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Tratado Prático de

Enfermagem

Coordenadores
Nébia Maria Almeida de Figueiredo
Dirce Laplaca Viana
Wiliam César Alves Machado

2a edição
Copyright © 2008 Yendis Editora Ltda.
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo parcial,
por qualquer processo, sem a autorização escrita da Editora.

Editor: Maxwell M. Fernandes


Coordenação editorial: Anna Yue
Projeto gráfico e editoração eletrônica: Francisco Lavorini
Capa: Eduardo Bertolini
Imagem de capa: istockphotos.com

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A Editora não se responsabiliza por eventuais danos causados pelo mau uso das
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Tratado prático de enfermagem / coordenadoras Nébia Maria Almeida de Figueiredo, Dirce
Laplaca Viana . – São Caetano do Sul, SP : Yendis Editora, 2008.

Vários autores.
Bibliografia.
ISBN 978-85-7728-052-0 (obra completa)
ISBN 978-85-7728-053-7 (volume 1)
ISBN 978-85-7728-054-4 (volume 2)

1. Enfermagem 2. Enfermagem - Estudo e ensino I. Figueiredo, Nébia Maria Almeida de. II.
Viana, Dirce Laplaca.

CDD-610.7307
06-2188 NLM-WY 100
Índices para catálogo sistemático:
1. Enfermagem : Estudo e ensino 610.7307

Yendis Editora
Av. Guido Aliberti, 3069 – São Caetano do Sul – SP – 09581-680
Tel./Fax: (11) 4224-9400
yendis@yendis.com.br
www.yendis.com.br
Coordenadores

Nébia Maria Almeida de da Universidade de São Paulo – USP. Especialis-


Figueiredo ta em Administração em Serviços de Saúde pela
Faculdade de Saúde Pública da USP. Docente no
Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Uni- curso de especialização em Enfermagem Hospi-
versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Li- talar à Criança e ao Adolescente e no curso de
vre-docente em Administração de Enfermagem especialização em Enfermagem em Cuidados
pela Universidade Federal do Estado do Rio de Intensivos e Emergência à Criança e ao Adoles-
Janeiro (UNIRIO). Professora Titular de Fun- cente no Instituto da Criança do HC-FMUSP.
damentos de Enfermagem da Escola de Enfer- Enfermeira do Serviço de Educação Continuada
magem Alfredo Pinto da Universidade Federal do Instituto da Criança do HC-FMUSP.
do Estado do Rio de Janeiro (EEAP/UNIRIO).
Pesquisadora do Conselho Nacional de Desen- Wiliam César Alves Machado
volvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Doutor em Enfermagem pela Escola de Enferma-
Coordenadora do Programa de Pós-graduação
gem Anna Nery da Universidade Federal do Rio
em Enfermagem da UNIRIO gestão 2006-2008.
de Janeiro (EEAN-UFRJ). Professor Adjunto do
Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado de En-
Departamento de Enfermagem Fundamental da
fermagem – UNIRIO-CNPq.
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto da Univer-
sidade Federal do Estado Rio de Janeiro (EEAP-
Dirce Laplaca Viana
UNIRIO). Professor Titular da Faculdade de
Mestre em Ciências da Saúde pelo Departamen- Ciências da Saúde de Juiz de Fora, Universidade
to de Enfermagem Pediátrica da Escola Paulis- Presidente Antônio Carlos (UNIPAC). Pesqui-
ta de Medicina da Universidade Federal de São sador da Fundação Nacional de Desenvolvimen-
Paulo – Unifesp-EPM. Especialista em Pediatria to do Ensino Superior Particular (FUNADESP).
pelo Instituto da Criança do Hospital das Clíni- Área de atuação/produção: Enfermagem Funda-
cas da Faculdade de Medicina da Universidade mental, Cuidado de Enfermagem, História da
de São Paulo – HC-FMUSP e em Administra- Enfermagem, Reabilitação, Inclusão Social das
ção Hospitalar pela Faculdade de Saúde Pública pessoas com deficiência.

III
Autores
volume 1

Alacoque Lorenzini Erdmann Denise Zanquetta


Doutora em Filosofia da Enfermagem pelo Programa Enfermeira. Especialista em Enfermagem Pediátrica.
de Pós-graduação em Enfermagem (PEN) da Univer- Docente do Instituto Educacional São Paulo (IN-
sidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Professora TESP).
Titular do Departamento de Enfermagem e do PEN/
UFSC. Pesquisadora 1A do CNPq. Coordenadora Eva Maria Costa
Adjunta da área da Enfermagem na Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CA- Mestre em Enfermagem pela UNIRIO. Docente da
PES). Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesqui- Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP-UNI-
sas em Administração de Enfermagem e Saúde (GE- RIO). Área de atuação: Enfermagem Fundamental e
PADES) da UFSC. Semiotécnica. Coordenadora do Programa de Exten-
são Fábrica de Cuidados.
Alessandra Budsiz Franza
Fernanda Jacques Calçado
Enfermeira. Especialista em Enfermagem Obstétrica.
Docente do Instituto Educacional São Paulo (IN- Enfermeira. Especialista em Formação Pedagógica
TESP). habilitada em Enfermagem Cardiológica. Docente
do Instituto Educacional São Paulo (INTESP).
Carlos Roberto Lyra da Silva
Fernando Porto
Doutorando em Enfermagem pela UFRJ. Docente
da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP- Professor Assistente do Departamento de Enferma-
UNIRIO). Área de atuação: Cuidados em Terapia gem Materno Infantil da Escola de Enfermagem
Intensiva e Semiologia. Membro do Grupo de Pes- Alfredo Pinto (EEAP-UNIRIO). Mestre em Enfer-
quisa de Enfermagem – UNIRIO/CNPq. magem pela UNIRIO. Área de atuação/produção:
Enfermagem Pediátrica e Obstétrica.

Cecília Maria Izidoro Pinto


Ilda Cecília Moreira da Silva
Mestre em Tecnologia Educacional para as Ciências
Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Docente da
da Saúde (NUTES/UFRJ). Professora Assistente do
Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN-UFRJ).
Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da
Coordenadora do Curso de Graduação do UFOA.
Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN-UFRJ).
Área de atuação: Metodologia da Enfermagem, Ad-
Área de atuação/produção: Enfermagem Cirúrgica e
ministração Hospitalar e Gerência de Serviços.
de Centro Cirúrgico e Clínica da Dor

V
Tratado Prático de Enfermagem - volume 1

Inês Maria Meneses dos Santos Kaneji Shiratori


Docente da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Doutora em Enfermagem pela USP. Docente da
(EEAP-UNIRIO). Áreas de atuação: Enfermagem Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP-UNI-
em Neonatologia e Saúde da Mulher. Membro do RIO). Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado de
Grupo de Pesquisa Cuidado de Enfermagem – UNI- Enfermagem – UNIRIO-CNPq.
RIO-CNPq.
Leila Rangel da Silva
Iraci dos Santos
Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Docente da
Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Livre-docente/ Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP-UNI-
professora titular em Pesquisa de Enfermagem pela RIO). Área de atuação: Enfermagem Materno-In-
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). fantil. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado de
Área de atuação/produção: Administração de Enfer- Enfermagem – UNIRIO-CNPq.
magem e Pesquisa Sociopoética.
Lucia Helena S. C. Lourenço
Isaura Setenta Porto
Doutora em Enfermagem. Professora Adjunta da
Doutora em Enfermagem pela Escola de Enferma- Escola de Enfermagem Anna Nery (EEAN-UFRJ).
gem Anna Nery (EEAN-UFRJ). Professora Adjunta Área de atuação/produção: ­Enfermagem Fundamen-
do Departamento de Enfermagem Médico-cirúrgica­ tal.
da Editora da Revista da Enfermagem Anna Nery
(EEAN-UFRJ). Pesquisadora do CNPq. Área de
Lucia Marques Viana
atuação/produção: Cuidados de Enfermagem e En-
sino de Graduação e Pós-graduação em Enfermagem Doutora em Fisiologia da Nutrição. Professora Ad-
Hospitalar, Hospital, Tecnologia e Enfermagem Hos- junta da Escola de Nutrição da Universidade Federal
pitalar, Enfermagem Hospitalar e seus Profissionais. do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Joséte Luzia Leite Lucio Sleutjes


Enfermeira aposentada pelo Hospital dos Servidores Coordenador da Faculdade de Minas (Faminas), pro-
do Estado (HSE). Ex-chefe do CTI e da Unidade fessor adjunto de Anatomia da Faculdade Metodista
de Cirurgia Cardiovascular. Doutora em Enferma- Granbery, professor da pós-graduação de Anatomia
gem pela UNIRIO. Professora Emérita da UNIRIO. da Universidade Gama Filho, diretor acadêmico da
Membro da Diretoria do Núcleo de Pesquisa Edu- Faculdade Qualitas, diretor geral da Vértice Ensino
cação, Gerência e Exército Profissional da Enfer- Superior, doutorando em Cinesiologia, mestre em
magem (NUPEGEPEn) da Escola de Enfermagem Ciência da Motricidade, especialista em Anatomia
Anna Nery (EEAN-UFRJ). Membro do Núcleo de Humana, editor geral da revista Informa Saúde, só-
Pesquisa da História da Enfermagem Brasileira (NU- cio-proprietário da Clínica Saúde-Clin.
PHEBRAS) da Escola de Enfermagem Anna Nery
(EEAN-UFRJ). Membro do Grupo de Estudos de
Luis Carlos Santiago
Estudos de Pesquisa e Comunicação (GEPECOPEn)
da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP- Doutor em Enfermagem pela USP/Ribeirão Preto.
USP). Representante da Área de Enfermagem no Docente da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto
CNPq. Membro do Sigma Theta Thau Internacio- (EEAP-UNIRIO). Área de atuação: Enfermagem
nal. Pesquisadora 1A do CNPq. Fundamental, Semiologia e Tecnologias da Informa-
ção. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado de En-
fermagem – UNIRIO-CNPq.

VI
Autores

Márcia de Assunção Ferreira Roberto Carlos Lyra da Silva


Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Professora Ti- Doutor em Enfermagem pela Escola de Enfermagem
tular do DEF da Escola de Enfermagem Anna Nery Anna Nery da Universidade Federal do Estado do
(EEAN-UFRJ). Coordenadora do programa de pós- Rio de Janeiro (EEAN/UFRJ). Mestre em Enferma-
graduação da Escola de Enfermagem Anna Nery gem pela Faculdade de Enfermagem da Universidade
(EEAN-UFRJ). Área de atuação: Teorização em Fun- do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor As-
damentos do Cuidado. sistente da Disciplina de Semiologia nos cursos de
gradua-ção e pós-graduação lato sensu do Departa-
Marcio Petenusso mento de Enfermagem Fundamental da Escola de
Enfermagem Alfredo Pinto da Universidade Federal
Enfermeiro Especialista em Unidade de Terapia In- do Estado do Rio de Janeiro (EEAP/UNIRIO).
tensiva pela Universidade Bandeirante de São Paulo.
Enfermeiro Especialista em Fisiologia pela Faculdade
Teresa Tonini
de Medicina do ABC (FU-ABC), Santo André. Mes-
trando em Ciências da Saúde pela Faculdade de Me- Enfermeira. Professora Adjunta do Departamento de
dicina do ABC (FU-ABC), Santo André. Professor Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem
da disciplina de Fundamentos do Processo de Cuidar Alfredo Pinto da Universidade Federal do Estado do
do Centro Universitário de Santo André (UNIA). Rio de Janeiro (EEAP-UNIRIO). Doutora em Saúde
Professor da Disciplina de Unidade de Terapia Inten- Coletiva pelo Instituto de Medicina Social (UERJ).
siva do Instituto de Ensino Nível de Santo André. Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem
Professor da Disciplina de Fundamentos do Proces- Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Ja-
so do Cuidar, Saúde Coletiva e Gerenciamento do neiro (EEAN-UFRJ). Especialista em Administração
Processo de Cuidar do Centro Universitário de Santo dos Serviços de Saúde. Área de atuação/produção:
André (UNIA). Fundamentos de Enfermagem e Saúde Coletiva; Ad-
ministração do Cuidado de Enfermagem; Gestão em
Maria Lúcia T. Polônio Saúde.

Professora Assistente da Escola de Nutrição (UNI-


FERJ).
Zainet Nogimi
Enfermeira. Especialista em Formação Pedagógica
Osnir Clauidiano da Silva Junior habilitada em Enfermagem Cardiológica. Docente
do Instituto Educacional São Paulo (INTESP).
Doutor em Enfermagem pela UFRJ. Docente da
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP-UNI-
RIO). Áreas de atuação: Enfermagem Fundamental e
História. Membro do Grupo de Pesquisa – LAPHE-
UNIRIO-CNPq.

