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TÉCNICA DE TIRO DE PISTOLA
1. TIRO DE PRECISÃO
40º
2
Esta medida angular é meramente indicativa. O importante é que o militar defina
a sua posição, a que lhe parecer mais cómoda.
5
1.1.1.2 Posição dos pés, pernas e peso do corpo
• Os pés devem estar afastados
naturalmente, tendo como referência a
largura dos ombros;
• As pernas não devem estar flectidas nem
rígidas;
• O peso do corpo deverá ser repartido
igualmente pelas duas pernas, de modo a
que o equilíbrio seja perfeito sem
qualquer tipo de rigidez no corpo.
3
Esta inclinação tem por objectivo minimizar o risco que possa ser provocado por
um disparo negligente.
7
arma após o disparo, fazendo diminuir o
tempo para a execução de um 2º tiro
preciso.
O polegar pode accionar a patilha de
segurança4, exercendo um mínimo de
pressão sobre o local onde assenta –
normalmente perto da parte superior do
punho -;
• A mão direita dirige a arma para a frente,
como que empurrando-a, enquanto a
outra, a mão fraca, a empurra em sentido
contrário, da frente para trás, e para
baixo, para controlar o recuo e o salto da
arma, permitindo uma rápida
recuperação;
4
O mais indicado é que este movimento seja feito pelo polegar esquerdo, visto
estar mais liberto para esta acção.
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• A pistola deve ser segura apenas com a
força necessária para a manter na mão - a
força necessária para cumprimentar
alguém -. O excesso de tensão leva à
fadiga e a que a mão comece a tremer,
aumentando os desvios e enervando o
atirador, que não consegue fixar o alvo;
• Um processo simples e prático de se
verificar se a arma está bem empunhada
é espreitando por cima do ombro, ao
longo do braço, e verificar se está
perfeitamente alinhada com esse mesmo
braço ou mão. Caso não esteja, retirar a
pistola da mão e empunhá-la de novo,
repetindo-se as vezes necessárias até se
obter um empunhamento correcto.
9
Ma Ma Bem
1.1.1.7 Posição da mão esquerda
A mão esquerda vai encaixar na arma de
modo a cobrir com a palma da mão, a parte
do punho da arma que se encontra
descoberto, ficando os dedos apoiados sobre
os da outra mão (e com o polegar esquerdo
sobre o polegar direito).
10
1.1.1.9 Posição em relação ao alvo
Definida a posição normal do atirador, cabe
agora definir os procedimentos a executar
para que cada atirador consiga adaptar esta
posição ideal às suas características:
• Com os olhos fechados ou com a cabeça
voltada para o lado, levantar o braço
direito na direcção do alvo;
• Abrindo os olhos ou voltando a cabeça
para a frente, verificar se a arma não
“quebra pelo pulso” e se o cano está
direccionado à esquerda ou à direita do
centro do alvo. A arma deve estar no
prolongamento do braço5;
• Se o cano estiver direccionado à
esquerda do centro do alvo, mover
ligeiramente o pé direito para trás;
5
O atirador deve “espreitar” sobre o ombro para verificar que braço e arma estão
no mesmo enfiamento.
11
• Se o cano estiver direccionado à direita
do centro do alvo, mover ligeiramente o
pé direito para a frente;
• Voltar a fechar os olhos ou virar a cabeça
e conferir se o cano está direccionado ao
centro do alvo. Se ainda não estiver,
repetir os procedimentos anteriores, até
tal se conseguir, sem ter de fazer
rotações laterais do braço ou da mão;
• Para se corrigir em elevação, apenas será
necessário fazer o alinhamento das miras
ao centro ou à base do centro do alvo
(conforme a distância do atirador e
tamanho do alvo).
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1.1.2 “Suspender” a respiração
Como os movimentos da caixa torácica, do estômago
e dos ombros fazem mover consideravelmente o braço
e mão que empunha a arma, e o que serve de apoio,
devido à respiração durante o processo de pontaria e
de disparo, esta deve quase cessar durante este
período6. No sentido de não provocar um esforço
sobre o coração e a circulação, os pulmões devem
conter apenas uma quantidade mínima de ar.
