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Universidade da Região da Campanha

Centro de Ciências da Economia e


Informática
Curso de Informática

Livros Contábeis

ALEXANDRE RAMIRES DE CASTRO


Email: acastro@ccei.urcamp.tche.br

Trabalho de Contabilidade

Bagé, novembro de 1999


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ESCRITURAÇÃO DOS LIVROS CONTÁBEIS E FISCAIS

1. ESCRITURAÇÃO DOS LIVROS CONTÁBEIS E FISCAIS ...... 03


1.1. INTRODUÇÃO ............................................................................. 03
1.2. OBRIGATORIEDADE DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL ....... 04
1.3. MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE ...... 05
1.4. EMPRESAS TRIBUTADAS PELO LUCRO PRESUMIDO ........ 05
1.5. ESCRITURAÇÃO SIMPLIFICADA ............................................. 05
1.6. NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DA ESCRITA ................ 05
1.7. PESSOAS SUJEITAS À ESCRITURAÇÃO COMERCIAL ......... 05
1.8. CRITÉRIOS CONTÁBEIS - ESCOLHA DO CONTRIBUINTE ... 06
2. EMPRESAS COM FILIAIS ........................................................... 07
3. LIVROS .......................................................................................... 08
3.1. LIVRO DIÁRIO .............................................................................. 08
3.1.1. NORMAS GERAIS ......................................................................... 08
3.1.2. ESCRITURAÇÃO DO DIÁRIO ..................................................... 09
3.1.3. ESCRITURAÇÃO POR TOTAIS MENSAIS ................................ 11
3.1.4. TRATAMENTO DOS ERROS COMETIDOS .............................. 14
3.1.5. TRANSCRIÇÃO DE BALANÇOS E BALANCETES ................. 14
3.1.6. DIÁRIO AUXILIAR DE TRANSCRIÇÃO- INEGIBILIDADES
NAS CÓPIAS ................................................................................... 14
3.1.7. RAZÃO ........................................................................................... 15
3.1.8. UTILIZAÇÃO DO RAZÃO PARA O LALUR ............................. 16
3.1.9. REGISTRO DE INVENTÁRIO ...................................................... 16
3.1.20. REGISTRO DE COMPRAS ............................................................ 18
3.1.21. RAZÃO AUXILIAR EM UFIR ...................................................... 18
3.1.22. LALUR ........................................................................................... 19
3.1.23. LALUR ELETRÔNICO ................................................................. 19
3.1.24. REGISTRO DOS LIVROS ............................................................. 19
3.1.25. LIVRO REGISTRO DE DUPLICATAS ........................................ 20
3.1.26. LIVROS AUXILIARES ................................................................... 21
3.1.27. DOCUMENTOS INIDÔNEOS ....................................................... 22
3.1.28. CONSERVAÇÃO DOS LIVROS E DOCUMENTOS .................. 23
3.1.29. EMPRESA QUE UTILIZE SISTEMA ESCRITURAL
ELETRÔNICO ................................................................................ 23
4. LIVRO DE MOVIMENTAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS ............... 23
5. VISTO DO JUIZ NO BALANÇO .................................................. 24
6. EXTRAVIO DE LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS ............... 24
7. CONCLUSÃO ................................................................................. 25
8. BIBLIOGRAFIA ............................................................................. 26

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Livros Contábeis
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1- ESCRITURAÇÃO DOS LIVROS CONTÁBEIS E FISCAIS

1.1- INTRODUÇÃO:

Os registros contábeis são efetuados sem livros próprios, que se dividem em três
grandes grupos, de acordo com sua utilização.
Os Livros Contábeis Fiscais são aqueles que atendem às exigências do fisco
municipal, estadual ou federal, isto é, dos órgãos do governo que, em cada nível,
arrecadam e fiscalizam os atributos (impostos, contribuições, etc.). Geralmente esses
livros fornecem informações relativas ao valor dos tributos a serem pagos pela empresa.
As empresas tributadas pelo Lucro Real deverão manter escriturados, para efeito
de imposto de renda, os seguintes livros:

• DIÁRIO
• RAZÃO ANALÍTICO
• REGISTRO DE INVENTÁRIO
• REGISTRO DE COMPRAS
• RAZÃO AUXILIAR EM UFIR
• LALUR - LIVRO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL

Os Livros Contábeis Sociais são aqueles exigidos somente em determinado tipo


de sociedade, como as sociedades anônimas.

Os Livros Contábeis Sociais mais comumente usados são:


• Livro de Registro de Atas de Assembléia
• Livro de Registro de Atas de Reunião do Conselho de Administração
• Livro de Registro de Atas de Reunião da Diretoria
• Livro de Registro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal
• Livro de Registros de Presença de Acionistas

Outros livros exigidos pelo fisco federal, estadual e municipal:

• Livro de Apuração do IPI;


• Registro de Entradas de Mercadorias;
• Registro de Saídas de Mercadorias;
• Livro de Apuração do ICMS;
• Livro de Apuração do ISS;
• Registro de Impressão de Documentos Fiscais;
• Registro de Controle de Estoques e Produção;
• Registro de Empregados, etc.
• Livro de Registro de Inventário
• Livro de Inspeção do Trabalho
• Livro de Registro de Empregados
• Livro de Registro de Utilização de Documentos Fiscais e Termos de
Ocorrência

Os Livros Contábeis de Escritração são aqueles que registram as operações de


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Livros Contábeis
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compra, venda, pagamento, etc. Realizadaspela empresa.


Os mais comuns:

• Livro Diário
• Livro Razão
• Livro Caixa
• Livro Contas-Correntes

nota: Os postos revendedores de combustíveis deverão escriturar o livro de


Movimentação de Combustíveis.

Saliente-se que a escrituração deve ficar sob a responsabilidade de profissional


habilitado, nos termos da legislação específica, exceto nas localidades em que não haja
profissional habilitado, quando então deve estar a cargo do contribuinte ou de pessoa
pelo mesmo designada.
As peças contábeis devem ser assinadas por bacharéis em Ciências Contábeis,
atuários, peritos contadores, contadores, guarda livros ou técnicos em contabilidade,
legalmente registrados, com a indicação do respectivo número de registros.
Podem ainda assumir a responsabilidade pela escrituração os titulares de
empresas individuais, sócios, acionistas ou diretores, desde que legalmente habilitados
para exercício da profissão. ( Decreto nº 1.041, de 11.1.94 - artigos 211 e 866 RIR/94)
A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor
do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis. ( par.
1o. artigo 223, RIR/94).
Na hipótese de ocorrer sucessão empresarial, em que o ativo e o passivo da
sucedida sejam assumidos pela sucessora, poderá ser autorizada a continuar
escriturando os livros e fichas do estabelecimento.

