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HISTORIA GERAL HILARIO FRANCO JR. RUY DE 0. ANDRADE FILHO Hilério Franco Jr. listdria — Universidade de Sio Paulo Oliveira Andrade Filho ia — Universidade de Sto Paulo et 2G, Este Atlas de Histéria Geral foi concebido para ser uma obra de interesse e consulta para professores, pais e alunos. Assim, pretende ser ao mesmo tempo simples nas formulacdes, porém rigoroso nas informacées. Procuran- do cobrir em poucas paginas toda a Historia Geral, é ne- cessariamente seletivo, tanto nos textos que introduzem ca- da capitulo quanto nos mapas e gréficos que apresenta. A selecao do material foi guiada por um critério basico: con- templar a globalidade histérica de cada civilizagao, de ca- da época. Por isso, ao contrério do que se poderia esperar de um atlas hist6rico convencional, os mapas sobre fronteiras po- Iiticas constituem apenas uma parte dele. Procurou-se ea. Fantir espago também aos aspectos sociais, econdmicos, de. ogréficos, culturais, religiosos, apresentados em fotos, ta. belas e gréficos. Dentro de suas propostas e limitacdes es. Peramos que este Atlas se revele um instrumento de pes. quisa bastante dtil. E 0 que desejamos Os Autores. editora scipione Sumario uidade As civilizagies do antigo Oriente Médio A Grécia arcaica e classica A civilizacio helenistica A formagao do mundo romano A fragmentacao do mundo romano A cultura cléssica Média A penetracao dos germanos As civilizagdes bizantina e mugulmana O Império Carolingio A Europa feudal: politica e economia ‘A Europa feudal: religiio ¢ cultura A sociedade medieval As crises do fim da Idade Média Moderna O Renascimento As reformas religiosas Os descobrimentos O mercantilismo A colonizagio ibérica ‘A colonizag&o anglo-saxdnica As monarquias absolutistas A erise do século XVIL ‘A sociedade do Antigo Regime A.cultura do Antigo Regime mporanea Os Estados Unidos no século XIX A América Latina no século XIX A Revolucio Francesa e 0 perfodo napolednico A Europa da reagio ¢ da revolugio As unificagdes A Revolugio Industrial O imperialismo A Primeira Guerra Mundial ‘As relagdes entre os Estados Unidos e a América Latina perfodo entre-guerras: politica O perfodo entre-guerras: economia ¢ sociedade ‘A Segunda Guerra Mundial A Guerra Fria Novas linhas de ramo Indice remissivo Bibliografia utilizada aSNSSSSRse Sas 2BSeses 83 y o 3000) £006. Eros aes Ey a (ERTS [1 A vida econémica do Antigo Egito As civilizagées do an Oriente Médio O homem apareceu na Terra ha trés milhdes de anos, mas formou sociedades complexamente organizadas (com escrita, Es- tado, leis, cidades) hd somente cinco ou seis mil anos t=". Ou seja, sua vida “histérica”? € muito mais curta e recente que a “‘pré-histérica”, sobre a qual temos informagGes fragmentarias, dispersas ¢ polémicas. Sabemos, entretanto, que por volta de 4000 a.C. o homem descobriu a agricultura, com ela se seden- tarizou ¢ assim comecaram a se desenvolver as primeiras civili- zasies. Conhecidas como civilizagées hidrdulicas ou de regadio consti- tufram-se em torno ¢ em funco de grandes rios t=. : a Meso- potémia estava ligada aos rios Tigre e Eufrates US" , o Egito a0 Nilot- , a India ao Indo t=, a China ao Amarelo. Foi no Oriente Médio, com as civilizagdes da Mesopotamia e do Egi- to, que teve inicio a Histéria. Tempos depois desenvolveram- =r se ali outras sociedades, que, sem contar com o poder fertiliza- @ cons dor de grandes rios, ganharam caracteristicas diversas: pastoris Ftp (hebreus, filisteus, cananeus, hititas) C31 C=) , mercantis (fe- nicios, Ifdios, cretenses)-2~ , militares (assirios, hititas, per- sas) (= . Cada um desses povos teve, além de uma rica hist6ria interna, longas © muitas vezes conflituosas relagdes com os demais, As duas principais civilizagdes foram a Mesopotmia e o Egito. A Mesopotamia, planfcie aberta & constante movimentagio de diversos povos, conheceu quatro grandes periodos hist6ricos: 0 sumério, 0 babilénico, 0 assirio 0 caldeut> . Essa periodi- zacdo cldssica baseia-se na complexa hist6ria polftico-militar da regido. Em todas as fases, hd uma clara continuidade social (elite, homens livres pobres, escravos) e econdmica (cerealicultura, pe- cuéria, artesanato e comércio). Também do ponto de vista cul- tural (escrita cuneiforme, cédigos juridicos, astronomia) religioso (politefsmo antropomériico), os povos mesopotémicos mostraram suas semelhancas. O Egito (+5, por sua vez, mais isolado por mares e deser- tos, s6 passou a ter contatos freqiientes com outros povos numa época relativamente tardia, por volta do século XVIII a.C. O fato de o faraé ser considerado um deus (enquanto os gover- nantes mesopotdmicos eram apenas representantes de deuses) contribuiu por muito tempo para a estabilidade da regio. Para reservar 0 corpo do faraé falecido e assim perpetuar a socieda- de, construfram as pirAmides. Estruturalmente ligados ao Ni- Jo, 05 egipcios concebiam o mundo como reflexo da luta entre © tio (deus Osiris) € 0 deserto (deus Seth). A vida econdmica desse povo dependia do Nilo: agricultura em suas margens, trans- porte de pessoas e mercadorias em seu leito. Pao FF io S cite Pou “9 Pots proccss > as comers 3 ouvades ‘Observe a concentracso da populagao asltica no Orienta Préximo, fo subcontinente indiano (sobretudo no Yale dori Indo) ena China (Gobretudo no vale do rio Amarelo). [20 mundo ao redor de 3000 a.C. ES Aotcatores ] Prinires impsrios | Cagacores _— Novimentos populacionals ankora ste. vila. ste. Mac. EIR COIs A Grécia arcaica e classica A peninsula BalcAnica, habitada pelos gregos, é pequena, tem poucas dreas férteis ¢ muitas montanhas. Sendo bastante recor- tada pelo mar, possui intimeros portos naturais. O grande ni- mero de ilhas prOximas permite a navegac%o com seguranca, quase sempre com terra a vista. Tal configuragao geogréfica con- tribuiu para a formagao de algumas das caracteristicas histéri- cas basicas dos antigos gregos =. Compartimentados em pequenos cantées cercados pelas mon- tanhas ¢ pelo mar, cada grupo humano da Grécia Antiga esta- va relativamente isolado dos demais. Os gregos organizavam-se, assim, em pequenas unidades politicas, as cidades-Estados ou poleis | = . Esse relevo acidentado, entretanto, dificultava as in- vasdes estrangeiras, como ficou claro nas Guerras Médicas (499-449 a.C.), quando o poderoso Império Persa foi derrota- do pelas pequenas poleis. O litoral bastante recortado da Grécia apresentava uma es- capatéria ao solo pouco favordvel & agricultura, com excecdo da producao de azeitonas e uvas. Azeite ¢ vinho eram exporta- dos possibilitando aos gregos a importagio de cereais, madeira Em funcao dessas necessidades econémicas, des- deo século XII a.C. os gregos fundaram intimeras col6nias por toda a bacia do mar Mediterraneo, sobretudo nas costas da Asia Menor 1 4 |. E, fato extremamente importante, todas essas trocas comerciais cram acompanhadas por trocas culturais. Os gregos absorveram, sclecionaram ¢ adaptaram elementos de outras ci- vilizagSes, proporcionando a elas sua prépria cultura. As colé- nias gregas do sul da Itélia, por exemplo, teriam mais tarde papel significativo na formagao da civilizaco romana. Na maior parte das cidades-Estados, a populacao reduzida © a participaco de todo cidadao na defesa da cidade foram.ge- rando um sentimento de certa igualdade que acabou por levar A democracia C=. Por outro lado, a autonomia de cada polis criava forte sentimento regionalista. Antes de se considerar grego, © individuo se via como ateniense, espartano ou tebano. Assim, nao surpreende que, embora unidos contia 0 estrangeiro, os gre- gos, com certa freqiiéncia, lutassem entre si. Alids, foi o maior desses conflitos, a Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.), opon- do a democratica Atenas & olig4rquica Esparta e sttas respecti- vas aliadas, que enfraqueceu definitivamente a Grécia Antiga. O auge da antiga civilizacdo grega foi o perfodo classico (sé- culos V-IV a.C.). A implantagao da democracia (2) em va- rias cidades e a producao de notaveis obras artisticas, literérias e carne = (EEE rz 2 | Péricles e a democracia No inverno de 431-430 a.C., com a Guer- ado Peloponeso iniciada, Péricles fez a ‘sua oracao finebre. Em lugar de louvar ‘apenas os mortos, decidiu exaltar Atenas. ‘Seguem-se dois emocionantes trechos dessa oragao. “Nossa constituigdo 6 chamada de demo- ‘cracia porque o poder esté nas maos nao de uma minoria mas de todo 0 povo. Quando se trata de resolver quest6es pri- vadas, todos s4o iguals perante a lei, quando se trata de colocar uma pessoa diante de outra em posig6es de respon- sabilidade piblica, o que vale nao é 0 fa- to de pertencer a’ determinada classe, ‘mas a competéncia real que o homem possui”. “Aqui, cada individuo se interessa ndo s6 pelos'seus assuntos particulares, mas ‘também pelos assuntos do estado... ndo dizemos que um homem que nao se inte- ‘essa pela politica é um homem que tem ‘muito que fazer para si mesmo; dizemos {que ele ndo tem absolutamente nada que fazer aqui... E ha outro ponto em que nos distinguimos de outras pessoas: somos ‘capazes a0 mesmo tempo de assumir ris- (008 ¢ de calculé-los previamente. Outros ‘so bravos por ignoréncia e, quando pa- ram para pensar, comecam a ter medo. Mas 0 homem que pode em verdade ser ‘considerado bravo é aquele que mals sa- bbe avaliar tudo o que é doce na vida e tu. do o que 6 terrivel e sai, entdo, sem temor, para enfrentar 0 que vier.’ 5 | Comércio grego Yee saree Til cones wen © esate [i onic conse cartaginesas SS Fero rte Pes cP Metais presosos eves 9 Pecain Ca 7 Te note + Vito 2 brace MAGNA sro GRECIA te [3] 0 mundo grego cristo ALEXANORE PeRIcLEs HoNERO Insitagso [+1000 a.c, | Wea Iestlacso osaqueis lo EE Horas He. V6, e106, A civilizagao helenistica O préspero perfodo classico nao levou ao surgimento de um espfrito nacionalista e ao estabelecimento de uma unidade poli- tica entre as cidades-Estados gregas. Pelo contrario, a prosperi- dade geral de alguma forma acentuou as disputas internas e per- mitiu que, em 338 a.C., toda a Grécia fosse submetida por Fili- pe da Macedénia. Seu filho e sucessor, Alexandre Magno [45 , em poucos anos conquistou o vasto ¢ poderoso Império Persa e parte da India, constituindo o maior império conhecido até ent&o (= . Mas esse vasto territéri unido & morte prematura do con- quistador: seus generais dividiram o império em trés reinos, que, enfraquecidos por lutas internas, foram submetidos por Roma nos séculos II e I a.C (1. Portanto, a obra politica de Ale- xandre foi efémera, mas a fusio de elementos gregos e orientais propiciada por suas conquistas deu origem a um mundo novo, a civilizagdo helenistica C nao sobrevive No plano econdmico, ela significou uma expansio das ativi- dades mercantis e artesanais, facilitadas pela unidade politica criada por Alexandre naqueles extensos territ6rios. Assim, desen- volveu-se uma economia internacional, com cada regido se es- pecializando em determinadas atividades havendo intensa troca de mercadorias entre elas. Prenunciava-se a vida econdmica do Império Romano. Se até o final do século TIT aC. a Grécia beneficiou-se com as conquistas alexandrinas que abriram gran- des mercados aos seus produtos ¢ proporcionaram grandes pilhagens aos seus soldados, depois desse perfodo ela passou a segundo plano. O eixo econdmico deslocou-se para as re- gides orientais, donas de recursos naturais e de populacdes bem maiores 23 No plano cultural, a fusio entre 0 dinamismo dos gregos 0 tradicionalismo dos povos orientais egipcios, mesopotamicos € persas produziu resultados importantes. Nas artes predomi- naram a suntuosidade oriental, em obras como o Farol de Ale- xandria ¢ 0 Colosso de Rodes, 0 equilfbrio grego, em obras como a Vénus de Milo C= . A filosofia grega, influenciada por certo fatalismo da visio de mundo dos orientais, levou a cor- rentes de pensamento mais adequadas Aquele momento: o es- toicismo, que pregava a aceitacdo do destino, 0 ceticismo, que negava a possibilidade de se chegar & verdade, 0 cinismo, que defendia o desprezo as convengSes sociais. Nas ciéncias, 08 co- nhecimentos tedricos dos gregos ¢ o pragmatismo dos orientais permitiram o despontar de grandes nomes, como Euclides na Geometria, Arquimedes C23 na Fisica, Aristarco de Samos na Astronomia, 9 JUVNNNNNULDONONUUNNAEOOUO0000 0000000008 (DE_MODERNA ZT) Sia eee [| Oimpério de Alexandre Magno ae — fea econtmioa dos gies — hrea econ dos soleus ste. vita seetac. EIIEKs A tormagao do mundo romano Fundada no século VIII a.C., pequena cidade de Roma acabaria por controlar todos os terri- ios da bacia mediterranea. No periodo inicial de sua hist6- ria, essa cidade foi uma monarquia (753-509 a.C.) e pouco se expandiu sobre seus vizinhos peninsulares. Mas com o estabe- Iecimento de uma teptiblica controlada pela oligarquia de grandes proprictarios agricolas, Roma passou a ter uma politica expan- sionista. Como resultado disso em 275 a.C. toda a peninsula Itdlica estava submetida C9 na regio central da Itdlia, a Cada conquista colocava os romanos em contato com outras poténcias ¢ tornava necessarias novas conquistas para preser- var os territérios adquiridos anteriorm cem anos, foram conquistados a Sicflia, a peninsula Ibérica, 0 norte da Africa C29, a Grécia, a Asia Menor G9 No entanto, esse rapido crescimento territorial provocou al- guns problemas socioecondmicos decisivos para o futuro do mundo romano, Podemos dizer que o imperialismo aumentou ncias sociais em Roma. Com as guerras os pequenos € médios proprietirios rurais morreram ou viram-se endividados © que favoreceu a concentracao de terras nas maos dos latifun- didrios. Milhares de individuos foram ento obrigados a aban- donar o campo e a migrar para as cidades. Ali, sem recursos econdmicos, essa populago marginalizada tornava-se fator de cusdes sociais © de Instabilidade politica c. Foi assim que, em Diante disso, o Estado procurava proporcionar a ela alimen- toe diversio, ‘‘pao ¢ circo” C23 , o que aumentava as despe- sas governamentais. Tornava-se necessério, entao, dar conti- nuidade as conquistas, que, por sua vez, introduziam cada vez mais escravos em Roma — no século II a.C. existiam dois mi- Ihdes deles. Assim, era cada vez menos provavel que um cida- dao romano pobre achasse emprego. Essa dificil e complexa si- tuacdo abria caminho para experiéncias autoritérias, a mais co- nhecida delas, a de Juilio César (48-44 a.C.) = [4 "Pao e circo" Te 5 | Jilio César [1 O inicio da expansao (esr chun Le es se