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Critica cultural ¢ sociedade* {A sonoridide da expressio “ritica cultural” deve incomodar quern ‘sti acostumado a pensar com os ouvides, © mio apenas porque ‘combina, como a palavea “automvel” termos do grogoe do Iti, la reconda uma flgrantecontradigo. O eitico da cultura nio ets ‘ssfeto com a caltra, mas deve uniamente a sla esse xcu mil- ‘eae Ele fala como se fosse repeeseatante de urna natuteza ini calada ou de wo estigo histévco superior, mas é necssaiamente sla mesma esséncia daquilo que pensa ter «seus pés. A insufistnci do sujeto que pretende, em sua eontingéacis¢ limitag, algae violencia do exisente — uma insufieiéacia tants veres dentinciads por Hegel, com vistas a uma apologia do status quo — cormacse inguportivel quando o proprio sujito ¢ mediado até a sua compo- «gio mas iatims pelo conccto ao qual se contapbe ero se fore independente sobersno. Mas «improprisdade da evten cultural no que diz espeto 20 contetdo, nfo decor tanto da fata de re peito pefo que € eritcado quanto do seceew reconhecimento, srr game © cego, do objeto de sua critie. O critica da cultura mal oascgue evita a insinuagio de que por a cultura que diz falta. ‘Sun vaidade vem em socorro da vadade da cultura: mesmo no esto scusstrio,«extco mantém aida de cules firmemente isla, inguestionada e dogmitiea He deslacs o stags. Onde hi deses pero © incomensursvalsofriment algo ee esprit, estado da conseigncia humana, a devadéncia da norma. Na medida em que a rie insist nist, ea na tentago ce ‘esquecer 0 indizivel, em ver de procuran, mesmo que ni tonhs poder pars tanto, afasi-lo dos homens ‘A aticude do ertico cs cultura The permite, gragas & sua difee renga em rlagio ao caos predominant, wlerapass lo teorieamente, crmbors com bastante freqiéncia ele apenas recs aa desordem, Maso evtico da cultura incorpors a diferengh no aparsco euler que gostara de suplanta, sparata que precies, ele mesmo, dessa Aiferengs para poder se apresentar como cultura. E padipeio da pre= tensio da cules & distngio, por meio dx qual cla prosura se dis: ppensar da prova das condigdes materais de vida, unease julgar distin o suliciente. O exagero da presungio cultural, que por sus vex & imanente a0 préprio movimento de espritoy uments a ds cia em eelagio a essa condigdes & medida que sdignidade da sublimagio, confrontada com a possibildade de saisfagso material fou ameaga le aniquilagio de incomtives seres humanos, corna-se questonsvel. O esti da cultura far desa pretensso aistoeriica 1m privilégio seu, perdendo sus legtimagao a0 eooperae com a cl tora como um flgelo howrado ehem-pago. Isso set no ean, ‘0 teor da critica. Meso o implacivel igor com que ert ensacs ‘verdade sobre + consciéncia ndo-verdadeiea permanece eanfinsdo ra ita da que &combatido,fxado em sss manifestagaes, Qaem ‘se proclama supetior sente-se 20 mesmo tempo como senda do ram. Se alguém estudasse a profssio de eitico na sociedade bue- fuess, que avangou Finalmente até a porigio de eitico cultrah fencontrara certamente em sua origem um dlemento uswepadon, como aquele que Balzac, por exemplo, sind podia observae. Os ferticos profissionas erm, sobeetudo, “informantes":orientavam sobre o mercado dos produtos espirtuais, Alangavam ocasional= mente com isso uma visio mais profunda da questo, permane- endo, contudo, sempre também como agentes do comécio, em consonincis, xe no com seus produtos individ com a seer do comércio enquanto ta. Elestszem ax marcas dsro, mes ve tenham abandonsdo o papel de