1.2- OBRIGATORIEDADE DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Escrituração comercial é a escrituração completa ou regular, disciplinada pela legislação


comercial e feita de conformidade com a técnica contábil, devendo satisfazer todos os
requisitos legais.
A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova, a
favor do contribuinte, dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis
segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais.
A lei dispensa a escrituração contábil, ou simplifica, apenas nos casos
excepcionais de incidência de imposto de renda sobre o lucro presumido, ou no caso de
isenção de imposto por reduzida receita bruta.
As empresas podem ficar dispensadas da escrituração contábil completa quando
enquadradas nas seguintes condições:

1.3 - Microempresas e Empresas de Pequeno Porte: desde que mantenham em boa


ordem e guarda e enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais
ações que lhes sejam pertinentes, o Livro Caixa, o Livro Registro de Inventário e todos
os documentos e demais papéis que servirem de base para a escrituração desses livros.
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Contudo a dispensa de escrituração contábil regular aplica-se única e


exclusivamente para efeitos fiscais.

1.4 - Empresas Tributadas pelo Lucro Presumido : desde que, no decorrer do ano
calendário, mantenham Livro Caixa, no qual deverá ser escriturada toda a
movimentação financeira, inclusive bancária.
Em regra geral de tributação do lucro real, a escrituração contábil é exigida sob
pena de arbitramento do lucro tributável.
A exigência de escrituração contábil decorre de vários dispositivos do RIR/94, a
começar pelo artigo 197, segundo o qual a pessoa jurídica sujeita a tributação com base
no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais,
devendo a escrituração abranger todas as operações realizadas pelo contribuinte, bem
como os resultados apurados em suas atividades.

1.5- Escrituração Simplificada:

Trata-se de forma de escrituração autorizada pela legislação do imposto de renda nos


casos em que não se justifica a exigência de escrituração completa.
Exemplo: Escrituração pela pessoa física na atividade rural, quando a receita
bruta ultrapassar a 70.000 UFIR e for igual ou inferior a 700.000 UFIR.
Escrituração do livro caixa pela pessoa jurídica optante pelo lucro presumido.

1.6- NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DA ESCRITA

A pessoa jurídica deve manter escrita contábil regular para:

• comprovar em juízo, fatos cujas provas dependam de perícia contábil;


• provar em Juízo a sua situação patrimonial, em questão que possam
existir com herdeiros e sucessores;
• contestar reclamação trabalhista, quando as provas dependam de perícia
contábil;
• requerer concordata por insolvência financeira ;
• evitar que seja decreta como fraudulenta a própria falência;
• provar aos sócios que se retiram da sociedade que a situação é
verdadeira;
• comprovar a legitimidade dos créditos.

1.7- PESSOAS SUJEITAS À ESCRITURAÇÃO COMERCIAL

A legislação do Imposto de Renda impõe o dever de manter escrituração comercial aos


seguintes contribuintes:

a) pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real;


b) pessoas físicas equiparadas as empresas imobiliárias;
c) pessoas físicas dedicadas a exploração rural que obtiverem receita bruta superior a
70.000 UFIR ;
d) sociedades beneficentes, fundações, associações, etc.

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A inexistência de escrituração contábil sujeita a pessoa jurídica ao arbitramento


do lucro tributável, exceto se, estando ela autorizada a optar pelo lucro presumido,
mantiver a escrituração em livro caixa.
A partir de 1/1/96 ( IN 68 SRF, de 27/12/95) as empresas que utilizarem
sistemas de processamentos eletrônicos de dados para registrar negócios e atividades
econômicas, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal e
que, no balanço elaborado em 31 de dezembro do ano calendário imediatamente
anterior, possuírem patrimônio liquido superior a R$ 1.800.000,00, ficam obrigadas a
apresentar à Receita Federal quando solicitados, os arquivos magnéticos contendo as
informações correspondentes. As informações serão:

• contabilidade
• fornecedores e clientes
• documentos fiscais e contábeis
• controle de estoques e registro de inventário
• correção monetária das demonstrações financeiras
• folha de pagamento
• relação de insumos/produtos
• tabelas e códigos utilizados

1.8- CRITÉRIOS CONTÁBEIS - ESCOLHA DO CONTRIBUINTE

Os fundamentais são:

• sistema de partidas dobradas


• princípios contábeis geralmente aceitos, com vistas à utilizada,
objetividade dos registros;
• convenções que recomendam consistência e uniformidade no tempo,
conservadorismo e materialidade dos registros;
• conceitos básicos: avaliação monetária, empresa como entidade distinta
de seus membros, continuidade da empresa, custo histórico, igualdade
contábil, competência de período base.

Por diversas vezes o fisco, através do Conselho de Contribuintes, fixou a


premissa de que não cabe ao fisco analisar o critério contábil utilizado pelo contribuinte.
Desde que não altere o resultado tributável e observe os princípios técnicos e legais, a
forma de contabilização é de livre escolha do contribuinte.

A legislação brasileira é farta de regras de conduta a serem observadas nos


trabalhos de contabilidade. As principais disposições legais e regulamentares relativas à
escrituração contábil das empresas são as seguintes:

• Código Comercial Brasileiro arts. 10 a 20


• Lei 6.404/76 art. 175 em diante
• Lei 4.131/62 ART. 21 E 22
• Decreto-lei 486/69-
• Decreto 64.567/69
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• Circular 179/72do Banco Central do Brasil


• Parecer de Orientação CVM No. 4/79.

Além desses, de caráter mais geral, outros dispositivos legais e regulamentares


esparsos tratam da contabilidade de setores específicos de atividades.
No tocante ao imposto de renda, encontram-se também várias determinações
atinentes à escrita contábil, as quais estão incluídas nos artigos 197 e seguintes do
RIR/94, e em outros atos legislativos diversos.

