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du: CAWA, HM dn OG. @ BRUGALLL, Ms (Sryp) (2606) Arrolinuds : Neves Yendinctes , We para dimes fade Adaya « Maceds Abete | | O PARADIGMA DE AVALIACAO DA REDACAO NA UFRGS. Prof. Dr. Paulo Coimbra Guedes Prof. Dr. Luis Augusto Fischer Profa. Dra. Luciene Juliano Simoes Primeiras palavras Fazemos, neste artigo, uma breve passagem por pon- tos que nos parecem cruciais na histéria da proposta de re- dagio do Concurso Ves da UFRGS e da forma como que vocé possa real- m maior profundidade o paradigma de mentos feitos aqui deverao ser a da integra do Manual do Ava- el para 0s interessados junto Comissio Permanente de Selecao da UFRGS. emos recuperando um pouco da historia da proposta de redacdo que hoje caracteriza essa questo da prova de Lingua Portuguesa na UFRGS, passendo a seguir de correcao das re- sma de correcao ana- fedacdes, a fim de que vocé possa tomar um pri- Um pouco de histéria A histéria da redagao no Vestibular na UFRGS pode ser dividida em trés grandes momentos, tendo como ponto de mudanga a Reforma de Ensino havida na virada dos anos 1960 para os 1970, 0 que ai aconteceu foi uma revolucao na forma de organizagao da Universidade. 0 governo federal, em acordo com uma agéncia norte-americana (por sinal um acordo que gerou grande reagao entre os intelectuais ¢ tudantes da época), resolveu promover uma mudanca radi- cal no rumo das coisas no ensino em geral, e na Universi- dade em particular. Estavamos sob regime militar, instalado desde 1964 no poder, e tudo. que se passou deve ser visto sob esta condicionante: a intengio explicita dos militares e.do podei em geral no sentido de resolver, a seu modo, um impasse que mais e mais se tornava agudo. E que a sociedade brasi- leira do posSegunda Guerra Mundial havia se transforma- do radicalmente. A inddstria moderna havia tomado 0 pri meiro lugar nas preocupagdes da economia (0 surgimento Ks 50), a url da industria automobilistica é de fins dos anos nizagao ¢ a concentragao populacional se tornavam mais ¢ mais aceleradas, o Brasil no queria mais ser apenas um ex- portador de matérias-primas agricolas. 0 resultado disso ¢ bem conhecido: as cidades incha- ram, € os servigos publicos passaram a conhecer um esgo- tamento nunca antes visto. A populagao brasileira passou a ser predominantemente urbana. Assim, nao é de estranhar que o ensino sentisse a necessidade de varias mudangas: nao havia escolas para todos, e 0 sistema de ensino nao atendia as necessidades recém-criadas, como por exemplo a fo do técnica. ‘A escola brasileira ainda se estruturava em torno de uma idéia que a realidade econdmica ja invalidava. Nao era mais necessério, assim parecia, um ensino voltado para as 80 humanidades, com Latim e Francés; precisava-se de gente que soubesse Inglés ¢ Matematica. A antiga escolaridade Primario, €, para muito poucos, Cientifico, Classi co € Escola Normal, ou curso téenico) era precéria para a nova realidade. Nao se necessitava mais de gente formada para atuar no comércio local, mas de pessoal treinado nas das pela industria. A Reforma de Ensino, entio, feita autoritariamente, procurou equacionar esses pro Era necessério que os brasileiros tivessem s tempo de escola e mais matérias ligadas ao tempo novo que a sociedade parecia viver. E era necessério aumentar 0 niimero de vagas na escola e na universidade, pelo menos para atender a demanda das novas populagdes urbanas, que queriam escola e curso superior. Uma opsio se apresentava: ou 0 governo mantinh niversidade como eram, de acesso muito restri- to ¢ baseadas na tradigo bacharelesca, ou a reformava, de forma a alcancar mais gente e segundo uma nova perspecti- esc va, mais técnica e menos humanistica ~ ou, para dizer de nut modo, menos européia ¢ mais norte-americana, Aresolucio, como se sabe, foi pela hipétese norte-ame- ‘a: escola com mais vagas, com menos estudos de Hu- manidades, com mais ensino voltado para o mercado moder- 0 que se articulava. Dai a Reforma: em lugar dos antigos nove anos de ensino representados por Primario (cinco anos) Gindsio (quatro), 0 novo Primeiro Grau (oito anos), hoje sino Fundamental; em lugar do antigo terna: acaba as catedras, organizaram-se de- partamentos, E 0 Vestibular mudou, muito. 