Para o tiro de precisão, deve-se adquirir a seguinte
técnica de respiração:
• Antes de levantar o braço, inspire e expire repetidas
vezes, mas não tão profundamente que eleve a
pulsação desnecessariamente;
• Ao mesmo tempo que inspira pela última vez,
levante o braço;
• Enquanto expira parte do ar contido nos pulmões,
aponte o mais rapidamente possível (isto é, levar o
braço para a posição de pontaria de forma rápida);
• “Suspender” a respiração momentaneamente;
• Aproveite a pausa que ocorre entre os períodos de
inspiração/expiração para, sem transtornar o normal
desenrolar do ciclo respiratório, efectuar tiro;
6
Não defendemos aqui a paragem total da respiração porque isso é prejudicial à
necessária oxigenação celular, o que, a não acontecer poderia trazer alguns
distúrbios a nível da visão, aumentaria a sensação de cansaço e, consequentemente,
poderia até originar a antecipação do disparo. Por esta razão, digamos que a
respiração deve ser minimizada, quase como se existisse a sensação de que o ar
não entra nem sai.
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• Se não tiver disparado no período de
aproximadamente 12 segundos, deve interromper o
processo e recomeçar depois de uma curta pausa,
porque, após um certo tempo a apontar, ocorrem os
primeiros sinais de incerteza. Esses sinais indicam
claramente que o tempo, dentro do qual se devia ter
disparado, com certeza se esgotou. Lembre-se:
nada de tiros em pânico ou a despachar. Nestes
casos, deve-se libertar o gatilho, baixar o braço e
procurar descontrair, para depois voltar à execução
do tiro.
15
serão erros paralelos, bem mais fáceis de resolver que
os erros angulares9.
Independentemente das formas que o ponto de mira e
a ranhura da alça de mira possam ter, o atirador deve
preocupar-se com o seu correcto alinhamento,
evitando assim o defeito de ter a boca do cano a
apontar para o chão, por centrar a sua atenção em
focar o alvo.
Para o tipo de alças e pontos Janelas
de mira mais frequentes, o
alinhamento correcto
corresponde à imagem que se
pode ver ao lado. O topo do
ponto de mira encontra-se
alinhado com o topo da alça,
sendo que o espaço entre
ambos - as “janelas” - devem ser iguais (quando não
aparecem os já referidos erros angulares).
Ora, como é impossível à vista humana focar dois
objectos a distâncias diferentes, o atirador tem de
efectuar um movimento constante entre o alinhamento
das miras e o alvo10. Se o aparelho de pontaria não
está nítido isso é sinal de que os olhos estão focados
sobre o alvo, o que o mesmo é dizer que o atirador
está a focar por cima das miras em vez de através
delas. Se, ao contrário, o alvo estiver desfocado e o
aparelho de pontaria estiver nítido quer dizer que o
atirador está a proceder correctamente.
À medida que o atirador, após tirar a folga ao gatilho,
o vai pressionando a sua atenção vai-se
progressivamente concentrando no alinhamento das
miras e não no alvo, devendo ter uma visão nítida
9
Para ver a definição de erros angulares e paralelos, consultar o n.º 5.2
10
A este movimento também se chama o “jogo cá-lá-cá-lá”, em que “cá”
corresponde ao alinhamento do aparelho de pontaria e “lá” à projecção desse
mesmo alinhamento na zona de pontaria, mas focando o alvo.
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deste alinhamento, enquanto o alvo surge ao fundo,
desfocado. Esta é a única forma de manter as miras
alinhadas a fim de alcançar um tiro consistente,
preciso.
A imagem das miras alinhadas, e a sua projecção na
zona de pontaria, irão fazer com que o dedo complete
a pressão sobre o gatilho, produzindo-se o disparo. O
atirador acaba assim por ser surpreendido pelo próprio
disparo, visto este ser controlado pelo reflexo olho-
dedo. A sua única preocupação deve centrar-se sobre
aquele alinhamento, deixando o dedo actuar, como
que de uma forma inconsciente. Quando as miras se
decompõem o dedo que prime o gatilho fica como que
bloqueado, retomando o seu movimento quando as
miras se voltarem a alinhar.
