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Agenda
Combate à Pobreza e à Exclusão Social (pág. 8)
5 de Maio:
Feira do Vende Tudo
5 de Maio:
Reportagem: O Centro
Encontro de voluntários, às 14h30, na em números... E não só. (pág. 4)
Biblioteca do CCPC
6 de Maio:
Atendimento ao Imigrante pelo ACIDI
17 de Maio:
Peregrinação a Fátima Preço: CCPC -
20€ / Comunidade - 22€ (partida às
8h) | Inscrições até 12 de Maio na
Secretaria
30 de Maio
Feira das Velharias
Precisa de uma
empregada
doméstica?
Voluntariado na 1ª Pessoa
Marta Pinto Leite (pág. 6)
Preocupas-te?
No dia 23 de Abril o Centro recebeu 24 jovens que vieram conhecer uma reali-
Venha ao Gabinete de Inserção
Profissional (GIP) e peça o recruta-
dade diferente. Todos tiverem de se colocar no lugar de um utente
mento de uma empregada. do Centro e “viver” por algum tempo
Distribuição
estórias de vida problemáticas. A ini-
Horário: Todos os dias úteis, das ciativa abrangeu os alunos do ensino
secundário da Escola Secundária de
Gratuita
9h30 às 13h30, excepto à 5ª Feira
Carcavelos, Colégio Marista de Car-
Técnica Responsável: Rita Almeida
cavelos e St. Julians School. (pág.3)
Venha visitar-nos em www.centrocomunitario.net e em http://centrocomunitariocarcavelos.blogspot.com
Certificação de Qualidade
Porque estabelecemos objectivos?
Para cada área os seus objectivos. Porque trabalhamos por objectivos?
Durante estes últimos meses a equipa técnica reuniu-se semanalmente, para de-
senvolver os objectivos para cada valência e definir os indicadores da qualidade,
de acordo com a Política da Qualidade.
Neste sentido, e desde que iniciamos o processo de organização da Certificação
da Qualidade que o nosso enfoque está na qualidade dos serviços que prestamos
aos nossos Clientes, Colaboradores, Voluntários, Fornecedores e a Comunidade
em Geral. o
Angariação de Fundos
A Feira do Vende Tudo de Abril resultou em 1584.41€. Já a participação na feira
das Velharias que aconteceu no dia 25 de Abril, resultou em 635,22€. Estes resul-
tados só foram possíveis graças ao empenho e dedicação de todos os voluntários,
nomeadamente da Isabel e Alexandre Nicolau, Pureza Rodeia e colaboradores Emídia
Borges e Abaris Silva. Obrigada pela vossa contribuição!
A empresa de reparação de calçado, Bota Minuto, realizou a campanha "Procuro
Novo Dono", com o objectivo de recolher calçado que as pessoas já não precisam.
Dessa campanha resultaram 877 pares de sapatos para o Centro. O nosso agradecimento.
Também a Ecobolos, em Abril, doou ao Centro um total de 50 caixas de pastelaria variada com 15 unidades
cada.
Lembramos ainda que, no CCPC, aceitamos roupa, brinquedos, livros, utensílios domésticos, equipamen-
to... Aquilo que já não precisa mas que ainda se encontra em boas condições para que outros possam
utilizar. Estas ofertas podem ter vários destinos: oferecidas às famílias ou indivíduos apoiados pelo centro;
utilizadas no próprio Centro; partilhadas com outras instituições; ven-
Ficha Técnica: didas nas Feiras do Vende Tudo que o Centro promove mensalmente.