81 No comego, a redagio nao era redagio Antes da Reforma, portanto até o fim dos anos 60, 0 Vestibular era muito diferente, Cada faculdade elaborava e aplicava as provas de selecao de candidatos a entrar na Uni- versidade. A Faculdade de Arquitetura, por exemplo, pedia para alguns professores seus prepararem as provas, e os can- didatos se insereviam na Faculdade. Entio, prestavam pro- vas de Desenho Técnico, de Histéria da Arte, etc, Na Facul- dade de Engenharia, os candidatos prestavam provas de Matematica, de Fisica e de Quimica, e no prestavam pro- vas de Histéria ou Geografia, Na Faculdade de Direito, os candidatos prestavam provas de Latim, Portugués, Historia e Filosofia, E assim por diante. Isso significava varias coi- sas. Primeiro: cada aluno se preparava para as provas sobre matérias que aprofundaria no curso, e nao para todas as are- as do conhecimento, O Vestibular nao partia da idéia de fa- zer essa espécie de avaliagio do Ensino Médio que é 0 Ves- tibular Unificado, implantado apés a Reforma. Por outro lado, notemos que havia até os anos 60 re- lativamente poucos candidatos para cada vaga. Isso se ex- plica porque eram menos as pessoas que concluiam o Ensi- no Médio, eram menores as populagdes que viviam na cida- de. Muitos acabavam 0 Ginésio ¢ estavam satisfeitos, con- seguiam bons empregos no comércio. Como era a redaco neste Vestibular? Nao era uma prova isolada. Pelo contrario, ela fazia parte da rotina dos estudantes. Eles prestavam prova escrita de todas as maté- rias, ou quase todas. Prestavam prova escrita (portanto, re- digiam) de Historia da Arte, de Latim, de Filosofia, de Ma- temdtica, de Biologia. Ninguém cogitava de uma prova iso- lada para medir a capacidade de escrever dos candidatos, Isso significava que os candidatos se preparavam para escrever em qualquer area, Nas escolas, os professores de todas as matérias, com algumas diferengas decorrentes da natureza de sua especialidade, faziam provas escritas, de for 82. nos tinham a idéia de escrever como natural, dos estudos ~ em qualquer area. E as bancas de exame, compostas pelos professores da Uni- versidade, esperavam que qualquer candidato soubesse es crever o que precisasse escrever em qualquer das éreas, Em redigir era uma habilidade geral, no uma prova es- ca Aivem a Reforma e acaba com os exames especificos, por curso, ¢ institu o Vestibular Unificado: provas iguais para todo mundo, independentemente do curso que desejassem seguir na Universidade. Todos, a partir dai, precisavam pres: tar contas das matérias do Ensino Medio ~ Matematica, Fi- ica, Quimica, Lingua Portuguesa, Histéria, etc. Perdeu-se a idéia de provas genéricas, que supostamente averiguari am capacidades genericamente importantes para todos os nados no Ensino Medio. A redagdo sumiu do vestibular de 1970, portanto, os candidatos ao Vestibu- ma prestar provas de carater geral, produzidas es que sequer trabalhavam na Universidade (foi contratada uma empresa especializada em concursos pitbli- cos). O tamanho da mudanca pode ser avaliado: se antes os alunos se preparavam para certas provas, conforme seu in- teresse de formagao especifica, agora passavam a precisar recuperar todas as matérias do colégio. Neste contexto (estaévamos, ainda por cima, no auge dda repressio politica, em que era perigoso pensar e discutir 6 pafs), os candidatos ao Vestibular enfrentaram a novidade como puderam. A Universidade, de sua parte, inventou 0 chamado Ciclo Basico, conjunto de algumas disciplinas que eram cursadas obrigatoriamente por todos; ao final do pri: meiro semestre, os candidatos eram clasificados para 03 cursos que desejavam segundo seu desempenho nessas dis- ciplinas, 83 Uma delas se chamava Redagio Técnica. Essa disci- plina pretendia fazer os alunos aprenderem a redigir coisas técnicas, supostamente imprescindiveis para os futuros uni- versitérios - como relatérios, pareceres, etc. Era uma disci- plina que representava o momento politico e intelectual bra- sileiro: ao invés de ensinar os alunos a produzirem andlises de questdes relevantes, ou de dar a oportunidade de os alu- nos discutirem por escrito os temas nacionais e internacio- nais, a disciplina induzia os alunos a aprenderem detalhes técnicos, formas estanques de texto, regras de onografa A jéia era produzir técnicos para o Bras "que estava nascendo. O resultado concreto disso: as escolas deixaram de preparar os alunos para a habilidade de redigir. Ninguém mais se preocupava em mostrar aos alunos como se fazia para escrever uma anilise de Histéria, de Quimica, do que fosse. Jé que nao havia prova escrita, mas