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ACURA PELO CAMINHO DA SABEDORIA Sulok Sivaraksa Indice nS Editorial 2 Acura pelo caminho da sabedoria Sulak Sivaraksa 17 Percepcdo e criacéo artistica Fayga Ostrower @ 22 MeditagGo cristé e oragde centrante Perguntas e respostas THOT é viva putlioréo Don Basil Pennington ¢ NG ee foi ee Dom Laurence Freeman norwse-anbosm 5 Aexperiéncia na natureza tnagam: 3.000 oreralares segundo Joseph Cornell ash Ma Rita Mendonca Ecitores Goi Poiowe, | 22 A busca da identidade ce ee | Vladimir Dimitrov e Robert Ebsary qige Gebel Utes | GT Pandit Chaurasia: © mestre da flauta Equipe THOT: fscbe! José Luiz Martinez 71 Dhommopada - A senda da virtude 80 Painel - Um jovem dé o seu recado... Ricardo J. Hrivnak Flévio Rat, Joot Remo Tiga Je Aguior, Licia Bent horques, Moro Novello ‘Gerbeli, Niton Alrwide Sho, Poulina Borne Moree, Meio Jost Sa Neves, Marly Mortasano, | ‘Crafina M. Atevedo, Jost Feterto Ziamer, Suche | Ee AS fotos publicadas nesta edicdo sao de ugbo: Adee i i st Aseoe, Eke saooes Alice Brill, artista grifica, pintora, fowgrafa, lusia Brondéo S. Mouton, escritora e jornalista, com participagaio em Moria do Caro de Olney, big bienais Hieenacionale 3 : varias bienais internacionais, além de Secgio Morques, Thereinho Sa eyed Canes coletivas ¢ individuai: Inpressio e distibuicéo Gedfco © Edllona Polos Athena = ; 3 i Ne. publicamos matésias seducionais pagas. Peresitila a wepeexlugo, dornalista responsivel: | Grapalo a origem. Os niimeras atrusados serio. venddes conforme ek Gore Bie tltina bela de: prego publicads pela Euitora Palas Athena, Perewic lave timestral, Ascnatura por quatro niimeros deve Wer peda Asay ws Athena do I of atigos DDCP ilo Departamento de Policia Fede A, no encereg sinadess cabe 296 autores, abalxo. A sesponsabilidlade scula ni? 2006, Registro no ob a 159 P27, Associagéo Palas Athena do Brasil Runt Letinei de Carvalho, 99 + Paraiso ‘004.910 ~ S30 aulo ~ SP Fone: (11) 92660188 Fix (111 Editorial “Oueorides lrmados & Irmd: Reiino-me em espirito com os mets de 1000 religiosos ¢ lideres espiri- tucis de todo a mundo, quese encontrardo nas Nagoes Unidas para pa fieipar da reunido da “Conter¢ncia Mundial de Paz do Milénio” a fim de discutir formas de moabilizar o poder da religiéde para criar um munda mais pacifico. [LE uma idéia excelente milizar a sebedoria milenar para tornar a nosso futuro mais pacifico, ¢ discutir formas de assegurar que, ao inves de criar divisdes, 0 poder da religido nos transforme numa familia de apaziguadares Veja as diversas tradigaes religioscs como caminhas para o desenvot- vimenio da paz interior, que € 0 verdadeiro fundamenta da paz mun dial, Essas antigas tracdigoes nos chegam como 1m presente de nosso pats: sado comum. Sere que continuaremos a honrd-las como wma dddiva e transmiti-las ds geragoes futuras come tm legade de nosso desefo comum: de paz, ou sera que as (ransformaremos em um nova arma que roubard 0 funero das yeracties vindouras? [1 As religides do munde podem coutribuir pera a paz mitndial se houver paz e crescenie harmonia entre os diferentes crecos. Seria triste, € Irigico, se conflito e rivalidade entre as religioes minassem a paz mun- dial no século 21, [...] Os lideres religiosas e espirituats dos diferentes credos podem de- sempenhar unt papel decisieo fazendo um esforco susteniade para prro- mover nos seus respectivos seeuidores a importiincia de se respeitar as crencas e tradig6es de outras religioes, Precisamos abragar, lambém no campo das religiées, 0 espirito de pluralismo Com minhas oragoes ¢ melhores votos” Dalai Lama Em agosto passado, na sede das Nacdes Unidas em Nova York, a Coriferéncia Mundial de Paz do Milénto — uma reuniao de cupula das