TIRRENO aecin siciua 9 ioe poe Roma e 0 Mediterraneo: 0 mare nostrum ccmaksn Sadun xpi onan nes de 28, ido © vee = oo oe cone apoles PONTO EUXINO [Roma e o Mediterrineo Ocidental: as Guerras Puinicas GALIA EXPANSAO| |CARTAGINESA apés a 1? guerra pinica — + 7. ANIBAL | MAURITANIA B® canago | Possessiescatagiesas tesias de Cargo Fore Conquista romanas (264 a 212 6) Ered onanas Cates ages @OO© ces mites dt, 26 guras pias Baahas Nv a ( SQ, eS Nia | &, 2 i othe te [CONQUISTADA em 212 RETORNO DE ANIBAL, Golo de Sites eine we Ve ESTES ESET on Otévio Augusto A fragmentagao do mundo romano A crise social decorrente da répida expansio romana levou a um perfodo conturbado de tentativas de reformas (irmios Graco) ¢ de ditaduras militares (Mario, Sila , César, Ot4vio), que abalou profundamente a Repiiblica. Dessa forma, quan- do Otévio t+, apés derrotar seus rivais e conquistar 0 Egi- to, reuniu todo poder em suas maos, na pratica inaugurou 0 perfodo imperial (27 a.C.). Todavia continuou a se ressentir dos problemas estruturais dos tltimos tempos republicanos. A forte desigualdade sécio-politico-econémica, 0 escravismo, © gigantismo do Estado, a crise espiritual continuaram pre- sentes. A passagem do poder oligarquico (0 Senado republicano) ao pessoal (0 imperador) nao resolveu a questo politica. Se Oré- vio Augusto ¢ mais tarde alguns sucessores (Trajano, Adriano, Anténio) revelaram-se eficientes estadistas ¢ administrado- res =~, no conseguiram formular uma regra clara e indiscu- tivel de acesso ao trono, Em funcdo disso, muitos militares ¢ aventureiros puderam tomar o poder, numa sucessio de gover- nos efémeros que aumentaram as dificuldades de Roma, No cur- to perfodo de 235-284, por exemplo, Roma conheceu vinte ¢ seis imperadores. E natural ento que muitas provincias tenham } buscado sua autonomia, mostrando a impossibilidade de se man- ter vasto império unido t > . Tentativas de reformas politico- administrativas, como a de Diocleciano no final do século III, go tiveram sucessy dusaduury. Nesse contexto é que se deve entender a politica de aproxi- magio entre o imperador Constantino ¢ o cristianismo >"). Essa religiio, pouco importante no inicio, era uma seita judaica, sur- gida em uma distante e secundéria provincia do império. Sua mensagem de igualitarismo, pacifismo e sobretudo de esperan- ga dizia muito 3s populagées mais pobres e marginalizadas do império. As dificuldades desta vida eram suportiveis com a ex- pectativa do Céu. Por isso, a nova religido ganhara terreno em funco da crise romana. Apesar de tornar-se proibido por ne- gar o carter divino do imperador romano, o cristianismo t= continuou a fazer adeptos. Percebendo isso, Constantino | =, €m 313, revogou a proibigao ao culto cristo e Teodésio, em 380, transformou-o na religiio oficial do Estado, proibindo, em 392, os cultos pagios. Significativamente, nessa iltima data, reconhecendo 0 alcance da crise, Teodésio dividiu o império em duas partes auténomas, com duas capitais ¢ dois imperadores t=. Quebrava-se a ve~ ha unidade mediterranea, Paralelamente, a pressao dos povos germanicos desde o século ITI gerava enorme inseguranga ¢ acen- tuava as tendéncias separatistas de cada regio. Caminhava-se claramente para a fragmentaco da Europa, que se estenderia por varios séculos. viac. ac. 14 AUALAEO ETT CR TNH TE crt EES . [4] 0 fluxo sangiiineo segundo Galeno A cultura classica —a a ‘Como um poeta romano jé havia percebido, ‘a Grécia cati- va cativou Roma". Ou seja, os rudes romanos, agricultores ¢ guerreiros até ento, ao invadirem e conquistarem a Grécia (I a.C.), ficaram fascinados pela cultura. Na verdade, os ro- manos jé tinham contato com ela havia muito tempo, devido a presenga de coldnias gregas no sul italiano. Mas, sem diivida, a admiracio foi reforcada com a chegada dos romanos & terra helénica. Povo menos especulativo e mais pragmético, menos inovador e mais tradicionalista, menos criativo e mais discipli- nado, os romanos adotaram e adaptaram varios elementos da cultura helénica. (sistema de Galeno entendia que a respiragdo tinha como funcao restriar ‘9 sangue @ 0 coragio pela vela pulmonar. © coragao seria 0 centro iradiador do calor i © 05 pulmées, os foles de restriamento, [2] Aarte da pintura grega Tal concepgao mesclava a idéia do ar como pneuma (espirito), donde surgu 2 expressao popular "sopro de vida" Entre 0s gregos a pintura era sobretudo praticada nas antoras de argila que acondicionavam 0 azelte e 0 vinho muito ‘eonsumidos internamente bastante exportados. O exemplar & direita, de principios do século VI ‘a.C,, mostra os herdis miticos Ajax e Aquiles Jogando. Os romanos, por Sua vez, apreciavam a arte aparentada do ‘mosaico, que com pequenas pedras de cores e formatos diversos compunham as mais variadas imagens, como neste exemplar do sécul Il [] O teatro de Epidauro O teatro de Epidauro, nna Grécia, podia receber até 14.000 espectadores Construldo ao ar live le tinha acdstica perfeta, No efrculo da orquestra ficava o altar do deus Dioniso, JA que 0 teatro nasceu lorouestea como parte dos rituals dedicados aquela v eater, Na divindade, ESS ‘ato. A estatua da direita ‘mostra o motivo romano cristao do bom pastor 10 do proprio Cristo) “gue fecuperou a ovelha ‘desgarrada (0 tiel que se perdera e retoma a ___seguranea junto a Divindade). ev ste. vi Rees A penetragao dos germanos Os greco-romanos chamavam de barbaros os povos estranhos a sua cultura e a seu mundo. Dentre eles, os mais préximos eram ‘os germanos, divididos em duas grandes familias: a gética (vi- sigodos, ostrogodos, hérulos) e a teut6nica (francos, anglos, van- dalos, lombardos) (=~ . Localizados nas fronteiras setentrionais do mundo romano, os germanos mantinham com ele contatos esporddicos. No século IV, com a crise do império, muitas tri- bos germénicas foram incorporadas ao exército para policiar as fronteiras romanas. No momento de recuo demografico da po- pulacdo romana C77 e de sua crescente cristianizacZo, diminuiu a procura pela carreira militar, 0 que propiciou a germaniza- cao do exército imperial A posterior ocupacio dos territérios ramanos pelos germa- nos foi, assim, apenas o resultado de uma evolugo que os tor- nara a forca viva do império. Portanto, por cerca de dois sécu- los houve uma penetragao pacifica e apenas na primeira meta- de do século V aconteceram as verdadeiras invasdes germani cas. Estas, na realidade, foram precipitadas pela pressao de um povo oriental, os hunos (3 , que levaram os germanos em fu- ga a entrarem macicamente em territério romano t Golocavam-se, desta forma, frente a frente duas civilizagdes que ao longo dos séculos seguintes iriam se fundindo para for- mar a Europa, a romana e a germanica Cs) C22 . Socialmen- te, os germanos baseavam-se na familia patriarcal e monoga- mica e, politicamente, na tribo. Seu chefe era um rei eleito pela Assembléia dos Guerreiros, com a qual dividia as principais de- cisdes. Economicamente, os germanos eram agricultores ¢ pas- tores, com um artesanato pouco desenvolvido (com excecao da metalurgia) e trocas comerciais esporddicas. A literatura e o direito eram transmitidos de forma oral de geracio a geracio; as artes principais eram a ourivesaria € os trabalhos com outros metais, Os povos germanos eram politefs- tas, com deuses representativos de fendmenos naturais € sociais. Os principais deuses eram Thor, divindade da guerra, e Freya, da fecundidade. Apesar de representarem apenas 5% da populacao total do Império Romano, em poucos anos os germanos ocuparam pontos nevrdlgicos do Império. A cidade de Roma foi conquistada em 476 (5 € 0 tiltimo imperador deposto. Quebrava-se a unida- de de polftica anterior. Surgiam varios reinos germAnicos, pon- to de partida dos futuros pafses europeus (32 Ca) Ce] C=? Comecava a Idade Média. PEE la 0 reino merovingio (480-560) PO Testis mein en 50 | er | hneas courses | PeL08 cemusnicos ens Benew ene [o> ners de Aecio, do ebro (88572) [Ea eros zane artes ce 574 |= Foss tos Esato Pnticios [erste arcs co od 08 Campanas de Pepi, Breve cata olombardos TZ Ategressio demogratica Erolugo demogrfica da Crstandade ocldental (ons eM) ge 200 0 (eine dos visgodos em 887 | => congusts visigiticas Reino vsigtico em 711 Temttobizantin ente $54 e 624 smoe ret pe nw 6 [ar anaes | [iti osu FE Gs somteae Cannas te 18 com As civilizagées bizantina e muguimana Ee ADE Enquanto os germanos partilhavam entre si o Ocidente, no Orien- te a outra metade do Império Romano sobrevivia e teria importante papel ao longo da Idade Média (= . Tendo como capital Constanti- nopla (+ , antiga cidade grega de Bizincio, o Império Romano do Oriente ficou conhecido como Império Bizantino. Tratava-se de um Estado multirracial, que aceitava como cidado todo aquele que falasse grego e seguisse 0 cristianismo ortodoxo C= A monarquia era teocrétiea, sendo 0 imperador considerado um vice ‘Deus. Por isso, a Igreja ortodoxa (ao contrério do que ocorreria com a cat6lica no Ocidente) era dependente do Estado. A religiosidade po- pular era muito exaltada, e ndo poucas vezes ocorreram revoltas e crises profundas por razdes religiosas. A cultura, embora sintetizasse as con- tribuigdes de varias provincias, tinha um inegavel carter grego. A economia era de base agraria, mas com um importante setor artesa- nal ¢ comercial = Os mesmos elementos que possibilitaram a vitalidade do Império Bizantino acabariam, contudo, por enfraquecé-Io. © poder do impe- rador despertava inveja, rivalidade e atentados. O forte sentimento religioso levava a desentendimentos e separatismos. A riqueza do co- mércio e da capital atrafam concorrentes ¢ invasores. Depois de uma hist6ria longa e conturbada, o Império caiu, em 1453, nas mios dos turcos, povo seguidor de uma religido nascida na Arabia oito séculos antes € que se difundira por extensas éreas. Depois de um comeco dificil, em 630 Maomé conseguiu unir os rabes em torno de sua proposta religiosa, o Isla. Seus seguidores, ‘conhecidos por muculmanos ('‘os que fizeram a paz com Deus”), acre- ditam na existéncia de um tinico Deus, Al4. Em nome dele devem rezar cinco vezes ao dia voltados para a cidade santa de Meca e pere- grinar pelo menos uma vez na vida até ela (2. Estavam obrigados ao jejum diurno durante o més sagrado de Ramada, ¢ deveriam tam- ‘bém dar esmolas aos pobres ¢ ao Estado. Aqueles que morressem em nome dessa religigo ganhariam o Paraiso. Unidos por essa crenca, necessitados de terras mais ferteis, em pou- cos anos os arabes conquistaram um imenso império e converteram imimeras populaces ao Isla esse vasto mundo muculmano 6s problemas politicos nao foram raros, mas foi a vitalidade econémi- cae cultural que mais se sobressaiu, assim como ocorreu com 0 vizi- nho e inimigo Império Bizantino. Foram na verdade essas duas civilizagdes que preservaram ¢ ampliaram muito da cultura antiga, transmitindo-a A Europa (= Se até o século XI as civilizagdes orientais, bizantina e mugulma- na foram, em todos os sentidos, superiores & do Ocidente romano- germanico, depois desse perfodo a situagao se inverteu, em parte gra- {gas & rica heranga cultural que elas legaram aos ocidentais PUUEEEUE ETL | ESS [2 ACaaba, em Meca [antec AEA Nesta miniatura iraniana, vernos 0 ‘centro de Meca, onde est um ‘pequeno templo cibico — a Caaba. Antes de Maomé, a Caaba (0 cubo) era lum lugar de culto e de peregrinagao. ‘Ainda hoje, durante o periodo anual de peregrinaggo a Meca, a Caaba ermanece recoberta com um pano Preto sobre os quais se escrevem (1 Planta de Constantinopla Constantinopla, além de ser ‘um grande porto, é também capital religo sendo muito povoada. po Allg Bebeae ott Etapas e comércio do do imp Bizantino F a z PERI ries cise eine 3 (a v 3 e eee f ae g Bos ce NO ry sh 2. ——— Aan 3 On 12 A % e a A D impo Bzsnino em 1480 a 2 = ! 3 rs 4 etn S Ko 3 3 ow a ko © tree | é & e ow ) s = :. eB DO Pat “. cS 3 2 tee * ‘ ; 4g = 2 Go i ee a a: ; o + ve s . th ne _| 3 Aexpansao mugulmana (séculos Vile Vill) e as rotas comerciais (séculos VIII ao XI) — rcs @ On © jot Paw a aS eee SS \ sn © tant yeas ps = Bbc Ly 88 7 ficient ‘ Sam Pie a ; te “> = ons SY foe tat j on : ele * Wie ee i ons 22 pms te 2200 accu nn | O impétio Bizantino e o Isla Cléssico de nr manna tea i 0 - =. = z 3 — ry = aT eae 1: Ea co aoe oo ae sico | 2000 0 Império Carolingio A penctracio dos germanos alterara definitivamente 0 mapa politico da Europa, porém por muitos séculos 0 sonho de uma nova unidade politica permaneccu vivo. A primeira expresso concreta desse sonho coletivo foi o Império Carolingio, consti- tuido no ano de 800 (4 . Suas rafzes, no entanto, eram bem anteriores. A primeira delas é de 496, quando o rei Clovis, da tribo germanica dos francos, converteu-se ao cristianismo, per- mitindo uma primeira aproximagio com a Igreja G3. A se- gunda deu-se em 732, quando o chefe franco Carlos Martel der- rotou os mugulmanos que tentavam invadir a Gélia e passou a ser visto como uma espécie de defensor de todo 0 Ocidente cristo. A terceira ocorreu em 751, quando seu filho, Pepino, © Breve, foi coroado com apoio papal, inaugurando a dinastia carolingia. Em retribuigao, entregou ao papa (754) 08 territ6- rios italianos arrancados aos lombardos (3 . Estava assim preparado o caminho para que o filho de Pepi- no, Carlos Magno, passasse a ser visto como senhor da Euro- pa. De fato, ele venceu definitivamente os lombardos, subme- teu os dvaros ¢ saxdes, forgando sua cristianizagiio. Carlos Magno criou para scus vastos territérios um sistema administrativo que, apesar de muito personalista e rudimentar, estava bem adequado as condigdes do momento C=) . Assim, conseguia-se certa esta- bilidade depois de trés séculos de vida conturbada para os oci- Dt ae dentais 21 . Preocupado em ter clérigos ¢ funciondrios reais [Ea ori ets wap mais capazes, Carlos promoveu um movimento cultural conhe- a cido por Renascimento carolingio 23 . Esse perfodo foi mais de preservagao de elementos da cultura classica do que de cria- ses originals. Contudo, mais uma vez, era o que no momento [5] 0 comércio do Império Caroiingio se podia fazer. " Sisinemaddhul ange enna dh lhammspeeatnige a ees ‘Cod cnt co ee & roacao de Carlos Magno pelo papa em Roma, no natal de 800 2 lertenremet Teoricamente, renascia o velho Império Romano. Na pratica, tratava-se de algo bem diferente tanto que pouco sobreviveu a Carlos Magno. Seus netos assinaram em 843 0 Tratado de Ver- dun, dividindo o império e desenhando a base do futuro mapa pol sdes assolava a Europa Ocidental C3 . - se. etc. (EES [77 1Esquema do mundo ra Eee europewta3 . Paralelamente, uma nova onda de inva- O fracasso do Império Garolingio ¢ as invasdes dos vikings, muculmanos e hiingaros mostraram ao Ocidente que sua orga- nizacZo politico-econémica deveria ser reformulada. A respos- ta espontanea a essa necessidade foi o surgimento da sociedade feudal por volta do ano 1000 (ES 1789 (EYES aN ee) BANGELZADR = fe 598 0 715, OCEANO J] rtandaie cts no final do siculo Vi ATLANTICO Propopaio do cistinisno VANGELIZADA par vote de 700 Lite do infacia arabe (a0 redor de 750) EVANGELIZADE de 600 2 750, [6 ] As novas invasées (séculos IX e X) tan tee eg Branson tg a, 2000 a.C. One A Europa feudal: politica e economia A sociedade feudal reunia uma série de instituigées e prati cas anteriores ao perfodo, mas que s6 a partir do século XI pas- saram a formar um conjunto coerente ¢ predominante na Europa ocidental (= Politicamente, era caracterizada pela fragmentacao do poder piiblico: cada grande detentor de terras exercia um papel quase monarquico em seus dominios (+ Os reis, sucessores dos monarcas germAnicos, continuavam a existir, mas tinham po- deres efetivos somente sobre extensGes limitadas dos reinos | =~. No aspecto econdmico, estreitamente ligado ao politico, predo- minava a agricultura; assim, tinha poder econémico e politico quem tinha a posse de vastos territ6rios. Quanto mais terra alguém possuisse, mais parcelas dessa terra (feudos) poderia ceder em troca de servico militar (vassalos) (= Gada uma dessas parcelas era habitada e cultivada por campo- neses dependentes (servos) {> | que entregavam parte signifi- cativa de sua produc&o ao nobre local t=". Essa organizacao social conseguiu impedir as invasdes estran- geiras ¢ alcancar certa estabilidade interna. As inovagies na téc- nica agricola | = |, o aumento da producao t = eo crescimento populacional [s2) — no se sabe qual fenédmeno desencadeou ‘0 outro — passaram a fazer pressdo sobre os europeus. Por quase dois séculos, buscaram obter novas terras para o cultivo, para abrigar 0 excedente demogrifico ¢ para ampliar o comércio. Junte-se a isso o forte desejo dos cristéos ocidentais de conti- nuar peregrinando a Jerusalém — o que os turcos os impediam de fazer desde 1078 — e teremos as condigdes que provocaram as Cruzadas (>). Por dois séculos (1096-1270) esses movimentos religiosos- militares tentaram conquistar para a cristandade latina o Oriente ‘Médio muculmano. Paralelamente, com 0 mesmo espirito, ocor- reram a Reconquista Crista da peninsula Ibérica e a Marcha para o Leste dos alemaes sobre a Europa Oriental eslava [= Em suma, a Europa feudal conhecia um momento de expansio territorial e econdmica que teria profundas repercussdes. [40 orgamento de um senhorio Orgamento total (em tras) Detalhe do orgamento em porcentagem Recetas i Dospesas ‘ a a, ‘ AS. ws PES [1] Um castelo medieval uanysaconeen @ inane 2) ao io @ Ta tniga Olea @ romper tnt @ conmeoreies "G3 ron ac pel @ comaemape Pepsin © wnt @ sous © pov @ rouse Oiweitemins ia teecad @ row @ tomar ingto (eens @ tretwocsa @ Enlace [6] Exemplo de rotagao trienal HE 90. vero Cereals primaves| (ave 0 cbvaaa) impose ceninnos [10) 0 crescimento demografico Palses ‘Anos (segnds ote stun) 1000 1100 1200 1300 hia 50 575 725100 | Aemanha 5 40 80 Holanda 04 08 Belgica Luxemburg 04 08 09 Suiga 04 08 Frange 775 105 Inglterae Gales 25 Espana Portugal Totaie [£7 Trabalhos camponeses B a ——— i cys iti IB cis cass cL oie csr orem [Twn 7% Finns cones de propio eX! Ears ES A Europa feudal: religiio e cultura um tratado ingle i é ‘sobre a pobreza © 0 O crescimento demogréfico-econémico-territorial que a Eu- Pareto ropa conheceu desde meados do século XI influenciou a visio " faziam os frades de mundo dos homens da época. No que diz respeito & religiaio, Seaninle cereiiars franciscano). ‘ocorreram dois importantes fenémenos. O primeiro no plano institucional, com a Igreja, definindo de forma clara e indiscu- tivel sua organizacao interna (parocos, bispos, arcebispos, car- deais, papa), seus dogmas e suas crencas essenciais (Trindade, Encarnagao, Virgindade de Maria, sacramentos, ete.). A Re- forma Gregoriana (1073-1216), ao procurar purificar a Igreja [21 [= , libertando-a das interferéncias da nobreza feudal, passou a dividir a sociedade em dois grandes grupos opostos, cléricos e leigos C21 segundo fendmeno no plano religioso foi de certa forma uma reagao a essa crescente institucionalizacdo da Igreja. Mui- tos grupos que desejavam uma Igreja mais aberta, menos cor- porativa € nobiliérquica, formulavam interpretacdes do cristia- [7] As universidades medi nismo que se opunham aquelas defendidas pelo clero. Eram as heresias C=. iaeane ‘Outros grupos, embora também eriticos da Igreja excessiva- DAS UNIVERSIDADES mente rica ¢ poderosa, procuravam propor novas condutas scm se afastar da obediéncia ao Papado. O caso mais conhecido mais importante fot o das Ordens Mendicantes (Franciscanos Dominicanos) (= Essa trajet6ria religiosa da Europa feudal teve repercussbes na concepedo e producao cultural. De um lado, a cultura erudi ta dos cléricos desenvolveu, sobretudo no século XIII, uma im- portante teologia-filosofia conhecida por Escoldstica (21 . De ou- tro, a cultura popular dos leigos produziu uma rica literatura em Iinguas locais (verndculas) — cangées de gesta, ciclo artu- riano L=1. No entrecruzamento das duas culturas, a arte ro- ménica (=) (séculos XI-XIl) a arte gética L=1 (séculos XII- XIV) aproveitavam elementos teolégicos e folcléricos, transmi- tindo valores que atingiam praticamente toda a populacio. @ Antes de 1200 e 1200 a 1300 B De 1900 a 1350 io Faculdade de destaque "na universiade [4] Arquitetura romanica e gética e 2 iti i Fl = A Quorela da ‘espritual, na ssquema da arquitetura romanica (notar as paredes realidado, largas e os arcos redondos) e, a direita, da gética (notar as ‘questionava o lugar paredes delgadas onde se colocavam vitrals, os arcos ogivais € da monarquia na ‘08 poderosos contrafortes externos). peers (eV) 1789 (eVarba oa Heresias medievais (séculos Xle XII) [4 | O desenvolvimento do monasticismo (séculos X e XI) “Termels resulta 08 goles com (que ferem e aturdem.- vascaioe so langam nos bapes vastale oe lnpam 9s tim do outro” hrétien de Troyes (1185(7+1190(2). EEL A sociedade medieval Até 0 século XI, a sociedade medieval estava de certa forma polarizada: havia uma pequena elite, que detinha quase todos 0s poderes politicos e econdmicos, e uma grande massa de des- possufdos, No plano cultural, entretanto, a elite laica estava mais, proxima dos camponeses do que da elite clerical, a tinica letra- da € herdeira da tradicao greco-romana Mas, a partir do ano 1000, comecou a haver diversas altera- Ges nesse quadro. Com crescimento populacional ¢ agrico- lat , 0 comércio foi revigorado [2 (22 e a vida urbana desenvolveu-se: entre 1100 e 1300, surgiram 140 novas cidades no Ocidente C2, além de terem crescido muitas das j4 exis- tentes >. Aparecia assim uma nova sociedade ao lado da an- tiga. No campo a estrutura feudal classificava os individuos em trés ordens: dos clérigos, dos guerreiros e dos trabalhadores [3 . A palavra ordem indicava uma origem divina para a condigao social de cada um. Nas cidades, ainda que teoricamente preva- lecesse 0 mesmo esquema, a prética social era outra. Ali os camponeses sem terra propria e sem liberdade pessoal (servos) esperavam encontrar um futuro melhor. © habitante das cidades ou burgos era conhecido como burgués, 0 que im- plicava uma situacio juridica espectfica, com obrigagées bem definidas e direito de participar da vida polftica e administrati- va da cidadet2) . A maioria trabalhava em oficinas ou lojas de verdadeiros burgueses, detentores de poder politico e econd- mico na cidade. Os assalariados constitufam a maior parte da populacio urbana e, descontentes com a situacio, se revolta- ram varias vezes, sobretudo no contexto de crise dos iiltimos dois séculos medievais. Enquanto os burgueses enriqueciam, a nobreza feudal sen- tia crescentes dificuldades. Em alguns locais os dois segmentos sociais se opunham fortemente, mas em outros ocorria uma apro- ximagao. Para o nobre, uma alianca matrimonial com burgue- ses significava a possibilidade de manter um alto padrao de vi da, uma das caracterfsticas nobiliérquicas. Para o burgués, es- se casamento representava a superaco de suas origens campo- nesas ¢ humildes. Dessa forma, certos ramos da nobreza aos pou- cos se aburguesavam e certas parcelas da burguesia aos poucos se enobreciam. Caminhava-se para uma nova sociedade. [5] As viagens de Marco Polo Timpano da Abadia de Bourges 7 se. XI (PEE | Tamanho e fungao da cidade medie 27 co # ite e |e te ) . fe Asia / | MAR NEGRO Ts { ¢ ‘ ( le WS fl [EE] Expansio do século X10 XIN mm Murana nova - século XIla XIV Cane sonics ans © ae © cos str triers ? man v0 ine ors ae \. NorTE woroumiiegee ta coma hnebeae 2 Fes tri da as =. Crune E cr 2000 a.c. Oey EEE S ea 1.1 | Retragao e retomada demogratica As crises do fim da Idade Média nits (epee tua ‘0015 A Europa dos séculos XI-XIII vivera uma fase de expansio, Ml 2 Ao atingir seus limites, essa expansio provocou uma crise ge- __Haanda 08 (Ow neralizada, que se estendeu por todo 0 século XIV e primeira _—Siges*Luxenture : metade do século XV. Expressando a lenta ¢ conturbada pas- Fava no sagem para a sociedade moderna, essa depressio teve varias ma-__ lta e Gales = @ nifestagdes, todas estreitamente relacionadas entre si | 4) on 08 A crise agraria, fundamental em sociedades baseadas nessa Toa, atividade, comegou em 1315-1317, ligada a fatores climaticos, ao esgotamento das terras cultivaveis, ao excesso populacio: nal|+ . A producdo insuficiente | > elevou o preco dos ali mentos, provocando varias tensoes sociais | +. A subnutri¢do facilitou o aumento da mortalidade ¢ o surgimento de epidemnias, sobretudo em locais superpovoados, como as cidades do norte europeu. A alta dos precos agricolas refletiu-se em outros seto- res da economia. Tudo isso era ainda agravado pela crise mone- tério-financeira de 1335-1345, decorrente do inicio da Guerra dos Gem Anos! 7 Nesse_contexto j4 dificil, eclodiu a crise demogréfica de 1348-1350 com a peste negra s_ , Introduzida na Europa por genoveses provenientes do Oriente, em pouco tempo ela mata- va um tergo da populacao, cerca de 20 milhdes de pessoas | + Foi, portanto, proporcionalmente, a maior catdstrofe demogréfica da Hist6ria. Mais ainda, duas instituigdes que poderiam tentar superar as dificuldades também estavam em crise. As monarquias sen- tiam 0 efeito da retragZo econémica e, para fazer face a ela, au- mentavam os impostos € desvalorizavam a moeda, conseguindo dessa forma apenas aprofundar as dificuldades. A Guerra dos Cem Anos > , que opunha a Franca a Inglaterra, cada uma delas contando ainda com 0 apoio de outros paises, deixou as monarquias envolvidas com sérios problemas internos e exter- nos. A Igreja, por seu lado, conhecia uma situacao inédita e pe- rigosa: de 1509 a 1377 a sede do Papado foi a cidade de Avignon, endo Roma, como indicava a tradicao. A tentativa de superar ‘essa questo redundou num problema pior: de 1378 a 1417 exis- tiram dois (¢ as vezes mesmo trés) papas simultaneamente | =. ‘Tudo isso provocou uma forte crise espiritual. O atormenta~ do homem do século XIV interpretava os problemas de entio como um castigo de Deus. Logo, passava a questionar a Igreja, que nao conseguia estabelecer a paz entre os homens e Deus. Nas artes tornaram-se comuns os chamados temas macabros, representagdes de cenas de morte, doencas, fome, guerra. Essa visio pessimista e fatalista do mundo, de certa forma, prolon- gava a crise do periodot = Tais crises refletiam uma readaptagao. Passada a época vi- rulenta, o Ocidente europeu voltou a crescer. Mais que isso: sua moldura se tornou inadequada para a nova tela que se de- senhava. O Mediterraneo se tornava insuficiente para suas am- biges: a Europa descobre 0 Atlntico e busca nele novos horizontes. ‘Navegar é preciso...” [LG | 0 cisma do Ocidente (1378-1417) Beg tami eCamor de tar ats —— [:2 | Redugdo das terras cultivadas | ‘AREAS CULTWADAS. SEs EES te Igreja de Santa Maria Novella, Floreng O Renascimento Orgulhoso de seu momento hist6rico — a superago das cri- ses do final da Idade Média —, o homem do século XVI deno- minou sua época de Renascimento. Pretendia assim dar idéia de que o perfodo imediatamente anterior teria sido pouco im- portante — uma idade ‘‘média’” colocada entre duas fases 4u- reas da humanidade. Para os renascentistas, os séculos XV e XVI assistiam ao ressurgimento da brilhante cultura greco- romana C2) . Tal pretensio é considerada hoje exagerada, pois a Idade Média nao desconhecera a cultura antiga, alias preser- vada em parte gragas aos medievais. Assim, nao houve uma quebra de continuidade entre um perfodo e outro. Por isso, atual- mente se prefere datar o Renascimento entre 1300 e 1600. Porém, se 0 homem renascentista nao tinha caracterfsticas absolutamente novas, sem diivida havia nele alguns elementos que o distinguiam de seus antecessores medievais: era profun- damente individualista, racionalista, eclético, hedonista, enfim, humanista [2 . O homem se autovalorizava, vendo sua exis- téncia como uma forma no apenas de louvar o Criador, mas também de louvar a si mesmo como criador C=. Esse perfil, contudo, nao se aplicava a toda a populagao eu- ropéia da época. A cultura renascentista, na verdade, foi um fenémeno de elite, um movimento urbano, tendo se manifesta- do desigualmente entre as varias regides (51. O centro-norte italiano, a parte mais urbanizada e rica da Europa de entio, foi o pélo dinamico desse movimento cultural (+. Nas zonas rurais que cobriam a maior parte da Europa, predominava uma cultura tradicional popular e oral. Nesse momento de intensificacdo das trocas comerciais e dos contatos possibilitados pelas peregrinacées, pela diplomacia e pelas guerras, cultura erudita e cultura popular naturalmente se interpenetravam. E 0 que se percebe claramente, por exemplo, nas obras do italiano Boccaccio, do francés Rabelais, do alemao Diirer ¢ do espanhol Cervantes, [4] A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio 32 CUT EE a 0S). | 7 TT) NTIGUIDADE ESSE) As reformas religiosas As modificagdes ocorridas no campo religioso no século XVI [Ey porinishauees foram produto das mesmas tendéncias individualistas, burgue- hae sas € tradicionalistas que geraram o Renascimento, Esses cle- mentos, no