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Pavimentagao asfaltica: uma alternativa para a reutilizacao de pneus usados O que fazer com pneus velhos? De lenta degradacao, constituem-se em um dos grandes problemas ambientais modernos. Contudo, comegam a surgir interessantes alternativas de reutilizagdo, entre as quais, a pavimentagao asfaltica. Por Sandra Ap. Margarido Bertollo, José Leomar Fernandes Junior, presentam-se os resultaclos inieiais de pesquisa sobrea viabilidade técnica da reutilizagao de borracha de pneus em ‘0 asfaltica. A revisio bibliografica aborda desde a importdncia econdmica dos pheus até as graves conseqiiencias ambientais que sua disposigao final inadequada pode causar. Apresenta-se o resumo do levantamento das condigoes de coleta e disposicao final e do volume de pneus descartados no Estado de Si0 Paulo. Com base nas caracteristicas fisico quimicas dos pneus discutem-se os critérios de engenharia que devem ser atendidos previamente a sua utilizagao em obras de pavimentagio asfdltica, © desenvolvimento deste trabalho procura ser do interesse tanto de legisladores técnicos envolvidos com saneamentoambiental como de profissionais que atuam em obras de pavimentacao, pois ao mesmo tempo em que procura contribuir para a redugao da demanda de espaco nos aterros sanitarios e minimizacao dos impacios Romulo Barroso Villaverde e Delchi Migotto Filho ambientais, também analisa os efeitos da adigao de borracha de pneus sobre 0 desempenho de misturas astailticas. Abstract This paper presents the initial results of a reseach about the technical feasibility of the reuse of scrap tire rubber in asphalt pavements, The literature review covers from the economical importance of tires to. the hazardous enviromental consequences due toits inadequate final disposal, It is presented the summary of a survey about the conditions of collection and disposal and about the volume of discharged tires in the State of Sao Paulo. Based on the physical and cher cs of the tires itis discussed the engineering criteria that must be attended prior to its utilization in pavement construction. The development of this research work could be of interest for both legislators and technicians involved with environmental engineering and professional involved with 2054 yoo R29 paving works. This work aims to contribute to the reduction of environmental problems caused by the tires disposal and to the analysis of the effects of the use of tire rubber in asphalt mixtures PALAVRAS-CHAVES: Reutilizagio de pneus, misturas shillicas, processo seco. Lenta Degradacao © pnew possui papel fundamental e insubstituivel em nossa vida didria, tanto no transporte de passageiros quanto no de carga Entretanto, quando tornam-se inserviv acarretam uma série de problemas: siv objets pesceptivels e incomodamente volumosos, que precisam ser armazenados apropriadas para evitar proliferagio de mosquitos © rocdores. A disposigao em aterros torna-se invidvel, jé que apresentam baixa compressibilidade degradagio muito lenta, Além disso, quando enierrados, tendema subiresair para a superficie (EPA, 1991; JARDIM, 1995). Considerando adificuldade para a disposigao das carcagas de pneus em aterros sanitaries ¢ a falta de uma legislagao para controle da destinagdo adequada desses residues, tem havido ‘uma tendéncia da populagio em abandonar os pneusem cursos desigun, terrenos baldics ebeiras deestradas, que agravam ainda mais o problema. Todo pneu, emalgum momento, se transformara em um residuo potencialmente danoso a satide Piiblice e.a0 meio ambiente. Para acabar cor uma solugdo adequada a sua destinagao_ finaldeve ser adotada. Pesquisas vém sendo realizadas, particula no exterior, em busca do desenvolvimento de novas tecnologias de reutilizagao, seja na forma inteira, como borracha reciclada, ou como combustivel, na geragdo de energia. Na sua forma inteira, os pneus podem ser aplicados em