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- PapaNnukwu, o senhor est bem? Como est seu corpo? - perguntou Jaja.
PapaNnukwu deu de ombros, como dizendo que muita coisa estava errada, mas que ele
no tinha escolha.
- Estou bem, meu filho. O que um velho pode fazer, alm de estar bem at se juntar a
seus ancestrais?
PapaNnukwu no parecia se importar que seu filho lhe mandasse uma quantidade
insignificante e impessoal de dinheiro por intermdio de um motorista. Tambm no
parecera se importar no Natal passado ou no Natal anterior a esse. Jamais demonstrara o
que sentia.
- Ele no se sente mal.
- Ele esconde bem o que sente.
Tia Ifeoma era to alta quanto Papa, com um corpo bem-proporcionado. Andava rpido,
como algum que sabia exatamente aonde ia e o que ia fazer l. E falava da mesma
maneira que andava, como se quisesse dizer o mximo de palavras no menor espao de
tempo possvel.
Como esto meus primos?
A educao me mandava fazer a pergunta; mesmo assim, era estranho pedir notcias de
primos que eu mal conhecia.
Na primeira vez que ouvi tia Ifeoma chamar Mama de "nwunye m", h anos, fiquei
chocada, por ser uma mulher chamando a outra de "minha esposa". Quando comentei
isso com Papa, ele me explicou que era o vestgio de uma tradio pag, a idia de que
era a famlia toda, e no apenas o homem, que se casava.
- Pare, pare com essa gratido. Se Eugene tivesse feito isso, a perda teria sido dele, no
sua.
- Isso o que voc diz. Uma mulher com filhos e sem marido o qu?
-Eu
- Nwunye m, s vezes a vida comea quando o casamento acaba.
Tia Ifeoma riu e deu tapinhas carinhosos no ombro de Mama.
- Nwunye m, as coisas esto difceis, mas ainda no estamos morrendo. Estou lhe
dizendo todas essas coisas porque com voc que estou falando. Se fosse outra pessoa,
ia esfregar vaselina na minha cara faminta at ela brilhar.