VII
Sumário
volume 1

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XIII Capítulo 2 – Sistema


Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XV Nervoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Capítulo 1 – Anatomia e Fisiologia Avaliação do sistema nervoso . . . . . . . . 83
Humanas . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 Complicações do sistema nervoso . . . . . 113

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Capítulo 3 – Sistema
O corpo humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Respiratório . . . . . . . . . . . . . . . 123
Sistema esquelético . . . . . . . . . . . . . . . 9
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
Sistema articular . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Avaliação do sistema respiratório . . . . . 130
Sistema muscular . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Complicações do sistema respiratório . . 149
Sistema tegumentar . . . . . . . . . . . . . . . 31
Sistema nervoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Sistema cardiovascular . . . . . . . . . . . . . 39 Capítulo 4 – Sistema
Sistema hematológico . . . . . . . . . . . . . . 47 Cardiovascular . . . . . . . . . . . . . 163
Sistema respiratório . . . . . . . . . . . . . . . 49
Sistema digestório . . . . . . . . . . . . . . . . 58 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165
Sistema urinário . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Avaliação do sistema cardiovascular . . . 167
Sistema genital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Complicações do sistema
Sistema endócrino . . . . . . . . . . . . . . . . 75 cardiovascular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172

Sistema sensorial (órgãos dos sentidos) 78

IX
Tratado Prático de Enfermagem - volume 1

Capítulo 5 – Sistema Capítulo 10 – Sistema Genital


Hematológico . . . . . . . . . . . . . . 203 Feminino . . . . . . . . . . . . . . . . . 289

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291


Alterações do sistema hematológico . . . 206 Genitália externa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291
Genitália interna . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291
Mamas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294
Capítulo 6 – Sistema
Ciclo reprodutivo feminino . . . . . . . . . . . 295
Digestório . . . . . . . . . . . . . . . . . 211
Avaliação das mamas . . . . . . . . . . . . . . 300

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213 Avaliação da genitália feminina . . . . . . . 302

Avaliação do sistema digestório . . . . . . 215 Complicações do sistema genital


feminino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 303
Manifestações do sistema digestório . . 230

Capítulo 7 – Sistema Capítulo 11 – Planejamento


Endócrino . . . . . . . . . . . . . . . . . 245 Familiar . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 247 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311

Complicações do sistema endócrino . . . 249 Métodos contraceptivos: regulando a


fertilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311

Capítulo 8 – Sistema
Urinário . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257 Capítulo 12 – Gestação e Parto . 325

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 259 Gravidez . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327


Avaliação do sistema urinário . . . . . . . . 263 Parto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 350
Alterações do sistema urinário . . . . . . . 265
Complicações do sistema urinário . . . . . 268
Capítulo 13 – Fundamentos de
Enfermagem . . . . . . . . . . . . . . 363
Capítulo 9 – Sistema Genital
História da enfermagem . . . . . . . . . . . . 365
Masculino . . . . . . . . . . . . . . . . . 277
Administração das ações de
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279 enfermagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 379

Avaliação da genitália masculina . . . . . . 284 Prevenindo acidentes . . . . . . . . . . . . . . 388

Complicações do sistema genital Segurança e conforto . . . . . . . . . . . . . . 408


masculino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284 Unidade de internação e unidade

X
Sumário

do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 413
Posicionamento do cliente . . . . . . . . . . . 423
Higiene do cliente . . . . . . . . . . . . . . . . . 436
Balanço hídrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 446
Alimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 451
Controle dos sinais vitais . . . . . . . . . . . . 462
Cateterismo vesical . . . . . . . . . . . . . . . . 482
Sondagem nasogástrica (SNG) . . . . . . . 485
Lavagem intestinal . . . . . . . . . . . . . . . . 486

Referências Bibliográficas . . . . . 486

XI
Autores volume 2

Adriana Lemos Pereira Carlos Roberto Lyra da Silva


Professora Assistente do Departamento de Enferma- Doutorando em Enfermagem pela UFRJ. Docente
gem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem Al- da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP-
fredo Pinto (EEAP-UNIRIO). Doutoranda em Saú- UNIRIO). Área de atuação: Cuidados em Terapia
de Coletiva. Enfermeira Sanitarista. Área de atua­ção/ Intensiva e Semiologia. Membro do Grupo de Pes-
produção: Enfermagem gênero, sexualidade e saúde. quisa de Enfermagem – UNIRIO/CNPq.

Angelina Maria Aparecida Alves Claudia de Carvalho Dantas


Professora Assistente do Departamento Materno Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Escola de
­Infantil da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Enfermagem Anna Nery (EEAN-UFRJ). Membro
(EEAP-UNIRIO). Doutoranda em Enfermagem. do Núcleo de Pesquisa Educação, Gerência e Exercí-
Área de atuação/produção: Enfermagem Pediátrica. cio Profissional da Enfermagem (NUPEGEPEn).

Barbara Audara de Almeida Débora Esteves


Graduação pela Escola de Arquivologia – UNIRIO.­ Enfermeira. Especialista em Enfermagem Pediátrica
e em Formação Pedagógica. Docente do Instituto
Beatriz Guitton Renaud Baptista Educacional São Paulo (INTESP).
de Oliveira
Denise Figueiredo Restivo
Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ). Professora Adjunta do Enfermeira. Especialista em Saúde Pública. Docente
Departamento de Fundamentos de Enfermagem e do Instituto Educacional São Paulo (INTESP).
Administração da Universidade Federal Fluminense
(UFF). Área de atuação/produção: Enfermagem e
Elaine Cristina de Oliveira Souza
Sociedade, Identidade Profissional, Fundamentos de
Enfermagem Médico-Cirúrgica. Enfermeira pela Escola de Enfermagem Anna Nery
(EEAN-UFRJ).

V
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Enirtes Caetano Prates Melo CNPq. Membro do Sigma Theta Thau Internacio-
nal. Pesquisadora 1A do CNPq.
Doutora em Ciências pela Escola Nacional de Saúde
Pública/FIOCRUZ. Professora Adjunta do Departa-
Joyce Mathias Fonseca
mento de Enfermagem de Saúde Pública da Escola de
Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP-UNIRIO). Mes- Enfermeira pela Escola de Enfermagem Anna Nery
tre em Saúde Pública. Enfermeira Sanitarista. Área de (EEAN-UFRJ).
atuação/produção: Saúde Pública/Coletiva.
Julia Peres Pinto
Fátima Terezinha Scarparo Cunha
Mestre em Ciências da Saúde pelo Departamento de
Professora Assistente do Departamento de Enferma- Enfermagem Pediátrica da Unifesp-EPM. Docente
gem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem na Universidade Anhembi Morumbi e no Centro
Alfredo Pinto (EEAP-UNIRIO). Doutora em Saú- Universitário São Camilo. Integrante da Diretoria
de Pública/Coletiva. Enfermeira Sanitarista. Área de da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras
atuação/produção: Planejamento em Saúde, ­(SOBEP). Área de atuação/produção: Saúde da
Criança e do Adolescente.
Fernando Porto
Laura Johanson
Professor Assistente do Departamento de Enferma-
gem Materno Infantil da Escola de Enfermagem Mestranda pela Escola de Enfermagem Alfredo Pinto
Alfredo Pinto (EEAP-UNIRIO). Mestre em Enfer- (EEAP-UNIRIO). Enfermeira pela Escola de Enfer-
magem pela UNIRIO. Área de atuação/produção: magem Alfredo Pinto (EEAP-UNIRIO). Enfermeira
Enfermagem Pediátrica e Obstétrica. da Maternidade Escola/UFRJ e do Hospital Univer-
sitário Pedro Ernesto (HUPE-UERJ).
Inês Maria Meneses dos Santos
Leila Rangel da Silva
Docente da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EE-
AP-UNIRIO). Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Docente da
de Enfermagem – UNIRIO-CNPq. Áreas de atuação: Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP-UNI-
Enfermagem em Neonatologia e Saúde da Mulher. RIO). Área de atuação: Enfermagem Materno-In-
fantil. Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado de
Joséte Luzia Leite Enfermagem – UNIRIO-CNPq.

Enfermeira aposentada pelo Hospital dos Servidores


Luciana de Paula Carvalho
do Estado (HSE). Ex-chefe do CTI e da Unidade
de Cirurgia Cardiovascular. Doutora em Enferma- Enfermeira, docente do Instituto Educacional São
gem pela UNIRIO. Professora Emérita da UNIRIO. Paulo (INTESP).
Membro da Diretoria do Núcleo de Pesquisa Edu-
cação, Gerência e Exército Profissional da Enfer- Márcio Tadeu Ribeiro Francisco
magem (NUPEGEPEn) da Escola de Enfermagem
Anna Nery (EEAN-UFRJ). Membro do Núcleo de Doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medi-
Pesquisa da História da Enfermagem Brasileira (NU- cina Social (IMS/UERJ). Docente da Faculdade de
PHEBRAS) da Escola de Enfermagem Anna Nery Enfermagem da UERJ. Coordenador Geral do Curso
(EEAN-UFRJ). Membro do Grupo de Estudos de de Graduação de Enfermagem da Universidade Veiga
Estudos de Pesquisa e Comunicação (GEPECOPEn) de Almeida – UVA. Áreas de atuação: Administração
da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP- e Planejamento de Serviços de Saúde. Consultor do
USP). Representante da Área de Enfermagem no programa Nacional de DST-AIDS-MS.

VI
Autores

Maria Aparecida de Luca Roberto Carlos Lyra da Silva


Nascimento
Doutor em Enfermagem pela Escola de Enfermagem
Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Docente da Anna Nery da Universidade Federal do Estado do
Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP-UNI- Rio de Janeiro (EEAN/UFRJ). Mestre em Enferma-
RIO). Membro do Grupo de Pesquisa Cuidado de gem pela Faculdade de Enfermagem da Universidade
Enfermagem – UNIRIO-CNPq. do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor As-
sistente da Disciplina de Semiologia nos cursos de
Maria das Graças de O. Fernandes gradua-ção e pós-graduação lato sensu do Departa-
mento de Enfermagem Fundamental da Escola de
Mestre em Ciência da Saúde pelo Departamento de Enfermagem Alfredo Pinto da Universidade Federal
Enfermagem Pediátrica da Unifesp-EPM. Docente do Estado do Rio de Janeiro (EEAP/UNIRIO).
na Universidade de Guarulhos (UnG). Área de atu-
ação/produção: Saúde da Criança e do Adolescente, Teresa Tonini
Fundamentos de Enfermagem.
Enfermeira. Professora Adjunta do Departamento de
Maria Filomena Pereira Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem
Vancellote Almeida Alfredo Pinto da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro (EEAP-UNIRIO). Doutora em Saúde
Professora Adjunta do Departamento Materno Coletiva pelo Instituto de Medicina Social (UERJ).
­Infantil da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem
(EEAP-UNIRIO). Área de atuação/produção: En- Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Ja-
fermagem Pediátrica, Mestre em Enfermagem. neiro (EEAN-UFRJ). Especialista em Administração
dos Serviços de Saúde. Área de atuação/produção:
Maria Xavier de Souza Fundamentos de Enfermagem e Saúde Coletiva; Ad-
ministração do Cuidado de Enfermagem; Gestão em
Enfermeira. Especialista em Enfermagem Pediátrica,
Saúde.
Administração Hospitalar e em Formação Pedagógi-
ca. Docente do Instituto Educacional São Paulo (IN-
Wellington Mendonça de Amorim
TESP).
Doutor em Enfermagem pela UFRJ. Docente da
Marluci Andrade Conceição Stipp Escola de Enfermagem Alfredo Pinto (EEAP-UNI-
RIO). Área de atuação: Saúde Pública e História da
Doutora em Enfermagem pela UFRJ. Professora Ad- Enfermagem. Membro do Grupo de Pesquisa – LA-
junta do Departamento de Metodologia da Escola PHE-UNIRIO-CNPq.
de Enfermagem Anna Nery (EEAN-UFRJ). Mem-
bro do Núcleo de Pesquisa em Educação, Gerência e
Zainet Nogimi
Exercício Profissional em Enfermagem (NUPEGE-
PEn). Áreas de atuação/ produção: Administração de Enfermeira. Especialista em Formação Pedagógica
Enfermagem e Enfermagem Cardiovascular. habilitada em Enfermagem Cardiológica. Docente
do Instituto Educacional São Paulo (INTESP).
Paula Rosenberg de Andrade
Mestre em Ciências da Saúde pelo Departamento de
Enfermagem Pediátrica da Unifesp-EPM. Enfermei-
ra do Centro Assistencial Cruz de Malta.