ebras de contengdes nas margens de rios para evitar desmoronamentos; como recifes artificiais, na consteugdo de quebra-mares, na construgdo «le equipamentos para parques infantis; no controle de erosao ete. Inteiros nda, ser utilizados como combustivel cas de celulose ¢ papel, em fornos de cimento e em usinas termelétricas (EPA, 1991). O pneu apresenta uma estrutura complexa, formada por diversos materiais como: borracha, aco e tecido (ndilon ou poliéster), que visam 24 B por ncass conferir as caracteristicas necessarias ao seu desempenho e seguranca, Do ponto de vista ambiental, a reciclagem dessas matérias-primas seria a solucdo mais satisfatoria, com a condigao de se poder recuperar materiais de qualidade a um custo energético minima. Mas 0 pneu, no sentido exato do termo, nao verdadeiramente reciclavel. Isso porque 0 seu carter composito, bem como a irreversibilidade da reagao de 0, tornam impossivel reobter as matérias-primas iniciais. No entanto, & possivel recuperar e reutilizar parte deles. Os preus si0 cortados ¢ triturados, em vérias operagdes de separacao dos diferentes materiais, que permitem a recuperacao dos materia, obtendo-se borracha pulverizada ou granutada, que iré ter diversa aplicagoes, como: em misturas asfalticas, em revestimentos de quadrase pistas de esportes, na fabricagio de tapetes automotives, adesivos etc, Eimportanteobservarque, quando analisados zados para utilizagao de borracha de pneus inserviveis, somente dois apresentam potencial para utilizagdode nximero significativo de pneuis: o energético e de misturas asfalticas. Segundo HEITZMAN (1992) e ZANZOTTO & KENNEPOHL (1996), cadla tonelada de mistura asfaltica pode incosporar a borracha de 2.a 6 pneus. Nas misturas asfalticas, existem dois processos ~ timido e seco ~ de incorporagao dos pneus. No processo timido (iret process) sao dicionadas particulas finas de borracha ao mento asfaltico, produzindo um novo tipo de ligante denominado “asfalto-borracha”. Ja no provesso seco (diy process), particulas maiores de borracha substituem parte dos agregadas pétreos. Apés a adigio do ligante, formam um produto denominado “concreto asfaltico modificado com adicao de borracha”, Para contribuir nesse problema, © Departamento de Transportes da cola de Engenharia de Sa0 Carlos ~ USP ver realizando pesquisa ¢ estudo de avaliagao do processo seco de incorporagao de borracha de pheus nas misturas asfltica Volume dos Pneus Um dos objetivos da pesquisa da Escola de ngenharia de Sio Carls ¢ levantar os volumes de pneus descartados e estocados em aterros sanildrios de algumas cidades do Estado de Sao Paulo, Para tanto, foram realizados contatos com prefeituras municipais, feitas visitas tenicas celaborado questionirio, com os seguintes itens: informagoes gerais sobre o aterro, volume de residuos solidos gerados ¢ coleta/disposigao Bauru, Botucatu, Campinas, Limeira, dos pneus. A tabela | apresenta as informagoes Pirac caba, Pre: idente Prudente, Ribeirao Preto, sobre coleta/disposigao de pneus obtidas em Santos, Sio José do Rio Preto, Sdo Paulo e 12 cidades do Estado deSao Paulo: Aracatuba, — Sorocaba, a eee: dos volumes de pneus descartados mas ci Es Paul Municipio Situagao AraatUbe id ulagao abrangida: 86000. Todo os residuos coletados na cidade sao dispostos em lixao a céu aberto. Nao existe coleta de pneus velhos por parte da Prefeitura, porém as borracharias descartam os pneus que ndo servem para recauchutagem no roferido lixdo. Nao existem informagdes quanto ao volume de pneus hoje existente no local. Acredita-se que os pneus também sao dispostos em depésitos clandestinos. Fonte: Secretaria de Obras - Mar/e9 Pert 240 abr lide opalagio aorangida 06008 ‘Os pneus nao sao colocados no aterro sanitério. Foi criado junto ao aterro sanitario um pequeno aterro para pneus, que é utiizado em situagdes de ‘emergéncia, como por exempio nos arrasibes de impoza organizados pola Secretaria