entanto, foram processados de formas diversas nos movimentos reformistas. O individualismo renascentista, por exemplo, prendia-se & liberdade intelectual, enquanto o protestante dizia respeito a uma religido livre dos conceitos impostos pela Igreja Catélica. Jé 0 fortalecimento da burguesia, cuja visio de mundo e cujos re- cursos econdmicos contribufram para o que chamamos de Re- nascimento, também esteve ligado, em algumas regides, &s ori- gens da Reforma Protestante (21. De fato, muitos burgueses consideravam as restricdes &s atividades mercantis uma postu- ra antiquada da Igreja e por isso se afastavam dela 9, Finalmente, 0 tradicionalismo integrou tanto 0 movimento renascentista quanto o reformista pois ambos baseavam-se em autoridades do passado: os autores classicos no caso do Renas- cimento, a Biblia no caso da Reforma Protestante G2 == , a Biblia € os tedlogos medievais no caso da Reforma Catélica Apesar desses pontos em comum, o espirito reformista era oposto ao renascentista. Enquanto este colocava 0 homem co- mo centro de tudo, aquele atribufa a Deus 0 papel fundamen- tal. O Renascimento era um fendmeno essencialmente otimis- ta, que chamava a ateneo para as qualidades criativas do ho- mem. As reformas religiosas, tanto as protestantes quanto a ca- tdlica, enfatizavam o lado pecador do homem, insistindo para que ele se entregasse totalmente a Deus. Nao foi por acaso que essas reformas surgiram em um contexto de angustia coletiva, com a Europa abalada pela Guerra dos Gem Anos, pela peste negra, pelo Cisma Papal, pela ameaca turca. Como tais dificul- dades eram interpretadas como castigos divinos, pensava-se aul: tomaticamente em alteragées purificadoras (‘‘reformas”’) na vida religiosa. As mudangas feitas & revelia da Igreja foram as Re- formas Protestantes (Lutero C23 , Calvino C=); as realizadas dentro da Igreja (Coneflio de Trento, Gompanhia de Jesus) cons- titufram a Reforma Catédlica C3 PRINCIPAIS CENTROS DE DIFUSAO DA REFORMA A tuterarismo © cabinismo EY Angicanisma @ dBingianismo @ outs cents 1534 Adeséo oficial dos Estados 0 protestantismo BF Princpais universidades protestantes see. xv (EE 1789 [eye naa 3 | A difusao das Reformas: a Europa no século XVI SACRO, N = | eee \ | PRUSSIA ROMAI GERMANICO se By Maug : POLONIA Heideborg a TRANSILVANIA HUNGRIA | IMPERIO OTOMANO 34 PUCHROEEEUEEE Os descobrimentos EL Sl Cr Desde a Antiguidade, 0 homem jé cruzava os mares em bus- cade novas terras e mais riquezas. Os fenicios haviam atraves- sado 0 estreito de Gibraltar, entrado no oceano Atlintico ¢ al- cancado as ilhas Brivanicas. Os vikings chegaram até a América do Norte, onde fundaram uma pequena e efémera colénia. Ainda que nao esteja comprovado, ¢ possivel que os chineses também tenham chegado até a América. Contudo, tais episédios foram relativamente isolados e nao tiveram maiores repercussdes. Como tentativa de resposta aos problemas colocados aos europeus pe- la crise do século XIV, é que se entrou efetivamente no periodo chamado de Grandes Descobrimentos (32 (23 ‘ De fato, no século XV os portugueses alcancavam o arqui- pélago da Madeira, as ilhas de Cabo Verde ¢ o litoral atlantico da Africa, podendo assim contornar esse continente para che- gar a India C33 . Paralelamente, Colombo atingia a América, integrando-a de forma definitiva a civilizago curopéia C33. No século XVI os europeus chegavam & China ¢ ao Japao e atra- yessavam o istmo do Panamd, descobrindo 0 oceano Pacifico. Isso tornava possivel a circunavegacao do globo, realizada por Ferndo de Magalhaes em 1519-1522 ¢ por Francis Drake em [3] Os Grandes Descobrimentos 1580. No infcio do século XVII descobria-se a Austrélia [=> , Expdigdes Rompiam-se assim os limites geogrificos conhecidos ¢ 0 mun- er al, 1 ed do se ampliava para os europeus. ~* Cabot (1497) Naturalmente, um processo como esse, que se estendeu pelo Dee arabe menos por dois séculos, respondia a uma série de fatores. Den- a tare tre os econdmicos estava, sobretudo, a forte necessidade de tri (1534 @ 1541) go, ouro ¢, ainda que de forma menos premente, especiarias. base Como fator politico pesava a crescente centralizagio mondrquica, (164 1506) que levava os reis a verem com bons olhos a descoberta e ocu- russas pacio de ricos territérios estrangeiros por parte de seus stidi- > Yermak (1581-64) tos29 . Outro importante elemento motivador foi 0 espirito cruzadistico ainda existente em Portugal e Espanha, que iden- tificava a expansao territorial A expansao do cristianismo. Por fim, também significativo era 0 componente psicol6gico, 0 es- pirito de aventura que arrastava os homens de entio em busca de locais paradisfacos, ut6picos, como o reino de Preste Joao, o Pais da Cocanha e o Eldorado. Enfim, os descobrimentos mesclavam aspectos modernos medievais (5 . Nao se pode ver no fendmeno apenas uma ma- nifestagio burguesa e capitalista. Crist6vo Colombo, por exem- plo, era, em certo sentido, um homem mais da Idade Média do que do Renascimento, Ele queria chegar ao Oriente para lo- calizar 0 Paraiso Terreno; em alto-mar ele viu sereias. Sua men- talidade nao diferia em esséncia da dos séculos anteriores. Pati de ro ee Pigg 169 jg Tiatad de Tordesihas B (1494), (eee aan edie poruguses _Expedes espnols Prinses expetices + 1 wage de Colombo Se hier inden (rage aes) (1497-1496) > Wesco (1499) = cara (1500) = Magahies (1519-1521) > Alourque se Cano (1522 (ns03-1815) ia» Cnustadars (se. XV regs deszenecidas em 1600 Rogiescontlads pes portugueses até 1600 DW dominio espanino! ate 1600 2000 a.C. IELTS PSST ra Precos e salérios na Europa Cent (dca a cada 25 anos paso om pra das somas monet] O mercantilismo A crise do século XIV desorganizou de tal forma a economia 300-4 ALEMANHA européia que abriu caminho & intervencio do Estado na tenta- tiva de superar as dificuldades. A politica econdmica que aos 200-4 poucos foi se formulando ficou conhecida como mercantilismo. Teve seu auge no século XVII, nao por acaso momento de gran- 99 de forga do Estado absolutista (21. De fato, para completar 0 processo de centralizag&o iniciado séculos antes, o rei precisava ae controlar todos os aspectos da vida nacional, inclusive 0 econd- 300-4 mico. Daf o recurso & pratica de intervencao estatal na econo- mia; sem Estado absolutista nao h4 mercantilismo, sem mer- 200-4 cantilismo nao h4 Estado absolutista Essa politica tinha cinco caracteristicas essenciais das quais a0 primeira, base das demais, era 0 metalismo C53 . Dentro dessa concepsio, a forma bAsica de riqueza eram os metais precio- sos [21: quanto maior fosse a quantidade de metais existente 400 BéLoIca num pais, mais rico e poderoso ele seria considerado. Mas co- mo obter sempre mais metais se a produgio das minas euro- _ 300 péias estava praticamente esgotada? Tirando ouro de outros pai ses; daf 0 segundo elemento: balanca comercial favoravel. Ex- portando muito (e recebendo em metais) e importando pouco (portanto, pagando pouco metal), 0 pais conseguiria um saldo 4g que aumentaria seu estoque metélico GO C33. Nao se tratava, porém, de apenas exportar, mas exportar mer cadorias caras que atrairiam maior quantidade de ouro.Daf— 400-4 terceira caracterfstica — a politica industrialista, 0 incentive do Estado & produgo de bens industriais. Para importar pouco, recorria-se A quarta caracterfstica, o protecionismo. Ou seja, a imposicao de altas taxas alfandegérias para a entrada no pais de produtos manufaturados estrangeiros. As matérias-primas, en- tretanto, eram quase isentas, para que pudessem ser industria- lizadas ¢ depois exportadas. Todo esse jogo de forte defesa dos interesses nacionais torna~ va as relacdes internacionais muito tensas, como provam asmui- —_399- tas guerras do perfodo. Mais ainda, criava um impasse econ6- mico, pois, no limite, todos pretendiam vender ¢ ninguém com- prar C21. A safda para essa situagao, e na verdade o clemento- chave do mercantilismo, foi 0 colonialismo C33 — ditima ca- racterfstica da polftica mercantilista. Regides dependentes (co- Jénias) eram forcadas a vender barato seus produtos as regides dominadoras (metrépoles) e a comprar destas seus produtos in- % dustrializados. Assim, a riqueza da América colonizada foi en- alll caminhada para a Europa, ajudando a promover 0 progresso geral dessa regiao. 0 200 4 300 + 2004 100 100 100. 150171525 1 —cereais —— Manuiaturas —=ss se. XVI PEE [eV aa 1789 "Cereals na Europa Central (1600-1670) [3 | A colonizagao européia 37 eRe eT Seria amas ce aap 10D) Las Z Loa — Reemrmrerrmeiierenn sy “soir Teoria iesorro| oceano PACIFICO Cas 4 vl ig is60r70 “ssovio 604/10 4 | 0 comércio europeu no século XVI Thame V/\ 9 yi, temin— } Yn OCEAN ‘mt ane LY Inpico Ne oceano ATLANTICO Fates de comico Press de Pics prose mecados 2 a Le tmse 2 Keni | A avis © cove © crumt P eciias © sstnto & fe 2 Foragens L 4 ° Ingrensa Matin Metis: Wyn gy — Mili a . Ez a ea . — (met Pte te Meas etaice uo Prats Prices su PHAR ev Sade Tid EIrks ESE Lane 4 ro Brasil no século XVI A colonizagao ibérica Ao ocuparem as Areas tropicais e subtropicais da Améri- ca , Portugal e Espanha visavam obter metais preciosos ¢ géneros agricolas que alcangavam altos precos no mercado eu- ropeu C21 . Assim, nessas regides formaram-se col6nias de ex- ploracdo, ou seja, voltadas para as metrépoles (3. Elas néo existiam por si mesmas, mas em fungdo dos interesses externos © possufam quatro caracterfsticas basicas. Em primeiro lugar o domfnio metropolitano, isto é, 0 centro de deciso sobre a vida das colénias estava na metrépole, que definia o sistema politico-administrativo [21 [21 , as relagdes econémicas, as questées religiosas e culturais. Em segundo lu- gar, o “exclusive comercial’: somente os mereadores da me- trépole podiam comprar os produtos coloniais para revendé-los na Europa ¢ somente eles podiam trazer mercadorias européias para o mercado colonial. Em terceiro lugar, a grande proprie- dade agricola, que produzia em larga escala determinado bem para o mercado europeu (por exemplo, nos séculos XVI-XVII © agticar no nordeste brasileiro). Por fim, o escravismo africa- no, utilizado nao por causa de uma pretensa superioridade do trabalho negro sobre o indigena, mas para gerar outro comér- cio monopolizado pela metrépole. Em suma, as colénias de exploracao deveriam atender aos pressupostos mercantilistas. Assim, os espanhéis, por terem en- contrado de imediato metais preciosos em suas colénias, nao pre- cisaram se preocupar com 0 sistema produtivo para a exporta- co. Bastava confiscar as riquezas acumuladas pelos astecas no México e pelos incas no Peru e forcar os indigenas a extrair ainda mais metais das minas. Foi apenas quando a quantidade de ou- ro € de prata comegou a diminuir que a Espanha recorreu a agri- cultura de exportag&o. No caso da colénia portuguesa de exploracio, o Brasil, a cro- nologia foi oposta. Nao tendo ali encontrado metais preciosos, 0s portugueses implantaram atividade de extracio (pau-brasil), de agroindistria (acticar) e de pecudria (31 C34 . Finalmente, no século XVIII, quando a mineragao espanhola ja estava em decadéncia, descobriu-se 0 ouro brasileiro [=1. Em fungiio de- le, 0 afluxo de portugueses para a colénia cresceu dez vezes ¢ © territério brasileiro alargou-se em dois milhdes de quiléme- tros quadrados. do expulsa o homem fea ea tra 15001500 1000 00 120 630 Brancos (milhares) nme = Bovns(dezenas de minares) Inga contenas de miares) vs (cntnas de mihaes) snc aja oa ot) conquista da América [3 | Organizagéo economica da América em 1620 Site gate Oren Cos hier Tats pres fesete A povtrasi gy Planes Omercivio ia greases ein — tapas Aas a dnd VONuHUVenauuvenavunen4u4itni TT nee A colonizagao anglo-saxénica Tendo os espanhéis e portugueses ocupado as &reas mais in- teressantes do Novo Mundo, restou aos ingleses apenas porges da América do Norte. Em 1620, grupos de calvinistas ingleses, que fugiam do absolutismo mondrquico e da decorrente falta de liberdade religiosa, ali se instalaram C= Ca. Como essa colonizaco nio era de carter oficial e no tinha motivacao es- sencialmente mercantil, mas de seguranca ¢ liberdade, escapa- va ao controle metropolitano Além disso, localizadas na zona temperada da América, es- sas Areas nao produziam os bens tropicais (agticar, fumo, espe ciarias) desejados pelos europeus C21. Em funcao disso, tais re- gides tornaram-se colénias de povoamento voltadas, portanto, para si mesmas e no para a satisfacao dos interesses da metr6- pole. Aliés, elas préprias passaram a exercer na prética a fun- 40 de metr6pole em relaco as coldnias inglesas que se desen- volveram mais ao sul, em zona tropical (1 Essa situagio permitiu a acumulacao de riquezas nas cold- nias do nordeste da América do Norte e nao na Inglaterra. A partir do inicio do século XVII, entretanto, a Inglaterra fez va- ler sua condigao de metrépole de todos os colonos americanos de origem inglesa [= . Como estavam habituadas a um século idade, essas regides se re- voltaram C21, e em 1776 declarava-se a independéncia dos Es- tados Unidos da América. de autonomia e de crescente prosp [5 ]0 comércio das treze colénias Ean [4 |Atocha da liberdade (eee elas se. XV [fee irnenikto Oo (ets rnc era i cone ode Une 1703 I) bs re ~ costapa ct MARFIM, cy ANTIGUIDADE ee ) ¥ Pp uN rar iAurki ranssa (1440-1589) ‘S monarquias absolutistas A centralizacio politica nas maos do monarca, que se inicia- ra na Idade Média, completou-se ¢ atingiu seu grau mAximo na Idade Moderna, estreitamente relacionada ao despontar do capitalismo, do Renascimento e das reformas religiosas O absolutismo deveu muito aos novos e miiltiplos recursos que 0 capitalismo colocou & sua disposiga0, O monarca absolu- tista, por sua vez, incentivava o desenvolvimento capitalista atra- vés da pratica mercantilista C33. O Renascimento recuperara para os monarcas varios exemplos de concentragao de poderes da Roma antiga, enquanto as monarquias estimularam a cul- tura renascentista, protegendo e financiando artistas ¢ literatos. Ao enfraquecerem a Igreja Catélica em algumas areas, as Re- formas Protestantes transferiram vastos poderes para os reis, fos sem eles ainda catdlicos (caso: da Franca) (9, fossem I ore wt protestantes que se tornaram chefes de uma nova Igreja (caso | = eee da Inglaterra). hes A centralizagao completou-se quando 0 monarca ganhou ju- risdigo sobre todo o pais, quando a tributacao deixou de ser senhorial e tornou-se estatal, quando passou a existir uma forca armada verdadeiramente nacional. No momento em que 0 po- der central