VII
Sumário
volume 2

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XI Capítulo 2 – Enfermagem


Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . XIII em Centro Cirúrgico e Clínica
Cirúrgica . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

Capítulo 1 – Administração Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55


e Cálculo de Medicamentos . . . . 1 Localização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Características físicas . . . . . . . . . . . . . . 55
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Sala de cirurgia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Reações adversas . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Paramentação cirúrgica . . . . . . . . . . . . . 59
Interações medicamentosas . . . . . . . . . 4
Posições para cirurgia . . . . . . . . . . . . . . 62
Vias de administração de medicamentos 4
Princípios de microbiologia . . . . . . . . . . 63
Incompatibilidade entre medicamentos . 27
Situações cirúrgicas . . . . . . . . . . . . . . . 70
Administração de hemoderivados . . . . . 29
Enfermagem em clínica cirúrgica . . . . . . 87
Cálculos e diluições . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Sistemas de medidas e equivalência
das medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Capítulo 3 – Saúde Pública . . . . 119
Medicação em solução . . . . . . . . . . . . . 37
Particularidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121

Cálculo de gotejamento de soro . . . . . . . 42 Políticas de saúde pública no Brasil . . . . 121

Rediluição de medicação . . . . . . . . . . . . 44 Sistema Único de Saúde (SUS) . . . . . . . 128

Transformação de soluções . . . . . . . . . . 46 Doenças transmissíveis . . . . . . . . . . . . . 134


Imunização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196
Programas de atenção à saúde . . . . . . . 204
Resíduos dos serviços de saúde . . . . . . . 213
Isolamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220

IX
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Capítulo 4 – Enfermagem no Assistência no período inicial pós-parto . 361


Atendimento a Emergências . . 223 Assistência de enfermagem na unidade
de internação neonatológica . . . . . . . . . 361
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225 Medidas antropométricas . . . . . . . . . . . 362
Atividades da enfermagem na unidade Assistência de enfermagem na
de emergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226 maternidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 368
Transporte do cliente crítico . . . . . . . . . 227 Registro de nascimento . . . . . . . . . . . . . 380
Principais emergências . . . . . . . . . . . . . 235 Alta hospitalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 380
Atendimento em UTI neonatal . . . . . . . . 381
Patologias em recém-nascidos . . . . . . . . 385
Capítulo 5 – Enfermagem
Recém-nascido pré-termo . . . . . . . . . . . 390
Pediátrica . . . . . . . . . . . . . . . . . 259
Recém-nascido traumatizado . . . . . . . . . 392

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 261 Controle de infecção no berçário . . . . . . 392

Crescimento e desenvolvimento Cuidados de enfermagem ao


da criança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264 recém-nascido grave . . . . . . . . . . . . . . . 392

Crescimento e desenvolvimento durante


a adolescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 271
Brincadeiras na infância . . . . . . . . . . . . 274
Capítulo 7 – Enfermagem em
Psiquiatria . . . . . . . . . . . . . . . . 395
Hospitalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
Administração de medicamentos
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 397
em pediatria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 302
Epidemiologia dos transtornos mentais . 399
Alterações do sistema respiratório . . . . . 321
Transtorno impulsivo para dependência
Alterações gastrintestinais . . . . . . . . . . . 334
química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 399
Estatuto da Criança e do Adolescente . . 348
Transtorno bipolar do humor . . . . . . . . . 401
Direitos da criança e do adolescente
Esquizofrenia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 403
hospitalizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351
Transtorno obsessivo-compulsivo . . . . . . 404
Transtornos alimentares . . . . . . . . . . . . 405

Capítulo 6 – Enfermagem em Transtornos somatoformes . . . . . . . . . . 407

Neonatologia . . . . . . . . . . . . . . . 353 Assistência de enfermagem na


administração de drogas psicotrópicas . 408
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355 Emergência psiquiátrica . . . . . . . . . . . . 412
Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 355
Classificação do recém-nascido . . . . . . . 355
Referências Bibliográficas . . . . . 417
Assistência de enfermagem em sala
de parto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 356

X
Apresentação

A idéia deste livro surgiu do desejo de de- fundamental importância para o amadureci-
senvolver uma obra ampla que abrangesse mento profissional.
vários temas importantes para o aprendizado A administração e o cálculo de medicamen-
de Enfermagem e que reunisse profissionais tos completam esta obra e trazem exercícios
enfermeiros envolvidos na área acadêmica a práticos e de grande utilidade nos estudos e
fim de suprir as necessidades de aprendizado no dia-a-dia profissional.
de alunos e profissionais. Este tratado reúne textos importantes
Para fins de organização e apresentação dos voltados para a formação e para a educação
temas, este tratado foi estruturado em capí- continuada dos membros da equipe de en-
tulos, iniciando pela revisão de anatomia e fermagem, esse conjunto articulado de forma
fisiologia humanas, cujo texto faz uma abor- organizada e aperfeiçoada tenta aproximar a
dagem direta e objetiva no intuito de relem- ciência da prática e assim tornar o aprendiza-
brar e destacar alguns pontos importantes do do mais significativo.
corpo humano e de seu funcionamento. A ciência é um meio indispensável para que
Os capítulos subseqüentes abordam cada os sonhos sejam realizados. Sem a ciência não
sistema de forma detalhada, incluindo prin- se pode nem plantar nem cuidar do jardim...
cipais doenças, sinais e sintomas, tratamento
e assistência de enfermagem, destacando o Mas há algo que a ciência não pode fazer. Ela
processo de cuidar e incluindo estratégias e não é capaz de fazer os homens desejarem
instrumentos necessários para desenvolvê-lo. plantar jardins. Ela não tem o poder de fazer
Algumas especialidades como pediatria, sonhar (Alves, R. Entre a ciência e a sapiên­
centro cirúrgico e saúde pública também cia: o dilema da educação. 7. ed. São Paulo:
foram abordadas por serem consideradas de Loyola, 2002).

XI
Introdução

A questão da formação do profissional de do profissional que deve se entregar de uma


enfermagem dentro de uma prática embasa- forma verdadeira à sua capacitação profissio-
da na ciência em favor do cliente que busca nal.
cuidados de qualidade é a temática central em Não só o professor, mas também o profis-
torno da qual gira este texto. Elaborar um livro sional têm a função de formador. Formar é
que abordasse o maior número de assuntos e vivenciar cenas do cotidiano, pois sabemos
promovesse aos profissionais subsídios para a que a mais antiga forma de aprender é ob-
capacitação e para o aprimoramento profissio- servar os fatos que ocorrem ao nosso redor,
nal não foi uma tarefa fácil, buscou-se incluir o que nos permite arquivar conhecimentos
assuntos importantes e fundamentais para a para as ações futuras. Estamos todos envolvi-
prática e embasados em teoria científica. dos no processo de ensinar e aprender; somos
Por outro lado, abordar todos os temas rele- responsáveis por tudo que nos circunda.
vantes para a enfermagem foi se tornando um A linguagem prática e direta foi estabele-
objetivo complexo e distante porque a cada cida para favorecer o aprendizado e o enten-
passo dado percebia-se o quanto ainda era ne- dimento dos assuntos abordados gerando,
cessário caminhar. Dessa forma nos detivemos assim, aquisição de conhecimento de forma
em alguns temas que considerávamos primor- prazerosa e confortável.
diais pois nossa finalidade principal é formar Esta obra incorpora uma análise de saberes
e, para nós, formar é muito mais do que pura- fundamentais à prática de enfermagem e aos
mente treinar no desempenho de destrezas. quais esperamos que o leitor crítico acrescen-
Formar é somar o conhecimento apresen- te alguns que não puderam ser inseridos nes-
tado à visão crítica e crescentemente curiosa te dado momento.

XIII
Capítulo 6
Enfermagem em Neonatologia
Angelina Maria Aparecida Alves
Débora Esteves
Inês Maria Meneses dos Santos
Leila Rangel da Silva
Maria Xavier de Souza
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Introdução Conceitos

Em meados dos anos de 1970, o avanço Nascido vivo: criança que apresenta bati-
da ciência aliado a tecnologia de exames e mentos cardíacos, movimentos respiratórios
diagnósticos possibilitou a formação da espe- e pulsações no cordão.
cialidade pediatria. A neonatologia atende o Óbito fetal: de acordo com a OMS é a
recém-nascido (RN) nas 4 primeiras semanas morte de um produto da concepção antes da
de vida (28 dias de vida). Dentro das inova- expulsão ou de sua retirada do corpo materno,
ções, a normatização da presença de médi- independentemente da duração da gestação.
co neonatologista na sala de parto contribui Natimorto: óbito fetal após a 28a semana
para reduzir muito as estatísticas de óbitos de gestação.
pós-parto, principalmente em caso de parto
de risco.
O nascimento de um bebê é um momen- Classificação do
to mágico para os pais e também para os Recém-nascido
profissionais que cuidam da mãe e do RN.
Durante o nascimento, a situação do feto é
influenciada por muitos fatores, principal- Conforme o Peso
mente analgesia e a anestesia obstétrica. Na
sala de parto, ao receber o RN, o profissional • RN pequeno para a idade gestacional
que realiza o parto deve dobrar sua atenção (PIG): pesa menos de 2.500 g, abaixo do
para sinais de depressão e complicações res- 10o percentil ou 2 desvios-padrão abaixo
piratórias, especialmente ao RN de parto de da média, como resultado de crescimen-
risco. to intra-uterino retardado (CIUR).
O enfermeiro ou o técnico de enfermagem • RN com peso apropriado para a idade ges-
que recebe o bebê das mãos do obstetra ou tacional (AIG): pesa entre 2.500 e 4.000 g.
do enfermeiro obstetra deve ser hábil e saber • RN grande para a idade gestacional (GIG):
identificar anormalidades. Em caso de sofri- pesa mais de 4.000 g, está no 90o percentil
mento e se houver necessidade de reanima- ou 2 desvios-padrão acima da média.
ção, deve fazê-la imediatamente.
Todo hospital com sala de parto deve ter
uma equipe de reanimação capacitada e equi- Conforme a Idade
pamento apropriado disponível para prestar Gestacional
atendimento eficaz ao RN.
• RN pré-termo (RNPT): é o RN que
pode ser viável e nasce até completar 37
semanas e pode ser:

355
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

– RNPT limítrofe: entre 35 e 36 sema- Os cuidados de enfermagem ao RN apóiam-


nas (está próximo de atingir o termo) se no conhecimento das alterações e o impac-
muitas vezes não apresenta intercor- to do recém-nascido na unidade familiar.
rências e não necessita de cuidados As primeiras horas pós-parto apresentam
especiais; ficará em alojamento con- um período de ajustamento fundamental para
junto com sua mãe; o RN. Os cuidados imediatos devem-se cen-
– RNPT moderado: entre 30 e 34 se- trar na atenção ao estado do recém-nascido.
manas; O ideal é que o RN receba os cuidados
– RNPT extremo: abaixo de 30 sema- imediatos de um profissional treinado, pre-
nas (apresenta grande imaturidade ferencialmente médico ou enfermeiro com
dos seus órgãos e necessita de cuida- capacitação em reanimação neonatal, porque
dos altamente especializados). em parto de risco pode ser necessária a intu-
• RN a termo: RN que nasce entre 37 bação traqueal do neonato.
semanas completas até 42 semanas. A
criança nascida com essa idade gestacio-
nal possui características anatômicas e Cuidados com Atenção
fisiológicas que permitem sua adaptação Especial
perfeita ao meio externo.
• RN pós-termo: nascido após 42 semanas 1. A desobstrução de vias aéreas deve ser
de gestação pode ter sinais de perda de feita com a cabeça em nível inferior ao
peso com insuficiência placentária. restante do corpo (Trendelenburg a 20°),
virada para o lado, pois esta posição im-
Peso ao nascer: qualquer criança nasci- pedirá que muco, líquidos, coágulos ou
da viva pesando 2.500 g ou menos é clas- mecônio penetrem nas vias respiratórias.
sificada como baixo peso. São chamadas de 2. Na avaliação do RN, deve-se observar e
muito baixo peso as nascidas com menos de anotar o instante em que o RN chora e
1.000 g. respira.
3. Fazer a ligadura do cordão umbilical dei-
xando-se um coto com cerca de 3 cm de
Assistência de comprimento. A secção do cordão umbi-
Enfermagem em Sala lical é feita (deixar pulsar 1 minuto sem
de Parto ordenha) pelo obstetra ou enfermeiro
obstetra que realizou o parto.
4. Após ligadura do cordão umbilical e exa-
No período pós-parto, o recém-nascido me do cordão, envolver o RN em campo
apresenta alterações biofisiológicas e com- aquecido, estéril e apresentar a mãe.
portamentais complexas, resultantes da tran- 5. Estabelecer e manter uma via aérea pér-
sição para a vida extra-uterina. via e o suporte às respirações.

356
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

6. Manter o aquecimento e prevenir a hipo- 10. Fazer a identificação do RN e da mãe,


termia. usar pulseiras de plástico no pulso ou
7. Verificar o Apgar do 1o e do 5o minuto, tornozelo (colocado na mãe e no filho,
estabelecidos pelo médico ou pela enfer- coleta-se a impressão digital dos dedos da
meira obstetra. mãe e plantar do filho). Deve constar na
8. Certifique-se de que foram coletadas identificação: nome da mãe (“filho de”
amostras de sangue do cordão para de- ou “RN de”), sexo do RN, número do
terminar o grupo sangüíneo e Rh, além quarto, do leito materno e data.
de todas as determinações que o pediatra 11. Administração de vitamina K para pre-
julgue oportunas. venção da doença hemorrágica do RN (2
9. Coloca-se o bebê em contato com a mãe (a mg por via oral ou 1 mg por via IM no
enfermagem deverá entregar o RN à mãe, vasto lateral/coxa).
abrindo o campo para que ela observe seu 12. Aplicação de credê ocular: nitrato de
corpo inteiro), e em seguida estimular a prata a 1% para a prevenção da oftalmia
amamentação no seio materno. purulenta.

Figura 6.1 – Pulseira de identificação do RN.