da Satide para o controle do transmissor da dengue. Estima-se ‘que municipio produza 6.000 pneus inservivels por més, Nao existe estimativa sobre 0 volume da pneus armazenados no aterro. Os pneus so dispostos inteiros, em camadas ¢ aterrados, Nao existem taxas para a descarga de pneus ‘no aterro sanitario. Fonte: Prefeitura Municipal de Bauru - Departamento de Limpeza Publica - JuV/98 Botucatu Populagio abrangid 120.00 © aterro niio recede pneus, uma vez que nao é permitido esse tipo de coleta pela Prefeitura, Entrotanto, 6 dle aproximadamente 35.000 o numero de veiculos cadastrados na cidade, que geram cerca da 26.000 pneus por ano. Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente - Abr/99 Populagao abrangide:| 1235.00 Campinas ‘Atorto Sanitario Delta | Pnous nao s4o coletados pelos caminhées da Prefettura, Bopulagto abrangide:| no sendo permitida a entad desse tpo de residue no aterro Det | 846.49. Fonte: Departamento de Limpeza Urbana - Abr/99 Entre os dias 29 de janeiro 15 de junho de 1986 foram recolhides um total de 8.896 preus (90.925 kg) durante visitas a 28 borracharias, Este trabalho fol eens realizado pelo servigo de zoonose, para a prevengao da transmissao da dengue, No alerro existe uma area especitica para 0 descarte de pneus, Entretanto, ‘do ha estimativas do volume de oneus armazenados no aterro sanitario (0 trabalho de contagem esta sendo feito). Os pneus sao armazenados inteiros, Exisem projets no sentido de usar pneus na drenagam de chorume no alero Fonte: Empresa de Desenvolvimento de Limeira (ENDEL) - Jul/98 Precioaba a “opiiiaedo abrangida: 500508 ‘Aterro santariodo “Pau Queimads": Chegam ao atero aproximadamente 100 pneus por da. Existe uma area espectiica dentro do municipio (area rural) para que & Bopulago poseajoga os peu, sondo que noha eebrarga de tavas,Estiase ‘que atualmente aproximadamente 10.000 pneus inteiros (de dversos tamanhos) eatejam estocados no ateno. Piracicaba csid dosonvolvendo um programa do reutlizacao de pneus no controle de erosdo do solo, onde so ullizados uma parte ‘dos prieus estocados no aterro. Fonte: Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente (SEDEMA) - Mar/98 Presidente Prudente Populacdo abrangida: }200.00( Eslima-se uma média de recabimento de 30 pnovs por da, sendo quo.os mesmos sdo enterrados. Nao existe cobranga ce taxa para 0 recebimento dos, pneus. Os pneus sdo aceitos inteiros, sendo separados do lixo domicil ra faciitar a compactagao. ite: PRUDENCO — Companhia Prudentina de Desenvolvimento - Abri99 wrapenas, 454 Jano B25 AVA a Municipio Situagao Ribeirdo Preto opulagso eorargise: Nao existe controle sobre a quantidade de pneus que chegam por dia ao aterro. Estima-se que 15,000 pneus estejament nas Saias dos taludes (S40 4 metros de lixo bem compactados sobre os pneus, para evitar 0 aloramento dos mesmos). Aproximadamenio 15% dos rejoites oxistontos no alorro 6 formado por preus (em termos de volume). Sao recebidos pneus intelros, nao sendo cobradas taxas no recebimento. Fonte: Departamento de Urbanizagio ¢ Saneamento de Ribeltéo Preto (QURSARP) - Juige Pena j40 abr jida: opulagao ebrangida a1e288 a Nao existe controle quanto ao volume de pneus que chegam diariamente no aterro. Estima-se um volume de 200 pneus/dia. Nao existe estimativa quanto 20 volume de pneus existentes no aterro. Nao existem trituradores no aterro. Os pneus sao coletados pelo Cata-Treco (programa de coleta nos balfros) 8 misturado com ouiros entulhos. Nao existe cobranga de taxa para a dsposicao final dos pneus no aterro. Fonte: Terracom Engenharia Ltda. - Abr/99 S80 Joss do Rio Preto opulagao abrangida: 548058 © aterro sanitario ndo recabe pneus. A prefeltura faz a coleta e armazena os Pneus em uma area de sva propriedade. Estéo sendo realizados estudos de alternativas para o reaproveitamento. Fonte: Construfert Industria e Comércio Ltda. - Abi/99 'SA0 Paulo ‘Atorro Bandeirantes: A descarga