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INTRODUÇÃO
A contagem de plaquetas é uma prática rotineira em laboratórios, mesmo naqueles com hematologia
totalmente automatizados. Dentre as principais limitações da automação, destaca-se a elevação do
coeficiente de variação (CV) em trombocitopenias, sendo relatado um CV de 10% nas contagens entre 40
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mil a 50 mil/mm , chegando a 50% em contagens abaixo de 20 mil plaquetas/mm (1). Convém mencionar
que uma contagem exata é extremamente importante nas trombocitopenias graves.
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No Brasil é muito difundido o uso de equipamentos CC-530 e CC-550 , fabricados pela CELM. Tais
sistemas de automação em hematologia satisfazem o binômio custo-benefício para laboratórios de pequeno
e médio porte, porém apresentam como limitação não realizarem a contagem de plaquetas. Adicionalmente,
ainda é rotineira a realização manual do hemograma e que os sistemas totalmente automatizados de
hematologia apresentam limitações para contagem de plaquetas em diversas situações.
INTERFERÊNCIAS PRÉ-ANALÍTICAS
As interferências pré-analíticas respondem pela maior parte das contagens de plaquetas diminuída. A coleta
torna a fase mais crítica. Os erros podem ser atribuídos a:
• Coleta traumática, coleta demorada, venopunção múltipla. Conseqüências:
→ Agregação plaquetária
→ Microcoágulos
→ Coágulos
• Agregação plaquetária dependente de EDTA
• Satelitismo plaquetário
SIGNIFICADO CLÍNICO
As contagens de plaquetas mais precisas são importantes no tratamento de um paciente trobocitopênico, a
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diferença de um número de plaquetas de 5.000 e 20.000 mm representa uma diferença real em risco de
sangramento potencialmente fatal (2).
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• 150 mil a 400 mil/mm : intervalo de referência normal;
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• De 100 mil a 150 mil/mm : o paciente permanece, geralmente, assintomático e com o tempo de
sangramento normal;
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• Inferior a 50 mil a 100 mil/mm : hemorragias após trauma grave; o tempo de sangramento está
ligeiramente prolongado;
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• Inferior a 50 mil/mm : aparecimento de lesões purpúricas após trauma ligeiro e hemorragias após
cirurgia envolvendo mucosas, isto é, contra-indica a cirurgia;
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• Inferior a 20 mil/mm : hemorragias espontâneas (geralmente petéquias, mas também
intracranianas ou outras).
METODOLOGIAS
MÉTODOS INDIRETOS
Os métodos indiretos consistem em verificar a proporção de plaquetas em esfregaço de sangue corado e
relacionar estes dados com o número de eritrócitos por milímetro cúbico. A contagem de plaquetas é feita
obrigatoriamente em objetiva de imersão onde os eritrócitos se encontram bem soltos, sendo que esta
afirmação apresenta conotações subjetivas.
Método de Fônio
A técnica consiste em contar as plaquetas existentes em cinco campos, que devem conter cerca de 200
hemácias cada campo, logo se faz regra de três, relacionando o número de plaquetas contado, o número de
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hemácias contado e o número de hemácias por mm de sangue.
Método de Nosanchuk
Este método advém de estudos com contadores automatizados, determinam o número de plaquetas pela
multiplicação por um fator de 20.000, que transforma o número de plaquetas por campo em número de
plaquetas por milímetro cúbico, o fator determinado foi obtido em estudos com contadores automatizados.
Neste tipo de estimativa não se faz necessário correlacionar eritrócitos e plaquetas, tampouco saber a
contagem de eritrócitos.Mas por outro lado, requer, de modo determinante que a análise da média de
plaquetas por campo ao final da contagem de dez campos.
Deve ser realizada obrigatoriamente em local onde a extensão de eritrócitos seja nítida e majoritariamente
solta, mas ainda assim com alguns eritrócitos ainda se tocando, independente do número de eritrócitos por
campo, o que requer de uma ótima prática, por isso operadores menos experientes devem dobrar os
cuidados com sangues anêmicos, porque a região ideal para avaliação dos eritrócitos certamente terá
menor número de células que aquela mesma região de esfregaço corado de um paciente normal, ou seja,
não anêmico e com número maior de eritrócitos.
AMOSTRA
• Sangue total com EDTA
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
• Material para determinação de hematócrito (manual ou automatizado)
• Centrífuga
• Câmara de Neubauer
• Microscópio
• Placa de Petri 100 mm com algodão umedecido
• Tubos de ensaio 12x75 mm (tubos de hemólise)
• Pipetadores automáticos
QUADRANTES DE CONTAGEM
Os quadrantes no retículo de Neubauer destinados à contagem são os mesmos recomendados para
eritrócitos e estão indicados na figura 1 como H1, H2, H3, H4 e H5:
PROCEDIMENTO
Um critério que assegura a exatidão e reprodutibilidade dos resultados é que a soma nos cinco quadrantes
de contagem (H1+H2+H3+H4+H5) seja entre 150 a 200 plaquetas. Em amostras plaquetopênicas, diluições
alternativas devem ser empregadas, sendo então sugeridos quatro protocolos de contagem conforme o
grau de trombocitopenia.
CÁLCULOS
Os resultados da contagem em câmara representam o valor de plaquetas no plasma, devendo utilizar o
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fator de correção (FC) para conversão de plaq/mm plasma para plaq/mm sangue através da formula
abaixo. Esta fator tem um valor fixo para cada valor de hematócrito. A tabela no anexo 1 apresenta os
valores de acordo com o hematócrito.
Protocolo A
Protocolo B
Protocolo C
Protocolo D
* Anexo 1
ANEXOS
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Anexo 1: fator de correção (FC) para conversão de plaq/mm plasma para plaq/mm sangue pela fórmula
matemática FC = {[100 – (Ht + Ht/2)] /100}
Hematócrito FC Hematócrito FC
10% 0,767 36% 0,394
11% 0,753 37% 0,380
12% 0,738 38% 0,365
13% 0,724 39% 0,351
14% 0,710 40% 0,408
15% 0,695 41% 0,394
16% 0,681 42% 0,380
17% 0,667 43% 0,365
18% 0,652 44% 0,351
19% 0,638 45% 0,336
20% 0,624 46% 0,322
21% 0,609 47% 0,308
22% 0,595 48% 0,293
23% 0,581 49% 0,279
24% 0,566 50% 0,265
25% 0,552 51% 0,250
26% 0,537 52% 0,236
27% 0,523 53% 0,222
28% 0,509 54% 0,207
29% 0,494 55% 0,193
30% 0,480 56% 0,179
31% 0,466 57% 0,164
32% 0,451 58% 0,150
33% 0,437 59% 0,135
34% 0,423 60% 0,121
35% 0,408 61% 0,085