357
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Observação: O profissional deve se prote- do diretamente sobre a córnea pode cau-


ger com luvas, pois o bebê estará envolto em sar traumatismo ou lesão.)
líquido amniótico e sangue, que podem estar 2. Manipular cuidadosamente as pálpebras
contaminados. Utilizar um campo aquecido, para es­palhar a gota.
segurar o bebê pelos pés e pelo dorso. 3. Retirar o excesso de nitrato de prata 1%
das pálpebras e da pele ao redor com gaze
Objetivos específicos embebida com água esterilizada. (Moti-
vo: se o excesso de solução não for remo-
1. Oferecer a todos os recém-nascidos con- vido, produz-se uma mancha marrom ou
dições para adaptação imediata à vida ex- preta na pele ao redor dos olhos.) Nunca
tra-uterina. utilizar soro fisiológico. (Motivo: soro
2. Proteger a criança contra os riscos do precipita os sais de prata, provocando
meio ambiente. queimadura na pele.)
3. Efetuar procedimentos e prestar cuida- 4. Não lavar os olhos. (Motivo: deve-se dei-
dos ao RN. xar o nitrato de prata 1% agir logo após
4. Atentar para os problemas que ocorrem e a instilação, para que seja eficaz.)
solucioná-los. 5. Para armazenar os frascos de nitrato de
prata 1%, use um vidro de cor escura
(âmbar), com tampas bem ajustadas,
Método de Credé conservando ao abrigo da luz e do calor.
(Motivo: a medicação é fotossensível.)
O obstetra vienense Credé, em 1881, desco- Atente para o prazo de validade indica-
briu o uso do nitrato de prata, hoje difundido do; habitualmente o farmacêutico da ins-
mundialmente. O colírio de nitrato de prata tituição fornece doses fracionadas. (Mo-
1% promove a profilaxia da oftalmia gonocó- tivo: evita que a solução sobrenadante
cica (transmissão de gonorréia da mãe para o perca sua ação terapêutica. No final do
bebê no momento do parto), eliminando uma frasco, o produto terá maior concentra-
das causas de cegueira no neonato. ção de nitrato de prata devido aos sais
O procedimento deve ser feito logo após o precipitados, podendo causar conjunti-
nascimento. Pode-se, contudo aguardar uma vite química no recém-nascido.)
ou duas horas para permitir o contato visual­
entre mãe e bebê. De fato, o medicamento
arde e o recém-nascido não conseguirá abrir os Administração de
olhos, impedindo que aproveite o período de Vitamina K (Kanakion®)
alerta após o parto para interagir com sua mãe.
A função da vitamina K é catalisar a sínte-
1. Instilar duas gotas de nitrato de prata 1% se de protrombina no fígado, necessária para
no saco conjuntival. (Motivo: se instila- a coagulação sangüínea. A administração de

358
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

vitamina K ajuda na prevenção da doença he- 1. Administra-se uma única dose (0,5 mg
morrágica do RN, causada por uma deficiên­ para RN pré-termo e 1 mg para RN a
cia dos fatores de coagulação (dependentes termo) na primeira hora de vida, por via
da vitamina K) que se instala geralmente en- intramuscular.
tre o primeiro e o quinto dia de vida. 2. Normalmente aplica-se no músculo vas-
Normalmente, a vitamina K é sintetizada to lateral da coxa. (Motivo: ausência de
pela flora intestinal. No entanto, o intestino outra massa muscular bem desenvolvi-
do RN é estéril ao nascimento, e só será co- da.) A aplicação em outros sítios poderá
lonizado após a amamentação (o leite ma- ocasionar ne­crose, por não haver tecido
terno, porém, contém níveis baixos de vita- para absorver o medicamento.­
mina K). Logo, o suprimento é inadequado 3. Padronizar o lado – por exemplo, sem-
nos primeiros 3 ou 4 dias. Também há ima- pre no esquerdo. (Motivo: para posterior
turidade hepática, com pouca produção de controle em caso de intercorrências, uma
fatores sangüíneos. vez que há outra injeção intramuscular).

Figura 6.2 – Aplicação intramuscular de vitamina K (Kanakion®).

359
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Figura 6.2 – (continuação) Aplicação intramuscular de vitamina K (Kanakion®).

4. Quanto à armazenagem, a vitamina K Avaliação da Vitalidade


deve ficar ao abrigo da luz e calor. Con- do Recém-nascido
servar as ampolas na caixa até o momen-
to do uso; depois de aberta, a medicação O método utilizado para avaliação do RN
pode ser utilizada em até 12 horas se pro- foi criado em 1952 por Virgínia Apgar. Rea­
tegida da luz. (Motivo: a medicação é fo- liza-se a avaliação aos 60 segundos e aos 5
tossensível; após 12 horas, a vitamina K minutos, atribuindo-se, para cada sinal ava-
oxida.) liado, notas de zero a dois e no final faz-se o
somatório, que dará um total de zero a dez.
Aqueles que, no quinto minuto de vida,
estiverem com baixas notas (deprimidos),
receberão assistência específica (oxigenação,
reanimação etc.).

360
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Tabela 6.1 – Avaliação da vitalidade do recém-nascido (Apgar)


Sinais 0 1 2
Freqüência cardíaca Ausente Abaixo de 100 bpm Acima de 100 bpm
Esforços Ausente Choro fraco Respiração regular,
respiratórios choro forte
Tônus muscular Flácido Flexão das extremidades Movimentação ativa
Irritabilidade reflexa Ausente Careta Choro, espirro
Cor da pele Cianose ou palidez Corpo róseo, acrocianose Completamente róseo
Significado das notas obtidas na Avaliação de Apgar:
- 0 a 3: asfixia grave;
- 4 a 6: asfixia moderada;
- 7 a 10: boa vitalidade, boa adaptação à vida extra-uterina.

Assistência no Período 7. Realizar credeização: caso não tenha sido


Inicial Pós-parto feito em sala de parto.
8. A ligadura é feita com “Cord Clamp”.
Verifique o sangramento e faça anti-sep-
Depois dos devidos cuidados no primeiro sia com álcool iodado ou álcool a 70%,
momento em sala de parto, conforme proto- envolvendo com gazes estéreis.
colo do hospital e autorização médica, o RN 9. Preencher devidamente os impressos.
deverá ser encaminhado para sala de reani- 10. Depois da avaliação do neonatologista,
mação para o atendimento de enfermagem. encaminhá-lo ao berçário ou, em caso de
Devemos: complicações, encaminhá-lo à Unidade
de Terapia Intensiva.
1. Garantir um ambiente seguro e prevenir 11. Pesar o RN.
acidentes ou infecção.
2. Identificar problemas atuais que possam
requerer atenção imediata. Assistência de
3. Transportar para sala de reanimação, sen- Enfermagem
do colocado em berço aquecido (32 °C) na Unidade
em discreto Trendelenburg (45°). de Internação
4. Colocá-lo com a cabeça voltada para Neonatológica
quem vai dar os cuidados.
5. Aspirar VAS com sonda (n. 6 ou 8) pri-
meiro a boca, depois as narinas e o estôma- O RN vai se acomodando mediante um
go por último (se houver muito líquido). processo de adaptação. Experimenta altera-
6. Fazer oxigenação através de máscara: oxi- ções físicas e estabiliza funções importantes
gênio úmido (2 l/min). para seu futuro. Técnicas de enfermagem ga-

361
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

rantem que esse processo decorra de forma Assistência de


adequada. Ao receber o RN, o técnico de en- Enfermagem na UTI-Neo
fermagem ou o enfermeiro deve:
1. Cumprir as normas e a hierarquia da
1. Conferir os papéis com o RN.
UTI-Neo e do hospital.
2. Encaminhar para a sala apropriada.
2. Colaborar com o ensino e a pesquisa
3. Colocá-lo em berço aquecido sem rou-
conforme as atribuições profissionais.
pas.
3. Cientificar atribuições, rotinas e escalas a
4. Observar suas características (temperatu-
ser cumpridas.
ra, coloração e respiração).
4. Prestar cuidado ao RN de acordo com a
5. Administrar vitamina K (1 mg IM no
prescrição e checá-lo no prontuário.
vasto lateral da coxa), caso não tenha
5. Administrar medicamentos ou realizar
sido feito em sala de parto.
procedimentos somente quando houver
6. Pesar, medir estatura e perímetros (PC,
delegação do enfermeiro.
PT, PA).
6. Comunicar ao enfermeiro alterações e si-
7. Fazer exame físico do bebê – exclusivo
tuações de emergência.
para enfermeiros.
7. Registros e passagem de plantões confor-
8. Fazer a primeira limpeza – banho.
me rotina.
9. Iniciar a hidratação (SG a 5%), geral-
8. Zelar e cuidar dos equipamentos.
mente após 4 horas de nascimento ou
9. Dar atenção aos pais e fornecer somente
conforme conduta; protocolo institu-
informações autorizadas pelo enfermeiro.
cional;
10. Participar de cursos e reuniões de serviço.
10. Fazer as devidas anotações (choro, elimi-
nações, respiração, sucção, deglutição).
11. Verificar temperatura e pulso.
12. Realizar exame corporal (clínico). O mé- Medidas
dico e o enfermeiro farão este exame de- Antropométricas
talhado entre 10 e 12 horas de vida, para
não resfriar o bebê. Observam-se sinais
vitais, coloração da pele, condições do Peso
coto umbilical, a presença de traumatis-
mo e malformações do coto e se há ou- O peso é a medida mais importante para
tras malformações etc. a avaliação do crescimento e estado nutricio-
13. Anotações: as anotações variam de acor- nal. A criança está em constante processo de
do com os impressos de cada hospital. crescimento e sempre deve estar ganhando
Os dados referentes à mãe e à criança peso. A criança dobra o peso de nascimento
deverão ser preenchidos antes da trans- até os 6 meses, triplica-o aos 12 meses e qua-
ferência. druplica-o entre 2 e 3 anos.

362
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Técnica de pesagem Altura


1. Lavar as mãos. A altura é a medida fiel do crescimento
2. Despir a criança. muscular e esquelético da criança. É influen-
3. Colocar toalha de papel sobre a bandeja ciada pelas condições de nascimento e ges-
da balança ou sobre o assoalho, em caso tação, hereditariedade, alimentação, doenças
de crianças maiores. crônicas, mentais e hormonais e tende a ser
4. Colocar delicadamente a criança deitada constante, aproximadamente até os 18 anos.
ou sentada na cesta da balança; manter A alteração do posicionamento corporal da
uma das mãos sobre seu corpo sem tocá-lo; criança pode alterar o resultado.
em caso de crianças maiores, solicite que Até os 2 anos, a criança é medida na po-
suba na balança e fique em seu centro. sição deitada, utilizando-se régua antropo-
5. Fazer a leitura do peso e registrar no métrica, que tem uma extremidade fixa no
prontuário. zero e um cursor. Após essa idade, a criança
6. Vestir a criança. é medida na posição vertical, com régua tipo
7. Lavar as mãos após o procedimento. mural.

Figura 6.3 – Verificação do peso do RN.

363
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Técnica de mensuração Perímetro Cefálico


1. Lavar as mãos.
O perímetro cefálico (PC) é a medida da
2. Despir a criança.
circunferência do crânio. Esta aumenta ra-
3. Colocá-la em decúbito dorsal, com as per-
pidamente no primeiro ano de vida, para se
nas estendidas e a cabeça em linha reta.
adaptar ao crescimento do cérebro. Quando
4. Colocar a régua com a parte fixa em con-
o PC está muito abaixo ou muito acima do
tato com a cabeça e mover a outra parte
esperado, é indicativo da presença de alguma
até a planta dos pés.
alteração, como microcefalia ou hidrocefalia,
5. Manter os joelhos juntos e pressionados
respectivamente.
delicadamente para baixo, para que as per-
nas fiquem completamente estendidas.
6. Fazer a leitura do valor obtido.
7. Vestir a criança.

Figura 6.4 – Verificação da estatura do RN.

364
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Técnica de mensuração Tabela 6.2 – Valores normais de perímetro


cefálico
Idade PC aproximado (cm)
1. Lavar as mãos.
Nascimento 35
2 Posicionar a criança deitada no berço ou 3 meses 40,4
sentada no colo da mãe. 6 meses 43,4
3. Colocar a fita métrica passando pelas par- 9 meses 45,5
1 ano 46,6
tes mais salientes da região frontal (acima
1,5 ano 47,9
das sobrancelhas) e occipital (a fita deve- 2 anos 48,9
rá estar ligeiramente folgada). 3 anos 49,2
4. Anotar o valor obtido em centímetros. 4 anos 50,4
5 anos 50,8
Fonte: Adaptado de Whaley, L. F.; Wong, D. L.. Enfermagem
pediátrica. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.

Figura 6.5 – Mensuração do perímetro cefálico do RN.

365
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Perímetro Abdominal Técnica de mensuração

Mede-se o PA colocando-se a fita métri-


O perímetro abdominal (PA) é o valor
ca em volta do abdome, na altura da cicatriz
da circunferência abdominal, conferindo
umbilical.
parâmetros sobre o crescimento abdominal
anormal. Não é medido rotineiramente, só
no momento do nascimento e em situações
especiais prescritas.

Figura 6.6 – Mensuração do perímetro abdominal do RN.

366
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Perímetro Torácico Técnica de mensuração

Mede-se o PT colocando-se a fita métrica


O perímetro torácico (PT) é a medida da
em volta do tórax, na altura dos mamilos.
circunferência torácica e confere parâmetros
sobre o crescimento anormal do tórax, indi-
cando anomalias pulmonares e cardíacas, en-
tre outras. Também não faz parte da rotina de
mensurações, sendo verificado apenas no mo-
mento do nascimento ou quando prescrito.