espectlica de grandes quantidades de pnaus 6 esporddica, Normalmente os pneus vim misturados aos residuos domicilares. Logo, nao ¢ realizado 0 controle da entrada de pneus. Os pneus sé0 aceitos infelros no aterro, Nao existe armazenamento no local, os pneus sao colocados diretamente na frente de descarga. A taxa cobrada pela Prefeitura para 0 rocobimento do rosiduos industrials classe Il e comercias (Inclusive pneus) no aterro 6 de AS 48,30/tonelada. Fonte: Departamento de Limpeza Urbana do Municipio de S40 Paulo (Limpurb) - Jan/98 ISorocaba Populacio abrangida: 1455.0 ‘AMé 1998 os pneus estavam sendo enviados pelas borracharias e polo érgio do ‘controle de zoonoses para 2 barracées da Prefeitura, onde eram armazenados, Estima-se que estejam armazenados nestes barracdes cerca de 4000 pneus. ‘Como os galpées esto com sua capacidade esgotaca, oaterro voltou a receber pneus na sua forma intelra, que sdo coletados pelos orgdos de prevencao e ‘controle de zoonoses. Nao sao cobradas taxas para o recebimento dos pneus ja 16 o aterro nao recebe pneus de particulares. onte: Servico de Prevencao e Controle de Zoonoses - Abi/99 Com base nos ntimeros obtidos, tem-se uma geracdo anual média per capita para o Estado de Sa0 Paulo igual a 0,15, ow aproximadamente seis milhdes de pneus sito descartados anualmente. Comparando-se com outros paises, poce-se suspeitar que esse niimero esteja subestimado, provavelmente em razdo dos varios artificios utilizados para a disposigao clandestina e da falta de recursos para a coibigao de tal prética. Na Europa, por exemplo, dois milhdes de toneladas de pneus chegam ao fim de sua vida a cada ano. No Canada, aproximadamente, 30 milhdes de pneus sao descartados anualmente (ZANZOTTO & KENNEPOHL, 1996). 20 BByyoo ea s+ is prodiuz mais is queos Estados Unidos. Estima- se que sejam dispostos 285 milhoes de pneus por ano, algo em torno de 4,7 milhdes de toneladas,o que representa mais de um pneu, por habitante, por ano. De 3 mithoes de pneus sio recauchutados, 22 milhdes so reutilizados (revendidos) eos outros 42 milhdes sto destinados a diferentes aplicagdes. Os 188 milhdes de pneus restantes so enviados para aterros ou dispostos ilegalmente (HEITZMAN, 1992). Nesse pais, os riscos ambientais vinculados. presenga de pneus inserviveis motivaram a criagio de legislagao especifica em nivel federal e estadual, No inicio de 1991, 44 estados pneus decretaram leis para controlar a disposigéo dos pneus (HEITZMAN, 1992). As leis estaduais regulamentam a aquisigao, armazenagem e processamento dos pneus, impdem restrigdes para armazenagem em aterros sanitérios e oferecem incentivos para o desenvolvimento de novas alternativas de uso. Muitos estados americanos proibem a disposigao de pneus inteiros em aterros, s6 recebendo os mesmos triturados e, ainda assim, cobrando taxas tio elevadas que tornam essa alternativa economicamente proibitiva. Nos estados onde é permitido estocar pneus sem enterri-los, existem normas que regtilamentam o tamanho, a construgao de obras de prevencio aincéndios, coberturas e tapumes para que haja ocontrole adequaco desses depésitos. No Brasil — Ainda nao existe nenhuma monitorizagio do Governo, nem do setor privado, sobre as formas de disposigao final dos neus usados, assim como nao hi levantamento dos depésitos de pneus abandonados em todo © pais. Algumas estimativas indicam que sio gerados 35 milhoes de carcagas de pneus anualmente (FIORI, 1998) e que existem mais de 100 milhdes de pneus abandonades em todo 0 Pais (SATO, 1999). Na maioria das cidades analisadas, 0 poder piiblico municipal profbe a entrada dos pneus nos aterros, eximindo-se da responsabilidade de coletar ¢ armazenar adequadamente esses residuos e contribuindo para a disposicaoiilegal em terrenos baldios, rios ete. Esse fato também evidencia o deseaso das autoridades em relagio a sade publica, pois os pneus proporcionam um ambiente adequado para a