochas similares. A fim de explicar melhor o principio da sondagem do solo pelo som, mostra-se como exemplo um andarilho que esté atravessando uma floresta espessa 2 Esse andarilho deseja ir a uma clareira situada ‘a 2 km de seu ponto de partida ¢ ele sabe que nesta floresta a velocidade média seré de 1 km por hora. Demorara, portanto, 2 horas para fazer 0 trajeto, mas a floresta é limitada por um campo de terra trabalhada a 500 m onde a velocidade de marcha podera chegar a 3 km por hora. Ele tera interesse de chegar mais cedo, indo pelo campo ? Um célculo mostra que 0 percurso minimo sera feito em 1 hora e 45 minutos com a condicao de partir com um Angulo A, de 63°. Nas melhores Condigées, 0 andarilho genha 15 minutos. Mas se a distancia até a clareira fosse inferior a 4.4 km, © caminho mais curto seria a linha reta. De uma maneira geral a férmula do tempo minimo é : : ‘hha aVER| Va Onde a € a comparacéo entre a distancia ao campo e a distancia a percorrer e b a compara ao entre a velocidade V1 no campo de trabalho e 2 velocidade Vo, na floresta. Para alcangar uma segunda clareira situada a 5 km demoraria 5 ho- tas em linha reta e 2 horas e 54 minutos indo pela estrada. Paralelamente a floresta, existe uma es- trada onde se pode andar a 5 km por hora. Pode-se ter interesse em alcangar esta estrada e 0 tempo de percurso é de 1 hora e 50 minutos, ligeiramente superior ao segundo percurso. Para alcangar a segunda clareira, pela estrada demoraria no minimo 2 horas © 10 minutos; logo ‘© tempo, mais curto € seguindo pelo campo. Imaginamos que pela medi¢gao dos tempos de percurso a diferentes distancias, é poss'- vel calcular as larguras das camadas do terreno e as velocidades do percurso. A mesma técnica é utilizada para o reconhecimento dos terrenos. Para executar uma sondagem sis- mica sobre um terreno que tenha um fundo rochoso, uma camada de argila e uma cama- da de areia, trocamos 0 andarilho por uma onda sonora provocada sobre a superficie por um equipamento especial. 5 Argila (velocidade :-600.m/s)} Distancia PANGADA Um aparelho chamado geofone capaz de captar as vibragies 6 instalado em um ponto fixo e o emissor do som a distancias crescentes. Ht © geofone regula o tempo percorrido entre a emissio © a recepgaéo do sinal dado pelo equipamento. O primeiro sinal re- i cebido da automaticamente 0 tempo minimo do percurso, 0 ca- minho mais direto. Sobre um gréfico, temos a distancia na horizontal e o tempo ha vertical. Em principio, devemos, obter um conjunto de retas que se cortam em pontos determinados e um calculo permite conhecer a espessura das camadas e a sua natureza a partir tH da velocidade do som. ) Na realidade, as coisas no so sempre téo simples, as ca- madas nao sao forcosamente paralelas e uniformes, mas os en- f genheiros qualificados sabem dar uma interpretacao bastante {| exata da natureza dos subsolos E também possivel conjugar estes ensaios com medidas de qT cH resisténcia elétrica do solo entre os pontos superficiais de > It rT distancia crescente que podem fornecer dados para camadas eee biel cada vez mais profundas. Um outro processo de reconhecimento é © ensaio com penetrador. Quando se quer colocar uma barra no solo, é mais dificil fazé-lo quando o solo é mais duro ¢ tam- bém é mais dificil quanto mais profunda- mente estamos penetrando a barra A sondagem feita pela barra de maneira aperfeicoada € realizada por aparelhos cha- mados PENETROMETROS. Para comecar, te mos que saber que a resisténcia que se opde & penetracdo se compée de uma re- sisténcia do solo na ponta e de um atrito lateral Nos aparelhos de sondagem é¢ indispen- sdvel separar as duas grandezas, onde a mais importante é, &s vezes, a resisténcia de ponta. Para este efeito os penetrometros sao formados de um tubo de sondagem no cen- tro do qual uma barra independente é colo- cada solidéria com a ponta cénica, Um meio econdmico para obter uma forca ele- vada consiste em empregar uma pancada O cabo esté agora munido de um cabegote sobre 0 qual deixamos cair um peso. Um prego penetra mais facilmente na madeira que no concreto Resistencia da ponta Mede-se entéo o valor da_penetragao sob um numero de batidas determinadas Se encontra uma camada mais dura, a pe- netracao diminui. 4s A interpretagio des- te ensaio ¢ dificil por- que, 0 correlaciona- mento da carga dina- mica do ensaio com a carga estética das fun- dagdes sé pode ser feito empiricamente © baseado ne experién- cia acumulada de ou- tros trabalhos neste mesmo solo: No penetrémetro estético, mente pelos "macacos”, de maneira que a deformacao seja a mesma, medindo-se ao mes- MACACOS TUBO DE ATRITO LATERAL EIXO (forca em ponta) © eixo solidério da ponta ¢ 0 tubo so carregados separada- lateral e a carga em ponta, em funcdo da profundidade de penetragao. 0 60 100 150 200 250 300 | Pa i ee Argila || ee Ae SAN forst et poh | 4 i d a 7 = - , Attito af tN Need | a oe fgila) 0 Lo 2 e2ee2e © Atrito lateral Mas este processo necessita de forgas importantes para as- segurar a reacéo. Em geral, emprega-se um caminhao muito ‘carregado e no caso de seu peso ainda nao corresponder a re- ‘ago, ancora-se este dispositive lateralmente no solo, com aju- da de estacas vista ou sistema similares. O diagrama ao lado, mostra 0 resultado de um tal ensaio. Trata-se de um cabo de 15 cm quadrados de secgao. Vé-se que a passagem da primeira camada de argila para a de pedregulho corresponde a um aumento de resisténcia da ponta, que diminui logo que penetra numa camada de araila, tornando-se mais ou menos constante. O atrito lateral torna-se mais ou menos cons- tante na camada de pedregulho e aumenta proporcionalmente apés a penetracao na camada de argila. Pode-se, desta manei- ra, conhecer bem a fundagao e dos valores encontrados obter, pelo calculo a carga suportada por uma estaca ou tubuléo. Em primeiro lugar, deve- Pode-se, em seguida as- se fazer uma ou varias son- segurarse da constancia dagens @ profundidade su- das camadas ou descobrir ficiente (por exemplo 30 m) acidentes, mudangas de constatar a presenga de perfil através de reconhe- gua, fazer 0 corte geolégi- cimento sismico ou elétri- co, tirar amostras e leva- co. las ao laboratério para en- saio. De qualquer forma é sempre indispensé- vel recorrer-se a especialistas no assunto, porque a improvisacao é perigosa, e 0 sub- solo se apresenta como uma incégnita, que cumpre desvendé-la. Com todos estes meios, 0 que é preciso fazer quando se de- seja reconhecer um solo ? Pergunta a si mesmo Ponte PewLiena E util, particularmente, para o caso das fundagées sobre estacas, fazer-se um ensaio de penetragéo. A verdade esté debaixo da terra, € ne- cessario fazé-la sair do poco a Em Engenharia, ha duas coisas importantes a conhecer = a CALCULO DAS) _ FUNDACOES Neste livro, ndo é possivel tratar profundamente, do célculo de fundagdes. Gostaria apenas de suge- rir algumas idéias sobre as previsdes possiveis do comportamento dos solos carregados, pois CALGU- LAR E PREVER. A deformacao ea ruptura E preciso que a deformacéo seja aceltavel e que fa ruptura néo so produza sob as cargas e sobrecar- gas provéveis de servico. Para avaliar.o recalque, calculam-se por formulas classicas {formulas de Boussinesq) as pressdes que 0 subsolo suporta:‘nos entes niveis sob a carga. As linhas de igual pressao vertical (1 kg/cm2, 3/4 kg/cm2 etc.) for- mam bulbos e assim pode-se saber em cada ponto da camada qual é 2 pressdo suportada Se 0 solo fosse constituide de um corpo eléstico, poder-se-ia, obtendo o total das deformagoes de ca: da camada, sob sua propria elasticidade, determinar © recalque imediata e definitivamente alcangado. De fato, 0 solo, é constituido por camadas lentamen- te compressiveis que se consolidam pela evacua- ao da Agua, como mostram os ensaios no odémetro {ver pag. 31) e pode-se, levando em conta estas pro- priedades e suas medidas sobre as amostras, obter Uma boa estimativa da velocidade do recalque e de seu limite. ‘Antes de falar sobre ruptura das fundages é° necessério dizer algumas palavras acerca do em- puxo ativo e empuxo passivo. Considere-se uma parede vertical atras da qual se acha um monte de areia. Se 0 talude natural do monte estiver abs xo do nivel do pé da parede, esta nao sera pres- sionada pela areia, bem entendido. Mas se nds enchermos 0 vazio ABC com uma quantidade de areia suplementar, a parede tende a se deslocer. A forca necessaria para manter a parede na posi- ‘cdo vertical, é 0 EMPUXO ATIVO (sobre um muro de arrimo por exemplo). Este empuxo aumenta quando 0 solo esta sobrecarregado. Seu calculo leva em conta o coeficiente de atrito e a coesdo (ver pag. 27) que diminui em geral, quando 0 solo esta inundado, Neste caso deve-se somar ao em puxo da terra a pressao exercida pela agua, que agira por sua propria conta, é 0 empuxo hidrosté- tico. E por isso que nos muros de arrimo, é indis- pensdvel colocar-se os buracos (barbacas) para evitar a pressao da dgua que pode se acumular nas terras. Se 0 muro cair, as terras escorregam e Se deslocam, seguindo uma superficie AG chamada superficie de escorregamento. A parte mével do macigo € limitada pela curva AG. Se entretanto for empurrado o muro, constata-se que é necessa- rio aplicar uma forga bem mais elevada. Esta for- a é 0 EMPUXO PASSIVO que pode igualmente ser calculado a partir dos dados experimentais, quer dizer, do coeficiente de atrito e da coesao do solo Tmedidos sobre amostras. O movimento produzido pela superficie de deslizamen- to, devido 20 empuxo passivo, mobiliza um volume de solo muito maior que o de escorregamento, isto explica a maior grandeza da forca necesséria. O conheci- mento deste fendmeno é muito impor- tante, quando se utiliza o solo como apoio para forgas inclinadas ou horizon- tais como ancoragens, macicos de ponte ‘em arco etc. Quando se constréi sobre 0 so- lo uma sapata de fundagao, ela é mais ou menos profunda © sua execugdo mais ou menos rapida Se a carga que ela suporta é mui to elevada, o solo rompe. Ele nao rompe porém como um solido (como o concreta, por exemplo} mas escorrega sobre si mesmo: ha um recalque do solo nos lados, as superficies de escorregamen- to AG sio formadas e determinam as ondas de levantamento. As forgas que agem 20 longo de AO fazem com que o solo fuja, ten- dendo deslocar-se para o exterior. Este é um fendmeno de empuxo passivo. Tudo isto se pode calcular, quando se conhe- cem as propriedades do solo e quando se consta- ta que quanto mais a sapata se aprofunda, maior 6 a carga de ruptura, e maior o volume do solo AOG posto em movimento. Quando se caminha em uma praia, a areia com- primida pelo pé sobe de cada lado € 0 pé se afun- da, Mas 2 uma certa profundidade o pé para: a capacidade de carga aumentou como no caso de uma sapata colocada mais profundamente. Nés consideramos aqui um solo homogéneo para.sim- plificar as coisas. Na realidade, ele normalmente 6 formado por camadas de naturezas diferentes. Quando a resisténcia das camadas aumenta com a profundidade, vai tudo bem. Mas quando uma ca- mada mais resistente repousa sobre uma camada menos resistente, a coisa é diferente. Pode-se for- mar sob a sapata um puncionamento e a rolha de arela, por exemplo, penetra verticalmente na ar- gila, empurrande-a para os lados. No caso em que a camada inferior 6 constituida de vasa ou argila muito mole, pode-se evitar 0 puncionamento dan- do & sapata uma dimensao transversal, pelo me- nos igual a um quarto da espessura da camada superior. Se esta condigéo nao pode ser preenchi da 6 necessario entao atravessar esta camada mo- le e fazer a fundacéo descer até uma camada mais resistente. ‘Ga” Argila mole Falamos de supefficie de escorregamento. Vocés podem pensar que é uma invengao dos mateméticos. As fotografias ao lado vao Ihes mostrar que elas existem realmente. Sao su- perficies de uma “certa espessura,” mas bem Claras e perfeitamente desenhadas que cor- respondem a diregdes bem especiais. Nao € verdade que elas escorregam livremente como paredes lubrificadas. Com efeito, supor- tam em cada ponto uma pressao’ normal uma de cisalhamento, onde a relacao é deter- minada por uma curva de Mohr (pag. 40), li- mite das condicées de deslizamento. Superficies de escorrega mento no caso de funda Ges superficiais @ de es: tacas. Uma estaca 6 uma fundacéo profunda na qual a ponta 6 equivalente a uma sapate que resiste ao recalque e a esta resisténcia acres- centase o atrito lateral da estaca, como vi- mos com ajuda de penetrometro (pag. 45). Quando a ponta atinge a uma certa profundi- dade, 0 deslocamento para cima do solo ces- sa e/a estaca penetra comprimindo, na sua vizinhanga, as camadas profundas. Esta com- pressao pode provocar um esmagamento dos gros. A figura mostra a deformacdo que se produz, Em um solo homogéneo a resisténcia na ponta aumenta com a profundidade, depois fi- ca constante, enquanto que a resisténcia a atrito sobre o fuste aumenta constantemente com a profundidade. Ponte Pequena, para expor-lhe o essencial da ci ncia das funda¢des que recebe o nome também de MECANI- CA DOS SOLOS. Esta exposicao, podera Ihe parecer arida, por isso sinto-me aborrecido, pois a ciéncia, néo é uma lista de re- ceitas, 0 essencial é que tenha compreendido que esta ciéncia existe, e que ela se aperfeicoa tanto tedrica quanto experimen- talmente. Ela pode prestar-lhe grande servicos ¢ evi tar aborrecimento. Sempre que possivel, con- sulte especialistas e os laboratérios, e entao voeé ficara tranqiiilo. Se, além disso, desejar ir mais longe no conhecimento, aqui estao al- guns livros, que vocé poderd consultar. Devo adverti-lo de que vocé encontrar ein todos eles célculos matematicos mais avancados. — Caputo, H.P. — “Mecanica dos Solos _e sues Aplicecées’, Ao Livro Técnico — 1967 —Terzaghi, K; Peck R. — “Mecanica dos Solos na Prética da Engenharia” — Mello, V. — “Mecanica dos Solos, Fundagdes e Obras de Terra” — J. Verdeyen — “Mécanique des Sols et des Fondations”, Eyrolles — R. Peltier — “Manuel du Laboratoire Routier” Dunod, 1965, — A, Caquot et J. Kerisel — “Traité de Mécanique des Sols” Gauthier —Villars 1968 — 8. Golombeck — “Problemas de Fundagées’ S. Paulo Dispondo jé dos materiais necessérios A PEDRA A AREIA © CIMENTO E A AGUA Ponte Pequena quer construir em CONCRETO CONSTITUINTES DO CONCRETO AGREGADOS, também chamados AGLOMERADOS. OS AGREGADOS : areia e pedras nao devem conter impurezas t Dwae A argila e os materiais muito finos sao tolerdveis até 2 ou 3% do peso do agregado Determina-se a quantidade destes materiais finos por lavagem e decantagao. NA AREIA Apés 0 repouso de uma hora a camada que se deposita sobre @ areia no deve ultrapas- sar 1/14 da camada de areia. Se esta condicéo nao for preenchida a areia devera ser cuidadosamente lavada antes de ser usada. AS MATERIAS OR- GANICAS que enfra- e quecem a resisténcia nao devem ser admiti: das. Elas sé0 desco- bertas pelo ensaio de coloracao. Ensaio este, facil de ser feito no canteiro da obra. Colo- cam-se 200 g da areia que se quer examinar, 100 g de uma solugao de soda céustica a 3%. Agita-se bem. Apés 24 horas, o liquide deve estar som cor ou.apresentar, no maximo, uma cor marron: clara que se compara com a cor de uma solucao testemunha. Um processo de medir os materiais muito finos ¢ argi- losos, utilizado também em mecanica dos solos,é deno- minada EQUIVALENTE DE AREIA. Uma proveta cilindrica transparente contendo gradue- ges 100 mm e 380 mm da base, deve ser fechada por uma rolha de borracha. Nesta proveta introduz-se com ajuda de um tubo (dito lavador), uma solugdo lavante até a marca inferior. Esta solucao cantém 111 gramas de clo- reto de calcio, 480 gramas de glicerina e 12 gramas de formoldeido por 40 litros de agua. € facil preparar em uma farmacia sem receita médica. Introduzimos agora 120 gramas de areia a ser examl- nada. A proveta fechada é agitada 90 vezes no sentido horizontal e depois recolocada verticalmente. O tubo la- vador € colocado de novo e introduz-se, por ele, a solu- cao lavante, em seguida agite-se levemente, fazendo ro- dar 0 tubo entre os dedos, até que a solugao atinja a mar- ca superior. Retira-se o tubo (lentamente), mantendo-se © nivel da solugao. Deixa-se entdo a solugéo repousar durante 20 minutos exatos. Observa-se em cima da areia, um depdsito. O equivalente de areia (EA) é dado pela relagao h/hj. Para areia muito limpa encontra-se hz/hy =1 (nada de argila). Para argila, hy/h; = O. Para os concretos fracos deve-se admitir hz/h1 maior que 0,70 e para os concretos bem cuidados deve-se exigir hp/hj, maior que 0,75. Para 0 concreto excepcionalmente bons deve-se encontrar hp/ hy maior que 0,80. Esta operacdo que, aparentemente é de cozinha é na realidade muito precisa. Seu principio consiste em impedir que as particulas pequenas se de- positem muito rapidamente sob a influéncia da solugso formem uma geléia (uma espécie de molho em maione- se, que se deposita em cima da areia). 58 « B AGUA CLARA FLOCULAGAO. AREIA Na dosagem de areia, é necessdrio nao esquecer que existe um aumento de volume (inchamento) conside- ravel, quando ela esta umida, soba influéncia de forgas capilares bcs) 10 kg de areia fina seca — 6 lites ae Em 7 @ mesma quantidade a mais 200 g de égua 3 litros As AREIAS DO MAR podem o = ser utilizadas para concretos de | obras de pouca responsabilida- oa de, desde que elas nao conte- nham cascas de ostra e que es- tejam limpas. Eventualmente os sais que elas contém podem provocar eflorescéncias que nao indicam perigo. Enfim, néo se deve esquecer que a agao do sal marinho pode modificar o tempo de pega e a velocidade do endurecimento. Os AGREGADOS GRAUDOS devem ser provenientes de ro- chas inertes, sem atividades sobre o cimento, inalterdveis ao ar, & agua e a0 gelo. Deve-se proibir 0 uso dos calcdrios fra- cos, dos feldspatos © dos xis- tos. Os agregados nao devem ser muito porosos, e néo devem absorver mais de 10% de seu volume em agua. Deve-se evitar agregados com formas de placas ou pontiagudos. Nao se deve proibir 0 uso de calcérios duros. Sua aderéncia ao cimento € methor. Por outro ldo, sua porosidade faz com que oles con- server uma reserva de agua que contribui para a hidratagao do cimento, quando a secagem do concreto for muito répida. Cumpre lembrar que 0 concreto feito com tais agregados tem retragao maior. st \ FORMA DOS AGREGADOS tem uma im: orténcia muito grande no seu uso. Ela deve ar, em principio arredondada. As formas an- ulosas, as placas e as particulas pontiagu- as, 880 mais iceis de misturar e de adensar, Definimos agora 0 coeficiente volumétrico de um gréo como a relagao entre seu volume e o da esfera circunscrita com diémetro igual & sua maior dimenséo. Este coeficiente é muito pequeno para as placas e para os agregados pontiagudos Para caleular 0 coeficiente volumétrico médio de uma amostra de agregados, pegamos um certo numero de pedras, das quais medimos o volume v por des- locamento de liquidos e a maior dimensao com um paquimetro. Calculamos agora o volume das esferas correspondentes. O coeficiente volumétrico é 4 comparagéo entre o volume real de todos os graos e a soma dos volumes das esferas correspondentes. Este coeficiente deve ser superior a 0,15 para o pedre- gulho de 6 @ 25 mm,e superior @ 0,11 para as pedras britadas. Nao se deve esquecer que os agregados devem ser lava- dos e sem poeiras aderentes. eae ae oe A AGUA de mistura néo deve conter matérias organicas, matérias em suspensao além de 2 gramas por litro, impure- zas; em quantidade superior a 30 gramas por litro (na condi- cdo de que estas sejam compativeis com o cimento) e nao conter residuos industriais. A 4gua do mar néo é recomen- dada, mas pode servir quando néo houver outra dieponivel para 0 concretos de cimento Portland nao armado. * Cloretos 20g/1 sulfatos 109/l. NB — 1/74 art. 8.1.3 —N.T 8 CIMENTO © CIMENTO deve ser de qualidade conveniente aos trabalhos @ que se destina de acordo com a sua com- posigéo quimica e caracteristicas mecdnicas. O inicio de pega pode