Com esta iniciativa, este ano já conseguimos angariar 4.443,72€. Acre-
Coordenação:
Natércia Martins ditamos que desta forma estamos a contribuir para um desenvolvimento
Redacção: mais sustentável e a oferecer à comunidade uma oportunidade de com-
Susana Teodoro; Cátia Silva prar bens a preços mais acessíveis.o
Layout e Grafismo:
Susana Teodoro
Revisão:
Conceição Fernando, Mário Marfim
Colaboraram neste número:
Fernando Catarino, Fernando Fradique,
Vocal Da Capo
O
Maria João Saraiva, Moira (receita),
António Capucho (Câmra Municipal de
Cascais). grupo coral Vocal Da Capo foi convidado a
Propriedade: participar no lançamento do livro A Dor que me
Centro Comunitário da Paróquia de
Carcavelos Deixaste, de Maria João Saraiva, no El Corte Inglês,
Av. do Loureiro, 394 em Lisboa. O evento abriu com a sessão de apre-
2775-599 Carcavelos
Tel: 214 578 952 sentação feita pelo Prof. Dr. Coimbra de Matos e
Fax: 214 576 768 encerrou com o lindo momento musical propor-
Email: ccpc@netcabo.pt
Visite-nos em cionado pelo Vocal Da Capo, dirigido pelo Maestro
www.centrocomunitario.net Eduardo Paes Mamede.o
centrocomunitariocarcavelos.blogspot.com
Maria João Saraiva, Vocal Da Capo
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Cá em casa
Preocupas-te? rante cerca de uma hora, os jovens tiveram
de assumir uma personagem dentro de uma
estória de vida por nós criada (mas baseada
em casos reais).
Foi assim que os jovens tiveram de enfrentar os
problemas de: um casal de reformados que pre-
tende ocupar o seu tempo; uma família monopa-
rental com uma mãe desempregada e um filho
toxicodependente; uma família que perdeu a
sua empresa e tem créditos para pagar; um casal
com dois filhos para ocupar os tempos livres e um
irmão deficiente; um casal de imigrantes que pre-
tende integrar-se no país...
Foram pequenas amostras do quotidiano do Cen-
tro que pretendíamos que causassem impacto nas
D ia 23 de Abril foi um dia diferente para cerca
de 300 jovens do ensino secundário da Escola Se-
jovens mentes que nos visitavam.
Alguns ficaram surpreendidos com factores
cundária de Carcavelos, Colégio Marista de Car- tão simples quanto um trabalhador ter de
cavelos e St. Julians School. aceitar um emprego inferior às suas qualifi-
No âmbito do Ano Europeu da Luta Contra a Po- cações, outros não sabiam como lidar com a
breza e a Exclusão Social, a Comissão Social de perda do conforto financeiro, e outros, pura e
Freguesia de Carcavelos levou alguns jovens a simplesmente, ficaram em dúvida sobre o que
visitar as instituições de cariz social da freguesia, era real e o que era ficção.
com o objectivo de sensibilizar para a realidade Foi um dia em cheio que pretendeu alertar estes
social. jovens para uma realidade que não contactam di-
No Centro Comunitário queríamos acima de tudo ariamente.
que os 28 jovens que nos visitaram percebessem O dia terminou com jogos na praia de Carcavelos e
a dura realidade com que algumas pessoas têm com um concerto às 21h30 no Pavilhão da Escola
de lidar no seu dia-a-dia. Secundária de Carcavelos com Hmb e Marrokan.o
Criámos então um jogo de simulação, em que, du- Ver mais em http://centrocomunitariocar-
cavelos.blogspot.com
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O Centro em números... E não só.
Infância
do serviço, não tiveram
dúvidas em distinguir-
nos. José Sequeira, o pai
4
dá a cara e quem acham que distingue o apoio
pede ajuda. Muitas social do Centro de outros, não
dizem que tinham têm dúvidas em afirmar que é a
vergonha de o fazer forma como são recebidas. “É um
mas acabaram por sitio acolhedor. A maneira como
ser obrigadas pe- falam connosco conta muito
las dificuldades que porque pôem-nos à vontade”.