Figura 6.7 – Mensuração do perímetro torácico do RN.

367
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Assistência de Técnica do banho


Enfermagem na
Maternidade A água deve estar entre 37 e 38 °C. Usar bo-
las de algodão ou lenços descartáveis macios
para secar os olhos, a face e a parte externa
Desde o primeiro momento em que é re- dos ouvidos. Os olhos são limpos e secos do
cebido, o RN é submetido a procedimentos canto interno para fora. Usar sabão neutro.
e cuidados que deverão ser repetidos durante Lavar a cabeça do bebê usando movimentos
os dias em que permanecer no hospital, a fim circulares delicados e após lavar, secar e em
de facilitar e comprovar sua adaptação à vida seguida descobrir o corpo. Inclinar cabeça
extra-uterina. Algumas dessas técnicas são ex- para trás, a fim de limpar o pescoço; depois
clusivas de enfermagem, como a higiene, as- coloque-o na banheira segurando com firme-
piração, verificação da permeabilidade anal, za (não demore muito no banho). Enxugue o
a administração de vacina contra hepatite B bebê com movimentos delicados, coloque a
e BCG, punção de capilar para coleta de san- fralda e faça curativo do coto umbilical com
gue para glicemia capilar e bilirrubinemia, álcool a 70% e termine de vestir o bebê.
TSH e PKU entre outras tantas atividades.

Hidratação e
Higiene Alimentação

Material Necessário Para que o RN esteja devidamente hidra-


tado e alimentado, é importante que nas pri-
Banheira, termômetro de banho, mesa meiras horas de vida tenha sido estimulado.
auxiliar, toalha de banho suave, sabonete lí- Vale ressaltar que as condutas utilizadas va-
quido neutro, luva de banho, gaze regal ou riam de acordo com os protocolos adotados
bolas de algodão, água morna, roupa de ber- em cada instituição.
ço, fraldas, avental para proteção para o pro- Devem ser usadas mamadeiras de água
fissional, saco de lixo etc. Para o curativo do ou de soro glicosado (SG) a 5%. Ao redor
coto umbilical: cotonete e álcool a 70%. de 4-6 horas de vida, verifique a capacidade
de sucção da criança, estimulando-a a partir
Descrição desse momento, oferecendo-lhe líquidos a
cada 3 horas.
Verificar a temperatura axilar do RN (tem- Para manter uma boa hidratação, com o
peratura do ambiente deve ser de 24 a 27 °C). RN semi-sentado, introduzir o bico da ma-
Despir o RN e pesá-lo; em seguida, cobri-lo madeira de água ou SG a 5% na boca, fazen-
com lençol. do pequenos movimentos com o bico para
estimular a sucção.

368
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

A B

Figura 6.8 – Técnica do banho: (A) lave a cabeça com movimentos circulares delicados, (B)
segure o bebê com firmeza.

Para aleitamento materno, utilizar com- a mamada deve durar 10 minutos em cada
pressas esterilizadas, soro fisiológico (SF) mama, devendo sempre começar pelo último
0,9% ou água, uma cadeira de costas alta e seio da mamada anterior para facilitar o es-
reta, de preferência uma poltrona confortá- vaziamento completo. Depois das primeiras
vel. Nas primeiras horas pós-parto, a mãe mamadas vai se acrescentando o tempo de
pode ficar na cama com a cabeceira elevada sucção do bebê (15-20 minutos cada seio). A
para amamentar o RN, deve estar sentada mãe deve limpar os mamilos no final.
com apoio nas costas; limpar os mamilos Não obrigue o bebê a ingerir grande quan-
com compressas esterilizadas e molhadas de tidade de líquido durante as primeiras horas
água ou SF 0,9% e manter a criança semi- de vida, administre pequenas quantidades fre-
sentada no seu colo. Com o braço livre, aper- qüentemente, para que ingira o que necessita.
tar o mamilo e introduzi-lo na boca, sobre Pode-se colocar a criança ao peito, mesmo
a língua, estimulando a sucção. Inicialmente na sala de parto. Quanto mais cedo se fizer,

369
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

melhores serão os resultados na instauração Tipos de leite


do aleitamento.
Para aleitamento artificial ou comple- Leite materno, leite de banco, fórmulas
mentar, com a criança na mesma posição, lácteas (Pré Nan®, Aptamil Pré®).
coloca-se o bico da mamadeira na sua boca,
depois de verificar a temperatura do leite.
Na metade da mamada e no final, faz-se um Leite materno
descanso para facilitar a eructação; após as
mamadas o bebê deve ser colocado em posi- O leite materno (LM) é um fluido bio-
ção para eructação. lógico complexo constituído por proteínas,
Perda ponderal: todos os bebês perdem até lipídios, carboidratos, vitaminas, minerais
10% de seu peso, desde o nascimento até por e células (leucócitos, linfócitos, neutrófilos
volta do 3o ou 4o dia de vida. Essa perda é e células epiteliais). Sabe-se que o leite pro-
causada pela diminuição do edema, pela eli- duzido por mães saudáveis é suficiente para
minação de mecônio e urina e pela pequena suprir todas as necessidades nutricionais do
ingestão fisiológica de alimentos nos primei- RN de termo durante os primeiros seis meses
ros dias de vida. de vida.
A criança apresenta 3 reflexos que facili- O LM possui composição nutricional
tam a amamentação: reflexo da rotação, re- balanceada, que inclui todos os nutrientes
flexo da sucção e reflexo da deglutição. Nos essenciais, aproximadamente 45 tipos dife-
3 primeiros dias, a produção do leite é endó- rentes de fatores bioativos; muitos desses fa-
crina. Após 3 dias, a produção é exócrina. A tores parecem contribuir para o crescimento
alimentação do RN prematuro que não pode e desenvolvimento do RN, bem como para
se alimentar no seio materno será discutido a maturação de seu trato gastrintestinal. Por
no item Recém-nascido pré-termo. isso é importante que o RN permaneça em
Em caso de impossibilidade de aleitamen- aleitamento materno exclusivo durante esse
to materno (da sua própria mãe), porque a período de sua vida.
mãe é portadora de HIV/Aids, por exemplo, Dentre os inúmeros benefícios estão: fato-
o bebê receberá fórmulas lácteas ou leite hu- res antimicrobianos, agentes antiinflamató-
mano do banco de leite. rios, enzimas digestivas, vários tipos de hor-
O leite humano proveniente de banco de mônios e fatores de crescimento.
leite passa por análise, não oferecendo risco
de contaminação. Vantagem nutricional
Prazos e validade do leite materno: tempe-
ratura ambiente (8 horas); geladeira (2 a 8 °C Composição química balanceada: equi-
por 24 horas); freezer (-18 a -15 °C por um líbrio quantitativo e qualitativo de todos os
mês) e pasteurizado (freezer por 6 meses). nutrientes necessários à criança.

370
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Vantagem imunológica • resultados dos exames de investigação


materna (por exemplo, pesquisa do HIV,
Proteção contra infecções (principalmen- titulação para rubéola etc.);
te gastrintestinal). O LM previne a diarréia • história do trabalho de parto: início, du-
porque tem os fatores bífidos (meio do in- ração, complicação;
testino fica ácido) que faz com que bactérias • rompimentos de membranas: quantidade
patogênicas não penetrem no organismo; a de líquido, presença de mecônio, relação
criança fica menos ictérica pela eliminação com a hora do parto;
de bilirrubina. A IGA serve como barreira • registro da monitoração fetal (por exem-
patogênica (adere na mucosa). plo, evidência de sofrimento fetal);
• história do parto: duração, medicações e
Outros benefícios anestésicos (quantidade e quando admi-
nistrados).
Promove contato íntimo entre mãe e filho,
desenvolvimento da inter-relação afetiva e
Avaliação geral
profunda, favorecendo o desenvolvimento
físico e mental adequado. Na avaliação deve-se dar ênfase para os as-
Favorece o desenvolvimento da estrutural pectos normais e anormalidades que possi-
facial e de suas funções: mastigação, fala, ali- velmente estejam presentes no RN. A avalia-
nhamento de dentes, respiração. Ausências ção detalhada do RN deve ser feita dentro de
de fenômenos alergênicos; redução da mor- 24 horas após o nascimento.
talidade infantil e da desnutrição. Não requer
mistura, aquecimento ou esterilização, sendo
Aparência geral
prático e econômico.
1. Postura: no RN a termo, a postura deve
ser aquela de flexão completa como con-
Avaliação dos Aspectos seqüência da posição intra-uterina, cha-
Essenciais do Recém- mada posição fetal: a cabeça flexionada e
nascido o queixo repousando sobre a porção su-
perior do tórax, os braços fletidos com as
Principais categorias de mãos fechadas, as pernas flexionadas nos
dados coletados joelhos e nos quadris. Observar sonolên-
cia, irritabilidade.
• História e cuidado materno pré-natal; 2. Pele: coloração, vernix caseosa, marcas de
• tipo sangüíneo materno e fator Rh, his- nascença:
tória de isoimunização (serão discutidos • pletora (cor rósea-avermelhada pro-
adiante); funda): é mais comum em RN com

371
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

policitemia, mas pode ser observada é prontamente definido ao exame


em um RN hiperoxigenado ou hipe- da genitália externa) não deve ser re-
raquecido; gistrada até que tenha sido realizada
• cianose central (pele e mucosas azula- uma avaliação endocrinológica;
das, incluindo a língua e os lábios); • genitália masculina: verificar hipos-
• cianose periférica (pele azulada com pádia; comprimento normal do pê-
língua e lábios rosados); nis é de 2 cm ao nascer. RN mascu-
• acrocianose (apenas mãos e pés azu- lino sempre têm fimose importante.
lados). Hidroceles são comuns e geralmente
3. Lesões cutâneas extensas (equimoses, he- desaparecem por volta de um ano;
matomas). • genitália feminina: observar os lá-
4. Esforço respiratório. bios e o clitóris, secreção vaginal (co-
5. Cabeça: observar o formato geral. Na mum). Anotar e comunicar ao médio
face, verificar anomalias: ou ao enfermeiro anormalidades;
• nariz: com a sonda nasogástrica obser- • ânus e reto: verificar imperfuração
var a passagem, se houver suspeita de anal (teste com sonda retal ao nas-
atresia de coanas unilateral ou bilate- cimento) e comunicar se houver re-
ral. Batimento de asas do nariz indica sistência; verificar posição do ânus,
sofrimento respiratório. Presença de eliminação de mecônio até 48 horas
corisa é típica de sífilis congênita; após nascimento.
• boca: observar lesões, ulcerações, co-
loração, presença de dentes; Avaliação dos sinais vitais
• olhos: observar cor, secreções. A es-
clera normalmente é branca. Pode Esta avaliação deve ser realizada quando a
ter um tom azulado em lactentes criança estiver calma e quieta.
prematuros.
6. Abdome: defeitos podem incluir onfalo- Freqüência respiratória
cele, gastrosquise (o defeito é geralmente
localizado à direita do umbigo, e os in- A respiração é abdominal, e a média é de
testinos não são cobertos por peritônio): 40 nos RNT e até 60 nos RNPT (contagem
• umbigo: normalmente, o umbigo das respirações por 1 minuto, antes de de-
tem duas artérias e uma veia, envolto terminar a FC apical). É importante obser-
pela geléia de Wharton. A presença var também o movimento do tórax, bem
de apenas 1 artéria e 1 veia pode in- como os movimentos abdominais. Anotar
dicar problemas renais ou genético. com exatidão a profundidade e a qualidade
Observar se há secreção, edema etc.; da respiração (costal ou abdominal) e se há
• genitália: qualquer genitália ambígua suspeita de dispnéia quando o RN apresenta
(quando o sexo de um lactente não respiração costal.

372
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Freqüência cardíaca do que a temperatura oral) ou axilar (usual-


mente 1 °C a menos).Normalmente a tempe-
Pulso apical é aferido com o auxílio de um ratura do RN normal varia de 36,5 a 37 °C. É
estetoscópio e auscultando o batimento api- preciso informar sobre qualquer elevação ou
cal na região precordial, dois dedos abaixo do redução anormal e tomar medidas de enfer-
mamilo esquerdo; contar por 60 segundos; a magem indicadas para a condição do bebê.
FC normal varia entre 120-160 bpm e 70-80
bpm durante o sono.
Pressão arterial

Temperatura axilar Embora não seja uma medida de rotina


verificada ao nascimento, a PA avaliada pelo
A temperatura do corpo representa equilí- ultra-som Doppler é o método mais preciso
brio entre o calor produzido pelo corpo e o no RN. Mede a pressão sistólica, diastólica e
calor perdido por ele. Deve-se registrar a tem- média; a pressão arterial ao nascimento é em
peratura e o método empregado. Indicar se a média 80/46 mmHg (PA é mais comumente
temperatura é retal (usualmente 1 °C a mais verificada em RN na UTI).

Figura 6.9 – Verificação do pulso apical: deve ser aferido com auxílio de estetoscópio.

373
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Figura 6.10 – Verificação da temperatura axilar do RN.

Figura 6.11 – Manguito para aferição de PA em RN.