ser determinado por um aparelho chama- do de "Vicat”. Diz-se que 0 cimento esta com inicio de : pega quando a agulha devidamente calibrada e carre gada nao mais consegue penetrar até o fundo da pas- ta colocada no recipiente deste aparelho. Até que ha ja o inicio da pega, 0 que ocorre algumas horas apés a mistura do cimento com a gua, 0 concreto pode ser transportado e utilizado na obra. fim da pega 6 0 momento em que a agulha do apa- relho de “Vicat” nao mais penetra na pasta de cimen- to. € este 0 momento em que se inicia o endurecimen- to do concreto ou da pasta © tempo de pega varia inver- samente com a temperatura 16 ik << Na Franga a resistencia do cimento € determinada y por meio de ensaio de flexao de barras de 4x4x16cm, ensaios estes procedidos aos 7, 28 e eventualmente 90 dias. Por meio deste ensaio é determinada a resi téncia @ tragdo da argamassa padrao. Este ensaio ¢ 0 normalizado na Franca (AFNOR) de acordo com 0 método internacional do RILEM. Apés 0 ensaio de flexao os meios prismas sao submeti- dos & compresséo, sendo as forcas aplicadas através de ple- cas metalicas de 4 om de lado No Brasil, as normas prevé- em o ensaio normal de cimento em cilindros de 5 cm de diame tro por 10 om de altura, 8 Vejamos agora, algumas indicages sobre os ei- ferentes tipos de cimento e sues utilizacdes. NSTITUI IN : Compresséo: | Traedo por flexto” _ Designagéo ee T dias | 26 dias | 7 dias | 28 dias Obras de arte de conereto protendido. Trabalhos especials. abneh i ie = Préfabricacao CIMENTO na aS kg/em2 | Kg/em2 | Kg/oma | Ko/eme (Nao € fabricado no Brasil) CIMENTO DE pe ee 315 400 55 6s Kg/em2 | Kg/om2 | Kg/em2 | Kofem2 (AR. Classe 400 ‘Seu endurecimento rapido CIMENTO Portland Se (CP) Trabalhos de gical ia alta resis gonereto ames | RA Mencia m0 | a0 |) 90 $5 | 40 onde tenis BIT IL Tipo 320 | Kg/om2 | Ka/om2 | Kg/cm2 | Ke/om2 | téncias cleva- ry des $80 novos mo Se He 240 400 50 6 aT] * Tipo 400. kg/m? | kg/em? | kg/em? | kg/cm? GIMENTO Trabalhos PORTLAND comuns (cP) 150 250 35 50 | de concreto comum Kg/ema | Kg/cin2 | Ke/em2 | Kg/eme | armado Tipo 250 onde a texa de trabalho no & alta 1 Ver pag. 120 EB 1/73 CIMENTO PORTLAND, ‘COM. ESCORIAS (CPE) CIMENTO PORTLAND COM GINZAS (cec) CIMENTO PORTLAND ‘COM POZOLANA (cP) GIMENTO PORTLAND, DE ESCORIA E DE GINZA. (cPEC) ‘A quentidade de escoria é de 10% a 20%. Ele tem o mesmo tiso que 0 CP comum, mas deve-se tomar cuidado com a seca: ‘gem multo raplda e protegélo contra a acao do vento ¢ do sol No Brasil grande parte do cimento Portland comum contem ceroa de 8.4 12% do escoria de alto forno, continuendo porém a cha: ‘mar-se Portland comum/(N.T7) Mesmas utilizacbes que o _ precedente. Mesma sensibilidade a secagem: Ele con- tém de 10% a 20% de cinzas ou de pozole- na, Deve ser tomado cuidado com a eva poracdo rapida da dqua CIMENTO PORTLAND DE ) ‘ALTO FORNO (CPF) EB 208/74 Fxistem dois tips deste _cimen to: 0 250 e 0 320. Seu contetido de escéria veria de 25 a 65%. Sao Indicados para a execucao de funda g6e8. 0. endurecimento destes. ok mentos § lento muito. sensivel 20 rio. Bee cimento | Soe METALURGICO de MISTO | clinker (CMM) de ES tnd sé 05% de, pes ES: onmuanp oF | 225 ALTO FORNO | °"G6 (CPA) © | patns cimento ve | 20% <° Ereincon | ABCD +2+¢+2+0 Quando existir armaduras com vérios diéme- tros, 0 raio médio em um certo volume é a relagao entre este volume e 0 desenvolvimento S de to- das as superficies de armaduras e de paredes. Consideramos 0 diémetro D do maior agregado da mis- tura como a dimensdo da malha da peneira suficiente- mente grande para deixar passar o agregado. Na figura ) esquemitica da pagina 56 ele esta entre 50 ¢ 100 mme ) deve ser ajustado por uma peneira intermedidria. © maior didmetro D do agregado é agora escolhido de tal modo que ele seja levemente menor do que Ra fim que as pedras possam passar entre as armaduras. Enfim o concreto deve ser trabalhavel, quer dizer ; homogéneo & transportével_ sem facil de ser colocado facil de misturar segregagao wna forma Estudaremos a trabalhabilidade adiante. >rincipio da sintese granulométrica consiste em adotar uma omey, Fuller, Faury, € em procurar a proporcao dos diferentes curva de referéncia : elementos analisados, usive cimento, no qual a soma das granulometrias se aproxime o mais possivel desta . curva. Damos aqui um exemplo. OPPO O SS + os . Ps = +, aA ae Ay > oe Re a PEDREGULHO| i be CONCRETO RESULTANTL Peneiras 0,075 0,15 03. 4.040 kg/m* 49% 750 kg/m® 35% 350 kg/m? 16% 38 50mm ) d zi > A escolha da granulometria de um concreto depende dos agregados dis- poniveis no canteiro de obra, Ela pode ser CONTINUA. . @& still, areia pedrisco pedra mitida pedra gratida ou DESCONTINUA quan- do faltam um ou varios intermediérios. areia pedrisco pedra gratda A granulometria continua se empre- ga de preferéncia com os agregados dos rios de forma arredondada e pe- dras britadas de boa forma. A granulometria descontinua 6 em- pregada em casos especiais quando 0 fator economia e resisténcias altas so preponderantes, Adapta-se melhor aos agregados irregulares. Método pratico para dosar pelo sistema de minima areia é 0 de Preparar uma argamassa conten- do a rélagdo agua-cimento que se deseja, fungao da resisténcia re- querida, e a areia suficiente para se obter a plasticidade necessé- ria. Coloca-se esta argamassa, as- sim preparada, em um recipiente © este sobre a mesa vibratéria Durante a vibracdo, colocam-se pedras graddas enquanto caibam na argamassa. Medem-se entao as Proporgées. Esta é a composigao granulométrica de Vallette, geral- mente, chamada descontinua. MISTURA, A= im A matéria 6 HOMOGENEA se todas as misturas tem a mesma composigao A primeira operagao para 0 uso do concreto na obra 6 a mistura dos materiais primérios destina- dos a fazer uma matéria homogé- nea. Se um concreto no é homogé- neo perde: sua resisténcia. A mistura do concreto se faz por deslocamento dos constituintes em uma maquina chamada betoneira. As melhores betoneiras séo as MISTURA- DORAS DE EIXO VERTICAL. A velocidade de rotagao N deve ser pequena para evitar © efeito da forca centrifuga. Se D é 0 did- metro da cuba em metre DN? = 200 a 250 15 ou seja N = d D As betoneiras de EIXO HORIZONTAL sao também boas. A velocidade de rotacao N deve ser tal que D sendo o diametro : DN® = 350 a 450 ou seja N = 20 D As betoneiras de EIXO INCLINADO sao as menos indicadas e a inclinagao nao de: 2 ve ultrapassar os 20°. A velocidade de ro- 20 taco deve ser tal que D sendo o diametro : DN? = 350 a 450 ou seja N = 20 N.T. So as menos indicadas em virtude de a mistura que fazem ser pouco homogénea e demorada. n Em uma betoneira a introdugao dos agregados deve ser feita em ordemcle- terminada : 12 uma parte dos 22 0 cimento, 0 res- 3° os agregi dos agregados gratidos tante de agua, a gratdos na adem uma parte de agua, areia e fazer girar a crescente de dé&ame- depois fazer rodar betoneira... tro. para lavé-la da mis- tura anterior. Apés a 1. operagao de 7 limpeza com os agregados agregados gratidos . gratidos e agua, os outros cimento . constituintes devem vir 4 b: areia .... nesta ordem, na cacamba, fia an Pree quando a betoneira 6 provi- pedresmiide i) wosmea! idacdercarreuader agregedos graiidos ........... eas A duragao da mistura no deve ser muito curta nem muito longa. Para uma _betonel- ra funcionando em — boas condicoes © leant para um concreto a pléstico, 0 tempo Ps | minimo ‘apés o car- regamento : : 8 voltas Quando a dimenséo das cubas umenta, 0 tempo de mistura ou o ntimero de voltas cresce com a raiz quadrada do diametro A duracéo exagerada da mistura é inconveniente ao concreto, porque pode provocar a saida das agregados gratidos, em particular para a betoneira inclinada. Para agregados fracos pode ocorrer um desgaste, produzindo muito material fino (néo é 0 caso comum no Brasil). izamos com freqiiéncia o concreto pre- parado antes em uma usina central, e depois transportado em uma betoneira colocada sohre um caminhao. O tempo de transporte deve ser bem curto, para que o lancamento seja feito an- ‘tes do inicio da pega. As normas recomendam tempo inferior a 2 horas. TRANSPORTE Depois de misturado, 0 concreto € colo- cado sobre um local ou dentro de um car- rinho transportador. Na hora do lancamen- to 0s egregados maiores tém a tendéncia de rolar para a borda. Este acidente, que destréi a homogeneidade, € mais comum quando a dosagem for feita com uma gra- nulometria descontinua ou um concreto po bre em cimento, ou ainda um concreto mui to seco e fraco. Para evitar esse inconveniente devemos empregar concretos onde os agregados gratidos ficam mergulhados na argamassa. Durante o transporte no carrinho, o concreto é sacudido e sub- lo a vibragées diversas. As pedras maiores descem enquanto a argamassa sobe. A isso chamamos SEGREGAGAO PELO TRANSPORTE. Nao colocar muita agua pois se transforma em sopa. —m um concreto bem estudado esta segregacéo no se produz. Evitaremos 0 risco de um concreto que venha a ser heterogéneo da seguinte maneira : Evitando uma mistura 3? muito soca e quebradi- oa. Veremos na quarta parte deste capitulo, como podemos de- terminar experimentalmente, estas qualidades. Fazendo uma 2° compacta e bem rodea- da de cimento. ura O concreto estudado para uma boa coloca- a0, deve encher perfeitamente a forma e pe- netrar bem na armadura. A granulometria deve ser tal que os agre- gados gratidos nao corram o risco de ficarem presos contra a armagao e venham a produ- zir vazios. Vimos este fendmeno em mecénica dos solos (pag. 35). O conoreto fresco é uma es- pécie de sul ui poucy especial, poréin suas propriedades sao analogas. As ferragens da armagao tem que ser bem protegidas da atmosfera, porque o contato com 0 exterior pode provocar a corrosio do ago. E necessario ainda que 0 trabalho de en- chimento e colocagao seja perfeito e facil, com 0 equipamento apropriado. Assim sendo podemos dizer que 0 concreto é trabelhavel ea qualidade correspondente chama-se TRA- BALHABILIDADE. TRABALHABILIDADE A colocagao do concreto tem lugar por des- locamento sobre si mesmo. O operdrio que enche as formas agita-o com um instrumento que faz com que os agregados se desloquem rolando uns sobre os outros. A dificuldade para colocé-lo na forma é tan- to maior quanto maior for 0 atrito do conore- to sobre ele mesmo. O que podemos medir pelo corte ou cisalhamento do conereto. ngulo de Ne natural ou lo de atrito © Angulo de atrito ou o de talude natural, € 0 Angulo formado por um monte de concre- to fresco em equilibrio. © concreto fresco possui igualmente uma coesaéo ou resisténcia interna que o mantém sobre ele mesmo. £ 0 que 0 permite ficar ver- tical apés a desforma (até uma certa altura). Para moldar o con- creto temos que vencer 0 atrito inter- | no € a coesao : TRABALHO = COESAO + ATRITO Para medir a trabalhabilidade do concreto dispomos de diversos mé- todos : O primeiro, chamado de “ cone de Abrams”, consiste em fazer como a crianga que molda a areia em um balde, sobre uma , base plana e em medir o abatimento depois da desforma. Dazem 3a4em Sa7om Batsem mals de 150m juitoFirme Firme’ Plastico Mole: Muito Mole concreto vibrado obras macigas concreto armiado Lages, Placas cu liquide © nnvimera de centimetros do recalque, chamado abatimento, mede a plasticidade da mistura. Este ensaio é simples @ permite verificar a regularidade da quanti- dade de agua adicionada ao concreto, bem como a quantidade de agre- gado miudo ou areia, adicionada. Mas nao permite controlar a cons- tancia da dosagem. ™ ESPALHAMENTO => © método, chamado mesa de batidas ou golpes, omsiste em desmoldar uma porgao cénica de concreto sole uma mesa e em seguida dar a esta mesa 15 elevagdes sequidas de quedas de 1,25 cm em 15 segundos. Mede-se entao o espalhamento é© con- creto pelo seu aumento de diametro médio de base, comparando-o cam o diémetro ini- Concrete destinado @ ser vibacto Concreto forte para ob culdadosamente’ acamads re dss. Concreto pléstico, pera obras macigas fem conerefo armada ‘concreto mado de ads. 10 Fea! ‘sem utilidade, mingau” para gitos. EXISTEM OUTROS METODOS DE MEDIDA DA TRABALHABILIDADE : Podemos medir diretamente o atrito interno gragas a uma pega mergulhada no concreto. Determinamos entao 0 esforgo necessério para fazé-la girar. Consta- tamos que este ensaio é sensivel & variagao da granu- lometria mas menos sensivel & quantidade da agua. Podemos medir em uma vasilha a profundidade da entrada de uma meia esfera pesada que dé uma rela- (0 com 0 atrito interno. (Ensaio com a bola de Kelly). Podemos ainda medir 0 namero de golpes ou o tem- po de vibracao necessério para que um cone de con- oreto da dimensao do cone de Abrams encha comple- tamente uma vasilha cilindrica que 0 contém (ensaio sueco VB) Podemos enfim medir o tempo de vibragéo necessé- rio para que o concreto situado em uma caixa A se po- nha na caixa B logo que tiramos a tampa que fecha a parte inferior de A. No Brasil utiliza-se normalmente, em obras, 0 cone de Abrams e em laboratério 0 ensaio VB além de outros (N.T.) 8 Nao se pode jamais esquecer este principio no estudo de um concreto : Procurar a mistura que pos- sui a maior trabalhabilidade, © mais fraco atrito interno com quantidade minima de agua... Ai esté todo 0 problema wv’ porque é preferivel mais esforco do que mais agua Certos concretos com pouca Agua, ou secos, ndo podem ser postos nas formas e adensadas manualmente. Por isto foi preciso descobrir artificios, dos quais 0 mais usado é a VIBRAGAO. ADENSAMENTO POR VIBRACAO Para compreender seu mecanismo fagamos a seguinte experiéncia : Coloquemos um cubo de pedra sobre uma prancha inclinada Para fazé-la deslizar temos que : — Empurré-la com um estorgo F —Aumentar 0 declive de modo que 0 angulo que a prancha faz com a horizontal seja supe- rior ao Angulo de atrito da pedra sobre a madeira. Z Mas se fizermos a prancha vibrar, empregan- do alguns golpes com um martelo, ou melhor, amarrando um vibrador, 0 cubo de pedra escor- rega mesmo com uma pequena inclinacao da prancha. “A VIBRAGAO ANULA O ATRITO” | Isto € resultante do efeito das vibracées pois a vibracdo faz com que a pedra seja lancada pa- ra cima, durante intervalos muito curtos de tem- ' po, durante os quais ela nao esta em contato : com a prancha. 1 ) Ela 6 livre, e seu prdprio peso a faz descer de acordo com a forga da gravidade, e se move, gracas a uma série de pequenos saltos, igual a ) uma ra em diregao & borda do charco. 6 Mas se colocarmos sobre a prancha cubos cada vez mais pesados, de madei- ra, depois de pedra, depois de ferro, de- pois de chumbo, veremos que os cubos mais leves deslizam enquanto que os mais pesados ficam no lugar. Medimos, sempre.com 0 mesmo vibra- dor, 0 esforgo F que tem que ser exerci- do para fazer deslizar 0 cubo sobre uma prancha horizontal e chamamos P a pres: so do cubo sobre a madeira. Veremos que esta forga é no comeco nula para as pequenas pressGes, em se- guida,a partir deum certo valor Po dapres- so, ela cresce como se 0 atrito se pro- duzisse sob a pressao normal P aliviada de Po. Tudo se passa como se o cubo pesado fosse efetivamente diminuido de uma. forga correspondente a esta pressao Po. 0 efeito do vibrador é equivalente a um levantamento, ou seja a uma diminul. ao das forcas de contacto, que sa0 gra- vitacionais, esta forca de separacao é chamada “expanséo” porque ela tende separar as superficies de contacto. Para permitir 0 movimento sem atrito, 6 necessério agir com uma energia vibra: toria tal que a “expansao” seja superior a PRESSAO No GONGRETO a vibragao produz efeitos analogos. A multiplicidade das superficies de contacto, entre os agregados, desenvol- ve esforcos de atrito dos quais a resul- tante 6 Um coeficiente global de atrito interno. A vibrag 30 tem por efeito, reduzir ou anular o atrito interno, Os graos entram em vibracgao e se cho- cam uns contra os outros ¢ o resultado destes choques multiplos é uma pressio. Um grande nimero de bolas langadas continuamente sobre um obstaculo faz pressdo sobre este obstaculo, Esta pressio devida aos choques e saltos, é a “expansao” que age em todas as _diregdes ao mesmo tempo. Ela se opde a pressao exterior, peso proprio e aderéncia, para manter os gros separe- dos durante pequenos intervalos de tem- po. Quando estéo separados eles podem virar, se deslocar € se assentar. Mas para que a vibracéo faga seu efei- to, para que ela anule o atrito interno, tem que exercer uma energia vibratéria tal que a “expanséo" seja superior a Pressio : 0 concreto sem atrito 6 agora idéntico a um liquido que enche os mol- des e formas espontaneamente. n OS VIBRADORES ‘empregados para 9 c@Acreto sio baseados em diferentes principios a ELS A. Os vibradores de forga cen- trifuga empregam uma peca circular munida de massa ex- céntrica que produz uma for- ga dirigida sucessiva ¢ alter- nadamente em todas as dire- goes do plano da pega circu- lar. Ha vibradores deste géne- ro, onde duas pegas so aco- pladas e giram no sentido in- verso. Os efeitos transver- sais da forga centrifuga se compensam e resta uma vi- bragdo unidirecional maior. Para obter velocidades de rotagdo mais elevadas,pode- mos utilizar 0 movimento epi- cicloidal onde a pega com a massa excéntrica girano in- terior de um anel ou de um tubo que Ihe serve de supor- te. Nestes aparelhos rotativos o principi motor pode ser a eletricidad ou uma turbina de ar comprimido. Podemos ainda utilizar os vibrado- res de ar comprimido funcionando so- bre o principio da gaveta e os vibrado- res eletromagnéticos onde wm péso de ago é posto em vibragao por um campo magnético alternado A vibragao pode ser feita sobre mesa vibraté- ria : 0 vibrador € fixado a uma mesa suportada por molas. A forma a ser chela é fixada sobre a mesa. No canteiro de obra podemos fixar o vibrador nas formas, que passam a funcionar como mem- brana vibratoria. A vibragao interna consiste em introduzir uma agulha vibradora dentro do con- creto. As caracteristicas principais de um vi- brador sao : ju seja, nimero de Sua POTENCIA, energia aplicada nas formas da um ren inferior & vibragao interna, mas a i terna exige um cuidado maior para assegurar um adensamento uniforme. A agulha tem que ser retirada, e muito lentamente para nao pro- vocar buracos e vazios. A FREQUENCIA de vibracao, ou nimero de vibragdes por minuto varia conforme o tipo de vibrador (entre 1.500 © 20.000) e tem uma importancia preponderante na vibragao. Cada grio do agregado na massa que o envolve, oscila co- mo um péndulo que’ bate com uma certa cadéncia. Dizemos que ele possui uma freqiiéncia Oo )))) de vibragdes que Ihe é prépria. Os graos gratidos se movem lentamente, como um elefante que se balanga, tem uma freqliéncia propria muito baixa. Os graos mé- dios séo mais répidos para se movimenter : 6 como uma crianga que pula corda. , Os gréos pequenos tém uma fre- qliéncia propria muito elevada. Eles so répidos como uma pulga. Se colocarmos ao mesmo tempo to- dos os graos do concreto sobre uma mesa vibratéria (0 elefante, a crianga © a pulga), e se os submetermos a uma freqiiéncia muito baixa, o elefante dan- gard. A crianga e a pulga ficarao cola- das 4 mesa. Se a freqiiéncia é elevada, © elefante € a crianga ficardo iméveis, somente suas pernas e patas se move- réo enquanto a pulga saltara. E necessério escolher a freqdéncia de vibracdo de acordo com as dimensdes dos gréos que queremos fazer vibrar, isto é, em fungéo da granulometria do concreto. a0 As baixas freqiiéncias (1.500) pdem em movimento os agregados gratdos. As freqiéncias médias (3.000 a 6.000) fazem vibrar os agregados médios, as altas freqdéncias (12.000 a 20.000) fazem vibrar a areia e o cimento. A vibragdo em baixa freqiéncia necesita de muita energia porque ela deve por em mo- vimento os agregados gratidos, a massa mais importante. © vibrador de alta freqiiéncia nao pde em movimento mais do que a argamassa de mas- sa menor, sendo portanto 0 processo mais ‘econdmico. Esta pasta ficando liquefeita tem a finali- dade