2 - EMPRESAS COM FILIAIS

A escrituração deverá abranger todas as operações da empresa, sendo facultado às


pessoas jurídicas que possuem filiais, manter contabilidade não centralizada, devendo
ENTRETANTO incorporar na escrituração da Matriz os resultados de cada uma delas,
conforme artigo 198 do Decreto Nº 1.041/94.
O mesmo se aplica às filiais no Brasil, das pessoas jurídicas com sede no
exterior, devendo o agente ou representante escriturar seus livros comerciais, de modo
que demonstrem além de seus próprios rendimentos, os lucros reais apurados nas
operações alheias que agiu como intermediário.
O Conselho Federal de Contabilidade, por meio da resolução No 684/90,
estabeleceu que a empresa que tiver unidade operacional e que optar por sistema de
escrituração descentralizada, deverá ter registros contábeis que permitam a
identificação das transações de cada uma dessas unidades. A escrituração deverá
integrar um único sistema contábil, ficando a critério da empresa, o grau de
detalhamento.

As contas recíprocas entre matriz e filiais, deverão ser eliminadas quando da


elaboração da demonstração contábil. As despesas e receitas que não possam ser
atribuídas às unidades, serão registradas na matriz, ficando a critério da empresa, os
rateios entre matriz e filiais.
Nesse caso, se admite a escrituração resumida, em que se transportem para o
Diário da Matriz, somente os totais mensais, fazendo-se referências às páginas em que
as operações se encontram registradas nos livros auxiliares.
Portanto, para fins de levantamento de balanço a empresa deverá ser
considerada como um todo, consolidando as operações na matriz.

ANO CALENDÁRIO: é o período de 12 meses consecutivos contados de 1º janeiro a


31 de dezembro ( art. 185, § 1º do RIR/94).

ANO CIVIL : a Lei nº 810, de 06.09.49 define ano civil como o período de 12 meses
contados do dia do início e mês correspondente do ano seguinte. Ex 10.02.96 a
10.02.97. No passado a legislação do Imposto de Renda utilizava a expressão ano civil
como sinônimo de ano-calendário.

EXERCÍCIO SOCIAL: é o espaço de tempo findo o qual as pessoas jurídicas são


obrigadas a apurar os seus resultados e elaborar demonstrações financeiras. O estatuto
social da empresa deve fixar a data do término do exercício social, devendo esse ter a
duração de um ano ( 12 meses), salvo no primeiro exercício da existência da empresa
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ou nos casos de alteração da data de encerramento, quando, então, poderá ter duração
diversa. ( art. 175 da Lei 6.404/76). O exercício social pode ou não ser coincidente com
o ano-calendário.

PERÍODO-BASE: a expressão é utilizada para designar o período de apuração da


base de cálculo do Imposto de Renda das pessoas jurídicas. ou seja, o período de
incidência desse imposto. ( 1 mês, 3 meses, um ano)

EXERCÍCIO FINANCEIRO: no passado, antes da introdução do regime de


tributação mensal em bases correntes, exercício financeiro era a expressão que
designava ano-calendário em que o imposto devia ser declarado e pago, com base nos
resultados apurados ( pessoa jurídica) ou dos rendimentos recebidos ( pessoas físicas)
no ano-calendário anterior. Atualmente, porém, essa expressão é utilizada
restritivamente para designar ano-calendário no qual deve ser apresentada a declaração
de rendimentos, ou seja, ano calendário subsequente àquele em que ocorreu a aquisição
da disponibilidade econômica ou jurídica da renda que constitui fato gerador do
imposto.

3- LIVROS

3.1. LIVRO DIÁRIO


3.1.1 - Normas Gerais

Todas as pessoas jurídicas devem comprovar o lucro real ( base de cálculo do imposto
de renda) por meio de escrituração do Livro Diário, na forma e condições estipuladas
pela legislação comercial e fiscal, sob pena de terem o lucro arbitrado.

Constitui-se no principal livro de escrituração contábil, pois ele registra todas


as operações que envolvam o patrimônio da empresa no decorrer do período.
É livro de uso obrigatório e deve ser encadernado em folhas numeradas
seqüencialmente, nas quais serão lançados, dia a dia, os atos ou operações da atividade,
que modifiquem ou possam a vir modificar a situação patrimonial da empresa. ( Artigo
204 do RIR/94)
A escrituração do livro Diário poderá ser feita de forma manual, mecanizada ou
através de processamento de dados. Qualquer que seja a forma adotada, o livro Diário
deverá ser encadernado e registrado no órgão de registro competente.
O Código Comercial Brasileiro, Lei 556, de 26/6/1850, artigos 11 a 16,
disciplina a escrituração dos livros comerciais, mas não faz nenhuma menção à
quantidade mínima ou máxima de folhas que o livro Diário deve conter. Assim,
conclui-se que o mesmo poderá ter o número de folhas que a empresa julgar mais
conveniente.
O livro diário deverá ter os termos de abertura e encerramento, onde constará:

NO TERMO DE ABERTURA:

• nome empresarial
• a finalidade a que se destina o livro
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• o número de ordem do livro


• o número de folhas
• o nome da empresa ou da firma individual
• o local da sede do estabelecimento
• o número e a data de registro na Junta Comercial
• o número do CGC no Ministério da Fazenda

NO TERMO DE ENCERRAMENTO:

• o nome empresarial
• o fim a que se destinou o livro
• o número de ordem
• o número de folhas
• o nome da sociedade ou firma individual

Os termos de abertura e encerramento deverão ser datados e assinados por


representante legal da empresa e por contabilista legalmente habilitado, com a
indicação do número de sua inscrição no CRC. ( IN 54 DNRC, de 6.3.96- artigo 3º)

3.1.2 - ESCRITURAÇÃO DO DIÁRIO

Dentre os Livros de Escrituração utilizados pela Contabilidade para registro e controle


das operações da empresa, o mais importante é o Livro Diário. Trata-se de um livro
obrigatório e exigido por lei. Nele são feito os lançamentos.
Lançamento, em Contabilidade, é o registro individual de uma operação.
Por ser obrigatório, o Livro Diário deve obedecer a certas formalidadews
extrínsecas (gerais) e intrínsecas (específicas).
As formalidades extrínsecas se relacionam à apresentação do livro, isto é, a seu
aspecto, a suas características:
encadernação na cor preta;
folhas numeradas tipograficamente;
existência de Termo de Abertura na primeira página e Termo de
Encerramento na última;
registro em órgão competente, que é a Junta Comercial do Estado.
As formalidades intrínsecas, que por sua vez, relacionam-se com o ato da
escrituração em si, na qual não se admite:
pular linhas;
escrever no canto das páginas;
escrever na última linha de cada página;
errar, rasurar ou sujar;
desobedecer à rigorosa ordem cronológica

Atualmente, com a informatização dos procedimentos contábeis, o Livro Diário


não necessita mais ser escriturado pelos nomes das contas, podendo ser substituído por
códigos, conforme o plano de contas da empresa. Pode também ser escriturado em
folhas destacáveis, contanto que sejam encadeadas posteriormente.