fortalecido excluiu do governo outros grupos, con- centrando todos os poderes da nagao C3 , a monarquia passou a ser absoluta. O rei tornou-se entao administrador supremo, chefe do exército e representante de Deus. Era 0 legislador, 0 juiz eo executor. Segundo a famosa expressao atribuida a Luts XIV (1643-1715), era o préprio Estado C=. Dessa forma, esperava-se encontrar a paz, a ordem e a segu- ranca que tinham faltado nos conturbados tempos finais da Idade Média. Jean Bodin, um dos teéricos do absolutismo, afirmava: © rei podia tudo, pois ‘a mais dura tirania’’ é melhor que a anarquia Contudo, a relativa estabilidade de cada reino absolutista ti- nha como contraponto a instabilidade das relacdes internacio- nais da época =. Cada monarquia absolutista buscava a supremacia européia, que garantiria a unidade do pais em tor- no de seu rei para enfrentar as poténcias estrangeiras. Cada nagao 86 poderia enriquecer em prejuizo das demais, tirando-lhes ter- ritérios, colénias, populacdcs, matérias-primas e técnicas C4 AAs tenses eram constantes, pois, temerosas do fortalecimento desmedido de uma determinada nagao, as demais se uniam tem- porariamente contra ela. Cada uma procurava garantir sua pré- pria seguranga e esperava 0 momento de impor-se a todas as outras. As aliadas de hoje eram as inimigas de amanhi e vice- versa. As lutas pela hegemonia continental envolviam toda a Eu- ropa numa intrincada rede de aliancas, tratados e questées di- nasticas 0 43 I DUDUEEE DD OEEEN URE EE ET IDADE_MODERNA crc (eYNTSoat a |império europeu de Carlos V IGLATERRA a Borge Sar Inyo MAR MEDITERRANEO oti = | i ‘i AE CNT A crise do século XVII O século XVI aparentemente conseguira completar varios pro- ‘cessos hist6ricos iniciados na Idade Média (Renascimento, pro- testantismo, centralizaco politica, capitalismo). A primeira vista, poder-se-ia entdo pensar que o século XVII seria de estabilida- de. Em fungao de desdobramentos de certos aspectos daqueles fenémenos, ocorreu, porém, o inverso. No plano cultural, a ampliagao do conhecimento sobre a Ter- ra, gracas as viagens ultramarinas, além da revalorizacao da cién- cia grega, permitiu que cafsse a velha idéia de que a Terra era © centro do Universo. Ao tornar-se consciente de que habitava um pequeno planeta em torno de uma estrela de tamanho ape- nas médio (heliocentrismo), 0 homem perdeu a autoconfianca. A arte c a literatura da época, 0 Barroco C1, expressaram a introspecco ¢ a emotividade que predominavam. No plano politico, o poder mon4rquico fortaleceu-se surgin- do o Estado moderno absolutista. A grande concentracao de po- deres nas mos dos reis, entretanto, provocou revoltas, como ade Cromwell, na Inglaterra (1642-1649) [21 C25 , e as Fron- das, na Franca C39 , (1648-1652). As diferengas religiosas, nao aceitas por Estados autoritérios, causaram a fuga dos calvinis- tas ingleses para a América ¢ a submissio dos calvinistas fran- . i Asociedade francesa EE A ascensto sve possil ras pouco reqienle ‘cam Vineus, sbrtudo dos casamerios SP Bate se so xvi juropa: alimentacao e densidade demografica ES AIMENTARES _QUANTIDADE DE SuEGA ams pexe—CALORIAS POR DIA my i! Lascic,zete sam petuera i 2 se Bias ee z rigs saris se erie ote ¢ — - = | = in r 2) Correa! i aimoua | | SEEDER Pavia (i race stant? fe Det0e Shab? a0 ore ODA ‘Atividades de comércio e industria na Europa (século XVIII) | \ so rewsouae j of z Jel ekinigabers aaecaeee ra ee touen®. Lille oF rankfu ‘SBeehas B * SG )tyen! Sf, ae o vera wdtiig enn As jc an pe : Constanti . ok ‘Saini en shag [ casos inwos iis natin |i a es SS [eu Bio & astio | Sea ir ‘2000 a.C. ANTIGUIDADE A cultura do Antigo Regime Na primeira metade do século XVIII, apesar de a sociedade do Antigo Regime permanecer organizada em estamentos, no havia no plano cultural uma uniformidade que correspondesse Aquela estratificacao aparentemente rigida. O ponto central da questo estava na dificil definigZo do que deveria mudar e do que deveria ser mantido. O grande conflito cultural dentro de todos os grupos sociais, € entre estes, era portanto entre tradi- cio e transformacio C=). A cultura clerical sentia 0 problema nos desacordos entre 0 clero que freqiientara os semindrios (criados pela Reforma Ca- tdlica do século XVI) ¢ o clero que nao recebera aquela forma- Gao. Teoricamente constituindo um sé estamento, com uma mes- ma cultura (23 , 0 clero na pratica apresentava realidades bem distintas. E, isso se refletia nas outras camadas sociais através da educago transmitida pelo clero. Uma escola mantida pela Igreja em uma grande cidade era bastante diferente daquela di- rigida pelos pdrocos rurais. Entre os nobres, a situago era semelhante. A alta nobreza, apesar de favorecida pelo Estado, permanecia arraigada cultu- ralmente a seu passado de poder, nfo vendo com bons olhos as mudangas culturais que acompanhavam a centraliza¢o po- Itica. Os nobres das provincias, menos favorecidos em todos 0s aspectos, oscilavam entre seus velhos ideais (¢ nisso se iden- tificavam com os nobres ligados & corte) € as propostas inova- doras vindas da burguesia urbana (2. No Terceiro Estado, as populagdes rurais, sempre mais con- servadoras, viviam basicamente como nos séculos feudais. As populagdes urbanas apresentavam grande diversidade, mas de forma geral maior dinamismo C=. Os pequenos artesaos ¢ co- merciantes, recém-vindos do campo, mantinham ainda muito do folclore e dos habitos de suas regides de origem. Aqueles que habitavam hd mais tempo as cidades j4 haviam absorvido da- dos culturais de diferentes procedéncias. As propostas de transformagGes partiam, pois, das cidades. Em meio as suas diversas atividades, ganhava destaque uma certa parcela da burguesia. Cheia de combatividade intelectual, ela tinha os olhos fixos mais no futuro do que no passado. Ela ex- pressava artfstica e literariamente as reivindicacSes de um seg- mento social que cobrava maior participago nas decisdes da so- ciedade. Ela valorizava os instrumentos racionais como meio de atuagao social do homem. Assim, o desenvolvimento intelectual laico, citadino, burgués ¢ racional, que despontara com o Re: nascimento, ganhava mais consisténcia e criava condi¢des para que 0 século XVIII fosse 0 Século das Luzes = eee el Atividades, carreiras e profissbes NepiciNa| PROPRIETARIOS EXPLORADORE: E040 ss eons oars Soars Memoves te Base Bais des Savants © 0 Mémoire de Trévouxevelam do conhecimerto do conte que ra Franca do século XVII. O grfco basea-se lamer eetuado de suas notias,classiicadeas | | CIDADES pid seu conto || @ com mais de 100 000 habitantes . de Tévoux apesar de sua linha eclsiéstca, ‘© cam mais de 80 000 habitantes aenever 0 avanco dos assunos tcrcose cientices, 8 € mais claramente notado no Joumal des Savants. POs ees Os Estados Unidos no século XIX A independéncia das 13 colénias consolidou liberdades e di- reitos preexistentes. A Constituico de 1787 implantava a re- piiblica presidencialista e consagrava o federalismo, A autono- mia dos Estados era enorme. O Norte expandia para o Oeste seu dinamismo C23, uma incipiente indistria © 0 urbanis- moC2. , Também para o Oeste tentava correr o Sul, com sua sociedade agraria, aristocratica e escravista C=) Um cotidliano mais igualitario entre os pioneiros pern fortalecimento democratico. Paralelamente, com o trafico de es- cravos abolido desde 1807, as.dificuldades de expansao do sis- tema sulista tornaram-se maiores. O ingresso de novos Estados- na Federacao [= ampliava as divergéncias entre o Norte € 0 Sul a favor do primeiro, que necessitava de mercados para sua crescente indiistria. Crescia a tendéncia abolicionista, com miltiplos interesses € pouco humanismo. Mesmo que desejasse, 0 Sul no consegui- ria mudar sua estrutura econdmico-social sem grandes compro- metimentos. Por isso, sentia-se pressionado. Daf alguns resol- verem fazer valer seu direito de se separar da Unio, constituin- do uma nova unidade politica: os Estados Confederados (23 Era a Guerra de Secessio (1861-1865). O triunfo do Norte im- plantou a hegemonia da Unido, arruinou a economia tradicio- nal do Sul e deu infcio & questo negra, A corrida para 0 Oeste ampliou as Areas de cultivo, trouxe imensos recursos minerais C2 ¢ atraiu grandes massas de imi- grantes C=, A idéia do ‘Destino Manifesto’ roda nos leitos das estradas de ferro que unem 0 Atlintico ao Pactfico C=. O avango dos pioneiros faz recuar as tribos indigenas, nfo sem re- sisténcias, para seu tiltimo reduto: as reservas federais C=. O término da Guerra de Secesséo impulsionou decisivamente a re- voluc&o industrial norte-americana C2, gracas ao grande po- tencial do mercado interno A livre concorréncia perdeu espaco para os monopélios, apesar das legislacbes em contrério. O trabalho procurou se defender diante dos abusos do capital: sindicatos se organizaram C=, O carater local ¢ reformista dos primeiros sindicatos foi logo subs- titufdo por tendéncias politicas. O vertiginoso crescimento nao encontrou termo nas frontei- ras do Alantico e do Pacffico: & corrida para o Oeste, juntou-se a que se dirigia para o Leste e para o Sul. Os Estados Unidos da América transbordavam... PEE tz Reservas indigenas (1840-1900) s040 +1900 [ipPeservas indigenas [i] Ocupagio eu [2 | Aevolugao de salérios e pregos veo 18501860. 1870 1880 Pres salts conquista do Oeste sto. x 1840 territorial e Guerra de Secessao c a 4 N A pA tg toni oirabica gg Co pe | ne incest ae 1 : mal ‘OREGON \ _* My ~ aml OFFS eh ela 3 = ‘y = ; SIL 5 NeyhaA ___weanasca | own YAY hor sess S| ono z umn ts eanare SOU eryland t - x em Refircin > ia ILINA et Novo INESSEE 1ORTE ESTADO UNIDOS CAR a IL OCEANO : TEXAS ATLANTICO , Provincia masiana stata om 185 Principais industrias manufatureiras Valor Wiode-obra mexico eons) $5" 2607 115 ggg _| Inpentete en ts Ui fn fem wag 20m : ai 123 a eas Cotten rescues 3770 : Estos excrvagites que ea 5M 90H «SO go —_ ne Sn ena aoe ( emareteram na Unio an ae a SS Ts A Aimigracao estrangeira [5] Aeconomia norte-americana — th li dees Foes utes Een ES Sar a Aindependéncia da América ibérica A América Latina no século XIX inicio do século XIX assistiu A emancipacaio da América ibérica 3. O movimento foi nitidamente aristocrético = Em geral, 0 antagonismo entre as elites econdmicas coloniai © 0 interesses metropolitanos foi a raiz da luta emancipacionis- ta. Diferentemente das coldnias hispanicas, o Brasil libertou-se quase sem incidentes ¢ manteve sua integridade territorial, en- quanto a parcela espanhola das Américas esfacelou-se C21 , re- sultado das presses externas ¢ internas, das diferencas econd- micas ¢ dos particularismos regionais. O auxilio inglés na América Latina foi sem diivida definido por seus interesses: seria mais facil exercer sua preeminéncia num continente dividido C33 . A heranga do centralismo colonial, se~ guiram as tendéncias ao federalismo. O sonho de Bolivar de uma América unificada e forte se desmoronou oficialmente no Con- gresso do Panamé, em 1826. No Brasil mondrquico C21 , o café tomou a economia e per petuou 0 escravismo C21. Nos vice-reinos e capitanias hispa- nicas, em geral triunfaram as repiiblicas. Ali, 0 processo arma- do da libertagao colaborou para uma militarizagao das institui- Bes, cuja fragilidade favoreceu 0 desenvolvimento dos poderes locais: os caudilhos G21 . Apenas na segunda metade do século XIX € que se encaminham os Estados nacionais. A teoria indicava o caminho das democracias liberais, mas, na pratica, as lutas entre os caudilhos € que apontavam os ru- mos. Os ditadores, os golpes, as constituigdes se sucediam C=. O clero catdlico e uma aristocracia prepotente disputavam 0 co- mando das massas mesticas e fndias. Quase inexistiam os gru- pos intermediarios [21 . Pressdes internas e externas eram exer- cidas sobre 0 escravismo. Nao bastassem os problemas regio- nais, as guerras se sucediam entre os novos paises. As razdes dos conflitos cram miltiplas ¢ iam das questdes fronteiricas & disputa de desertos, como 0 Chaco C=. Por seu turno, a independéncia politica no implicou a eco némica. Um consércio de paises europeus, tendo a frente a In- glaterra, substituiu Portugal e Espanha C24. As matérias-primas da América Latina seguiam agora para as indistrias européias; em troca, recebia manufaturados, investimentos de capitais di- retos do Velho Mundo, imigrantes e empréstimos, A margem da revolucao industrial, a América ibérica pros- seguiu dependente, uma regido periférica do capitalismo inter- nacional. A chegada do século XX anunciou 0 inicio do deci nio europeu. Mas 0 recuo da Europa correspondeu a ascensiio dos Estados Unidos. O novo senhor que se avizinhava nao deu espaco aos paises latino-americanos; nao houve a possibilidade de ‘‘cem anos de solidao’’. EER [5 | Desenvolvimento politico da América Latina rd se. Teese ae Sistoms wa esr Seem fo 20 Senc Jate a © zp20 910 — Aquos orton brass (SShreas disputadas [ooteias euopeias S$ Constiucionasmo 3 Refomismo radical ® Movinerios revelucondios ke Caueihismo (dadura mir) LR aneeo ool Uw 1862 Palos Indepndinga Wet ze (886 Replica) 2 1028 54 c ee A Revolugao Francesa e o perioda napoleénico Durante o século XVIII, novas circunstancias hist6ricas acen- tuaram as contradigdes do Antigo Regime. O absolutismo era criticado por sua exagerada concentragao de poderes ¢ interven- «des na economiaatravés da politica mercantilista. A sociedade estamental continuava existindo apenas juridicamente e as co- lénias, por sua vez, comecavam a propor sua igualdade diante das metrépoles. A transi¢do rumo ao capitalismo comecava a chegar a seu termo. A Revolugao Francesa de 1789 foi um dos grandes marcos desse momento. Longamente articulada, a revolugao de 1789 acelerou as tran- formagSes das estruturas do Antigo Regime, permitindo a as- censao burguesa. Mesmo absorvendo ou incorporando alguns dos antigos elementos, ela thes conferiu uma nova roupagem, E certo que a revolugao nao pode ser entendida isoladamente, devendo ser vista como parte de um movimento mais am- plo C33, entre os anos de 1770 e 1850, época das chamadas re- volucGes liberais burguesas. A Revolucao Francesa, no entanto, possui caracteristicas espectficas, derivadas da situaco concre- ta da sociedade francesa C=. Movimento extremamente com- plexo, deve-se considerar também que sua exportagao para outros cantos da Europa, devido as guerras napolednicas, constituiu a base de muitos movimentos revoluciondrios posteriores C20 . Caracterizado pela inconstancia e pelo reformismo durante a Assembléia