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Boaventura de Sousa Santos (org.) Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa ode co rege rach Jodo de Swat Late SoteaTo con Denese DELVROS RY ser The de ce ‘San an 2 le ga “ole ons ead, Pi eli, smseraenso ‘nied ps de Ese gq eo em a wets defo pn Porap eo d ao Poe eMizacko waka ‘ibfstinoxa RECORD DE sERVICDS DE MUPRENSA 5. esa pce, Re ay Bs 300 (Gra 2052 Ree on = 2022970, lege Sumétio snanonugho cea Acauegho 13 sotmusswosto topes 14 2 asmowglo os eens soem 18 2. atenwmglosachuncongoeoca, 22 se conesio 25 rrerhoocovoune 29 wrncouto Para amplia ocioone democritico 29 1. AconcioHubnce DAEEMECHCANASEGINOAMEHEEODSECUO A 43 2 sconces Wo-nnNGWENS DASTIECMCMESLGNOAMEREEDDSECUE 5D 2. oapenicunimemmaronnrostcxaxn $5 rs vonunanioubs AseooosnesoaMETEMNGIO. 58 f-acrovincuctscamamaingio «5 Mowers S008 ASRAGAD DEMECRATA #9 corn t “Micromovimentosnafndia: para uma nova politica de democracia particpaiva #5 rmoougo 67 Lovecono cacinicacio $1 ‘ ooncasa com os moos 9 ‘anouarodrensos owes 102 f mourzanpeiemownewro 103 S-romaataceuccacarcNk 110 2 avoiea roimacica mancednACos MOMENTS 112 sconeiso. 125 curren (O reinvenar da democraiapartcpativa na Africa do Sul 139 sarong 135 fa tngo oA anes OUDCEANEARAAMKA DOS DE 2 cRNA AMA EAS ONCS EAS ACASSEOREA 45 Damion macinas 16 2 wns HabeRANS 19 2.3. eoonbucn uronic carom eoxsONAS 150 2 e omndcxsuoca aenon 152 2.7 wowmnnes uncos hos 152 ae counsocuciclo 159 214 eaennes tons 0 auonnanD co searino 153 die oweooonniisho 154 {i counauciocosnreacraa MMANEiCtNOAPOSNOKAISNOEENECHTEO. 155 “ecu occ aon DURANTE ATO tA A SOCEEAD reanimen 158 ‘tromecionvmartangto orm sancrnen 165 {A politica do reconhecimento e da cdadania no Putumayo ena Baita Bota (Caana:o caso do movimento coclero de 1996 171 ‘covoSes HaKo MO OS MCN OCMC BE I7E {Lasrowgs man oreo conausta 177 PestnesMEND WIE PO RGUNO NA cHGANONO EAS NIE COCALENAS 18D | sss oe cA cinco eat ORANG GMMR AOR run nsrooa uatagio sta 18S ‘:antcocgho Ego aa conro}AN EATEN SAN ACOAMOMEAT 2A unona wou CoRacAgies 19 ‘Annan on RmesHDS BSED LENO MOWED COCAEROE A ‘mswarun no aorae wes 192 >. Amoci 8 cng cA ANS OA CONSTO OE UMA CASRN DD ‘ecco eaorwoencansmetsn 197 conic go subouatccnice 204 [Emancipaio social em um contexto de guerra prolongada 0 caso da ‘Comunidade de Paz de San Joxé de Apart, Colombia 217 socio 219 ‘ocowrowrosonencuenco/Autooenmucsosocnt 220, 2 sant x masta no conte ro Po sah—a TRO HO OE rere serine 25 tana oF anTan6—uMAnTRADE LDA NESHAEACoRCMNENGO SOCAL 230, 5 oman eco oxotcanapcecommcue kar 233 f+ netcanano coun carseouo 242 13 panera cas ox CURA ACOMINDAOL OLR 244 43. congannes eoso0mcro 248 44 aotceser acon voutbnuseriacas 247 45 novannaagho soon rauica oacouvDise 248 “Casas decentes para 0 poro": movimentos urbanoseemancipagio ey Portugal 255, mous 257 {os mtr. of onion EAmneHigh TEA. 259 2. Anouo roman De 2475 CO CONTE GAORTNGO SAM 262 2. acrenbrono aANOHTE AuarAnMergio rw ourERoDD cEACELKSO. 265 2 emayrunacoMomssio0 256 52 umncownatnca ceavonscoroniess 267 2. oucmoss aca oreanns sa 276 2 4 oma muro cts oc mancrigiosorn COLSeDCMCKICRNA 279 25 nomglosomectsosian 282 «Aa 4 F/O 0 ALNOATE UM ELRS BAARENANCAO OA ramemgior 284 InsTMUGDEs E ADORE Los. 295 ‘Tribunal Consituconal eemancpasio socal aa Coldmbia 297 tpi eure een swriopiclo 299 fora rnco 300 2 wsmsicroo mmo nocisstAzO aN 305 9.ewor 310 2 encwerro waco 310 2.2 owouneama sae 31 2.4 oTemuna Cos aon rTEhnos um 7 4 roe nancrmno onnRAcOnTTUCDANL 320 1 Aide 5 e565 SERSSTHS TREN 32D 1123 orators pa otesto wso ak esmatcn Hora 327 sconcstes 200 (0 teritro como expago de ago cole: paradoxos e posbilidades do “jogo estratgico de atores” no planejamento testrial em Portugal 41 rscougo 343 1 onntauenroe Asso uaa arnoot coun roo tsar BEANE 343 11 omern ces ruincaereronas 242 1-2 eascor wommoso: cuousomasoc comme 15 1 Acoumuto paso coud 246 1.4 onto to uma come nao emutoeD Be ATO” 247 1-5: ainosTos 0 roma AL BOK TENA OC AC omENTS" 4B 2. bso msreioa os rensnenccas. 3S 2.1. awomaouauneno ceReWnocag? 251 2. mamas startco uro0e MATOS IROGGEKS 354 224, nesta earner cooeT 35 222. ODS: RAMEAETO AAD MANO ETAT OA NO DELO cotta vob 356 2 osmnovos As roesaAGes DA ENGOSOCML 365 2. unennco vssuswacngho 366 2.2 oc ummoeenca oto atunoReNCA EPO 268 Empress e esponsabildade soil 0s enredamentos da cidadania no Brasil 373 ove 378 2 ASToFOMUGH SAMSON SOL 38S ramsoons mensiners 404 connos Poder politico e protagonismo feminino em Mogambique 419 ‘ence imoougio 21 2. testo 00 FOR: b0 munis CLE EA CONTRO SOCAL eres 404 4 acinar acorn ov conuDHco MAHMNCAO MILO FNC) 437 DEMOCRAOA PATCHAINA AGH 459 comnoe (Orgamento Participativoem Porto Alegre: para uma democracia redistibutva 455 swronuo 457 I avouncaimanocaconeroMDAeN 458 ot xcmceoesomDat 62 2 oxgauetoemeno tromo acne 465 2 ms oF engho 467 2 2 omc mameantno 471 2: nosing 0s ncUSs ce vestueMo-METOOLRIAE CAMEOS IAA 2: Aevum ox EAI SOO ANHENORAGE BASEIBCRICA amc 500 «ong pumeanrno MAA SEUBCREAKDSTREUINA. S12 4.4, mec, wtcocaca ensrcso. 