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Nesse caso, o registro çor orgão competente acontece somente a escrituração do


livro.

Ex: figura livro diário da indústria Ijuí. [ Pág. 76]

A Resolução 563/83 do CFC dispõe que a escrituração será executada:


• em registros permanentes
• em idioma e moeda corrente nacionais
• em forma contábil
• em ordem cronológica
• sem espaços em branco, rasuras, entrelinhas, borrões, emendas ou
transportes para as margens
• com base em documentos que comprovem e evidenciem os fatos
• utilizando-se de terminologias que expressem o verdadeiro significado
das transações

As empresas podem se utilizar de códigos para escriturar o livro DIÁRIO, e isto


é normal para contas e históricos. Entretanto se no conteúdo do livro estiver
mencionado somente os códigos, é obrigatório colocar o plano de contas no diário ou
em livro distinto, também sujeito à autenticação.
De acordo com a IN 16/84, o registro e autenticação do livro Diário poderão ser
feitas até a data prevista para a entrega tempestiva da declaração de rendimentos do
correspondente exercício financeiro.
O Livro Diário é o mais importante dentre todos os livros de escrituração
utilizados pela Contabilidade. È, também, o único exigido por lei, independente do tipo
de empresa que o utiliza.
No Livro Diário são feitos os lançamentos que , para serem considerados
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devidamente corretos, precisam conter todos os elementos tidos como essenciais. São
eles:
Data : mostra a cronologia dos fatos;
Conta devedora : obedecendo ao método das partidas dobradas;
Conta credora : obedecendo ao método das partidas dobradas;
Histórico :que relata, resumidamente, o fato ocorrido;
Valor : expressando a operação em valores monetários;
Barras de encerramento :que determinam o término de um lançamento e o conseqüente
início de outro.
Quando a escrituração é processada por sistema eletrônico, dependendo do
software utilizado podem existir algumas diferenças:

No corpo do lançamento não é utilizado o histórico.


As contas devedora é credora, em vez de escritas, são substituídas por um
código equivalente que as identifique conforme o plano de contas da empresa.

Estrutura do lançamento no Livro Diário


Para estar devidamente correto, além de conter todos os elementos essenciais,
um lançamento precisa também estar estruturadode forma correta, de acordo com os
espaços previemente determinados na folha do Livro Diário.

3.1.3 - ESCRITURAÇÃO POR TOTAIS MENSAIS

O parágrafo 1o. do artigo 204 do Decreto No. 1041/94 admite a escrituração resumida
do Diário, por totais que não excedam ao período de um mês, relativamente as contas
cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde
que utilizados livros auxiliares para registros individualizados, e conservados os
documentos que permitam sua perfeita identificação.
O PN 127/75, sub-item 3.3.1, exige que no transporte dos totais mensais dos
livros auxiliares para o Diário, seja feita referência às páginas em que as operações se
encontram lançadas nos livros auxiliares. Estes livros deverão ser autenticados em
órgão público de registro.

3.1.4 - TRATAMENTO DOS ERROS COMETIDOS

Eventualmente, podem ser constatadas irregularidades nos lançamentos contábeis, via


de regra, decorrentes de falhas humanas e, de certa forma, difíceis de serem evitadas.
Os erros constatados na escrituração devem ser sanados mediante retificação
nos lançamentos contábeis efetuados. De acordo com as normas brasileiras de
contabilidade caracteriza-se como retificação dos lançamentos, o processo técnico de
correção de um registro realizado com erro na escrituração contábil.
São formas de retificação de lançamentos contábeis, conforme prevê a
Resolução 596/85 do CFC, Decreto-Lei 486/69, artigos 1º e 2º, Decreto 64.567/69,
artigo 2º e Resolução 563/83, Resolução 596/85 do CFC:

- são formas de retificação:

• o estorno
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• a transferência
• a complementação

Em qualquer dessas modalidades de retificação, o histórico do lançamento deve


identificar, precisamente, o motivo da retificação, a data e a localização do lançamento
de origem. Os lançamentos efetuados fora da época devida devem consignar ainda, nos
seus históricos, as datas das efetivas ocorrências e a razão do seu atraso.

RETIFICAÇÃO: Quando se tratar de retificação é importante que o histórico do


lançamento deixe patente:

• o motivo da retificação
• a data do lançamento que está sendo retificado
• a localização do lançamento que está sendo retificado

ESTORNO: consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o


totalmente. Esse tipo de lançamento de retificação pode ser utilizado em quase todos os
tipos de erros na escrituração contábil, uma vez que tanto o lançamento estornado como
o próprio lançamento de estorno não terão mais efeito, sendo exigido um novo
lançamento a fim de registrar definitiva e corretamente o fato ou ato administrativo.

Exemplo:

Lançamento relativo ao pagamento da duplicata Nº 256 do Fornecedor Y, no valor de


R$ 1.968,00, tenha havido uma inversão de algarismos, que resultou um lançamento no
valor de R$ 1,698,00, ou seja R$ 270,00 a menos.

O lançamento de retificação será efetuado por meio de estorno, conforme segue:

a) Lançamento indevido

D - DUPLICATAS A PAGAR ( PC)


Fornecedor Y
C - BANCOS ( AC)
Banco X
pelo pagamento da duplicata nº 256 do fornecedor Y $1.698,00

b) lançamento de retificação ( estorno)

D - BANCOS ( AC)
Banco X
C - DUPLICATAS A PAGAR ( PC)
Fornecedor Y
estorno do lançamento de......pelo pagamento da duplicata nº 256 do fornecedor
Y em virtude de inversão de algarismo de valor R$
1.698,00

c) lançamento correto
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D - DUPLICATAS A PAGAR ( PC)


Fornecedor Y
C - BANCOS ( AC)
Banco X
pelo pagamento da duplicata nº 256 do fornecedor Y $1.968,00

TRANSFERÊNCIA: é aquele que regulariza a conta indevidamente debitada ou


creditada, mediante transposição de determinado valor para a conta adequada.