vivem. “É preciso O trabalho no Projecto Intervir
acontecer algo de visa a autonomização das famí-
grave para perder- lias e indivíduos, por isso articula
mos a vergonha e com a àrea do emprego (GIP) e
Atendimento social pedir ajuda”, confes- trabalha em parceria com a Se-
precisa, entre outros. sa uma das utentes. gurança Social, CMC, Comis-
Também neste caso o ÁGORA foi A roupa também é um apoio fun- são de Protecção de Crianças e
falar com algumas das pessoas damental, especialmente para Menores em Risco, escolas, ins-
que recorrem ao Projecto In- as famílias maiores. As peças de tituições ligadas à saúde, Junta
tervir para perceber o impacto vestuário cuidadosamente trata- de Freguesia de Carcavelos e
deste serviço. A grande maioria das pelos voluntários do Banco outras IPSS’s. Existem outros
recebe apoio alimentar do Cen- de Roupa vestem famílias in- serviços complementares a
tro. Dizem que se não fosse este teiras - “tem um grande valor”. esta acção, nomeadamente
apoio, as suas refeições do quo- Não posso comprar roupa nova o apoio escolar para as crian-
tidiano ficavam comprometidas. e as peças que vêm são todas ças, “mães no Centro”, apoio
As estatísticas mostram e o ÁGO- impecáveis!”, afirma Maria de juridico, apoio psicológico en-
RA comprova: a mulher é quem Jesus Nascimento. tre outros. o
Quando perguntamos o que
É obra!
Como estão as obras no Centro?
M ais um mês passou e a obra
vai crescendo!
ores.
Foi concluído o estudo do equi- tijolo.
As adaptações que foi
pamentos da cozinha e respec-
O piso 0 já tem a laje concluída tivos apoios, tendo em vista o necessário introduzir e o ri-
e já está a crescer o último piso, volume de refeições que se pre- gor deste Inverno levam a que
pelo que já temos uma vista vê servir, o que obrigou a algu- os trabalhos estejam com algum
da dimensão que o edifício vai mas adaptações nos espaços do atraso. Consequentemente, isto
tomar. piso -1. Estas adaptações e as acarreta o prolongamento das
Como já foram retirados os es- deficiências estruturais do an- dificuldades nas condições de
coramentos no piso -1, também tigo pavilhão levaram a um au- trabalho de todos e do atendi-
pelo interior se tem já a visão do mento de custos não previstos, mento dos utentes. Mas, mais
espaço que vamos usufruir sen- pelo que mais uma vez vai ser uma vez, sentimos o esforço
do de realçar a zona do futuro necessário reunir esforços para de todos para ultrapassar essas
salão, da Bolsa de Alimentos e encontrar formas de obtermos dificuldades.o
do Esperança de Recomeçar. o dinheiro necessário.
No final de Abril foram iniciados No edifício do antigo pavilhão já Fernando Fradique
as drenagens e esgotos interi- estão avançadas as paredes de Membro da Direcção do Centro
5
Voluntariado na Primeira Pessoa
Marta Pinto Leite
N estes dias, quem se dirige ao
Centro Comunitário não consegue
formática. E foi assim que
o voluntariado mudou o
rumo da sua vida. No final
deixar de reparar nos contentores do ano, Marta não con-
que se ergueram para dar espaço seguiu entrar em Alcoitão
ao novo edifício. Quem os vê por e na mesma altura a Asso-
fora, podem parecer pouco aco- ciação onde era voluntária
lhedores. Por dentro, a realidade abriu um Curso Técnico-
é bem diferente, com cores, car- -Profissional na área da
que o “fundamental é que as cri-
tazes, brinquedos, computadores informática: técnicas de arquivo
anças aprendam a estudar, a fazer
e até um passarinho. Foi neste e secretariado para pessoas com
resumos, a procurar a matéria”. E
ambiente que encontrámos a vo- e sem deficiência. Marta gostava
nisto, diz, “sinto-me à vontade... É
luntária que apresentamos este da área e resolveu experimentar.
algo natural”.
mês. Muito prática e frontal, Mar- Desde então a sua vida seguiu os
Hoje, passado quase meio ano,
ta Pinto Leite começa por con- contornos de tantas outras vidas:
recorda alguns momentos de em-
fessar que só agora, aos 45 anos, trabalho, casa, casamento...