512 {42 enantio nancene CAS PSDs 516 42 aonanaecoctso 526 4.5 famaosoi nso omaueno rsncinno EACIEA OE ERACONS $41 sconce emmrorssazo conan 545 Modelos de Deliberacio Democritica: una anise do oramento Participative no Brasil Sst rougto S63 {1 ADtuociTENOMMLEACAEMCGENGKDANOWGAO AD ve CASCERDAGE S69 2 nowglosocuLeAcHEctcno orGAUATORNMCIHS $72 > Seago mincmaNoritoMOMKEREE RIOHOREOTE 576 dronoauaae 576 24. MERA ORDA OEASNLAS GORA 577 4112 mowoanrewenusince Aas Oca 578 313. couscve es oKaMoe aR. 579 2.2 miovonzone $81 52 canna 4s onanoes S82 2a romsoemontsoe roots S82 4 corgsniao acon EAMUMUCRODASCRRAMAA NILE 583 S.mimcgta connuonee MoNronOW NO 582 6 mow sock £A5 ORS COMA EGEMONEASASTIBCCARNETESRIRA 592 © perfil politico «institucional da Democraca artipativs lgbes de Kerala, India 599 meg 601 2orunmsancewocaci ema nao 605 2 eeocucar unwvemossocae wea 69 {nena rora RUA BCCITPARAGiO DORAN 513 {+ moeane ASU DK RFOMS ALDACOMS 61S 42. onaMaurte cue mute Dewommenciosocm 616 {ensimoccnuzcio 621 s:romwugiocmmetanaco oc RANGA De ATCO. 622 4. musinos ssunanoror pean 625 4 enor oe rane bho se moses 25 4 5 poeumos coos oo RANEAMeNTS 627 $< moctonerosmmancenas 629 5.7 surgloses ins 630 mancunne caCORE SSE 6 2 Aromcho toseues 632 6 a mauris 6H 4 quamuneoxunInn 635 fs comando tnoorane 637 6 s mowngiopacouoase 638 comonrh cinal 647 Para outs democraias 649 2 oamsstnc assess. 655 2. saencanmemmnacseuearens 657 “cette 08 Minos 661 {psc rina arociuangio serouncn sc Fee it IntrdugSo Geral & Coleco reantura de Sousa Santos A globalieasiosekberal éhoje um ftr explicativo importante dos proces 05 econdmicos, sii, pics e culurais das soiedadesnacionai. Con- tudo apes dems importante ehegeménica, esta globakzagio nko € Unis. De par com el can grande met por reago a ea est emergindo una ‘out globaizasis consti plas dese sang ransfroneinga etre ‘morimentos, uss oganizagSes loess ou nacionase que nos diferentes cantor do lobo se mbit pars lute conta exclusio socal precariasio do trabalho, o dedi das politics pblicas, dstuigho do meio ambiente e da biodversiddo desemprego, ax volagdes dos dceitos humanos, at pandemias, os és interétnicos produrides dicta ou indiretamente pela lobalzago moberal 14, asin, an globalizag alterntivs,contachegemnica,orgaizada a base para otap das socedades. Fata globalizagio € apenas emergent, sas mais antgaqe a sua maifestaio mais consistent hoje, aealizz ‘80 do primer Fram Socal Mundialem foto Alegre em janeiro de 2001. © tema desoleio de livros € a globalizago alterativa, Apresets cmtelivososaultadosprinpais de um projeto de penis ntslado “Reinventar a Enncipago Socal: Para Novos Maifesos. Realzado em seis paises — Afra do Sol, Bra Colmbi, fia, Mocambique e Portogal ete projet wou anal inciatwss, onganizagBes movimento pro: gress em cno dominios soci: democraciapariciptva sistemas 2 ternaivs de prog; multiculturalism, justia cidadaniacleras; lata pelabiodversid entre conhecimentos vat; nova internacionalsme ope rio. Alm de eador de centsas soci ede ientirtas sine ita, foram recolidatevss com eres e atvsas de movimento 065, tum subprojeto ae fo dado o nome gerl de Vaer do mundo. Este projet foi dirigdo por mim com a claboracio de coordenaores de pesquisa em ada um dos seis pases: Sala Bulangu, na Africa do Sul, Maria Catia Pol, no Bras Mauricio Gaia Viegas, na Colaba Shain Randeria Achuyt Yagi, na India Teresa Crure Silva, em Mogambique e Jolo Ariscado Nunes, em Portugal Est projetoenvolveu 69 pesquisadores ‘foram anaisdae 60 inicaias, movimentos ou organizagdes. (Ospresupostos deste projet sto fundamentalmente dos um epistemelégico «um sociopoltco, © pressupstoepistemoligico € o de que a cigncia em sera eas cacassociais em especial atravessam hoje uma profunda crise de onfiangaepstemolégica As promessas que leitimaram oprivlégioepste- ‘moligico do conhecimento entific a parte do sfeuto XIX — a8 promes- ‘sda paz eda raconalidade,daliberdat eda igualdade, do progres eda para do progresto — no «6 no se realzaram sequerno centro do see ‘ma muna, como se transformaram, nos paises dapeiferiaedasemiperiferia =o que se convencionou chamar Terctito Mundo —, na idcologia legi- ‘imadora da sabordinaso ao imperialismo ocdental. Em nome da coca, ‘moderna destruram- muitos conhecimentoe e ciénis alternaiase hit rilharam-se oe gruporsoiis que neler eapovam para prosegui a 38 ‘vias propriate auténomas de desenvolvimento. Em rma, em nome da cién- ‘da cometen-se muito epstemicidie o poder imperial socorren-te dele para sadores, cents sci ¢ clentistaatvistas que tém se debatido, mutas ‘vezesslitariamente, com ot imites ds seus insrumentos analitcos,com a posvlinlidade do seu trabalho, quando no mesmo com a angtstia de por vezes ter de vender ote saber ainterestes hegeménicos que o cobigam € pagam bem por ee, ou de, pelo menos, para sobreviver, ter de asumir ‘ompromissos que traem of sus ideas de antonomia ou de slidariedade poltica com a Tuts soins dos oprimidos. Por outa lado rats decenistassociais que, na sua maior, hoo iniios de erabalham em pass semiperifrcos, Esta excolha no foi fit to acaso, Base em vio fatores- tou convencido de que as chamadas ‘ovas nterdependénciae