religioes, Esse encontro teve por objetive congregar os reli- giosos mais representativos de todas as tradigdes espirituais em tore de Teflexdes ¢ preces de Paz e, esse modo, plantar uma semente inspiradora para 0 préximo milénio, Entretante, a mensagem do Dalai Lama — que reproduzimos em parte acima — nav foi proferida por ele proprio. O Prémio Nobel da Paz, defensor incondicional do didlogo como via de entendimento e resolu Glo de conflitos, simplesmente nao foi convickido. A Repiiblica Popular da China vetou sua 2 nO evento. Quando esse fato tomou-se pubblico, uma avalanche de mais de quinze mil mensagens de religiosos do munkle inteiro chegou ao escritéria dos onganizadores. Indignactio, perplexidade ¢ repadio irmanaram nacionali- dades, etnias ¢ tradigdes que denunciaram unanimemente a interferéneia. © objetivo da Conferéncia tinha sido alcangado. Antes mesmo do inicio do encontro. E vert@ncia [oi clara: nde ha Paz sem justica, no hé Paz no siléncio nascido da opressito, nto ha Paz sem disposicio aa didlogo, ao respeito © & reconciliacan. Tizou-se. Os Editores eu A CURA PELO CAMINHO SIVARAKSA ‘oibndss, penece | DA SABEDORIA 0 SEM* enfidade dedicode a buscar sii 3 Preocupacdes ¢ esperancas em relacao ao convene) desenvolvimento global para novo milértio: Teale anreesl| : alan 2 worekhope pelo a perspectiva do budismo tailandés unde m eae ctu repens dade social. E m qualquer conferéneia internacional sao ditas muitas palavras sibias -— ¢ também algumas nem tanto. Todas elas, porém, vém principalmente de nossas mentes. Portan- to, peco a todos que se sentem silenciosamente durante um minuto, Concentrem-se na respiracdo, que € nossa fun¢ao vital mais importante, Se duvidam, tentem parar de respirar por cin- co. minutos Inspiramos pela primeira vez quando deixamos o titero ma- terno ¢ expiramos pela Gltima vez quando saimos desta vida. Ainda assim, nao costumamos cuidar adequadamente de nossa respiracao, Por isso, peco a todos que respirem com atencio, cuidadosamente, alegremente e pacificamente durante um mi- nuto. Por meio da observacio da respiracdo, ¢ possivel sincro- nizar a mente e 6 coracdo. Assim poderemos, com facilidade, super ainda fazer conexoes entre o mundano ¢ o supramundano. a, a alienacio e coisas semelhantes. Poderemos (Um minuto de siléncio) Se vocés no gostaram do siléncio, tentem de novo. Se gos- tlaram, respirem com atencio de modo mais freqtiente. Uma vex plantadas as sementes da paz interior, sera possivel desen- volver a auto-atengao critic De seres egoistas, passaremos a desprendidos. Scremos entio capazes de ver nossas socie- dades de um modo exitico e ativo, por meio da compa xao ¢ de uma abordagem nao-violenta. Dessa maneira, pode- remos fazer delas sociedades pacificas, justas e ambientalmen- te equilibradas. Mente e respiragao — E por meio da respiracao que apren- demos a ser atentos ¢ cuidadosos, o que leva a pratica da atencio e do cuidado na vida cotidiana. Pode-se praticar isso em todos os momentos — comendo, bebenda, lavando pratas, praticando jardinagem ou dirigindo um automdvel, Uma vez iniciada a pritica da atencao e do cuidado, teremos paz ¢ feli- cidacle interiores. Além disso, seri possivel partilhar esses mo- dos de vida com os outros. O momento presente se tornara, entao, um instante maravilhoso. Tradicionalmente, a primeira parte do treinamento mental consiste em alcan¢ar a trangitlidade (scmathea}, o que nos per- mite plantar as sementes da paz interior, A segunda parte -se¢ numa técnica destinada 4 compreensao da verdadei- ‘ofisica ¢ do mundo. baseia ra natureza da nossa constituigao ps Chama-se vipassana ou meditagae de insight. Trata-se de um. metodo de exploracao de relacdes causais ¢ de solucao de problemas, que produz o