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Femando Tavora que assiste aos CIAM a partir de 1951 e, depois, aos congressos do TEAM 10, transmite a sua experiéncia, através da Escola do Porto; estabelece relagdio com Albini, Gardella, etc. e coincide com Coderch na admiracao e valorizagdo quase das mes- mas coisas... O discurso de raiz mediterranea e cléssico do modero, propugnado desde Italia, bem como a arquitectura popular, esgrimem-se como armas contra a internacional académica. Neste sentido aponta 0 grande esforgo colectivo, promovido pelo Sincicato dos Arquitectos Portugueses, para se aproximar do patriménio da arquitectura anénima que culminou na edig&o, em 1951, do livro Arquitectura Popular em Portugal2. Mas a mel- hor arquitectura destes anos nao pode ser interpretada S6 nos termos de um regionalism, critico face a imitagao banal do popular e frente a academia, mas também como uma aproximagao ao real, derivada, tanto dos préprios exemplos, como dos dinamismos inte- lectuais, mobilizados ao compreender que, daqueles belos utensilios, ligados a modos de vida tradicionais em processo de desaparicao, cabia aprender uma ligéo complexa. A ope- racdo de desnaturalizacdo ° destes materiais constitui um logro e uma necessidade para a imaginagao modema deixando-se sentir em circunstancias diversas. A casa de Tavora, em Ofir (1957-1958), e a casa Rocha, de Siza, (1960-1962), téo relacionadas entre si, e com as obras que Coderch desenvolve na Catalunha, exemplificam bem 0 modo como aquela ati- tude enriqueceu a experiéncia moderna 4. Parece que, na Galiza, isolamento, a escassez de profissionais e 0 seu cardcter individualista 6, naquela época, maior ainda que em Portugal; Bar Bdo desenvolve uma obra irregular mas muito interessante na qual da a sua verso daquela modernidade humanizada. Na casa Vazquez (1963), f€-I0, introduzindo muros de perpianho § granitico e uma articulacao do volume e do espaco com um sentido wrightiano, mas dispondo a estrutura, segundo uma disciplina tradicional, reaprendida, tal- vez, através do mesmo processo pelo qual Le Corbusier tomou consciéncia de que a tilt ma galeria da casa Citrohan nao era mais do que um principio légico e universal da arqui tectura. Vazquez Molezin mostra, na sua casa sobre o mar em Bueu (1969), pelo caracter aditivo da obra e por um sentido de economia adequado que se comprova no aproveita- mento da implantacao encontrada, esse acordo entre a forga do real e a citagao, nada superficial, dos mestres modernos. O resto das casas que apresentamos so posteriores a 1970. © mundo das ideias tor- nou-se mais complexo. A arquitectura explora a sua prépria histéria como disciplina e substitui certos discursos sociolégicos por uma visio mais auténoma dos seus instrumen- tos. A atitude vitalista do pés-guerra, com a sua atencao ao existencial e concreto, ao and- nimo @ & tradigao, etc., sobrevive na valorizacao europeia das pré-existéncias ambientais —a cidade histérica como marco prestigioso— ou, em sentido quase oposto, na absorcao, or vezes acritica e superficial, do popular ou da civilizacéo do consumo no pop america- no. A influéncia do pensamento estrutural propicia o resgate do conceito do tipo e a possi- bilidade de entender a arquitectura, a cidade e a transformagao do territério dentro do sis- tema complexo da experiéncia humana, buscando na historia a inteligibilidade do presente. Nos exemplos galegos, o volume é quase sempre inteiro, com prismas ou para- lelepipedos cortados e rematados por coberturas regulares, sendo no interior onde o espaco é articulado ao controntar-se com a fronteira da caixa que ¢ o edificio. As casas. dos portugueses sao mais fragmentadas, articulam-se em corpos e partes e, quando nao, a forma inteira ¢ submetida a uma certa decomposicao neoplastica ou deixa sentir, entre outras, a influéncia de Adolf Loos através de refinadas operagées de recorte do volume, etc. Frequentemente, uns @ outros, extraem do diélogo com o sitio, com os vestigios cultu- rais, ou com os residuos materiais, determinacdes substanciais para definir o lugar. Poderiamos dizer que, em geral, os arquitectos galegos mostram uma sensibilidade eti- molégica na pesquisa de uma identidade tipolégica das suas casas. Yago Bonet desenvol- Yeu uma teoria sobre a arquitectura atldntica segundo a qual 0 espaco do fumo, um radical antropolégico ligado ao papel do fogo doméstico nas culturas tradicionais da area humida, sobreviveria nos grandes espacos-aula da arquitectura moderna ®. Trata-se de uma nocdo 8

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