Podemos então considerar existir um momento
estático e outro dinâmico, sendo que este – único que
se manifesta de forma visível – corresponde à acção
do dedo sobre o gatilho, a qual obedece às
particularidades que serão referidas mais adiante.
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C L
17
1.1.3.1 Olho do atirador
É comum, neste tipo de tiro, os atiradores
“piscarem um olho” para fazerem a
pontaria. Este procedimento não está
completamente errado, mas geralmente
provoca vários efeitos:
• Fadiga do olho;
• Vista “nublada”;
• Tremuras no olho;
• Desconcentração;
• Precipitação do disparo (tiro em pânico
ou a despachar).
Estes efeitos são provocados pela
contracção dos músculos que rodeiam o
olho que se fecha, os quais acabam por
influenciar a estabilidade dos seus
congéneres do outro olho.
Esta é a razão pela qual se aconselha a
efectuar tiro com os dois olhos abertos.
Assim, o atirador com algum treino ou que
tenha dificuldades em saber qual o olho a
piscar deve ter consciência de que é
perfeitamente capaz de executar o tiro com
ambos os olhos abertos, devendo saber que:
• Quando levanta a arma e a alinha com o
centro do alvo, mantendo ambos os olhos
focados nesse alvo, fica a ver dois canos
da arma, dois aparelhos de pontaria, etc.
Este “fenómeno” fica a dever-se ao olho
direito criar uma imagem e o olho
esquerdo duplicar essa imagem. Assim, o
atirador tem de manter a focagem num
dos pontos de mira e alinhar uma das
alças de mira com ele (o que lhe parecer
18
mais real, ignorando o outro), ficando a
ver o alvo nublado (dado que, pelas
razões já aludidas, a focagem da alça de
mira, do ponto de mira e do alvo, em
simultâneo, é impossível). De referir que,
para o atirador que tenha o olho director
direito, essa imagem é a que lhe aparece
à esquerda, como se pode verificar nas
figuras seguintes:
Imagem Imagem do
do olho olho
Imagem Imagem do
do olho olho
11
Se o atirador está habituado a empunhar a arma com a sua mão direita e o seu
olho director for o esquerdo, não deve mudar de mão, pois não é essa a sua posição
natural. O que deve fazer é habituar-se a disparar com ambos os olhos abertos,
tendo em consideração o que aqui é referido.
20
A sua colocação na extremidade do cano
torna-o um indicador privilegiado sobre a
forma com a pontaria está a ser efectuada.
Normalmente, a arma está regulada para
que o topo do ponto de mira (em conjunto
com a ranhura da alça de mira) seja
apontado ao centro do alvo, ou à zona de
pontaria.
1.1.3.4 Alvo
• Como já foi referido anteriormente, o
atirador não deve ver o centro do alvo
nítido, pois, se isto acontecer, é sinal de
que este não está a focar o aparelho de
pontaria da arma;
Bem Mal
• Quando o centro do alvo tiver dimensões
reduzidas, ou a distância do atirador a
este for grande, deve-se fazer o
alinhamento do aparelho de pontaria à
base do centro do alvo. Se pelo contrário,
o centro do alvo tiver grandes dimensões
ou a distância for curta, deve-se optar por
fazer o alinhamento precisamente ao
centro deste;
21
Alinhamento à base Alinhamento ao centro
12
Para outras informações sobre alvos, consultar o n.º 4.8 e os Anexos A e B.
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ser exercida no sentido da frente para trás e
horizontalmente;
• Conforme foi dito, o atirador, ao empunhar a arma,
fica com o dedo indicador livre. Com ele irá actuar
no gatilho, de forma que a pressão seja contínua,
sem pressas nem quebras, como que “espremendo”
o gatilho contra o punho;
• Se houver um puxar brusco do gatilho, desfaz-se a
pontaria, havendo o consequente desvio.
Este controlo do gatilho pode ser alcançado
utilizando-se o “treino em seco”, em situação de
completo relaxe, para que o atirador se aperceba da
sensação que lhe é transmitida pelo movimento de
pressão exercido pelo dedo, até ocorrer o disparo,
certificando-se de que a arma não se move, a ponto de
desfazer o alinhamento das miras.