Nacional e a Monarquia Constitucional (1789- -1792), 0 movimento revolucionsrio se aprofundou e se radica- lizou durante a Repiiblica da Convenco Nacional (1792-1795). A politica do Terror, sobrepds-se a instabilidade da Repiiblica do Diretério (1795-1799) C5. Por fim, as ameagas de contra- revolugao so afastadas com a implantacio do Consulado (1799-1804), que marca a ascensio de Napoleo Bonaparte ao poder. Homem formado durante 0 processo revoluciondrio, Napo- led foi um de seus legitimos herdeiros. Por vezes, seu governo pareceu uma regressfio politico-social em relaco & Reptiblica pre- cedente. Todavia, foi nese momento que se consolidaram os resultados obtidos pela revolugdo, suas profundas alteragées, e, Ley Sa ra A Franga revolucionéria i hm re in 8 2 ct nis COLOWAS € BASES ies com as guerras externas, seus ideais foram propagados C= Mesmo assumindo formas ditatoriais, 0 império napoleénico (1804-14) traduziu o compromisso entre as necessidades liga~ das a construgao de uma nova sociedade e as exigéncias con- junturais, internas € externas, adversas a essa tendéncia. A Eu- ropa que 0 derrotou apés seus tiltimos cem dias de governo (1815) procurou, em vao, reestruturar 0 Antigo Regime. O recuo dos ponteiros do rel6gio nao faria o retorno do tempo... ti in Ensen os ses ree imi x 1789 (ESE y ee EMee nase Eres ES A Europa da reagao e da revolugao Com a derrota de Napoledo em 1815, 0 duelo entre a revolugio € a reaco parecia ter sido decidido a favor desta tiltima. Uma ten- déncia contra-revoluciondria e repressiva se concretizava no Congresso de Viena C21. Sua idéia basica era a Restauraco, intermediada pe- Jo principio do equilfbrio europeu. Propunha-se a unio das nagdes européias em torno do ideal de restauracao do Antigo Regime, pre- vendo inclusive um auxilio mituo caso a Restauragio fosse abalada ‘em qualquer uma das nagées congregadas. Mas 0 retorno da Europa das carruagens aristocraticas seria ef. mero. Ao lado da convulsao da Revolucao Francesa e do império na- polednico, a Europa também comecava a viver os impactos da Revolucio Industrial C32. A fusdo dessas duas tio vastas transfor~ magdes aniquilou as bases do Antigo Regime. A Restauracio era, dessa forma, uma sobreposi¢ao pol centes = O liberalismo burgués, defendendo entre outras a idéia do progres- so, da defesa da propriedade, da garantia das liberdades fundamentais, do homem, prossegue em seus avancos. A aplicacio do principio da liberdade individual as coletividades — que so as nagdes — favore- eeu o desenvolvimento do nacionalismo [J . Violentado pelo Con- gresso de Viena, 0 nacionalismo se transformou em forca politica na luta contra a Restauracdo. O Romantismo, exaltando o individuo, as hist6rias nacionais € a liberdade, reforgou 0 quadro de oposicées. Tanto 0 liberalismo como 0 nacionalismo se encontravam ligados & ascensio da burguesia ¢ ao estabelecimento da sociedade capitalis- ta. C2) . Por isso, a liberdade que propunham avancava até onde se encontrava com a propriedade; a luta pela igualdade parava quando ameagava o nivelamento social. A Europa conservadora ia sendo subs~ tituida pela das fébricas e, por mais que se tenha tentado ignorar, pe- lo proletariado C21 C31 . Desconsiderando a diversificacao social mostrando-se contraditério e antagénico, o liberalismo burgués abriu espaco para o nascente socialismo C22 ‘ca a um conjunto de estruturas nas- Por volta de 1820, surgiram os primeiros movimentos contra a Res- tauragio [23 . O balanco final destes ainda se mostrou favordvel a0 Antigo Regime. As revolugdes de 1830 [21 € que abalario 0 edificio. do Congresso de Viena, cuja demolicao se operaré com a nova onda revoluciondria de 1848 C31 C2) . Apesar de terem as mesmas raf- zes das anteriores, ou seja, a crise econémica, o liberalismo, o nacio- nalismo, descontentamentos da burguesia e do proletariado, as revolugies de 1848 C21 se destacaram pela entrada em cena do so- cialismo utépico ou romantico no movimento francés. Mas sua atua- 40 foi breve. Também em 1848, sem maior efetividade, ja se anunciava 0 socialismo cientifico. A emocao roméntica tentou substi- tuir integralmente a razao. Por que nio se tentar um equilfbrio? 57 LEE iz PYNEMee in eee = Povos e linguas da Europa Oriental [33 | Revolugées de 1848-49 SchlsnigHolin -ARDENHA- IEMONTE Owe viviosss MERRIE? guarastasnes 5 consturso @ sero acon GD tacasctes _—_] ineversies— Gconstvedompota mmm dra de revto IMPERIO RUSSO Aube © totam tan to Liane am Cases J) oe ment Sone Gemince noe Pe aamemn | * Tener ian Congest ne tame we Ene As unificagées As décadas que se seguiram as revolucdes de 1848 corresponde ram a um perfodo de reformas. © liberalismo ¢ 0 nacionalismo revo- luciondrios foram freados. O advento do socialismo, do sindicalismo, de um proletariado mais reivindicativo efetivaram, na segunda meta- de do século XIX, um temor burgués as mudangas violentas ou ra- dicais, ‘Triunfante sobre as forgas da reacao, o liberalismo burgués temia pela propriedade privada, pelos radicalismos ¢ pela ascensio das mas- sas. Tal desconfianga da burguesia levou & aproximagio €, por vezes, As aliangas com os setores sociais mais conservadores. Ganharam pres- igio, entdo, os militares, o Estado, as agbes diplomaticas. Essa foi uma das principais caracterfsticas dos movimentos de unificagio da Itélia e da Alemanha Os ideais nacionalistas formaram a base de ligacao entre @ libera~ lismo e 0 Estado. Este tltimo passou a incentivé-los ou freé-los de acor- do com seus interesses. Apesar de suas muitas e dificeis definicdes, 0s rominticos do século XIX entenderam 0 nacionalismo como um. clemento de irmandade entre os homens, de paixdo e fervor, que so- brepassava os interesses individuais. O Realismo da segunda metade do século XIX deu-lhe a necessiria praticidade. Ao lado da busca de uma formagao territorial 2 , de uma auto- determinagio, somava-se a montagem de um mercado para a bur- guesia nacional (31. Na verdade, a Politica das Nacionalidades, idedrio das unificagées italiana e alema define melhor a nova fase do nacionalismo: 0s Estados mais poderosos se imp3cm pela forga e divi- dem os mais fracos. A realidade é sem diivida mais complexa e confu- sa Todavia, nao deixou de ser a diretriz basica. O triunfo de um nacionalismo implicava, na maior parte das vezes, a ruina de outro ‘Apoiando militarmente a Franga ¢ a Inglaterra na Guerra da Cri :méia (1853-1856), Cavour C221, ministro da Sardenha-Piemonte con- seguiu, no Congresso de Paris (1898), 0 isolamento internacional da Austria, Negociando em Plombitres (1858), Cavour se assegurou do apoio francés para a unificagio italiana. De tendéncia monérqui- co-constitucional, Cavour anestesiou os elementos republicanos (Ga- ribaldi) argumentando sobre a necessidade de unido para um fim maior: a unificacio da Itlia C2 C1 . Por seu turno, a Prissia, com base em seu forte exército e na habil diplomacia do chanceler Bismarck, efetivou a unificasdo alema apés uma série de és guerras: contra a Dinamarca, a Austria ¢ a Franga C3) C21 . Assim, apés 1848, perderam forcas o liberalismo e o nacionalismo revolucionérios. A tendéncia mais conservadora que entao surge ndo significou, todavia, uma alteragio de crengas ou objetivos do libera- lismo burgués. Foi uma mudanga de métodos. A reforma triunfara sobre a revolugao. neon [a ros de Frankturt — Tenorios dependentes de Hessen-Darmstad ios - Mata Geral / PO 5 [2 | Unificagao da Italia ane [4 | Unificagao italiana: Cavour [Di itt te ed [Ea tt /| = 1070 toa wi 10120 Eee PSs Jw gio “A Revolugao Industrial i 4. Aeconomia inglesa no século XVIll Por volta de 1760, na Inglaterra, o capitalismo comegava a completar a sua formagio [2 . Ea chamada Revolugio Indus- trial, envolvendo, dentre outras, grandes transformagies sociais e tecnolégicas. Assistiu-se a uma gradual extensio da utilizagio de maquinas, & substituigao da energia humana ¢ animal pela forca motriz, & falencia do sistema doméstico de produgio diante do surgimento do sistema fabril O advento do maquinismo, encarecendo os meios de produ- Gio (ferramentas, maquinas, instalagies, etc.), consolidou a ten- déncia a sua concentracdo nas mios de uma pequena parcela da soc edade. Por sua vez, os que se viram desprovidos dos meios de produgio foram forcados a vender sua capacidade de traba- tho em troca de um salério C3> . Ea definitiva separagao entre capital ¢ trabalho, entre burguesia ¢ proletariado C= Iniciado pela Inglaterra, primeiro pafs a se tornar indus- trializado, 0 processo de revolucao industrial nfo se deu de for- ma simultanea noutras partes C=. Pafses como Franga, Ale- manha e Italia ainda eram agrarios em 1815. Outras partes sj Ute dustrializaram-se tardiamente ou apenas sediaram algumas in- (Joe a8 ose dhistrias Diese oom Propagando-se em épocas € ritmos diferentes, a Revolugio Industrial também no correspondeu a um processo tinico. E possivel distinguir dois momentos: 0 primeiro, entre 1760 € 1830-70, em que prevaleceram 0 ferro € 0 carvio C22; 0 se- gundo entre 1850-70 ¢ 1914, em que prevaleceram 0 aco ¢ a cletricidade C25, O primeiro se caracterizaria mais pelas inven- Bes, enquanto 0 segundo, pelos avangos técnico-cientificos apli- cados & indiistria. Apesar de corresponderem a processos inti- mamente ligados, as diferencas entre esses dois momentos le varam alguns autores a mencionarem uma segunda revolugao industrial As inovagies técnico-cientificas da segunda etapa erradica- ram os resquicios da antiga ordem socioecondmica. As enor- mes somas necessérias para a implantagdo da nova maquina- ria C2 viabilizaram a concentragao do capital, além de possi- bilitarem a cxpansio das indistrias para dreas do mundo ainda subdesenvolvidas. Romperam-se as fronteiras nacionais; a so- ciedade urbana ¢ industrial foi impulsionada. O capital foi se tornando ainda mais concentrado C=. Os negécios ¢ as mer- cadorias comecaram a derrotar as distdincias © os occanos. O mundo foi se tornando cada vez menor; logo, um imperialista inglés, Cecil Rhodes, notando o escasseamento das areas de ex- pansdo, comentaria que “‘anexaria o> planetas, se pudesse’” 53 [3 Orcamento de uma familia de pedreiro TUNNEL EERO PEEane [5 A Europa industrial ao redor de 1880 Nisa Percantagom do rendimento EmBerim, “00 Produtos de Auge! crigom animal aa 9, Luz, aquecimento Bebisas 68 24, Vestuario o. [ALMENTAGAO 72,7 [6 | Crescimento industrial (1860-1910) Decénio Alemanha Rissia Estados Mundo Unidos Wier17 25% © 50% 3.2% © 3.1% IDI 33% «© 7% AM 2% {001000 48% © «4.7% «= 86% 5.2% T100 50% 85% «3.9% = 3,4% HO0190 32% «3.2% © 51% 3.9% [4 Londres, Paris e Berlim: 1790/1890 1790 1890 Londres. =i Paris Berlim 7 IRLANDA EES ‘ANTIGUIDADE EET G = | A partiha da Africa O imperialismo No final do século XVIII e durante 0 séeulo XIX, foram mui- tos os avancos técnicos ¢ cientificos, mas foram poucos os capi- talistas que tiveram acesso a esse conjunto de inovagdes. A maior produtividade reduzia 0 prego de custo, tornando inyiavel a so- brevivéncia de pequenos ¢ médios empresirios industriais. A oferta de mercadorias se avolumava e a formagio de um mer cado mundial gerava uma guerra surda entre as nagdes tecno- logicamente avangadas. Paralelamente A concorréncia interna- cional, crescia a necessidade de matérias-primas, de mercados consumidores. Pressionados pelos grandes conglomerados indus- triais, os governos retomavam as praticas protecionistas. Mas i Posenses tense a insuficiéncia do mercado interno ¢ as barreiras da concorrén- roses ister cia internacional nao conferiam eficdcia a essas atitudes. Era ne- a cessdrio tentar monopolizar novos mercados 5 Ti rete one Desde 0 inicio do século XIX, a Inglaterra, primeiro pais a i rresestes samt sentir as presses da Revolugao Industrial, conseguiu vincular TB cei mins inten, a independéncia politica da América Tbérica a seu dominio eco- ni eficaz. Era o inicio do chamado imperialismo informal, que, logo outras nagdes da Europa também poriam em prética C2]. In- direta sobre a ica Latina, essa politica ganhou contornos colonialistas sobre a Asia (33 e a Africa C21, onde se estabe- jismo formal. mico. Tratava-se de um dominio indireto, mas nao menos leceu o imper Na pritica, a politica imperialista e colonialista das potén- cias industrializadas diferiuy bastante daquela aplicada durante a Idade Moderna. Nesse primeiro perfodo, buscavam tais preciosos e especiarias, agindo- América, através da politica mercant , principalmente sobre a sta. No século XIX, 0 colonialismo € regido pelo capital industrial ¢ financeiro, visan- do obter matérias-primas, mercados consumidores, alocar 0 ex- cedente populacional das metrépoles, encontrar mao-de-obra ba- rata, controlar pontos estratégicos ¢ aplicar as sobras de ca- pitais 0) Diversas posturas tentaram justificar a agdo do imperialismo formal: uma delas se revestia de um cardter evangelizador, ou- tra, fundamentada na concepgao de ciéncia (como sendo aquilo que se pode demonstra), criou o mito da superioridade da c vilizagio européia. Esta tiltima entendia 0 colonialismo do sé- culo XIX como uma difusao da civilizagio curopéia ocidental, que arrancaria da barbarie os demais povos. Para seus seguido- res, era uma atitude filantrépica, uma missio civilizadora. dos os barbarismos, aviltamentos e violéncias cometidos pelos colonizadores europeus na Asia C33 e na Africa, sob 0 prisma da tarefa civilizatéria, eram para os colonialistas ‘‘o fardo do homem branco’ EEE 1) Die ¥i0\ A Primeira Guerra Mundial No final do século XIX, o centro do mundo ainda se encontrava na Europa C33. Controlando os mares e 0 maior império colonial do mundo, a Inglaterra despontava dominante, A Franca poderia fazer-the sombra, mas se embaragava com questdes de politica inter- nae continental. AsunificacSes da Itdlia (1870) e da Alemanha (1871) no pareciam, & primeira vista, poder abalar o reinado britinico. Tam- pouco se acreditava em ameacas partindo do multinacional Império Austro-Hiingaro ou do anacrénico absolutismo russo. No Mediterra- neo oriental ¢ Oriente Médio, desagregava-se 0 outrora ameagador € poderoso Império Turco-Otomano. agora chamado “‘o enfermo do Levante”. Fora da Europa, apenas os Estados Unidos e 0 Japio apa- reciam como poténcias G3. Mas a Belle Epoque caminhava para seu fim. Entre 1873 ¢ 1875, tuma crise de superprodugo comecou a abalar o fragil equilbrio eu- ropeu. A crise expds problemas: o capital acumulado necessitava de constante expansao, fosse ela técnica ou territorial. As pressdes de- mograficas também marearam presenca, tornando mais forte 0 con- traste entre a riqueza de poucos ¢ a miséria de muitos. Soma-se a essas questes a busca de mercados empreendida pelas reeém-formadas Itilia ¢ Alemanha, Tardiamente unificados, pouco restou da Asia eda Africa para esses paises C32 . Inaugurada por Bis- marck com o intuito de isolar a Franga, a Polftica de Aliangas, no ini- (impos contiseabads poserares cio do séeulo XX, passou a congregar os interesses nacionalistas € = perialistas, A AlemBni, ultilis e6 Inipedo Anse Hithgaro com ris Eriane laos posenes puseram a Triplice Alianca. Em contrapartida, a Triplice Entente con- (7 Ppaises neutros ‘gregou a Inglaterra, a Franca ¢ a Rissa C4 Sem elos que pudessem aproximar essas aliangas, a desenfreada competi¢do entre os pafses criou um clima de suspeita e inseguranca entre as nagdes. Nasceu a crenca de que a paz ¢ os interesses nacio- nais s6 seriam respeitados & medida que se pudesse fazé-los valer pela forca. Uma corrida armamentista acentuou, entio, 0 processo de cri ses: era a Paz Armada, a vizinhanga da guerra C3. Por algum tempo a diplomacia conseguiu adié-la, Mas tinha sido ‘a diplomacia mesmo quem criara o sistema de aliangas, inviabilizan- do as neutralidades. O nacionalismo sustentava os interesses impe- Ts co "| Crescimento econémico (1800-1913) “in taasn Ann ic, Ss Vie 188. 