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Filosofia Samkhya : para criangas de todas as idades ra uma vez um planeta Bes Purusha. Pode-se dizer que Purusha era um lugar perfeito, onde todos viviam felizes. La nao havia tempo nem espaco ¢ todos os habitantes sen- tiam-se absolutamente completos. O nico problema do Planeta Purusha era que 14 nao havia espetho algum, € sem espelhos, os habitantes desse planeta nao podiam ver a si mesmos nem conhecer a si mesmos, porque em Purusha nfo havia a nogao de separacdo um do “outro”. ‘Um dia, os habitantes do Planeta Purusha ouviram falar de um planeta distante chamado Prakriti, ‘onde era possivel conhecer a si mesmo em um mundo de dualidade, vivendo como: um ser individual, cada um ‘com sua propria identidade. Este mundo de duatidade poderia ser percebido através dos cinco sentidos: audigao, tato, visdo, paladar e olfato. Ao visitar Prakriti, os ci- dadaos de Purusha poderi- am continuar sentindo toda paz e alegria, ¢ ao mesmo tempo também conhecer a si mesmos. Apés essa jornada de investigagao e apren- dizagem, retornariam para casa mais conscientes de sua identidade real ~ cidadaos do Plane- ta Purusha. Para viajar para o Planeta Prakriti, 0 povo de Purusha precisava de aero- aves especiais que pudessem re- sistir & atmosfera de Prakriti, Entio, ‘construfram aeronaves dos mesmos cinco elementos que compunham 0 Planeta Prakriti: terra, agua, fogo, ar © espago. Cada aeronave foi construida arte. sanalmente, com caracteristicas par- ticulares que seguiam trés modelos basicos chamados Vata, Pitta e Ka- pha. ‘As aeronaves Kapha eram densas sdlidas; as aeronaves Pitta eram pos- santes e perfeitas; ¢ as aeronaves Vata earn leves e répidas. Cada aeronave era constituida de teés componentes basicos: a estru- tura da nave em si chamava-se corpo ‘fisico, o piloto responsavel por dirigir ‘a nave chamava-se mente, € 0 pas- sageiro principal chamava-se alma, 0 espirito que leva consigo a esséncia da felicidade e completude do Pla- neta Purusha. A ida para o Planeta Prakriti ea volta para Planeta Purusha seria possivel somente através da integracio com- pleta de Corpo, Mente e Espirito. Antes de sair para a jornada ao Pla- neta Prakriti, os habitantes do Pla- neta Purusha instalaram uma po- tente antena transmissora para que eles pudessem sempre manter con- tato com seu Planeta, Essa antena chamava-se Mahat, que significa “o Grande”. Cada aeronave tinha também um computador de bordo 16 Yoga Vidya - Revista de Yoga Integrativa + Programacéo 2007 Por Joseph Le Page super-inteligente, chamado Buddhi, que quer dizer "inteligéncia, supre- ma", para garantir que 0 piloto da nave sempre tivesse em contato com o Planeta Purusha. Todas as aeronaves partiram de Purusha ao mesmo tempo, mas cada uma teve sua trajet6ria Gnica. ‘As aeronaves Kapha, pesadas e Ien- tas, seguiram a viagem em um ritmo constante, As aeronaves Pitta, con- cebidas para ter um desempenho perfeito, As vezes perdiam tempo em detalhes desnecessitios. “As aero- naves Vata fizeram a viagem mais emocionante, explorando diferen- tes universos e planetas, mas muitas vezes esqueciam onde tinham deixado as chaves € perdiam muito tempo procu- rando, Mas no fim da viagem, todas as aeronaves chegaram ao Planeta Prakriti ao mesmo tempo. Ao se aproximarem de Prakriti, os pilotos prepara- ram os equipamentos ¢ as ferramentas necessétias pata a to esperada temporada de exploragéo, Um conjunto de equipamentos chamado de jnanaendriyas servia para rece- ber informagies no Planeta Prakriti. Jnanaendriya quer dizer "fertamentas para obter conhecimento” no idioma do Pla- neta Purusha, chamado sanscrito. Os jnanaendriyas constituem os cinco sentidos; audi¢ao, visio, offato, pala- dar € tato, Havia também equipa- mentos chamados karmendrivas, que permitiam que cidadaos de Purusha pudessem exectitar agdes no Planeta Prakriti, tais como falar, se movimen- tar, pegar objetos, eliminar residuos da nave, e até mesmo procriar novas “naves-bebés”. Com todos estes equi- pamentos, nada poderia atrapalhar a viagem de investigagao e autoconhe- cimento no Planeta Prakriti, Ao chegarem na atmosfera do Planeta Prakriti, as naves atravessaram uma sé rie de tempestades inesperadas, repletas de turbuléncia, chamadas tempestades rajas, que quer dizer "forte turbuléncia", Também atravessaram intervalos de calmaria, chamados tamas, onde nada se movia. Esses ciclos