Os militares que revelarem alguma dificuldade no
controlo do gatilho devem aprender e treinar a
pressionar lentamente o gatilho até se dar o tiro, de
forma inesperada, de surpresa. Devem igualmente
aprender a controlar a tendência natural de fechar os
olhos no momento do disparo.
A evolução para um treino em que os procedimentos
são executados de forma cada vez mais rápida – mas
sempre com precisão - auxilia o militar no
cumprimento daquele objectivo e a fazer um tiro que
quase o surpreende. Depois, à medida que os alvos se
tornam maiores e mais próximos, aprende a disparar
cada vez mais rápido. Precisão primeiro, só depois
velocidade.
Em todo este processo é preciso não descurar o
alinhamento das miras. Se o treino for conduzido em
CT, se as miras baixarem quando se prime o gatilho o
tiro realizado mostrará bem o resultado.
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1.1.5 Fazer o “seguimento”
O “seguimento” do tiro consiste em manter a pontaria
durante alguns segundos após o disparo ocorrer. Tem
como objectivo evitar que a arma se mova antes que
os projécteis tenham abandonado a boca do cano, já
que o atirador, na ânsia de verificar o resultado do
disparo que acabou de efectuar, cria o hábito de baixar
ligeiramente o cano, a fim de observar o alvo. Tantas
vezes o faz, que acaba por antecipar o tiro uma
fracção de segundo antes do projéctil abandonar a
boca do cano, só para poder ver o alvo.
Serve também para antever o resultado do disparo,
permitindo-lhe fazer as necessárias correcções tiro a
tiro, sem ter de se deslocar à linha de alvos. O atirador
procura reproduzir a imagem mental na altura do
disparo por forma a ter uma ideia aproximada do
disparo efectuado.
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6. Se o atirador constatar que já não consegue executar o
disparo em tempo oportuno, é preferível não o fazer (pois
o tiro seria, certamente, uma “gatilhada”), devendo baixar
o braço, retomar a respiração e, quando estiver pronto,
voltar a fazer a sequência anterior;
7. “Cada disparo é um disparo”; quer isto dizer que, para
cada disparo, a concentração deve ser igual.
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2. TIRO POLICIAL
Este tipo de tiro é, sem dúvida alguma, aquele que deve ser mais
treinado pelos militares da GNR13, visto que, numa situação policial,
se for necessário disparar, temos de o fazer rápida e certeiramente, a
fim de evitar que inocentes sejam feridos, ou mesmo para
salvaguardar a própria integridade física.
Esta modalidade é também muitas vezes chamada de “tiro
instintivo”. Só que esta designação não é a correcta, já que a palavra
“instintivo” implica algo que nós fazemos inconscientemente, como,
por exemplo, o facto de levarmos o garfo à boca sem nos picarmos
nele. Ora o tiro policial implica a consciência do que se está a fazer,
pois se, por exemplo, o Adversário (ADV), de repente, levantar os
braços em sinal de rendição, o militar da GNR não deve fazer tiro, ou
deve suspendê-lo, caso já tenha disparado. Por isso, os nossos olhos
devem estar sempre atentos ao ADV – ao contrário do tiro de
precisão, em que se deve ter mais atenção ao alinhamento do
aparelho de pontaria -.
Existem 3 factores fundamentais no tiro policial, devendo ser
treinados pela ordem que a seguir se indica.
1.º Precisão - Desde crianças, e sem o notarmos, que praticamos
o tiro policial, pois, quando apontamos o dedo
a alguém, fazêmo-lo rápida e certeiramente e
com os dois olhos abertos. Agora, basta
transportar essa situação para quando temos
uma arma nas mãos, imaginando que o cano da arma é o
nosso dedo. Para treinar isto quase que não é necessário ir a
uma CT, já que, utilizando uma caneta e a imaginação,
consegue-se um resultado semelhante, tendo o cuidado de
ficar com a caneta na horizontal;
2.º Potência - Este é o único factor que o militar não pode
praticar, visto que diz mais respeito ao material que é
13
Apesar de todas as condições adversas que possam surgir, este tipo de tiro deve
ser efectuado, no mínimo, uma vez por ano. Numa situação considerada ideal, a
periodicidade seria de três em três meses.