374
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Perímetros, comprimento Avaliação das extremidades


e peso
Observar braços, pernas e dedos.
Perímetro cefálico (PC)
1. Sindactilia: fusão anormal dos dedos (dos
O formato da cabeça varia conforme o pés ou das mãos).
tipo de parto e duração. A medida da circun- 2. Polidactilia: dedos supranumerários (pés
ferência occipitofrontal varia de 33 a 37 cm ou mãos).
no bebê a termo. 3. Talipes equinovarus (pé torto): é mais co-
O PC é igual ou excede em 2 cm o tórax. mum em meninos (o pé é virado para
Se for 4 cm maior que o tórax, avaliar a exis- baixo e para dentro). Mais detalhes no
tência de macrocefalia. item Malformações congênitas.

Perímetro torácico Avaliação do tronco e


da coluna
Média de 35 cm, comumente 2 a 3 cm
menor que o da cabeça. Verificar manchas pilosas sobre a parte in-
ferior das costas.
Perímetro abdominal
Avaliação do sistema
Média de 35 cm. nervoso central (SNC)

Comprimento Observar na criança a presença de qualquer


movimento anormal (convulsão) ou irritabi-
Deve medir de 48 a 52 cm de altura (e lidade excessiva e, em seguida, o tônus.
atinge ± 75 cm com 1 ano). Verificar sinais indicativos de alterações
neurológicas:
Peso
• hipotonia, hipertonia;
De 2.700 a 4.000 g; perde 10% do peso • irritabilidade (hiperexcitabilidade);
corporal (mais ou menos 30 g) até o quinto • reflexos de sucção e deglutição pobres;
dia e recupera no decorrer da segunda sema- • respirações: superficiais, irregulares, apnéia;
na. Deve ganhar diariamente, até o quinto • apatia, olhar fixo;
mês, mais ou menos 30 g, ou seja, uns 700 • atividade conclusiva (sucção ou mastiga-
gramas por mês (dobra de peso aos 5 meses e ção da língua, piscamento, movimentos
triplica aos 12 meses). oculares, soluços);
• reflexos ausentes, deprimidos ou exage-
rados; assimétricos.

375
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Malformações Congênitas to de Lei n. 4.403 de 2004 – que pretende a


legalização da interrupção da gestação de fe-
tos com anencefalia – deverá ser votado pelo
Anomalia congênita é qualquer defei-
Supremo Tribunal Federal (STF) em meados
to morfológico, bioquímico ou de conduta
de 2007. Enquanto isso não ocorre, as ins­
produzido em qualquer etapa da gestação e
tâncias inferiores da justiça vão permitindo
descoberto ao nascer ou depois. As malfor-
que as gestantes, mediante solicitação legal,
mações desse tipo podem ser visíveis ao exa-
interrompam a gravidez nesses casos.
me físico ou microscópico, visíveis na super-
fície do corpo ou em seu interior; podem ser
hereditárias ou não, simples ou múltiplas e Hidrocefalia
podem causar invalidez ou mesmo a morte
do RN se não forem tratadas precocemente. Caracteriza-se pela presença de uma quan-
Na maioria das vezes o tratamento inicial é tidade anormal de líquido cérebro-espinhal
cirúrgico e pode haver seqüelas ou não, de- (LCE) nos ventrículos ou nos espaços suba-
pendendo do tipo de malformação congêni- racnóides. Pode ser causada por malforma-
ta. Entre as malformações congênitas podem ções congênitas e está freqüentemente asso-
ser citados: lábio leporino, atresia de esôfago ciada à espinha bífida.
e hérnia diafragmática. Evidências de hidrocefalia são: aumento
Cabe ressaltar que drogas, agentes infec- anormal do tamanho da cabeça; fontanelas
ciosos, radiação, fatores mecânicos e alimen- protrusas e tensas; separação da estrutura do
tação deficiente ou inadequada da mãe po- crânio; crescimento rápido da cabeça, onde
dem levar às malformações. se observa aumento do perímetro cefálico;
Os principais sinais na criança que suge- fontanela anterior tensa e abaulada, olhar de
rem alguma afecção cirúrgica são: cianose; sol poente (olhar deprimido); vômitos e con-
icterícia; vômito; excesso de saliva na cavi- vulsões.
dade oral; distensão abdominal; massas ab- Suas principais causas são: hereditariedade;
dominais; ausência de micção; alteração na malformações do desenvolvimento cerebral;
eliminação de mecônio; abaulamento da re- cistos benignos; tumores congênitos; infec-
gião inguinal; aumento do perímetro cefálico ção intracraniana; traumatismos; infecção
com hipertensão de fontanela entre outras. intrauterina; hemorragia perinatal. Na maio-
ria das vezes, o tratamento é cirúrgico.
Anencefalia
Mielomeningocele
É uma condição na qual considerável
porção dos hemisférios cerebrais, do crânio Conhecida como espinha bífida, é uma
e do couro cabeludo que os recobre está fal- malformação congênita devida a um defeito
tando. É incompatível com a vida. O Proje- na fusão do tubo neural (na fase embrioná-

376
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

ria). É considerada um dos defeitos mais se- gogástrica (esfíncter esofágico). Pode provo-
veros. A cirurgia é realizada tão logo a criança car broncopneumonia (BCP) de repetição
esteja estável (12 a 18 horas de vida). Requer por broncoaspiração de alimentos. A criança
assistência de enfermagem intensiva tanto no deve ser colocada em decúbito elevado, prin-
pré quanto no pós-operatório. cipalmente após as refeições.

Atresia de coanas Obstrução intestinal

É uma deformidade congênita que consis- Se a sonda chegar ao estômago do RN, é


te num septo membranoso ou ósseo entre o importante medir o aspirado gástrico. Uma
nariz e a faringe causada pela incapacidade quantidade superior a 20 ml de líquido di-
da membrana buconasal de se romper duran- gestivo denuncia uma obstrução intestinal.
te a sétima semana de gestação. Pode ser uni A síndrome obstrutiva representa 90% dos
ou bilateral. O RN tem crises de sufocação e quadros de abdome agudo do RN. A crian-
não consegue respirar durante as mamadas; ça que vomita tem obstrução gastrintestinal
quando dorme necessita de respiração nasal. até que se prove o contrário. Não alimentar
O RN alimentase por sonda orogástrica e é a criança e passar uma sonda nasogástrica em
necessário favorecer a respiração por via oral sifonagem até confirmar o diagnóstico.
até o momento da correção.
Gastrosquise
Atresia de esôfago
Defeito congênito da parede abdominal
É uma anomalia relativamente comum, que se manifesta de uma ou mais vísceras –
que consiste na interrupção total da continui- intestino delgado, colo proximal e porção do
dade da luz do esôfago. Pode vir com: atre- estômago – para uma abertura lateral ao anel
sia sem fístula traqueoesofágica (7%); atresia umbilical (normalmente à direita). Outras
com fístula traqueoesofágica proximal; atresia malformações podem vir associadas, como
com fístula distal (87%); atresia com fístula atresias, defeito da estrutura intestinal e má
traqueoesofágica proximal e distal (0,7%) ou rotação. O tratamento é certamente cirúrgi-
pode ser fístula traqueoesofágica sem atresia co, realizando o retorno das vísceras à cavida-
(4,2%). Nesse caso, não alimentar o RN e de abdominal.
manter aspiração oral contínua. A correção
deve ser feita cirúrgica e precocemente. Apêndice pré-auricular

Refluxo gastroesofágico Pequenas formações cutâneas salientes si-


tuadas anteriormente ao pavilhão auricular.
Consiste no retorno gástrico para o esôfa- Retirada para resultado estético.
go devido à incompetência da junção esofa-

377
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Artéria umbilical única dro leva a hipertensão pulmonar, e em 85 a


90% dos casos, o lado esquerdo é o afetado.
Em alguns casos, pode ser observada ape- Ocorre uma protusão das vísceras abdominais
nas uma artéria e uma veia, definindo o qua- em vários graus para a cavidade torácica.
dro de artéria umbilical única (AUU). Hei- A etiologia é desconhecida. A literatura
fetz et al. (1984) observaram 0,5 a 2,5% de aponta para origem genética, como, por exem-
AUU em RN sadios; nas perdas gestacionais plo, nas trissomias do 13 e do 18. Segundo
e nos fetos com aneuploidia, a ocorrência foi especialista em pediatria, em um levantamen-
de 1,5 a 11%. Existe possibilidade de altera- to com 166 RN de alto risco (sintomáticos
ções cromossômicas, com maior freqüência nas seis primeiras horas de vida), foi observa-
as trissomias do 13 e do 18. Artéria umbilical do que aproximadamente 40% das crianças
única denuncia um defeito mesodérmico an- eram portadoras de uma ou mais malforma-
tes da 3a semana de vida embrionária e está ções congênitas associadas à HDC, exemplo:
relacionada à maior incidência de anomalias comunicação interatrial, comunicação inter-
estruturais, particularmente urológicas e car- ventricular, canal atriovenoso comum e atre-
díacas, assim como maior incidência de cres- sia de esôfago com fístula gastrintestinais.
cimento intra-uterino retardado.
Hipospadia
Fimose
É uma anomalia na qual a uretra não se es-
É um estreitamento na abertura do prepúcio tende ao longo de todo o pênis; em vez disso,
que pode tornar impossível sua retratação. Fre- abre-se em sua superfície inferior, em algum
qüentemente não interfere na micção, porém a lugar atrás da glande.
abertura pode ser tão pequena que seja neces-
sário esforço para o esvaziamento da bexiga. Imperfuração anal

Hemangiomas Pode ser causada pela persistência de uma


membrana acima da abertura do ânus com
Manchas escuras benignas caracterizadas um ânus normal logo acima dela ou pode ser
pela dilatação de vasos sangüíneos. constituída por uma ausência completa do
ânus, com o reto terminando em fundo cego
Hérnia diafragmática alguns centímetros acima.
congênita (HDC)
Lábio leporino e fenda
É uma falha no fechamento do canal pleu- palatina
roperitoneal, primariamente defeito diafrag-
mático, favorecendo a passagem de conteúdo O lábio leporino é uma fissura no lábio
abdominal para o interior do tórax. Esse qua- superior ao lado da linha média, e a separa-

378
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

ção pode variar de discreta à completa, es- causas. A condição é em geral bilateral. O
tendendo-se até as narinas. Pode ser uni ou diagnóstico é algumas vezes difícil, porque o
bilateral. pé do recém-nascido freqüentemente se mos-
A fenda palatina é uma fissura na linha mé- tra numa posição semelhante à do pé torto.
dia do teto da boca. Essas condições podem
ocorrer sozinhas ou aparecer juntas. Síndrome de Down

Língua presa Alteração genética também conhecida


como trissomia do cromossomo 21. Nessa
É uma condição na qual a prega vertical condição existe um retardo mental grave e
de membrana mucosa (freio) que se encon- são freqüentes defeitos no desenvolvimento
tra sob a língua, que normalmente é peque- de outros tecidos.
na no recém-nascido, estende-se até o final Algumas das características físicas no in-
ou quase até o final da língua. Pode limitar a divíduo com síndrome de Down são: crânio
movimentação da mesma, o que se evidencia pequeno, olhos afastados com presença de pe-
quando o bebê chora, porém, em geral, não quenas dobras de pele no canto interno, língua
interfere na sucção e não requer tratamento. protusa, nariz curto com base chata, hiperes-
tensibilidade das articulações, tônus muscular
Luxação congênita deficiente e malformações cardíacas.
do quadril
Testículos retidos
É um deslocamento da cabeça do fêmur do
acetábulo. O reconhecimento precoce permi- Fazem com que a bolsa escrotal pareça pe-
te o tratamento imediato e é importante para quena. Se somente um dos testículos não des-
evitar o deslocamento total. A observação ceu, a diferença de tamanho entre os dois lados
da incapacidade de abduzir completamen- da bolsa escrotal é visível. Os testículos desen-
te a perna deve ser comunicada ao médico. volvem-se no abdome e normalmente descem
A aplicação de várias fraldas, de maneira a para a bolsa escrotal em algum momento du-
afastar as pernas, é um método utilizado para rante os dois últimos meses de vida fetal.
manter a posição de abdução. Podem, entretanto, permanecer no canal
inguinal ou mesmo na cavidade abdominal
Pé torto (talipos) por um tempo maior. A descida é em geral
espontânea durante as primeiras semanas de
É o resultado de uma desigualdade na vida ou em qualquer ocasião até a puberdade.
musculatura, produzindo uma deformidade Os testículos retidos podem estar associados
na qual o pé é virado segundo um ângulo a uma hérnia.
anormal. A posição intra-uterina ou o dese- Além dessas malformações citadas existem
quilíbrio muscular são considerados possíveis outras que podem estar presentes no recém-

379
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

nascido. Algumas requerem tratamento ci- 2. Comunicar à mãe a alta do recém-nasci-


rúrgico. do.
3. Vestir o RN, orientando a mãe nos cui-
dados gerais em casa:
Registro de • cuidados com alimentação do bebê e
Nascimento a importância do aleitamento mater-
no;
• cuidados com o coto umbilical;
O registro de nascimento é muito impor- • higienização do ambiente domici-
tante para o bebê. A certidão de nascimento é liar.
necessária por várias razões e precisa ser retida 4. Transmitir com clareza a receita médica e
por toda a vida. A seguinte lista de razões é demais tratamentos.
parcial, porém demonstra a importância desse 5. Perguntar se a criança já foi registrada;
documento: prova o local de nascimento; pro- caso não tenha sido, orientar os pais
va a paternidade e a dependência legal; prova quanto à importância do registro de nas-
a idade no momento da entrada na escola; as- cimento no tempo hábil; encaminhar
segura o direito do voto, o direito de se casar, ao serviço social para orientação se for o
o seguro social; prova o direito de herdar uma caso.
propriedade; obter passaporte; e serve para ou- 6. Esclarecer a necessidade do acompanha-
tros propósitos legais. Os pais devem conhe- mento ambulatorial ou retorno para con-
cer sua responsabilidade quanto ao registro sulta com o pediatra.
de nascimento e como proceder para fazer a 7. Explicar a importância das imunizações,
certidão de nascimento. os benefícios da vacina para a criança e
orientar como ela deverá proceder. As
vacinas prioritárias nos primeiros dias de
Alta Hospitalar vida são BCG e a primeira dose contra
hepatite B. Explicar-lhe do exame do
pezinho: o resultado deverá ser entregue
A alta hospitalar é um dos momentos mais em casa e o deverá ser levado na próxima
importantes para os pais, pois a responsabili- consulta com o pediatra.
dade não mais será dividida entre a equipe de 8. Anotar horário e data da saída no Relató-
saúde e as dúvidas e inseguranças aumentam. rio de Enfermagem e no relatório geral.
Daí a importância da orientação adequada 9. Conduzir ambos até a recepção.
pela equipe de enfermagem. Na alta hospita- 10. Realizar desinfecção, limpeza geral e ter-
lar é preciso: minal da incubadora (se utilizou).
11. Organizar o prontuário.
1. Certificar a alta médica no prontuário do 12. Encaminhar o prontuário para secretária
bebê. da unidade e daí para o arquivo médico.