criadae plo capitslinformacionalecomunicacionl, Tonge de terem ciminado as hirarguas do mundo, aprofundaram-nas. Os ‘nomes que usamos para definir esa bicrarguia 50 importantes — pases ‘esenvolvidose em desenvolvimento, pais do Primeizo Mundo e do Te- ‘to Mundo, Nore e Sul pies rico e pases pobres —, mas sio menos importantes do que reconhecer que essa hiearquia existe e ests sendo ‘aprofundada, A hierarguia no € Boje etre pates apenas € entre setores ‘econémicos, grupos sci, reyes, saberes, formas de organizaio social, calaraseidenidades. A ieraquia€ 0 efeito acumulado das desiguldades das elas ene a formas dominants eas formas dominadas de cla um doses campos. Penso que ea hierarquia se express hoje de das format: na dicotomia loballoal em que o lca é forma sabordinada da realidade ow entdade om capacidade para se autodesgnar como global ena triotomiacento, ‘semiperferaepeifera que se aplca especialmente, mas no exlsivamen- te ales Esta itima earguia fo determinate na concept deste pro- jeto. Dominam neste projet pts semiperifrcot ou, ese prefer, pales de desenvolvimento intermedi dis na Amécica Latina, Basle Coln- ‘ia; um na Asi, india wm na Africa, Afica do Sul eum na Europ, Portugal ‘Ahipétese de trabalho que presi a esta escolha foi ade que, por um ado, nestes paises que maisintensamentecolidem hoje as frgas da lobalizagio Inogemeanica ea foras da lobalizaio comta-hegemSnica por outro, qe ‘ses pats, apesar de estarem fora dos centros hegeménicos de produgio de cidncia, contain, a0 longo dos anos, fortes © or vezes mumerosas ‘comonidades cientficas, Estas comunidades centificstém enfrentado, mais do que quasquer ‘ures, uma duplsdisjangio: por um lad, a dacrepni © inadesuagio das teoris equadros analtics desenvolvidos na cic central para analsat ‘adequadamente as realdades dos seus passes por outro ado, a incapacidade passiva ou a hostldade awa da cincia cental em recoahecer 0 trabalho lento produzido nesses paises de manera avtinoma e sem obedincia servil 205 ciaones metodolégicose trios e as termes de referencia de> Sseavolvidos pelos centros hegeménicos de prodsso ientficae por eles exportados, quando io imposes, em lve! global ‘os ientstassciaisdasemipeteria apic-s mor do que aquasgaer outros o que o erica literrio cubano Roberto Retamar dea respeito do letor colonial: "No hi inguém que conbocs melhor a iteraara doe pies cztris qu 0 leitor colonia” Defao, os cients soca da semiperfria tendem aconhecer bem a cnca central ea coahect-la melhor que ot cenie- tas centri, porque conhecem os Sus limites e muta vezes buscar as alker- nativas para soperslos. F uma condigio mais compless quando comparada com a condiio dos cients sons dos pes centris com a condigio dos Cems soca dos pases perifrics. Os primeiro, cenit centa em ‘1a esmagadora maora nio conhecem ese coahcem, nfo valrzamy © co- ‘meimento cientfio prodaido na semiperfria ou a peril. Ete € con ‘siderado inferior m tudo 0 que for diferente ou alterativo, Por ies, € faclente canibalizad, converbdo en recuro oe mtn prima pela nda ‘eal: No plano orgarizacona,o resultado éa proetarizag descents petifrcos e emiperifrcos. Po ua ver, os eats socas dos pais pee fercos, lém de tabalharem nas condies mais precise sujet a todo 0 tipo de perseguiges, enteseisclados, no ¢onhecem nem apreciam 0 ta- balboa semipenfena e quando conseguem Yencer 0 ielamento prociram ‘compens-o com lealdades areas inca central A nclusio de Mogan- bique no projet teve por objetivo dusar a posibiidade de relagéesalterna- ‘iva entre aperifera¢ a smipefria do drtema mundial. ‘objetivo epstemoldgio dese projeto pois ode congrega um aime +o significative ou uma massa catia de pesquisadores majositariamente da Seapets, tabalhando em diferentes passe continents, 4, cm n> junto esem atutela da ciéncia central, sacar de reivindicar a possi plo, pode a emancipagio social sigaiicar omesmo em um contexto cultura, ‘ oriental, em que'o tempo € senor eindispanvel,e num context cl ‘also ocidetaly em que o tempo éexcravo‘ mercadoria? Em segundo lugar, tte projetonio ertabelece nenbma metodologasabre-se as diferentes tmetodologias plas quas optarem os pesquisadores. Em tercero Inga, 0 «isp de um conjunto de hipsteses de rabalhoe muito menos determos de referencia. Muito proportadamente, este projetoastume que o que édefini- dd previamente é apenas o que €ertamente necesito para incentiar os dentists socias a unirem esforgos em objetivos comune sufcentemente limportants para sere avamenteparhados. A teoria deste projto tem, pois de ser consruida coleivaments, de Baixo para cma. Os conestos bs ‘cor tim de ser tabalhados em conjanto. sta violas do cinone metodolgic no so cometdasimpunemente. Evolver orico do cao eds caofona. Paso, no entanto, que, neste mo- mento corer est rico & Gna alenatva Xt proltarizagio oa merc rinaio centile. Por iltimo, e ainda contr ortodoxaepstemoligica este projet assu- sme explisitamente a plaraidade dos couheciments iva alternativos € procura darthes vox, sobrenido no subprojeto das Vases do mo. Tam- ban a revelia do cinone, 0 que ete projet privilegia€a