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ISSN 1517-5545 Revista Brasiteira de Terapia Comportamental e Cognitiva 1999, Vol. 1, n° 2, 107-124 Observacio direta e medidas do comportamento verbal nas investigacdes da enfermidade: um estudo piloto Roosevelt R. Starling! Departamento de Psicologia, FUNREI Resumo Considerando ser 0 comportamento verbal o de maior freqiiéncia e visibilidade no paciente acamado, este estudo visa explorar a utilidade de uma nova abordagem metodologica para 0 tratamento destas varidveis. Um total de 763 contetdos verbais emitidos por 10 pacientes pés- cirdrgicos (PPC), seis mulheres (idade 35,5 + 6,5 anos) e quatro homens (idade 42,5 + 8,7 anos) foram registrados através de observasio direta, néo invasiva e organizados em um catélogo de comportamentos. Os dados foram submetidos a uma descrigao quantitativa em cinco agregados para testar 0 potencial desta metodologia. Pacientes com experiéncia cirirgica anterior e/ou outros, iagnésticos de doengas médicas indicaram melhor desempenho no funcionamento social € pessoal e menor sensibilidade aos efeitos das varidveis clinicas, independente do sexo. Encontrou- se uma forte relagdo entre a sensitizagao a discriminagdo de sinais corporais e a demanda de enfermagem (r=+ 0,632). A dor pés-cirirgica indica sero principal impedimento na recuperagao do funcionamento pessoal (t= - 0,611) € social (r= - 0,492). Essas e outras indicagbes S80 exploradas a luz. do manejo clinico do PPC. Esses achados so discutidos em comparagiio com resultados derivados de outros métodos e abordagens. Limitaedes metodoldgicas e sugestdes para investigagdes posteriores sio sugeridas. Os resultados indicam a utilidade desta metodologia como, tum potente instrumento para o estudo da enfermidade, Palavras-chave: cirurgia; medicina do comportamento; psicologia hospitatar; comportamento verbal; observagio direta e medida do comportamento, Summary Direct observation and measurements of verbal behavior in illness investigations: a pilot study, Considering verbal behavior as the main form of behavior of a bed ridden patient this study aims to explore the potential usefulness of a new methodological approach for the treatment of these variables in illness behavior studies. A total of 763 verbal contents of post-operative patients, (PPC) was recorded through a non-invasive, direct observation of their verbal behavior and then. organized in a catalog of behavior (four categories and 24 subcategories). Submitted to quantitative description in five aggregates, the results indicate no difference between male and female patients, concerning the several psychological (and physiological) variables studied, as expressed by their verbal contents, Patients —both male and female ~ with prior surgical experiences and/or suffering from other diseases besides the one being surgically treated suggest a better performance in social and personal functioning and less sensibility to effecis of clinical variables. A strong, relation between perception and/or interpretation of body signals and demand of nursing services was found (r= + 0.632), Post-operative pain stood out as a major factor controlling recovery of social and personal functioning, showing an inverse relation between them ofr=~0.492 andr=—0.611, respectively. Those and other indications are explored witha view to establish ther clinical signifi cance for the management of post-operative patients. Methodological limitations are discussed and suggestions for further investigations are offered. The results establish the usefulness ofthe metho- dological approach as a potent tool for illness behavior studies Key words: surgery; psychological consequences; behavioral medicine; itiness behavior; verbal behavior; direct observation and measurement of behavior, 1. Enderego para correspondéneia: e-mail do autor: umuarama@funrei.br Roosevelt R. Starling Desenvolvida primeiramente como uma ferramenta para pesquisas etolégicas, obser- vagbes diretas e medidas do comportamento (ODMC) mostraram-se um instrumento igual- mente util para a investigago do comporta- mento humano, Entre as suas caracteristicas distintivas, a ODMC pede um minimo de pressupostos tedricos e produz resultados firmemente baseados em dados empiricos Investigagdes do comportamento dos organis- mos no seu ambiente natural, ou naquelas onde métodos niio-invasivos so recomendados, sf0 as mais indicadas para um estudo através da ODMC. (Altmann, 1965; Hutt & Hutt, 1970) Taxonomias derivadas da ODMC sao mais primitivas do que aquelas determinadas através da aplicagio de conceitos teéricos mas, de um ponto de vista metodologico, tem sido considerado ‘itil estabelecer primeiramente uma distingdo, através de taxonomias mais simples, antes de tentar uma resolugio maior, uma ordenagéic , através de proposigdes teori- camente orientadas (Beangrand, 1988). comportamento verbal tem sido est dado através das mais variadas abordagens, desde estudos attisticos e religiosos até aborda- gens mais rigorosas. Por outro lado, sfo claras as vantagens em estudarmos 0 comportamento verbal como sendo equivalente a qualquer outro ndat, pedir um favor, solugar etc, Nessa concepso, é um objeto vilide comportamento, tal como: de investigagao para o cientista do comporta- mento e, mais ainda nesse estudo, porque 0 comportamento verbal ¢ 0 comportamento de maior freqd mado, © comportamento gestual € aqui consi- derado como comportamento verbal, a0 qual & incia e visibilidade no paciente aca- funcionalmente andlogo e ao qual pode set comparado numa andlise pontual (Skinner, 1957; Mateo & Krezischek, 1992) Dados originados de varios estudos indicam, repetida e consistentemente, que 108 terapia cirtirgica é uma fonte de perturbacdo psicolégica (Johnston, 1986; Tune & Folstein, 1986; Gabriel, 1986; Goin & Goin, 1986; Holland & Jacobs, 1986; Heller & Cornfield, 1986; Ryan & Dennerstein, 1986). Além do estresse causado pela anestesia ¢ pelos proce- dimentos cirirgicos em si mesmos, existem evidéncias de que a cirurgia pode também resultar em estresse psicolégico (Corenblum & Taylor, 1981). Johnston (1986) lista 12 estudos real zados com o objetivo de verificar possiveis relagdes entre estados emocionais pré rirgicos € a recuperag4o pés-cirdrgica, Nove desses 12 estudos mostram relagdes significa tivas entre 