de lubrificar os agregados que escorre- gam facilmente, como se a pasta tivesse sido trocada por 6leo. Por outro lado, a argamassa também é adensada pela vibracao. Concluséo: Devemos empregar de preferéncia a mais alta frequé cia disponivel. © RAIO DE AGAO de um vibrador é a distancia dentro da qual ele consegue produzir o estado liquido necessério para a colocacao e adensamento. Para determinar o ré de acéo de um vibrador é suficiente colocar concreto em uma forma de determinadas dimensées € mergulhar 0 vibrador no centro, Tomamos uma barra de ago de 20mm de diametro e de 1m de comprimento e colocamos so- bre o concreto em diferentes distncias do vibrador. Longe dele, a barra nao penetra ou entdo penetra com dificuldade, Quando a aproximam do vibrador, ela penetra mais facilmente. Bem perto do vibrador ela chega até o fundo da forma. © aio de ago do vibrador 6 determinado pela distancia do vibrador, onde a barra de 1m de comprimento e 20 mm de dia- metro penetra totalmente em um concreto dentro de um recipi- ente com mais de 40 cm de fundo em um minuto. rao de ago Se, para uma agulha de vibrador interno acta- mos um raio de agao de 0.20m isto quer dizer que para vibrar comple- tamente 0 concreto, de- vemos colocar sucess i- vamente a agulha cada 30cm, de maneira que todo 0 volume seja cle- tivamenté vibrado. A ds- tancia de colocagao de- ve ser 1 vez e meia ado raio de acao. Se para uma agulha, achamos um raio de ago de 0,30 m, isto quer dizer que para vibrar completamente 0 concreto, devemos colocé-la a cada 45 cm. ‘WARAAL > AW 3A AALS a © raio de agao. aumenta com a poténcia do vibrador (proporcionalmente a raiz quadrada). Uin vibrador com uma poténcia 4 vezes maior, dé um ralo de acdo que € 0 dobro para a mesma freqiiéncia A vibrago.néo produz somente a liquefagao do concreto, facili- tando a colocagéo no lugar, mas ainda 0 adensamento. Este tem lugar pelo aumento da compacida- de e com a seida do ar. O adensamento é favorecido pe- la pressdo e portanto é melhor no fundo do que na superficie. Se fi- zermos agir uma pressao exterior para aumentar o adensamento, es- ta no deve ultrapassar uma cer- ta pressao Po, acima da qual, os grdos se juntam. Esta presséo Po 6 0 valor da “expanséo” A velocidade de adensamento é maxima para uma pressio igual 4 metade da “expanséo". Na pratica ela ndo ultrapassa 200 gramas por cm2. Isto corresponde a uma altura maxima de con- creto de 1m do fundo da forma. O concreto, durante a vibragdo, esta praticamente liquefeito e seus gréos maiores tem a€en- déncia de descer por forga da gravidade. HA SEGREGACAO A vibragéo dé agora um concre- to estratificado, onde as pedras maiores ficam no fundo e a pasta na supe! Isto acontece quando o con- creto 6 muito imido e a agua esté dosada em excesso. Nos casos em que ha pouca pasta, fendmeno inverso pode acontecer. A arga- massa vai para o fundo da arma- (fo e 0s vazios se formam em ci- ma, por falta de argamassa para envolver as pedras. Portanto temos que dosar cuide- dosamente, a relagdo argamas- sa/agregado gratido, para que no conoreto compactado todos os va- zios sejam ocupados. © ESTUDO GRANULOMETRICO DO CONGRETO DEVE SER FEITO LEVANDO EM CONTA A VIBRAGAO No caso de um concreto bem executado o en- chimento © adensamento podem ser considere- dos como concluidos logo que a nata de cimen- to aparece em cima como uma firia camada de creme e cessa 0 aparecimento de bolhas de ar na superficie. Conclusio: A vibragio é um processo aperfeigoado de colocagéo e adensamento do concre- to, permitindo diminuir a quantidade de dgua de amassamento e conseqilentemente € um pro- > cesso de aumentar a resisténcia do concreto. Mas € necessério um estudo aprofundado do concreto para evitar a segregacao. Ela pede « obrigatoriamente um tratamento completo de P todo o volume porque uma parte de concreto nao vibrada ou mal vibrada representa um pon- to fraco e perigoso para 0 conjunto da constru- ao. 5ECAGEM RETIRADA DE EXCESSO DE AGUA) Tem como objetivo retirar do concreto, a quanti dade de égua que foi colocada a mais, afim de fact litar seu lancamento. iad SECAGEM nesisttNcia MI A diminuigéo da quantidade de agua eumenta a . resisténcia do concreto. eS retirar a Agua colocada em excesso no conereto, pode-se operar por centrifugacao., Aforca centrifuga empurra as pedras em direcdo ao exterior € a agua, mais leve, vem ao centro, de onde pode-se elimi- néla. A centrifugacao é empre- gada na construcéo de postes elétricos, tubos e estacas de se- 980 circular. at comprinido Um molde (bolsa) de borracha pressiona o conereto, de onde a Agua é tirada através de um filtro. Este pro- cesso foi empregado tela filtro: por FREYSSINET. E de- licado © necesita do emprego de vibracdo durante a operagao. ‘CONCAETO: Outro processo muito empregado & A SECAGEM PELO VACUO Consiste em colocar vento- sas sobre o concreto a fim de sugar a agua em excesso. A ventosa é constituida por um sino metélico fechado por um filtro fino em metal e uma tela. E aplicada na superficie do concreto a ser tratado. Dentro do sino, aspira-se, com uma bomba, 0 ar para produzir 0 vacuo. A égua do concreto € aspirada junto e val para um reservat6rio. Este processo leva o nome de CONCRETO A VACUO Aspiragao Reservatério Bomba a vécuo © vacuo tem a agdo de as- pirar a agua e também de adensar a mistura. Este tratamento compacta os agregados, aproximando seus graos 0 Atmosfera 1 Atmosfera A retirada da gua pelo vacuo se faz lentamente através do concreto. Ela sai a uma velocidade de 1 a 2cm por minuto, segundo a qualidade do concreto. Quando a frente do vécuo encontra uma superficie de concreto, a operagéo cessa, e 0 concreto perle mais agua. Quando ela encontra uma superficie impermedvel, a secagern prossegue, mas muito mais lentamente. Para aplicarmos este processo, a forma tem que ser impermeavel. © tempo médio necessério para secar uma espessura h de concreto, em cm 6: hx 1.5 (minutos). A quantidade de agua re- tirada do concreto raramente ultrapassa 50% da agua existente na mistura Apés 0 tempo de operagao do processo, a agua restante se reparte uniformemente no volume total do concreto por capila- ridade. As forcas de capilaridade provocadas pelos filmes de Agua, dao ao concreto uma aderén: imediata. A aderéncia e 0 adensamen- to devidos & secagem pelo va- cuo, conferem ao concreto fres- co uma resisténcia de 0,5 a 1 kg/cm2 0 que permite tirar as formas imediatamente. E possivel andar sobre a superficie do concreto sem deixar marcas. Nas pecas pré- fabricadas isto permite a reutili- zacao imediata das formas. © endurecimento de um concreto tratado a vacuo € mais pido e tende a ter uma resisténcia maior. Is- to permite uma economia de cimento que vai de 50 a 100 kg por metro cibico: RESISTENCIA 1dia 3 dias 30dias 90. dias Contendo menos agua, e menos cimento, o con: creto fica com uma aparéncia mais fraca, porém sua resisténcia é maior. Mas um concreto destinado a este tratamento de- ve ser objeto de estudo. tanto sobre a granulome- tria, quanto sobre a quantidade de agua. Ele deve, no estado fresco, ser impermeavel ao ar, ndo se de- ve fazer 0 vacuo atras de tela permedvel. ca O CONCRETO INJETADO € constituido de agregados gratidos colocados inicialmente nas formas e em seguida, os vazios dos agregados sao preenchidos com uma argamassa criteriosamente dosada Para fazer penetrar esta argamassa, pode-se vibrar a mas- sa dos agregados ou utilizar o vibrador que é um tubo de inje- 40, formando agulha vibrante A argamassa penetra facilmente em toda a zona de agao do vibrador. Pode-se desta maneira empregar argamassas relativamen- te secas que so liquidificadas pela vibracao ¢ obter resistén- cias mecanicas considerdveis. Pode-se ainda obter uma argamassa fluida por ativagéo ou fluidificagao. A fluidificacéo ou ativagéo podem-se fazer por via quimica ou mecénica. wo A argamassa tratada por estes processos tem eniéio o nome de argamassa ativada. © seu mecanismo é 0 seguinte : apés a molhagem as particulas de cimento se juntam umas com as outras para formar flocos. Dizemos que 0 cimento flocula, A floculagao forma um esqueleto rigido, um espaco ba- nhado de agua que prende os grdos de areia e se opdem a segregacao. A floculagéo aumenta o atrito interno do concreto que fica menos .trabalhavel, menos liquido, e por outro lado, menos segregavel. Para bombear, transportar sob pressao e injetar uma ar- gamassa, é necessério diminuir sua rigidez e seu angulo de atrito, que se opdem a sua passagem entre os agregados. Podem-se agir pela floculagao afim de obter estes resulta- dos. Chega-se a resultados semelhantes por via quimica utilizando destloculantes. Quando é necessario tazer opo- ico a segregacao, juntamos pds muito finos (mais finos que o cimento). Aumentamos a trabalhabilidade por efeito de um pé especial (aluminio) que produz pequenas bolhas de gas e faz inchar ligeiramente a mistura. ) ) ) Podem-se ainda impedir a floculagéo POR VIA MECANICA agitando @ pasta de um modo ienso, uma grande velocidade, entre duas supefficies rotativas, uma perto da outra. Separa-se assim a superficie dos graos de cimento das finas pa rticu- las hidratadas que ficam em suspensao naigua e se opdem & aproximagao dos graos. Formamos assim um coldide intergranule, mas este coldide apenas retarda a floculagao que sem- pre se produz. O retardamento da floculagéo pode agora ser utilizado para o transporte e injeeao da argamassa. E 0 tempo de mobilidade, ao fim do qual a argamassa nao é mais injetével. Tal é 0 prinoipio de COLGROUT (Inglaterra), COLCRETE (Franca), PREPAKT (EE.UU.) que utilizam proces- sos de alta turbuléncia. GRANULOMETRIA MUITO GROSSA FALHAS DEVIDA A SEGREGACAO Estes processos necessitam um estudo muito profundo da granulometria da areia empregada ha argamassa que deve penetrar nos vazios do agregado gratido (1/6 a 1/10 da dimenséo dos agregados),e de um cuidado especial com a dosagem da Agua, que deve ser permanente para evitar a producao de falhas devidas a segregagao. A QUANTIDADE DE AGUA DEVE SER REDUZIDA AO MINIMO COM- PATIVEL COM A POSSIBILIDADE DE TRANSPORTE E DE INJEGAO. A argamassa ativada pode ser utilizada para o enchimento de agregado colocado sob agua, desde que a ponta do tubo de in- jJeco fique constantemente no interior da argamassa injetada, para evitar 0 percurso da pasta na 4gua. Nestas condiges a pasta expulsard a Agua dos vazios. Deve- mos também reduzir a0 maximo as retomadas de concretagem que séo pontos ou zonas fracas, A argamassa ativada pode ainda ser utilizada pelas injegdes no solo, para obstruir falhas, reforcar fundagdes etc. A injecao € feita sob pressao fornecida por maquina ou por forca da gravidade. As aplicagdes sao miltiplas mas sempre de um emprego delicado. Eu devo assinalar que estes generos de concreto séo sensiveis a perda de agua. Eles tendem a per- der parte de sua resisténcia pela secagem, por deslocamento da argamassa da superficie dos graos. 80 O CONCRETO COM onde oar € repartido sob forma de bolhss. microscépicas 6 mais manedvel ¢ mais resis~ tente aos agentes atmosféricos. As minusci~ las bolhas de ar de 5/100 a 25/100 mm sio produzidas gragas & introdugao, na betoneira, de uma matéria espumante, vendida em 96 ou em liquido, no comércio.especializade. Esta espuma, dispersada na argamassa, contém o ar que fica incorporado. O concie- to comporta agora de 4 a 6% de ar. Estas bolhas aumentam a coeséo do con- creto fresco por sua acao capilar. As bolhas existentes em sua superficie prendem os grdos entre eles, e ndo os deixam separer. Isto faz crescer a resisténcia contra a segregagao durante o transporte e pode trazer por esta mesma - A razéo, grandes beneficios nos canteiros. As bolhas de ar facilitam 0 rolamento das pedras umas contra as outras, dit inuindo o atrito interno. © AR INCORPORADO FAZ CRESCER A TRABALHABILIDADE Em conseqiiéncia é possivel compensar a introdu- ao do ar por uma diminuigao de agua. Na prética, retiramos um volume de agua corres- pondente a metade do ar introduzido. Nestas condicées @ resisténcia final diminui de 3% na média para cada 1% de ar incorporado. Esta diminuigéo pode ser reduzida no comego por aceleradores de endurecimento. Ela pode ser redu- zida ou anulada pelo emprego de desfloculantes que permitem uma diminuigéo ainda mais sensivel de ‘gua. 0 As maiores vantagens obtidas na introdu- go do ar € a melhora da impermeabilidade € da resisténcia a0 congelamento. O ar inter- rompe os canais onde a 4gua pode caminhar @ os troca por alvéolos descontinuos, entre as quais a 4gua nao pode caminhar a nao ser por capilaridade. Um conereto deste género ab- sorve menos agua. E menos HIGROSCOPICO. Se agua contida em uma bolha congelir sob a ago do frio, ela tende a aumentar o volume, portanto a arrebentar 0 concreto que se encon- tra em volta. Mas a forma esférica 6 a que se opée melhor ruptura, A 4gua alcanca entao uma pressao alta e nao gela mais. Sob esta pressdo ela - tende a atravessar o concreto pelos canais capilares e vai encher os alvéolos esféricos mais distantes da super- ficie fria. © frio expulsa a égua de bolha em bolha, em diregao ao interior e 0 gelo perde seu efcito destruidor. Cada bolha é um vaso de expanséo contra a dilatagao da Agua ao congelar-se. ESTE CONGRETO E O INDICADO PARA AS CONSTRUGOES EM REGIOES FRIAS, SEJAM ESTRADAS, BARRAGENS ou OBRAS DE ARTE. ot CONCRETAGEM EM TEMPO FRIO © CONCRETO E SENSIVEL” AO FRIO. Esta sensibilidade 6 acu- sada, em primeiro lugar pe- lo aumento do tempo de pega e lentidéo no endure- cimento. Quando a temperatura do concreto esta entre +5" e 0% seja em média 2.5°C 10% me sme 50% 65% 50% lo Spi re oa “i 90 dias 3 dias = “Ei A resisténcia do concreto de A resisténcia do concreto de cimento PORTLAND aos 3 dias cimento de escéria, aos 3 dias estd reduzida de 50% esté reduzida de 65% } Mas esta ago 6 mais reduzida se o periodo de frio aparece mais tar- de, Se ele aparece somente entre 3 e 7 dias a resisténcia do concreto de cimento Portland se reduz 10% aos, 7 dias © 0 do concreto de escdria je 40%. As resisténcias normais séo geralmente alcangadas em seguida. No entanto, ¢ necessario to- mar cuidado com os prazos de desmoldagem, os quais devem ser mais longos. Convém conser- var os corpos de prova, nas mesmas condicdes que as pecas de concreto e rompé-los antes da desmoldagem daquelas a fim de verificar se a resisténcia alcangada ¢ suficiente. Se se desejar reduzir 0 tempo de desforma, deve-se eliminar os cimentos que contenham mais de 20% de escéria e empregar, de preferéncia, os cimentos dos tipos 320 ¢ 400 * A dosagem nao devera ser inferior a 350 kg/m e a quantidade de 4gua a menor possivel. ABAIXO DE 0°C NAO SE PROCESSA NENHUM ENDURECIMENTO. Se a mistura € efetuada com material frio e uma agua também fria, o concreto nao endurece e cristais de gelo se formam. Ao degelar se ' ‘obtém resisténcias muito fracas: Se a mistura for efetuada antes do ' frio 0 endurecimento estaré paralisado ¢ recomeca muito lentamente em seguida. Os concreias pouco compactos ficam deteriorados no seu interior quando a agua se transforma em gelo. E NECESSARIO UTILIZAR A MINIMA QUANTIDADE DE AGUA DE MISTURA NOS } CONCRETOS- * Nova Nomenclatura Brasileira adotada apés 01.05.74 (N.1.) QUE MEDIDAS DE PRECAUGAO DEVEM TOMAR-SE NO CANTEIRO DE OBRAS ? 8 10 10 fi Fl . Ey 5 lb 5. 7 4 lo|| Em primeiro lugar medir continuamente a tem- 3 i peratura ou melhor, registra-la. 3 i A loy| € também preciso manter-se a par das previ- 5 t sées meteoroldgicas, através de radio ou telefone. _ a’ Convém, também, medir a temperatura i do concreto fresco, dentro das formas, t antes da pega, colocando o bulbo do ter- 5 mémetro a mais ou menos 2 cm de pro- 8 fundidade, dentro da massa. 1 Para obter a temperatura do concreto, apés a pega, fazer orificios através das | formas, nos quais ¢ introduzido 0 termd- metro. : Tentemos, agora, classificar as diferentes condigdes atmos- féricas nas quais possa a vir se encontrar 0 canteiro, durante © inverno, no sul do pais. Frio, sem gelo, temperatura média inferior a + 5C Frio forte ou intermitente, ou riscos de geadas & noite ou pela manha. Frio rigoroso, temperatura média entre 0°C & — 5 Frio muito rigoroso, temperatura média entre e —10C Temperatura média Inferior a —10°C. rm 7 “7 Estas séo temperaturas consideradas em 24 horas, porém, os riscos de agravamento das condigées, de- vem ser levadas em conta, de acordo com as previsoes meteorolégicas, descendo uma classe. aa s AQUI TEMOS AS MEDIDAS A TOMAR NOS DIFERENTES CASOS: Além do que foi recomenda- do nas folhas anteriores, con- vém que a temperatura do con- creto ao sair da betoneira seja superior a 10° e que as formas sejam bastante isolantes, a fim de que 0 calor produzido na pega e endurecimento nao se disperse muito rapido, isto 6, tanto mais valido quanto mais delgada for a pega. Podemos ainda combater a acao do frio com antigelos, tais como OCARBONATODE SODIO mas 6 preferivel utilizar o CLORETO DE CALCIO[1% dopeso do cimen- to) que age ao mesmo tempo como acelerador de pega. Esta porcentagem nao deve ser ul- trapassada para que nao se pro- duzam acidentes secundérios, tais como a retragdo e fissura-, mento. Nao devemos esquecer que com mais de 1% de clore- to de cdlcio hé riscos de corro- so da armadura. . O cloreto de calcio néo deve ser utilizado com ci- mentos de escéria, nem com os que contém cal livre em excesso, nem com cimentos aluminosos. Existem também aceleradores sem cloro. Todos os produtos, aceleradores e antigelos, devem ser empregados com cuidado e examinados previamente em-laboratério, Elés podem pro- voear eflorescéncias, corrosbes.< as,de resisténcia.