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DIREITO AGRÁRIO - 05
1. Teoria geral do Direito Agrário: conceito e princípios. 2. Reforma Agrária (Lei n.º
8.629/93). 3. O Processo de desapropriação para fins de reforma agrária (Leis
Complementares n.ºs 76/93 e 88/96). 4. Usucapião constitucional rural (art. 191 da
Constituição da República e Lei n.º 6.969/81).
APOSTILA 1
Bibliografia utilizada:
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- Tratado de Tordesilhas (07/06/1494): Portugal adquiriu o domínio sobre as terras
encontradas à direita da linha imaginária do pólo ártico ao pólo antártico, distante 370
léguas das Ilhas de Cabo Verde (direito de propriedade decorreu do Tratado).
- 1531: Martim Afonso de Souza – missão: distribuir as terras descobertas para fins
de colonização (defesa do território contra invasões estrangeiras). Grandes quantidades de
terras entregues a um pequeno número de pessoas.
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forma da lei então em vigor uma vez comprovado o cumprimento das obrigações
assumidas nos respectivos instrumentos; e d) assegurar a aquisição do domínio de
terras devolutas através da legitimação de posse, desde que fosse mansa e pacífica,
anterior e até a vigência da lei. Foi regulamentada pelo Decreto nº 1.318 em
30/01/1854.
- impediu o acesso à terra aos negros e aos pobres, pois obrigou que a terras
públicas, após a data da edição da Lei, somente poderiam ser vendidas.
Art. 64. Pertencem aos Estados as minas e terras devolutas situadas nos
seus respectivos territórios, cabendo à União somente a porção do
território que for indispensável para a defesa das fronteiras, fortificações,
construções militares e estradas de ferro federais.
Parágrafo único. Os próprios nacionais, que não forem necessários para
o serviço da União, passarão ao domínio dos Estados, em cujo território
estiverem situados.
Art. 72. § 17. O direito de propriedade mantém-se em toda a sua
plenitude, salva a desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
mediante indenização prévia.
As minas pertencem aos proprietários do solo, salvas as limitações que
forem estabelecidas por lei a bem da exploração deste ramo de indústria.
c) Código Civil de 1916: disciplinou vários institutos (como a posse, por exemplo),
mas com uma visão muito individualista. Posse agrária X posse civil.
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Art. 113. 17) É garantido o direito de propriedade, que não poderá ser
exercido contra o interesse social ou coletivo, na forma que a lei
determinar. A desapropriação por necessidade ou utilidade pública far-
se-á nos termos da lei, mediante prévia e justa indenização. Em caso de
perigo iminente, como guerra ou comoção intestina, poderão as
autoridades competentes usar da propriedade particular até onde o bem
público o exija, ressalvado o direito à indenização ulterior.
Art. 1251. Todo brasileiro que, não sendo proprietário rural ou urbano,
ocupar, por dez anos contínuos, sem oposição nem reconhecimento de
domínio alheio, um trecho de terra até dez hectares, tornando-o produtivo
por seu trabalho e tendo nele a sua morada, adquirirá o domínio do solo,
mediante sentença declaratória devidamente transcrita.
Art. 129. Será respeitada a posse de terras de silvícolas que nelas se
achem permanentemente localizados, sendo-lhes, no entanto, vedado
aliená-las.
Art. 130. Nenhuma concessão de terras de superfície, superior a dez mil
hectares, poderá ser feita sem que, para cada caso, preceda autorização
do Senado Federal.
Art. 166. Dentro de uma faixa de cem quilômetros ao longo das fronteiras,
nenhuma concessão de terras ou de vias de comunicação e a abertura
destas se efetuarão sem audiência do Conselho Superior da Segurança
Nacional, estabelecendo este o predomínio de capitais e trabalhadores
nacionais e determinando as ligações interiores necessárias à defesa das
zonas servidas pelas estradas de penetração.
§ 3º O Poder Executivo, tendo em vista as necessidades de ordem
sanitária, aduaneira e da defesa nacional, regulamentará a utilização das
terras públicas, em região de fronteira, pela União e pelos Estados,
ficando subordinada à aprovação do Poder Legislativo a sua alienação.
e) Constituição de 1937:
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Usucapião pro labore
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Art. 165. Dentro de uma faixa de cento e cinqüenta quilômetros ao longo
das fronteiras, nenhuma concessão de terras ou de vias de comunicação
poderá efetivar-se sem audiência do Conselho Superior de Segurança
Nacional, e a lei providenciará para que nas indústrias situadas no
interior da referida faixa predominem os capitais e trabalhadores de
origem nacional.
f) Constituição de 1946:
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Criação da desapropriação por interesse social
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Art. 1º A letra a do nº XV do art. 5º da Constituição Federal passa a
vigorar
com a seguinte redação:
“Art. 5º Compete à União:
XV – Legislar sobre:
a) Direito Civil, Comercial, Penal, Processual, Eleitoral, Aeronáutico, do
Trabalho e Agrário”;
- Carlos Marés: "No Brasil, o Estatuto da Terra de 1964 seguiu a tradição dos sistemas
anteriores de permitir um discurso reformista ao Governo mas impedir, de fato, uma quebra da
tradição latifundiária da ocupação territorial. É verdade que modernizou os termos, humanizou os
contratos, impediu velhas práticas semifeudais e pós-escravistas, mas na essência manteve intacta
a ideologia da supremacia da propriedade privada sobre qualquer benefício social".