0 medo (da cirurgia), depressao ¢ ansiedade pré-operatoria, medidos no pré- cirirgico, eo tempo de recuperagao, o consumo de medicamentos, a dor € 0 incémodo [distress] pés-operatério, medidos no pés-cirtirgico, Numa reviso da literatura sobre possi- veis conseqiléncias psicolégicas da cirurgia (post-operative), indexadas na Med-line no periodo de 1987-1992, encontramos que as cirurgias neurolégicas, cardiacas e urolégicas,a terapia cinirgica para os desenvolvimentos neoplasicos, a dor e as complicagdes cirtirgicas foram as areas prioritérias para as pesquisas. Seqlielas neuropsicolégicas, perturbagdes psicolégicas e medidas de qualidade de vida, nessa ordem, foram as principais varidveis psicolégicas consideradas. Medidas psicomé- tricas, entrevistas clinicas e questiondrios foram 60s instrumentos utilizados com maior frequén- cia. (Hughson ¢ col., 1988; Gillingham, 1988; Erikson, 1988; Tromp, Staal & Kalma, 1989; Richardson, 1989, Schindles e col, 1989; Petrie, 1989; Fallowfield e col., 1990; Winefielde col., 1990; Phipps, 1991; Tiefer, Moss & Mel- mam, 1991; Walmsley, Brockopp & Brockopp, 1992). Estudos sobre a enfermidade (“psicolo- gia do doente”) podem também ser considera- dos relevantes pata esse tépica, Nessa area, a maioria das investigagdes tém sido conduzidas Observacdo direta € medidas do comportamento verbal nas investigacdes. para verificar hipdteses originadas de propo- sigdes tedricas, variando dos tradicionais estu- dos pscodinamicos tis abordagens cognitivistas (Mechanic, 1985), Nao encontramos estudos baseados em ODMC na literatura revisada. Método Seis mulheres (idade 35,5 + 6,5 anos) e quatro homens (42,5 + 8,7 anos) tiveram 0 seu comportamento verbal diretamente observado através de um aparetho eletrnico especial- mente projetado para uma observacao direta ¢ néo-invasiva das suas verbalizagdes. Os dados foram coletados na Clinica Cinirgica de um hospital geral de porte médio (150 leitos) em So Joao del-Rei, MG, uma cidade de aproximadamente 80.000 habitantes. Todos os pacientes procederam dessa cidade ou de cidades imediatamente vizinhas, para as quais Sio Joo del-Rei € 0 polo para servigos de satide. Os dados demograficos e médicos desses pacientes estdo apresentados na tabela 1 Tabela 1. Dados demograticos e médicos dos sujeitos (Pacientes Pés-cirirgicos = PPC) Gus [ans ES | pode cna, A ifitase [56 [tasodo [Prestatectonia_[ Noa | tga O2M| Mase | 47 | Casado_|Gaswectomia | Positive | Positivo 30H] Nase [63 [Someta [Prosttectonia_| ogativo|Pasitvo alate so |asado [POM | Sea | Psa OF {fem [30 | Casada | Colicstectomia | Positive | Negativa O2F | Fem 44 | Casada_| Gastrectomia | Negativa | Negative elfen [37 [taseds [totistecoia [ayaa [aogatio uaF fem [30 |Soteira [Wistretonia [Neato | Negative Histetonia W5F|Fon {47 | tasada | + colpaparine| Positive | Positive plasia ee fen [49 [tasate [hsterectoia [Posie | Poitva 109 Depois de varias tentativas fracassadas, foram construidos microtransmissores de FM (Gieqiiéncia modulada) que puderam ser inse- ridos num tubo plistico de PVC, sendo esta estrutura afixada num tripé hospitalar do tipo usado para pendurar soro ¢ outros equipa- ‘mentos hospitalares padro, Esses microtrans- missores enviavam seus sinais (as vocalizagdes do paciente) para um rédio receptor instalado numa cabina mével, onde eram gravados em fita magnética e, a0 mesmo tempo, registrados cursivamente (registros redundantes), As enfermarias da clinica cirirgica no hospital tinham uma média de seis leitos cada. Um conjunto microtransmissor e cinco simu- actos eram instalados 4 cabeceira de cada um dos leitos duas semanas antes do inicio da investigagao, de forma que os pacientes recém- chegados encontrassem 0 equipamento de observagao ja inclufdo e mesclado com os demais equipamentos hospitalares padrao. Rotinas didrias de “medi cidas como um pretexto para ligar'e desligar 0 Conjunto transmissor e uma estéria de cobertura foi projetada para, quando necessério, explicar © equipamento e as “medidas” Quando da alta hospitalar, cada paciente * foram estabele- observado recebia uma explicagio completa sobre a pesquisa, tinha acesso completo ao registro das suas verbalizagdes e solicitévamos a sua permissio formal para incluir os dados na pesquisa Como sujeitos, foram considerados somente pacientes submetidos a cirurgias que demandassem um minimo de 72 horas de inter- nagdo pb: geral. Para evitar as complexidades adicionais de trabalhar com diferentes faixas etdrias, somente pacientes adultos, entre 21 ¢ 65 anos foram considerados. Os sujeitos que atenderam lirgica e que recebessem anestesia a esses ctitétios foram selecionados em suces- so temporal simples, por ordem de internacao. Roosevelt R. Starling As verbalizagdes dos sujeitos foram registradas durante seis horas por dia: duas horas pela manha, duas horas pela tarde e duas horas & noite. Cada sujeito foi observado durante trés dias consecutivos (daqui por diante denominados Dia 1, Dia 2 ¢ Dia 3) a contar do dia da intervengio ciriirgica (Dia 1), perfazendo portanto um total de 18 horas de verbalizagdes registradas para cada paciente. Para a tomada dos registros, cada periodo observacional consistia de duas horas de registros continuos, com um intervalo de 15 minutos entre elas para. descanso do observador. Antes dos registros, cada auxiliar de pesquisa cra treinado para identificar com 100% de acerto a “voz” do sujeito, distinguin- do-a das dos seus companheiros de enfermaria através de registros gravados de voz de cada um deles, comparados posteriormente a observagao visual/ auditiva das verbalizagdes anotadas por uum outro observador, dentro da enfermeria. Para cada periodo de observagio, tinha- se registros cursivos das verbalizagées ¢ gravados em fita magnética, A cada dia, 0 pesquisador comparava uma amostta das verba- lizagdes registradas em fita magnética (20% do tempo total gravado) com os registros cursivos para 0 mesmo intervalo, O material registrado foi aceito somente quando comprovada a fidelidade entre os dois registros. Uma vez aceitos, a totalidade dos conteiidos verbais registrados no periodo foi incluida no estudo. Um dos tratamentos clissicos desse tipo de dados consiste em organizé-los num catélogo de comportamentos ou um catdlogo de cate- gorias”, Os episddios verbais podem ser sepa- rados por seus subtemas ou