apenas as provas ditas objetivas (provas “de cruzinha”), ninguém mais que- ria escrever, porque achava que isso era desnecess: O prego de ‘a oped até hole pode c ram na Universidade sem precisar eserever. E 0s professo- res todos se desobrigaram do ensino de redagio em suas respectivas especialidades. A burrice tomou co A volta da redagio No Vestibular Unificado de 1978, a habilidade de re- igir textos voltou a ser critério de avaliagdo para os ca datos & Universidade. Ainda estavamos vivendo um regime ditatorial, mas muita coisa havia mudado desde 1970: a cam- panha pela Anisti conquistava mais e mais adeptos, a luta pelas eleigdes diretas crescia na sociedade, o desejo por li berdade comegava a ganhar forga. Ainda havia muito a fa- 84 até chegar & democracia plena, mas 0 caminho jé esta- Imente a Universidade) queria em 1979, mas as eleigoes di- melhor retas s6 em 1988. 3m todo o caso, é certo que em 1978 ja havia um de- sejo de volta a democracia, E as pressbes para que o Vesti- se redacao haviam crescido, porque é certo que a falta dela no Vestibular e na escola trouxe prejulzos noté- veis a toda a inteligéncia nacional, prejuizos particularmen- répria Universidade. Mas havia um problema: que tipo de redagio seria pos- sivel exigir dos alunos? Seria, por acaso, o antigo modelo, em que 08 candidatos escreviam para responder questoes, especificas de varias matérias? Isso nao cabia mais, mesmo porque o Vestibular continuava unificado, igual para todos 08 cursos, Por outro lado, o numero de candidatos havia au- mentado tremendamente: dos poucos mil candidatos de 1970, passamos a um ntimero duas vezes maior na altura de \gdes, caso fosse possivel aos candidatos escrever 0 de texto, sobre qualquer assunto? foi na direcao de simplificar e unificar a reda- laos ao escreverem, quanto para os notas. Inventou-se, entao, um. ue até hoje, com variagées, es maior parte dos vestibulares: a dissertagao curta, aquilo que 05 norte-americanos chamam, nas escolas, de “essay”, Trata-se, teoricamente, de um texto focado em um qualquer ica, objetiva (isto é, centrada no objeto de and- ativa, nao subj to é, no muito depen- 85 dente de aspectos individuais, de impressbes sobre a ques- to em pauta). Sobre o que escreveriam os candidatos? Era outro pro- blema, Nao seria possivel, pensou-se na época, propor um assunto ligado a alguma matéria escolar, Historia por exem- plo, pelo fato de que os candidatos se apresentavam para to dos os cursos, e portanto nao era possivel privilegiar qual quer assunto (e esta raz4o, convenhamos, era francamente contraditéria em relagao & natureza unificada do vestibular), A idéia era oferecer aos candidatos um tema supostamente de interesse geral, sobre o qual qualquer um teria condigoes de dizer coisas. Por outro lado, é de notar que ainda estava- mos num regime de excegio, autoritario, com censura ativa nos meios de comunicacao e nas artes, regime que nao per- mitia a discussao de assuntos que apresentassem criticas a0 poder. Isso significa que jamais seria colocada como tema algum assunto que desse origem a discussdes profundas, que permitisse falar criticamente do poder ~ e, sabemos, a juventude escolar e universitaria era uma das pont. de lan- a da critica ao regime militar, de forma que fatalmente f tia criticas, caso fosse apresentado um tema desse tipo. Dai a op¢ao dos que elaboravam o Vestibular: elege- ram um tema “neutro” politicamente, um assunto que nao aria margem a controvérsias “perigosas", um tema de apa- rente interesse universal. Qual era o tema? O Natal. Sim, a festa do Natal e suas modificagdes. 0 comando vinha em for- ma brevissima: apenas se solicitava uma dissertagao de tas linhas de tamanho, sobre 0 assunto. 0 resultado foi sensivel. Em fungéo da nova exigén- cia, a prova de redacao (isolada das demais, embora grada aritmeticamente & prova de Lingua Portuguesa, que por sinal se chamava “Comunicagao e Expresso”), as es- colas voltaram a tratar do tema com os alunos que se pre- paravam para o Vestibular. A Universidade precisou apare- Thar-se para avaliar as redagdes. Livros didaticos sobre o 86 Do ponto de vista da Universidade, especificamente no setor encarregado do Vestibular, a coisa criow-se como um pequeno monstro. Na verdade, ninguém sabia 20 certo como . Por exemplo: seria razodvel cobrar vel de corre¢ao gramatical na ex- 1? A ortografia pesaria mais que a con- organizacao interna, e do tratamento do