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CATARINA-FASSESC
CURSO DE GASTRONOMIA-5ª FASE
DISCIPLINA DE GERENCIAMENTO DE CUSTOS
ACADÊMICA: ADRIANA M. MERINI SILVA
CONTABILIDADE GERENCIAL
CONTABILIDADE DE CUSTOS
Florianópolis
Junho/2007
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1. INTRODUÇÃO
A primeira publicação voltada para a ciência que hoje é chamada de Contabilidade, data
de 1494 e foi elaborada pelo monge veneziano Luca Pacioli, que se interessava pelas
questões matemáticas. Esta obra versava sobre o uso dos sistemas contábeis de partidas
dobradas "Summa de arithmetica, geometrica, proportioni e proportionalita." A partida
dobrada era tão importante para os contadores, quanto a invenção dos zeros pelos árabes
para os matemáticos.
O desenvolvimento da contabilidade teve sua origem no mesmo período em que surgiu
o Capitalismo, sendo que a metodologia utilizada servia como forma quantitativa de
mensurar acréscimos ou decréscimos dos investimentos iniciais a alguma exploração
comercial ou industrial.
A Contabilidade tem estreitas relações com diversas áreas de trabalho e foi definida por
diversos autores, entre eles Henri Fayol (1841-1925):
"É o órgão visual da empresa; deve permitir, a qualquer momento, que se saiba com
precisão onde se está e para onde se vai; e deve fornecer, sobre a situação econômica
da empresa, dados os mais claros e exatos."
Outro autor a definir a Contabilidade foi Giuseppe Cerboni:
"A Contabilidade indaga as funções administrativas; determina sobre que critério se
devem basear os administradores; fornece os meios mediante os quais se conhecem, se
medem, se computam e se demonstram os resultados obtidos num determinado
exercício."
A Contabilidade é uma ciência aplicada e o trabalho que ela realiza é captar, registrar,
acumular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais,
financeiras e econômicas dos mais variados órgãos da sociedade – pessoas físicas e
jurídicas, instituições sem fins lucrativos e pessoas de Direito Público, como Município,
Estado e União.
O principal foco da Contabilidade é a apuração do resultado econômico e financeiro das
empresas, mas a atividade contábil não é um fim nela mesma, já que os dados por ela
levantados só serão válidos quando utilizados por diversos usuários dos dados contábeis
– internos e externos - e não somente pelo contador. Enquanto a área da Contabilidade
Financeira é voltada para os princípios e procedimentos contábeis que se relacionam à
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Confrontado esse montante com as receitas obtidas na venda desses bens, chegava-se ao
lucro bruto do qual bastava deduzir as despesas necessárias à manutenção da entidade
durante o período, à venda dos bens e ao financiamento de suas atividades. Daí o
aparecimento da também clássica Demonstração de Resultados da empresa comercial:
Vendas
( - ) custo das mercadorias vendidas
Estoques iniciais
( + ) compras
( - ) estoques finais
( + ) lucro bruto
( - ) despesas
Comerciais ( vendas )
administrativas
financeiras
Resultado líquido
Os bens eram quase todos produzidos por pessoas ou grupos de pessoas que poucas
vezes constituíam entidades jurídicas. As empresas propriamente ditas viviam
basicamente do comércio, e não da fabricação (fora, é lógico, as financeiras). Dessa
forma, era bastante fácil o conhecimento e a verificação do valor de compra dos bens
existentes, bastando a simples consulta aos documentos de sua aquisição.
Com o advento das indústrias, tornou-se mais complexa a função do Contador que, para
levantamento do balanço e apuração do resultado, não dispunha agora tão facilmente
dos dados para poder atribuir valor aos estoques; seu valor de "compras" na empresa
comercial estava agora substituído por uma série de valores pagos pelos fatores de
produção utilizados.
Nada mais razoável, para solução desse problema, do que vermos o Contador tentado
adaptar à empresa industrial os mesmos critérios utilizados na comercial. Nesta, no
balanço final, permaneciam como estoques no Ativo apenas os valores sacrificados pela
compra dos bens. Nenhum outro valor relativo a juros e outros encargos financeiros, a
honorários dos proprietários e administradores, a salários e comissões de vendedores
etc. Todos esses gastos eram automaticamente apropriados como despesas do período,
independentemente da venda ou não de mercadorias.
Começou-se então a adaptação, dentro do mesmo raciocínio, com a formação dos
critérios de avaliação de estoques no caso industrial.
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Em resumo a contabilidade de custos tem sido cada vez mais aplicada nas empresas por
fornecer aos diversos níveis da administração e operação alguns relatórios com
informações sobre custos, visando á tomada de decisões.
Posteriormente Leone (2000, p.19) disse que é e para que serve a contabilidade de custo
vejamos;
A contabilidade de custos é ramo da contabilidade que se destina a produzir
informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio ás
funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e
de tomadas de decisões.
A contabilidade de custos coleta, classifica e registra os dados operacionais das
diversas atividades da entidade, denominados de dados internos, bem como, algumas
vezes, coleta e organiza dados externos.
Os dados coletados podem ser tanto monetário como físicos. Exemplo de dados físicos
operacionais: unidades produzidas, horas trabalhadas, quantidade de requisições de
materiais e de ordens de produção, entre muitos outros. Neste ponto, reside uma das
grandes potencialidades da contabilidade de custos: a combinação de dados
monetários e físicos resulta em indicadores gerenciais de grande poder informativo.
Em seguida a contabilidade de custos acumula, organiza, analisa e interpreta os dados
operacionais, físicos e os indicadores combinados no sentido de produzir, para os
diversos níveis de administração e de operação, relatório com as informações de custos
solicitadas.