conteridos e esses contetidos organizados em categorias ¢ subca- tegorias, Essas categorias ¢ subcategorias sto 2, Paraos procedimentos detalhados paraa confeectio deum catdlogo de obtidas através de sucessivos exames do mate- rial registrado. Cada categoria e subcategoria sfo entdo definidas operacionalmente de forma a assegurar que determinados contetidos pos- sam ser inclufdos somente em cada uma delas, com a exclusdo de qualquer outra, Seguindo esses procedimentos, organizamos um Catélogo de Comportamento Verbal (apresentado integralmente no item “Resultados”, abaixo) contendo trés categorias técniicas (acrescido de mais uma categoria residual, “Outras") © 24 subcategorias. Nesse estudo, os contetidos ver- bais foram considerados como subcategorias ¢ as unidades teméticas que agregavam essas subcategorias denominadas categorias. Em estudos onde o episédio verbal € a varidvel observada, stlo comuns contetides que podem ser considerados em mais de uma subcategoria. Para minimizar esse problema, as categorias e subcategorias foram organizadas numa hierarquia descendente, na ordem em que estilo apresentadas no Catalogo. Dessa maneira, um dado conteiido verbal foi incluido na categoria hierirquica mais alta que pudesse conter a maior parte do seu contetido. Nao obstante, e com 0 objetivo de reduzir um possivel viés do pesquisador que pudesse levielo a favorecer categorias de maior inte- resse para a investigagdo, sempre ¢ quando o contetido apresentou uma reconhecida ambi- gllidade, a categorizagao foi feita na categoria hierérquica mais baixa que pudesse conté-lo Uma vez estabelecido um catéilogo preliminar, 0 pesquisador classificou, sozinho, 20% dos contefidos verbais, organizando-os nas categorias e subcategorias propostas. Para verificar 2 objetividade e exclusividade das categorias e subcategorias, estes contedidos verbais foram entio submetidos a dois juizes somportamentos bem como definigdes e operacionalizagdes de unidades de observagdo, remetemos o leitor & Starling (1995), onde pode também ser encontrada a indicago de uma extensa bibliografia sobre o assunto. Observacao direta e medidas do comportamento verbal nas investigacées. independentes, aos quais pediu-se procedessem a classificagio dos mesmos conteiidos de acordo com as definigdes apresentadas no Cs das subcategorias propostas, no que se refere & tilogo. Esta fase implica na eritiea externa objetividade, precisio e carter excludente das suas definigées. Esta técnica tem por medida um indice de concordéncia. Conforme uso indicado pela literatura, o valor de corte desse indice para a aceitagdo ou rejeigao do eatélogo foi fixado em 85,0%, Valores abaixo deste nimero implicaram na revisio do catdlogo, reformulagdo de subcategorias que se mostra- ram ambiguas e na apresentagio da nova verso a dois novos juizes, que néo haviam sido expostos as versies anteriores. O catilogo foi considerado adequado e o pesquisador propriamente treinado quando o indice de concordancia entre os juizes e pesquisador atingiu 0 valor de 86,9%. A partir dai, o pesquisador procedeu, sozinho, classificagao do restante do material. Resultados Catalogo do comportamento verbal do PPC (com exemplos de contetidos classificados) A versio final do catilogo tem wés categorias técnicas (mais uma categoria residual “outras”) ¢ 24 subcategorias, redigida como se segue: Episédio elinico do pés-cirdrgico (E) Compreende as seguintes subcategorias: Estado fisico (El): a verbalizagio do PPC relata alteragdes no seu funcion mento biolégico, bem como dividas, preocupagées de seqiielas ou beneficios. e/ou antecipa + Nao pode nem por a mao. * Té com a boca seca. M1 Alta hospitalar (E2): a verbalizagao do PPC relata referentes 4 alta hospitalar + Fiquei to emocionada de ir embora que nem falei da tosse, widas sjo, expectativas ou * Té doida p'ré chegar em casa. Estado psicolégico (E3): a verbalizagio do PPC relata estados emocionais e suas vatiagdes bem como diividas, preocupacdes e/ou antecipagao destes estados, * Vim trangiiila, mas da um nervoso por dentro, + [Sentindo frio%] Nao, é medo mesmo! Medicago (E4): a verbalizagio do PPC relata a demanda, recusa ou a apreciagdo de efeitos positivos ou negativos de medica- mentos. * Posso tomar uma injegdo agora? + Dé uma vontade de desligar 0 soro. Dor (BS): a verbalizagao do PPC relata a presenga, auséncia ou quaisquer variagdes da dor bem como diividas, preocupagdes e/ou antecipagao de dor, incluindo a vocalizagao de indicadores paralingtiisticos expressivos da dor (i, di ete.) * Té doendo muito! + Ai, ai, Ah! Jesus! Relagdes com o médico (E6): a verba- lizagdo do PPC relata a demanda, recusa elou dividas ou expectativas de agZo médica, quando formuladas diretamente aquele profissional. * Ainda vai ficar com o soro muito tempo? * Quando vou tirar 0 curative? Episédio cirtirgico (ET): a verbalizagao do PPC relata dados histéticos positivos ou negativos do episédio cirirgico, bem como dlividas, indagagdes e/ou afirmagoes sobre este episédio. Roosevelt R. Starling * Depois que a gente opera, sente um frio danado. + No dia que operei no dei noticia de nada o dia inteiro, Historia clinica (E8 PPC relata dados histéricos positivos ou verbalizagao do negativos de sua saiide anterior ao ato cirtrgico incluindo contetidos referentes a crengas pessoais ¢ filosofia de vida no que diz respeito a0 bindmio satide/doenga * Tive célica uma vez, ai fiz exame, fiz ultra-som, ¢ dew, + Eu falo que a doenga p'ré chegar tem facilidade, mas p’ra sair Profissionais (E9): a verbalizagtio do PPC relata apreciagdes positives ou negativas sobre as pessoas dos profissionais de saiide, incluindo 0 pesquisador e auxiliares. * A outra enfermeira é mais boazinha. © Dizem que o Dr. X é bom. Enfermagem (E10): a verbalizagio do PPC relata a demanda, a recusa, dividas e/ou a antecipagdo de quaisquer efeitos positives ou negatives dos procedimentos de enfermagem, aplicados ao proprio PPC ou a outros PPC presentes, excluindo atos praticados por enfermeiros(as) que no sejam especificos de sua profissio. + Quero mudar de posigiio. © Precisa ser na veia ? (Injegio) Atendimento hospitalar (E11); a verbali- zago do PPC relata a demanda, a recusa e/ou a apreciagdo positiva ou negativa do atendimento hospitalar, considerados como tais 08 aspectos quantitativos e qualitativos dos procedimentos