contetido? Seja como for, algum sistema foi usado — provavelmente, vistas as coi- s de longe, um sistema fraco, fragil, de baixa definigao. Mas havia outro problema, que s6 a seq pro- va de redagio explicitou, Tratavase propriamente do conteti- melhor, da relaco entre a capacidade de dizer coi- s interessantes e a forma de expor tais coisas numa guagem correta. Os professores contratados para avaliar as provi ogo perceberam que aquele formato (dis- sertagao sobre tema genérico e supostamente de interesse geral e, ainda mais, totalmente descomprometido com os debates da sociedade brasileira do momento) era em boa parte responsivel pelo resultado relativamente desastroso do desempenho dos alunos : 08 professores avaliadores liam as reda. bes, liam 2, 5, 20, 60 redagdes e tinham a impressio de que os candidatos diziam sempre a mesma coisa, que nao tinham lo, que ndo sabiam pensar, ete. Muita gente até hoje mesma e ingénua reclamacdo, atirando sobre os ndo a épocas anteriores uma qualidade de ‘or jamais houve, em tempo algum, conside- corretas. Se é certo que meia d soas, antes de 1970, sabia escrever bem, isso por outro ledlo nio implica a certeza de que todos 0 soubessem; de mais mais, numa sociedade de massas como aquela que o Brasil passou a ser ninguém tinha a menor idéia de o que era, exa- tamente, escrever bem ~ seria, por acaso, ainda escrever como Ruy Barbos demons- trava claramente que escrever bem na real des cidades era bem outra coisa De todo modo, os avaliadores iniciaram 0 diagndstico creditando todas as mazelas da escrita aos proprios alunos. De sua suposta incapacidade & que dependia o aparente fra- casso dos textos. Essa situacdo comega a mudar nos primeiros anos 80. Algumas experiéncias de ensino de redacio comegavam a tomar corpo, aqui e em todo o pais. As pesq! dria davam a luz novas concepgdes de qualidade. E nao se pode negligenciar o papel que as ciscussdes propriamente pedagégicas tiveram na época: a partir de Paulo Freire e de varios outros, comecou a ganhar corpo a nocio de que sé se esereve bem sobre aquilo que se conhece direito, € que portanto havia, como ha, uma relacdo entre capacidade de escrever (mesmo para o Vestibular), capacidade de mane- jar dados a respeito do assunto proposto e, talvez mais portante ainda, capacidade de ter ou bre o papel do préprio autor do texto a respeito do tema em causa, Estava assim dada a largada para uma nova mudanca na historia da redagao do Vestibular. fa isas universi Escrever sobre a experiéncia Na forma como estava proposta, a prova de redac: do Vestibular contribuiu para a instauracao de uma fanta: ainda hoje dificil de remover do horizonte: a idéia de que escrever sétio é escrever neutramente, e de que, portanto, escrever sério é redigir um texto sem gana pessoal, sem 88 envalvimento, so sunto afastado da experiéncia pesso- sertagao": um texto sem n depoimento, s6 com grandes raciocinios de aspec- Ora, a histéria do pais naquela altura, com uma socie- izada em favor cla redemacratizacio, e par- ino ter sentido para além da bure: s tradicionais e para além da atitude men- talmente subserviente, tudo isso, enfim, apontava justamen- te para a diregéo oposta, Nas experiéncias bem-sucedidas de ensino de redagao, o que se via era precisamente uma rela- tima entre bom texto e boa reflexdo, € portanto entre pacidace de expor pontos de vista e a existéncia mes- ofes: m lero Ilo de cul- a que gerou a renovagao da redagao no Vestibular da ra de 1985, um grupo de professores da Uni loem b a r daquele tipo res, ew tor d de: ao contrario daquela proposta de redago que gerava tex- tos que se pareciam muito uns com os outros, passamos a dos candidatos que tomassem como base para ¢ r 0 assunto proposto uma experiéncia pessoal sua mes- mo ou de outra pessoa. A primeira redagao feita sob essa jova concepgao, por exemplo, solicitava que os alunos dis- sertassem sobre a mais significativa leitura de literatura bra- que eles houvessem feito em algum momento de sua 89 Isso significou uma pequena revolugio. Houve algu mas reagdes peculiares na época. Professores mais conser- vadores, de todo o sistema escolar, diziam que aquilo nao podia ser considerado um bom tema de dissertagao, basea- dos que estavam naquela fantasia de conceber a dissertacdo como um texto neutro, Foi preciso muita luta para implan- tar definitivamente 0 novo modelo, que no entanto logo se nteressante para todos, candidatos, avaliado- res