de rajas e tamas ‘eram intercalados com breves momen- tos de equilibrio perfeito chamados sat- a, quando a viagem fluia bem, sem qualquer esforgo. Todas as aeronaves finalmente ater- rissaram no Planeta Prakriti, mas a viagem foi muito estressante, A ‘maioria dos pilotos ficou com amné- sia erdnica, esquecendo sua missio original de exploracao e autoconhe- cimento. Esses pilotos ficaram des- lumbrados com as experiéncias do Planeta Prakriti, nfo mais se lem- brando de sua identidade original ‘como cidadaos do Planeta Purusha. Os sistemas de comunicagao inteli- gentes, buddhi, ficaram enferrujados por falta de uso, e sem buddhi fun- cionando adequadamente, os pilo- tos perderam contato com a Grande Antena Mahat, e consequente- mente com 0 Planeta. Purusha. “Com o passar do tempo, os cidadaos de Parusha passaram a acreditar que eram cidadaos do Planeta Prakriti, com personalidades proprias. Pas- saram a pensar que estavam em Prakriti apenas para desfrutar das vitvines dos diversos shoppings, an- dando em circulos, consumindo com- bustivel e reproduzindo navezinhas. Esta condigao de amnésia se chama- va de avidya e este circulo vicioso de vidya denominava-se samsara No entanto, alguns poucos pilotos continuavam se lembrando da sua verdadeira cidadania e missio, Eles eram chamados de Rishis ou videntes ¢ tinham a capacidade de ajudar os pilotos-esquecidos a sairem do pa- drio de trafego circular do Planeta Prakriti ¢ voltarem a se reconhecer como cidadios do Planeta Purusha. Aqueles que decidiram retornar sua identidade original precisavam primeiro consertar suas naves devido ao estresse crénico que sofreram com (0 uso excessivo dos jnanaendriyas € karmendriyas, Os reparos eram realizados em ofi- cinas que utilizavam uma ciéncia chamada Ayurveda, especializada em reequilibrar os cinco elementos, matéria-prima dasnaves. As vezes, os sistemas das naves estavam t&o entu- los ¢ desequilibrados que ti-nham que passar por um servigo de limpeza completo chamado Panchakarma, Depois das naves terem passado por esse tratamento completo, sentiram a necessidade de ter em maos um ma- nual de instrugdes que os guiasse no caminho de volta a Purusha. Um dos mais conhecidos e eficientes manu- ais de retorno foi aquele compilado por um s4bio chamado Patanjali. © nome do manual chamava-se Ashtanga Yoga, um manual que continha os Oito Passos de retorno 4 Purusha, descritos a seguir: Os dois primeiros passos, Yama ¢ Ni ama, descreviam como os pilotos deve- riam se comportar na viagem de volta, © terceiro paso, chamado Asana, era necessirio para assegurar que as estruturas das aeronaves pudessem permanecer estiveis ¢ firmes para que a viagem fosse confortavel e se- gura, © quarto passo, Pranayama, dava as instrugdes sobre 0 adequado abas- tecimento e distribuicdo de energia durante a viagem. O guint passo, Pratyahara, consis- tia em remover a atengao dos pilo- tos de todas as distragdes do Planeta Prakriti, para que pudessem se con- centrar na missdo de volta ao Planeta Purusha. O sexto passo, Dharana, estabelecia uma diego certa e continua, rumo ao Planeta Purusha, sétimo passo, Dhyana, ou medita- 40, descrevia um estado ideal de vio no qual todos os sistemas das naves (corpo, mente © espirito) estariam fancionando de forma integfada, guiados por Buddhi, em contato cons- tante com Mahat, mantendo de forma continua uma comunicagao clara com Purusha. Através deste Manual dos Oito Pas- sos de Patanjali, muitas naves pu- deram voltar para casa, e quando chegaram, reassumiram sua verda- deira identidade como cidadios do Planeta Purusha, retornando para um estado de perfeita unio, chama- do Samadhi, o ltieno passo. Ao yoltarem, no entanto, os cidadios, de Purusha j4 nao eram mais os mesmos de quando haviam partido. Agora, esses cidadaos de Purusha possuiam a experiéncia do espelho do autoconhecimento. Eles conhece- ram o Planeta Prakriti, o mundo da dualidade, e entio, refornando a0 Planeta Purusha, tornaram-se plena- mente conscientes de sua natureza intrinseca de paz e completude, O aprendizado mais profundo dessa viagem, que é a jornada de todos agueles que trilham 0 caminho do ‘Yoga, é que Purusha e Prakriti so, na realidade, um s6 planeta, e que és podemos viver a vida em estado de Purusha em meio ao mundo de Prakriti. Fim ‘Yoga Vidya - Revista de Yoga Integrativa + Programagio 2007.17.

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