burocraticos, dos servigos de hospedagem, do mobiliério hospitalar e dos servigos paracl nicos (exames, fisioterapia etc.). + Essa cama é ruim, + Tem ch? Entilo eu vou querer cha! Ambiente hospitalar (E12): a verbali- zagio do PPC relata a apreciagio positiva ou negativa do estado c/ou eventos presentes no ambiente hospitalar bem como quaisquer alteragées neste ambiente, excluindo as conti- das na subcategoria Atendimento Hospitalar. + 14 passou trés ali, p'ra ir operar. + As enfermeira andam o dia inteiro, né? Nio sei como elas agiientam! Variéveis psicossociais (E13): a verba- lizagao do PPC relata a apreciagtio positiva ou negativa de seu funcionamento social, sexual, ‘ocupacional ¢ de lazer bem como diividas, preocupagées e/ou antecipacdo de seqiielas ou beneficios, sempre que explicitamente ligadas a0 episédio cirirgico, * Quem é que vai me querer assim? » Ah! Nao sei se vou dar conta de mais de uma, no. Relagoes sociais (R) Compreende as seguintes subcategorias: Informagaes (RI): @ verbalizagio do PPCrrelata a demanda ou oferecimento de infor- mages excluindo as contidas nas subcategorias da categoria Episddio Clinico do Pés-cirirgico. + Almogo € 11 horas. * De onde a senhora ¢? Ajudla (R2): a verbalizagao do PPCrelata a demanda, recusa e/ou o oferecimento de ajuda, excluindo as contidas nas subcategorias da categoria Episédio Clinico do Pés-cirirgico © Quer que ajuda a senhora a arrumar a “comadre”? + Levanta a cama um pouquinho. Amenidades sociais (R3): a verbalizagio do PPC relata cumprimentos e/ou conteidos sociais corriqueiros. Observacio direta € medidas do comportamento verbal nas investigago« * Vai com Deus “océ tamém” * Calor hoje, né? Afeto (R4): a verbalizagao do PPC rela- ta a demanda, a oferta e/ou a verbalizagao de sentimentos, bem como expressdes de agrado ou desagrado referentes a pessoas ou coisas, excluindo as contidas nas subcategorias da categoria Episédio Clinico do Pés-ciringico. * Coitada! Té sofrendo tanto .... + Oia! Bonita! Terceiros (R5): a verbalizagio do PPC relata apreciagbes positivas ou negativas sobre terceiros, excluindo as contidas nas subcate- gorias da categoria Episédio Clinico do Pés- cinirgico, + Esse rapaz tem jeito de crente. + Aquele cara é assim mesmo. Vida cotidiana (V): Compreendeas seguintes subcategorias: Trabatho (V1): a verbalizagio do PPC relata contetidos referentes a sua vida ocupacio- nal, excluindo as contidas nas subcategorias da categoria Episédio Clinico do Pés-cinirgico. + Lia gente trabalha é na roga, sem luz. * Eu gosto de cuidé dos bicho. Familia (V2): a verbalizagao do PPC relata contetidos referentes & sua familia (cénjuge, filhos, parentes de primeiro grau), excluindo as contidas na subcategoria Afeto. + Tenho uma filhinha linda, + Meumarido vem aqui todo dia, me ver Grupo social (V3): a verbalizagtio do PPC relata conteiidos referentes ao seu grupo social imediato, excluindo as contidas na subca- tegoria Afeto. * Minha vizinha € que trouxe. + Ela é minha colega. U3 Situagéo econémico-financeira (V4). a verbalizagdo do PPC relata contetidos referen- tes A sua situagdo econdmico-financeira * Tenho que voltar ao trabalho. * Logo agora que a gente téva sem dinheiro Filosofia de vida (V5): a verbalizagio do PPC relata conteiidos referentes a crengas pessoais ¢ filosofia de vida, exeluido as conti- das nas subcategorias da categoria Episédio Clinico do Pés-cirtirgico. * Vocé reza p'raN. S. do Carmo, p'ra ela te ajuda. + Cargueja é bom para 0 cabelo. Passatempos (V6): a verbalizagio do PPC relata conteiidos referentes a passatempos (hobbies) elou temas de interesse pessoal (esportes, filmes, politica, vida social etc.) + Eu gostomesmo é de ficar passeando, 16 + CE viuo capitulo de ontem? {da novela}. Descrigdes quantitativas dos resultados Figura 1. Total geral (%) dos contetidos verbais por categorias, Sob cada uma dessas categorias — e sub- categorias ~ um total de 763 contetidos foram registrados nas 180 horas de observagdo, agru- pados pela manha, tarde e noite dos Dias 1,2€3 (tabela 2), Foram registrados uma média de 30,5 contetidos por dia para cada paciente, embora com uma grande variabilidade (Desvio Padro = 34,5). Roosevelt R. Starting Tabela 2. Totalizagto da freqléncia absoluta das verbalizacdes por PPC nas subcategorias. (ordenada: PPC; abscissa: subcategorias) ale] 6] eo] e5] ta] er] ea] ea] evel enfin en mi] a2] wa] we nel vi] ve] va] ww] vs] we] of tool] ecm {at at sf af ole Pafotati fst sf ol ol if of eff a] of ss [a3 vrcwnel 3 of of of asl of 0 water tol stipe ofall of ele] of a [ss] rue] 7{s[ af sl elite tatotat al et alot af el ofa ef at oss recosel 5] af af 7) wl ele veel ofil apa eof af aol ofa] Pies | iar recast a[ 2[ of ef 2[ al 2 af ataf ef apap ay of efit ef aty 7a | 102 vocusn) 2( 0 0) of s| ol a rifaleti (ef atifolof ef af ela safe eral of zt a] 2] a] 2[ a aiatitalifisl et et efits oot of af reels econ! sit ol 3 [a3] of a ofofalefolatolat iat ofl ol af 2 [19 fis voc 3 | rf of of {oft ofafat stat if ol ol ol ef of atoll ela] a www 13] 3] ula [ | of af ef efit sf asl of sf of af of ofa] [| ros] as tota_[78 26]_2[ anf va a sil v7| zu sal asl zal 2 [aoe anf ve] zz] va] a ve] 2] 2 |e] 2] cel eo [onal 34 wa] 2a] 16M 04] 6.3] 22f zal 7] 33] s7[ afro saL rad 2] 1.) os] 21] 0] o3[ 10] 03{ 29] ron Dos 763 contetidos, 450 (59%) foram incluidos na categoria Episédio Clinico Pos-cirtirgico, 257 (33,7%) na categoria Relagdes Sociais, 34 (4,5%) na categoria Vida Diéria e 22 (2,9%) na categoria residual Outras (figura 1). Os dados podem ser distribuidos para evidenciar a variagdo do niimero de contetidos verbais incluidos em cada categoria, a0 longo dos dias de observagiio. No Dia 1 foram registrados 19,8% do total de contetidos verbais registrados. Nesse dia, 77,0% dos conteiidos foram clasificados na categoria Episédio Clinico Pés-cirurgico (E), 19,2% na categoria Relagdes Sociais (R) ¢ 3,7% na categoria Outros (0). O Dia 2 registra 316 conteiidos verbais, correspondendo a41,4% do total geral, dos quais 54,1% foram registrados na categoria Episédio Clinico Pés-cirirgico (E), 37,7% em Relagdes Sociais (R ) , 4.4% na Categoria Vida Didria (V) © 3,8% em Outros (0). Jé 0 Dia 3 recebeu 38,7% dos registros totais ¢ nesse dia 52,2% dos contetidos verbais foram registrados no Episédio Clinico Pés-cirtirgico (E), 37,7% cm Relagdes Sociais (R ), 6,8% em Vida Didria (V) €3,4% em Outros (0). 