e, enfim, a prépria Universidade, que com o novo mode: Jo passow a poder distinguir melhor os candidatos entre si Essa nova concepedo, aliada a um paradigma explicito de avaliagdo dos textos (com critérios claros de atribuicéo de nota para cada particularidade de expresso, contetido ¢ es- trutura), abriu um horizonte dos mais proficuos para 0 Ves- Libular e para o ensino de redacao em geral. A corregao de redagdes na UFRGS Duas tém sido, entdo, as preocupagdes da banca da Prova de Redagao da UFRGS ao longo di: constr desde essa mudanga de 1985: mada de ponto de vista e 0 estabelecimento de critérios ex- plicitos que garantam o mais alto grau possivel de uniforn jade na correcao dos textos, correcao cue, afinal de contas, envolve dezenas de professores a cacla ano. Desenvolve-se, n, a grade de critérios que vocé pode ler a0 tigo, ou o instrumento de avaliagao analitica da re tecido na base de muita discussio nao s6 de parte de pro- fessores da Universidade, mas também de professores di escolas ptblicas e particulares de nossa rede de ensino Para entender como esse conjunto de critérios integra a nota final da redacao, no entanto, vocé precisa levar uma série de outros fatores gerais em consideragao, Primeiro, embora as propriedades af estabelecidas como fundadoras da 90 qualidade do texto sejam sempre importantes, a correcaa fei- ta com base nesses critérios nao a nica, Numa primeira corregao, um avaliador ndo identificado faz uma correqdo ana- litica com base na grade que aqui apresentamos. Nela, este primeiro avaliador confere ao texto dois graus - um para'os aspectos de conietido e estrutura, outro para os aspectos de expressdo. Cad ses grau ca da redagao. Posteriormente, o campo no qual as duas no- tas foram transcritas € destacado da folha de redagio e envi- © centro de processamento de dados. Li, a nota final culada, dando a cada uma das no- atribufdas o peso de 50% da nota analitica, ainda parcial. A folha otica é, entio, encat retor dat notas fragmentadas baseadas em cada um individualmente, aqui ele deverd avaliar se como conjunto, A nota holistica é também Ainda é possivel que o texto receba uma terceira corre io. Os computadores estao instruidos a informar 0 nimero s avaliagBes independentes discreparam (0 entre si, Essas redagies sio mandadas de volta a fim de que uma terceira avaliagao seja feita por uma equipe espe cialmente designada, Assim, a nota final de uma redagao é resultado de cor- regdes independentes que se complementam. Nenhum dos 91 corretores individualmente conhece a nota final, calculada automaticamente a partir de pesos. Além disso, o paradigma que aqui divulgamos nao é o tinico fator constitutivo da nota da redacao, Avaliagio de contetido e estrutura E importante considerar aqui, inicialmente, 0 tipo de proposta que constitui a questo de redagio. Por que 0 ves tbular pede um texto dissertativo? Como esse texto, na con- cepgao desta Universidade, é construido? Qual a relacdo texto esperado com aquela estrutura classica, baseada no ensaismo americano, pretendida quando da reintrodugao da redagio no vestibular? A dissertagio é 0 texto em que se dé 0 didlogo do sa ber, e é desse didlogo que a Universidade participa. A carac- teristica essencial do texto dissertativo néo é um determina do modelo estrutural de frases e pardgrafos, mas a discussio de idéias com vistas a organizé-las da mais adequada form para convencer 0 leitor a respeito da importdncia ¢ cutida e da qualidade dos argumentos que a sustentam, Pro pondo um texto dissertativo, o que a UPRGS quer é que o vestibulandos escrevam o que tém para dizer a respeito do tema e que considerem a redagao do vestibular como uma oportunidade de produzirem significados, de mostrarem que estio dispostos a dizerem sua palavra para conttibuir pa construcéo de uma Universidade viva, dialdgica, critica, eria fiva, onde todas as vozes se fagam ouvir, onde 0 debate s regra, onde a expressdo e o confronto de argumentos ajudem a construir as miiltiplas faces da verdade. Nesse sentido, avaliar 0 contetido da redagio nao é jul gar boa ou ma, adequada ou inadequada, conservadora ou avancada, metafisica ou dialética, antiga, moderna ou pos: moderna a opinido do vestibulando 2 respeito do tema pro posto, nio é verificar se seu texto expressa alguma ideolo- gia vdlida ou correta. Avaliar o contetide, como este instru 92 mento de avaliagao quer deixar claro, significa verificar se © candidato capaz de construir criticamente sua propria abordagem do tema a partir de um ponto de vista claro, con- sistente e auténomo e de montar com competéncia e ssertativo que si experiencia pessoal e espeito do fato narrado. Podemos chamar de disserta- G20 um texto que tem narracao? Sim, pois a dissertacao nas- ceu no interior da narracdo ¢ dificilmente vamos encontrar um texto narrative que nao contenha momentos de reflexto a respeito do que narra ou do que descreve. O que importa é a ia: nas nossas propostas de redaco, a narracao de ponto de partida, de base para a reflexo, A s ligdes do passado. E a melhor forma de organizar por escrito icional estruturagao por nelusdio? Nem sempre, I ver € uma ma idéia que um texto comece por informar seu lei- tor a respeito do assunto de que vai tratar e siga desenvol- vendo esse assunto, mas ndo se deve confundir a primeira idéia que nos vem a cabeca com a melhor idéia para tratar em nosso texto, Na cabeca da gente, as idéias nao estio or- denadas, como todo mundo sabe, e so fungdes da escrita levar-nos a descobrir 0 que sabemos e clarear 0 que pensa- nos a respeito do tema em questao, além, é claro, de orga- esse saber € esse pensamento para nés mesmos e para itores que queremos influenciar para que prestem aten- nentos € levem em consideragao nossa fo, Por isso, muito freqtientemente, o texto vai expres- com mais adequagdo 0 ponto de vista e os argumentos de seu autor, se sua organizagao acompanhar esse proces: 98 so de descoberta, Na verdade, havera até mesmo situagdes, em que seré recomendavel que o leitor nio fique sabendo de inicio qual vai ser a posigao defendida: se achamos, por exemplo, que ele discorda dessa posicéo, talvez.o melhor a fazer seja comegar por apresentar indiretamente nossos ar- gumentos para tentar conduzio a conclusio de que a posi 20 que queremos defender é a mais adequada, Se a proposta de redagdo solicita a narracao de uma experiéncia pessoal e uma reflexao a respeito dessa experi- éncia, pode parecer ébvio que a estrutura mais imediatamen- te adequada para organizar esse texto seja comecar pela nar ragao € continuar pela reflexo a respeito do fato nartado, mas, na verdade, a melhor forma de estruturar qualquer tex: to € aquela que expoe o caminho que esté sendo percortido pelo raciocinio que mais adequatlamente expressa sta idéia central e organiza os argumentos que a sustentam, Logo, nem sempre seré melhor organizar o texto comegando pela narracao e seguindo pela reflexo, mas a narracio e a refle xio precisam aparecer no texto, Nesse sentido, avaliar a estrutura da significa v delo de estruturacao do texto, mas examinar a congruéncia entre as idéias que apresenta, a coeréncia entre o ponto de vista expresso € os argumentos que o sustentam, a corres- pondéncia entre as divisdes do texto em pardgrafos ¢ as di- visdes do contetidos em seus componentes, a adequada re- lacao entre as idéizs e as palavras que as expressam. Ou seia, tanto no plano do contetido quanto no da estrutura, 0 «1 UFRGS quer é que o vestibulando se expresse do seu jeito a partir de sua visio do mundo e de sua experiéncia pesso- al. Nao queremos estudlantes que venham para obedecer a canones do passado, mas estudantes para uma nova univer sidade, cidadaos para um novo pais, seres humanos para um novo mundo. Queremos portadores criticos da tradigao de construgéo do conhecimento humano, e toda reflexdo cri 94 ca toma como ponto de partida uma leitura pessoal do tema €m questdo e um ponto de vista particular a respeito dele. Por tudo isso, este paradigma de avaliagéo de contet- do e estrutura da tanta énfase 4 autoria do texto: 0s itens 1 angulo de abordagem - que se subdivide em clareza, consis. téncia © autonomia -, 8 competéncia da argumentacdo, 6 date © 7 organicidade, seis itens num total de dez, tra- tam do contetido, do que o texto tem para dizer e do modo como encaminha o que quer dizer. Os quatro itens restan- les ~ 2 estrutwra do parigrafo, 3 coesdo textual, 4 carater dissertativo e 8 qualidade estilistica - tratam da forma como © texto apresenta esse contetido. Nem por isso se pode achar que a forma esta negligenciada aqui, ja que, na verdade, os itens 5, 6 € 7 também se encarregam de relacionar ci do e forma, Na verdade, a experiéncia mostra que entre es- trutura e contetido, entre forma e contetido hy es, € esis relagbes é que motivam uma avaliagao anali- tica como esta para que o avaliador