~ De toda a maneira, abaixo de 5° é bom pro- er AL ) teger 0 concreto contra o resfriamento, por! um meio apropriado. O processo mais ele mentar consiste em cobrir 0 concreto com sa- ) cos de cimento vazios. Um sistema melhor ) consiste em estender lencois de plésticos (polietileno, por exemplo) sobre caibros, ou, melhor ainda, colocar colchdes ou painéis ) plasticos sobre suportes espacados, a 3 ou 4 cm de distancia da superticie do concre- to, formando um colchéo de ar. Para o tempo do tipo C, TEMPO TIPO C ou soja, com frio continuo, mesmo rigoroso, os consti- oe tuintes, cimento e agrega- Frio rigoroso dos devem estar a uma temperatura superior a 0°. =o © cimento deve ser estocado em lugar fechado e até mesmo aquecido. O mesmo para os agregados que ainda podem ser aquecidos a vapor. Estes nao devem ser porosos ou fridveis. A agua deve ser aquecida de 25° a 80°C. A betoneira deve ser colocada em abrigo aquecido e os carrinhos cobertos e protegidds;de mianeira que a temperatura do concreto, quando do langamento jejainfetiorias=+5" A temperatura do concreto nao deve ultrapassar em ne- As formes e armaduras devem ser limpas de todos os tragos de neve e gelo, aquecidas com agua ou vapor e pro- tegidas. A temperatura da face exposta ndo deve ser infe- rior 2 +5° durante os 3 primeiros dias. © cimento fundido pode ser empregado, desde que seja impedido de gelar, durante as primeiras 4 horas. Nao ce deve desformar jamaie durante ac goadac. Em conclusao, o mestre de obra deve ter sempre um ter- mémetro a mao, e 4 retomada dos servigos deve certificar- se, mediante rigorosa verificacao, de que a obra nao sofreu avarias. d ) ) ) 2 ) ) ) ) > 2 7771 £609 © aquecimento elétrico consiste em fazer passar corrente através do concre- to, que se comporta entdo como uma re- sisténcia elétrica ¢ desprende calor. A temperatura stima, entre 60° © 80", permite obter rapidamente endurecimen- to suficiente para neutralizar os efeitos das geadas. Pode-se também fazer passar a corren- te elétrica pela armadura, que igualmen- te pode desempenhar o papel de resis- téncia. Um terceiro proceso ¢ fazer passar a corrente elétrica em fios especiais, isola- dos eletricamente mas nao isolados ter- micamente, que ficam embutidos no con- creto. Estes processos no Brasil, séo utiliza- dos afim de que se tenha controle do tempo da ‘desidtms. depois: de verifica- das.as resisténcias mecénices. Para as temperaturas inferiores, 6 preciso slém de tomar as precaugdes precedentes, aquecer 0 conereto durante os trés primeiros dias de endu- recimento. Isto pode ser feito através de tubos de cilefe- 40 colocados entre a protegao isolante e a con- creto. Em todo 0 caso, 0 aquecimento deveri ser condicionado de maneira a manter a umidede. Felizmente no Brasil tais excessos n&o sé co- nhecidos correntemente. CONCRETAGE EM TEMPO ~ QUENTE © CONCRETO £ SENSI- VEL AO CALOR porque 0 calor acelera 0 tempo da pega, do endurecimento, e evapora a agua. Esta evaporagéo produz uma retracéo acelerada e de importancia, aumentado 0 perigo de fissuramento, € diminuindo a resisténcia. Portanto cumpre proteger o concreto durante seu transporte, e langé-lo 0 mais rapido possivel. Temos que cobrir ou molhar o concre- to 0 mais longamente possivel, no mini- mo durante 5 dias. Um processo moderno consiste em tornar impermedvel a superficie do con- creto fresco com um produto especial, formando uma pelicula impermeavel a evaporacdo. Esta pelicula desaparece lentamente ao fim de 14 a 28 dias. Um outro processo consiste em cobrir 0 conereto imediatamen- te com uma folha de, pls tico (polietileno) que desenrolamos so- bre a superficie. Veri- fica-se também que 0 cimentoaluminoso de- compée-se logo que submetido,antes do en- recimento,aumatem- peratura superior a 35°. Deve-se evitar 0 seu lemprego nos climas ‘quentes. Este tipo de cimento aluminoso ou fundido nao é, comercialmente, en- contrado no Brasil (N.T.) a SURA DO CONCRETO COM CALOR lade do concreto ao calor pode ser utilizada como meio de acelerar 0 seu endurec- mento e conseqiientemente de serem obtidas, re- pidamente, resisténcias elevadas. Durante acura aquecida é necessério evitar a perda de dgua, que viria paraliser o processo ce hidrataco do cimento. Tal fato condiciona os mé- todos ou processos de cura: cura no vapor, ra c Agua e aquecimento em ambiente estanque. IN NS No caso de concreto preparado com cimento Portland comum, para que seja obtida resister ia igual a que 0 concreto apresentaria aos quatro dias com cura normal a 20°C, é necessério ue Se mantenha a peca a 80°C durante quatro horas, a 70°C durante 6 horas, ou ainda 50°C du- ante 12 horas. A estes valores deve-se ainda acrescentar tempo igual a metade do gasto para 92 ns elevagao da temperatura, na eventualidade do concreto nao ter sido preparado j4 quente. No caso de cura a vapor, é indispensdvel evitar a conden- sagéo da Agua sobre as superficies, que algumas vezes pode No caso de cura dentro. d'égua quente ¢ necesse fio que todes as faces de deca esteiam prot Imoldes estenquee), no senitdo de gor evitade sm superficial do elmento, Um dos métodos: de cura. bastante utlizados & 0 de se proceder 0 aquecimente do concreto por meio cde uma placa quente sobre a qual ¢ colocado o ele mento ser curado. Neste caso, a outra face da pece 8 protegida por um elemento ieolante ou por outré placa squecida, O inconvenlente deste processo & 6 Aificuldade em ser mantide © temperatura em todo 2 concreta, bam como om eer evitads 2 eveporecto. Os proceséos industeaie atusis parecem nao cul onvenientemente da evaporagao de concreto na 8 oposta & de aguecimenta A encagem muita rip da do concreto cause uma deformagto da pece tr ede, Um processo racentemente utiizado no Brasil é chamado cura eletrotérmnica, ¢ consiste em aquecer © concreto por meio do earrante eleirice que passe fem fios colocadas na mases do concreto. Wer pay 5) acarretar a sua deterioracao, cobertura Isolante | rmolde aquectdo oof Oconcreto depois de aquecido de- ve ficar isolado por meio de mantas protetoras, durante 8 a 12 horas. No CANTEIRO é possivel acelerar 0 endurecimento do concreto pelo em- prego de moldes especiais. 0 aque- cimento pode ser obtido por circu- lagdo de 4gua quente, vapor ou ele- tricidade. Em todos os casos, é in- dispensavel que as superficies li- vres sejam protegidas por cobertu- ras isoladas, que limitem as disper- sdes de calor. € ainda recomendé- vel, 0 pré-aquecimento do concreto a, no minimo, 40°C antes de sua co- locagao nos moldes. © aquecimento pode ser feito através de corrente elétrica condu- la pelas barras de armaduras, que neste caso funcionam como radiado- res, por resisténcia elétrica. A pratica menos recomendada 6 a de aquecer os moldes por meio de radiadores a qas ou combustéo que causam a dilatagao dos moldes an- ‘tes que 0 concreto tenha atingido a temperatura necess: Tal fato pro- Voca 0 aparecimento das fissuras ¢ de condensacoes inconvenientes. E conveniente que se tenha em mente que durante ¢ pe- ga e o endurecimento do concreto ha um desenvolvimento de calor causado pela reaco quimica do cimento (res¢a0 exotérmica). Colocando-se o concreto em uma garrafa térmica, ve rifi ca-se que 20 fim de poucas horas sua temperatura ainge 50 ou 60°C. Quando 0 concreto é preparado frio, este efeito é retar- dado. Para que a temperatura se eleve sao necessdrias 5 a 7 horas. No caso de se curar o concreto, 6 entéo conveniente pré- aquecer 0 concreto entre 30 a 50° antes de ser 0 mesmo colocado no molde. O molde deve ser convenientemente isolado, de modo que o calor nao possa ser dispersad> ea temperatura seja mantida superior a 60°C. 9 Quando a temperatura de cura ultra- passa 80°C ou 90°C hd um risco de se- sagem por evaporagdo da Agua indis- densdvel & hidratagao. Com vapor de Agua sobre pressao, (tratamento de autoclave) é possivel superar estas temperaturas, atingindose 1108 120°C. Com o vapor de agua sob pressio, a 164°C, correspondentes a uma pres- so de 6 atmosferas, pode ser obtida a combinacao da cal ¢ do cimento com a silica finamente moida que é previa- mente adicionada aos agregados. Atra- vés deste proceso, podem ser obtidas resisténcias superiores a 1.000 kg/ om?. A este tratamento denomina-se TRATAMENTO DE AUTOCLAVE. Vv De uma maneira geral, é perigoso tratar comcalor : OS CIMENTOS ALUMINOSOS OS CIMENTOS SULFATADOS OS CIMENTOS DE ALTO FORNO Acrescente-se ainda que pa- ra um concreto ser convenien- temente tratado por meio de cura térmica, deve ser compac- to e bem vibrado. De qualquer forma devem ser feitos estudos experimentais antes da utiliza- 0 do processo de cure, para ‘cacao de seus resultados. 100 DEFORMACAO E RUPTURA DO CONCRETO Oconcreto dosado, misturado, colocado em formas aden- sado e curado, torna-se resistente. O concreto endurecido tem propriedades especificas que devem ser conhecidas para poderem ser bem utilizadas. Uma das propriedades € a RETRAGAO: O concreto diminul suas di- ‘mensdes a0 secar a0 ar e sofre expansdo dentro d’agua. ‘Assim como todos os sdlidos, 0 concreto se deforma quando carre- gado. Esta deformagéo, no entanto, prossegue durante muitos anos; @ este fendmeno dé-se o nome de FLUENCIA ou deformagéo lenta. o Ss Quando a carga ultrapassa um certu valor, que depend da composigéo e da idade, 0 CONCRETO SE ROMPE. Vamos examinar estes fendmenos assim como os melos préprios para controlar a qualidade do concreto nos cantei- ros de obras. 101 © CONGCRETO assim como um tecido, ENCOLHE AO SECAR. Ele 6 como uma esponja que aumenta de vo- lume e de peso quando molhada, e diminui de volume e de peso quando seca. RETRACAO ANTES DA PEGA Arretragio comega a partir da colocagiio do concreto nos moldes ¢ do momento em que tem possibilidade de secar. Esta retragao 6 devida a evaporacao da agua e aproximagao dos gréos. A diminuigao de volume 6 aproximadamente igual a0 volume de agua evaporada. Entende-se assim que a retragdo 6 tanto maior quanto mais seco foro are tanto malor for a sua circulaco, como no caso do tecido que seca preso a uma corda, sujeito ao vento. F Tem sido feitas experiéncias com corpos de prova de pasta pura, de cimento Portland Comum, deixados ao ar, com 20°C € 50% de umidade, apoiados sobre um vidro untado com dleo. Ao lado, estdo anotados os valores das retracdes registradas depois de 7 horas, ou seja ao fim do tempo de pega. —___1m ‘Sem ventilagao [1.7mm por metro ) © ar circulando @ 0,8 m/s ©.ar circulando a t mys o.ar circulando'a 8 m/s ‘A retracéo do concreto recém-mistura- t RE] 5 POE et \ do depende da natureza do cimento. A fi- i gura ao lado indica os resultados obtidos no ensaio de corpos de prova de pasta — ) pura deixados ao ar com circulagao de ar EATADO) ) de 1 m/segundo. 10 102 “A retracio do con: creto é menor do que ada pasta pura, devido & ado dos graos de agregados que se opde a diminuigéo de volu- me. A figura seguinte indica os valores obtidos no ensaio K de barras deixe- Paste pura de cimento comum | das ao ar com cir- culagao de 1 m/s. 2 500 kg/m3 NX Observa-se que a retragao do concreto antes do fim da pega € Concrete dosado igual, aproximadamente, a-um 2350 kg/m3 quarto da registrada, no caso da pasta de cimento, nas mesmas condigées. A retragéo do concreto recém-misturado 6 tanto maior quanto maior for a quantidade de équa de mistura. Vejamos a seguir alguns resultados obtidos cam concreto dosado para 350 kg de ci- mento Portland comum por metro cubico. a) ns SS sey SnntasnSREIDE seseteaae = 06 | Verifica-se sempre ha- ‘ parar concreto com o i minimo de gua. A retra- agua ao oo ep cao do concreto, recém pate = 050 misturado, causa 0 apa- recimento de fissuras durante as primeiras ho- . “ ras apés a concretagem, fgua = iar ol e diminui a resisténcia & ieunecis = aoe tragéio do concreto. Para que sejam evitados estes inconvenientes, 6 ne- cessario manter 0 concreto umido, protéyido contra o nto € 0 sol. Para tanto, podem as superticies ser pro- tegidas com uma membrana de protegao (produto de a) ou ainda pintadas com uma tinta suficientemen- ‘te impermedvel que Impeca a evaporacao. 103 RETRACAO APOS A Apés a pega do cimento, 0 concreto ou a pasta continuama sofrer 0 efeito da retracao desde que a agua possa continuara, PEGA DO CIMENTO evaporar-se. O esqueleto formado pelo cimento hidratado © opée, no entanto, & aproximagao dos gros diminuindo o efeiia da retrago. A figura ao lado ilustra a retragao e a perda de dgua de uma barra de pasta pura de cimento Portland manti da ao ar seco (50%) a par- tir de 1 dia. A 100 dias ela perde 30% de sua agua de mistura e 1,4 mm por metro de seu comprimento. SA. qua pasta eimento inicial O cimento incha, portan- to, dentro d’gua como uma esponja que se dilata quan- do 0s vazios so cheios de agua. As figuras ao lado ilustram a dilatagao de bar- ras preparadas com o mes- mo cimento. Barras estas com 3 cm de lado. Assim como 0 cimento in- cha na gua, sua retragio é tanto mais elevada quanto mais seco for o ar. Eis aqui a retracio aos 1,000 dias do mesmo cl- mento Portland comum. 108 Comprimento 5 ding t0dins ~—=—«t00dios—«000dian A combinagao do cimento com a agua se faz com diminuicao do volume abso- a = 16% luto, mas com aumento do volume apa- tics a rente, como indicam as figuras ao lado. 100 dias A agua abaixa no tubo, mas ao fim de certo fempo a ampola de vidro é rompida. 185.¢r° +18. om? +24.om* +33.em* +37 on ie i ‘ fe E E i 3 3 u + t to dis 100dies 1000 dias sote eC bee As retragées finais dos ci- mentos variam com as suas composigdes: Eis aqui alguns resultados médios a 10 anos no ar seco (50%) : 2a3mm/m 2.5.3.5 mm/m 3a4mm/m Como a pasta de cimento é a principal responsavel pela retragao, é natural que a retragdo do concreto seja tanto maior quanto mais rica for a dosagem. Eis aqui alguns resultados obtidos em um ano: 4b 23. a Ao contrério do que se passa antes da pega,a quantidade de agua de mistura medida em relago a0 peso do cimento (peso de agua / peso de cimento), ndo in- tervem muito na retracao do concreto endurecido, desde que esta relagdo se man- tenha entre 0,40 € 0,55. ‘Como os agregados se opdem a retracao do cimento, ¢ facilmente dedutivel que a retragao seré tanto menor quanto mais rigidos forem os agregados. Para uma do- sagem de 350 kg/m3 de concreto preparado com cimento Portland comum, foram determinadas as seguintes retracdes : 0,20 mm/m. 0,60 mm/m 7 Arela silico-calcério de tio Quartzo Caleério britado Argila triturado Expandide © ‘A natureza do cimento intervém na retracao apés a pega. As deformacdes sequem a mesma proporgao das retragdes da pasta pura. Por exemplo, 40% maior para cimento ARI (alta resisténcia inicial) que para cimento Portland comum. Outro ponto importante é a dosagem de areia. Um excesso de areia fina no concreto pode aumentar a retraco de maneira apreciével. 108 \ adicéo de sais soluvels, a Agua de mistura, aumenta 1 retrago. As figuras ilus- ram 08 resultados de alguns 2nsalos em que foram adicio- rados sais em proporgdes va- Weis, em relagao a0 peso de cimento. 4 soda e 0 carbonato de s6dio s4o produtos que repre- sentam perigo. 2 cloreto de calcio utiliza. do como acelerador de pega aumenta seriamente a retra- 340. quando sua percentagem iitrapassa 1,5% do peso do 3imento. O exemplo ilustrado a0 lado representa o caso de um conereto de cimento Por- tland comum dosado com 300 kg/m3. A influéncia 6 tanto mais sensivel quanto mais rica for a dosagem. To- dos 0s dados foram obtidos para 0 caso de umidade de 50%. No caso do concreto ser conservado dentro d’égua, hé aumento de volume. Esta variagéo depende da composi¢ao da agua e/ou do liquido em que o concreto é mantido. Nos casos de agua potavel ou destilada, o incha- mento é muito pequeno. A retragéo do concreto co- mo a do cimento é tanto mais elevada quanto mais seco for © ar. O quadro ao lado ilustra alguns resultados obtidos com corpos de prova de 7 cm de lado. Concreto 86 de cimento + 2% de soda (hidréxido de sédio) > 0,60 mmim. + 0.5% de carbonato de sédio ~CLORETO DE CALCIO 15% 2% qua destilada +0, mm/m gua do mar 12 mm/m ‘lcoo! $0.1 mm/m ‘esolina =0'3 mm/m UMIDADE s0dias | 2anos | Sanos Ommim | mmm | o mmym 0.35 mmjm | 0,40 emi ed 0.15 mmm 040 mmjm | 0,55 emi 0.16 mmim| 0,40 mmim | 0,55 mmjm | 0,65 mim ‘A retragéo de uma pega depende de suas di- mensdes, Distinguem-se a retragéo axial, ao longo do oixo da pega e a retracao superficial 20 longo da superficie da pega. As duas retragdes sao diferentes, porque a superficie é mantida em contacto com a atmosfera, enquanto que a se- cagem do centro ¢ retardada pela dificuldade de evaporagao da agua. Os resultados seguintes foram obtidos para um concreto dosado com 350 kg/m3, conserva- do a uma atmosfera de 20° de temperatura € umidade de 50%. (ah (ec Mo 86em atx 2x Bem (33 x83 x 83 em (cubo) 42 x42 x 168.cm Lax 70 x 280.em 400 x 100 x 400 cm '100 x 100 x 14 om (placa) Este quadro mostra que a -retragao superficial varia pouco com a dimensdo da pega. Ao con- trério, a retracdo axial 6 mais lenta quanto maio- res forem as dimensdes da pega. Estas diferencas de retragao entre @ superti- cie e 0 interior do concreto, podem produzir fis- suras superficiais. £ conveniente retardar a re- tragdo superficial das pecas macicas por uma protecdo contra a evaporacdo das partes expos- tas ao ar. Com efeito, se néo se opuser a esta retragao pode se dar a fissuragao © rompimento. Caso contrério, evitando-se a evaporacao, na realida de estamos aplicando um esforgo de tracdo que pode atingir a resisténcia a ruptura 4dias 12dias._— 16 dias E 10 | lcm 049 ae mm sia. 9,30 be 400 kg. 1500 kg 1800 kg 107 Os cimentos nao apresentam a mesma sensibilidade @ fissuragéo, que é depen- dente da velocidade de retragéo e o aumen- : to de resisténcia & tragao. fee ‘a_sensibilidade pode ser reconhecida pela experiéncia do anel Uma coroa de pasta de cimento (cimento + agua) feita ao redor de um disco de aco 8 conservada no ar em movimento num am- biente com 50% de umidade. © tempo de fissuragao, é contado a par- tir do instante em que, o ane! 6 posto a0 ar, € € um excelente indice da qualidade do cimento. Nas primeiras 24 horas, o anel e 0 disco devem ser conservados em agua. coros de cimento A indicagéo de um tempo de fissuragao superior a 24 horas € um critério de segu- ranga para clima temperado. JW Quando um conereto esta seco, jé sofreu A, retrac&o, no entanto ele incha-se se for no- | vamente submetido & umidade, e isto se repete cada vez que seca ou se submete & i i Menos Entre Mais atmosfera imida. O concreto fica eterna- —,Men0s. faden eas ad mente em movimento Sob a influéncia de ““srnico ‘ATENGAO SEGURANGA variagdes da umidade do ar. Um corpo de prova de concreto submetido ao ar seco durante trés anos se colocado 4 meses dentro d’égua, incha 50% da retracao que teve durante sua permanéncia no ar. A retragao néo se dé em valor maior do que a metade depois de colocado na Agua e este valor pode ser considerado como limite maximo. — TRES ANOS NO | AR SECO ’ opie ROU is C QuATRO MESES Zz N'AGUA Inchamento | CONCLUSAO: para diminuir a retragéo total, é neces- : sério: escolher o cimento, nao exegerar 0 consumo, limitar @ quantidade de agua de mistura, escolher agre- ' gados resistentes, tomar cuidado com o uso de aditivos. ' € proteger as superficies contra a evaporacéo. DILATAGAO TERMICA Sob a influéncia do calor, o CONCRETO SE DILATA, Quando submetido ao frio SE CONTRAI. Quando se aquece o concreto, seu comprimentowaria DILATAGAO = de dilatacao € esta variagao pode ser representada por uma curva co- locando-se’a dilatagao em mm por metro e @ temperatu- ma raem graus C em eixos cartesianos. Chama-se COEF! Coeficiente CIENTE DE DILATAGAO TERMICA, a relacao entre a dila- ae tacao entre duas temperaturas e a diferenca entreestas Para o concreto, este coeficiente de dilatagao 6 da ordem de 0,8 a 1,25 mm por metro e por 100° de variagao. Este coeficiente diminui com a idade. Ao lado temos alguns resultados de ensaios obtidos sobre um concreto com consumo de 350 kg/m3 de cimento Por- tland comum. © coeficiente de dilatagéo do concre- to é mais elevado quando o agregado possui também um coeficiente de dilata- cao elevado. © quartzo que tem um elevado coefi- ciente de dilatagao dé a0 concreto um coeficiente de 1,1mm/metro e por 100° de variacao. O calcério duro utiliza- do, por exemplo,na Franga e nos EE.UU, possui coeficiente de 0,55 mm/m e por 100°. Acima de 100° o coeficiente de dila- taco cresce com a temperatura. Se tomarmos 0 valor 1 para o coefici- ente entre 0 e 100° encontramos para temperaturas superiores os resultados seguintes, dados em uma série de en- saios de concreto em agregados silico- caledrios. oT ne a a a duas temperaturas. St mm/m a o.smm/m. fe por 100" por 100" Agregado silico caleario de rio 20 dias 2 anos 0.9 mm /iry eee O7 mm/m fe por e100" ‘100° caleario duro ‘riturado 20 dias 2 anos se! 2 m/e, mim/m por 100° fe por 100° quertzo triturado 20 dias 2 anos 0,8 mm/m “ig. mm/m e par 100° € por 100° agregado de argila expan dida 20 dias 2 anos 409 DEFORMAGAO SOB CARGA © concreto como to- da a matéria sdlida, se deforma sob carga Mas esta deforma- cao aumenta com o tempo de carga, As deformagées elasticas séo instantaneas As deformacées obtidas lentamente sao e reversiveis. permanentes e irreversiveis. As deformagées elasticas instanténeas assemelham-se as de ume mola. Para o concreto, as deformagées sao invisiveis a olho nu. Colocam-se em evidéncia por um ensaio de flexao. Em compresséo e em tragdo, a deformacdo, contragdo ou alongamento no sentido dos esforcos, 6 acompanhada. de uma deformagao transversal de dilatacéo ou de contragao como se a matéria elastica quisesse resistir a toda veria- céo de volume. A relagio entre a deformacao transversal e a deforma- cdo longitudinal € o COEFICIENTE OU MODULO DE POISSON. Este coeficiente é teoricamente sempre inferior a 0,5. COMPRESSAO Contragao Dilatagéo ‘Alongamento TRAGAO Para medir as deformagées, utili- zam-se aparelhos denominados ex- tensdmetros, dos quais existe uma Extensémetro da alavanca grande variedade. O mais simples 0 aparelho de alavanca mostrado no desenho ao lado. Ele pode compor- tar vérias alavancas sucessivas per- mitindo uma ampliacao de 1.000 ve- zes a deformacao. Para medidas de longa duragao, & que nao se deseje imobilizagao de toda aparelhagem, utiliza-se o defor- Articulagao, mémetro, aparelho