desenvolvimenta de um fator interno de sabedoria ou compreensao correta pelo reforgo do desape go. Em paili, chama-se_youisomemasikara (autopercepeao erit- ca), ¢ leva av desprendimento. A manuteneio da porisomanasikara nos ajuda a ser cuidadosos, bem como a produzir energias para a reducto do desejo egoista Buda diz que o fundamento da real compreensio ou sabe- doria (panna) é a ranqiiilidade mental para © desenvolvimen- to do auto-aperfeigoamento € da auto-atencao critica. Sabedo- fe de conhecimento intelectual, ria, ou compreensao, € difere pois vem tanto do coragao quanto da mente. Ela nos ajuda a estar atentos, a ser humildes e a conhecer nossos préprios limi- tes. Ao mesmo tempo, promeve a gentileza amorosa ¢ a com- 10, permitindo-nos compartilhar o sofrimento clos outros ¢ Jaro que quando enfrentamos as causas do sofrimento, em especial num sistema pa trabalhar para a eliminaeao de suas causas, E social opressivo, geralmente entramos em confronto com aqueles que desejam manter 0 sfatus qito, Nessas circunstincias, 0 cui- dado ¢ a atengao mais uma vez nos ajudam a entender o peri- go © a perdoar nossos inimigos. Percepcao e paz — © importante é lazer emergir a percep- cio de que estamos em perigo, para que assim seja possivel cercd-la de atencao. Nesses momentos, a rai- va se transforma em compaixao. Thich Nhat Hahn diz que.a raiva € como uma flor em botao: desabrochara quando a luz do sol Se nos mantivermos concentrados penetri-la profundamente eatentos 4 respiragdo, o cuidado penetrara na raiva ¢ se infiltrara nela. Quando a luz solar penetra numa flor, ela nao pode resis- tir: tem de abi > @ mostrar seu coragdo ag sol. Se nos manti- vermos respirando sobre a nossa raiva, fazendo brilhar nossa compaixao ¢ compreendendo-a, ela logo se renderi ¢ seremos capazes de vé-la em sua profundidacle e perceber suas ratzes. © mesmo pode ser feito com a avareza ¢ a ilusio. O bhavana € um poderoso instrumento de trabalho contra o capitalismo, @ consumismo, © sexismo, o militarismo ¢ coisas do género. A aulo-observa ‘a pode também ser usada para exami- r nossa propria sociedade, o Estado-nagao, a cultura — € até mesmo nossa tradig¢aio budista ssa atitude nao odiare. mos os opressores, os Capitalistas ou os ditadores. Usaremos nossa aulocompreensao para desmontar © si 2 a violéncia que lhe é inerente. Sua Santidade, o Dalai Lama, realmente inspirou muitos de nos a amar nossos inimigos por meio do cultivo das sementes da pay. Confio em que um dia o Tibete se livrard da dominagio da China ¢ da destruigio. E possivel que os tibetanos possam até mesmo serem capazes de nos oferecer um novo futuro, pela construcio de uma democracia budista ou pela pritica de um socialismo darmico. A junta militar em Burma (atual Myanma) pode ser capaz de manter Aung San Sun Kyi sob confinamento, mas a tremenda coragem moral dessa mulher um dia libertara o povo de secu pais, Depois de mais de 20 anos de guerra ¢ matanga insensata, ninguém acreditava que a paz pudesse ser restabelecida no Camboja. Quando ajudei pela primeira vez o Ven. Maha Ghosananda nos campos de refugiados do Khmer, tudo era muito dificil. Mas ele estava firmemente determinado a plantar as sementes da paz com scu pensamento, palavrus € agdes, € nos pediu que conduzissemos a reconciliacao ¢ intermediasse- mos as relagoes entre os monges do Khmer e a populacio leiga. Em muitas ocasiées, liderou passeatas de paz através de zonas de guerra. Todos esses esforcos merecem ser conhecidos. Eu proprio tive o privilégio de trabalhar pela paz na Tailindia, e também de atuar com os bons amigos da International Networl of Engaged Buddhists (Recle Internacional de Budistas Mili tes]. Essa rede tem ligagoes com o Buddhist Peace Fellowship [Associacio Budista para a Paz] nos RUA e com organizagdes similares na Europa ¢ no Japdo, ¢ tabalha para nos livrar das causas bisicus do sofrimento ¢ para enfrentar 6 desafio dos sistemas opressores. do € Com e an- Em que pesem a opressao politica e social ea destruicao do meio ambiente na Asia, minha visio de renovacio da sociedade e da libertacio humana é realizavel, porque muitos de nés trabalhamos juntos como bons amigos, ou kalayanamita. Buda diz que ser kalayanamitia & importante para todo mundo. Precisamos de bons amigos, bons compa- mizades. Poderemos aprender com os outros a nheiros ¢ boas a envolver a n6és prépries ¢ a ajudar nossa socicdade a ser 1 comecar por nés mesmos. di pac fica € just Violéncia e violéncias — Quando nos tivermos transforma do em pessoas menos egoistas, poderemos, com a ajuda dos amigos, transformar nossas sociedaces para que elas sejam li- vres da opressiio ¢ da explorucio. Pode no ser facil, mas é possivel. Por meio da autopercepeao critica, que nos auxilia a nos tornar menos egoistas ¢ nao viclentas, ¢ juntamente com. os amigos, poderemos olhar para a nossa sociedade e para o meio ambiente, com esperanca de nos sentirmos encorajados a superar as doencas sociais ¢ a degradacao ambiental. A geragao da paz e da liberdade requer a eliminagao, ou pelo menos a reducio, da violéncia. O problema € que ha Varios tipos de violéncia. A mais clara e direta esta descrita no primeiro preceito, que estabelece os cinco fatores implicados no matar: a) a vida; b) a percepgdo da vida; ©) pensar em matar, d) executar 0 assassinato; ¢) 6 resultado letal, Ha4 também a violéncia estrutural, que mata lentamente ¢ é construida no seio das estruturas sociais. Dos cinco fatores aci- ma mencionados, apenas tres se aplicam aqui: ha a vida e sua percepcdo, Mas nao se pensa no assassinato nem este é expli- citamente cometido. No entanto, a morte acaba sendo 9 resul- tado final. Mas do que resulta ela? Nessas circunstancias, a morte nao resulta da violéncia direta, mas sim de uma estrutura social desesperadoramente injusta, gue da muito a poucos € muito pouco a muitos. Como um buclista moderno lida com essa forma de violéncia? O segundo. preceita — abster-se de tomar aquilo que nao cinco fatores estao implicados: a) os bens de outra pessoa; b) a percepcao deles; c) pensar em roubé-los; d) 0 ato de roubar; e) © roubo como resultado final. Contude, roubo nao é o mesmo que violéncia estrutural, pois nela algo é tomado, mas de um modo imperceptivel a principio 6 Um fazendeiro possui a terra, mas os semeterra podem ape- mas ficarei nas cultiva-la. Diz o fazendeiro: “Cultivem a tel com mais de 70% da colheita” Cuma situacdo tipi dos paises do sudeste da Asia). O dono da terra pode achar que esti sendo gener ria usar um trator. Ou entio, poderia vender a ten na maioria », porque uma de suas alternativas se- (e com grandes lucros) para que cla fosse transformada num campo de golfe. O camponés pode sentir-se grato, porque para ele as alternativas seriam a fome, vender a filha como prostituta ou entio migrar para uma cidade, onde trabalharia como mao-de- ada obra nao-qualifie F dbvio que ha algo moralmente errado nessa situagao. Para que uma estrutura opressiva dessa espécie possa m algo mais € necessario. A explicacao habitual do budismo com aNter-se, “B” maitisculo sobre a lei do carma diz que os camponeses estio colhencdo agora os resultados de suas mds agoes passadas, enquanto © proprictirio de terras obviamente cultivou muitos méritos, construindo templos e imagens de Buda. Portanto tanto 0 rico quanto o pobre devem apoiar a exaltacao material do monasticismo para beneficio de seu bem-estar no futuro, © budismo com “b” minusculo, ne cntantoe, € certamente contra essa