baraço, como aquele dia em
teve a disponibilidade necessária Como o voluntariado se torna
que a turma teimava em não
para se dedicar ao voluntariado. prioridade
se concentrar. Hoje sabe bem
No entanto, ao remexer no baú da Há quem defenda que o voluntari-
como tratar cada uma das 12
memória, acaba por recordar que ado é algo que está dentro de nós
crianças, conhece as suas ma-
aos 18 anos já tinha feito uma ac- e não uma função que desempe-
nias, as suas vontades, as suas
tividade voluntária. Na altura, não nhamos. Talvez por isso a ideia do
formas de estudar. Sente ainda o
considerou estar a fazer voluntari- voluntariado tenha amadurecido
orgulho de ter contribuído para
ado, porque “tinha tempo – uma ao mesmo tempo que Marta Pinto
que estudem melhor, porque sa-
vez que fazia melhoria de notas Leite se foi tornando mulher. “To-
bem ir ao dicionário, pesquisar as
no 12.º ano – e era um trabalho dos os anos dizia que tinha de vol-
matérias nos livros e seleccionar o
que queria vir a fazer no Centro tar a fazer, porque queria dar um
que é mais importante. Para além
de Medicina de Reabilitação de Al- pouco de mim aos outros”, diz,
disso, Marta reconhece: “estou a
coitão”. Enquanto não conseguia com a consciência que não tinha
chegar à conclusão que tam-
entrar em Alcoitão, tornou-se vo- aos 18 anos. No entanto, o tempo
bém estou a receber muito”.
luntária na Associação Portuguesa foi sempre o seu pior aliado, até
Uma dádiva que a voluntária
de Paralisia Cerebral. ao ano passado, quando ficou
tenta explicar: “uma aluna
A então jovem Marta começou desempregada, conta. “Tinha de
no outro dia veio ter comigo,
por ajudar os utentes na piscina, vir ao Centro Comunitário de 15
triste, porque tinha passado a
para depois leccionar aulas de in- em 15 dias carimbar um papel”,
vir à 6ª feira – quando eu só estou
recorda, “e logo na primeira sema-
às 4ªs e 5ªs – e queria ver-me”,
BI: Tem 45 anos, é casada e na vi que havia serviço de volun-
sorri. Talvez por isso, e porque
“mãe” de três cães. Está actual- tariado”. Disse então: “é desta”. E
o voluntariado “dá para relaxar
mente desempregada, mas em assim foi.
do resto das coisas do dia-a-dia”,
breve vai voltar a trabalhar para A provar que há males que vêm
Marta Pinto Leite esqueceu já o
a empresa de formação na área por bem, Marta entrou em Ou-
prometido no início do voluntari-
comportamental e vendas para tubro de 2009 no Espaço ABC do
ado: “avisei que era provisório,
a qual já trabalhou. Nos tempos CCPC, onde dá apoio escolar a
até começar a trabalhar, mas ago-
livres, gosta de andar, muito, e 12 alunos dos 5.º e 6.º ciclos do
ra que o voluntariado já está en-
de ler. Gostava ainda de fazer ensino básico, duas vezes por se-
caixado na minha vida, o trabalho
ginástica, mas confessa que ficou mana. Em pouco tempo percebeu
tem de se adaptar”.o C.S.
entretanto para projecto futuro... que ensinar está mais nas veias
que nos cadernos e hoje defende
6
Espaço Emprego
Desperdício Criminoso
-
7
Vidas com história
“Estou aqui para o que der e vier”
N asceu no Alentejo há 59 anos
mas pouco se recorda da sua ter-
uma menina e um
menino, também
eles com deficiên-
ra-natal. Nasceu no meio de um cias. Desta vez o pro-
povo tradicionalmente nómada: blema era um pouco
os ciganos. A “venda” na feira mais grave. Com 7
era o seu modo de sustento, e anos, a pouca força
a procura por melhores merca- muscular que ti-
dos e por melhores condições nham foi diminu-
de vida fizeram com que as mu- indo, acabando em
danças de morada fossem uma última instância na
constante. perda total de mobi-
Era preciso procurar por ren- lidade. O desespero Acampamento Cigano
dimentos porque a família era da perspectiva de uma
grande. O pai já tinha enviu- vida dependente de Foi primeiro para a casa de
vado antes de casar com a mãe tudo e todos fez com que a sua um dos filhos mas conseguiu
de Márcia e começou uma nova irmã se suicidasse com 20 anos. depois alugar uma casa com
família já com duas filhas. Már- “Ela nem se conseguia pentear”, o apoio da Segurança Social.
