Programa Institucional de Bolsas de Iniciao a Docncia Professoras Viviane Rocha e Diana Tigre
Assuntos: 1.Educao; 2.Freire, Paulo; 3. Pedagogia
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperana: um Reencontro com a
Pedagogia do Oprimido (17 edio). Editora Paz e Terra. So Paulo:2014. Captulo Cinco (pp. 189 a 212) Certo dia, alguns trabalhadores espanhis que moravam foram procurar Paulo Freire para discutir sobre, alm das ideias de Pedagogia
do
Oprimido,
sobre
um
projeto
que
estavam
implementando com o objetivo de fazer com seus filhos tivessem um
posicionamento crtico sobre os ensinamentos recebidos na escola e sobre a vida em geral. Esse projeto consistia em uma espcie de segunda escola, que no entanto no substituiria a escola tradicional, nem ultrapassaria o tempo de duas horas cada encontro, trs vezes por semana. Havia um revezamento entre os educadores, de acordo com o tempo livre de cada um. Discutiam com as crianas o que era ensinado nas escolas, e tambm sobre a ideologia oculta em histrias infantis. Esta escola era contra as sugestes castradoras da escola sua, e buscava uma educao mais democrtica, da sua relao com a Pedagogia do Oprimido. Os resultados foram to satisfatrios, que os pais dessas crianas sugeriram que fizessem algo parecido com eles tambm. Paulo Freire tambm comenta com espanto, a extrema discriminao sofrida por sul-africanos (brancos e negros) em Genebra e nos Estados Unidos. Algumas dessas pessoas procuraram Paulo Freire
com o intuito de discutir a problematizao e o modificao deste
contexto. O prprio Paulo Freire sentiu na pele o peso do preconceito. Certa vez, em um restaurante em Chicago, a caminho justamente de um seminrio sobre a unidade na diversidade, foi simplesmente ignorado pelos garons. Durante este seminrio, ele criticou haver por partes dos brancos que se dizem no racistas, ao tratar com os negros, uma espcie de culpa. Alm de ser irritante para a pessoa discriminada, a culpa demonstra uma razo de ser. O correto, segundo Paulo Freire, trata-los com solidariedade, como iguais: como companheiros que so ou podem vir a ser. As chamadas minorias, precisam entender que na verdade, so maioria. Quanto mais se assumirem como minorias e fecharem-se em si mesmas, mais enfraquecidas ficaro. Devem trabalhar as suas semelhanas e no s as diferenas e por fim compreender que a nica e real minoria a classe dominante.