examine, tanto quanto 1, separadamente cada um dos itens e a cada um de- na de avaliagao ~ que lo - , esto formuladas des- seja sto definidos 0 texto excelente e o texto péssimo, Se o texto corresponder & descrig’o do nivel excelente de execu- aspecto consicerado, recebera nota 3; se corresponder ao nivel péssimo, recebera 0. Caso a redagao roxime mais do péssimo, embora nio exatamente, re- ra 1; caso se aproxime do excelente, receberd 2.0 ava- recebe uma grade auxiliar na qual tem espaco para as notas que esta atribuindo para a redagio em cada tem. Ao final, ele soma as notas dadas independentemente para cada campo, obtendo a nota a ser transcrita para o cam- 95 po de Estrutura e Contetido da folha ética. Essa nota ficaré entre 0 e 30 e tem peso de 50% da nota analitica, valendo, portanto, 25% da nota final Avaliagdio de expresso A nota de expressao corresponde aos outros 50% da nota analitica. A avaliagdo é feita de maneira muito seme- Ihante aquela descrita para contetido e estrutura; ou seja, cada aspecto € examinado independentemente de forma a nao permitir que a avaliaco seja “contaminada” por impres- sbes gerais erréneas - por exemplo, um texto eivado de er- ros ortograficos poderd, ainda assim, receber uma boa nota em expressio caso seja vertido em bom portugues escrito no que toca a outros aspectos importantes para a constitu! cio formal do texto, como pontuacao, concordancia, etc. Na grade de trabalho anexa que o corretor recebe para fazer seus apontamentos, ele deverd marcar cada um ros encontrados na redacao. Ass ro indi ortografia, de pontuagao, de concordancia, de regén computado individualmente. Ao final de si avaliador vai transformar esses numero: graus, de acordo com as tabelas que aparecem ao lado de cada um dos campos da segunda metade ca grade anexa. Uma vez computada a nota em cada campo, 0 avaliador faz a som obtendo uma nota final entre um e vinte, que sera a nota de expressio do texto, Essa nota é passada para a fll ser posteriormente integrada a nota analitiea d E importante notar que as tabelas de pontuagio no po da Expresso determinam uma hierarqu ca dos erros, de tal forma que algun dos mais graves do que outros para a boa expressio en ‘gua portuguesa escrita. Primeiro, a pontuagio estabele: para cada um dos campos ~ 2 para Ortografia, 4 pi Morfossintaxe e para Pontuagao, § para Sintaxe € para Se mantica - significa que eles esto dispostos em ordem de 96 importancia. Em termos percentuais, a ortografia vale 10% da nota de expressao; a morfossintaxe e a pontuacdo, 20% ada uma; e a sintaxe e a semantica, 25% cada uma. Além disso, a maneira como as tabelas estdo organizadas interna- mente também contribui para essa hierarquizagao dos erros. E preciso cometer dois erros de ortografia para perder um Ponto; um erro, no entanto, basta para que se perca pontua- Gio nos demais campos, Ao atribuir a expresso da redacio do vestibular, isto ¢, a0 dominio da lingua escrita revelado pelo candidato, 0 valor de 50% do grau analitico da questo de redagao, a UFRGS. esta dizendo que considera o dominio da lingua em que te- 10s de escrever como um direite e um dever da cidadania. Cabe a escola dar acesso a seus alunos a esse dircito, cabe aos alunos o dever de construirem suas condigées de entrar produtiva, construtiva e insubmissamente no didlogo em que elagdes de saber e poder em nossa sociedade 4 UFRGS exige 0 dominio da a que esta difira imensamente da irMO-Nos capazes de escre- 10s a pronunciar nesse didlogo permanente que a civiliza- tarmos plenamente a nossa fluir. & bom que a escola nos ensine a omodo de grafar as palavras legitimado pela gua escrita, aquelas que nao fa- ingua que falamos, que nos ensine a usar, por nes 0, 0s, @, as, nos alerte para a concor- sujeito com o verbo, de determinativos e adjetivos com o substantive e para outras construgées que, por nao 497 oor 10r Tx os gs ag as Ss Se gt Se Zs ae ae oa on & g 9 a # 2 e asuadoo - sows. et OXENY [Torco | Raguiode ‘adinba ep opeuap1009 Senp no eum oyu opuenb op so]u9.110903 9 Svar d}uaUfaalssod. ‘sorpostda ap aui9s eum 2ey(9 ‘]os0H ste OpXOYO wUEN eZy|eO ajap ou ta Bxed 09 gs ogu anb adso ayumyseq omposida win seLseu ap gua PUM e Seq ‘eoupap ‘seatjeieu ayuaurajueutiuopadd 19s 10d weqeoe anb sa0dvpas se stes98 sojwoosep wiosjos W9quIey, “oBXayas ens qao01 opdepas v 'euUla) oF BENy OWOD WHS seLU BIOUgSUP} ‘outioD rinyNSUoD as ogu o“Separ ep OoNPUIaY o1Asap o opuEND