agente. Que Ihc tena sido con fiado 0 papel de peito, © depois o de juz, foi algo inevitivel do ppnto de vstsecondmico, embora aidental no que die rexpeito a suas qualilicagbes objtivas. A agilidade que Ihes proporcionaya pporigdcs prvilegindas no jogo da concorrencia — prvilgiadas * porque 0 destino do que era julgado dependia em grande parte de eu voto — confers ae seus jelgamentos a ifusdo de competéncia cupando habilmente a lcunas e adquirindo, com 3 expansio da imprenss, uma maior influéncn, 0 critcos acabaram akeangando exatamente aquelaautoriade que a sua profissio pretensameate ji pressupunhs, Sua arrogincia provém do fato de que, nas formas da oviedade concorrencial, onde todo ter & meramente wm ser para ‘outro, até mesmo 0 prépsio eriico passa a scr medio ape segundo seu dito 0 aereade, ose, na media cm que ce exer ‘ce ertics, ©-conhecimentoefetiva dos temas nao era primordial, nas sempre um produto secundiio, ¢ quanto mas falta 20 eritieo «ste conecimento, canto mais essa carencia pasa a ser cudadosa ‘mente substituda pelo eruitiino e plo conformismo. Quando os ritcosfinalmente nfo entendem mais nada co que ular em sos rena; a da are, edeixan-serebaixar com prazer a0 papel de pxo- payandisty ou censores, coasuma-se noes antiga falta de carter {do fico, As prerrogativas ds informacio « da porgio permitem ‘gue cles expresso ss opinido conno se fase a pr6pria objetivi- idle. Mas cla € unicamente a objeividade do espleito dominance ‘Os ceitcos da culueaajudam a tecer 0 véu. (© conccito de liberdade ce opinito, © mesmo © priprio com «sito de iberdade spiritual a sociedude burgess, no qual sci caltural se baseia, possi a sua propria daltica. Pois, enquanto se Tiber da tutelstoogico-feul, expo, gragas 3 progsessiva socalzagio de tos a8 relagBes humanas, aia cada vex mais sob 0 ‘controle andnimo das rlagbes vigentes, que no apenas se impos partir de fora, como tambem se introdzi em so feito isanente Essar reaper se impdem t30 inpiedosamente 30 espitito aut nome quanto antes os ordenamsentosheterdnomos se impunhsm 30 ‘spitito eampromtetido, Nao s6o espiito se austs 3 ws venalidade ‘ereadokigcs, reprodizindo com iso 38 categoria soca predo- -ninantes, como se assemelha, objetivamente, a0 sttas quo, mesmo ‘quando, subjetivarnente, nfo se transforma em mereadoria. As tnalhas do todo sfostadas cada ver mais eonforme o modelo do ato de troca, Este permite 3 conscigncia individual cada vex menos ‘xpago de manobr, pssst 4 formla de antemio, de un modo ca ‘vermis radical, cortando-Ihe a priori a possibildade da diferenca, ‘que se degrada em mera nuance no interior da homogencidade da fers multancament, a aparnsn de Horde tons flesdo Sobre a propria nlolibenade incomparavelnente mais fel do due ates, quando ex estar em contradgao com una ndo-ber- dade manifesta, o. que acaba teorgando a depenfenca, Esses orn en ijt cm wi ol dps do sept, tm como rsa a regres do ep, Sa response blade transforma de aod som a tendenciapropondrane da sociedad, em feo. Den liberads, 0 cpio tevenole penis © momento neyativo, a heranga de sa comlgio monadels- ea e sem projetos 4 iresponabdae, For dio, prem, ele ‘ere cada ter mas fmemeans, como mero onramente ina otra da ual pretenia se dara As inestias de Karl Kraus ont iberade deinen no devem, clave se tomas wo pedals nvorara sro cesurs conto seri seria exo tizaro demini apelndo Bare, Ms stole © x ment que flrescen soba proxy da Hberdade de inprene no si, set mene algo de acidntal na marcha histrca do expritoy 0s ‘stigmas da escravdo na qual