removivel com o : qual 6 possivel medir a variagao de petustotmaete distancia entre dois pontos fixados ae no concreto. _ O aparelho de corda vibrante 6 andlogo, em seuprin- cipio, ao de uma corda de violéo ou de piano que dé um som mais alto ou agudo quando a corda esta mais esticada. Um fio de aco (tipo corda de piano) esté esticado entre dois pontos, em bases fixadas no concreto. Logo que o concreto se deforma, o fio ¢ mais ou me- nos esticado e 0 som emitido é mais ou menos agudo, e portanto sua freqiéncia de vibragao (numero de vi- bragdes por segundo) varia. Mede-se esta freqiéncia por meio de um aparelho elétrico apropriado. Um sim- ples célculo permite conhecer a tensao no fio ea de- formagao correspondente do concreto. de corda vibrante Os medidores por resisténcia elétrica, s4o baseados na propriedade que possuem os fios metélicos de ter resisténcia elétrica, variando de acordo com a defor- magdo a que esto submetidos. Um destes fios € co- lado sobre a superficie e um dispositivo elétrico per- mite registrar a deformagdo. Em geral, 0 fio esté dis- posto sob a forma de um pente e € colado em papel isolante em forma de selo (coloca-se o selo sobre a su perficie do concreto a ser examinado). Medidor de resisténcia elétrica Comparador & EP Extensémetro de alavanca a comparador Estes dispositivos séo os mais cor- rentes, mas existem outros partindo de dispositivos dticos, elétricos ou mecdnicos. Para mais detalhes devem ser procurados obras © autores espe- cializados. Pode-se ainda combinar o sistema de alavanca com o comparador. ELASTICIDADE © conhecimento da elasticidade doc to é indispensdvel para o calcul 0 das obra Define-se 0 médulo de ela tho e a deformagao eldstica cort © MODULO DA ELASTICIDADE E 6 igual & taxa de trabalho N dividida pela deformagao elasti- cad. Ele aumenta quando 0 con- creto 6 menos deformavel. N¢é igual a carga aplicada di- vidida pela area da segao transversal. TAXA DE TRABALHO Em tracfo ou compressao N~E raion A DEFORMAGAO d é dada em relagéo ao comprimento IL D inicial. E uma deformagao re- d= lativa. Para diferentes concretos, 0 médulo de elasticidade varia, a partir de 28 dias de idade, entre 200.000 ¢ 500.000 kg/ m2. Isto quer dizer que para um determina- do médulo de elasticidade E a de- formagao eléstica sob uma taxa de tra- balho de 100 kg/om2 é dada em mm por metro, de acordo com o quadro ao lado. A taxa de trabalho sendo N, a deforma- cao € dada pela férmula : N em kg/cm2 ———— « 1.000 = d em mm por E em kg/cm2 metro tos E © CONCRETO E TANTO MAIS DEFORMAVEL QUANTO MENOR FOR SEU MODULO DE ELASTICIDADE © médulo de elasticidade aumenta ao mesmo lipo que & resistencia do con creto e sua compacidade. Ele diminui quando se usa, para um mesmo concreto, mais agua de amassa- mento "310.000. kg em’ 1280 000 kg sm! 112 © médulo de elasticidade depende também da natureza dos agrega- dos. Como para a retracao e a dilatagdo térmica, quanto mais rigido forem os agregados, mais elevado sera o médulo de elasticidade. Vejamos aqul 2s ordens de grandeza comparativas para varios agre- gados. 280 000 kg/cm? 100 000 kg/em? ‘Agregados: Agregados de quartzo silico-celeérios de rio Caleario medio. Argila triturado Expandida Para um dado concreto ,o médulo de elasticidade aumenta com a ida- de, enquanto que o endurecimento segue uma lei que ¢ aproximadamen- te porporcional a raiz quadrada da resisténcia a compresséo e 6 muito influenciavel pela umidade do meio ambiente. Aqui estao apresentados alguns resultados de medidas com 200 dias de idade, de um concreto de agregados silico-calcario com consumo de 350 kg de cimento por metro cibico. Mostra também que no ar seco 0 concreto endurece menos que no ar Gmido e na gua. ar com 75% ar seco com 50%| de umidede ar muito secg com} de umidade 35% de umidade ‘450 000 kg/em? 385 000 kg/em® 350 000 kg/em® 320 000 kg/em* © COEFICIENTE DE POISSON e/D esté compreendido entre 0,10 & 0,30. Ele é mais elevado quando 0 concreto é mais novo. Para um concreto mantido aquecido, o médulo de elasticidade baixa quando @ Lemperatura aumenta. Em uma série de ensaios, observa so que este médulo sofre uma queda de 30% entre 20° e 100°, de 60% en- tre 20° e 200° e 75% entre 20° e 400°. PLASTICIDADE FLUENCIA ANTES DEPOIS A deformagao plastica irre- versivel, que se superpe a de- formacao elastica reversivel & - semelhante & deformacéo do euunoRo ve cHuntéo chumbo ou do asfalto, Ela se faz por uma deforma. go lenta que cresce como cor- rer do tempo quando a carga é > mantida e que se chama FLUENCIA Deformacao instanténea Deformagdo lente Vejamos abaixo 0 exemplo de um concreto dosado com 350 kg de cimento/metro ciibico de concreto € carregado aos 7 dias com carga de trabalho de 100 kg/cm2, em compresséo, conser- vado no ar seco a 50% de umidade. 083mm 050mm —-080 mm =125 mm 180mm 1S mm -200mm —-225 mm £ E Deformacéo Total Total em em Eldstes instantdnea em‘dias 2tdies Smeses 1'ano anos. (anes ingtanténea A deformegao lenta, sob carga é muito demorada depois de 6 anos, mas é atualmente impos- sivel dizer se ela tenderé para um limite, Certos ensaios mostram uma permanéncia da deforma- Go lenta depois de 20 anos de ensaio, € extremamente fracae tem mais importancia tedrica do que pratica =0,3 mm/m sem A deformagao plastica depende evidentemente carga da intensidade da carga aplicada e aumenta com —1,1mm/m @8ta intensidade. Veja por exemplo a deformagao = a A total apés 6 anos de um concreto carregado com , 2 idade de 7 dias e conservado em ambiente com apenas 50% de umidade. A deformagao final aos seis anos 6 mais ou menos proporcional a carga, quando ela é inferior a um terco da carga de rup- tura. 14 ‘A deformagao plastica, lenta, varia com a umidade do ar ambiente. A figura se- guinte ilustra es deformagdes registradas apés 5 anos, em corpos, de prova que foram carregados aos 28 dias de idade com carga de 100 kg/cm2. CN como a retragao, i maior quando o aN concreto 6 manti- de uniidide do ao ar seco do que quando ao ar Gmido ou na dgua. A deformacao plastica, regamento. A deformagao é tanto menor quanto maior for 2 Idade do conereto no momento em que for carregado. As figuras seguintes ilustram as deformagées re- gistradas apés 5 anos, em corpos de prove carregados permanentemente com 100 kg/em2 e mantidos ao ar seco. lenta, depende da idade do concreto quando de seu car- Dentro do ar 2 50% Corpo de prova carregado 7 dia Carregamento ‘aos 3 meses: A figura ao lado ilustra as deformacoes regis- tradas apds 3 anos em corpos de provas pris- maticos conservados na agua ou no ar satu- rado, antes do carregamento e mantido pos- teriormente ao ar seco (50% de umidade), Os resultados indicam que, para reduzir a fluéncia 6 necessdério manter o concreto a0 ar umido pelo maior tempo possivel. Dentro da agua =1,5mm/m Corpo de prova man eer tido na agua durante 7 dias antes do car regamento. = 08 mm/m Smeses na agua antes do carregamento. 115 A fluéncia plastica diminui quando a dimensao da peca aumenta 15 oni Para 50% de umidade do ar am- biente as defor- macées totais de- pois de 500 dias de carregamento 80 as seguintes <—__120 em——__> ) Em Agua e no ar saturado de umi- dade a dimensao absoluta das pecas no influi sobre a fluéncia. ‘A temperatura possui_ uma _influéncia muito grande sobre a deformacdo plastica lenta; a 100° esta deformagao € trés vezes maior do que a 20°, a 200° ela é 7 vezes maior e a 400° ela é 20 vezes maior que a 20°. Em todos estes casos tratese de um concreto endurecido previamente durante 7 meses. Im/M_ segundo a compasigze A fluéncia dos concretos com agregados silico-calcério 6 bem y aes malor em temperatura elevada do que de agregados de origem dopois do 100 das eruptiva ou vuleanica, como o granito ou gnaise. ) de carregamento Na tragao, as deformagées plasticas se opdem a retrapao ) Com 3 anos, a deformacao total de um concreto mantido em at- j mosfera de 75% de umidade, carregado com idade de 1 més é ' Se-a fluéncia na compresséo nao ) influi_na resisténcia mecdnica final, ) a fluéncia na tracao diminui a resis- téncia correspondente, ¢ isto é tao mais marcante, quando a carga apli- ) cada é mais elevada. Sob uma carga ) de 16 kg/cma, a resistancia a tracao do concreto ensaiado modificou-se de 35 kg/em2 para 31 kg/cm2 116 RUPTURA DO CONCRETO A__RUPTURA DO CON. CRETO se da quando ele nao € mais capaz de supor- tar a carga que Ihe esta sendo aplicada Sob esta carga, ele se ar- rebenta, se desagrega e se separa em pedacos A ruptura produz a sepa- ragao dos elementos que constituem 0 concreto. A resisténcia @ ruptura é a forca necessaria para produzi-la, No concreto, a RUPTURA total 6 precedida por uma PRE-RUPTURA constituida pela incidéncia de pe- quenas fissuras denominadas micro- fissuras que, se juntam, se propa- gam, conduzindo a formagao de trin- cas e a separacao em pedagos. Prévuptura Rupture A formacao destes MICROFISSURAS é acompanhada de rut- dos caracteristicos que podem ser detectados por um ausculta- dor ou microfone, ¢ também pela diminui¢ao da velocidade do som que atravessa a peca. Em geral utilize-se para este fim 0 ultrasom. A auscultagdo do concreto feito desta maneira mostra que a PRE-NUPTUNA por compresedo ge inicia entre 50.65% da carga de ruptura. Esta carga parece coincidir com o limite de fadiga sob esfor- gos repetidos (mais adiante voltaremos ao assunto). ur A RESISTENCIA A COMPRESSAO do concre- to depende da forma e dimensdes da pega com- primida. Para cilindros de didmetro constan- te ela varia com a altura 330_kgicm* 370 kg/cm® 800 kg/em* 5 g 4 ' 5 | : 5 +16 om— —16em— 16 cn 16.em— 18 on— ‘A resisténcla do concreto submetido’ a esforgos de com- )pressao, depende igualmente do volume, ou seja das dimen- sdes da peca ou do corpo de prova. ‘um cilindro de 1,00 m de diametro e de 1,50 m de altura foi ensaiado comparativamente com um cilindro de 0,16 m de dia- ) metro e 0,24 m de altura. ’O primeiro acusou 300 kg/cm2. Ao passo que, o segundo Jacusou 330 kg/cm2. Portanto a resisténcia diminui a medida ) que as dimensdes aumentam. )Para fixar idéias apresentamos alguns resultados nas’ fi- \guras abaixo. O efeito de dimensdes € porém menos impor- tante para concretos bem elaborados . CONCLUSAO : ‘As pequenas pe- ) Gas séo mais re- ) Sistentes que as grandes. 10 Em alguns paises o ensaio do concreto é feito com corpos de prova oubicos No Brasil, nos EE.UU., na Franga ¢ em muitos outros paises somente o ensaio em corpos de prova cilindricos est normalizado. Em média, a resisténcia obtida em cubos de lado igual ao diametro do cilindro € 20% supe- rior. Convém notar ainda que a resisténcia & rup- tura diminui quando a velocidade de carga dimi- nui, esta variagdo no entanto nao passa, no ma- ximo de 10% CONTROLE CONTROLE CONTROLE REGULAR, RAZOAVEL RIGOROSO. Tr=060Tm = Tr=067Tm Tr=0,75Tm Tm ‘Tm = Tenséo média Resisténcia em cilindro Resisténcia em cubo Qual é a resisténcia do concreto we o engenheiro deveré usar nos céloulos 7 € aquela obtida a partir da ruptura & compressao, de corpos de prova cilin- dricos, a 28 dias. Se se usasse a média das resistén- cias dos corpos de prova teriamos a probabilidade de 50% de se ter resis- téncia inferior aquela utilizada, dai uti- lizar-se a chamada “Resisténcie mini- ma de ruptura” (Tr), ou seja aquela que tem apenas 5% dos resultados dos corpos de prova abaixo dela. A relagao entre as resisténcias mé- dia e minima de ruptura depende do controle do concreto Ver NB-1/74 art. 8.3.1.2 119 E possivel fazer ensaio direto de resisténcia a tragéio, colando-se as extremidades de um cilindra ou de um prisma com ajuda de resinas sin- téticas ou epéxicas em placas metalicas articuladas. A cola, evidente- mente, deve ser mais resistente do que 0 concreto (resinas tipo epéxicas “O!# em geral 0 sao). P b No canteiro da obra, é mais facil de obter a resisténcia & traco por 2 b flexo, de vigas prismaticas. A parte central se rompe a tra- soe 80. Convém ter em conta as dimen- cola ating sdes da pega, pois a resisténcia di ease minui quando @ pega aumenta. Pi. R15 55 ) Se compararmos a resisténcia a tracdo por flexao e a resisténcia a tracdo direta, consta- ta-se que a primeira é sempre maior do que a segunda. Para um prisma de 7 x 7 x 28 cm a relacdo entre a resisténcia a tragao direta © a resisténcia por flexdo calculada de acor- do com a férmula acima, Rr é proxima de 06. © ensaio de tracdo por compressio diametral. chamado 0 “ensaio brasileiro” e que foi desenvol- vido pelo prof. Fernando Lobo Carneiro, consiste na compressao de um cilindro de concreto segun- do a sua geratriz. O cilindro se rompe, segundo um plano, que o divide em duas partes iguals, no sentido de seu comprimento. A resisténcia a tragéo Re se exprime pela fér- mula : ee 3,14 DL A comparagao entre o ensaio de tragao direta © a resisténcia obtida no ensaio de trag&o por com- pressao é aproximadamente 0,8. Dissemos na pagina anterior, que a resisténcia & tragdo € pequena em relagao a resisténcia por compressao. Para um concreto com agregado bem lavado e de superficie aspera obtém-se uma rela- cao Rt ~ (8 + BS ky/ema, onde Re é a resistencia 2 compressao em cilindro de 15 cm de diémetro e 30 cm de altura, e esta formula é bastante pre- cisa entre valores de 200 a 500 kg/cm2. ) 120 RETOMADAS DE CONCRETAGEM A resisténcia & tracdo € muito afetada pelas juntas de conoreta- Queda do re- gem, pois elas determinam uma que- sisténcia da de resisténcia, tanto maior quan- to maior for a diferenga de idade 1 dia de dos concretos. diferenca As juntas a 45° na diregaéo da tra- go determinam uma queda de re- ‘éncia menor do que as juntas verticals. Pela tabela acima, so v que a demora de um dia na concretagem jé resulta uma queda apre- cidvel na resisténcia a tragao, e um dia 6 um tempo bastante comum em canteiros de obras. A Existem varios processos que permitem evitar a fragilidade das retomadas de concretagem. Um destes, aplicdvel as beto- nagens descontinuas, consiste em juntar ao concreto langado anteriormente um retardador de pega de tal modo que a concre- tagem seguinte possa comecar antes do fim de pege da primeira. Um outro proceso consiste em aplicar sobre a primeira, uma camada de cola que adira a0 conereto velho téo bem quanto 20 concreto novo. Pode-se empregar uma argamassa na qual se junta o acetato de polivinil (resina sintética) e na ordem de 10% do peso do cimento. A aderén- cia é excelente enquanto a colagem se mantiver seca. Deve-se evitar o uso desta resina, quan- do as pegas coladas véo permanecer molhadas permanentemente ou submersas em aqua. Existem também colas epéxicas especiais que so insensiveis & agua e que endurecem muito bem ‘em presenga do conereto fresco e que sao mais re- sistentes do que 0 préprio concreto endurecido. concrete fresco 2 Um prisma de concreto colado em duas partes, tendo a primeira parte uma idade de 6 meses, fol A submetido 20 ensalo de tragao. ole 5 Nestes ensaios, a ruptura se produz sempre fora : da camada de cola nea Pode-se, por este processo, u reforcar as lajes estruturais, passando uma camada de cola fazendo em seguida uma con- cretagem suplementar, aumen- tando a espessura da laje. Reforco Cola Goucreto antigo Hé no mercado brasileiro algumas colas epéxicas que tém sido utilizadas com sucesso neste tipo de trabalho. (N.T.) 124 ESTADO TRIPLO DE TENSOES © concreto quando submetido, a0 mesmo tempo & compresséo € & pressdo transversal, vé sua re- sisténcia aumentar em propor- Gées dignas de nota Isto € “devido & ago desta pres- séo transversal que impede 0 apa- recimento de fissuras provenien- tes da separac&o dos elementos, na diregao transversal. A tabele seguinte dé uma idéia da amplitude deste fendmeno. ruptura: 280 kg/em® ruptura: 735 ko/em? rupture: 1 200 kg/em® rupture: 1 770 ko/em* eet 530 o| o i. # fh: Assim que o conereto é submetido, ao mesmo tempo, a compressdo € a uma tragdo transver- sal, como no caso de paredes de reservatérios por exemplo, a resisténcia & compressa diminui. Vejamos a ordem de grandeza desta diminuigao. E claro que esta relagao varia de acordo com a natureza e a qualidade do concreto. LT I 0 a | | —akez: 70 5 rupture: Ay ent Set Por —25ta/ont > > < > } 0 ruptura: 280 kg/em? —ruptura: 200 kg/cm? ——_ruptura: tbo kg/em? ; © concreto submetido a cargas repetidas possui uma resis- téncia inferior @ que se obteria com a aplicaco de uma carga progressiva. Compressao Este fenomeno é devido a fadiga. O limite de fadiga, carga acima da qual se pode repetir inde- 300 on finidamente a aplicagado dos esforcos, sem risco de ruptura, € kg/er ligeiramente superior & metade da carga de ruptura sob esfor¢o progressivo (estético) 180 47 hated alent ko/em? ATAQUE QUIMICO DO CONCRETO © CONCRETO PODE SER ATACADO POR NUMEROSOS AGENTES QUIMICOS : Qs sulfatos, os sais de magnésio, as agus do mar, as Aguas organicas, os esgotos, e até mesmo as aguas muito puras. Os sulfatos podem provir de locomoti- vas @ carvéo, das fumacas, das argamas- sas, de Aguas agressivas do subsolo etc. Estas, sejam correntes ou estagnadas, néo devem conter nunca, mais do que 0,2 a 0,5 por litro de sulfato e esta quanti- dade € varidvel de acordo com 2 nature- za do sulfato. Sulfato de cal 0,5 gramo, Jeulfato de magnésio 0,2 gra- CIMENTO SUPER-SULFATADO © ataque pelos Sulfatos pode ser prevenido utilizando- Be os seguintes cl © “@ —_GIMENTO RICO EM ESCORIA CIMENTO ALUMINOSO mentos na ordem de importancia : CIMENTO POZOLANICO CIMENTO FERROSO De uma ma- neira mais ge- ral, todos os sulfatas so pe- rigosos © con- tra eles convém tomar precau- goes especiais. SULFATO DE POTASSIO SULFATO. DE MAGNESIO aa 4 PSS 12 124 Os ataques da AGUA DO MAR sao co- nhecidos hé muito tempo. Sua agéo se faz mecanicamente (choque das ondas), fisicamente (cristalizacdo dos sais) ¢ quimicamente. Este ataque pode ser prevenido por um concreto bem compac- tado, @ pelo emprego de cimentos apropria- dos € de baixo teor de cal livre. Ele se produz pimei- palmente na zone de margagem (parte ‘deeco- berta da maré) em sea ui- da na zona de agitt=ao da agua e muito ara mente, nas partes imer- sas. -* maré alta zona de margagen -* maré baixa @® civento rico em esconta @® cient pozotanico @® cinento surer-sutratapo bre em cal livre. Também se pode di- minuir 0 ataque usan- do um concreto com- pacto com cimento po- AS AGUAS MUITO PU- RAS agem por dissolu- go na cal. Um grau hi- drotimétrico inferior @ 4 € perigoso. O acido carbénico dis- solvido 6 muito nocivo. @® ainento pozoranico @® cinento surrrsuratano @®® cimento atuminoso AS MATERIAS ORGANICAS tém acdo destrut- dora varlével sobre 0 concreto. Os dleos com- binam com a cal, as matérias hmicas agem pela sua acidez,, P Aglicerina dissolvida, 0 benzol, os sabdes, os agticarese os nitratos sao nefastos. ‘As Aguas de esgoto agem principalmente pelos seus gases sulfdricos, que formam sulfatos, @ pelas matérias orgénicas. © leite ¢ seus derivados sdo bastante perigosos pela agéo do Acido Latico Os dleos minerais @ vegetais, o formol, o vinho, a cid ea cerveja, nao tém agao sensivel. CIMENTOS: Precaugdes especiais devem ser ‘ALUMINOSOS tomadas contra estes agentes : De- ‘S80 os mais vem utilizar-se cimentos pobres em recomendados. cal livre e particularmente os cimen- tos pozolanicos. Cada caso deve ser estudado particularmente Wee Canc Crm icin) Pa ie ec aa Pete PUM ueee ur) @um adensamento perfeito Podese ainda empregar uma protecéo superfi- cial que formaré uma barreira pro- tetora Uma pintura estanque plésti- Ladrilhos ou az Ou pintura com flua- ca, ou uma camada de betume _ jos assentados com ar- tos ou fluosilicatos. ou asfalto. gamassa rica de ci- mento. 