espécie de ensinamentos erroneos pratica o dane (caridade ou generosidade), percebera que € errado ganhar 70% dos frutos da terra, enquanto os trabalhado- ficam sem o suficiente para viver. O Buddhasa Dhammic Socialism é uma abordagem que destaca nao tomar mais que o necessdrio ¢, ao mesmo tempo, esta de acordo com Se 0 fazendeiro res scm-te as leis da natureza, pois em seu entenclimento as pessoas par- tilhariam 0 que lhes estivesse sobrando, por compaixao, solic tude € amor. As pessoas tomariam para si apenas aquilo de que isassem. Os excedentes ser pr im deixados para a sociedade. Um terceiro tipo de violéncia — a cultural - corresponde a qualquer elemento de uma cultura (em especial a religido e a ideologia), que legitime a -violéncia estrutural direta ou indireta, Essa situacio pode ser vista com clareza na midia, principal- mente na propaganda. E claro que tem havido, ha e haverd budistas que cometem a violéncia direta € participam da es- trutural. Eles nao encontrarao, contude, qualquer espécie de apoio para a sua conduta nas escrituras budistas. Alegar tal apoio seria uma violaglo do quarto. preceito, que se opde ao falso discurso. Embora esse preceita se preocupe mais com , no sentide coloquial, do que com a legitimacao da menti violéncia, invocar o budismo em defesa de atos violentos ¢ uma atitude mentiro: Diante do exposte, pode-se concluir qu um sistema Gtico bastante rigoroso no que diz respeito a apoiar a paz. Seus preceitos contra a violéncia representam um impul- so de liberdade. Mas tudo isso pode fracassar, se a energia do oal se combinar com os mecanismos silen- o budismo contém compromisso pes ciosos do mal. Quanto m: Estado-nacao, uma grande empresa ou uma coali r for uma estrutura — como um rio dos dois — mais nos acostumaremos a ela e mais violenta ela se tornara Um budista esta obrigado a fazer o servigo militar? Devern os budistas ficar em siléncio, quande © governo continua a aumentar © orcamento nacional para armamentos militares, wide basica ¢ da educagao? Alguns poderiam com prejuizo da s argumentar que essas questdes sao mais politicas que morais E claro que sao as duas coisas. A grande questao € saber eXatamente como a inspiragao ética do budismo pode iluminar a politica, com coragem suficiente para questionar uma socic- dade injusta, € nao apenas os atos individuais das pessoas e de seu governo. Se os budi: fas Compreenderem a violéncia estrutural, a modo como ela esta enraizada no 6cio (dosa) e aprenderem como elimind-la pela atencio, de forma nio-violenta, o budismo serd nao apenas importante para o mundo moderno, mas se consti- tuird também numa fonte de meios para a libertagio. Do mesmo modo, aprenderao que o consumismo esti direta ou indiretamente ligado & avareza flobha) e A luxdria (rege). Tudo isso pode ser visto com clar dia, que exploram © corpo das mulheres para criar necessida- des artificiais. nos anincios € na mi- A educacio maderna lida quase que s6 com a mente, ¢ nao com 6 coracao dos alunos. Os inteligentes sao reconhecidas ¢ recompensados de modo material ¢ financeiro. Para iss das doengas soci ‘os € poderosos, porém, nao sio felizes. Suas posices privilegiadas repousam direta ou inc io, nag Precisam ser gencrosos ou ter consciéncis is. A maioria dos etamente sabre a pobreza da massa e sobre a destruicio ecolégica. Eo que se chama de ignorancia (avijia) ou ilusio (moha) Se os budistas desejam dar uma contribuigao significativa a paz mundial ou a libertagdo do mundo modero da violéncia € opressao, devem confrontar suas és causas fundamentais, que podem ser encontradas nao apenas no individuo, mas também na estrutura social. Precisam, pois, lidar com essas rafzes do.

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