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enfatizao; uma vez que o objeto sempre descartado quando no est mais na
moda; uma demanda desenganchada da dialtica do desejo porque o objeto que
mostra o que falta ao sujeito e no a falta do sujeito que o dirige ao objeto (segundo
a metonmia do desejo). O sujeito contemporneo no vai ao shopping center para
buscar o que lhe falta, mas vai ao shopping center para saber o que lhe falta.
Dufour sublinha que o Homo sapiens est sendo transformado pela indstria
cultural em Homo zapiens, referindo-se ao hbito de zapear a TV com o uso do
controle remoto, no qual tanto as crianas como os adultos permanecem longas
horas do dia, e est transformando a humanidade num bando de carneiros, cuja
nica capacidade consumir.
Por essa lgica, ser cidado ser consumidor e ser sujeito ser feliz, isto :
poder ter tudo que sua vontade aspira, num equvoco que a satisfao da demanda
equivale a do desejo. O autor baliza suas concluses retomando a tese do mal-estar
na civilizao de Freud, postulando que na sociedade atual h um s mal-estar na
civilizao: o discurso capitalista, porque essa nova modalidade de gozo apresentada
aos sujeitos na sociedade contempornea rejeita a castrao e a eleio forada do
sujeito do inconsciente, constituindo uma subjetividade absoluta, que se impe
como vontade no mundo, sem que nada que a limite, nem nada que a divida em
sua verdade.
Por conseguinte, verifica-se na ps-modernidade uma excessiva presena
do objeto, o poder do objeto de consumo que enlouquece e impede o sujeito de
realizao simblica de toda e qualquer falta e implica a reduo do lao social
ideologia narcisista que prescreve um estatuto isolado, mondico, fechado sobre
si mesmo do sujeito. Da os novos sintomas, prticas pulsionais fora do regime
significante: as toxicomanias, as bulimias, as depresses, puras tcnicas de gozo
que, ao incidirem no plano das relaes sociais, produzem o fenmeno da segregao, do racismo e da violncia, que aumentam vertiginosamente de acordo com a
acelerao do consumo.