Exemplo: aquisição de um veiculo que por equívoco, efetuou o seguinte lançamento:

D - MÓVEIS E UTENSILIOS ( AT.IMOB)


C- BANCOS (AC)
aquisição de um automóvel marca X modelo, cor...chassi..... pela nota fiscal nº.....de
......$ 13.900,00

Posteriormente foi constatado o erro e efetuada a retificação do lançamento,


transferindo-se o valor para a conta adequada, como segue:

D-VEICULOS ( AT/IMOB)
C- MÓVEIS E UTENSILIOS ( AT/IMOB)
valor que se transfere da conta Móveis e Utensílios para a conta Veículos ref.
classificação inadequada, lançamento de ........./........./........., ora regularizada, ref. a
aquisição de um automóvel marca X, modelo , cor... chassi..... pela nota fiscal nº.....
de .. R$ 13.900,00

COMPLEMENTAÇÃO: lançamento que vem posteriormente, complementando,


aumentando ou reduzindo, o valor anteriormente escriturado.

Aproveitando o mesmo exemplo, ao invés de utilizar a sistemática de estorno,


optaremos por complementar o valor anteriormente escriturado, lançando, apenas, a
diferença, ou seja, no exemplo o valor de R$ 270,00, da seguinte forma:

D - DUPLICATAS A PAGAR ( PC)


Fornecedor Y
C - BANCOS ( AC)
Banco X

complementação do lançamento efetuado em....../....../......com inversão de algarismos,


resultando um pagamento a menor na duplicata nº 256 do fornecedor Y R$
270,00

LANÇAMENTO EM ATRASO: Os lançamentos quando feitos fora da época devida,


deverão consignar nos seus históricos as datas das ocorrências e a razão do atraso.

3.1.5 - TRANSCRIÇÃO DE BALANÇOS E BALANCETES

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A Instrução Normativa No.56/92 ( IN SRF 77/86, item 4.4) determina que os balanços
ou balancetes elaborados no decorrer do ano deverão ser transcritos de preferência no
Diário e em último caso no LALUR. Devem também ser transcritos no Diário, os
balanços e balancetes mensais levantados para fins de suspensão ou redução do
Imposto de Renda e da Contribuição Social devidos em cada mês, na forma do artigo
35 da Lei 8.981/95.

Isto vale dizer que no decorrer do ano cabe opor no Diário:

• Balanço ou balancete onde constarão Ativo e Passivo


• Demonstração de Resultado

Somente no final do exercício ( exemplo 31 de dezembro) é que se exigirá colocar as


Demonstrações Financeiras Completas e Consolidadas , ou seja:

• balanço patrimonial
• demonstração de resultados
• demonstração de lucros e prejuízos acumulados
• demonstração de origens e aplicações de recursos

3.1.6 - DIARIO AUXILIAR DE TRANSCRIÇÃO

Nada impede e até é recomendável que a empresa utilize livro próprio para transcrição
de balanços ou balancetes, desde que esse livro seja encadernado e registrado no órgão
público competente.
NOTA: Pelo artigo 89 da Lei 8.981/95; artigo 1o. da Lei 9.065/95 e artigo 12
da IN 51/95, as empresas obrigadas ao lucro real que apurem o imposto de renda pelo
regime de estimativa, devem manter em dia a escrituração do Livro Diário. Nos casos
em que o livro diário contenha atraso superior a 90 dias, contados a partir do ultimo
mês escriturado, a SRF aplicará multa de 1.000 UFIRs. por mês ou fração de atraso.
Esse prazo, entretanto não se aplica as empresas que levantarem balanços ou
balancetes periódicos com a finalidade de reduzir ou suspender o pagamento do
imposto de renda . Para essas empresas a data limite de escrituração é a data fixada para
o pagamento do imposto de renda do respectivo mês.

Falhas nas cópias do livro diário - regularização

No caso de falha ocorrida que comprometa a legibilidade dos lançamentos no Livro


Diário, ele poderá ser ressalvada mediante a lavratura de um termo, na primeira página
subsequente em branco do livro, assinado pelo contabilista responsável, com o seguinte
teor:

Exemplo abaixo do termo de retificação.

_ _
Livros Contábeis
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TERMO DE RETIFICAÇÃO

Eu, abaixo assinado, (contador ou técnico de contabilidade), pelo presente e na melhor


forma de direito, venho retificar os lançamentos ou partidas constantes de folha(s) nº
(s), pelo fato de aí se encontrarem lançamentos ilegíveis, razão pelo qual os aludidos
dados serão refeitos por repetição como abaixo se transcreve.

__________________________
local e data

______________________________
assinatura do contabilista e nº do CRC

Ultimada a correção, far-se-á uma declaração em seu término, com os seguintes


dizeres:

concluída a correção, seguem-se as operações normais.

__________________________
local e data

______________________________
assinatura do contabilista e nº do CRC

3.1.7 - RAZÃO

O razão é o livro ou ficha utilizado para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os
lançamentos efetivados no Diário.
Trata-se de um livro auxiliar da escrituração contábil. Apesar de não-obrigatório,
mostra-se fundamental para a correta escrituração dos fatos, pois nele o saldo de cada
uma das contas movimentadas é facilmente identificável.
No Livro Razão há uma página específica para cada conta, já que seu registro
consiste justamente em individualizá-las. A escrituração nesse livro é feita de modo
metódico, sistemático, isto é, dentro de normas, de padrões estabelecidos.
Registram-se, em cada página, todos os débitos e créditos relativos áqielas conta,
possibilitando, assim, extrair o saldo dessa conta ao final de um determinado período.
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Livros Contábeis
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Como não é obrigatório, o Livro Razão pode ser substituído por fichas
individuais e o nome das contas por códigos que identifiquem cada uma delas.
A pessoa jurídica submetida ao regime de tributação pelo lucro real deverá
manter em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, livro Razão ou
fichas utilizadas para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos
efetuados no Diário, devendo sua escrituração ser feita de forma individualizada,
obedecendo a ordem cronológica das operações. ( art. 205 do Decreto 1041/ RIR/94).
Passou a ser livro obrigatório desde 30/8/91, para efeito de imposto de renda, a
partir da Lei nº 8.218/91, artigo 14, que recebeu nova redação pelo artigo 62 da Lei
8.383/91. Sem sua escrituração, o fisco precederá o arbitramento da escrita da pessoa
jurídica.
O referido livro está dispensado de registro ou autenticação e no caso de
contabilidade de pelo sistema de processamento de dados é aconselhável a
encadernação das folhas do Razão.