defini de um ‘asto campo analitico, muito pouco carregado de concitostericos on ‘pios, mas defnido segundo umn onentaso geal a identfcaso de ‘campos sociis nos quss © conflito entre aglobalizagto hegeménica © a _sloblizasocontrs-hegemOnica se prevé ser ou vir aser mais intenso; cam ‘os soci confiivos que sio também campos de confltos entre combed ‘entosrivais em que a prioridade anaitea€ dada Ss Iutat que resistem & slobalizagio hegemnicaepropdem alternatvasa cla. E pela prioridade dada | globlizasio conta-hegeménica que antevemos a possibldade de conti ‘aie para a einvengo da emancipag soa. Em oataspalavra, a ciéncia 4 para nés um exerico de cidadana de solidariedade asa qualidade € frida em ‘slima instincia pela qualidade da cidadaniae da solidriedade ‘que promove ou torna posiel. Agu reside o segundo cbetvo dese peoje- ‘to—areinvencio da emancipacio social — também ee ambicios, hetero- oxo, pouco cientifico luz do eandne epleno de dificuldadese mesmo de 3. ARENVENGAO DA EMANGPAGAO SOCAL Ete objetivo levanta tds dfculdadesprincpas que sto outros tanto des fios. A primeira dificuldade diz respit propria nog de globlizasso ‘contr hegeménica,O que faz com que um conjunto de inicativas onmovi ‘mentos sjaconsiderado uma forma de globalizasio? Muitas das inicatvas ‘¢movimentos que sio analisados nest pojeto so locas, oorrem em spar ‘or tempos mito creunseritos.Ecerto que em muita delas€ pose ident- ‘car aricalagesaiangas com outa iniatvas ou organizagies xtrangeias fu transnacionais,parecendo eno legtimo false de globalzacio. Mas suponkamos que inicaias diferentes, ainda que com algumas semelhangas, or exemplona cea da democracia participa ocorran no mesmo perodo ‘em diferentes partes do mundo, massem queseconhegam unas is ours ou tem que haja quisquer conatos entre elas. Esta ocoréncia simultinea & ficients para que portamos falar de globalizaio das incativa? ‘Acancepsio dominante da globalizasiocontarhegeménica tend a res- ‘wngila as movimentoseorganizages no governamentais ransaacionais 35 sus dramticsaparghes em Seatte, Montreal, Washington, Genebra, Davos, Praga e Porto Alegre. Sem divide que exte movimento democriico ‘wansnaconal, de atvismo sem roaeea,é ums forma de globalizago con- testhegeménica. Mas nio devemos equecer que este movimento 6 baseado fem iniitivas locas desinadas a mobiiarlutsloais, mesmo que par re- Snir a poderestransloeais,nacionis ou globais. Por outro lado, centrar ‘emasiadamente aanalse em agSesdeamsticas de ambito global — ou sj, fgces que tendem a ocorter em cidades dos paises centras que susctam a stengio dos meios de comunicagioglobais — pode fazer esquecer que are- sistencia A opresso € ama tarefaquotdina, protagonizada por gente and- rim, fora da atencio e que sm esa resisténcia 0 movimento democrtico transnacional nfo €auto-sustetivel, Seri que entamos em uma época em ‘qe 4 dsingio local/slobal deixou de fazer sentido? Se que mdo.0 que & Toca é global e vce versa? Havers locas, por assim diner, deslobalizados? ‘Mas se € dificil definir ot limites do ques coasidera global, ainda & mais ifcl defini o que se considera contr hegeménico.E demasiado fet ‘efinir como contrarhegembnica toda a iicativa que resist e eia alter ‘natives logca do capitalsma global Sabemos que a opressio ea domina- ‘io tém muitas faces que nem todas sio diretamente um efeito do ‘aptalino global, como a discriminagio sexual, a discriminagio én 08 ‘xenosbica e mesmo a arropiacaepstemolégic. Elis, posivel que al~ mas iniciativas que se apresentam como alterativas ao capitalism glo- bal sejam, cae prprias, tmibém uma forma de opressio. Por outro lado, ‘uma iniciativa que em um dado pais, uma dada comunidade, um dado ‘momento, évists como contachegeménica pode ser vista em outo pa ‘ou outro momento como hegemnia. Finalmente, iniciativas ou movimen- tos contrayhegemnics podem ser cooptados pla globalizagiohegem@nica sem que disso se dem conta os seus atvstas ou Vejam nisso um fracas, dem até ver isso uma vitria. ‘Asegunda grande dificuldad,e portant, o segundo grande desafio, 3 asiculago que pretendemos identifica ene a globalizagio contr-hege- ‘monica ea emancipagio social. O que & afinal, a emancipasio social? possvel ou legtimo definilaabsratamente? Se €verdade que no ha uma, nas vias globlizagGes nose iglmenteverdade que nso hi uma, mas ‘ras formas de emancipago socal? Tal como a cinca, nfo ser aemanci- paso socal de narureza multicultural, definielevaidvel apenas em cer fos contextor, Ingares e ccunstinias, uma vez que o que &emancipasio focal para umn grupo social on em tm dado momento hstérico pode er Comsierado egulago 09 mesmo opesso soda para outro grupo socal 8 ‘ern un momento histrioseguate ou anterior Toda asta contra apres so, guages que ra on esis e bjt so tas ela emancp- ‘osc Fa rade mancpsio ec & pose a maces soa fem a emancipai indi? Emanciao tocl pa cm © Pte conta qem eons gi? Quem oo ent a cman veal alge agente pesado? As ors sca intaconas hegemonic ‘oo, por exe 0 Estado pede sr cmpces ov elaboradore soe de ages de emancpaso socal? Para que ipa ges ecm qu conigba? Selaamor