waBessoure sod opdereae ep nodionred sod ‘soyxe} sop onde: vipa v avayuoa wipqumey seu ‘ogsanb wa eysodosd ap ody o 6 woo sopnasip axduras 09s “ojUEya.yUD ‘S049z SQ “0.192 BION ios ppuatiodxe stew Way pal Nivel excelente e ‘e}Bixo wusse vysodo.d v opuenb ‘anb ogsepor ep ‘oid = g E B Be 2 e z 2 5 q 3 -o[8 owoosap 104Jos SeUL eplBL OD sas vrapod ep ‘TeIsUES UL) nujoueur 9p vw} Op 12] o“Separ was ‘MISSY s9 ovtt ovSupau wp wu} op Soag}oadsa sap i| So “WISsy ‘Owe ajanbe vied Burs) ov eny 9 BOUT} ap SoupIED so asajaquys2 ‘woSensowe vssep aed e ‘@ vaoid ep ogSeyde ep Siodap ofo] urafiexjsoure 40d peqoimy oBSe ‘soptyinqnsaa sojed jesa8 earauew ap opeye.n 9 oytow 1d 08 -aje vpeo owos esjoueu v 2 soyted sod wsodoxd ep soyu9LU -aja $0 Sopesapisuoo ORs saylwl] sassap oeUND9TaqzIS9 0 preg ‘epesopistoo 9 woSesysoure essou sepeuTUexd s2odap -ar seu eysayfteur a8 owed [ey “e3sodoad ep zay sounye Sop 2} -red soe & onb orSejardiajuy e waquie] “comm o Ozu Seu ‘edioutsd ojuwipo nas 0 9 eysodoad y ‘ejsodoxd ead sopeu ene eum oure vp29 e vatea1 oBSepas ap vouieq Ep Saropettap10 09 ap admbe v ‘opepluusoyuco wsso squBIeS ap WY Y -IWuaTap. 1r=Clares | 1 ular ao apreas daramont au poate de Wa (Ooo Sesame deter ideas tetera 12> Consist 3 Awionomis Beara 9 abode do Tama copsna Fa ‘lon de ist, que se ram o ng da ete en conradicoes ‘Oeste dea as SoaR que no converge ou se-cmtatizen.O que se promele nie eure, | G texto reve sarc pels sutra os pram ponte Ade vnt erative carina o pr uss comm ‘uinconnuments relacionadas ori. deport 1 jento de visa adoada banal © apenas constata ota Ae eine quo ustentam balan Bad eso-comem no recta derma 2 Earatars ae pardgrafo | 3. Cosas ‘Os parsravos sto semantcanaate sama, baat |] Aivlios tendo ema mora mae de ua ee ‘ala todas els converges com oie 360 Nios i aloe oa Ta SPOT etn erganieyao sensation textual 7 Caewtar Tau uso adeguaoe preciso de exo. de smodalizadres. dos tempos vrais, de eleréncne fovea eda subst lee ‘ ew to Taras de voeursoe de cues para ‘uiiearc, 0 empress indequndameste Aiscortaive Predomina aiken caster SURI BIS ae tes ew rveesiscsti wscrge ‘Ota nin dene su carey derive Can te Narrardo e/a deseriga se sobeptem acs tae 3. Competnca a ngumentagao ‘Rargumentagio € dara, cooeale = coneeva, OF aspetos em a o cone fo did esto conc tenados e apresentam tsa percents pr _stextoprogridesenantcanente ‘io se Ula o cminho da aumento. Ara snentosaiores c menores ado ean hiraralzados, Go ciefares NSo ha relago de ates steeds ote eles Caries Pr ormanieana es consider dense als To en ‘Ranaise espera denarnadh, conileand> pons dimensoes tis do aes, “Dexia resets manos sda Uy prior Bic do coahecsmentae tama ordenadament ete pat fd, ariment ee, spies ecomploc, cone Salstite eon e distant Teno no proces ae aus ETAT ATE ‘mola perdeseem detalhes quan devia ab Thar ao pno ger ou vices | 8 Quatdade cestlistca Brieacisse siqueza no texto: Ba ase compas, ‘ocablivo waa, eeusosretécos bo wos, ‘Diexto& repetitive e/ou trabalha com chavdcs, em ‘acabulria pobre e/ouiadequado ss faves 0 ‘ipeesinaliendae os sopercomplentiatse, Il - EXPRESSAO 1. Convengbes ortograficas: ortografia, maidsculas e mindsculas, acentuagdo, trema, hifen, aspas, parénteses, se- paracio de silébas e vocabulos. Até 2 erros 3a 4 eros Sou mais erros 0) 2, Morfossintaxe: concordancia nominal ¢ verbal, re- géncia nominal e verbal (portanto, crase e paralelismo de regéncia) Nao hd erros_ 4 1a2erros 3 3aderros 2| 1 0 Tou mais erros 0 | 3. Pontuagao: uso de sinais de pontuagao, exceto ca- sos de fragmento de frase ¢ frases siamesas. I erros 1a2 eros 3 Saderos 2 5a Gerros 1 Tou mais eros 0. | 4, Sintaxe: omissdo de elementos da oracao, referén- cia, uso de tempos verbzis, problemas de ordenagao sintati- ca (colocagao de pronomes e ambigtiidade sintatica), frag- mento de frase, frases siamesas, paralelismo, problemas de hierarquia entre principel e subordinada. 102 3aderros SaGerros 2 [TaBerros 1 9 ou mais erros 0) 5, Semantica: imprecisio e inadequacao no uso de ne- iprecisdo e inadequacdo vocabular, ambigiiidade se- tica, impropriedade de registro - hipercorrecao e informalidade -. falso paralelismo: repeticao. xos, aderros SaGerros Ta8erros 1 [Soumais erros 0 0, de revisdespostriores que ‘constante das equipes de coreesio e de seus coordena rae fol reproduzideaparirdo Manual do Avaliadoredtado pela COPERSE 130 Vestibular de 199. 103

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