cia é a mais velha dos 9 filhos afirma Márcia. “Até aos 13 anos Inscreveu-se no Centro de
que a sua mãe teve, e por isso ainda conseguia andar. Mas de- Emprego e começou a ir a en-
nunca teve a oportunidade de pois ficou em cadeira de rodas. trevistas. O facto de ser cigana
estudar ou sequer de aprender Não aguentou. Tinha muita ver- fazia com que os empregadores
a ler. Tinha de ajudar os pais na gonha. Quando saía à rua punha colocassem reticências. Foi uma
“venda”. A escola era substituída um chapéu para ninguém a re- funcionária da Segurança Social
pelas feiras. Aos 8 anos saiu do conhecer”. que lhe indicou o trabalho de
Alentejo para a Beira Baixa. Por esta altura já Márcia tinha limpeza na Fundação “O Século”.
A seguir a Márcia, a mãe teve perdido o pai. A pressão de ter, A única filha que ainda mora
dois filhos com algumas defi- por um lado, filhos deficientes, com Márcia, com 23 anos,
ciências físicas que os impediam por outro, filhos que se deixaram foi também trabalhar na
de andar. “Tinham os pés tor- enveredar pelo mundo da droga, fundação. Os outros ainda
tos”, explica. Desta vez não foi fez com que quisesse pôr termo se dedicam às feiras.
“a venda” que os obrigou a mu- à própria vida. A mãe ficou so- Com 59 anos decidiu-se a vir
dar de sítio, e sim a necessidade zinha a criar 4 filhos até aos 73 ao Centro para aprender a ler e
de tentar arranjar ajuda médica anos, quando faleceu com uma a escrever. “Eu sou evangélica
para os irmãos. Foram para o embolia cerebral. e queria conseguir ler a Bíblia”,
Porto à procura de um especia- Entretanto Márcia havia criado confessa. Foi um desejo que
lista que afinal só existia em Lis- a sua própria família. Juntou-se depois se ampliou para tudo o
boa, no Hospital de Sant’Ana. A com uma pessoa e teve 6 filhos. resto. Frequenta as aulas de al-
passagem pelo norte foi curta Mas não teve sorte com a esco- fabetização do Centro há 4 me-
e instalaram-se finalmente na lha que fez. O marido bebia e era ses. “Já conheço as letras todas”,
Parede. violento. Só há seis anos, depois mas ainda há muito a fazer. “Es-
Aqui mora há 12 anos. Os irmãos de os filhos terem alguma inde- tou aqui para o que der e vier”.
foram operados no Hospital de pendência, é que Márcia teve a Um lema que aplica na escola e
Sant’Ana e melhoraram. A mãe coragem necessária para sair de na vida.o
teve depois mais dois filhos, casa e criar a sua vida.
8
António Capucho escreveu para o Ágora!
A Câmara Municipal de Cascais e o combate à Pobreza e à Exclusão Social
tros de Dia, bem como Creches, cos.
Creches Familiares e Centros • Plano Concelhio para a inte-
de Acolhimento de Crianças em gração de pessoas “sem abri-
Risco. go”.
• Programa Apoio Alimentar: Por outro lado, a Rede Social,
visa contribuir para a satisfa- através da Divisão Rede Social
ção da necessidade básica de e Igualdade de Género, cria as
alimentação aos cidadãos resi- condições para o aumento de
dentes incapazes de confeccio- sinergias entre aos agentes so-
nar alimentos. ciais e desenvolve instrumentos
• Plataforma SAD +: trata-se e metodologias para uma inter-
de uma plataforma de articula- venção mais eficaz e eficiente
ção e parceria com as IPSS com no combate à pobreza e à ex-
serviço de apoio domiciliário clusão social.
• Oficina Social: pequenas repa- Em esboço de conclusão, a Câ-
rações /adaptações em casa de mara Municipal de Cascais
munícipes idosos ou depen- actua e investe de forma in-
9
Agenda Cultural
Homem de Ferro 2 - estreia a 29 de Abril
Género: Acção/Aventura | Realização: Jon Favreau
Interpretação: Gwyneth Paltrow, Scarlett Johansson, Samuel
Cinema L. Jackson, Don Cheadle, Robert Downey Jr., Mickey Rourke,
Sam Rockwell.