dere daemancpsin soa quero dequeue ons forma de crancpgio sts deca porque nanos? Como dete ‘aoa ert oe gran er eds Con el tir oseafacaso? Estaremot tnd por oven ened de emanpg ‘oval on pls velo onto pena apeetador segundo nove dis Cio promepidos pr nors proces Mais atcalments, falar deemanipao soil no flr a inguagem heseménie gue torn improninr a aspires de tates porn srupossoi angola tsa plaeconoiapelcacarectica? Corremos orzo de promoversepress sel endo a lingge da emancpaio socal? Como steratr podem si odes os noon bjctvor cient pit sem sro concto de emancest soc? ‘Aeris ificldaee ors denn no meu entender ais 1mnica de democracia, que foi a forma como a burocracia e sua indie pensabldade foi sendo tazida para o centro da toria de democracia, A ‘origem deste debate também remete ao priodo entre guerra ¢ 20 debate ‘entre iberaismo e teoria marnst. Mar Weber inaugurou essa linha de ‘questionamento da tora sia ds democracia so colocar no interior do Aebate democritic do inicio do sul a ineitabldade da perda de con troe sobre 0 process de decisio politica e econdmica pelos cdadose seu controle crescente pot format de organizasio burocrtiea. O motivo pring pal pelo qual aconcepsio de Rousseau de uma gestiopariipativa no pre- Yalece fia emergénca de formas complexas de administastoexatal que levaram a conoldasio de burocracis espciaizadat a maior part dae nas grids pelo Estado moderno. Para Weber, °aseparacio do tabalhador ‘dos meos materiais de produgo, destruiio,administagio, pesquisa aca- ‘retold polite ost propo formar epics de deco, Ssade nr caf ssbutado pide do conse, 806 por a gum mecanimo rao de storage "hcp forma de usc du questo depress mete a sua lle quo du caputade a oma de repent de prestaen duis dat opine ve soca ar Mil ‘embla cnt uma miata do claro eva ambi repre Stave caper de expres endécnJomiantes J trad, Tl ‘Eordagem levou«conrptohegenic de decries ear 9 neds stems eer a repreetagi doelctrao Lar 1984). ‘Ronee hegemie da democrat, 2 abordaro problems da epe- sn meinen loa en oa teprocmaglo ever pelo menos ts dine ada aon da ‘depade cada pesto de cots ima ntoduia no debate Amowcomutorecnemete) See verdad gue a storasio warp Saas fact exerci da democracs ema amplinds como =r mets Dal verdad taming presets ita slo das daw coves quote a presae de conten dacs de al Spl lentdad Apes io gras, plo metodo da tomada de Acs por maior, qe eats mint ter expe ade Guns no partment repeat ao dra presto de cont em Sin procene de capes do petentante nitro wm oso “Ere oem pte ngs es un oni a Spano gn mani nn a ‘sim pn nie pane od poi aaa ‘pesmayn melons prc rspc ape pt eine (DicGeaee iene uss rspgno com em wo gS de questi, também dificult a desapregacio do procsso de prestagio de contas(Atato, 2000; Paeworki tal, 1999; 32) Desse modo, chegamon a um terceiro limited tovia democrtica hegemnict: 4 diiculdade de re- presentar agendas identidads especifins.Voltaremos a esse ponto na pa te inal desta introdust. E pose, portato, perecber que ators hegemnica da democracs, ‘no momento em que €reabertoo debate democritico com fim da guerra fri aprofundamento do proceso dpglbalzago, et frente a um com junto de questes io resolidas que remetem a0 debate entre democracia representative democraci partiiatva Este questess colocam de modo mais agudo naqueles pases nos quai existe maior dversidade étnis; entre agueles grupos qu tem maior dfcaldede para ter os seus direitos recone ‘ido (Benabib, 1996; Young, 2000); nos paises noe quai a questi da d= veridade de interesses se choca com 0 particularismo de elites econémicas (Géron, 1994). Na eso segunte, procuraremos recuperataquilo que de- nominaremos uma "concepio nio-hegemdnica da democracia,tentando mostrar como os problemas apontados nessa seo podem se articlados partir de uma Sica diferente. 2. AS CONCEPGOES NKO-MEGEMONICAS DA DEMOCRACA NA SEGUNDA 1MerAve Do sEcuL0 xx 0 periodo pés-gucrra no asin apenas formacio e consoidasio do eliismo democritico. Ao largo da formacio de uma concepsio hege- ‘monica da democracia como pric resrta de legitimasSo de governor, ‘surgi também, no perodo pérguerra, um conjunto de concepgoesal- ‘ernativas que poderiamos denominar de cntra-hegem@nicas. A msioria Asi, os ato gui citadscolocam para pita democriticacontem- pordnea no x8 como €nconclsiv o debate entre representagioe partic pag da forma como sustentam as teoriashegemnicas da democraca, ma [neces de uma nova formlasio em relasSo&combinacio entre esas ‘iferenes formas de democracia. 