3.1.8 - UTILIZAÇÃO DO RAZÃO PARA O LALUR

Como o razão passou a ser livro obrigatório para efeito fiscal, entende-se não haver
impedimento a que na escrituração do LALUR, parte "A", ao invés de se referir ao
número da folha do Diário onde se encontre o lançamento, registre-se o código da conta
e respectivo título do razão. Isto facilita sobremaneira a escrituração do LALUR.

3.1.9 - REGISTRO DE INVENTÁRIO

As pessoas jurídicas deverão comprovar seu estoque através da escrituração do livro


registro de Inventário.

É o livro exigido para transcrever os estoques levantados para fechar balanços


ou balancetes no decorrer do período. ( artigo 206 do Decreto 1.041/RIR/94)
Os lançamentos deverão ser feitos com especificações que facilitem a
identificação dos bens arrolados, as mercadorias, os produtos e os bens de almoxarifado
existentes no encerramento do período de apuração do imposto de renda.

Os itens a serem inventariados são:

• matéria-prima
• mercadorias para revenda
• produtos em fabricação
• produtos acabados
• materiais de consumo em almoxarifado

O Parecer Normativo No. 05/86 dispõe que a utilização de Kardex não supre a
exigência do livro de inventário.
Para as empresas sujeitas à apuração do lucro real mensal ( definitivo ), a data
limite para a escrituração e legalização deste livro será, para cada mês, aquela prevista
para o pagamento do imposto de renda do mesmo mês.
Não importando o sistema de controle de estoque adotado pela empresa, quer
permanente, quer periódico, estará ela obrigada em qualquer circunstância a registrar
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Livros Contábeis
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no Livro de Inventário o estoque existente na data do encerramento do período base,


conforme artigo 3o. da IN 56, de 29.04.92
A falta de escrituração deste livro autoriza a autoridade fiscal a arbitrar o lucro
da pessoa jurídica. A Terceira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes decidiu,
através do Acórdão No. 103-04.257/82, que a inexistência do Registro de Inventário
justifica o abandono da escrituração e o conseqüente arbitramento do lucro.
As mercadorias de propriedades de terceiros que estejam em poder da empresa
não são consideradas para efeito do imposto de renda, pois o critério de inclusão de
mercadorias para essa legislação é a propriedade e não a posse.
No entanto, as legislações do ICMS e IPI exigem o inventário à parte das
mercadorias pertencentes à terceiros.
Portanto, mesmo não senso consideradas para efeito de imposto de renda, essas
mercadorias devem figurar no Livro de Inventário para atender às legislações do ICMS
e do IPI. ( Artigo 204 RIR/94; Decreto 87.981 artigo 289 do IPI e artigo 76 RICMS)
Na escrituração do Livro de Inventário deve ser excluída dos valores a parcela
do ICMS, conforme PN CST No. 104, de 18.12.78 ( Resposta a Consulta Estadual
301/83 ).
Em nível estadual, não é obrigatório o arrolamento dos materiais de consumo.
Entretanto a exigência do livro em questão tem origem na legislação do imposto de
renda, cujo regulamento estabelece que serão arrolados entre outros bens, aqueles
existentes no almoxarifado à data do balanço patrimonial ( Resposta a Consulta
Estadual No. 1.273/92 - SP).

EMPRESAS IMOBILIARIAS

As empresas dedicadas à atividade imobiliária deverão possuir e escriturar, além do


Registro Permanente de Imóveis, o livro Registro de Inventário.
O referido livro deverá ser escriturado por ocasião do encerramento do balanço.
No registro de inventário das empresas imobiliárias deverão constar todos os imóveis
destinados à venda, tais como:

• terrenos oriundos de desmembramentos ou constante do loteamento


em implantação;
• edificações concluídas;
• edificações em andamento e respectivos terrenos ou frações ideais de
terrenos resultantes de incorporação imobiliária.
• quaisquer outros prédios em construção destinados à venda.

Os terrenos oriundos de desmembramentos ou constantes do loteamento deverá


constar do livro de inventário por conjunto de lotes com idêntica dimensão ou por
quadras, quando referentes a um mesmo empreendimento. Opcionalmente, poderá ser
escriturado terreno por terreno.

exemplo:

Empreendimento “X”
• 10 terrenos com 400 metros quadrados cada um com custo de $ 3.200,00 por
unidade;
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• 12 terrenos com 420 metros quadrados cada um com custo de $ 3.300,00 por
unidade;
• 15 terrenos com 440 metros quadrados cada um com custo de $ 3.400,00 por
unidade;

No caso de obras concluídas ou em construção, poderá ser escriturado cada


unidade ou aquelas de mesma área de construção e mesmo padrão de acabamento,
desde que se refiram a um mesmo empreendimento.

3.1.20 - REGISTRO DE COMPRAS

O artigo 206, inciso II, do Decreto 1041/94, exige a escrituração deste livro, que tem a
função de registro e controle das matérias primas, produtos em fabricação, mercadorias
etc.. Como a legislação estadual exige o Registro de Entradas e não teria sentido
escriturar-se dois livros similares, o PN No. 247/74 determina que o Registro de
Entrada atende às exigências relativas ao Registro de Compras. Deverá ser autenticado
no órgão competente do Registro de Comércio.
Portanto, é facultada a sua substituição pelo Livro Registro de Entradas,
utilizado pelas empresas sujeitas ao ICMS ( modelo 1-A) e ao IPI ( modelo 1).

3.1.21 - RAZAO AUXILIAR EM UFIR

NOTA: considerando que a partir de 1/1/96 foi extinta a correção monetária das
demonstrações financeiras, não há mais obrigatoriedade da escrituração do livro Razão
Auxiliar em UFIR.
No entanto nada impede que a empresa continue utilizando o Livro para controlar
individualmente os bens do Ativo Permanente.
Neste caso, quando ocorrer a alienação de determinado bem a empresa procederá a
baixa, no Razão Auxiliar em UFIR e na contabilidade. ( Lei 9.249, de 16.12.95, artigo
4o.)