4 ‘Tabela 3. Sudcategorias acima da média (total geral) ~ freqiléncias absoluta e relativa, . Freqincia’ | Feqiéncia Soheatgorias | Cod. | absolut | elatva Dor ew 0.185 tnfomagae | m_| 104 8 Estado Fisica EL gy 104 Tnidaes suis [8D Ti wit fnfamagen [0 | 54 i Finda wf a ss Cyst cig [EP a 0st Além dos agrupamentos maiores, por categorias, os resultados podem também ser apreciados em cinco agregados considerando- seas subcategorias: (1) total geral de conteiidos registrados em cada subcategoria; (2) total por subcategorias para os Dias 1,2 e 3; (3) total em cada subcategoria para pacientes femininos masculinos; (4) total em cada subeategoria para pacientes com outras doengas médicas compa- rado com os negativos para essa varidvel e (5) total em cada subcategoria para pacientes com exposigdo prévia & terapia cirirgica comparado aos negativos para essa varidvel. As sub-cate- gorias com ni neros de contetidos registrados cima da média estao aptesentados na tabela 3, | Observacdo direta ¢ medidas do comportamento verbal nas investigacoes... Z t wit Subcategorias Figura 2, Total (%) das verbalizagdes dos PPC por subcategorias na seqiléncia dos dias 1, 2¢ 3, Considerando as subcategorias (figura 2), vé-se ao longo dos trés dias uma constante queda dos contetidos verbais incluidos nas sub- categorias Dor (E5), Estado Fisico (El), Medi- cagdo (E4) ¢ Enfermagem (E10). Inversamente, as subeategorias Alta Hospitalar (E2), Profissionais (E9), Ambiente (E12), Amenidades Sociais (R3), Familia (V2) e Sentimentos (R4) mostram um crescimento continuo. Um desenvolvimento particular pode ser observado nas subcategorias Episddio Ciningico (£7), Servigos Hospitalares (E11), Informagdes (R1) ¢ Ajuda (R2), onde um niimero mais elevado foi registrado no Dia 2, seguido por uma queda no Dia 3. Como jé esclarecemos mais acima, além do pequeno numero de sujeitos, estes dados procedem de uma série temporal ndo-randé- mica. Desta forma, os dados comparativos entre 0s PPC masculinos € femininos esto aqui apresentadas somente para efeitos de explo- ago do potencial do método e do tratamento quantitativo adotado, na exploragio das vari veis comportamentais relacionadas & terapia cirirgica. Nao foram observadas diferengas quanti- tativas entre a distribuigtio dos contetidos ver- bais para pacientes masculinos ¢ femininos (figura 3). Pequenas diferengas podem ser observadas em algumas subcategorias ~ como em Estado Fisico (El) e Amenidades Sociais (R3), ambas maiores para os pacientes mascu- Tinos, HB 6 & Boo MB EOE EZ ER AE AS We WD WO WS Sabcategrias 3% Mules Ae Homens Figura 3. Perceniual comparado de contetidos verbais dos PPC masculinos e femininos por subcategorias. 15 Roosevelt R. Starling Considerando-se a percentagem de ‘contetidos verbais por categorias, 0s PPC Mas- culinos mostraram uma elevagao na categoria Relagdes Sociais (R) (37,8% masculinos, 30,6% femininos) e, para os PPC Femininos, nota-se a elevagZo na Categoria Vida Didria (5.1% femininos, 3,6% masculinos). A catego- tia Episédio Clinico Pés-Cirirgico conteve 60,9% dos contetidos verbais do pacientes femininos, contra 56,5% para os masculinos, ‘Considerando a variavel “outras doengas médicas”, diferengas podem ser notadas em virias subcategorias (figura 4). As diferengas mais notaveis podem ser vistas nas subcate- gorias Enfermagem (E10) - 4,1% para os Positivos contra 9,2% para os negativos—Ame- hnidades Sociais (R3), 12,9% para os Positivos contra 7,9% para os negativos ena subeategoria Familia (V2) ~ 3.1% para os Positivos contra 1,3% para os Negativos. ‘0 “it = MOT gs eg ate tet gta HHH BH HH BM MAES MM A A ee OO Suateoris © ‘Seqiincia 1 -& Sepiéncia 2 Figura 4, Percentual de conteidos verbais por subeategorias ~ PPC Positives (Seqiéncia 1) ‘e Negativos (Seqiiéncia 2) para outras doengas médicas. Em um questionério utilizado para entre- vistar os PPC ao fim do periodo de observagio, perguntou-se sobre a presenga (Positives) ou auséncia (Negativos) de outras doengas médicas maiores além daquela que motivou a operacdo e, também, se a presente cirurgia seria a primeira experiéncia (Negativos) ou se ja haviam sido submetidos & terapia cirirgica (Positives), A fonte primaria destes dados esta apresentada na tabela 1 Quando consideramos a varivel “expe rigneias cirirgicas prévias” (figura 5), as dife- rengas mais notiveis padem ser observadas nas subcategorias Enfermagem (E10) ~ 4,3% para 05 Positivos contra 8,4% para os Negativos, Amenidades Sociais (R3), onde temos 7.1% para 05 Positivos contra 11,4% para os nega- tivos e Familia (V2) — 4,3% para os Positivos contra 1,0% para os Negativos. Heeb & & oo fa 0 EN E12 E13 RT ‘Subcategorias > Seqiincia t -S Seyiéncia2 AQ AY A RB WT Figura 5. Percentual de conteidos verbais por subcategorias ~ PPC Positives (Seqiéneia 1) Negativos (Seq{léncia 2) para exposigdo prévia a outra(s) cirurgia(s). 116 Discussfo e conclusies Conforme jé dissemos na introdugiio deste trabalho, estudos e investigagdes nao- invasivas de pacientes cirtirgicos baseados em ODMC nao sdo comuns. Considerando 0 cardter eminentemente empitico desse método de investigagio e a sua importéneia como fonte priméria para a classificagzo dos fendmenos, parece-nos de todo conveniente desenvolvermos uma apresentagio mais detalhada dos nossos resultados. Para esse fim, apresentamos a seguir algumas anilises tenta- tivas dos resultados obtidos e, onde possivel, um cotejo dessas andlises com resultados obtidos em pesquisas de outras orientagées. Estudando traumas na medula espinhal, Trieschmann (1986) prop6s um modelo no qual o melhor manejo clinico do paciente na fase aguda, deveria considerar principalmente as variéveis orgdnicas, com alguma atenglo as varidveis psicolégicas basicas, tais quais a presenga ou auséncia de depressio, de ansie- dade e de raiva. A autora afirma que variaveis psicolégicas mais complexas assumiriam maior relevancia durante a fase de recuperacio, tais como as estratégias de enfrentamento do paciente, habitos, auto-estima e outras variaveis de natureza ambiental. Nossos resultados sto compativeis com a proposi¢ao daquiela autora. Considerando-s como uma fase aguda e examinando-se os ¢ a fase pés-cirirgica imediata resultados perfodo a periodo, vemos que os contetidos verbais registrados na manha do Dia 1 foram