380
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Atendimento em UTI Entende-se por multirresistentes: estafilo-


Neonatal cocos resistentes à oxacilina, bactérias G-re-
sistentes aos aminoglicosídeos, enterococos
resistentes à vancomicina e teicoplanina.
Intervenção no Ambiente População-alvo: recém-nascidos admitidos
Físico nas UTIs, provenientes de outra instituição
de saúde, com passagem pela UTI da mesma
Os berços e/ou incubadoras devem estar instituição ou que tenham sido submetidos
distantes de pias, fones, rádios, janelas e locais a quaisquer procedimentos invasivos, como
de grandes atividades ou passagem. É impor- cirurgias, inserção de cateteres, intubação
tante que haja espaços entre os berços para orotraqueal, entre outros, independente de
evitar que se esbarre neles, provocando mu- diagnóstico infeccioso. RN nascido na mes-
dança no estado comportamental do RN. ma instituição deve também receber cuida-
dos especiais que visem à prevenção de in-
fecção.
Orientações aos
Familiares Ações no Ato da
Internação do Recém-
Personalizar o bebê colocando etiqueta com nascido com Suspeita
seu próprio nome e os nomes de seus pais. de Infecção
Incentivar o toque leve e carinhoso quando
estiverem próximos do RN. Favorecer o vín- Médicos: providenciar a troca de cateteres
culo dos familiares com o bebê. Incentivar intravasculares com sinais de infecção local
os pais a falarem sobre a saúde de seu filho. ou daqueles sabidamente inseridos na emer-
Fornecer informações sobre aleitamento ma- gência. Solicitar coleta de cultura de secreção
terno, lavagem das mãos antes e após sair da traqueal, ponta de cateteres IV e de qualquer
UTI e os horários de visitas. drenagem ou coleções.
Enfermagem: instalar o RN em quarto
privativo com banheiro e sob precauções de
Prevenção de contato, conforme normas de isolamento n.
Transmissão de 363. Atentar para o protocolo da instituição
Microrganismos quanto às medidas contra infecção, principal-
Multirresistentes mente em caso de doença infectocontagiosa.
em Recém-internados Manter o RN sob precaução de contato até
avaliação do Centro de Controle de Infecção
Objetivo: prevenir disseminação de pató- Hospitalar (CCIH). Notificar o CCIH sobre
genos multirresistentes aos antibióticos. internação desses RN.

381
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

CCIH: fazer as recomendações necessárias instaladas por baixo. Na parte superior há um


sobre a manutenção ou suspensão do isola- refletor em forma de arco para ação na parte
mento, após resultados de culturas. superior do corpo. Este equipamento tem de-
monstrado eficiência superior no tratamento
da icterícia neonatal por meio da fototerapia.
Equipamentos de UTI
Bilispot
Incubadora Também utilizado em fototerapia, porém
Indicada para internação do RN que pre- com proteção elíptica sobre a superfície cor-
cisa de condições clínicas especiais como: pórea do RN; a vantagem é a mobilidade que
suporte de O2, manutenção da temperatura, o equipamento fornece podendo ser utilizado
pós-operatório e isolamento. em uma enfermaria de maternidade ou PSI.
O equipamento possui uma câmara interna
protegida por uma cúpula de acrílico trans- Oxímetro e capnógrafo
parente com portinholas laterais para acesso,
tendo ainda uma pressão interna maior que Utilizado para medir percentual de oxi-
a do ambiente para evitar a entrada de ar ex- gênio (oxímetro) e de dióxido de carbono
terno em seu interior. (capnógrafo) presente na circulação perifé-
Sua manutenção requer higienização com rica. Esses equipamentos são indispensáveis
água e sabão neutro a cada 5 dias; todas as na observação da capacidade respiratória e
peças móveis são removidas e lavadas. Poderá cardiovascular do RN.
ser realizada a troca do filtro quando necessá-
rio, por exemplo, após alta do RN. Óxido nítrico

Trata-se de um gás cada vez mais utiliza-


Incubadora de transporte
do no tratamento de hipertensão pulmonar
Utilizada em remoção mantendo as ca- provocada por cardiopatias congênitas e as-
racterísticas da incubadora estacionária, mas piração de fluidos, como mecônio. Apesar
com adaptações para encaixe do trilho da de poder gerar toxicidade, quando instalado
ambulância e cilindro de O2, iluminação in- por um profissional habilitado, pode ofere-
terna e bateria para 3 horas. cer grandes benefícios devido a melhora na
circulação sangüínea pela vasodilatação em
capilares alveolares pulmonares.
Biliberço
A dosagem e a prescrição são feitas pelo
Equipamento utilizado para fototerapia. médico especialista em UTI-Neo. Em casos
Possui colchão de silicone, e as lâmpadas são de prematuridade também melhora o fluxo
sangüíneo nos capilares evitando o apareci-

382
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Figura 6.12 – Bilispot: utilizado em fototerapia. A luz incide sobre o recém-nascido.

383
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Figura 6.13 – Sistema de óxido nítrico: indicado no tratamento da hipertensão pulmonar, deve
ser adaptado ao aparelho de ventilação mecânica.

384
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

mento da enterocolite necrosante. Sua insta- • Sedação e analgesia.


lação é feita por meio de uma adaptação no • Cardiopatias congênitas cianóticas: per-
circuito do aparelho ventilador. sistência do canal arterial (PCA), insufi-
ciência cardíaca, arritmias cardíacas.
Aparelho respirador • Distúrbios metabólicos: distúrbios do me-
tabolismo da glicose, do sódio, do cálcio e
A atenção dada ao respirador deve ser vol- do magnésio (ver a seguir).
tada à sua montagem uma vez que os parâ- • Icterícia neonatal.
metros são regulados pelo médico assistente • Enterocolite necrosante.
conforme a evolução do diagnóstico. Alguns • Distúrbios respiratórios:
parâmetros devem ser mantidos quando o – apnéia;
parelho ficar de sobreaviso: – taquipnéia transitória;
– síndrome do desconforto respirató-
• Blender (FiO2) = 60%; rio do RN (membrana hialina);
• Peep (pressão expiratória final) = 5 – síndrome de aspiração de mecônio;
mmH2O; – hipertensão pulmonar persistente;
• Pinsp (pressão inspiratória final) = 12 – displasia broncopulmonar.
mmH2O;
• Tinsp (tempo inspiratório) = 0,4 s;
• FR (freqüência respiratória) = 20/min; Distúrbio do Metabolismo
• Modo SIMV (ventilação mandatória in- de Glicose
termitente sincronizada).
Hipoglicemia

Patologias em A hipoglicemia é uma queda do nível de gli-


Recém-nascidos cose sangüínea em relação aos níveis de nor-
malidade. A hipoglicemia pode ser definida
também como baixa concentração de glicose
Anormalidades e compatível com a função cerebral.
Patologias do Recém-
nascido • No RN prematuro < 20 mg/dl;
• no RN termo < 30 mg/dl;
• Distúrbios hematológicos: policitemia, • após a 1a semana < 40 mg/dl.
síndromes hemorrágicas.
• Distúrbios neurológicos: encefalopatia O quadro clínico não é específico, po-
hipóxico-isquêmica (EHI), convulsões, dendo ter variações. Os sintomas mais fre-
hemorragia intracraniana, distúrbios re- qüentes são: tremores, cianoses, convulsões,
nais IRA, hipertensão arterial. apnéia, apatia, choro agudo ou débil, atonia,

385
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

hipotonia, anorexia, má sucção, hipotermia e gerido precisa ser degradado normalmente


instabilidade térmica. pela conversão em tirosina. Na fenilcetonú-
ria, existe um retardo mental progressivo, a
Recém-nascido de mãe menos que a quantidade de fenilalanina ofe-
diabética recida aos tecidos seja limitada àquela essen-
cial. Um controle dietético precisa começar
No filho de mãe diabética, a etiologia é o precocemente para prevenir lesão cerebral.
hiperinsulinismo fetal secundário devido aos Na PKU o nível sérico de fenilalanina se ele-
prolongados estímulos pré-natal das ilhotas va rapidamente após o parto, à medida que o
pancreáticas (de Langerhans) como resulta- bebê recebe leite.
do da hiperglicemia materna que facilmente
atravessa a placenta.
Com o corte do cordão umbilical há uma Hiperfenilalaninemia
diminuição dos estímulos das ilhotas, contu- (HPA)
do a normalização da produção de insulina
não é imediata; levará de 8 a 24 horas. Nome genérico dado ao elevado nível de
Logo, para esses recém-nascidos, o período fenilalanina (Phe) no sangue. Pode ser cau-
mais vulnerável da hipoglicemia seria o re- sada pela deficiência da enzima hepática fe-
presentado pelas primeiras semanas de vida, nilalanina hidroxilase ou das enzimas que
assim a hipoglicemia do RN de mãe diabéti- sintetizam ou reduzem a coenzima tetraidro-
ca é precoce, intensa e de curta duração. biopterina (BH4).
É importante detectar erros inatos do me-
tabolismo, principalmente a fenilcetonú-
Fenilcetonúria ria, pois o diagnóstico precoce e o início da
dietoterapia previnem retardo mental grave
A fenilcetonúria (PKU) é uma doença e hipotireoidismo congênito (deficiência na
metabólica, genética de forma autossômica função tireoideana) que também pode levar
recessiva; é um erro inato do metabolismo a retardo mental grave.
protéico, causado pela deficiência, em dife- O sangue, para dosagem da fenilalanina e
rentes graus da enzima fenilalanina hidroxi- da tetraiodotironina (T4) neonatal, pode ser
lase, que converte a fenilalanina em tirosina. colhido em uma única ficha de exame.
Na ausência da enzima, a fenilalanina não é
convertida em tirosina, acumula-se nos teci- Exame do pezinho
dos (neurais) e é eliminada na urina na for-
ma de fenilcetonas. Coleta do sangue do calcanhar através de
A fenilalanina é um aminoácido essencial papel-filtro; colete-se o sangue no “pezinho”
ao crescimento, porém qualquer excesso in- para o exame PKU.

386
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

Valor normal Assistência de Enfermagem

• Fenilalanina: até 4 mg %; 1. Encostar o verso do papel-filtro na gota


• tetraiodotironina (T4): acima de 6,5 mcg %. de sangue, impregnar os círculos até que
o sangue atravesse o papel e preencha to-
Material talmente os círculos na parte da frente.
2. Deixar o papel filtro secar à temperatura
• Algodão, gaze estéril, luvas para procedi- ambiente.
mento, papel-filtro estéril; 3. Envolvê-lo em papel prateado e em saco
• lanceta de 2 mm para RN < 1.500 g; plástico bem vedado e mantê-lo em gela-
• lanceta de 4 mm para RN > 1.500 g; deira até ser encaminhado à APAE.
• ficha de exames.

Figura 6.14 – Coleta do sangue do calcanhar para o exame PKU.

387
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

Doença Hemolítica do Avaliação inicial


Recém-nascido
Deve-se pesquisar a história da grávida,
efetuado o exame objetivo e determinar o
Anemia hemolítica grupo sangüíneo e o fator Rh.