6. concwwsho (0s estos ncaidos neste volume levantam mais questes do que dio es- posts. Niso permanecem fis ao objetivo central do projto A reinvengdo ‘deemancipag aca, no ambit do qual fram realizaos. Este projetovisow ‘eseahar novos horzontes de emancipasio social, on melhor, de emancipa- ‘hes socials a partir de prticas que ocortem em contexts especifins para dar respostaa problemas coneretos.Portanto, ao éposivel rar dela solu ‘hes univers vidas em qualquer coatexto. No maximo, tas pritca 10, Unimadas de apirages emancipatrasamplas is quas procuram da reali- ‘ago parcial elmitada. entre realizagio ea asprasso est aimaginasio do posve paaalém do ‘real existent Essa imaginago €composta das pergunta que constitu Aesenho dos horizontes emancipatrios. Nio se tat, pois, de quaisquer perguntas, mas sim de pergeatas que resuftan do exceso das aspiragbes em Felagio a relizagoes de pritica concretss. No caso espeifico do tema do projetoanlsado neste volume, ademocraia participative os horizontes io ts pergntas que interpelam a posibidade de ampliar 0 cinone democrsi- co, Através dessa posiel ampliago,o elnone hegemnico da democracia Iiberal écontestado na soa pretens de uiversalidade eexcusvidade,abrin- dose, asin, expago para dar crédito a concepéese pitas democriticas ‘conta hegemnicas. Mencionsmos seguir as questies eas respostas que € possivel dara algumas delas. 1. Aporda de demodiversidade comspacasio ene osestudos debates sobre «a democracia nos anos 60 ena ima década lva-nosfacilmente 3 concia- ‘io de queen nivel global se perdeu demodiversidade noses int anos, Tor demodiversidade entendemos a coeistéaciapacfica ou conflituosa de siferentes modelos epriteasdemoudticas. Nos anos 6, se, por um ldo, © ‘modelo hegemnico de democracia, a democracia iberal, parecia destinado {far confinado, como priica demoerdtca, a um pequeno recanto do ‘mundo, por outro Ido, fora da Europa cidentale da América do Nort xian on pes poli qe indica ate dma feta ar det ste cdo do gue ban Cra er neta, nei gue cs pas ola arnatan fem prea forge seid, oar tonto o mos de Sone tsar como et nico cena eantconepaofe ces {LeloBunce Mandal ce Pie Mentions stanton ter codigo plea prs cnet dene ta mest ‘Recut do modes Wer en mou fico erred mpc 4 oo ve un peda de demolneade A agatha dena peda ten di incre O print ep picid a democrcS, ono enon adeno tn urate ome ern tie db termes ewe ae ase pc tom nar ste Cowie Ee nvr em ume costlgo clade a oder 0 tate rvscontln por cout com ontrexiis minder tr revsins como ancl ao pad, sem arena ier ‘Sade do ee valores Saban hoje qin carina eer Nira que aunenan 2 dap com xs erent Coutetan 06 inport por for de crensasas each e {ono ts tansfornan en arin impel ta gio impel eto mas pete gosto & vie! sors svaaladora da flan neler ean qo, emsen nome, impem gob tens aio de danorc irl Ni fr et potas inc do aloe gue set + denowac ne ego oh aa fm ous clus que hes ops como fa Aarts Se (199) Ta ‘Sovegtncn nl pod sr poad ono peta depart Tem de anda o pono de choad dun ogo inca em qe Cate clrt pons presto Sago ge oop, cmd, Sires squo ue pope stnemaret Somor apr del digo cal errs que ele n- nccrdar pastes esque prtcipan Ae conegtain gue ream Gus sempre en os de bdo cura te de et come na frie dpe argument dart, Nog eee [pei asada nee volume vemos eid sored ter cde decode nd a aed prt, dum mato dob Trono entudos de no de Moguabigue, Bal Ae do Sle Calonbia Aged de donee nena prom epindo ogo bors stdnomo em lato a rar se aconad Tate da Aistngio entre democraca como ideale democraca como peta Esta dis ting € central ao modelo hegersénco de democraca eft introzida no ‘debate para justfiear abaixa intensidade democrstien dos egies polticos Jnsituios quando comparados com os deisdemocrtios revluciondsios do final do século XVII ede meas do século XIX. A imposigio universal ‘do modelo liberal leva a extemo esta distinglo © nela a demoeraca real mente existente eats freqUentemente tho dsinta do ideal democritico que to parece ser mais que uma cariatra del. Ali, esa dstncia por veres ho € menor nos pases cenris do que not pales perferios,apesar das tparéncia em conriio. esa dntnca que leva Wallerstein a esponder a ‘gest sce o que pens a respeito da democraia como relizagio com a ‘esposta que Gandhi des quando the perguntaram o que pensava da ciza- ‘i ocidental: “ceria uma boa ida” 2001: 10). "Neste volume fcam descrtaseaalisadas pitas e aspragSes democr- ticas que, nos diferente pase inegrados neste projeto,procuram levar a serio aasiragdo democrtics,recnando-s acta, como demoeritcas, rit ties que soa caricaara da democraiag sobretudo, ecusandoaceitar como fatldade a baie intensidade democriticaa que © modelo hegennic su- jeito a partpagio dos cidadoe na vida politica De maneira muito dint, fests pitas buscam intensficar €aprofundar a democraia, quer revi ticando a legtimidade da democracia participa, quer prssionando as insituigies da democracarepresenatvs no sentido de as tornar maisincla- sivas, quer anda, buscando formas de complementardade mais densa en- trea democraia prispatvs ea democraca representa 2, Olocal eo gloat Saliestaos notexto que omedeo hegemsnico de demo- ‘cracker do how parcipagio ata dos cidados na vida police, quan- ‘doatem acitado, sem coninado em nivel los Tatas daconhecida question ts scala, Mais adante nesta concasio vltarees 2 asunto, mostrando a resporta contra hegeménica ea gusto, com base na qual é pose cons ‘eur complementaridades dens ene democracia partcpasvae democraia representative, portant, ene escals loci esas nacional Nestemomento,qeemosflar sche sr poses artclages wansnaionais ‘eure diferentes cxpeiénit loess de democraia prtipatva ou entre ess, texpergncis