encena a lbrtaga,o stignas dsfales mnipsio on senha outro lari tna oe dente quanto It onde oepititosrana seu propros hes na critica Quando os fascists slemesprscrevera a ylavra Ke € a subsitutam pelo guido concito de Kantberechiang [con templagio daa), sgulam apenas o forte intrese do Estado futortre, que sind temia na tzverncia do colaboradr de (othetins 0 pathos do Marqés de Post Mas a arogane barbie cular gue reclamara aos err a clinagio da rls irropsio, {L horda selagem no recto do epito,etacav sem pereebe, ‘com 4 mesma mocda, Na ria animalecs do amin para conta ‘8 cttcastrosnio vive somente 4 inveja de uma cultura oda Porque o exci nom apen 0 renimento conta aueles ue podem expres o negtvo que ele propio teve de eprimin, Accs € quo gx soberano do exo ences os leat and pendéncia que le no pore presume am papal decomanda ue Eimeconeitivel com ou prpio principio de iberdadeepirtua Isso enerva os ses inimigos. © saismo deste fo dossincratin iment aval pela fragher,astcionamente dsr de for, dagueles caja genclgso dtatrial teva splanao com tanto foo a dos posterior donos do pods, mika menos otis Ma 03 ‘0 fascist sucumbies ida dos ertcos a evened ma cultura enguanto tal, agorsrestrta 3 oatentagao e aoe gigantes do “xptito mai convenient. Eles se sentram ot médicos a cut & 4 Fivrarsmm do aguilho da ertics. Com isso, no apenas se rebai- saram 20 ofiialism, como também deixaram de reconhecer © ‘quanto a critica ea cultura eso entreagadas, para o bem ou para © mal, A cultura s6 6 verdadeira quando implicitamente rita, e © cspirto que se esquece disso vinga-ae desi mesmo nes eriieos que tle pospti cri, A critica ¢ um slemento inaiensvel da cular, repleta de contradgies , pesar de toda sua inverdade, ainda € 120 verira quanco nio-verdudeira & a culeura. A critica nio € jus 1 quando destesi — esta ainda seria sua melhor qualidade —, mas quando, a0 desobedecer, obedece. 'A camplicdade da eiticaeulural com a cultura nio ese na sera mentalidade do eritico. F ditada sobretudo pela relagio do critica com aquila de que trata. Ao fazer da entura 0 seu objeto, 0 critica torna a objetvés, O sentido propio da cultura, entetamo, conviste nt intertupgie da objtivago. Tao logo a cultura se con: {elt emt “bens cultura” e ma sua repugnante racionalizago filo s6fica, os chamados “valores cultwras", peea contra a sua raison Pitre. Na destlasio desses “valores” — termo no qual ec02, aio por 2480, 4 Tinguagem da troca de mercadoris — 3 cultura se ‘etiega i determinagder do mercado. Mesmo no entusasmo por srandes civilizagdes exaticas pulss 4 excitaglo com uma pega rar, tna qual pode-se investcalgum dinheiro. Quando a extca cultural sé mesmo em Valéry, alia-se a0 conservadorismo, deixa-se con- ‘luz secrtamente por am conceito de eleues que apira, ma ctado cxpitalismo tudo, a uma forma segura de propriedade, que nio sin afctada pelos osilagdes cs conjuntura. Esse cnncitode culeurs eapresenta como livee em relaio 20 sistema e eapaz de garantie ‘uma seyuranga universal em meio 3 dinmiea universal. O critica ca cultura tem como modelo, alm do ertico de arte, © colecionador {que aval com desprezo os abjetos que desea adquirix A erties Cultural lembra geralmente 0 gesto do comerciante regateadoy, ‘como no c4s0 do expocalista que contsta a autentcidade de umm iquadro ou 0 classifica entre as obras menores de am meste Desprezacseo objeto para Iterar mais. Enquanto avalador, 0 ert «co da cule tem inevitavelmente de se envolver com uma esfera

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