quase totalmente incluidos na categoria Episédio Clinieo Pés-Cirtirgico (mais de 80%) e mais da metade desses incluiram-se na subcategoria Dor (E5). A maioria dos contet- dos verbais registrados consistiram de indices paralingtiisticos de dor (Ai, vi, ahh ete.) A tarde do Dia 2 foi o primeiro periodo onde ontimero de contetidos verbais registrados na categoria Relagdes Sociais (R) ultrapassou a7 direta e medidas do compartamento verbal nas investigagoes. aquelas registradas nos Episédio Clinico Pés- cirtirgico e somente na tarde do Dia 3 a cate- goria Vida Didria mostrou registros acima da média em algumas subcategorias. Subcatego- rias que incluiam respostas aos estimulos ambientais distais somente mostraram némeros superiores a média a partir da tarde do Dia2ena manha do Dia 3, respectivamente, Servigos Hospitalares (E11) ¢ Ambiente Hospitalar (E12). Esses resultados sugerem que a fre- lléncia de respostas aos estimulos psicol6gicos, psicossociais e ambientais, aumenta vagarosa- mente depois da cirurgia e que intervengdes psicolégicas ou psicossociais poderiam ser programadas para otimizar a probabilidade de respostes. Se confirmados esses resultados, 0 Dia 2 se vvengées psicolégicas e/ou psicossociais e o Dia ia 0 mon nto para o inicio de inter- 3 para manejos ambientais distais. Nossos resultados alinham-se parcial- mente com os achados de Carr (1990) de que a dor pés-cintirgica é uma varidvel critica no pés- operatério. Nao obstante, esse autor encontrou que as manhis e as tardes so os periodos em que a dor & maior. Nossos dados divergem desses achados. A evolugio da subcategoria Dor (E5) no nosso estudo pode ser vista na tabela 4, A manha do Dia 1 no foi considerada porque a ago quimica da analgesia e anestesia poderiam mascarar os resultados. ‘Tabela 4. Registros (%) por periodos na subea- tegoria Dor (ES) na seqiiéncia dos dia 1,2€3 i Mab (i) [Tarde (te) [Mite () Tat 57 ma Tia ia 103 163 tia Bl 1s if Jé foi demonstrado que a dor pode ser fortemente influenciada pelas varidveis psico- logicas (Feinmann ¢ col., 1987; Winefield Roosevelt R, Starling col., 1990; Boeke, 1991). Assim sendo, éimpor- tante saber que, nos hospitais brasileiros, as tardes sto os periodos onde tradicionalmente se permitem visitas e, naquele contexto, os esti- mulos sociais poderiam competir eficazmente com os estimulos proprioceptivos de dor, pre- dominando na colagem de estimulos (Bald\vin & Baldwin, 1986). Muito embora estimulos sociais de visitantes estejam também presentes na tarde do Die 3, este periodo difere do mesmo periodo do Dia 2 em um importante fator:a tarde do Dia 2 ¢ presumnidamente o primeiro periodo no qual os PPC estio capacitados a responder a estimulagao psicossocial em conjungio com a presenga desses estimulos. No Dia 1 0s contet- dos verbais do PPC esto focados nas variéveis do Episédio Clinico Pés-cirirgico e, como jé sugerimos, ele/ela poderia responder mais prontamente aos estimulos diretamente origina- dos pela intervengao cintirgica propriamente dita. Em 103 pacientes submetidos & cirurgia ‘buco-maxilar sob anestesia geral, Feinmann e col. (1987) no encontraram diferengas entre pacientes masculinose femininos com relagzoa duas variéveis: dor e consumo de analgésicos. Como demonstra a figura 3, nossos dados também esto alinhados com os achados deste estudo: no que concerne & dor (E5), néio encon- tramos diferenga entre os sujeitos masculinos € femininos quanto ao nimero de contetidos verbais incluidos nesta subcategoria, 0 episédio cirtirgico, considerado como um todo e nas suas implicagdes bioldgicas, psicolégicas e sociais, indica ser o principal contetido das verbalizagdes do PPC. Contetidos verbais referentes as relagdes sociais e vida pessoal sé emergem gradualmente, mantendo ‘uma relagao inversa com conteiidos provavel- mente sob controle de variiveis organicas, em especial a dor. Tomando a freqéncia absoluta dos registros por categoria, petiodo a perfodo, ‘encontramos as seguintes relagdes (Pearson): 118 + entre as categorias Episédio Clinico Pés-ciriingico € Relagdes Sociais: r 0,148; + entre Episédio Clinico Pés-cirirgico ¢ Vida Cotidiana: r= - 0,469; * entre Relagdes Sociais e Vida Cotidia- na: t= + 0,274, A dor indica ser o estimulo que maior controle exerce no comportamento verbal do PPC. As relagdes entre a subcategoria Dot (E5) eas categorias Relagdes Sociais ¢ Vida Diiria é elucidativa. Relacionando a fieqiiéncia abso- uta de registros na subcategoria Dor (ES), periodo a periodo, com a categoria Relagdes Sociais, encontramos uma relagao (Pearson) de 1= = 0,492. A mesma relagdo entre Dor (E5) ¢ Vida Cotidiana apresentou um r= - 0,611. A magnitude dessas relagdes negativas indicam que 0 manejo otimizado da dor pés-ciriirgica pode ser um fator decisivo na reinstalagio do comportamento social e pessoal do PPC. O restabelecimento de respostas & estimulagdio social permite a entrada em aco dos efeitos terapéuticos das interagdes sociais e estabelece a possibilidade de manejos psicoldgicos ¢ psicossociais, Nesse estudo, a vida pessoal do PPC, is sob controle de estimulos préprios da sua historia pessoal vale dizer, suas respostas verb esti representada na emisso de conteiidos verbai primério, sua vida ocupacional e seus “valores” referentes & sua familia, seu grupo pessoais, como definidos na categoria Vida Cotidiana e suas subcategorias, A relevancia do restabelecimento dessas respostas para recuperagao plena das pessoas enfermadas em geral e para o PPC, em particular, é de aceitagaio comum € cremos ndo necessitar maiores elaboragdes. Igualmente relevante € a recu- peragio das suas respostas aos estimulos ambientais mais distais Observacdo direta € medidas do comportamento verbal nas investigacoes. Considerando a categoria Episédio Cli- nico Pés-cirdirgico em si mesmo, as subcatego- rias Estado Fisico (E1), Dor (E5)¢ Enfermagem (E10) mostraram-se acima da média em quase todos os periodos de observagtio. Tomandoa fre- qiiéncia absoluta destas subcategorias, periodo a periodo, encontramos as relagdes mostradas na tabela 5. Tabela 5, Relagdes (Pearson) entre a freqiiéneia absoluta das subcategorias Estado Fisica (E1), Dor (ES) e Enfermagem (E10), periodo a periodo. Dor (5) stad Fico (1) = 026 Dor (5 Enfermagen (10) r= +029 0 (E) | Enfermagem (E10) [r= + 0.692 negativos para estas variaveis? As tabelas 