125 volume do ferro, provocam o arrebe to do concreto que os protegia. Este ataque 6 indicado pelas fissuras que seguem os desenhos das ferragens e pelas manchas de ferrugem que as acompanha E particularmente freatiente nas proximida- des do mar e em regides industriais onde hé fumaca e emanagdes agressivas. £ igualmente freqiiente em pecas de con- creto armado que sofrem imersdes e seca- gem alternativamente. Para evitar estes aborrecimentos, é neces- sério utilizar concretos bem compactos, e im- permeéveis ao ar e a agua. E necessério ainda evitar a produgo de fissuras, que so portas abertas para E necessério tratar a corrosao. convenientemente a retomada de concre- tagem, linhas prefe- renciais utilizadas pe- los agentes agres- sivos, A espessura do recobrimento do con- creto deve ter dimensées suficientes. Um concreto bem elaborado, transportado, colocado em forma, adensado e curado, utilizando cimento apropriado ¢ bem escolhido, garantem uma seguranca suficiente se os determinantes seguintes forem observados, bem como uma precisa verificagao dos trabalhos do canteiro. Ar puro normal em bairros afastados ou vilas Atmosfera urbana Atmosfera altamente normal poluida ou maritima até 3 km de mar fabricar, desta manei- ra, concretos mais leves do que @ agua A resisténcia mecanica dos con- cretos celulares é mais fraca do que a dos concretos comuns e tanto mais fraca quanto mais leves sao estes concretos. A resisténcia 2 tracéo é da ordem de 20% da resisténcia @ compres: so. CONCRETOS LEVES CONCRETO CELULAR Estes concretos so obtidos pela introdugao na pasta de cimento de um grande numero de bolhas gasosas, como em um “suflé” de queijo ou de pao. No “suflé” é a cla de ‘ovos batida que incha pela aco do calor. Pode-se proceder da mesma maneira, misturando @ argamassa uma espuma suficientemente estavel para resistir a ago do mistuedor de betoneiras. E 0 concreto espumoso. No pao é 0 femmen- to que reage com a massa. No concreto celular, usese @ reago quimica de um pé especial denominado “agent es- pumante” que desenvolve as bolhas. © processo mais cor rente, consiste em mis- turar ao cimento, um po de aluminio muito fino que reage com a cal do cimento para formar bo- Ihas de hidrogénio. Isto permite introduzir uma quantidade de gs var ando de 30% a 80% obter densidades de 1,4 206. DENSIDADES my 4 a 1a 10 0,75 05 NESISTENCIAS ‘AOS 28 DIAS EM COMPRESSAO. =— 60 kafem*| 30 kafem| 10 Kajem 1a Os concretos celulares sao exce- lentes isolantes térmicos e seu em- prego se justifica por esta proprie- dade particular. E necessdrio porém, salientar que a retragdo e a defor- magéo sob carga destes produtos sao bem maiores que para 0 concre- to comum. A cura destes concretos em autoclave com vapor de 4gua sa- turado, e algumas dezenas de q gramas de pressao, permite obter depois de algumas horas (4 4 10 ho- ras) pegas que podem ser transpor- tadas, colocadas e imediatamente usadas. Ainda podem se juntar a0 concreto, cinzas, volantes ou silica pulverizada etc., desenvolvendo-se ento reagées silico-calcdria, melho- rando grandemente as résisténcias. A retragéo também se reduz de \ 75% Pelo fato de sua estrutura ser muito po- rosa, 0s concretos celulares sio relativa- mente permedveis a agua. Por esse motivo, devem ser isolados das fontes de umida- de: da chuva por um revestimento, @ dos solos umidos por uma camada de isolante impermesvel. Qs concretos celulares podem ser trabalhados co- mo a madeira. S40 cortados com a serra, furados com furadeira. As aplicacées destes concretns sao multiplas : isolamento de ter. ragos e coberturas, prefabricacio de grandes placas facilmente trans- portaveis etc. 18 OS GONCRETOS CAVERNOSOS ou concretos sem finos, $40 obtidos utilizando-se somente os agregados gratidos (de 10 a 30 mm) e a nata do cimento que serve para colar os agregados nos pontos de contacto e apoio. Apresentam entéo numerosos vazios ou caver- nes. ‘A dosagem em cimento deste concreto é bastante reduzide : 150 a 250 kg por metro cibico, de modo que 0 aglomerante seja apenas suficiente para cobrir as superfi cies dos gréos do agregado gratido, deuma fina camada. A dosagem de agua deve ser fraca, caso contrério a camada de cimento ndo sdere a superficie do agregado gratido ¢ escorre até o fundo das formas. Pode-se, ainda molhar os agregados e em seguida, progressivamente, adicionar 0 cimento seco Os muros em coneretos cavernosos so bons isolantes térmicas, desde que revestidos, nas duas faces. Caso contrario eles séo permedveis & agua e 0 ar como peneiras. Por outro lado, sao pouco capilares e a subida de agua é insignificante A densidade de concretos cavernosos, de agre- gados comuns, 6 da ordem de 1,6 a 1,8, ou seja 4,600 a 1.800 kg por metro ciibico. Para obter den- sidades menores podem ser utilizados agregados leves com a técnica de fazer concreto cavernoso estes agregados podem ser : argila expandida, ti- jolos quebrados, cinzas, escéria de alto forno éte. ae revestimento De toda maneira a resisténcia @ ruptura é sempre fraca, especialmente a resistén- cla por trayau. As, retumadas de concrete~ gem sao dificeis de se fazer. Sao utilizados como material de enchimento de uma es- trutura portante, como camada de filtro em muros de arrimo etc. 129 ) GONCRETOS DE © agregado sendo normalmente a parte pesada do cor eto, , € natural que se procurem utilizar agregados leves parecabter poner apos LEVER concretos menos densos e mais isolantes. , PODEM-SE UTILIZAR ‘As pedras pomes, que se encontram em luga- es vuleBnices. Os xistos ou as argilas expandidas por coz manta. ‘As cinzas volantes do usinas termoelétrices ) deviderente sglomeradas. A vermiculite, que 6 uma espécie do mica cozida @ depois resfriada rapidemante, ) A petite, lavra wulednica, tratede por pro- ‘cess0 quimico, © berro de tilola cazido e denois quabrado, ) ) 7 A did de & cect woman palo vapor de dom ) Saree ar aay Se oes, ' conti aguas ele soa ) As cortigas granuladas. ) ) s cavacos e fibras do. madeira mineral ) zadas em solugdo salina © eecas, ) ) Devem ser evitadas madei- ras que contenham tanino. Os coneretos de fibras de madeira so em principio, reservados a fabricagdo de painéis e aglomerados. Eles nunca sio uti- lizados para concretos moldados em for- mas Os concretos de fibra de madeira niio de- vem ser utilizados nem mantidos em con- tato com a umidade. ) CULEUN EU YY Utilizam-se constantemente AGREGADOS DE ARGILA EXPAN- DIDA obtidos pelo cozimento de uma pasta de argila Gmida a 1.100°C em forno rotativo. Eles se apresentam sob a forma de bolotes porosas, mais ou menos gratidas (2 a 25 mm) envolvidas ie por pelicula fina vidrada. Sua densidade esta entre 0,5 ¢ 1,0. ‘A areia ou agregado obtidos pela quebra é mais denso do que os gréos brutos. Abaixo damos alguns dados técnicos referentes a alguns exemplos de concretos leves. . POROS: Para isolamento térmico os dados esto na pag. 163. CONCRETO Pome muito |. ) qd Jase 068 am por mete Ge LEVE ‘ecordo com 2 dosagom, SEM AREIA Peso por m: tye Jem em clment Ses SSI, oF Glad” Estes concretos néo sao utilizados em paredes portantes CONCRETO LEVE PORTANTE SEM AREIA Fetraclo seco om 2 anes | Of 8.05 mm por mevo Resieténcia ‘2 compressio 120 a 200 kg/eme Medulo de ena Resistencia a tragto 130,000°8 445-000 kg/cm 18 # 16 ka/ome Estes concretos podem ser utilize: dos om paredes portantes, traba Thando em cerca de 30 Kg/cm*. ‘$40 menos isolantes do que © con- 131 wu SEG EEE BUEN BU UU CONGRETO LEVE PARA CONCRETO ARMADO COM AREIA comum Retrego a Seco 22 anos 0.46 26.5 mmm Peso por mt 4.700 1.000 kg 250 6 950 kg/om? doformacées instantamas como a fluéncia po- dem atingir valores igiais a0 dobro dos registralos no caso dos conerdos convencionais. Dosagem em cimento 360 kg/m Aosisténcie a trepio 18 0 25 ka/emt Estes concretos poiem ser utilizados na execuio de estruturas, devese no entanto, lembrar que as Médulo de deformagaa 150.000 a 200.000 kg/emit Os concretos de argila expandida sao empregados para diminuir 0 peso proprio da estrutura, bem como para garantir bom isolamento térmico, e algumas vezes ‘com as duas finalidades. O quadro seguinte ilustra as correlagdes entre resistncia & compressao aos 90 dias, e 0 coeficiente de condutibilidade térmica lambda (>) (vide folha 163), que é tanto maior quanto maior for a condutibilidade do concreto. A porosidade do agregado é bastante grande. Os concretos mais pesados po- dem mesmo absorver 3% de umidade e os mais leves 25%. Tal fato acarreta a di- minuicdo do isolamento térmico oferecido pelo concreto. Deve assim, o concreto, ser protegido contra a umidade e a condensacéo. r Resisténcia & compressao 90 dias 40 kg cm? 100 kg emt Densidade 06 Coeficiente de condutibilidade técnica (lambaa) 12 CONCRETOS PESADOS Concretos pesados sao os concretos especiais, com peso por uni- dade de volume consideravelmente elevado (mais de 2.500 kg por m3). Podem ser Uteis na produgdo de concretos que devam ter alta densidade (contrapesos), mas s40 principalmente empregados nos ca. sos em que é necessaria protecao contra radiagdes emitidas por rea- gées nucleares : produtos radioativos, aceleradores de particulas, re- atores nucleares etc. As radiagdes nucleares mais perigosas séo as dos neutrons e dos : oO el NEUTRONS séo particulas neutras, isto é,sem carga elétrica. Os néutrons sao freados ou para- lisados pelos nucleos de elementos leves, como por exemplo do hidrogénio da agua. Este encon- tro no entanto, provoca a emissao de raios gama (5), espécie de raios X, porém bastante mais pe- netrante e nocivo para os seres vivos. Estes raios gama sdo absorvides por corpos interpos- tos & sua passagem. Tanto melhor seré a absor- go quanto mais denso, mais pesado for 0 mate- rial absorvente. Com a finalidade de diminuir a velocidade dos neutrons 6 necessdrio empregar concreto de alta dosagem de cimento. Como o oxigénio é um bom \ retardador dos raios gama podem ser adicionados ao concreto, 6xidos (dxido de bério, éxido de fer- ro). No sentido de serem obtidos concretos pesa- dos os agregados comuns podem ser substituidos por outros mais pesados, a base de ferro, bario e chumbo. E, no entanto, necessdrio que estes agregados pesados tenham boa resisténcia mecé- | Limalhe de apo: 75 tint nica. Relacionamos a seguir as densidades de al- b Nir! magnets aud de fro 48 451/m9 guns materiais usualmente empregados : Pecéria de chumbo = 38a 8.7 tim? Os pesos por metro olibico de concreto dosado com 350 kg de cimento por m3 que podem ser obtidos, quando empregados os agregados pesados, sao os seguintes : Limaina de ferro ha de ferro escbria ‘e bariting magnetite de chumbo e o baritina baritina Os concretos pesados sao mais dificeis de serem aplicados. Séo necessarias formas mais re- sistentes capazes de aquentar o empuxo do concreto que, neste caso, é maior do que quando em- pregado conereto camum. Enfim 0s concretos pesados séo mais caros. Considerando-se as di- ficuldades de mistura, e lancamento, pode-se admitir que o concreto pesado tenha um prego igual 4 oui 5 vezes 0 do concreto comum. Em Sao Paulo, obteve-se conoreto relativamente barato & com densidade 3,1 utilizando-se como agregado mitido, areia de hematita (residuos da fabrica Serrana) e como agregado gratido, o besalto. Este concreto pesado foi utilizado no Instituto de Energia Atomica LEA. (NT) 13 CONCRETOS E RESINAS SINTETICAS As resinas sintéticas, ou mais comu- mente chamades MATERIAS PLASTICAS. so produzidas a partir da hulha ou do petréleo. Para que possam ser utilizadas no pre- paro do concreto devem se apresentar sob a forma liquida. Devem ainda endu- recer naturalmente ou sob a agao de um CATALISADOR ou ENDURECEDOR. Po- dem ser utilizadas puras ou adicionadas ao cimento. RESINA (peso seco) CIMENTO 3 Pee x} % RESINAS + CIMENTO. As resinas empregadas neste caso se apresentam sob forma de emulséo gue é suspenséo de particulas muito pequenss na gua. Particulas estas que se unem para formar um s6lido. As emulsdes mais empregadas so : © ACETATO DE POLIVINIL O ESTIRENO A RESINA AGRILICA A quantidade empregada é da ordem de 10% de material seco em relagao ao peso do cimento. Es- te material seco pesa cerca de 50% do peso da emulsao. Sao assim necessérios cerca de 10 kg de emul- ai de 50 kg de cimento. Como a emul- contém agua é necessério diminuir a gua da mistura, principalmente em se conside- rando que estes produtos sao plastificantes e que melhoram a trabalhabilidade do concreto. lie, MENTO a = 0,10 Se Vejamos agora alguns resultados de ensaios feitos com argamassa de cimento as quais fam adicionadas resinas. 60 das sa aoe iy hae ae ean ae NYY \ aie : er to 200 lene tom ato 250 kg emt setts OWA) 3 tofont cette (PVA) 125 kg om" estireno 220 kg/om2 ‘estireno: 230 kg cm* acrilico 360 kg/cm2 acrilico 240 kg cm* Tekin ere tom ste ‘a ta/ona wo stro 26 kg em? ome (Fe 00 tafond ewe (FA) 28 ky en votre 2 fofint , a wor 4 ting ‘Stal vein 29 kg emt Observa-se que as resisténcias melhoram quando a argamassa é conservada ao ar seco en- quanto que nao ocorrem melhorias quando mantidas na 4gua. O acetato de polivinil é particilar- mente sensivel & umidade. eae wun EXPANSAO. 1 ano na éava ETRAGAO WY I ee adtvos — 05 mmr em aves + 04 mn/an weoato 2 mmm scott +04 mm/en —— | ecrilico 04 mm/m erica +0410 mmm Pode-se observar que somente o acetato aumenta a retracéo de modo consideravel. A expan- so, quando a argamassa é curada na 4gua, é também maior nos casos do acetato (PVA) ¢ do estireno butadieno. O aumento da retracdo nao causa necessariamente o aparecimento de fis suras porque o alongamento na ruptura da argamassa de acetato 6 cerca de quatro vezes maior do que o mesmo alongamento no caso da argamassa _comum. Os revestimentos de argamassa com acetato nao fissuram, nao fragmentam, nem soltam. Permanecem impermedveis e aderentes @ base. Para pecas de conoreto pouco macigas 0 acetato € desaconselhdvel. A adigéo de emulsées melhoram as resisténcias a abrasio ) 4 corrosao. Os valores seguintes fornecem os resultados de perda de peso de corpos de prova submetidos & abraséo em aparelho de ensaio especial : ' sem aditiva 3,189 estireno 2,50 9 ) acetato 4,40 g acrilico 0.859 © emprego de plasticos é recomendavel para pisos de gare- gens, revestimentos de pisos industriais etc., pois tem alta re- sisténcia a abrasao. 198 fe endufecedor E possivel a execugdo de concreto, no qual 2 totalidade do cimento tenha sido substituiéa por uma resina que tenha, por sua vez, tido a velocidade de endurecimento regulada através a na- tureza e quantidade de endurecedor. A quantidade de resina empregada varia entre 10 a 4% do peso dos agregados. As resinas mais empregadas séo Os “POLIESTERS” @ os “EPOXYS” Os concretos deste género atingem, quando bem executados, resisténcias muito elevadas. Esta caracteristica permite @ execucéo de pecas estruturais sem armadura, tais como tubos, blo- cos de pavimentacao e pequenas vigas. Quando bem dosados, estes concretos podem ser imper- meaveis 4 4gua e resistentes a agentes corrosi- vos. S20 mais deformaveis do que os concretos de cimento. O médulo de elasticidade varia entre 200.000 e 270.000 kg/cm2. Apés o endurecimen- to (algumas horas) néo mais sofrem retracdo ou expans&o, sao ainda insensiveis & umidade. fluéneia Sob carregamento permanente, apresentam es- tes concretos deformacdes duas a trés vezes maiores do que o concreto comum & temperatura normal, no entanto estas deformagoes se estabi lizam mais rapidamente (alguns meses em lugar de alguns anos). © maior inconveniente destes produtos é a sua sensibilidade @ temperatura : sua resisténcia di- minui com 0 aumento da temperatura, a fluéncia também aumenta com a temperatura. Praticamen- te, a temperatura das pecas de concreto no deve ultrapassar os 40°C. Espera-se que os quimicos possam melhorar esta caracteristica negative. Em cardter experimental j4 foram teitas passa- relas para pedestres com estes concretos de plas- tico (N.T.) 135 RESISTENCIA A, RESISTENCIA A. COMPRESSAO A 20° TRAGAO A 20 “Poliesters"| “Epoxys* | “Poliesters"| “Epoxys” Ua 1,000 ka/em2 | 1200 ka/om2 } 300 ka/ome 200 tayem2 RESISTENCIA ATRAGAO CONGRETO DE SOLEETERE! 225 kgfeme CONCRETO DE "EPOXYS” a 418 kg/oma COLAGEM DE CONCRETO As resinas sintéticas, no estado liquido ou pastoso, sao geralmente adesivas, ou seja, aderem aos materiais sdlidos e logo endurecem. Po- dem permitir a ligacdo de pegas de concreto entre si e outros mate- riais como 0 a¢o, tijolos, pedras etc. ‘As colas mais utilizadas so de quatro tipos : PE E ET Epoxy com ou sem Epoxy mais Tiocol (bor a actles em Poliesteres ‘carga PPracha sintstica) ‘emulsao. Estas colas podem ser utilizadas tanto sob a forma de argamassa Argamassa_de cimento | Preparada com arcla fina sem cimento, quanto puras. ou carresadas Argamassa qronia’s 10 | OM po mineral. No primeiro caso séo aplicadas com colher. 1d se- 215% de emulsio. gundo, com pincel e no terceiro com espatula. Estes adesivos tem larga aplicacéo na recuperago de estruturas danificadas. superficies do conereto velho devem nota ser limpas de toda a nata de cimento. A re- mogao se faz com pon- teiros e posteriormen- te limpas com esco- vas. asta Do quadro seguinte constam alguns resultados obtidos em ensaios PVA,PE,Ee ET As superficies me- talicas devem ser lim- pas e todos os 6xidos removidos por meio de escova metélica ou ainda melhor, por jato de areia. PVA PE EeeET me) ae ae ee. ener ome | setts Haalia tte | SOTA deSs | Aas ben ue" ete concreto seco de ener lagem. eee deli- gem. Resisténcia su- perior & do concrato, | Be) i- -a- _- Conereto timido na colagem, | Rupturana cola. Resis- | {dra da érea de co- cerned ange Golam, | teeia a Redo woe ve; | lgum,” pines - tee menor ue Guano a6 cokes estdo seco ou timido menor que 25 kg/cm? oa ‘com carga mineral. a | Coneretorecém mistu: _. Ruptura geralmente fo- rado com conoroto | Ruptura geralmente na | uptura geralmente ma | a" da" cola, principal endurecido (retomada cola, resistencia mor | cola, resisténcia fraca. | mente quando adiciona- ‘de coneeatagen. malmente muito baixa da carga mineral Portanto, do exame deste quadro conclui-se que é preferivel, para obtengo de bons resulta- dos, empregar colas Epéxicas. a3 CONTROLE DO CONCRETO NO CANTEIRO Esta é uma operacao que deve comegar, desde © inicio da obra, com a andlise das matérias-pri- mas Agregado Apés 0 estudo da composicao granulomé- trica seré necessério verificar diariamente a constancia da composigao dos agregados, por peneiramento, e a umidade, com a fina- lidade de serem procedidas as corregdes re- ferentes & quantidade de agua de mistura. O controle deve, em seguida, ser efetuado na boca da betoneira, de modo a poder ser cor- igido erro de composicao. A principal opera- cao sera de verificar a quantidade de agua de mistura que certamente haveré em excesso. © processo mais simples para a verifica- 80 da quantidade de agua da mistura do con- oreto é 0 de frigideira a lcool Um peso de concreto (2 kg por exemplo) é colocado na de Alcool e acen Coloca-se em seguida 1/2 | Em seguida quando 0 fogo ide-se 0 fo- j& apagou coloca-se 0 outro frigideira e bem pesado, go. Agita-se a ura com 1/2 1 de élcoul e repete-se uma barra de ferro @ operagao aié ficarmos com material seco. Pesa-se novamente. A quantidade de agua é obtida pela diferenga entre as duas pesagens. controle de granulometria se faz facilmente por meio de uma série de peneiras, onde se coloca 0 concrito re: cém-misturado. Este conereto é lavado com ague. Pode-se deste modo determinar as condigées de luncio: namento da betoneira. Ce = Verifica'se em seguida a trabs- Kz , Ihabilidade pelo cone de Abrams ou da mesa de abatimento. A vibragao é verificada por meio de uma barra (vide vibragao, pag. 81). © controle do concreto endurecido permite ve- rificar se a resisténcia do concreto corresponde & resisténcia anteriormente estabelecida. Para tanto, efetuam-se amostragem do Concre- to recém-misturado. Estas amostras sao moldadas em formas apropriadas. A amostragem é feita no local de aplicagao. O concreto € colocado em um carrinho e em seguida novamente misturado por meio de p4, ou colher especial, de maneira a se obter uma amostra bem homogénea, e em segui- da moldam-se os corpos de prova nas formas ou moldes especiais. PARA ENSAIOS DE COMPRESSAO PARA ENSAIO DE FLEXAO ‘Gs moldes deve ser muito (Os moldes eilinétleos tom altura Os moldes sio prismiticos