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1. INTRODUÇÃO
Com o crescimento da competitividade empresarial, torna-se cada vez mais necessário o investimento em
ferramentas que propiciem melhores condições de disputa mercadológica. Além disso, ao observar a era da informação
em que se vive, tem-se a conclusão de que as empresas que investem pouco em tecnologia, provavelmente serão
superadas pela concorrência.
Dessa forma, os empreendimentos que priorizam a geração de informação através de tecnologia, conseguem
embasar suas análises e oferecer confiabilidade para suas decisões. Nesse ambiente, o Geoprocessamento surge como
uma tecnologia que objetiva prover informações importantes como suporte à gestão, essencialmente quando estas
abordam o espaço geográfico.
O que é Geoprocessamento?
De acordo com Câmara ET AL (1996, p. 01) “o termo Geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento
que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica”. Assim, tem-se no
Geoprocessamento uma tecnologia que reúne diversas técnicas de coleta, armazenamento, processamento e análise de
dados geográficos.
Nesse cenário, é importante considerar o fato de que, rotineira e inconscientemente, trabalha-se com a análise
de dados geográficos, ainda que seja em uma simples consulta para localização de um endereço. Dessa maneira, várias
áreas de atuação podem ser beneficiadas com o uso do Geoprocessamento, como, por exemplo, a Logística.
O que é Logística?
Segundo a Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP), principal associação mundial de
profissionais de gestão da cadeia de abastecimento, a Logística corresponde ao “Processo de planejamento,
implementação e controle de procedimentos para o transporte e armazenamento de bens e serviços de maneira eficiente
e efetiva, relacionando informações do ponto de origem até o de consumo, com o propósito de atender às exigências dos
clientes”.
Para se visualizar a real importância da Logística, Ballou (2001) menciona que ela é responsável por oferecer
os bens e serviços certos, nos locais apropriados e nos prazos desejados, objetivando suprir as necessidades dos clientes,
proporcionando o máximo de retorno financeiro para empresa.
Dessa forma, são grandes as exigências para se obter um gerenciamento logístico eficaz. Tais exigências estão
basicamente relacionadas com a diminuição e cumprimento de prazos de entrega, e com a busca por metodologias que
culminem na redução de custos operacionais. Entretanto, modelar todos os fatores que interferem direta e/ou
indiretamente para o cumprimento de prazos e para redução de custos, tem se tornado um processo cada vez mais
complexo.
Assim sendo, o desafio do gerenciamento logístico provoca uma maior necessidade de investimento em
tecnologias que ofereçam um suporte confiável à gestão. Além de tudo, a utilização constante da variável espacial
(localização) nas análises de logística, faz vislumbrar o imenso potencial que área possui para aplicações de
Geoprocessamento. Portanto, pode-se ter a utilização do Geoprocessamento em todas as fases do Gerenciamento
Logístico: Planejamento, Implementação e Gestão dos Processos de Armazenagem e Transporte.
2. GEOPROCESSAMENTO E LOGÍSTICA
Além de aplicações específicas para um Gerenciamento Logístico, várias outras abordagens podem ser
desenvolvidas como contribuição indireta para a Logística a partir da implementação de um SIG. Neste sentido, o
Quadro 2 expõe algumas das possibilidades mais gerais.
APLICAÇÕES GERAIS
o Delimitação de Áreas de
o Suporte para Identificação e Interesse Comercial; o Suporte para Definição de Rotas de
Localização de Inspeções técnicas;
Transporte Público
o Geração de Rotas de
o Suporte para Definição de Visitas Atendimento Comercial. o Gestão da Coleta de Resíduos Sólidos
Regulares de Manutenção de
Produtos.
Para a obtenção de sucesso nas aplicações, faz-se necessária a utilização de softwares que proporcionem
qualidade e segurança na manipulação e análise das informações geográficas. Neste sentido, visualiza-se no ArcGIS
Desktop uma família de aplicativos que permite, qualificadamente, criar, importar, editar, analisar e publicar
informações geográficas em forma de mapas.
2.2.1. ArcGIS Desktop
Produzido pela ESRI, líder mundial do mercado de Geotecnologias, o ArcGIS Desktop corresponde ao
software de SIG mais completo da atualidade. Com a particularidade marcante de aliar procedimentos complexos de
criação, edição e análise de dados geográficos à uma interface bastante intuitiva, o ArcGIS oferece facilidade e
praticidade em sua utilização, proporcionando uma adaptação rápida dos analistas ao seu fluxo de trabalho.
Especificamente para Logística, o software ArcGIS oferece a possibilidade de criação, edição e gerenciamento
de uma base de dados geográficos direcionada para o Planejamento Logístico, que permitirá a realização de várias
análises que envolvem a localização geográfica. Com uma base gerada, processos como a Geocodificação de Endereços
são facilmente executados. Tal Geocodificação, possibilita a identificação automática de pontos a partir da inserção dos
Endereços, tornando uma ferramenta bastante útil para localização de Clientes e Centros de Distribuição.