A anemia hemolítica do feto e do recém-nas- Incompatibilidade ABO


cido ocorre quando o sangue da criança contém
antígeno ausente no sangue materno e estimula É uma doença hemolítica benigna. Quan-
a formação de anticorpo materno contra os eri- do o tipo sangüíneo paterno é A ou B e o ma-
trócitos do filho. Existem quatro grupos sangü- terno é O, a criança produz antígeno A ou B
íneos principais: A, B, AB e O, que constitui o que penetra na corrente sangüínea materna,
sistema ABO. fazendo a mãe produzir anticorpos A ou B.
Em condições normais, um indivíduo não Estes anticorpos retornam à corrente sangüí-
forma anticorpos contra os antígenos de suas nea do recém-nascido e provocam a hemólise
próprias células. das hemácias; esses casos são predominantes
O aglutinogênio é um antígeno, e a aglu- no grupo A com o grupo O.
tinina é um anticorpo. De forma que se as A icterícia, que se instala dentro de 48
células de um indivíduo forem transfundidas horas, é um sintoma da incompatibilida-
para outra pessoa irão desenvolver anticorpos de ABO. O recém-nascido apresenta ligeira
contra todos os antígenos que não sejam pró- anemia, com o teste de Coombs direto nega-
prios do sangue do receptor. tivo ou baixo.
Assim surge a doença hemolítica do re- O tratamento é feito por meio da foto-
cém-nascido, que pode ser transmitida pelo terapia. Em caso de elevação da bilirrubi-
sistema ABO e pelo sistema Rh. na acima de 20 mg por 100 ml de sangue,
O risco existe quando o pai é Rh(+), a mãe providenciar imediatamente a exsanguineo-
é Rh(–) e o filho é Rh(–). transfusão.

Tabela 6.3 – Grupo sangüíneo, antígeno e anticorpo


Grupo Hemácias (aglutinogênio) Plasma (aglutinina)
A A Anti-B
B B Anti-A
AB A e B –
O – Anti-A e anti-B

388
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

O cuidado de enfermagem inclui observar bora nos prematuros a hiperbilirrubina possa


diariamente a evolução ou a involução da ic- ser mais grave.
terícia. A fototerapia é a forma de terapêutica física
especial que utiliza as propriedades da luz.
Doença hemolítica do Fototerapia especial consiste em expor
recém-nascido por Rh um recém-nascido normal ou prematuro
(eritroblastose fetal) com icterícia intensa à fonte luminosa azul
ou branca (8 tubos de 20 watts cada), acar-
Somente indivíduos pertencentes ao fator retando uma fotocomposição da bilirrubina
Rh negativo geram anti-Rh. livre nos dois milímetros mais superficiais da
Acidentalmente, a placenta pode sofrer pele. A luminosidade do sistema deve variar
ruptura, desfazendo-se o isolamento da cir- entre 100 e 300 footcandles (unidade de ilu-
culação materno-fetal e ocorrer mistura de minação), sendo o maior efeito fotoquímico
sangue; geralmente ocorre no final da ges- observado na faixa azul (ultravioleta), 380 a
tação. 480 milimera.
Se a criança for Rh positivo e seu sangue
misturar com o da mãe que é Rh negativo, Assistência de enfermagem
determinará a formação de anti-Rh na mãe.
Dificilmente ocorrerá com o primeiro filho. 1. Durante a exposição aos banhos de luz,
Numa segunda gravidez, se ocorrer nova a criança deve ficar completamente des-
troca sangüínea e a mãe tiver sido sensibi- pida, com proteção ocular (máscaras ou
lizada na primeira gravidez, afetará o feto. óculos negros) cuidadosamente posicio-
Somente se uma mulher fator Rh negativo nada.
receber uma transfusão sangüínea Rh positi- 2. Controlar a temperatura e o estado de
va (incompatível) produzirá anti-Rh; assim, hidratação (verificar a temperatura a cada
quando esta mulher engravidar, o primeiro 3 horas e oferecer água ou leite materno
filho já poderá sofrer eritroblastose fetal. por meio do estímulo à amamentação,
nos intervalos das mamadas).
3. Mudar de decúbito com freqüência, para
Icterícia Fisiológica do expor maior superfície corpórea possí-
Recém-nascido vel.
4. Conservar o aparelho (fototerapia) a uma
Coloração amarelada da pele e das escleró- distância de 40 cm, quando na incuba-
ticas, e hiperbilirrubinemia freqüentemente dora, e de 60 cm, quando no berço.
em recém-nascido nos 5 primeiros dias de 5. Estimular a alimentação, considerando
vida e que desaparece dentro de 7 a 14 dias. que é uma das formas de prevenção da
É geralmente benigna e autolimitante, em- hiperbilirrubinemia.

389
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

6. As lâmpadas devem ser substituídas após Caracterização


200 horas de uso.
• Peso: menor que 2.500 g;
Observações • estatura: menor que 47 cm;
• PC: menor que 33 cm;
1. Testar o aparelho para verificar as condi- • fontanela bregmática ampla;
ções de segurança mecânica e elétrica. • fontanela lambdóide aberta;
2. Observar a coloração das escleróticas e da • face pequena de aspecto senil;
pele, presença de erupções e queimadu- • lanugem densa;
ras. • tecido celular subcutâneo escasso;
3. Informar aos pais sobre a indicação da • unhas reduzidas.
fototerapia, os procedimentos e a impor-
tância terapêutica.
4. Registrar as alterações observadas e os Peculiaridades
horários dos banhos de luz. Anatomofuncionais
5. Apesar da importância da fototerapia no
recém-nascido prematuro, sua aplicação • Respiração e hematose;
promove efeitos colaterais como: • controle defeituoso da temperatura cor-
• aumento do número de evacuações; poral;
as fezes apresentam-se amolecidas e • função renal;
esverdeadas; • deficiência nutricional por sucção fraca e
• urina mais escura; deglutição imperfeita;
• aumento da perda hídrica pela pele; • imaturidade hepática;
• erupção cutânea devida à fotossensi- • tendência a hemorragias;
bilização da pele aos raios de luz; • menor resistência a infecções;
• hipertermia; • maior suscetibilidade a analgésicos e
• irritabilidade; anestésicos de uso obstétrico.
• bronzeamento.

Alimentação
Recém-nascido
Pré-termo Objetivos: suprir necessidades nutricio-
nais, promover um desenvolvimento e cres-
cimento adequado.
Prematuridade é a condição do RN an- Tipo de leite: LM, leite de banco, fórmulas
tes do termo, nascido antes de 37 semanas. lácteas (Pré Nan®, Aptamil Pré®).
Avalia-se a idade gestacional do RN pelo Métodos de alimentação: gavagem (inter-
método Capurro. mitente, contínua), seio materno, mamadei-

390
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

ra. Em caso de impossibilidade de aleitamen- Se a criança puder realizar esforço, estimu-


to materno, o bebê receberá fórmulas lácteas. lar a sucção com o dedo mínimo enluvado,
A gavagem será feita a partir de sondagem durante a descida do leite (estimulando o
orogástrica em prematuros com peso inferior desenvolvimento da musculatura oral e faci-
a 1.800 g ou idade gestacional menor que 35 litando a transição da sonda para sucção); la-
semanas, naqueles em que a deglutição ou var a sonda após o término da gavagem com
sucção é insuficiente ou naqueles impossibi- 3 ml de água destilada (evitar obstrução da
litados de sugar. luz diminuta da sonda por resíduos de lei-
te). Após a dieta, posicionar o RN em semi-
Técnica de sondagem fowler, decúbito lateral direito ou decúbito
orogástrica ventral (facilitando o esvaziamento gástrico e
a eructação, diminuindo episódios de regur-
Material gitação e vômitos e evitando agravamento do
distúrbio respiratório, se presente).
• Sonda gástrica n. 6;
• seringa de 3 ml;
• seringa de 10 ml; Doença Pulmonar de
• esparadrapo ou micropore; Membranas Hialinas
• linha grossa (linha n. 10 de pipa);
• ampola de água destilada; A doença pulmonar de membranas hiali-
• estetoscópio; nas (DPMH) é uma das causas mais freqüen-
• recipiente com a dieta prescrita; tes de insuficiência respiratória do RN.
• luva de procedimento. A DPMH constitui um dos problemas
mais comuns de um serviço de neonatologia
Etapas e uma das principais causas de mortalidade
entre RN de pré-termo, ocorrendo de 0,5 a
1. Lavar as mãos. 1,0% em todos os nascimentos.
2. Preparar o material. Os fatores predisponentes são prematurida-
3. Medir o comprimento da sonda a ser in- de; sexo masculino; anóxia perinatal; história
troduzida. materna de hemorragias; diabetes materno;
4. Passar a sonda pela via oral (mais indicada). segundo gemelar; RN anterior afetado; parto
5. Verificar o posicionamento da sonda por cesáreo; hipotermia.
meio da aspiração do conteúdo gástrico, O quadro clínico inclui insuficiência respi-
utilizando a seringa de 3 ml. ratória nas primeiras horas de vida; dispnéia;
6. Fixar a sonda. aumento progressivo da freqüência respira-
7. Confirmar o volume da dieta. tória; retração esternal importante; tiragem
8. Administrar a dieta de preferência no intercostal; cianose central; gemido expira-
colo da mãe. tório; crises de apnéia; palidez; hipotermia;

391
Tratado Prático de Enfermagem - volume 2

edema e oligúria; hipotensão, hipotonia e Controle de Infecção


hipoatividade. no Berçário
As medidas gerais são aquecimento; mo-
nitoração da FC e FR; controles laborato-
riais; radiografia de tórax; fornecimento de 1. Esterilização de mamadeiras.
líquidos e calorias – alimentação enteral ou 2. Evitar aglomeração nos berçários, limi-
parenteral, se for preciso; controle rigoroso tando o número de recém-nascidos em
de peso; correção do equilíbrio ácido-básico; cada sala. Nunca colocar mais que uma
prevenção de infecções; oxigenoterapia. criança em cada incubadora. Cada incu-
badora deve ocupar de 2,5 a 2,8 m2.
3. Isolamento de todos os RN com infec-
ções cutâneas, gastrintestinais, respirató-
Recém-nascido rias ou processos febris.
Traumatizado 4. A entrada de estranhos deverá ser restrita,
só estimular a entrada da mãe e do pai.
5. Profilaxia das infecções de origem ma­
Apesar do avanço tecnológico e científico, nual – lavagem cuidadosa das mãos e
são comuns as lesões atribuídas aos traumatis- antebraço antes da entrada na unidade,
mos obstétricos, como: bossa serossangüínea, antes e após o manuseio de cada RN.
céfalohematoma, hematoma do músculo es- 6. Profilaxia das infecções de origem aérea
ternocleidomastóideo, fraturas obstétricas. – climatização e filtração do ar.
• Fraturas obstétricas: 7. Limpeza terminal e constante da unidade
– fratura da clavícula; e dos materiais como berço, incubadora,
– fratura de úmero; aparelho de fototerapia, respiradores.
– fratura do fêmur. 8. Troca de filtros de ar das incubadoras a
• Paralisias obstétricas: cada 60 dias.
– paralisia facial periférica;
– paralisia do plexo braquial;
– paralisia do nervo frênico. Cuidados de
• Lesões do sistema nervoso: Enfermagem ao
– sinais vegetativos: dificuldade de ter- Recém-nascido Grave
morregulação, perturbações vasomo-
toras;
– sinais clínicos: choro gemido, pausas Assistência de
ou irregularidades respiratórias, per- Enfermagem Imediata
turbações da sucção, hipotonia, con-
vulsões (às vezes). 1. Conferir identificação.
2. Pesar.

392
Capítulo 6 - Enfermagem em Neonatologia

3. Colocar em incubadora aquecida. • edemas;


4. Manter oxigenação de acordo com a • hidratação;
orientação médica. • pesos.
5. Fazer higiene. 5. Observação dos níveis de oxigenação:
6. Realizar curativo umbilical. • ventilação mecânica;
7. Monitorar FC, FR e temperatura. • capuz de oxigênio;
8. Fazer lavagem gástrica. • oxigênio com bandeira vermelha na
9. Instalar oxímetro de pulso, se necessá- posição horizontal ou vertical.
rio. 6. Manutenção de cateteres, quando pre-
10. Puncionar veia periférica para administra- sentes:
ção de soro e medicamentos prescritos. • curativos;
11. Preparar material e auxiliar em cateteris- • observação de hiperemia, sangra-
mo umbilical ou venodissecação. mento ou secreções.
12. Instalar controle de diurese. 7. Uso de técnicas rigorosamente assépti-
cas.
8. Cuidados com alimentação:
Assistência de • jejum nas primeiras horas;
Enfermagem Mediata • água glicosada;
• leite materno ou específico a cada 2-
1. Controle e manutenção da temperatura 3 horas:
corporal: – via oral > 34 semanas;
• incubadora de paredes duplas; – SOG < 34 semanas;
• saco plástico; – transição SOG e VO a partir de
• algodão. 34 semanas;
2. Observação constante dos parâmetros – RN com pesos < 1.000 g ou en-
cardiorrespiratórios: terocolite necrosante.
• bradicardia; 9. Nutrição parental:
• apnéia e/ou taquidispnéia; • via venosa profunda ou periférica;
• respiração superficial. • soluções glicoprotéicas;
3. Atenção para sinais de hipoglicemia e hi- • técnica asséptica;
pocalcemia: • controle de peso, glicosúria, balanço
• tremores; de perdas e infusões;
• sudorese; • observar sinais de infecção e trombo-
• hipoatividade; se da veia cava superior.
• palidez. 10. Realizar exames de rotina:
4. Controles hídrico e eletrolítico: • USG crânio;
• infusões; • fundo de olho;
• perdas; • radiografia de ossos longos.

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