rigidos. Algune paises usam igual a0 dobro do elametro ‘com seeqdo quadrada ‘blees outros ellindricos 15 om 178 - cm ae a diane sna 8p sores al ws = 15cm e—> 20 cm—a—> ‘30 em tocma—> No Brasil somente 6 normalizada a utilizagéo de formas cilindricas, de altura igual a duas ve- zes 0 didmetro da base, sendo considerado padrao o cilindro de 15 x 30 cm. As formas s80 Metdlicas, com espessura de parede de 3 mm. Apresentam melhor resultados as formas que tem o fundo aparafusado por nao permitirem a fuga de argamassa. AS FORMAS DE MADEIRA DEVEM MENTE PROIBIDAS. Hé algumas tentativas no sentidode utilizar formas de plastico,de papelao parafinado ou mesmo de folhas metélicas finas, sendo as duas ultimas, utilizadas uma sO vez A desmoldagem ¢ feita depois de 24 horas, tendo-se todo'o cuidado a fim de que 0 corpo de prova, com o concreto ainda de baixa resisténcia a tracdo, nao sofra cho- ques ou pancadas, 0 que podem produzir fissuras internas que afetam grandemente sua resisténcia final. Quando se utiliza um cartao parafinado por dentro da forma metélica, ha facilidade da desforma e de remessa para o laboratdrio, através de duas cobertas de cartdo que _s80 fixadas por fita colante, evitando-se a evaporacao da agua e conseqilente a se- cagem do concreto. © uso do cartao terno & forma, nao é usado no Brasil, apre- senta ao lado das van- tagens enunciadas, al- gumas desvantagens. Seu maior inconveniente seria.o da imprecisdo da segao, pois haveria dois a trés por cento de variagéo, 0 que torna 0 proces- so desaconselhavel, para uso em laboratério, porém ainda ad- missivel para controle em obra. © enchimento das formas é normalizado também. Até os pri- meiros meses de 1974, no Brasil, enchiam-se as formas em 4 a 40 camadas. Atualmente as formas podem ser cheias : Em trés camadas devidamente socadas com uma haste metélica de 16 mm de diametro para concretos cujo aba- timento medido no cone de Abrams seja de mais de que 2 cm (concretos razoavelmente trabalhaveis), Para concretos destinados a sofrer vibracdo enérgica as formas sao cheias em duas camadas, vibrando cada uma delas com vibrador de imersao ou mesa vibratoria de ca- racteristicas conhecidas. Cada camada é vibrada durante 1 minuto. A face superior 6 alisada com a haste ou com régua metélica, a fim de que o corpo de prova tenha uma altura constante, 0 que se consegue com 0 nivelamento superior feito em duas direcdes perpendiculares. Evitam- se cavidades, colocando-se nos topos um pouco de arga- massa colhida no proprio concreto. Na falta de mesa vibratoria, pode-se aplicar um vibrador de imerséo nas paredes das formas bu colocar 2 agulha do vibrador dentro dos moldes no concreto e retirar lentamente o vibrador, para diminuir 0 perigo da desagregagao. Deve-se empregar agulhas de pequeno diémetro, mao maior do que 38 mm. Para o concreto destinado a ser com- pactado facilmente com abatimento de 3 cm ou mais, a compactacao na forma é feita com uma barra de ferro de 16 mim de diametro com cerca de 60 cm de com- primento. Qualquer que seja a maneira de com- pactaco, o corpo de prova deve ser con- servado no molde, protegido por uma co- bertura durante 24 horas. A marcagao deve ser feita na obra, sem quebrar as faces, com ajuda de um lapis estaca de cera, Depois da desmoldagem, os cor- pos de prova devem ser conserva- dos de preferéncia em uma caixa cheia de areia imida, com espessu- ra minima de § cm de areia sobre todas as faces do cilindro. A areia deve ser copiosamente molhada depois de colocados os corpos de prova no lugar. Tanto nos moldes como nas. cai- xas, 08 corpos de prova devem ser protegidos, devendo permanecer & temperatura ambiente do canteiro. No laboratério, a conservago 6 feita em atmosfera saturada de umi- dade, ¢ os corpos de prova ficam na temperatura de 21° + 2°. Para o ensaio de compresséo, as faces do cilindro devem ser apare- Ihadas, seja por abrasao, seja em pasta de ciménto, seja em enxofre, p6 de sapato e argila fundidos, seja com matéria plastica apropriada. 141 © ENSAIO DE GOMPRESSAO deve utilizar pelo menos 3 corpos de prova por idade, (NB-1/74 art. 8.4.4.1). Um 6 corpo de prova por idade néo tem significado. A maquina de ensaio ou pren- sa deve estar munida de um prato. Sos articulado que, em principio é 0 prato superior. Os pratos devem ser praticamente planos. A. sensibilidade da maquina deve ser de 1%, no méximo, da carga eplicada. As maquinas de ensalo devem ser fre- qiientemente aferidas. © ensaio a flexao deve ser feito sod mo- mento constante. 0 momento M 6 aplicado em uma extremidade enquanto que outra 6 fortemente engastada Deduz-se a resisténcia @ tragéo na fle- x80 : (Rt). Observa-se geralmente que a resisi@ncia a tragao pura é 6/10 da resisténcia A tra- G80 om flexéo, sobre prismas de 7 cm de lado. © ENSAIO A FLEXAO pode ainda ser feito sob uma carga concentradd no meio do véo ou 2 cargas concentradas aos tergos dos apoios. Em alguns paises aproveitam-se as metades P dos prismas, apés o ensaio de flexdo, para fa- Zer 0 ensaio a compressao aproximada. Para is- R=15 to colocam-se 2 pratos de secdo quadrada com » lado igual a b, exatamente um sobre o outro, conforme figura do lado. Observa-se entao que © concreto se rompe por compressa como se a fosse um cubo de lado b. O ensaio de tracéo também pode ser feito por compressao, diame- Rw PL. tral conforme vimos na pag. 120. ee O controle da resisténcia 4 tragao é muito til no canteiro de obra, porque dé um excelen- ye Ys YS te indice de qualidade, é facilmente executado, € permite controlar 0 tempo de desforma. dl Lp Le = Os ensaios _enumera- dos sao essenciais € po- dem ser realizados em = um pequeno laboratério de canteiro Rw AUSCULTACAO DE OBRAS EM CONCRETO Um corpo de prova de conereto representa 0 concreto de obra? Esta questao é posta freqtien- temente em discussao, pois varios fatores sao in- tervenientes, como por exemplo, o efeito de pa- rede que faz variar a comparacao. ‘A experiéncia tem mostrado que, freqiientemen- te, a resisténcia dos corpos de prova extraidos da estrutura 6 maior do que a dos corpos de prova testemunha moldados na obra Para se ter melhor conhecimento da qualidade efetiva do concreto, de sua compacidade, procura-se um meio nao destrutivo, denominado auscultagao. O processo mais usual e 0 mais eficaz, é a auscultagao pela medida da velocidade do som. ‘A propagagao do som em um sdlido se faz sob a forma de ondas. Onda de Distorgio de compressao longitudinal e onda de distorgao transversal. O trem de on- das longitudinais se propaga mais répido do que o trem de ondas de distorcao. Mas estas duas ondas nao se propagam com a mesma velocidade. trem de ondas de distoreso i ‘vem de ondes longitudinale 13 © conhecimento destas duas velocidades do som em um sélido, permite determinar 0 mécil 0 de elasticidade e 0 coeficiente de POISSON (ver 0 proceso de deformacao sob carga na pag. 110). Tomemos uma peca de concreto de comprimento Le apliquemos em uma extremidade A um choque ou impulso. Este impulso se propaga pela peca com a velocidade V chegando a exi-emi- dade B onde ela reflete como uma bola de ténis até a extremidade A, onde ela se reflete de no- vo em diregao a B. Se provocarmos, no instante em que a on- da chega em A, um novo impulso, a intensi- dade das deformacées se superpdem e a am- plitude do movimento aumenta. Na extremidade B da pega, a amplitude do movimento 6 maior quando 6 tempo decorri- do entre dois impulsos sucessivos correspon- dem a duracdo de ida e volta da onda Dizemos entao que a peca estd em resso- néncia. Ela vibraré como um péndulo solto em sua freqiiéncia propria. © aparelho de medida € simples: a peca do concreto & colocada em uma almofada de plastico macio e ligada em uma extremidade a um emissor de som e na outra extremidade a um receptor. A variagéo de freqiiéncia de vibragio do emissor faz variar a amplitude do movimento da agulha do receptor, que é ento medida por meio de un oscilégrafo catédico ou oscilos- c6pio. Mede-se entdo a freqiiéncia (n vibra- G6es por segundo) que determina a amplitude maxima, Esta freqiiéncia indica que a onda faz uma ida e volta por segundo, e a velocidade V é N vezes 0 dobro do comprimento da pega 18 AMPLITUDE OSCILOGRAFO ~~ RECEPTOR PEPIN “omissor onda longitudinal Esta medida de propagagao do som nos sélide € indireta e 86 pode ser feita em corpos de provi onda transversal A medida direta em uma obra é possivel. Um cho- que dado em um ponto faz surgir dois trens de on- A B da, longitudinal e transversal, que se pode detemi- nar segundo a posi¢do que se da ao receptor. O tempo necessario para que o trem de onda pas- se de um ponto A a um outro ponto B permite cal- cular a velocidade de propagacao. Esta medida pode ser feita na superficie do con- creto ou no seu interior. Na pratica, estas medidas sao feitas com apare- Ihos eletrénicos, especialmente estudados que dao precisdo de um milionésimo de segundo (micra-se- gundo). Estes aparelhos séo hoje de uso corrente pelos tecnologistas de concreto. receptor medida em espessura oe emissor Comprimenté de medida Quando a qualidade do conereto muda, a velocidade do som varia. Isto permite reconhecer as irregularidades da mistura do concreto e determinar partes do concreto danificado por incén- dio, por fissuramento, corroséo da armadura, defeitos de concretagem etc. Quando hé uma fissura, o trem de onda deve contorné-la, isto provocaré um atraso na recep- cdo da onda, permitindo calcular a profundidade da fissure. ATRASO wes, © © mesmo se dé quando hé um defeito interno. Sua posigao ¢ dimenséo podem ser determinadas pela medida dos tempus de prupayagau. Pode-se ainda determinar, com boa preciso, @ espessura das camadas superficiais que se acham alteradas por causas acidentais como fogo, cor- rosao etc... 5 Para conhecer exatamente a que lidade do concreto, 6 necessério re- lacionar a velocidade do som ao mé- dulo de elasticidades e a resist@ncia ) Sendo Da densidade aparente ) (peso dividido pelo volume), 0 mé- dulo de elasticidade E, € igual ao produto da densidade aparente pelo ) quadrado da velocidade das ondas longitudinais. emissor Médulo de elasticidade v Dx ( Densidad aperente ‘do Som Se a medida da densidade aparente 6 facil de se fazer pelo peso do corpo de prova do concreto, na obra § ex- tremamente complicado. Utilize-se entao os raios gama (%) que sao absorvidos proporcionalmente ao peso da matéria encontrada em seu caminhamento Basta colocar_um emissor de raios (constituido de fi nfssimas particulas de energia denominada fotons ) ¢ de contar 0 numero de fotons que aparece em um conta. dor Geiger para medir a absorcao, A interpretacéo é imediata em N espessuras. Em su- perficie 6 interessante e itil efetuar uma aferiggo sobre Para determinar a resisténcia & compressdo pelo conhe- cimento do médulo de elasticidade E, pode-se operar de maneira aproximada dividindo o quadrado do valor de E pe- 'o quadrado do coeficiente K. Este coeficiente K, é préximo de 21.000 kg/cm2. Este coeficiente pode ser mais precisa- mente determinado, através de experimentacao em um de- terminado concreto ou numa obra especifica Aqui estao alguns resultados estatisticos da medida ob- tidos experimentalmente. ferentes sdlidos de densidades conhecidas ey (kK) RESISTENCIA A COMPRESSAO aa 200000 ks/en® | 250000 kacm® | 300000 kg/en® ée sasticidado * . . 250000 ko/em* | 200000 hg/en* | 280000 ko em? 725 000'kg/em* | 275000 kg/em* | 325000 kg emt 350 000 kg/m? 400.000 gem? 375,000 ka/en? 409.000 ka/om*® 4500000 ka/em? £25 000 kg/em* 50 kafem® 120 kg/emt 175 igen? 250 kajem® 375 kg/om™ 125 ka/em® 200 kafem® 230 kgfert 400 kg/em? S15 kg/om? Valores midion 100 bao 150 kg em? 225 kg] om 350 kale S00 glen Atualmente esto sendo desenvolvidas besquisas no sentido de na determinagao da resisténcia & compressao, através de _mi ensaios esclerométricos. (N.T.) 146 se obter melhores resultados étodos combinados de ultrason e 2 ) d 2 im ) Ponte Pequena, acabei de fazer um resumo da ciéncia do concreto. Se vocé quer saber mais coisas, aconselho-o a ler as obras abaixo relacionadas, escritas em espanhol ou em portugués BIBLIOGRAFIA Concretos Hidréulices. Joo Fulgéncio de Paula, Esc. Eng Belo Horizonte Ultra Som e rasisténcia do concreto 1972 Revista Politécnica SP Wolle, Riodet Falcdo Baver. Usos de Aditivas para concreto SENAI 1973 MA Azevedo Noronha e LA Falcao Bauer Fabrico e propriedades do betao 2 volumes 431 fis. ‘A. de Souza Coutinho LNEC Lisboa 1974 Elaboracion del concreto y aplicaciones, L. J, Murdock CECSA — Mexico 1964 Coneretos de cimento portland y esfalticos CECSA, TD Larson, México 1966 Materieis para concreto armado Hélio Martins de Oliveira Publicacéo da Universidade de Moji das Cruzes — SP Concreto de Cimento Portland Elédio Petrucci — S. Paulo Materlais de Construgao José Nafien Alvas Nobel 1974 Estudio de Materiales F. Arredondo 1970 Instituto Eduardo Torroja, Madrid Materiais de Construcao Enio José Vercosa GAEE Porto Alegre 1973 vt ALVENARIAS A execugdo do concreto esté associada a regras precisas que jé foram lembradas. As alvenarias de tijolos ou de pedras re- querem também cuidados especiais na sua realizagdo. Nas paginas seguintes encontram- se algumas indicagdes sobre o assunto. MUROS E VEDACOES PW EUULYVY CONSTITUINTES ) © PEDREIRO DEVERA ESCOLHER SEU TIJOLO lo de argila lo de ceramica turedo lo de concreto leve ijolo leve ti ) ti ti ti © verificar se suas qualidades sao suficien- tes para o fim desejado Estas qualidades sao : a ee ) 5 ) dimensdes corretas resisténcia porosidade aspecto e, ) Aresisténcia mecanica que é determinada permed lidad ela compressdo e ruptura em uma prensa, Ps Ip de um prisma composto de duas metades do ) tijolo, superpostas e ligades por argamassa , de cimento. O ensaio € feito com 6 amostras escolhi- —_ das ao acaso no lote e'de seus resultados, .. obtem-se 0 valor médio. Face ao resultado,” saberemos se € possivel sua utilizagdo,-de acordo com as Normas Brasileiras. 350 ka/om? ) 250 kg/em? 7 125 kg/em? i 60 kg/em? Trabalhoe eepeciaio que necessitam de grande resistencia Trabalhos que néo necessitam de nde resistencia De toda a maneira a categoria poderé ser escolhida apés 0 célculo das cargas que sero suportadas pele alvenaria. a APOROSIDADE do tijolo é medida fazendo- 4h 18h 0 secar em estufa a 100°, depois, coloca-lo EB f’) parcialmente em agua durante 4 horas e, em 5 seguida, durante 48 horas totalmente imerso. Ci orosidade A: porosidade néo deve ser superior a18% A diferenca entre pesos, antes e depois da imersdo, relacionada a0 peso seco, dé a porosidade ou peso d’égue em porcentagem, que o tijolo pode absorver, A CAPILARIDADE do tijolo pode ser determinada pelo seu poder de sucgao em relagao aagua que esta ao seu redor, seja ela proveniente do solo, da atmosfera ou da argamassa das juntas. O tijolo previamente seco colocado verticalmente em uma forma contendo 1 cm de altura de agua Observa-se entéo, a agua subir lentamente no tijolo por efeito de capilarida- de, formando uma faixa mais escura Pesagens sucessivas do tijolo, mostram que diferenca de peso “p” é propor- cional a raiz quadrada do tempo: p = K VE P O valor K = — VE quanto menos absorvente for 0 tijolo; t € 0 tempo em minutos da subida da agua pelo tijolo. chamado coeficiente de capilaridade, e 6 tanto menor oratoras Pode-se_detectar a presenga de nddulos de cal,pe- la imersao dos tijolos em agua fervente, durante trés horas. A cal se manifesta por pequenas crateras que esfoliacd) No canteiro, pode-se ter uma idéia aproximada da resisténcia do tijolo, procurando-se riscé-lo com um ca- nivete e, comparando 0 seu comportamento com o de outro de qualidade conhecida. Tém-se igualmente idéia da porosidade, examinando-se a velocidade de absorean dle uma gota de agua colocada sobre © tijolo. Enfim, 0 exame de um tijolo por um pedreiro experiente, pode fornecer algumas indicagdes sobre suas qualidades a saber textura, dimensao, uniformidade dos graos ete. 181 A areia deve ser limpa, isenta de argila e de matérias orgénicas (vide concreto), A na- tureza do cimento e a dosagem devem ser escolhidos com base na resisténcia que de- ve ter a alvenaria, no sentido de suportar as cargas a que seréo submetidas. NA FRANGA DISTINGUEM-SE SEIS TIPOS DE AGLOMERANTES: Os numeros (NO BRASIL NAO HA 0 TIPO 6) (30), (60), (100), | ~> ==> (160) etc., indicam | CAL respectivamente, as resisténcias Puc pre que devem apre- cht sentar as arga- massas aos 28 dias, quando sub- metidas a ensaios de laboratorios. | CIMENTO | seeea dies PARA REVESTI-| MENTOS | I | 400 Devem ser evitados os cimentos de alta percentagem de es- Cérias, cimentos ferrosos e de alto forno (metalirgicos). Estes, cimentos devem ser eliminados no caso de assentamento. de alvenaria aparente DISTINGUEM-SE QUATRO TIPOS DE ARGAMASSA, A PARTIR DO CONSUMO DE AGLOMERANTE UTILIZADO POR METRO CUBICO DE ARGAMASSA MAGRA, MEDIA GORDA MUITO GORDA 250 2 350 kg 400 kg de 450 kg de 500 kg de de aglomerante aglomerante aglomerante aglomerante porn por m® or m® por m* Pode-se substituir uma parte do cimento por cal, com a finali- dade de dar & argamassa melhor trabalhabilidade e melhor ade- réncia ao tijolo 152 ALGUMAS INDICAGOES SOBRE AS ARGAMASSAS A SEREM EMPREGADAS bo suporta fi ge apreciavsl 2 kajeme Tiivenavias portantes de tiolos [anata = 250 1 | ! | l Ta ‘Alvenaria de Tijolo A | Tie kgfema | ', kg/em2_ + Ets jesse aes | \ - Se Haat argamacea média | dereimento 160 argamaesa média | de cimente veo [aa OBSERVACOES Alguns. tijolos Tioles C ou D aglomerante 100 PREVISTA we igen en " jorda |eroamassa | Pe ser : Ut 1 | P ! Sees a) eee 20 kg/oma 2S kg/cm2 rt | ergamassa gorda rgamassa muito | | ocr on is wanes \ ions | | | | | I oe Para paredes submetidas a severas condigses de umidade e chuva, deve ser empregada argamassa gor- da. Para paredes internas e vedacaéa com funcao por: tante, podem ser empregadas argamassas magras pa- rao caso de emprego de tijolos macicos e, argamassa média para o caso de tijolos vazados. Uma parte de cal na argamassa, garante uma melhor trabalhabilide- de, porém, diminui a resisténcia fabricados com argilas muito pobres em cal ou insuficientemente cozidos, tém a tendéncia de inchar sob a aco da umidade (1 mm por metro ou mais). A alvenaria de aperto sob a estrutura fica sob pressao, e pode romper-se repentinamente. Para que este tipo de acidente seja evitado, as pa redes de vedagao devem ser montadas sobre uma fo- Iha de madeira macia, ou ainda, devem ser eliminadas as particulas de tijolos defeituosos. A constatacao da deficiéncia dos tijolos, pode ser feita através de en saios de inchamento em autoclave, com vapor satura- do @ 10 kg/cm? de pressao e em temperatura aproxi mada de 180°C. 153 EXECUCAO Antes de serem utilizados, os tijolos / devem ser molhados com a finalidade de evitar que absorvam agua da arga- massa. Nao devem, no entanto, serem enchercados, pois acerretaré 0 apare- cimento de eflorescéncias. Em tempo chuvoso, é indispensdvel manter os tijolos ao abrigo da chuva Os tijolos comuns sao assentados com junta de amarragao Perede de 226m Parede de 95cm —m uma parede, a par- eee tir de 22 cm de espessu- ze ra, @ amarragao mostre- ra tijolos de topo: Os tijolos aparentes sao Junta de menos de 5 mm >» montados : com régua, com juntas regulares e segundo 0 desenho previsto. A espessura das juntas é Junta de 5.2 15 mm, > escolhida em decorréncia do aspecto desejado, mas, a gra- nulometria da areia emprega- aes da difere segundo a sua es- uta do mai do 18. Arela de 0.6 2 1.28 mm. pessura Cimento e areia tna Arela 60 0.80 20.31 mm Em tempo seco Em tempo de chuva : Deve ser proce- dida a molhagem freqiiente da alve: naria, com finali- dade de evitar a evaporagao. brus- ca. As alvenarias recém terminadas devem ser mantidas ao abrigo, da chuva Toda fachada em tijolos aparentes devera ser rejuntala, As juntas so rebaixadas cerca de 2 a 3 cm e, em sequidarmalha- das. A argamassa para rejuntamento devera ser gorda crm con- sumo de cimento