O Bandido

Bandido era o seu nome. Mas no se tratava de um simples nome que tivesse sido colocado sem
um motivo especial pelos donos, que o haviam comprado no Pet Shopp do road 22 west. No, de
forma nenhuma. O nome dele tinha muito a ver com o seu carter brincalho que fazia tais
acrobacias, que no passariam pela cabea, nem mesmo do mais audaz felino de uma selva
africana. Este era um caso especial, de um pequeno exemplar dessa famlia to variada como a
dos gatos. Era a autntica personificao de um pequeno bandido. Fazia tais coisas, que de to
incrveis que eram, se acaso os donos no lhe fossem to devotados, teriam sido razes para o
devolverem e o trocarem por outro, que, porventura fosse menos agitado. Os donos nunca sabiam
se ao voltarem encontrariam a casa de p. Cortinas rasgadas, sofs rotos com o interior do estofo
exposto, toalhas fora do seu local e espalhadas pelo cho, o relgio de cristal partido e feito em
mil pedaos, foram algumas das faanhas que lhe valeram o seu nome to especial. Mas o
bandido sabia apaziguar-lhes os coraes, quando os donos ao voltarem a casa a encontravam
parcialmente destruda. Ronronava, inocentemente enroscava-se no seu colo e, dava-lhes turras
como s o mais carinhoso dos gatos sabe dar. Tinha o pelo alvo como a neve, mas, coitado, era
surdo. Os donos s o souberam ao lerem que gatos persas com um olho de cada cor eram surdos.