locas movimento ov organizes tanmacionais interesados ‘na promogio da democradiaparicpatva. A slabaizacio conmahegeméaica psa, neste campo, por eva articulages, Sia ele que penite eat o local ‘ont geménic, 0 local que € 6 outro lado do global contr begeméaico. sas articulagies do crib foram pics locals el simples fato dea ransformarem em cls de dese movimentor mais amples e cm tale cpaciade tanaformadora or out ado tas richly tora por sivel a apendzagem recirocaecontina, 0 que em noso entender, um r= ‘uisto stencil para 0 éxito das priest democriticasanimadas pela posibilidade dademocracia de staincensdade. Como anos pio neste pro- eto ot analsarexperincis loss de aprofandament demexrstic, article so entreolocl eo global surgenestasconcuses como uma questo aque nto podemos por agora responder, masque sens afgua fundamental responder ‘no fatro. Mesmo asin, alguns ds eso anaisads do cont, plomenos a plictament, dessa aricilagso No cso da comunidad de par de San José de ‘Apartad, esa arculagio é expla. Ure mostra aimportnca da rede de solidaricae wansnacional no seatid de dar vsbilidade tanto nacional quan- to internacional, lta pela pa desta comunidade colombiana. Por uo lado, embora essen teahasidoonoso objetivo analito,sabemos ques experi «as do orgamentopartiipato tim srgido em vias eidades do Bra ede ‘utos pais da Amica Latina, que at expeiénis mais recente tim ano com experidaia das mais anrigase que hi mesmo rades de cidade, expel mente no dmbio das cdades do Mercos tom o objetivo de disci em co- ‘mum a cifeenes expriciae modelos de emocraca parca eu inites seas potencs. A forgadsglobalzagio conta-hegeménica no dominio da Ampiagio do aprofundamento da democraciadepende em boa medida da ampliagioeapofandamento de rede acionas egonas, continents ou glo- bas de priv loci. 3. Os perigos da pervert eda coop. Vis como a8 spas revo- Iucionris de paricipagdo democrtica no sfeulo XIX foram sendo redui- dos, no deoctr do séeulo XX, formas de democraca de baixaintesidade. Com isto, of cbetvor de incluso social ede econhecimento da ierengas foram sendo perveridos ¢contertidos no se contro. Ao perigo de per- versio e de desaraterizasionio esto, de modo neahum imunes is prét- as de democracapartiipativa.Tambm elas, que vsam ammpliar 0 clnone politico es om sso, ampla oespago pblico eos debates edemandas socias {que consttuem, podem ser cooptadas por interessese atoreshegemnicos para com bae nels, legiimaraexcasio socal ea repressio da difeenga. (Ostextor de Paoli e de Guera do conta deste perigo. -Mas aperversio pd ocorer po mits ontra vias pelaburocratiasio 4a paripacio, pela reintoducdo de cientlsmo sob novas forms, pala {nsrumentalizasio partidria, pela exlusio de interesses subordinados ara és do slencamento ou da maniulasio das insiuigSes partcipativas. Es tes perigor 86 podem ser evitados por intermédio da aprendizagem e da refleo constants para exer iacentivos para novos aprofandaments de- rmocriticos. No dominio da democracia participativa, mais do que em ‘qualquer ouxo, a democraia & um principio sem fim ea taefas de demo- ‘razagio #6 ve mstentam quando els propria so definidas por procesos ‘democrtcos cada ver mais exigent 4. Democracia participation edemocracia representation. Esta aver quer: tio aque os etudosreunidoe neste volume do mais exports, por iso, Ihe dedicames mais espago. A solusio dad pela tora hegembnica dade ‘mocracia para o problema da relacio entre democracia representativa¢de- ‘mocracia partcipativa—a solo das ecalas—nio éuma solugio adquada porgee dexaintocado o problema das gramiticssociss,eofrece uma rs- ost simples, exclsivamentegeogefics, 20 problema da combina en tre partiipago e representa. As experitnciasestudadas neste projeto oferecem uma resposta alterna tiva para o problema democrtico. Els mostram que a capcidade de dat ‘com a complexidade clara eadministativa nioaumenta com 0 aumento das eral. E mostra, sobretdo, que existe um process de pluraizasio carl e de reconhecimento de nova identidades que tem como conse- ‘cia profundasredefiniges da pitica democratic, edefnigbes sas que ‘tio além do proceso de agregasso proprio A democracia representaiva, ‘A nosso ver existem dus formas possiveis de combinacio entre demo- ‘raca patcpativa e democraca represetativa:coexisténca e comple ‘mentaridade, Coexstnca implica uma convivénca em ives diversos, das ‘iferentes formas de procedimentalismo, organizacio administaivaevaria~ ‘ode desenbo insiracional. A democracia epresentativa em nivel nacional (Gomisioexclasvo em nivel da consiigio de goveeos; a acitagio da for sa verical barocriica como forma exclusiva da administracio publica) ‘coexite com a democraciapariipatva em aie local, acentuando deter- [ Semncihttsagrtets reenter mae sminadascoractrisiaspariciptvas if existentes em algunas democraca os paises centras (Mansbridge, 1990) segunda forma de combinagio, aque chamamos complementaridade, implica uma articulagéo mais profunda entre democracia representativa © rode cerca de 30 mil grupos de micromovimentos em todo o pais (Kapoor, 2000), Para que se possam entender