Este livro, é obrigatório e poder ser substituído por fichas ou formulário


contínuo e tem a função de apurar a Correção Monetária do Balanço. O artigo 15 do
Decreto 332/91, adaptado ao que dispõe o artigo 48 da Lei 8.383/91, determina que as
empresas deverão manter o Razão Auxiliar em UFIR, que podem ser escriturados por
sistema eletrônico ou por processamento de dados.
A partir de 01/09/94, com a extinção da UFIR diária, na transposição para o
Razão Auxiliar em UFIR, os valores lançados serão convertidos para números de UFIR
“cheia”, observando-se:

1 - Os valores acrescidos as contas no decorrer do mês serão convertidos pelo valor da


UFIR do mês da aquisição.
2 - Os ajustes , baixas, transferências de valores:

• pelo valor da UFIR utilizada no fechamento do balanço ou


balancete do período-base anterior, quando não houver
obrigatoriedade de correção ( artigo 5o. Decreto 332/91)

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Livros Contábeis
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• pelo valor da UFIR do mês em que ocorrer ajuste, baixas,


transferências (ex. baixa do imobilizado)

3- As transferências, no período base, entre contas, serão convertidas para número de


UFIR pelo valor da UFIR utilizada para fechamento do balanço do período base
anterior.

3.1.22 - LALUR

Este livro, obrigatório para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real, mas estão
dispensados de autenticação e registro.
No LALUR a empresa deverá:

• lançar os ajustes do lucro líquido do exercício, através de registro de


adições e exclusões;
• transcrever as demonstrações do lucro real;
• manter os registros de controles de prejuízos a compensar e de outros
valores que devam influenciar na determinação do lucro real de períodos
futuros e não constem da escrituração comercial.

O LALUR é composto de duas partes , com modelo fixado pela IN 28/78:

• PARTE A: destinada aos lançamentos de ajuste do lucro liquido do


exercício ( adições e exclusões) e à transcrição da demonstração do lucro
real.
• PARTE B : destinada ao controle dos valores que devam influenciar a
determinação do lucro real de exercício futuro e não constem da
escrituração comercial.

A IN 28/78 estabelece a forma de escrituração do LALUR. Deve ser escriturado


por período de apuração, obedecendo-se a data do lançamento na escrita comercial. O
histórico deve narrar os fatos determinantes do ajuste, contendo a conta, folha do diário.
A falta de sua escrituração poderá acarretar o arbitramento do lucro.
A forma de escrituração do LALUR será matéria de treinamento específico.

3.1.23 - LALUR ELETRÔNICO

O único livro que não podia ser escriturado por processo eletrônico era o LALUR, o
que passou a ser possível com a lei 8.218/91, artigo 18, desde que obedecidas as regras
estabelecidas na IN 28/78.

3.1.24 - REGISTROS DO LIVROS

Vimos que seis (6) livros são exigidos pelo imposto de renda, mas somente três deles
têm obrigatoriedade de registros em órgãos competentes. Observe-se que se os livros
auxiliares servirem de base para lançamentos na contabilidade, deverão ser registrados.
Registros obrigatórios:

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Livros Contábeis
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• Diário
• Registro de Compras
• Registro de Inventários

Estão dispensados de registro:

• Livro Razão
• Livro Caixa
• Livro de Contas Correntes
• Razão Auxiliar em UFIR
• LALUR
• Livro de Movimentação de Combustíveis

3.1.25 - LIVRO REGISTRO DE DUPLICATAS

Para fins da Legislação Comercial, o comerciante ou prestador de serviços que realiza


venda a prazo com emissão de duplicatas é obrigado a escriturar o livro Registro de
Duplicatas, devendo registrá-lo no órgão de registro onde se encontra arquivado seus
atos constitutivos.

A autenticação do citado livro, quando for utilizado como livro facultativo, não
estará sujeito à autenticação ou registro. Se registrado no registro do comércio, pode ser
utilizado como livro auxiliar da escrituração mercantil. (PN CST 121/75, subitem
6.1.2.).
A autenticação ou registro, poderá ser efetuada antes ou depois da escrituração,
sem a necessidade de exibição do livro anteriormente autenticado, uma vez que cabe ao
órgão manter controle de registro em instrumento próprio.
Previsto no artigo 19 da Lei 5.474/68 ( Lei das Duplicatas) que obriga o
vendedor a possuí-lo e escriturá-lo.
Serão escriturados cronologicamente todas as duplicatas, com o número de
ordem, data e valor das faturas originárias e data de sua expedição, bem como dos
demais itens previstos, contendo ainda termo de abertura e encerramento.
Desde que observadas as exigências para a escrituração do livro, o mesmo
poderá ser substituído por qualquer sistema mecanizado. Entende-se por sistema
mecanizado o processo operado por meio de máquinas. Este sistema substitui o livro
encadernado, por fichas sanfonadas ou soltas, por formulários contínuos, ou ainda
microfichas geradas através da microfilmagem de saída direta de computador.
Se registrado no registro do comércio, pode ser utilizado como livro auxiliar da
escrituração mercantil. (PN CST 121/75, subitem 6.1.2.).
A legislação do imposto de renda não exige a manutenção e escrituração do
livro Registro de Duplicatas, sendo portanto um livro facultativo, exceto quando for
utilizado como livro auxiliar para escrituração resumida no Livro Diário. (Lei 5.474/,
de 17/06/68, Decreto Lei 486/69; Decreto 1041/94- artigo 204, Parágrafo 4o. do
Decreto 1041/94; IN 35 DNRC, de 23/4/91)

3.1.26 - LIVROS AUXILIARES

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Livros Contábeis
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Os livros auxiliares, que também podem ser escriturados em fichas, são dispensados da
autenticação quando as operações a que se reportarem tiverem sido lançadas
pormenorizadamente, em livros devidamente registrados. ( § 5º art. 204 RIR/94).
Para efeito do imposto de renda são considerados livros auxiliares:

• livro caixa
• livro de contas correntes
• livro registro de duplicatas
• livro registro de saídas

Os livros acima citados, para fins fiscais do IR, não precisam ser registrados ou
autenticados

Livro Caixa
A conta Caixa é bastante utilizada nas operações de uma empresa, visto que a
quase totalidade das operações movimenta recursos financeiros.

Ex: de livro caixa da indústria Ijuí Móveis e utensílios [ Fig. pág 77].

Dessa forma, o Livro Caixa tem a função de controlar o fluxo de caixa - a


entrada e a saída de dinheiro - através do registro de todos os débitos e créditos
ocorridos naquela conta.

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Livro Contas-Correntes
Geralmente as empresas possuem contas em um ou mais bancos e movimentam
tais contas por meio de grande quantidade de operações.
Sendo assim, a empresa pode-se utilizar de livros específicos - os Livros Contas-
Correntes - para o controle do saldo de cada uma delas.