Outra particularidade da contabilidade de custos é que ela trabalha dados
operacionais de vários tipos: os dados podem ser históricos, estimados (futuros),
padronizados e produzidos.
Para o autor, uma das fortes vantagens da contabilidade de custos é ela podem e devem
fornecer informações de custos diferentes para atender necessidades gerenciais
diferentes. São muitas as necessidades gerenciais. Apenas como forma de atender a uma
exigência didática, os estudiosos classificaram as necessidades gerenciais em três
grandes grupos: Segundo Leone (2000, p.20).
1. Informações que servem para a determinação da rentabilidade e do desempenho das
diversas atividades da entidade;
2. Informações que auxiliam a gerências a planejar, controlar e administrar o
desenvolvimento das operações;
3. Informações para a tomada de decisões.
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Objetivos:
A contabilidade de custos tem por objetivos principais:
a) Fornecimento de dados para apuração de custos para o cálculo do preço de venda e
avaliação de estoques;
b) Fornecimento de informações à administração para o controle das operações e
atividades da empresa;
c) Fornecimento de informações para planejamento, orçamentos e tomadas de
decisões;
d) Atendimento a exigências fiscais e legais.
Descrição
Gastos
"Sacrifício financeiro" com que a entidade arca para obter bens (produtos) ou serviços.
São representados pela promessa de entrega de ativos (geralmente dinheiro). Somente é
considerado gasto no momento que existe o reconhecimento contábil da dívida ou da
redução do ativo dado em pagamento.
Gasto é termo genérico que pode representar tanto um custo como uma despesa. Ex.:
Gasto com matéria-prima, gasto com comissões sobre vendas.
Investimento
É todo o gasto para aquisição de ativo, com finalidade de obtenção de benefícios a
curto, médio ou a longo prazo. Podemos concluir que todo custo é um investimento,
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mas nem todo o investimento é um custo. Ex.: matéria-prima, máquina para a fábrica,
ações de outras empresas.
Custo
Gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. Ele
também é um gasto, só que reconhecido como custo no momento da fabricação de um
produto ou execução de um serviço. Ex.: matéria-prima, mão-de-obra direta.
Despesa
Gasto que provoca redução do patrimônio. Bem ou serviço consumidos direta ou
indiretamente para a obtenção de receitas. Ex.: comissão sobre vendas.
Desembolso
É o pagamento resultante da compra (aquisição) de um bem ou serviço. É a saída
financeira da empresa, entrega de ativos. Ex.: Pagamento de uma fatura.
Perdas
São bens ou produtos consumidos de forma anormais e involuntários. São gastos não
intencionais decorrentes de fatores externos, fortuitos ou da atividade produtiva normal
da empresa. Ex.: perdas com estoque deteriorado, incêndios.
Diferença entre Custo e Despesa
a) Custo: é o gasto com a fabricação do produto (processo produtivo). O custo só
afetará o resultado a parcela do gasto que corresponde aos produtos vendidos.
b) Despesa: é o gasto que não esta relacionado ao processo produtivo. São todos os
demais fatores identificáveis a administração, financeira e relativa as vendas, que
reduzem a receita. A despesa afetará diretamente o resultado do exercício.
CUSTOS DESPESAS
INDIRETOS DIRETOS
RATEIO
PRODUTO A
PRODUTO B
PRODUTO C
ESTOQUE
CUSTO DOS
PRODUTOS
VENDIDOS
RESULTADO
A avaliação deve ser feita sobre toda a gestão econômica, abordando, portanto um
conjunto de informações mais amplo e com maior poder de contribuição ao processo de
gestão.
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Para que possamos obter Custos aptos a auxiliar na tarefa de Decisão, é necessária a
mensuração dos Custos Fixos, Margem de Contribuição por produto e/ou global, Lucro
e Retorno sobre o Investimento.
A alocação de Custos Fixos é uma prática gerencial que pode, para efeito de
decisão, ser perigosa; por sua própria natureza, o valor a ser atribuído a cada unidade
depende do volume de produção e, o que é muito pior, do critério de rateio utilizado.
Decisões tomadas com base no “lucro” podem não ser as mais corretas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As mudanças que estão transformando o mundo nos mostram que é impossível ficar
parado.
A globalização derrubou barreiras entre os paises e construiu um cenário altamente
competitivo que vive em constantes mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas.
Tal ambiente exige que as empresas sejam cada vez mais ágeis e surpreendentes para se
manterem vivas.
Hoje o conhecimento, ou seja, a capacidade mental coletiva é o maior gerador de
riqueza de uma organização, uma vez descoberto e explorado de forma correta tem o
poder de levar a empresa ao caminho do sucesso.
A contabilidade está deixando de ser uma ciência onde o foco era a escrituração de
dados e apuração de resultados, para ganhar um papel fundamental – a análise de
estratégias, o acompanhamento das ações que devem ser implementadas, além de
auxiliar no controle gerencial e na tomada de decisões.
A contabilidade pode ser considerada uma fonte de informação valiosa para uma
empresa, pois é alimentada com dados gerados por todos os centros de lucro que a
compõem. É na contabilidade que os fatos ocorridos na empresa se transformam em
lançamentos contábeis, que, por sua vez, geram dados que poderão ser transformadas
em informações gerenciais capazes de dar suporte às mais diversas decisões tomadas
pelos administradores, seja a empresa do ramo industrial, comercial ou prestadora de
serviços.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LAWRENCE, Willian Beaty. Contabilidade de Custos, por W.B Laurence, revisto por
Johon W. Ruswinckel; Trad. Do Prof. João Carlos Hopp e E. Jacy Monteiro. 4.ª ed.
São Paulo, IBASA; Brasília, INL, 1975.