os termos em que ests grupos movimento concchem e express a ida de democracia patciatvs, importante onheoer 0 contexto em que surgiam e os desafios com que se cononta- am ma faseiniia da su forma. Una parcla bastante significative reson nar as suas carries profsionais. nteresiram-se por asuntos clentelas abandonados pelos partidos politico pelo sindcatos e ocoparam-se ta ‘bm dos que eam mal servidos pea administrago publica. A form organi ‘aativa para a qual evluiam no foi a de patdo politico ou de grupo de reso, mas ade associag de cdadios,conduzindo lutaspolitias relacio- nadas com as questes que les eram apresentadas plas pessous dirtamente aferadas por elas. O concit-chave com que trabalharam fi o da democrar tzagio do desenvolvimento através do aumento do poder das populagtes (Sethi, 1984). Important sublnar que politi dos movimentos de base surpa fora do contexto das insiigbespoicas da democraca representa tv enaiatersegio da sociedade com a politica, envolvendo diretamente as pessoas nae lita para alters as sas vidas soci polis 2 opiscuRso pa cioeanzacho [No inicio dos anos 90 ot moviments de base contestaram todo um novo, ‘conju de ers utifcativos da hegemonia da recente ordem mua ‘stabelcida ape a guerra fri. Antes disso, uma parea sigifcativa dos tmorimentos debate indian dediavam-ae protestar contra 0 modelo de ‘desenvolvimento eit exclusives conebido plas instiuigs de Breton ‘Woods —criada aps a Segunda Guerra —e pelos pases qu as ptrocina- ‘vam, que pretendism aplic-lo uiforme e univesalmente. Condo, esses protests cram largamenteexpresos no context do discurso desenvalvido eos novos movimentossociais do Ocidente, nde as ameagasnuceares © fmbienaie que a guere ria produiu para 0 mando inteiroeram seatidas ‘mais intensamente Foi por este proceso que cresceu, no Ociente, aida € ‘leampanha pelo “desenvolvimento alternativo".Apesar desta ida ha mie to ser propagada epraticada na India pelos atvistas do movimento inspta- dade esustentabilidade Na sua perspectiv, ose impacto tem sido, paras paises pobres, ode produzi formas novas e mais desumanas de exclusio€ de desiguldade — pores do que as que foram ciadas pelo modelo de De- senvolvimento da guera fra ates dele, plo domiaio colonial. No que ‘iz respit Ina, esto patcuarmente preocupados com o feito megati> ‘yo da globalizagio na democracia. E quando as dases pobresencontram ma ‘emocracia uma aposta a longo prazo ecomecam a conguistar a parte que Thes €devida no governo, que o poder do Estado (governos lets est sen- do, ele mesmo, enfraqueci eesvaziado pela estrutura global de poder em ‘colaboragio com a elites metropolitans do pas Posto de uma forma sin- ples or avistas de base véem a labalizagio como uma forca que enfraque- ‘ce, na verdade deseptims, as instiuigbes de governo democritias 20 ‘etabelecer a supremaca do mercado sobre a economia, a sciedade ea cal tara. E uma fora que, aa peespectva dels, procura desfzer a revolugio, democrtica indians. ‘5 ANOVA FOLICA DOs MOWMIENTOS ‘Como vimosacima, do ponto de vst dos movimento, 0 discurso da glo- balzalo, ao prvileiar «iia de gover em rclgio de transformasio ocak esvaziou o desenvolvimento do ea conteddo politico, ou sea, des- poliizou tanto 0 conceit quanto a priics do desenvolvimento. Em otro nivel a politic da globalizaio, a0 ublza 0 poder financeio e militar dos oucos paises poderosos do mundo, comegou a colocar as isting de foverno democritico e de soberania popular dos piss priféricos numa ‘elagio subordinada em relago & estutura de poder hegeménico global Baseador nesta avaagio do impacto neatvo da globalzacio, tanto para 0 desenvolvimento quanto para a democraca, os movimentos de base diigem, soa politica esas ativdades para ating dois resultados inter slaionaos: 1) repoltizar 0 desenvolvimento eb) reinvenat a democracia participa, 6, REPOUTIZAR © DESENVOLVIVENTO Arualmente, 0 principal esforgo dos movimentosconsiste em manter vivo o debate sobre o desenvolvimento, mas reformulando-o em termos que por ‘am nacional globalmente efetivamentecontarar as etruturas do poder Ibegemenico. Assn, continuam a enunciar a velba qustées do desenvolvi- mento em novos termos politicos, ainda que o seu objetivo permanesa 0 mesmo de sempre, especialmente, que os que esto na base da pide x: ‘contrem osu sto lugar como produtoes na economia e ciao na pli tiea Em conformidade com io, agora encaram o desenvolvimento como uma Iuta politica para a participacio das pessoas na dfinigio dos objeivos do desenvolvimento eno planeiamento dos meios para aingilos. A su vie #o do desenvolvimento 6 deste modo, um proceso pluralist, nlo-hege- ‘ménico, em euja artculagio utilizam conhecimentos a que ehegaram induivamentee eittros desenvolvidos por eles através dos seus prépios combate. Nesta operagio, cada vez mais relacionam os assunts debatidos tlobalment, como 0 feminsmo, 2 ecolegia eos direitos humanos, com a¢ ‘epecificidades econbimicas, soins eculturais da Indi, nas quas aqulas ‘quests esto inseridas. Em conseqiénca, a sua politica € sobe fazer do

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