A Figura 2 a seguir exibe algumas camadas de dados dentro do aplicativo. Nela, tem-se um conjunto de lojas
identificadas e simbolizadas sobre a base viária, resultante de um processo de Geocodificação.
O ArcGIS Network Analyst é uma extensão que permite ao usuário criar, editar e analisar dados com topologia
de rede, como por exemplo, dados que representam a rede viária. A extensão oferece um amplo conteúdo de parâmetros
para a modelagem da realidade viária no ambiente computacional. Dessa forma, os resultados oferecidos pelas análises
realizadas dentro software, se tornam extremamente precisos e realísticos.
Poderosa ferramenta para análises de rede, a Network Analyst pode ser utilizada na execução de análises como:
• Escolha do melhor ponto (Ideal para localização de novos Centros de Distribuição);
• Análise de tempo de deslocamento;
• Geração de rotas ponto a ponto e ponto-multiponto;
• Geração da Menor Rota;
• Geração do Roteiro Mais Veloz;
• Obtenção automática de roteiros para navegação;
• Cálculo de Áreas de Alcance de Serviços;
• Identificar o Centro de Distribuição mais próximo do Cliente;
• Gerar matriz de Origem-Destino.
A Figura 3 a seguir exibe o resultado para o cálculo das Áreas de Alcance de Serviços para um conjunto de
seis armazéns. As áreas exibidas possuem um alcance de três, cinco e dez minutos de viagem sobre a rede viária.
Já a Figura 4 a seguir exibe o resultado para o cálculo da menor rota entre cinco pontos sobre uma rede viária.
Além da visualização espacial da rota a ser seguida, também é exibido automaticamente o roteiro para navegação,
contendo a descrição das direções a serem seguidas.
Figura 4 - Rota e Roteiro Para Navegação
Para aperfeiçoar as funcionalidades oferecidas pelo ArcGIS Desktop e a extensão Network Analyst, tem-se no
ArcLogistics Route uma solução completa, específica e pronta para utilização em Logística. Seguindo o mesmo padrão
do ArcGIS, o ArcLogistics também apresenta uma interface intuitiva aliada a uma utilização bastante simplificada para
possibilitar a execução de análises complexas para Logística.
Resumidamente, o ArcLogistics possibilita uma gestão eficiente do sistema de distribuição logístico,
modelando várias características da rede (restrições de manobra, peso, altura e etc.) para buscar a otimização de
percursos a serem seguidos pela frota disponível para o atendimento dos pedidos.
Além dos atributos da rede viária, outras questões também exercem influência nas análises, e por isso também
são consideradas. Questões como velocidade para realização das análises e a modelagem de um cenário mais realístico
quanto possível, faz com que o programa ofereça suporte a:
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Open Data Base Connectivity (ODBC) é um padrão para acesso a sistemas gerenciadores de bancos de dados.
• Configuração Individual da Frota
• Geração de Relatórios
Com a utilização da tecnologia apresentada, tem-se como o grande atrativo, a possibilidade da redução dos
custos operacionais envolvidos nos serviços de distribuição. Com a modelagem dos aspectos envolvidos nos processos
logísticos, é diretamente possibilitada a redução: das distâncias percorridas; do tempo de entrega; da frota necessária
para o atendimento dos pedidos. De forma indireta, tais reduções passarão a diminuir consideravelmente os gastos com
combustível e manutenção da frota, dado que estes fatores estão diretamente ligados com a distância percorrida.
Resumidamente, a otimização dos percursos de entrega, pode reduzir de 10 a 40% dos custos associados aos
processos de distribuição. Além de tudo, a otimizações dos roteiros tendem a resultar em um aumento substancial na
produtividade do serviço, aumentando o número de entregas por veículo.
Dessa forma, a tecnologia contribui para o aumento da qualidade dos serviços. E, ao efetuar entregas
pontualmente e com qualidade, a empresa estará agregando valor ao seu produto, o que lhe dará maior competitividade
em um mercado tão disputado.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CÂMARA, Gilberto. et al, Anatomia de Sistemas de Informação Geográfica. Campinas-SP: SBC, 1996.
ESRI – Environment Systems Research Institute. ArcGIS Network Analyst Tutorial. Redlands, CA - USA. 2006
MONTEIRO, Antônio Miguel; MEDEIROS, José Simeão de. Introdução a Ciência da Geoinformação. São José dos
Campos: INPE.
NOVAES, Antônio, G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de
Janeiro: Campus, 2001.
CSCMP - Council of Supply Chain Management Professionals. Supply Chain Management Glossary and Terms.
2009. Disponível em: [http://cscmp.org/digital/glossary/glossary.asp]. Acesso em: 06 de Novembro de 2009.