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3. Conceito de Direito Agrário:
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g) o fortalecimento do espírito comunitário, através de cooperativas e
associações;
h) o combate ao latifúndio, ao minifúndio, ao êxodo rural, à exploração
predatória e aos mercenários da terra (especulação);
i) a privatização dos imóveis rurais públicos;
j) a proteção à propriedade familiar, à pequena e à média propriedade;
k) o fortalecimento da empresa agrária;
l) a proteção da propriedade consorcial indígena;
m) o dimensionamento eficaz das áreas exploráveis;
n) a proteção do trabalhador rural; e
o) a conservação e preservação dos recursos naturais e a proteção do meio-
ambiente.
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(...)
III - função social da propriedade."
- Constituição de 1988:
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência
estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de
trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores.
- Lei nº 601/1850, art. 3º: São terras devolutas: as que não se acharem aplicadas a
algum uso público nacional, provincial ou municipal; as que não se acharem no domínio
particular, por qualquer título legítimo, nem forem havidas por sesmarias e outras
concessões do Governo Geral ou Provincial, não incursas em comisso por falta de
cumprimento das condições de medição, confirmação e cultura; as que não se acharem
dadas por sesmarias, ou outras concessões do governo, que, apesar de incursas em comisso,
forem revalidadas por esta lei; as que não se acharem ocupadas por posses, que, apesar de
não se fundarem em título geral, forem legitimadas por esta lei (definição por exclusão);
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- Constituição Federal de 1988:
5.2 Discriminatória:
- conceito da Lei nº 601/1850: estremar o domínio público do particular;
- o INCRA é o representante da União (art. 11 do Estatuto da Terra);
- Lei nº 6.383/76: procedimento administrativo e procedimento judicial (ação);
sentença homologatória serve de título de proprietário para o registro imobiliário
competente; tem caráter preferencial e prejudicial em relação às ações em andamento, que
se refiram ao domínio ou à posse de imóveis situados no todo ou em parte, na área
discriminada.
6. Imóvel Rural:
6.1 Definição:
- art. 4º, I do Estatuto da Terra: o prédio rústico, de área contínua qualquer
que seja a sua localização que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-
industrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de iniciativa
privada.
- art. 4º, I da Lei nº 8.629/93: o prédio rústico de área contínua, qualquer que
seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária,
extrativa vegetal, florestal ou agro-industrial.
- Módulo rural: segundo o Estatuto da Terra (art. 4º, II e III) era a medida
de área fixada para a propriedade familiar; obs.: art. 65: o imóvel rural não é divisível em
áreas de dimensão inferior à constitutiva do módulo de propriedade rural;
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Art. 8º - Para fins de transmissão, a qualquer título, na forma do Art. 65 da
Lei número 4.504, de 30 de novembro de 1964, nenhum imóvel rural poderá
ser desmembrado ou dividido em área de tamanho inferior à do módulo
calculado para o imóvel ou da fração mínima de parcelamento fixado no §
1º deste artigo, prevalecendo a de menor área.
§ 1º - A fração mínima de parcelamento será:
a) o módulo correspondente à exploração hortigranjeira das respectivas
zonas típicas, para os Municípios das capitais dos Estados;
b) o módulo correspondente às culturas permanentes para os demais
Municípios situados nas zonas típicas A, B e C;
c) o módulo correspondente à pecuária para os demais Municípios situados
na zona típica D.
§ 2º - Em Instrução Especial aprovada pelo Ministro da Agricultura, o
INCRA poderá estender a outros Municípios, no todo ou em parte, cujas
condições demográficas e sócio-econômicas o aconselhem, a fração mínima
de parcelamento prevista para as capitais dos Estados.
§ 3o São considerados nulos e de nenhum efeito quaisquer atos que
infrinjam o disposto neste artigo não podendo os serviços notariais lavrar
escrituras dessas áreas, nem ser tais atos registrados nos Registros de
Imóveis, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e criminal de
seus titulares ou prepostos. (Redação dada pela Lei nº 10.267, de
28.8.2001)
§ 4º - O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que a alienação da
área se destine comprovadamente a sua anexação ao prédio rústico,
confrontante, desde que o imóvel do qual se desmembre permaneça com
área igual ou superior à fração mínima do parcelamento.
§ 5º - O disposto neste artigo aplica-se também às transações celebradas
até esta data e ainda não registradas em Cartório, desde que se enquadrem
nas condições e requisitos ora estabelecidos.
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IV - pecuária;
V - florestal;
b) a renda obtida no tipo de exploração predominante;
c) outras explorações existentes no Município que, embora não
predominantes, sejam expressivas em função da renda ou da área utilizada;
d) o conceito de "propriedade familiar", definido no item II do artigo 4º
desta Lei.
§ 3º O número de módulos fiscais de um imóvel rural será obtido dividindo-
se sua área aproveitável total pelo modulo fiscal do Município.
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