Na sequela da já conhecida aventura do super herói, Tony
Stark tem de fazer frente às pressões para partilhar a sua tec-
nologia com as forças armadas.
Horário: 3ª a Dom, das 11h30 às 18h00; última 6ª de cada mês, das 11h30 às
24h. Aberto aos feriados. | Preço: 2€
Fiel aos seus pressupostos de que a arte é um trabalho de busca que perpetuamente
Crianças se realiza, Joana Rego apresenta um conjunto de obras que vão da letra A à letra Z, e
suscitam interpretações a diversos níveis, uns mais superficiais, outros mais profun-
dos, sempre valorizando marcas muito pessoais.
Informações: 214848900 | Local: Centro Cultural de Cascais
Horário: de 3ª feira a domingo das 10h às 18h00
SURF
ESTORIL BILLABONG GIRLS
7 a 9 de Maio
10
Aconteceu
Conversas sobre... a avaliação nas escolas
como factor de inclusão
“A quilo que faço ao reter um
aluno é excluí-lo”, afirmou Adeli-
o reprovei por causa disso.”
Adelino Calado considera que
todos temos ritmos de apren-
no Calado, o orador convidado dizagem diferentes e que a esco-
para este debate organizado la acaba por tentar uniformizar
pela Comissão Social de Fregue- esse ritmo. O problema surge
sia de Carcavelos, no dia 27 de quando alguns não o conseguem
Março, na Escola Secundária de acompanhar e, sendo reprova-
Carcavelos. dos, mais velhos e muitas vezes
Uma plateia repleta de profes- mais problemáticos do que os
Adelino Calado
sores e pais ouviu a explicação novos colegas, acabam por des-
e o ponto de vista do Director tabilizar a nova turma. não apenas reprová-lo e dar-
do Agrupamento de Escolas de Assim, Adelino Calado admite -lhe “mais do mesmo”, com
Carcavelos. O professor deu um ser um idealista, mas considera a repetição de um ano que
exemplo elucidativo: “a minha que todos os casos de reprova- não vai contribuir em nada
filha mais velha começou a an- ção devem ser analisados. Diz para a sua formação como
dar com 8 meses, o mais novo que a escola deve encontrar pessoa.o
com um ano e 4 meses. Mas não uma alternativa para o aluno e
11
No correr do tempo
Trabalhadores do Comércio
sim. sendo levado de vencida, numa
As outras terras luta inglória, com as médias e
da Linha, Oeiras, grandes superfícies.
Parede e Cascais, Esta nota, interesseira como disse,
tinham o mar logo é uma nota de apreço e estímulo
ali. A praia, em Car- para os bravos comerciantes car-
cavelos, sempre cavelenses, que não longe da
ficou mais longe. implantação do centro urbano
Só depois do com- original e imediações que vão até
boio e da moda à estação, mantém abertas e aco-
dos banhos de lhedoras as suas tendas em benefí-
mar se arreigar, as cio de Carcavelos.
Drogaria do Sr. Amável elites de veraneio Sem ser exaustivo cito as casas de
encheram de vivendas airosas as panos e pronto-a-vestir, Sofico, a
F az tempo que pensei usar este
espaço para, interesseiramente,
ruas novas, abertas nas terras das
quintas de Carcavelos.
Casa Camilo, o estabelecimento
do Sr. Antonio Necas e da Dona
Isso fez alargar os acanhadíssimos Idalette (Padrões e Motivos); a Pa-
homenagear os “trabalhadores do
limites urbanos da freguesia, que, pelaria Cordeiro e, logo ao lado, a
comércio”!
por vários séculos se resumia a es- drogaria do senhor Amável, onde
Claro que não são os da banda
treitas nesgas, de um casario po- há tudo; logo abaixo, a Farmá-
rock, com esse nome, autores de
bre, dum lado e doutro da Estrada cia Central, sem modernices,
êxitos, como “Chamem a Polícia”
da Torre e da Estrada Real de Oei- igual ao que foi; a acolhedo-
e outros que fizeram história, pela
ras para Cascais, a Rua Direita. ra Panibel, das empregadas
ambiguidade e insólito dos temas,
Estas vias cruzavam-se no cora- bem-dispostas, nas suas batas
cantados em português humorado
ção de Carcavelos. Dum lado era a amarelas; a vizinha Casa das
e “com pronúncia do norte”!
igreja, ligeiramente altiva em sua Tintas com todas cores e soluções;
A esses agentes culturais, se mere-
localização e escala, face à cor- a Primavera, sítio centenário, de
cerem, que alguém lhes faça as
renteza das casas térreas e, do ou- doçarias festivas, pastéis e amên-
honras, já que não sei meter foice
tro, o chafariz com o tanque, onde doas pascais, onde, ainda na úl-
em tão alheia seara.