8.13 (ai iAmebitengio euopéie (1914-81) otal de torgas mobazadas rialistas, ¢ 0 incéndio se iniciou a partir do nacionalismo sérvio e da ‘questo balcanica. Dos Balcas a guerra logo se propaga para toda a Europa ¢ para suas coldnias. A expectativa era a de um incéndio répido e controlavel. No entanto, a festa que acompanhava as partic das das tropas em 1914 foi rapidamente substituida pelos horrores da guerra moderna C23. O rasgar das trincheiras marcou profundamen- te 0 solo e a alma dos europeus. Perplexidade, ceticismo, desilusio Eimoorte ecerrann « Belle Bpoue: ill (ePSaNTN cod (ESS eee [2] Corrida armamentista (Paz Armada) [| Diviséo mundial na Primeira Guerra Es ESN i Desenvolvimento na América Lati As relagées entre os Estados Unidos e a América Latina —_|fu'smaca tains" Durante o século XIX, 0 proverbial isolacionismo norte- americano era apenas uma figura de retérica +. Contatando a China, abrindo os portos japoneses e anexando as ilhas ha- vaianas, os Estados Unidos contrapunham a pratica 4 retérica. Seu extraordinério crescimento industrial impeliu-o para a cor- rida colonialista. Nesse momento, 0 que todos tinham suposto ser apenas oratéria, mostrou-se de extrema serventia pratica: a Doutrina Monroe. Resumida na célebre frase ‘*a América para os americanos”’, a Doutrina Monroe deu 0 tom para consolidar o “Destino Ma- nifesto’” dos Estados Unidos. Idealizada para evitar ingeréncias curopéias em assuntos americanos, serviu de pretexto para os Estados Unidos efetuarem intervengoes no continente |. No final do século XIX, ela justificava a tentativa de contrabalan- poanias Sabe car a influéncia de outros pafses sobre a América Latina. Logo $ s s se criaram os protetorados de Cuba ¢ Porto Rico, heranca da 1291431862 Guerra Hispano-americana (1898) . Uma ago mais efeti- va dos Estados Unidos foi inaugurada com Big Stick (grande Principals exportagies porrete), no inicio do século XX + . Acionado pelo entio pre- latino-americanas em 1958 sidente Theodore Roosevelt (Corolério Roosevelt), o Big Stick se caracterizava por sucessivas intervencdes sempre que hou- vesse problemas e desordens nas nacdes latino-americanas. Des- 2a politica, um eléssico exemplo 6 a questio do canal do Pa nama C= ‘A recomposicao mundial apés a Primeira Guerra tornou inadequado 0 intervencionismo do Big Stick. A diplomacia € controle indireto pareciam melhores para a seguranga dos Es- tados Unidos. Daf 0 Corolério Roosevelt ser substitufdo pela Politica da Boa Vizinhanca ! =". A influéncia européia recuou © abriu maiores espagos para os norte-americanos, panorama que se consolidou também durante a Segunda Guerra Mundial. infcio da Guerra Fria, todavia, recuperou os mecanismos in- tervencionistas, O temor da expansio socialista, especialmente apés a revolucio cubana { ©, justificou o recrudescimento do “‘Estado policialesco””, papel que os Estados Unidas desempe- nharam sob o pretexto'da defesa do ‘‘mundo livre” ConsideragGes estratégicas € econémicas mantiveram, as ve~ zes A custa de golpes de Estado, a hegemonia norte- americana |=) {= . O desenvolvimento da Coexisténcia Pa- cifica € a abertura da Unido Soviética, contudo, criam novas (mem. pease expectativas. A queda dos ditadores sobrepde-se um caminho Seerains DiS oroti ainda obscuro aos paises latino-americanos (3 . As questdes [ @ cas G esto rina da liberdade € do subdesenvolvimento =" se somam aos vi- Qua Boone La k cios € ao nepotismo dos governos. Eo infcio de uma luta surda D atts @ cavc SY naieia i “I para escapar & heranca de colonizadores tio pouco ‘‘corteses”’. Soanena = coco 2 indies gS go e G7 DETTE E EE EERE cco (ESM [A Guerra hispano-americana—Cuba [4] 0 Big Stick bine > ror aneriana ye rate ) iy \> conte Cf a tence oe —tentnmaranters ee ‘ — tines nap é \ \ O00, rene ‘S36 @ [3] Escolatizagéo na América Latina (1960) foes @ revcigio Gustematoca 1944.54 ~~ fy a HAE) ‘mula Sotancout 1945-48, 1980-64 | KO sna nei oes) A BAERS Clore Pare 97479 | fetes oon 1974 user Cons 7 @ fit Sn 1570 snide Sono) Aromat (G7 ecainlcets 17 He tataima iriteno i 1078 a ha” ec es = TE dao apa 1061-64 (om ahins do aes) Tanti nbacndise Movin gerneos oe nsptagio cara (18586) > nerenges ds Estados Unos Vou 19046, 10505 ik Goat 161.6 nee | | © eri sade mutesas © vote sacha Gree 1967 / ‘Scots (goss Ho) sands / omovies asoatss ov masa Fe tari 190 Sits pause 19541009 Sieteproaceaciiiaueas | Ghar 1640 ats Pin meas wetcnia ars | Qasr “panos ©) ears eine fas poses Rak oaainie Misono 1975 Denowaca Cis: mdarassiinsendins fade saved pice omoraaciion | oe Sng 073 Monerscs © etic: aura mina de dats economia de meeado “Tuan Domine Pron 1643-5, 1973-74 dip © Corina tars oe 60 PF vanes rin 7880 2000 a.c. eee 0 periodo entre-guerras: politica Quando 0 siléncio se impés nas trincheiras, poucos vislumbraram entre os escombros ¢ a fumaca o fim da imortalidade curopéia. Mui- tos, ao contrério, acreditavam-se eapazes de elaborar os caminhos de sua reconstrucio, assentaclos em verdades cuja relatividade pouco se considerou, O resultado foi a elaboraco de uma paz viciada, humi- Ihante para os derrotados e até mesmo para alguns vencedores como a Itélia C52 , por exemplo. A Inglaterra permaneceu agarrada a idéia do equilfbrio europeu; a Franga, interessada em anular qualquer pos- sibilidade de agressio por parte da Alemanha. Pouco versado nos in- dividualismos curopeus, Wilson, 0 presidente norte-americano, idealizou 14 pontos para reger a paz ¢ a politica internacional. Alheia a essas questdes, a Russia buscava a construgéo da sociedade s0- cialista C32 O revanchismo deu 0 tom do Tratado de Versalhes. A Alemanha, considerada culpada, recebeu a conta da guerra: perdia suas colénias, cedia territ6rios na Europa, perdia seu agressivo potencial inilitar. Ou- tros tratados desmembraram os impérios Austro-Hiiingaro e Turco- Otomano. A criagdo da Liga das Nagdes (1920) apostava numa solu- fo diplomatica e conjunta para enfrentar os problemas futuros (21 Ela concretizava um dos 14 pontos do presidente Wilson, Mas o pré- prio congresso norte-americano vetou a participacao dos Estados Uni- dos na Liga C5 . A Unido Soviética ea Alemanha foram tardiamente convidadas. Os novos paises e as novas fronteiras criadas eram na maioria inadequados étnica e estrategicamente. Tal era a paz que de- veria durar todo 0 século XX. No fundo, os complexos problemas que geraram a Primeira Guer- ra Mundial receberam apenas uma reforma externa. A grande mu- danca estrutural ficava por conta da tentativa de construgio do socialismo na Unido Soviética. No mais, prosseguia a selvageria da concorréncia internacional. Ainda uma vez, os idedrios dos naciona- lismos se sobrepuseram, fortalecidos pelos efeitos da guerra [=] . Eles eram visiveis nos princfpios de autodeterminaco nacional aplicados nos acordos [= .. Tal fervor fortalecia o Estado, visto como respon- sdvel pelo bem-estar social € nacional. Mesmo o capitalismo deixou sua tendéncia a internacionalizacio para voltar a se dobrar sobre 0 nacionalismo, com alto grau de controle e dirego por parte dos go- vernos [= [3] . (© papel e a tinta dos acordos se mostraram ineficazes quando de~ sacompanhados de atitudes coerentes. Ou enquanto se desejasse ape- nas fazer um ditado para que outros o copiassem... Os individualismos acabaram transformando a Liga das NagSes numa sociedade de de- bates entre cegos, surdos e mudos, prevalecendo as solugdes indi duais. Ao lado da ascensio dos fascismos, a Unio Soviética e os Estados Unidos emergiam, apresentando jé os sintomas de uma nova época. O “‘adeus as armas” foi apenas uma ilusio: havia intimeras novidades no front C=)... rr [1 Eleiges na Alemanha (1919-33) ESN 6" REICHSTAG. 17/932 608 deputados ‘7*REICHSTAG eriiigse 54 dopurados ( ELEIGOES PRESIDENCIAIS —2°turo: 10/4/1882 Temminges) REICHSTAG sianios3 (647 deputados (SS Membros do Partido Nazista no governo de ‘coalizao da “Uniao Nacional de 30/1/1993: Chanceler: Hitler NMinisiro do interior: Frick Mnistro sem pasta: Goring Minisiro da informacdo @ Propaganda: Goebbels. [Partie Nara Soda cos “Tabahadoos sends (a) (NSDAP) [rani conus Nero FO) [outs paras Qe me tn QO oni nt [ee O- ‘acto Antone > mans Dae poe rowenta no mentios (one satean FE man [ote sae cots etter Cat ies 1 quer 21 Hang 12-22 lone 31 Fora 7 1 tape 23-32 Farag Moar 4 Franga 24 uxnbuge 38 - Rep. Daians 7etANDIA 16 Fellas 25 ulna 34 - Ria 16 ana Unido 26 nda 35 Suga 17 ken 27 -iearga 98 Sd 18. Gusenda 28 Pode 97 Shin 2 Tecdordqie 1B Handuet 29 Fanind 38 Tanja 10 iar 20. olds 50 Pasig 99 oestvin Ene O periodo entre-guerras: economia e sociedade Com inspiracdo nacionalista, o capitalistno procurou se re- compor na década de 1920. A experiéncia socialista na Unio Soviética foi isolada pela economia mundial. Os mercados se recompuseram e a passagem da economia de guerra para a de paz, com as necessidades imediatistas da reconstrucdo, montou uma breve ¢ aparente prosperidade. Renovou-se o sistema de crédito internacional. Os Estados Unidos, grandes vencedores econdmicos da guerra, cederam fartos empréstimos, inclusive para a Alemanha derrotada. Mas os norte-americanos ainda pro- duziam em ritmo de guerra, A producao logo superou a deman- da, desestimulando novos investimentos no setor produtivo ¢ incentivando a especulacao. Enormes altas artificiais alimenta~ ram sonhos que, na ‘‘quinta-feira negra’’ (24/10/1929), se trans- formaram num terrivel pesadelo C21. A quebra da bolsa de No- va Torque encerrou a euforia dos empréstimos € cobrou os dé. bitos: a depressdo americana se tornou internacional [3 C3 A margem do processo, os planos qiiinqiienais soviéticos mo- delavam a primeira economia planificada do mundo C21. O ca- pitalismo absorveu e transformou essa idéia na década de 1930: o New Deal norte-americano reintroduziu o Estado na econo- mia, Nascia 0 capitalismo planificado ou neocapitalismo. Com investimentos em obras ptiblicas, ampliagao da burocracia, sub- sidios & agricultura, ete., 0 governo norte-americano absorveu 6 desemprego e reorganizou a economia C23 Anteriores A Primeira Guerra Mundial, as preocupagées do Estado com a seguranga e o bem-estar social se ampliaram com a grande depressio (2 . O elitismo censitdrio dos votos j4 ha- via sido substitufdo pelo sufragio universal masculino. O im- portante papel desempenhado pela mao-de-obra_feminina durante a guerra tornava inapelavel a concessio do direito de voto também para as mulheres. Assim, a manutengao dos go- vernos repousava agora na eficdcia de sua aco social, no apoio da maioria da populacio, A dureza e a internacionalidade da crise acentuaram 0 papel do Estado, no sentido de reduzir seus efeitos sociais C= T= O crescimento das reivindicagSes trabalhistas, das greves, a ex- pansio do idedrio socialista, a pauperizacdo da classe média ameacavam trilhar o caminho das radicalizagBes C23 . O desa- lento e a desiluso colocaram em xeque os valores da democra- cia liberal. Em pafses que dispunham de recursos, 0 Estado con- seguiu empreender uma acdo amenizadora, contornando a cri- se. Noutros, em que havia uma menor tradigéo democratica, a exemplo do que acontecera com a Italia na década de 1920, 0 temor & ascenso do socialismo conduziu ao poder a solucao fascista. Logo 0 mundo saberia “*por quem os sinos dobram’”... [2 | Crack, New Deal e desemprego tse 189 aden [4] Desemprego mundial na década de 30 1880 1992 1904 1908 1900 [3] Aprodugéo mundial de mercadorias 1919 2 IDADE_MODERNA Fn Aeconomia mundial [ALINHAMENTO MONETARIO| Reterencialouro Referencialien |Areade dominio alemao (Deterencialdéiar Referenciallibra-esteriina Breas de alanca dubia ‘Alamanha-Eetados Unidos © Areas queescapam aoalinnamento Os planos quinglienais soviéticos ¥¥plano 2 plano 3° plano (is2e-32) (183937) (18964) Indistias pesadas 358 Indistias leves Agicultura ‘AFRICA DO SUL = NOvAZELANDIA noc Fromio a) LG | Faléncias e liquidagoes mercantis na Alemanha EEA RE yin VS lO! A Segunda Guerra Mundial (O mundo assistiu surpreso ao inicio do novo conflito. Poucos acre: ditavam que o expansionismo fascista fosse to longe [21 . Nao que faltassem indicios, mas pelo cardter nitidamente anticomunista des- ses regimes, o capitalismo os entendera como baluartes contra a Uni Soviética e a depressio. A ineficdcia da Liga das NacGes, a politica de apaziguamento franco- britdnica ¢ 0 isolacionismo dos Estados Unidos deram aos fascismos ‘uma inesperada liberdade de aco. O ensaio maior que antecedeu 0 conflito se fizera com a participacao ftalo-germAnica na Guerra Civil Espanhola (1936-39) [25 . Ali se testaram 0s novos armamentos, cu- Ja violéncia ficou imortalizada no magnifico painel, de Picasso: Guernica . Apenas quando Hitler anunciou suas pretensdes sobre a Polénia € que os ocidentais se deram conta do perigo que os fascismos repre- denravisn Mont echieartie) A dricatane piers gnimacikcda pels Fi ‘sae Inglaterra, a Alemanha respondeu com o pacto de nio agressio nazi-soviético. Hitler adiava seu confronto com a Unio Soviética, en- quanto tentava dobrar as poténcias ocidentais. A velocidade e dinmiea do conilito surpreendeu os regimes anti- fascistas. Os rapidos deslocamentos dos blindados, 0 apoio