minimo de 250 kg/m3. may As juntas muito profundas per- mitem o actimulo de agua de chu- va, devendo pois ser evitadas. Na execugao de cintas e de vergas, 0 concreto nao deve aparecer na fachada Estas pegas devem ser construidas re- cuadas de cerca de 1/2 tijolo. As fachadas devem ser protegidas por meio de pingadeiras. Em decorréncia da possibilidade di movimentagao de sais soluveis na massa dos tijolos, por causa da umidade, podem aparecer nas superficies das _paredes eflorescéncias. Estes sais so formados| pela reagao dos sulfatos, eventualmente existentes nos tijolos, com os alcalis do cimento. A formagao destes sais pode ser evitada, ngo assentendo tijolos em dias de chuva e, néo empregando tijolos que estejam encharcados Um excelente meio de se testar a ca- pacidade do tijolo e do aglomerante de formarem sais, é 0 procedimento dos testes ilustrados na figura ao lado.” Observa-se 0 aparecimento de eflorescéncia, quando 0 aglo- merante nao é de qualidade satisfatoria para 0 assentamento arprecses dos tijolos em observacao camads! Os cimentos de escéria ou de alta percentagem de escéria, isolante causam freqiientemente 0 aparecimento de eflorescéncias. A ems cal hidrdulica normalmente nao acarreta este fendmeno. As eflorescéncias podem também advir da dgua do Solo que sobe por capilaridade. Com a finalidade de evitar 2 subida da gua na alvenaria, por capilaridade, é recomendavel a execucao de uma camada isolante de argamassa de espessura svficiente, F preparada com impermeabilizante. interior " podem-se fazer desaparecer as eflorescéncias, por lavagem com jatos de agua sob pressao. No caso da eflorescéncia continuar, a la- vagem deve ser feita com agua levemente acidulada ¢ a s-escovada 155 RESISTENCIA A RUPTURA ) A resisténcia a ruptura das alvenarias é, geralmente, menor do que a dos elementos que @ constituem, a saber : tijolos, ar gamassa, pedra Os resultados de ensaios procedidos com blacos de 45 cm de ) tiolos da categoria B com diversas argamassas preparadas com cimento Portland 250, cal e areia, constam dos quadros ) Cal ) kg/cm" : HPD HORE. PRR == Geer SOnlarees | aa ) " ‘SE: ae | RIA ve - 2 Resisténcia kg/em =e em > ) SEBO. rae kg/em? ) SGN ROIS EBeE Tete E, portanto, inutil empregar argamas- sas ricas com consumo superior a 500 kg ) de cimento por metro cubico Foram ensaiados também blocos executados com pedra calcéria e assentados com argamassa de cimento. cal, ¢ area, A resisténcia da pedra foi de terminada a partir do ensaio em cubos‘de 7 em de lado. » ilustra os resultados obtidos nos en- saios ) RF — carga correspondente ao aparecimento da primeira © quadro seguinte ) Categorie ) issura e Rr — carga de ruptura da parede ) Re — carga de ruptura do cubo de pedra ) Resisténcia da Resisténcia dos blocos pedra ) ka/em? Assentamento com argamassa de cimento Assentamento com argamassa de cal RF = 160 kg/cm? 2} Re = 800 kafem? > 7 of 300 kg/em™ )} Re = 150 kg/emt > 0 kg/em? Rr = 70 kg/em? | Relagao RE 0.32 vao ‘ Ai )|_Relagdo ~Ar_ 040 0,47 Verifica-se que, a carga de rupture da parede, é sem ) pre inferior & metade da resisténcia docubo A resisténcia de paredes e muros é exanimada em painéis de 2,50 m de altura ¢ 1,20 m deleargu- ra, em prensas especiais. A ruptura se da ,geral- mente, de maneira brusca, Se a carga esti_bem centrada, hd um esmagamento. Se a carga ex- céntrica, ha uma flexao da parede, que sed obra em duas partes conforme se nota no esiaema abaixo. Carga chamada excéntrica, € aquela que nao é aplicada no meio da espessura da parede. € 0 caso de uma verga, por exemplo. Chama-se excentrici- dade a relagao S = A resisténcia da parede, ou seja, sua carga de ruptura, diminui quando o valor da excentricidade aumenta. Se a carga € P para um valor bem centrado, ela e_ i sera 0.75 P para uma excentricidade da 10 0.60 P para um excentricidade 1 (conforme vere mos na pagina sequinte) Ne pag. 159, veremos as resisténcias de um certo nimero de paredes de naturezas diversas 187 Um muro de.tijolos furados de 15 cm pode suportar uma carga horizontal de 1 tonelada: Uma parede de tijolos furados de i0 cm : 750 kg Uma parede de placas de gesso de 5 cm, com reves- timento dos dois lados : 150 kg. Uma parede diviséria de folha de madeira aglomera- da com gesso nas duas faces : 150 kg. Sobre os muros em geral,, sao fixa- das cargas de la- vatorios, aquece- dores, prateleiras etc. Para se efe- tuar o ensaio, fi- xa-se um consolo, na extremidade do qual se aplica uma carga P. Con- forme dispositive a0 lado. Um muro de jolos comuns de 22 cm pode suportar uma carga de 2 toneladas. Um muro de tijolos furados de 15 cm pode suportar uma carga de 1 tonelada; Uma parede de tijolos furados de 10 om, pode su- portar carga de 800 kg; Uma parede de tijolos comuns de espelho com 5,5 cm : uma tonelada; Uma parede de placas de gesso de 5 cm : 200 kg: Uma parede divisoria de madeira aglomerada com gesso de 8 cm: 100 kg. 198 is ” Um muro ou uma parede deve suportar, sem deformacéo apre- ciavel, uma carga horizontal que the seja aplicads. O ensaio ¢ feito pela aplicacao de forca através de um macaco e séo medidas as de- formacoes e @ carga de ruptura Um muro de tilojos comuns de 22 cm pode suportar uma carga aproximada de 15 toneladas. Macaco hi Disco de ago de 15 om de ciametro Flexéo local ae oo. Paratuse RY Vejamos agora alguns resultados de ensalos efetuados em muro de 2,50 m de altura entre vigas de concreto e carga centrada. Concreto colocado entre formas. ‘conecreto colocado entre formas CONGRETO COMUM CCONGRETO COMUM a i. ___osletdnoia do clindeo 150 kg/em? Aesiotncia do llindro 210 ka/om P Resistencia do muro Resietincla do muro S 180 ka/on? 10 kg/on? E 8 ‘CONCRETO LEVE DE ARGILA EXPANDIDA ‘CONGRETO LEVE DE ARGILA EXPANDIDA a a densidad 1.1 g/l _ densidad 1.7 kg tencia da ciindro 170 ka/en? Aosietncla do endo 210 kg/m? Resistencia do muro Resistncia do muro 4 160 kg/om® 180 kg/on Blocos BLOGOS DE CONCRETO epregado pecedo densidede 220 ‘Aaregado pesado deneiade 2.25 i. Resietncia 120 kg/em? Resistencia 100 kg/om? Resistncla do. muro Resieténcla do muro 60 ka/em? 5 ka/em? e 3B [BLOCOS DE CONCAETO CELULAR densidade 0,70 kg/t | BLOCOS DE CONCRETO CELULAR densidede 0.56 9/1 * Resisténcia cellar do muro Resistenta celular do mero = 38 kgfom? 22 kg/em® i: Alveneria [ALVENARIA DE THOLOS COMUNS — Tilo A e B TisoLos ’ Resistencia de argamessa 200 a 300 kg/m? Resistencia de ergamssa 100 « 200 kglem? s Resistencia do muro Resistneia do muro 200 8 260 ka/em? 100 200 kg/om? Tyotos TUOLOS ESPECIAIS Resistencia da argamassa 100 = 200 kg/on? Resistncla da argemassa 100 a 200 ks/em? ResistEncia do muro monos de Resiatncia do muro 100 kg/em? 00 8200 kg/em? THjolos furados argamasse 100 2 200 kg/em? THOLOS COM 10% de vexios TWOLOS COM 20% de vario. - Resiotncia 240 kg/om? Resistencia 180 kg/em? Resistencia do muro Resietinela do muro 65 kg/om® 50 kg/en? = 8 ‘TWOLOS COM 60% de vazios TUOLOG COM NUPTURA DE JUNTA aI Resiaténcia de 45 ko/om? Resisténcia 88 kg/cm? Resistencia do muro Resistnela do muro Tkg/on? 15 ka/em? + 159 ARGAMASSAS destinadas a proteger as paredes de tijoles, de Seto ou de aglomerados contra a umidade externa a preparar superficies internas para receber 1 pin- ture ou os revestimentos. gesso. As qualidades que elas devem ter sao: boa eréncia @ alvenaria, boa estangueidade a chuva (pa- ‘os revestimentos externos) € uma grande durabili- dade (resisténcia & fissuracao por exemplo)- REVESTIMENTOS EXTERNOS Sua composi¢zo é a mesma das arga- massas de alvenaria (ver pag. 142) gordas e muito gordas. Uma adicao de cal é sem- pre favoravel Ha no mercado algumas argamassas jé preparadas que oferecem algumas vanta- gens Sua colocacdo se faz correntemente em diversas operagées = 1—A preparacéo de base deve ser perfeitamente limpa de toda a poeira ou de material solto, por meio de uma escova de fios metélicos. Nas alvenarias, as juntas devem ficar recuadas 13 cma fim de assegurar boa ancoragem, Para © concreto, a superficie deve ficar aspera por meio apropriado. (picotagem ou chapisco, por exemplo). 2—A umidificagdo do suporte, deve ser feita de tal maneira, que ele nao tenha tendéncie a absorver parte da agua da argamassa por capilaridade, 1 que im- pega a aderéncia. Esta é uma questdo de pratica que os bons pe- dreiros conhecem bem 3—Projeta-se sobre a parede um chapisco, argamas- sa de cimento e areia muito rica, com mais de 600 kg de cimento por metro ciibico, a fim de formar uma camada aspera de ancoragem de 1a 2 mm de espessura. 160 chapisco~ i: - ms 4—Aplica-se entao, uma primeira camada de argamusssa e depois uma segunda mais pobre em cimento. A d>sa- gem em cimento deve ser mais fraca no exteritr revestimento grosso. revestimento fino —__». “a 5 —Excepcionalmente, quando se deseja um revestin-en- ‘ to sem fissuras e muito resistente, para condigoe de exposicéo muito severas, é aconselhdvel colocari ma tela fina, no galvanizada, entre a primeira e a segun- da camada. 6—Apés a execucdo, 6 conveniente proteger a super ficie contra @ acao da chuva, que poderé lavar o reves- timento, ou do sol € vento, que podem secé-lo. REVESTIMENTOS IN’ | TERNOS Eles podem ser feitos a base de cimento ou a base de pastas. A pasta, quando bem feita, é uma excelente protecdo, particular- mente contra incéndios, pois contém m ta Agua. Podem ser furados com pregos, 0 que nao acontece com as argamassas de cimento. q Estas argamassas sao constituidas, em geral, da pasta pura obtida pela calcinagao do gesso ou da cal. A pasta é obtida juntando-se 80 a 100% de gua, em peso. A operagao é em geral feita em uma caixa tradi- cionalmente conhecida como “massadeira". O traba- Iho do revestimento é feito por operario qualificado, usando uma desempenadeira para segurar o material e projetando a massa com a colher de pedreiro, Quan- do se usa mais de 100% de agua a massa resultante 6 morta, sem resisténcia. A dificuldade de utilizagdo da pasta de gesso é a rapidez da pega (15 2 30 minutos) e a velocidade com ) que os operarios devem aplicé-la. Com retardador de pega, que ao mesmo tempo fun- ciona como plastificante, pode-se prolongar o tempo ) de pega para 1 hora e 30 minutos e diminuir de manei- ra aprecidvel a quantidade de agua de mistura (cerca de 50 a 60%). Quando se escolhe o uso destes produtos, deve-se ) examinar 0 aspecto de possivel eflorescéncia. No en- ) tanto, a -resisténcia do revestimento é aumentada consideravelmente. ) 161 No Brasil, utiliza-se normalmente a argamassi fina, com pasta de cal, adicionando-se areia fina e peneira- da. A resisténcia mecdnica e a dureza sdo aumenta- das, porém as propriedades de resisténcia ao isola- mento térmico e a resisténcia ao fissuramento so re- duzidas. Hoje comegam a ser utilizadas maquinas de proje- 80 de argamassa fina, que podem reduzir a mio-de- Obra de maneira apreciavel, (cerca de 33%) produzi Quais sao as falhas, os defeitos ou os riscos de defeitos das argamassas ? Em primeiro lugar, a fragmentagao devido a retre- ¢ao do cimento que coloca a parede em tracao. Para evitar esse inconveniente 6 necessario utilizar os ci- mentos de retragao minima, e evitar os cimentos de alta resisténcia inicial e os supercimentos. A segunda falha € 0 pipocamento, que 6 um inchamento local ou generalizado do revestimento, provocando bolsas ou bartigas. $0 encontrados pelo som emitido ao apli- car-se uma pancada. Este defeito ocorre em geral de- vido & mé aderéncia a superficie da parede que nao foi devidamente limpa ou um chapisco mal feito. A aderéncia se mede facilmente com a ajuda de um aparelho simples, com o qual se pode arrancer uma pastilha, cortada e colada sobre um disco de metal, com cola apropriada. Quando a aderéncia € boa a rup- tura se dé no revestimento, de outro modo, ela se dé no nivel da parede. Uma outra medida util ¢ a verificagdo da umidade no revestimento. Sabe-se que a pintura néo deve ser aplicada a néo ser em paredes relativamente secas. Foi imaginado um aparelho para medir essa umidade e indicar 0 momento de aplicagdo da pintura; é uma espécie de condensador plano onde a capacidade elé- trica varia de acordo com a umidade do revestimento, com o qual esté em contato. A leitura do aparelho in- dica 0 grau de umidade, a partir do que se constata a possibilidade de aplicacdes da tinta, Face a rapidez com que as obras so atualmente construidas tém ocorrido com certa freqiéncia queda dos revestimentos, por falta de carbonatacéo da cal. Isso ocorre por se impedir @ reagéo quimica entre © cal e 0 CO2 do ar, pela aplicagao de pinturas plasti- cas ou impermedveis sobre as argamassas de reves- timento antes do processamento da reacdo, que por sinal & lenta. 162 do servigos mais compactos. ISOLAMENTO CONTRA O CALOR E O FRIO As paredes no sao feitas apenas para supor- tar as cargas, mas ainda para proteger o ambi- ente contra variages térmicas. E necessério, entao, conhecer o poder de isolamento dos ma- teriais de acordo com a sua natureza e a espes- “/ sura empregada. Quanto maior o poder isolan- te das paredes de ume construgao, tanto mais facil _manter uma temperatura confortavel e mais facil seré manter seu interior agradavel Para avaliar esse poder de protegao, duas caracteristicas devem ser definidas : uma ¢ matu- ral da matéria determinada e se chama condutibilidade térmica, indicada em geral pel letra lambda (x); outra é propria da parede, e leva em conta a umidade e a troca de calor entre sua @ meio ambiente. Ela indica a transmissa0 de calor entre o ambiente interno ¢ © ex- terno. i . Consideremos uma parede constituida por material homogé- neo, como conereto, por exemplo, A temperatura internada pe- J rede 6 20°C e a exterior de 0°C. Apds um certo tempo estabe- i lece-se um equilibrio e vemos que as temperaturas no interior da parede decrescem de 20°C na face interna até OC na face externa, de tal sorte que na parte média, em relacao a espessu- ra, a temperatura é de ae + oo = 10°C. ‘As unidades de quantidade de calor chamam-se calorias @ elas passam através de parede como particulas de agua, numa matéria permedvel. Se de um lado de uma parede tivermos uma pressao de égua de 20 kg/cm? e do outro uma pressao de 0 ka/ ém2, a quantidade de agua que atravessa é dada pela formula a = KPL= PO onde h é a espessura e K 0 coeficiente de. permeabilidade. Da mesma maneira se define o coeficiente de permeabilida- de das calorias que é 0 COEFICIENTE DE CONDUTIBILIDADE TERMICA, ou lambda (>). Entao Q = ape € 0 fluxo ou a quantidade de calor. (definida em quilocalorias) que atravessa uma superficie de um mm? com espessura de 1 m, durante uma hora para um grau de diferenca de temperatura entre as faces Quanto maior for lambda (1) mais permedvel ao calor e me- nos isolante seré a parede Vejamos alguns valores do COEFICIENTE DE CONDUTIBILIDA- DE lambda (i), que permite comparar os materiais de ESPESSURA IGUAL, de acordo com o numero de calorias transmitidas : 4. concrete comm = = Caleétio fraco Miemore d= 25 = 08 4 barre cozido Revestimento “concrete de argile expandida densidade 1.5 hed A= 08 06 ‘iad eau ae cule do madeira 0,06 & 0,18 Cortica aglomerada densidade 02 ‘expandida aglomerados com rasing = 0,13 de Argiia 4 concreto de 4 Concreto de argita atgila expandida expandida donsidade 1.0 onsidade 0.5 . 0,30 = 0,20 0,20 a 0,25 4 Conereto de Cotto fibra de madeira densidade 05 . d= 0,12 ° d= 0,20 rant MH . ze fe (eee |e | = 0,04 @ Argamassa com Video go eslomerados leves vermiculite, aria, expandida, ete 0,22 a 0,30 R= 4 Em uma parede composta por camadas de materiais diferen- i tes acrescentam-se os seus poderes isolantes e as variacdes = de temperatura no interior néo se fazem mais segundo uma li- =F nha reta. Convém ainda considerar a resisténcia térmica super- ficial que pode variar com a ventilagao ao longo da parede. isolante’ 168 pode-se calcular 0 poder de isolamento total de uma parede, mas o esihor & fazer medidas diretas em laboratorio ou na obra. Chame-se COEFICIENTE DE TRANSMISSAO TERMICA K, a quantidade de calor que, ede de concre® revestimento exter le clmento ¢ interno argamassa de ci 30 em de espessia durante uma hora atravessa um metro quadrado de superficie por 1°C x E de diferenca entre os ambientes colocados de cada lado da parede. Pa- 5 13] ra uma diferenca de n graus a quantidade de calor que atravessa 1 m2 és , é mK. Vejamos alguns exemplos para paredes com umidade convencional. - K = 0 [Gee ceinene | pres owcomiee | fois oncom Prete & cao dm: ede el te te, sessruas ees, | deomregudontoves, | Darsidado 22 6 Dense 1.1 Gensidede 1 6 Deetado 1 © Desidde 16 i ‘Eel a | '4 K = 190 K 0.84 = 122 K 1A - 4 Moro de tolos coms ie Ge Ges comune [Moro de tolos comune | Paredes em doles | Paredes de tos de metus for cond com ® for a E ae FE e ore vata 5 8 Ke a K 17 K = 1,45 K = 20 k= hF om 1 uae We certmica Ga soneret Turedon de concrete ell. asregedos leven ended 05 8 7 3 3 Z 7 i : i : 4 K 1,35 K 1,20 K = 2.0 K = Oo K og 165 {ISOLAMENTO ‘CONTRA O RUIDO ) 0 ruido € uma calamidade decorrente da vida ) moderna, o barulho dos vizinhos, da cidade, dos ) Veiculos, dos marteletes etc... tornando a po- pulagao nervosa, transtornendo-a e causando- ) Ihe doencas ¢ psicoses. As paredes destinam- ) Se a isolar o som que chega aos nossos ouvidos, , ) € levado pelo ar, através de vibragées. Estas Percorrem o conduto auditivo e se refletem na ) membrana do timpano. > A pressao exercida pelo ar sobre a membrana timpanica 6 da ordem de10 milésimos de mg/em2, ) Pode-se caracterizar 0 som por duas propriedades importantes: sua intensi- dade @ sua frequéncia A intensidade 6 @ pressao que o som ( provoca no timpano, ou sobre a superfi._\. cie receptora de um microfone. a Um tiro de canhao da um verdadeiro choque no ouvido, enquanto que é neces. uf sério prestar atencéo para ouvir o voo ) de uma abelha lo humano nao € diretamente sensivel a esta intensidade que, sob a forma de pressio. > varia de 1 2 10 milhGes, mas sensivel somente ao seu logaritmo, (para a definigso ac logarit: mo, veja pag. 32) ) Ghamamos “limiar de audibilidade” presséo abaixo da qual o ouvido néo acusa a recepcao de um som. € aproximadamente, de 2 miligramas/cr’’ . A medida de decibel ou "dB", 6 ologerit. mo da relagdo da pressao dada com aquela que corresponde ao “limiar de audibilidade” n dB) ) 20 log. aa 20 dB representam, 10 vezes maior pressao do que a pressao sonora, que é 0 limiar. ) Vejamos alguns exemplos de niveis de intensidade de ruido : BAIRRO RESIDENCIAL A NOITE ‘CONVERSAGAO E MUSICA ‘ACEITAVEL DECOLAGEM DE AVIAO A JATO ESTAIDENTE DESAGRADAVEL INTOLERAVE, Por exemplo o “lé" de um diapsao corresponde a uma fregiiéncia de 440 vibragdes por segundo ou seje 440 hertz A FREQUENGIA DE UM SOM 60 nu. mero de vibragdes por segundo que as moléculas atingem. O som agudo, ou, a altura de uma nota musical, S40 proporcionais ao aumento da freqiiéncia VV ouvido humano recebe os sons entre 20 e 10.000 hertz AYU MUUPPYYYU/UAA Uva UYU NA Os ouvidos do cao percebem entre 15 a 50.000 hertz. AALS 0 violino emite sons entre 200 e 2.600 hertz, O piano emite freqiéncias entre 30 e 4.100 hertz. O homem emite sons entre 85 e 1. 100 hertz. A ALTURA DE UM SOM é€ a impressao experimentada pelo ouvido 0 qual pode ser grave ou aguda ' GRAVE : 20 a 200 HERTZ MEDIO : 200 a 2.000 HERTZ AGUDO : 2.000 2 20.000 HERTZ ) J a ) contrabaixa violina sto g > g = ») 2 s v} r ane S hele a ) ) » ) ay a > ) ) Um ruido é a mistura de sons, > com diferentes alturas. Pode-sc > medir 0 seu espectro e represen- té-lo em um diagrama 3 2» 200 2,000 20.000 2 Altura em Herte 2 > ean Contra os ruidos do interior 6 que po- demos agir. E mais ume questao de es 4 colha, do que uma questo de localiza Gao. Certos aspiradores. por exemplo. emitem sons que padem chegar a 90 de cibéis. Uma maquina com motor, (um re- 7 frigerador por exemplo), quando esta en- \tp,1 costado em uma parede pode fazer vi + brala, incomodar a quem estiver dor- mindo no quarto contiguo.

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