é hoje a fonte e o nicho de invoca- tima Quinta Feira Santa en-
Os trabalhadores do comércio que
ção a São Jorge. Fora disso, eram contrei amigos enquanto me
aqui celebro são muitos deles os
logo terras muradas das Quintas abastecia.
próprios donos do que foram ten-
com as suas Casas Grandes a con- São estes os “pontos de amar-
das e lojas de Carcavelos e seus co-
finar num centro forçado, espaços ração” que num relance rápi-
laboradores que ajudam a manter
comuns de pequeníssimos largos do me ocorreram.
esta actividade, que fornece bens
e becos onde nasceu o comércio A seu tempo havemos de lembrar
e estreita elos de convívio e bem-
que chegou a ser florescente. outras estações de “serviço” e de
-estar entre a comunidade.
Lembremo-nos dos tempos áureos “revisão” igualmente importantes
São os últimos guardiões de uma
das quintas de vinho, do rasgar da nesta rede manutenção de laços
actividade que chegou a ocupar
linha férrea e da transformação da carcavelenses. Podemos trazer
muita gente e enchia de vida e
freguesia em estância de veraneio, à baila, o mercado e a feira, bar-
bulício o centro da freguesia: o
a que o Cabo Submarino daria um bearias e bancas de jornais, ban-
Largo da República que, pela 5 de
último impulso, antes da urbaniza- cos, esplanadas, restaurantes e
Outubro abaixo, chegava ao Largo
ção das quintas, mal acabou a 2.ª cafés.o
da Estação.
Grande Guerra. Só mais recente- Fernando Catarino
Há quarenta e quatro anos, quan-
mente o comércio tradicional vai Professor Catedrático
do virei carcavelense, ainda era as-
12
Receitas em Conta
Dicas para “Re-cozinhar” comida
Preparação:
Empadas de Frango Misturar todos os ingredientes da massa até obter uma
massa elástica e homogénea que se descola das mãos.
Deixar repousar a massa enquanto prepara o recheio.
Levar a cebola picada ao lume com uma colher de sopa
de azeite, adicionar os cogumelos e o frango desfiado,
juntar o açafrão, temperar com um pouco de pimenta e
regar com o vinho branco, polvilhar com a salsa picada,
deixar cozinhar em lume brando até evaporar todo o
líquido. Deixar arrefecer enquanto estende a massa
sobre uma superfície enfarinhada com a ajuda de um
rolo da massa. Formar círculos, pôr uma colherada de
recheio no centro, fechar a empada, pincelar com gema
Ingredientes: do pode ser assado ou gui-
sado (o equivalente a dois
de ovo ou leite e levar ao forno durante cerca de 20 a
Para a Massa: 25 minutos ou até a massa estar cozida e dourada.
peitos)
- 250 g de farinha Acompanhar com uma salada verde ou uns espinafres
- 1 cebola pequena picada
- 1 colher de chá de sal salteados com azeite e alho.
- 100 g de cogumelos (fres-
fino Notas: optei por fazer apenas duas empadas grandes
cos ou em lata)
- 50 ml de azeite que mais pareciam um calzone. Substituí parte da
- 1 colher de café de aça-
- 80 ml de água farinha por farinha integral, mas acho que o sabor
frão em pó
- 1 ovo pequenino ficou um pouco forte, pelo que aconselho farinha
- 1/2 copo de vinho bran-
- 1 colher de café de fer- de trigo T65. o
co
mento em pó
Para o Recheio:
- salsa 1 raminho
- pimenta q.b.
Por: Moira
- Sobras de frango desfia- http://tertuliadesabores.blogs.sapo.pt
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