Anacoluto

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Anacoluto uma figura de linguagem que, segundo a retrica clssica, consiste numa
irregularidade gramatical na estrutura de uma frase, como se o locutor comeasse uma
frase e houvesse uma mudana de rumo no pensamento por exemplo, mediante o
desrespeito das regras de concordncia verbal ou da sintaxe.

Etimologia[editar | editar cdigo-fonte]

A palavra anacoluto tem origem no termo do grego antigo (anaklouthon),
que por sua vez deriva do prefixo - (an-) e do radical do adjetivo
(aklouthos), "seguimento". equivalente expresso latina non sequitur usada
em Lgica.
No passado, o anacoluto tambm era conhecido como nominativus pendens 1

Uso[editar | editar cdigo-fonte]

O anacoluto muito frequente no discurso oral, em que poder ser apenas considerado
como um erro de construo frsica. Num texto escrito, tem o objetivo de transmitir a
sensao de espontaneidade. Na frase de Almeida Garrett, "Eu, tambm me parece que
as leio, mas vou sempre dizendo que no ", o termo "eu" posto em destaque, desligado
dos outros elementos sintticos no resto da frase, atravs de uma elipse (o "eu" passa a
estar apenas subentendido).
Da mesma forma, em "a minha roupa, levo-a sempre quela lavandaria", frase tpica do
discurso oral, a expresso "a minha roupa" aparece desligada do resto da frase, em que
substituda por um pronome. Muitos autores atuais, contudo, j no classificam estes
exemplos como sendo anacolutos porque consideram que no so resultado de qualquer
inconsistncia sinttica, mas apenas um recurso de nfase. Segundo estes mesmos
autores, existe anacoluto quando se forma uma frase incompleta, com parte do enunciado
suspenso. Por exemplo: "No me digas que..." frase em que se omite a parte final,
atenuando algo que convm no dizer alto e explicitamente, por diversas razes,
permitindo uma infinidade de significados para a frase, ainda que o seu sentido seja
facilmente apreendido pelo receptor, se estiver devidamente contextualizado.
um recurso de retrica frequente nos autores que utilizam o fluxo de conscincia,
como James Joyce. tambm muito utilizado por Guimares Rosa, como forma de
retratar a fala coloquial tpica dos moradores do serto.
Quebra da estrutura sinttica da frase pela insero de um termo solto ou pela mudana
abrupta de uma determinada construo sinttica.
Exemplo:
"O homem, chamar-lhe mito no passa de anacoluto" (Carlos Drummond de
Andrade)