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utilizado, nomeadamente às armas e seus calibres. Neste
aspecto é de salientar que o calibre ideal para as forças
policiais continua a ser o 9 mm Parabellum14;
3.º Rapidez - Como este tipo de tiro tem duas fases, pode-se
então afirmar que:
• Na 1ª Fase, torna-se necessário “conhecer a arma” (para
poder explorar correctamente as suas potencialidades),
pois o atirador tem de se habituar à própria posição, à
mirada rápida e à execução do disparo (o que é treinado ao
nível do tiro de precisão);
• A 2ª Fase já envolve um treino mais apurado, pois, para
além dos conhecimentos adquiridos na fase anterior,
acrescenta-se o “saque” da arma do coldre. Por isso, torna-
se necessário saber o que fazer com a arma após o saque,
conhecer as características do próprio coldre para se
conseguir um saque rápido, e até mesmo o local onde
exista um segundo carregador para evitar a “procura do
carregador”, o que provoca sempre o desvio dos nossos
olhos em relação ao alvo. Só depois de consolidada a 1ª
fase é que se pode dar início a esta fase.
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Se o atirador for esquerdo, pratica-se o inverso daquilo que irá ser definido.
Relativamente ao que aqui irá ser enunciado, admitem-se igualmente algumas
variações, desde que sejam observados e respeitados os princípios subjacentes a
cada um dos itens a serem abordados para o “tomar da posição” e para os outros
elementos em que se divide a técnica de tiro policial.
30
• O atirador afasta os pés e coloca-se
exactamente em frente ao alvo como se o
observasse “olhos nos olhos”;
• Faz rodar ambos os pés para a direita, de
forma a que se fosse traçada uma linha
imaginária passando pelo meio dos seus
pés, esta faria um ângulo de cerca de 40º
com a linha do alvo;
• Coloca o joelho direito no solo, de
maneira a ficar correctamente sentado
sobre o calcanhar desta perna;
• Seguidamente, faz os ajustamentos
necessários até estar devidamente
enquadrado com o alvo.
16
Esta posição deve ser treinada com e sem apoio do braço que empunha a arma a
fim de que o atirador defina a posição que lhe for mais confortável.
32
o cotovelo no solo) para permitir a
estabilidade e apoio do tronco no solo.
33
2.2.1.2.5 Fazer a pontaria
É também idêntica à das anteriores
posições, com a seguinte alteração: as duas
imagens, que anteriormente nos apareciam
lateralmente, agora vão aparecer quase que
sobrepostas verticalmente, sendo a imagem
de cima correspondente à do olho direito e a
de baixo, à do olho esquerdo, como se pode
ver na figura.
2.2.2 Sacar
Relativamente ao tiro de precisão, passa agora a
existir um elemento novo; o coldre. Aumenta assim o
grau de dificuldade, já que o atirador passa a ter que
“sacar a arma” mantendo a precisão e rapidez
anteriormente adquiridas. Por esta razão, não se deve
passar à modalidade de tiro policial enquanto não
tiverem sido apreendidos os procedimentos
relacionados com a técnica de tiro.
Esta modalidade tem por objectivo primordial o de
fazer a aproximação da instrução de tiro à realidade da
GNR, visto que no serviço diário os militares, se
tiverem de disparar, não terão a arma na mão, mas sim
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no coldre. A partir daqui têm de desencadear todo um
conjunto de procedimentos, para os quais devem ser
devidamente treinados, a fim de minimizar o risco de
acidentes e aumentar a rapidez de reacção.