6 e 7 mostram o percentual registrado nas subcate- gorias Estado Fisico (E1), Dor (ES) ¢ Enferma- gem (E10), para os agregados de PPC Positivos © Negativos. Exceto para Dor (ES), encontra- ‘mos nessas subcategorias valores consistente- ‘mente menores para os pacientes Positivos, tanto para aqueles com experiéncia cirtirgica anterior como para os portadores de outras doengas médicas. Tabela 6. Conteiidos verbais (%) registrados nas subcategorias Estado Fisico (E), Enfermagem (E10) ¢ Dor (ES) para PPC Positivos e Negativos para outras cirurgias. Esses resultados indicam que os esti- mulos implicitos nos contetidos verbais regis- trados sob a subcategoria Estado Fisico (El) podem ser um importante fator na solicitagao de servigos de enfermagem. A dor seria um componente secundario nessa solicitagdo. Essa indicagio é fortalecida pela auséneia de uma relagdo aprecidvel entre Estado Fisico (E1) Dor (E5). ‘Um exame dos contetidos verbais subca- tegorizados em Estado Fisico (E1) (veja-se 0 catilogo, p. 6), sugere que esses episédios verbais do PPC possam estar sob controle do valor temporariamente aumentado dos estimulos que estabelecem a discriminagao de alteragdes no seu funcionamento fisiolégico, em conjunto com respondentes emocionais ¢ processos verbais desadaptativos eliciados nestas contingéncias (McHugh & Vallis, 1985), Pacientes com prévia exposigdo as contingéncias da enfermidade, ou seja, aqueles com experiéncia prévia em terapias cirirgicas c/ou pacientes portadores de outras doencas médicas maiores, além da tratada cirurgica- mente, apresentariam dados diferentes dos PPC 119 Estado Fisica | Enfermagem | Dor (€5) ey | (0m)-% % Pasiins a 43 m0 Negatins [12.0 a 167 Tabela 7. Conteiidos verbais (%) registrados nas subcategorias Estado Fisico (El), Enfermagem (E10) ¢ Dor (5) para PPC Positivos e Negativos coutras doencas. Estado isco | faformagen | — Dor(E8) ee % tosis | 85 a ag Negatives a2 182 Esses resultados sugerem que esses pacientes respondem diferencialmente aos estimulos dessa situagio, Uma hipétese plausivel para exame posterior é a de que, para os Positivos epela habituagdo, osestimulos interos e externos da situago de “doente” exergam menos controle e/ou eliciem respondentes emocionais menos aversivos ¢/ou processos verbais menos desadaptativos, Estamos, no momento, desenhando uma pesquisa para verificar esta hipétese, Roosevelt R. Starling Seguindo a diregao que essa hipstese indica, poderia ser possivel um melhor controle da solicitag#o de servigos de enfermagem através de agdes preventivas no pré-operatério, seguidas de um criterioso manejo pés-cirdr- gico. Como exemplos de agdes preventivas potencialmente eficazes, citamos a inoculaglo de estresse, 0 treinamento para a discriminagao de respostas fisiolégicas normais ¢ alteradas para a situagdo ¢ 0 manejo ambiental, do qual ‘um exemplo seria a incluso ot no dos pacien- tes em uma dada enfermaria de acordo com uma avaliagdo da estimulagao que ela poderia oferecer (se os outros pacientes lé presentes jt ento cinirgico, se tinham ou nao experiéncia prévia etc.) £ interessante notar que, embora a subcategoria Dor (ES) mantenha o mesmo valor para PPC Positivs e Negativos para outras doengas, verificamos uma pequena diferen- tinham ou nao recebido o tratam ciagdo quando comparamos, pata essa mesma subcategoria, os Positives ¢ Negativos para experiéncia cirirgica prévia (tabelas 6 e 7} Aqui, também, nossos dados alinham-se com os achados de Walmsley € col. (1992), de que experiéncias anteri scom a dor pés-cirirgica podem aumentar 2 “expectativa” de dor em intervengdes subsequentes (outras evidéncias sugerem que o conceito mentalista “expecta- tiva”, utilizado pelos autores, pode ser trocado com proveito pelo conceito de sensibilizagaio (ou sensitizagao), incomparavelmente mais sélido (Todorov, 1991; Sato, 1995), Nossos dados indicam diferengas entre 0s PPC que portavam um diagndstico positive para outras doengas além daquela sob trata- mento ciriitgico (Positives), quando compa- rados aos dados dos Negativos para essa variivel (figura 4 € tabela 7). Os Positivos solicitaram menos servigos de enfermagem, emitiram menos contetidos verbais referentes ao seu estado fisico, alta hospitalar, medicagao 120 ehistoria clinica, Por outro lado, estiveram mais, envolvidos na troca de informagdes e nas amenidades sociais. Os Pos verbalizaram mais conteiidos referentes & sua tivos também vida familiar. Dito de outra maneira, © comportamento verbal dos Positivos sugere um menor controle das variaveis consideradas na categoria Epi dio Clinico Pés-ciniirgico (exceto com relagio dot, ES) eas suas respostas & estimulagdo social € as varidveis da sua historia de vida (pessoal) foram mais freqiientes. Como ja consideramos anteriormente, esses resultados permite supor que esses pacientes desenvolveram melhores estratégias de enfrentamento (coping skills) e, se confirmada esta hipétese, nosso desafio seré discriminar as contingéncias que possam estar Geterminando esse fendmeno, para oferecer ‘uma melhor adaptagio aos Negativos. A andlise desse agregado indica também que a dor pos- cirtrgica é relativamente independente de outras variveis psicolégicas € psicossociais presentes no contexto pés-ciniirgico, 0 que a coloca a parte como um possivel tépico especial de investigagio. Examinando 0 agregado para PPC com experigncia prévia em terapias cirtirgicas (Positivos) em comparagaio com os Negativos para a mesma varidvel (figura 5) 0 guadro grosso modo, 0 mesmo apresentado para os Positivos e Negativos para outras doengas médicas, exceto quanto as subcategorias Dor (E5) e Familia (V2). Para essas, 08 Positives evidenciaram um ligeiro aumento no néimero de contetidos verbais incluidos em Dor (25) enos contetidos registrados sob Familia (V2). Como j& discutimos, experiéncias prévias com dor pés-cirtirgicas poderiam explicar esse resultado para a subcategoria Dor (E5) mas nao encon- tramos, na literatura consultada, hipéteses que pudessem explicar o resultado observado na subcategoria Famitia (V2), Observacao direta € medidas do comportamento verbal nas investigagoes... Resumindo as evidéncias ¢ discussdes até agora apresentadas, nossos resultados sugerem que pode existir um manejo otimizado do tempo para as intervengdes médicas, psico- logicas e ambientais (optimal timing). Uma