Ex: exemplo de livro de conta corrente[ Figs. Pág. 78]

3.1.27 - DOCUMENTOS INIDÔNEOS

O artigo 223, par. 1o. do Decreto 1.041/94 estabelece que quando a empresa apura
lucro real, é resguardado ao Fisco o direito de verificar a veracidade do valor apurado
com base em exames de livros e documentos de sua escrituração, na escrituração de
outros contribuintes, em informações etc.

3.1.28 - CONSERVAÇÃO DOS LIVROS E DOCUMENTOS

De acordo com o artigo 210 do RIR/94, a pessoa jurídica deve conservar os livros e
documentos, enquanto não prescritos eventuais ações que lhe sejam pertinentes.
O prazo de conservação dos livros e documentos para efeitos fiscal e mercantil é
de 5 anos, contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorreu o fato
gerador ou o cumprimento de obrigação tributária acessória, ressalvada as hipóteses de
pendência judicial ou interrupção da contagem do prazo prescricional. ( PN CDT
345/83.
Assim sendo, os documentos de efeitos fiscal e mercantil relativo ao ano
calendário de 1997 deverão ser conservados até 31/12/2003.

3.1.28.1 - DOCUMENTOS DESTRUÍDOS POR INCÊNDIO

O parágrafo 1º do artigo 210 do RIR/94 determina que correndo extravio, deterioração


ou destruição de livros e documentos fiscais de interesse da escrituração, a pessoa
jurídica fará publicar, em jornal de grande circulação do local de seu estabelecimento,
aviso concernente ao fato e desse fará minuciosa informação, dentro de 48 horas, ao
órgão competente do Registro do Comércio, remetendo cópia a Receita Federal.

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Livros Contábeis
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Em relação a incêndio e desde que a culpa não caiba ao contribuinte, não cabe
arbitramento do lucro.

3.1.29 - EMPRESA QUE UTILIZE SISTEMA ESCRITURAL ELETRÔNICO

As pessoas jurídicas que, de acordo com o balanço elaborado em 31 de dezembro do


ano-calendário anterior, possuírem patrimônio liquido superior a 1.970.643,71 UFIR e
utilizarem sistema eletrônico de dados, ficam obrigados a manter, em meios magnéticos
ou assemelhados, à disposição da Receita Federal, os respectivos arquivos e sistemas
durante o prazo de cinco anos.

4- LIVRO DE MOVIMENTAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

Este livro instituído pelo DNC _ Departamento Nacional de Combustíveis será


escriturado diariamente por Postos Revendedores de combustíveis observada a
legislação federal específica, sem prejuízo de eventuais normas complementares
expedidas pela Secretaria da Fazenda. ( Decretos 33.118/91 RICMS - artigo 204, inciso
XII par; 13 e 36;453/93, artigo 2o., inciso IV).

5 - VISTO DO JUÍZ NO BALANÇO

Segundo dispõe a Lei de Falências em vigor ( Decreto-Lei 7.661/45, artigo 186, III)
dentro de 60 dias seguintes à data do encerramento do exercício social, as empresas
devem, após a transcrição e assinatura do balanço no Livro Diário, levá-lo à presença
do Juiz de Direito sob cuja jurisdição estiver subordinado o seu estabelecimento
principal, para que o Magistrado aponha a sua rubrica.

Se, por motivo relevante, não tiver sido possível submeter o balanço à rubrica
do Juiz dentro dos 60 dias seguintes à data do encerramento do exercício social, o
Magistrado poderá apor o seu visto após haver decorrido o referido prazo.
Nesse caso deve-se solicitar ao Juíz através de requerimento por escrito,
expondo, em linhas gerais, o motivo do atraso e pedindo para que seja rubricado o
balanço.
Esse requerimento pode ser firmado pelo próprio titular, sócio ou diretor da
empresa.
O não cumprimento dessa formalidade poderá, em caso de falência, dar lugar à
caracterização de crime falimentar, punível com pena de detenção de 6 meses a 3 anos.

6- EXTRAVIO DE LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS

No caso de extravio, deterioração ou destruição de livros, documentos, fichas ou


quaisquer documentos e papéis ligados à escrituração comercial, a pessoa jurídica
deverá publicar o fato em jornal de grande circulação do local do seu estabelecimento
e, no prazo de 48 horas, comunicar ao órgão competente do registro do comércio,
remetendo cópia dessa comunicação ao órgão da Secretaria da Receita Federal de sua
jurisdição. ( artigo 210 do RIR/94).
Ressalte-se que a perda ou extravio dos livros ou documentos implica em
arbitramento dos valores das operações a que se referiam, para cálculo dos tributos

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sobre eles incidentes na forma da legislação específica, salvo se, feita a comunicação
no prazo de trinta dias da data da ocorrência do fato, for possível a reconstituição da
escrituração. (artigo 39 da Lei 9.430/96).

7 - CONCLUSÃO

Para os livros fiscais, exceto o LALUR e o Livro de Movimentação de Combustíveis,


as empresas poderão criar modelos próprios que satisfaçam as necessidades de seu
negócio ou utilizar os livros porventura exigidos por outras leis fiscais, ou ainda,
substituí-los por fichas numeradas em série.

Os livros Registro de Inventário e Registro de Compras ou as fichas que os


substituírem, se for o caso, deverão ser registradas e autenticados pelo Registro do
Comércio, pelo Registro Civil de Pessoas Jurídicas ou pelo Cartório de Registro de
Títulos e Documentos, de acordo com a atividade da empresa. ( Decreto 1041/94, RIR,
artigos 203 a 206)
Quanto aos demais livros exigidos pelas legislações do IPI, ICMS, ISS e
Societária, serão tratados em capítulo à parte.

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8 - BILIOGRAFIA

[COE96] COELHO, Cláudio V. F.; Vera Leão, Sonia Kritz Noções de Contabilidade
SÉRIE ADMINISTRAÇÃO. Rio de Janeiro: Senac/DN/DFP, 1996

[FLO92] FLORENTINO, Américo Matheus. Teoria Contábil. FUNDAÇÃO


GETÚLIO VARGAS. Rio de Janeiro, 1992

[CAS63] CASTRO, Adaucto de Souza, Domingos D'Amore. Contabilidade - prática


de escritório e escrituração mercantil. São Paulo: Saraiva, 1963. Vol. 7.

[DCA99] Departamento de Contabilidade e Atuáriais - FEA -USP. Contabilidade -


Livros Contábeis. Disponível por WWW em http://www.eac.fea.usp.br/eac/

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