aéreo e ful- minantes agdes da infantaria substituiram as trincheiras. A linha Maginot, orgulho do exército francés, foi simplesmente contornada. A guerra de movimento, excetuado 0 front soviético, provocou pro- porcionalmente um ntimero menor de baixas que o da Primeira ra C5. A superioridade aérea se mostrou imprescindivel C2) . No ‘mar, a guerra submarina se consolidou. Particularmente no Pacifico, 6s grandes navios de combate comecaram a ceder seu espaco para os porta-avides (= Em 1941, com uma posicdo quase sélida no Ocidente, a Alema- nha deu inicio & operacao Barba Ruiva: a invasao da Unio Sovi ca =I No mesmo ano, em dezembro, o ataque japonés a Pearl Harbor tirava os Estados Unidos de seu isolacionismo [= A guerra ganhava estranhos contomos ideol6gicos: o capitalismo unia-se ativamente ao socialismo no combate aos fascismos. Mas a alianca era temporsria. O ano de 1943 marcou o inicio do recuo dos regimes fascistas em todas as frentes da guerra. A partir dai, a vitéria aliada era apenas uma questo de tempo. A medida que as tropas, passando por Roma, avancavam em direcao a Berlim e, no Pacifico, jé se avistava Téquio, as questées da politica internacional do pés- guerra jé ocupavam um lugar mais importante que as batalhas. A violencia da guerra C21 , coroada pelas explosdes atémicas de Hiroxima e Nagasiqui C21, tornou o nacionalismo ideologicamente suficiente para mobilizar os povos. Algo de mais concreto era exigi- do. O capitalismo, através do Estado do bem-estar, teve de redimen- sionar e melhorar sua politica social. Um mundo diferente iria emergir da guerra, mas ainda nao seria a “‘primavera dos povos”. ———Se er ce a Ce) [2 Avangos italo-germénicos (1935-1839) Fasbinees oe ares PEECEEEN [21] A Guerra Civil Espanhola (1936-1939) [3 ] A evolugo do confflito na Europa E ere ds iat O wisi ecants te ea 7] pes ts = Nees ct cori setcetsnssote = eae mieten wee © Wii fo i=c—— fie ees v5 tv ye 8 or sovier R ‘| euA ocenpe ° 46/7, X | Prat aay | | conrasenva sat 1048) a — ts 74 eI A Guerra Fria Com a rendicao do Japao em agosto de 1945, encerravam-se as operagGes militares da Segunda Guerra Mundial. Porém, uma divida pairava no ar: a guerra havia mesmo acabado? Estra- nhamente, as tropas no se desmobilizavam e as inchistrias béli- cas nao reduziam suas atividades. Internacionalmente, apesar da criago da ONU (1945), assentava-se um clima de insegu- ranga e instabilidade. O capitalismo e 0 socialismo, aliados da ‘véspera contra 0s fascismos, retomavam seu confronto (~). Vo- luntariamente ou nao, o mundo se bipolarizava ao redor dos Estados Unidos e da Uniao Soviética "+1, Conflito ideolégi- co, militar, politico, a Guerra Fria se instalava. Detendo até 1949 0 monopélio nuclear, os Estados Unidos tomam a dianteira. A Doutrina Truman assegurava 0 auxilio norte-americano aos paises que sofressem ameacas socialistas; © Plano Marshall reconstruia a Europa ocidental. O terror mun- dial aumentava diante das réplicas soviéticas: desce a Cortina de Ferro a partir da Tcheco-Eslovaquia; 0 Cominform queria coordenar o socialismo internacional; 0 Comecon propunha a integragao econémica do bloco vinculado a Moscou. O bloqueio de Berlim (1, a vitoria de Mao Tsé-tung na China ¢ a ascensio soviética & condigao de poténcia nuclear, em 1949, aumentavam a tensfio. Os Estados Unidos organizam, en- to, a OTAN; ¢ a Unio Soviética responde com o Pacto de Varsdvia (1955) =" Tratava-se de uma hatalha entre surdos mudos: nao havia declaracao formal de hostilidades, que se efetivavam na pratica. Por sorte, 0 confronto niio foi cego: a ameaca de uma emba- te nuclear levou Estados Unidos ¢ Unio Soviética a se enfren- tarem através de terceiros. Palmo a palmo, foram disputados os pontos estratégicos. A Guerra da Coréia [= trouxe a ima- gem do apocalipse, mas 0 incéndio foi controlado a tempo. Seu maior saldo foi detectar a existéncia de um perigoso equilfbrio entre os blocos. A instalagao do “telefone vermelho” ligando Washington a Moscou rompcu o siléncio dos mudos, mas o som era ainda pou- co audivel. Moscou abateu um avidio U-2 norte-americano so- bre seu territério; o Oriente Médio C= ¢ 0 Vietna | assisti- ram A crescente escalada norte-americana. Na América Cen- tral, Sa0 Domingos nao teve a mesma sorte que Cuba = con- tra os norte-americanos. Por seu turno, a Hungria e a Tche- co-Eslov4quia sentiram o peso dos tanques soviéticos. Na Afri- ca ena Asia comegava o refluxo das metrépoles 3"). Simbolo da divisio do mundo, o muro da vergonha em Berlim > ain- da nao podia ser pichado em um de seus lados. Adiava-se 0 apo- calipse; “‘os vivos ainda enterrariam seus mortos’’. Waety Teva (947 (niaten? IDADE MEDIA ave da Coréia (1950-1953) — banjo nto da on — fuango nisin des topas Chiesa nats creanas es) Lo. amiss ams [D> Ineranio ratosmerna}. (As duas Alemanhas Bo hee atten se ora Shanes ag iret, fame Peat ota) es 1965 i IDADE_MODERNA 178: (ESE [77 Revolugao Cubana (19/1/1959) [210s blocos do imediato pés-guerra = { Hom Fac ea | rte nt oa poli etal Zana de erie ©) uxt sitio apart de 1055 > teres J Adescoloni ees Novas linhas de rumo O-término da Segunda Grande Guerra no trouxe a paz. A bipo- larizagao que a ela se seguiu encerrou definitivamente 0 eurocentris ‘mo, passando as rédeas para as maos dos Estados Unidos e da Unio Soviética através da Guerra Fria, Em Berlim, na €oréia e em Cuba, ‘© mundo se aprdximou perigosamente do contlito nuclear. O capita~ lismo cagou bruxas ¢ 0 socialismo levou o inverno as primaveras do Leste europeu. A Europa ocidental nfo se submetia facilmente aos desejos de Washington; Moscou se atritava com Pequim. Existiam outras trilhas que no eram as americanas ou soviéticas: os paises nao alinhados ganhavam terreno. A verdade retomou sua ambigiiidade © dialética. A igualdade destrutiva dos blocos forga um triunfo da razio: € me- Ihor coexistir pacificamente. © capitalismo faz reformas sociais € 0 socialismo comeca a se abrir. O Vietna ¢ 0 Afeganistao agradecem 6 interesse, mas dispensam opinides externas. Os paises do Leste eu- ropeu retomam seus eaminhos C23, Tedavia, ha quem ache melhor manter @ liberdade na gaiola dourada da Paz Celestial. O mundo per- cebe que 0s inimigos nao eram to irreconcilidveis. Moscou superlota lanchonetes € Washingion teme que o saqué supere 0 uisque 2 O medo do retrocesso é neutralizado pela populaco nas ruas de Mos- cow sob a bandeira da Ruissia. O Leste se aproxima do Oeste, O me- dieval Sio Bernardo jé preconizava: “a perfeigo est na unidade". Para tanto também € necessario unir o Norte ao Sul. A grandeza de alguns nao pode ser paga com 0 subdesenvolvimento de muitos. A descolonizagao desvenda miséria, aviltamento cultural, apartheid, con- Atos religiosos, raciais, fronteiricos F253 . al é a heranga do Tercei 10 Mundo deixada pela missio civilizadora do homem branco C22 Mas aliberdade, mesmo que apertas politica em muitos casos, vai che gando por meio de revolugdes, acordos, desobediéncia civ violéncia C= ... Intervengées ainda ocorrem. Concedem-se territs~ trios a alguns povos desabrigando outros C=. A desigualdade de tra- tamento acentua radicalismos, intolerancias A desculpa da seguranca ainda se mostra um, bom pretexto para anexar territérios, mas apenas para alguns C51 . O desespero de ou- tros chega ao terrorismo, tirando a razo de quem, porventura, a vesse. As poténcias cuidam para que 0s conflitos se mantenham locais ‘convencionais, mesmo que & custa de armas “‘inteligentes””, Muitas revolugées ainda sio religiosas: a {6 continua catalisando deseonten- ‘tamentos. Cecil Rhodes desejava anexar os planetas; a corrida espa- cial parece consegui-lo. No entanto, parece qiie nem isso basta para alguns. ‘Mas a chance ainda é do ser humano. O ano de 1990 mostrou que um muro nao pode efetivamente separar os homens. A imagem de uum solitério chinés paralisando uma coluna de blindados mostra a0 mundo que nao existe o melhor, quando imposto: é preferivel o pior, desde que por opsao. O ditado imprime a palavra, mas nao impe- de a interpretacao. Errar néo é apenas humano, mas um direito humano C25. emotes —— SE thine, 77 DEAT UDMA DEERE EEREEEEOQQEDEEEEEEEEEE 1789 SENN [6 | Novos paises (1992) [ed epitieas qo compara ano Sonica [El prises ations depose desde 119) a Gira ogres (ernidaces) (em urcades) Aves os (er niades) (ertonadas) Pe et ie [em Hew em se (Ja oem ee ee cosa [7] Mafalda eo mundo asim sino {revecaesovhu 2 sonox ie cn 78 indice remissivo Absolutismo 36, 40, 42, 44, 46, 5; 42()*, 45(2) Afeganistio 76. Afriea 10, 4, 38, 62, 64, 74; 622. Agricultura 4, 6, 16, 18, 22, 26, 28, 38, 46, 50, 70; 2%(2) Alemanha 22, 30, 44, 45, 58, 60, 64, 68, 10, 72, 14, 76; 381), 59(3), 70(5), 71(6), 74(2). Alexandre Magno, Império de 8; 8), %)). Aliados 72; 73, 4). América 34, 38, 40, 4, 50, 2, 62, 74, 76; 8(2), 39(2 5), (2, 3), América Anglo-saxinica 40; (2.5) Ame Latina 5, 52 62,6523), 368), 9.5) Anglo-holandesas, Guersas 44; 45(2) Anglo-saxBes ve Birr: Antigo Regime 46, 48, 4, 56; 451), 48(1), 4. Antiguidade 4, 6, 8, 10, 12, 14; 4(3), (2.4.5. 6), 61), HH), M1, 2), 13), 121), Arabevisaclenses, Guerras 74 76(2). Arabes 18; 19,5). Asia @2, 64; 630) Asia Menor 6, 10. ‘ustro-Hngaro, Império 64,68. Babilénia 4; 43), 5, 5), 90), 15), Fa aes ase ian, e269 Barroco 44; 4518). Belle Epoque 64. Berlim ver Alnanha Big Stick 66; 078), Binincio 18; 153), 17(2 6), 19(, 6) Bizantino, Império 18; 172), 1%, 0), Bolivar 52; 52() Brasil 38, 52; 38(1), 58(, 5), 6763) Burguesia 26, 32, 34, 46, 48, 54, 56, 58, 60; 46(). a Calvino 32; 33(5), Camponeses 46, 48; 25() Capitalismo 32, 34, 42, 4, 50, 52, 5, 56, 60,62, 68,70, 2, 74, 16; Tt), 779). Carlos Magno 20; 21(3). Garolingio, Império 20; 20(9), 213) CEL 7746) Gem Anos, Guerra dos 28, 32; 2(). Chaco, Guerra do 52, China 4, 34, 66, 74, 76. Gidades Estado 6, 8 Givil Espanhola, Guerra 72; 751). Givilizagio Cléssica 6, 8, 10, 12, 14, 20, 30; (2), He, 4,3), 150, 3), Givilizagdes hidedulicas 4. lero oe lee. Goexisténcia Pacifica 66, 76 Colombo, Cristévio 34; 34), Coldnias 6, 8, 14, 36, 38, 40, 42, 46, 52, 54, 62, 64, 66, 74, 16; 37(3}, 396), 41(3), 4763), 750). Comércio 4, 6, 8, 16, 18, 22, 26, 30, 36, 38, 44, 62; 206), 21(6,7), 374), 410), Constantinopla 18; 172), 18) Contra-Reforma ver Reforma ¢ Contr Reforma, Coréia, Guerra da 74, 76; 74(). Griméia, Guerra da_58. Gristianismo 12, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 32, 34; 12(3), 13(2), 17(), 21(0), 2369), 243), 2546, 5,6) Cruzadas 22; 29). Demografin 5(6), 12(1) 17}, 21(2), 23(0), 28), 4719), ‘56(2), Descobeimentos ver Noxgats ¢ Dabrimet Descolonizagio 74, 76; 750). Doutrina Monroe 66. Egito 4, 8, 12; 4). Bixo 7563). Escravos. 4, 10, 12, 38, 50, 52 Expanha_30, 34, 38, 40, 52; 17(5),73(). Estados Unidos 40, 50, 52, 64, 66, 68, 70, 72, 74, 76; 40(s, 6), 411), 502, 3), 541, 4, 5, 6), 700). Btruscos (*). Europa 12, 16, 18, 20, 22, 24, 26, 28, 3, 32, 36, 98, 42, 46, 82, 54, 56, 62, Gt, 66, 68, 74, 76; 26(3), 29(, 5), 36(1), 3702), 55(8, 57). Fascismos 70, 72, 74; 68(1), 69(3), 72(2). 455), 70), Feudalism or Sicidade Fada Pranga 28, 30, 42, 44, 46, 58, 60, 6, 68, 72; 17(4), 292), 290), 82(1), 420), 443), 480, 3}, 54), 350), FFrancos er Brbue. Gaia 20. Germinicos/Germanos 12, 16, 18, 20, 22; 17(1,2). Godos ver Bérbas. Grandes Navegagies va Navegeies¢ Dessbrimntr Grécia 6, 8, 10, 14, 18; (3), 7(3, 4), 92). Guerra Fria 66, 74, 76; 75(). (+) 0 algarismos entre parénteses indicam o némero da respectiva figura na pagina indicada, 79 Hebreus 4. Hispano-Americana, Guerra 66; 67(1) Holanda ter Paes Bass. Hiingaros 22; 21(0). Hungria 7. Tbérica, Peninsula 10, 22; 17(3) Idade Média 16, 18, 30, 34, 42, 44; 22(0), 247). Igreja 18, 20, 24, 28, 32, 34, 42, 46, 48, 52; 247), 25(6, 5,6). Imperialismo 60, 62, 64, 66, 76; 691, 2). Incas 38; 38(i), india 4, 8, 34. Indistria 36, 38, 46, 50, 52, 60, 62, 65, 70; 47(3), 51(6), 60(), 61), 644), 706). Inglaterra 28, 38,40, 42, 4,46, 52,58, 60,62, 6, 68, 72 16), #4), 432), (1,612). Isl 18; 18(2), 1%(5, 6). Tealia 6,8, 10, 12, 14, 16, 18,20, 30,42, 58, 60, 6, 68, 70, 72; 17(6), 31(1), 59(2). Iugoslivia 76(4), Japio 34, 64, 66, 72, 74, 76; 77(1) Judaismo 12. Julio Gésar 10; 1069) Liberalisme 52, St, 56,58 Liga das Nagies 68, 72; 6%2) Lombardos so Biber. Luis XIV. 42; 1(0). Luter 32; 35) Maiss 98(0) Maomé 18. Marco Pélo 25). Médicas, Guerras 6, Mercantilismo 36, 38, 40, 42, 46, 54, 62; 97(. Mesopotimia 4, 8; 43), 19(2, Mineragio 36, $8, 44, 50; 386) ‘Mugulmano, Império 18. Muculmanos 18, 20, 22; 19(5, 6), 240), Nacionalismo #4, 52, 56, 58, 64, 68, 70, Napoleio I 54, 56 [Napolednicas, Guerras 54; 54(. 3) Napolednico, Império 54, 56; 343), 55(4. Navegagies € Descobrimentos 6, 28, 34, 44; 2669), 3H(., 3), 3502 4), 3902.3), [Nazismo ver Fascioos New Deal 70; 702). Nobreza 24, 26, 46, 48; 46), ‘Normandos wr Vikings. Ocidente 18, 20, 22, 26, 46, 72, 74, 76. Organizagio das Nagics Unidas (ONU) 74. Oriente’ 8, 18, 22, 28, 46, 64, 76. Oriente Médio 4, 22, 34, 64, 74, 76; 42), 50), 75(0), 7642, 3), Paises Baixos 44, 46 Papado/Papa 20, 24, 28, 82; 28(0) Peeuéria 4. 38; 39(3) Peloponeso, Guerra do 6. equim ver China. Persa, Império 4, 6, 8; 53), 7(3) este Negra 28, 32; 283), 29(2) Portugal 34, 38, 40, 52 Pré-Histria 45 5(2) Primeira Guerra Mundial 64, 66, 68, 70, 72; 64), 65(2,3). Proletariado 32; 32(1,2), 333) Protestantes 32; (1,2), 3%3). rissa ver Alana Piinieas, Guerras 11(2) Reforma ¢ Gontra-Reforma 32, 40, 42, 44; 32(12), 933). Renascimento 20, 30, 82, $4, 42, 44, 48; 30), SIC, 2) Revolugio Gubana 74, 16; 757). Revolugio Francesa 54, 56; 541) Revolugio Industrial 50, 52, 56, 60; 56(6), 60(6, 7), 61(9), Revolugio Russa 64,68, 70; 693), 71(?) Roma ver Reman, Inpéio« lia Romano, Império 8, 10, 12, 14, 16, 18, 20; 10.8), 1G, 3), 120), 13¢2. 3. Réssia 64, 66, 68, 70, 72, 74, 76; 71(2), 770) Sacro Império Romano-Germanieo 29(4, 6), #5(2) Secessio, Guerra de 50; 51(), Segunda Guerra Mundial 65, 72, 74, 76; 72(3), 73. 4,67). Senhorio/Servidio 46; 22(1), 280 4?) Socialismo 56, 58, 66, 68, 70, 72, 74, 76; 75(2). Sociedade Feudal 20, 22, 24, 26, 28; 22(1, 6), 293, 4, 7,8), 26(1). Teheco-Esloviquia 74 Teodésio 12. Tereeiro Mundo 76. Tinta Anos, Guerra dos 44; #5(:). Triplice Aliana 64; 64) Triplice Entente 64; 64). Tureo-Otomano, Império 64, 68; 64(). Tureos 18, 22, 32 Unio Sovigtiea vr Rise ‘Vandalos v7 Birks, Versalhes, Tratado de 68. Viena, Congresso de 46, 56; 57() ‘Vietn’, Guerra do 74, 16; 73). Vikings 22; 21(0). Washington ver Estados Unis. 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