criagio do mosquito transmissor da dengue de outros vetores de doengas. Das cidades contatadas, apenas Piracicaba e Sorocaba possuem controle efetivo do volume de pneus coletados e _estocados Particularmente, as cidades de Piracicaba e Limeira estio empenhadas em encontrar alternativas de utilizagdo para os pneus estocados: controle ce erosio em Piracicaba e drenagem de liquidos percolados de aterros sanitirios em Limeira. Com relagao a reutilizagao de pneus usados em obras de pavimentagao asfaltica, conforme discutido a seguir, apenas a cidade de Santos esta consiruindo ou reabilitando pavimentos utilizanclo conereto asfaltico com incorporagio de pneus usados triturad Utilizagio da Borracha Pavimentagao Asfaltica No Brasil foi aprovada, em 26 de agosto de 1999, resolugao do Conselho Nacional do Meio Ambiente — Conama, que institui a responsabilidade, ao produtor e importador, pelociclo total da mercadoria. A partir de janeiro de 2002, febricantes ¢ importadoras de pneus serio obrigados a coletar e dar destinacao final de forma ambientalmente correta para os produtos que colocam no mercado. Pela proposta, o Ibama ficaré responsavel pela aplicagao da resolugio, podendo punir os infratores com basena Lei de Crimes Ambientais, Inicialmente, para cada quatro pneus novos fabricados no Brasil ou importados, os fabricantes ¢ importadoras deverao reciclar/ reutilizar um pneu inservivel. Muitos paises tém desenvolvido legislagao para direcionar seus departamentos deestradas de rodagem a investigar a possibilidade de utilizacdo de materiais reciclaveis em obras de pavimentagao. O governo americano, em especial, tém incentivado a incorporacdo de borracha de pneus nas misturas asfélticas. Na maioria des estades americanos, por exemplo, existem leis ou regulamentagdes que afetam a disposigdo ¢ a reutilizagao de pneus. Incentivos Fiscais - A segio 1038 da Lei sobre a Eficiéncia do Transporte Intermodal de Superficie de 1991 (Intermodal Surface ‘Transportation Efficiency Act-ISTEA, 1991), que trata do “uso de material reciclado em payimentacao visando a protegao ambiental”, estabelece a utilizagao de um percentual minimo de borracha reciclada nas misturas asfélticas (em relagao ao total produzido), tendo aumentado de 5% em 1994 até 20% em 1997, e assim se mantido nosanos seguintes. A lei garanteincentivos fiscais aos Estados que utilizam borracha de pneus nas misturas asfélticas e prevé punigoes aos Estados que nao a cbedecerem. A adigao de borracha triturada em misturas betuminosas — além de minimizar os problemas de disposicao de pneus em aterros sanitarios e, principalmente, ce queima ou disposigdoem locais inadequados — pode também melhorar 0 desempenho dos pavimentos, retardando 0 aparecimento de trincas, selando as jé existentes ¢ aumentando a impermeabilizacio proporcionada pelos revestimentos asfalticos. ‘Como as pesquisas siio muito recentes, ainda nao existem resultados conclusivos sobre 0 cast open a7 aE Joorapas IS Cliba Leda Tranppolt: Figura desempenho dos pavimentos que contémborracha de pneu triturada. A tecnologia de ensaios, projetos eavaliagao de ligantes e misturas modificadas ‘com adigao de borracha ainda nao é totalmente compreendida. Consideracées de projetos tais como: tipo e teor de asfalto, tipo de borracha, gtanulometria da borracha, temperaturas demistura e compactacao, entre outros, estdo relativamente indefinidos. Portanto, existe a necessidade de se estabelecer procedimentos padronizados para o projeto e de avaliacao de misturas modificadas com adigao de borracha reciclada (TROY et al., 1996). Apoio da Administragio Municipal - A Prodesan -Progresso e Desenvolvimento de Santos, empresa de economia mista da Prefeitura Municipal da cidade litorinea de Santos - SP, responsivel pela construcio ¢ manutengio dos pavimentos asfalticos da cidade, tem recebido apoio da administragio municipal para desenvolver estudos visando mitigar 0 