Malhado e a Andorinha Sinh: uma histria de amor, de Jorge Amado, e identifica os recursos expressivos presentes: A Manh vem chegando devagar, sonolenta
dizem-no velhaco e capadcio
Certo relgio universalmente famoso, colocado na torre da universalmente famosa fbrica dos universalmente famosos relgios ria pelos olhos pardos tambm uma rosa que, apressada, j se abrira, deixou cair todas as ptalas sobre o cho Em torno era a Primavera, o sonho de um poeta Feio e convencido uma sombra anuviava a vida da Andorinha Sinh Un tipo tan chiquito y ya de bigotes O Gato, em evidente e imperdovel desrespeito, teve a ousadia de responder-lhe Falta sentia de outras coisas: de afeio, de carinho e de salsichas vienenses De repente, o amor desperta do seu sono gesto insultuoso e condenvel seus ps, de to pesados, pareciam ter chumbo grudado No lhe chamo mais de feio. Agora s lhe trato de formoso A Andorinha ficou calada, num silncio de noite profunda O Rouxinol belo e gentil O Vento sentia frio e, para esquentar-se, corria zunindo pelo Parque pssaros voavam entre trinados alegres, pombos arrulhavam amor o Outono trazia consigo uma cauda de nuvens A poesia no est somente nos versos, por vezes ela est no corao, e tamanha, a ponto de no caber nas palavras as murmuraes ruidosas amorteceram-se em cochichos segredados era como se uma invisvel cortina os separasse a felicidade no pode se alimentar apenas das recordaes do passado, necessita tambm dos sonhos do futuro O gato a colocou sobre o peito, parecia uma gota de sangue Apenas uma ptala vermelha sobre o corao, uma gota de sangue Cano nupcial para os noivos; para o Gato Malhado, canto funerrio