vez que esta indicag&o pode ter importantes impli- cages clinicas, investigagoes mais extensivas ao longo dessa linha parecem-nos recomen- dadas. Esse estudo também mostrou-se alinhado com outras investigagdes sobre a dor pos-cirdir- gica, Além da importancia dessa variével em si mesma, as relagGes negativas observadas entre ela e as subcategorias registradas sob Relagdes Sociais e Vida Cotidiana dicam que um melhor controle da dor pés-cirtingica poderia ajudar o PPC a reassumir mais rapidamente 0 seu funcionamento social e pessoal, com claras vantagens para a sua recuperagao de vez que, na convalescenga, 0 comportamento do paciente, coisas que ele faz ou deixa de fazer, sto essen- ciais para a sua recuperagao (Trieschmann, 1986). Por suas conseqtiéncias imediatas € relevantes para o manejo técnico do PPC e da organizaga oportuno um estudo para confirmar a hipétese dos setvigos hospitalares, éde todo que levantamos para os nossos dados, no que se refere as variéveis que poderiam estar contro- lando a solicitagdo de servigos de enfermagem, Os dados obtidos sugerem que o epis6dio cirirgico poderia fimeionar como uma opera- do estabelecedora (Michael, 1982, Vollmer & Iwata, 1991; Northup e col, 1997) ativando o valor de reforcamento de certos estimulos. Por suas implicagdes tedricas e priticas, fica também indicada uma exploragao mais cui- dadosa desta proposigo. 121 Apesar do grande nimero de episédios verbais registrados, 0 pequeno niimero de sujeitos e a natureza nfo-aleatéria da selego dos sujeitos impede, como jé dissemos, a generalizagio dos resultados aqui obtidos limita fortemente as conclusdes que deles possam ser derivadas. As proprias categorias € subcategorias ¢ os conteiidos verbais relacio- nados no nosso catilogo precisam ser testados por uma operagio reversa, isto é, novos PPC, numa amostra maior e de selegio aleatéria, deveriam ter suas verbalizagBes registradas através das categorias propostas neste Catilogo € receber 0 mesmo tratamento quantitativo, Distribuigdes ¢ resultados similares viriam a confirmar a sua validade © corroborar as inferéncias apresentadas, O pressuposto de que os contetidos verbais registrados possam estar sob controle total ou parcial de estimulos particulares do episédio pés-cirirgico seré fortalecido se houver um grupo de controle (por exemplo, pacientes internados na clinica médica ou obstétrica), Na auséncia desse controle, nao ¢ possivel afirmar que o comportamento verbal observado nao estivesse sob controle de outras variveis, comuns a0 ambiente hospitalar, e/ou variéveis comuns também a outras terapias meédicas, Uma informagao mais detalhada do contexto especifico da ocorréncia de cada contetido verbal toraria possivel uma andlise dos estimulos antecedentes € conseqiientes — verbais ou no — que pudessem estar contro- lando a emissio de um dado conteido. Tal analise permitiria a determinagio de relagdes funcionais e, ages que dai derivassem, teriam um alcance e preciso aumentados. Por exem- plo, podemos indagar se os conteiidos verbais Roosevelt R. Starling que registramos variariam (¢ como variariam) caso 0 PPC estivesse interagindo com um outro PPC, ouum profissional de saiide, ou uma visita etc, Com essa informagao, estariamos em melhores condig6es para verificar que estimula~ gio cada um desses grupos propicia e como essa estimulagio poderia ser clinicamente manejada para adaptar-se melhor as necessidades do PPC. 5 dados primérios usados neste estudo foram registrados em cinco contextos diferenciados por interlocutores e uma anélise & partir desse enfoque poderd ser 0 tema de um préximo trabalho, Finalmente, uma anélise qualitativa dos conteidos verbais registrados poderia prover uma comparagio itil entre estas categorias empiticas e as categorias tedricas que preva- lecem na literatura desta area, Por todas as limitagdes acima expostas, temos bem presente que esse trabalho constitui uma investigagdo exploratéria, Como a maior parte dos trabalhos iniciais numa certa metodologia, pensamos que este estudo piloto mais proponha questdes do que oferega respostas. Nao obstante, noutra oportunidade jé haviamos feito notar as dificuldades ¢ riscos, qua manejos téenicos desenvolvidos num ambiente, para outro, cujas especificidades podem mudar significativamente as conseqtléncias de respostas modeladas sob outras contingéncias (Starling, 1999). Entendemos que, nesses ndo transferimos referenciais tedricos e/ou casos, é necessdria uma sélida fundamentagio através de dados empiricos para quaisquer agdes que possamos propor naquele nove ambiente. Um exemplo disso € a indicagio, sugerida por nossos dados, de que o PPC 122 poderia ser agredido no pés-operatério imediato por uma intervengao psicossocial bem-inten- cionada, respaldada pelo “saber comum” psico- logico, mas inadequada, porgue intempestiva. De uma maneira geral, temos insistido em que precisamos, com rapidez, obter mais € melhores dados sobre este periodo do episédio cirdrgico e sobre o ambiente hospitalar em geral para que possamos estar cientificamente habilitados a intervir na terapéutica do PPC e, a0 que valha, na do paciente hospitalizado em geral. Caso contrario, correremos sempre 0 riseo de, a0 fazermos aquilo que acreditamos jé saber, fazermos o inadequado, Com certeza esta é uma sugestio na vertente negativa, mas saber que nao fazer pode ser to importante quanto saber 0 que fazer. Outrossim, no que diz respeito a e metodolégica € ao tratamento original dos dados obtidos, este estudo indica que a ODMC, colha a classificagio dos dados assim obtidos num catilogo de comportamentos ¢ um tratamento quantitativo, podem constituir um conjunto técnico extremamente iitil para a descriglo classificagiio do comportamento do PPC ¢, por sua s6lida base empirica, indica poder ser esten- dida com proveito aos estudos das respostas psicol6gicas ao fenémeno da enfermidade, em geral, Esse método pode também, como ficou demonstrado, evidenciar relagaes significativas entre comportamentos e contingéncias particu- Jares daquela fase da terapia ciriirgica, as quais, por sta vez, podem conduzir a importantes desenvolvimentos teéricos e clinicos. Observacao direta ¢ medidas do comportamento verbal nas investigagées... Refer€ncias Altmann, A.S. (1965). Sociobiology of rhesus monkeys. 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