problema da disposicdo dos pneus no aterro sanitirio, Varios trechos de pavimentos construfdos em Santos indicam a Viabilidade de se utilizar borracha triturada substituindo parte dos agregados pétreos nas misturas asfélticas. Nos trechos construidos, foram incorporadas raspasde borracha obtidas ‘em empresas de recauchutagem, O consumo girou em torno de 30kg de borracha por tonelada de mistura. A figura | apresenta dois trechos de pavimentos modificados com adigéo de borracha de pneus. No Ambito laboratorial, estao sendo jsados os fatores granulometria dos a Bjvooneas rechos de pavimertos modificados com adigfio de borracha de pnous na cidade de Santos-SP. agregados pétreos, granulometria da borracha (grossa, fina ¢ continua), teor de borracha (2, 4 ¢ 6% em peso de agregado pétreo), tempo de cura e temperaturas de mistura e compactagio. As “respostas” serdo obtidas dos ensaios utilizados para avaliagio dos fatores intervenientes no desempenho das misturas asfalticas: método Marshall para determinagao de estabilidade © fluéncia, ensaio de compressio diametral dinamico para determinagdo do médulo de resiliéncia e ensaio de fluéncia por compre (‘creep test”) estatico e dinamico para avaliagio das misturas em termos de resisténcia a deformagao permanente. Como existem limitacdes inerentes aos ensaios de laboratério, a avaliagio do desempenho das misturas asfélticas com borracha de pneus também se dard através de pistas experimentais submetidas as condicbes de trafego e climatic: Através de uma parceria entre a Prodesan e o Departamento de Transportes da Escola de Engenharia de S30 Carlos - USP serio construidos varios trechos experimentais em Santos, onde serao considerados diferentes espessuras de revestimento asfaltico, teores de borracha © granulometrias de borracha. Busca-se, dessa forma, contribuir para a solugio do grave problema ambiental que é a disposigao de residuos s6lidos, pois a reutilizacdo de pneus em larga escala no Brasil vai depender do conhecimento profundo dos aspectos econdmicos e técnicos, relacionados ao meio ambiente e a0 desempenho como material de construgio. Mee usimeca Consideracées Finais Na medida em que quase todos os municipios apresentam problemas quanto 3 disposigio final dos residuos sdlidos domiciliares, uma vez que poucos tém aterro sanitério ¢, dentre esses, muitos jf esto com sua capacidade perto do limite, investimentos devemser aplicacios em novas tecnologias, que possam contribuir para a redugao do volume para sua reutilizagio ou reciclagem. A disposigdo final dos pneus contribui para agravar ainda mais a situagao, pois os pneus apresentam baixa compressibilidade, representam risco constante de incéndios ¢ servem como local de procriagio de mosquitos, roedores e outros vetores de doencas. A falta de recursos para o controle da disposigdo final e parao estudo dealternativas econdmica e ambientalmente vidveis para a reutilizagdo de pneus usados é diretamente proporcional a falta de interesse politico. Em outras palavras, o problema esté nos critérios para priorizacao da utilizacao dos recursos existentes. A situago atual no Estado de Sao Paulo, conforme resumido neste trabalho, ests longe do ideal, mas comegam a surgir evidéncias de que no futuro préximo prefeituras municipais, fabricantes de pneus, Orgaos reguladores e fiscalizadores, universidades e institutos de pesquisas poderao trabalhar em parceria para solucionar © gravissimo problema que é a disposicao final de pneus usados. Esta pesquisa contou com o apoio da Fundagao de Amparo a Pesquisa do Estado de Sao Paulo - Fapesp, através da concessio de uma bolsa de doutorado. Po FIORI, |. (1998). Petrobris tira éleo do pneu usado cooperando com o combate da dengue. Revista Limpeze Piblice, n. 47. 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Fones: (Oxx16) 272-4368 / 9702-1674 E-mal: samberto@sc.usp.br

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