O saque constitui um procedimento preliminar que
conduz à execução do tiro. A importância de efectuar
um bom saque está directamente relacionada com o
coldre que temos17, para o que este deve possuir as
seguintes características:
• Deve ser seguro e permitir ao atirador correr e subir
um qualquer obstáculo sem o risco de perder a
arma;
• Apesar de seguro, deve permitir fácil acesso à
arma;
• Deve permitir ao atirador um bom empunhamento
ainda antes de sacar a arma. Mudar ou reajustar o
empunhamento a meio curso é não só perigoso
como o gesto se torna mais lento;
• Deve proteger a arma e cobrir o gatilho;
• Deve estar seguro no cinto para não se mover;
• O atirador deve ser capaz de recolocar a arma no
coldre sem ter que tirar os olhos do suspeito. Deve
conseguir fazer isto com uma só mão, deixando a
outra liberta para o que for preciso.
Uma análise cuidada dos procedimentos que devem
ser executados para efectuar o saque permite realçar
um conjunto de aspectos que devem ser observados.
Eles materializam aquilo que se pode considerar como
sendo a sequência ideal para efectuar este movimento.
Para tal atentemos nos seguintes aspectos:
• Manter os dois olhos abertos sobre o alvo18;
17
É necessário que os atiradores esquerdos usem os coldres a eles destinados.
18
Não esquecer que estamos na modalidade de tiro policial, pelo que a atenção se
deve centrar no alvo e não na arma. Cabe ao militar desenvolver e treinar toda esta
sequência por forma a que execute cada um dos seus passos sem ter a preocupação
35
• Empunhar a arma correctamente, mantendo o pulso
direito e colocando o cotovelo ligeiramente para
fora;
• A mão que não empunha a arma aproxima-se por
baixo e pelo lado (acompanhando a outra até à
linha de vista);
• Tomar a linha mais curta (recta) do coldre para o
alvo, levando a arma em direcção ao alvo logo que
sai do coldre;
• Ter a preocupação de não colocar a arma no coldre
com a patilha de segurança em fogo e o cão
armado.
de verificar onde está a arma e de a preparar para fogo, desviando o seu olhar do
alvo.
36
2.2.3 Suspender a respiração
Como este tipo de tiro é feito rapidamente e sem
aqueles cuidados meticulosos do tiro de precisão, pois
o objectivo é fazer um agrupamento de impactos numa
zona, torna-se irrelevante se o atirador respira ou não.
Mas se o atirador conseguir controlar a respiração no
momento que antecede o disparo, obterá melhores
resultados.
180º 140º
38
• Se houver dificuldades de alinhamento da
imagem esquerda da arma, o atirador pode
optar por alinhar a outra imagem do lado
direito, ficando ciente que esse alinhamento
também está correcto, mas está a ser feito
com o olho esquerdo.
• Se pretender confirmar se a pontaria estaria
correcta basta fazer o “jogo cá-lá-cá-lá”,
que consiste em, rapidamente, habituar a
vista a focar às diferentes distâncias, ou
seja: cá (vista focada num dos órgãos do
aparelho de pontaria), lá (vista focada no
centro do alvo).
2.2.4.2 Alvo
• Neste tipo de tiro, o atirador já deve ver o
centro do alvo (ou a zona de pontaria)
nítido, pois os olhos têm de observar o
ADV;
• Para alvo, mantém-se a Silhueta Policial II
(SPII).
46
Numa situação real, os alvos são difíceis de atingir pois
movem-se, não são os alvos de papel que se encontram
estáticos numa CT, contra os quais estamos habituados a
disparar, pelo que podem ser precisos vários tiros para abater
um alvo. Por essa razão devemos controlar o número de tiros
efectuados, para saber as munições que ainda restam no
carregador.
É importante que nos apercebamos da sensação do disparo,
em especial da última munição. O recuo pode ser sentido
como dois movimentos separados; o movimento recuante da
extracção/ejecção e o movimento para a frente da introdução
da munição na câmara. Quando o último tiro é disparado
apenas se sente o movimento para a retaguarda visto que o
carregador vazio irá activar o detentor da corrediça e impedir
o movimento para a frente. Esta sensação diferente deve ser
memorizada com o treino, servindo para despoletar a resposta
condicionada para um carregamento de emergência.
Existem basicamente dois tipos de carregamento que é
preciso aprender e praticar. O primeiro é o carregamento
táctico, utilizado quando o atirador se apercebe que deve
estar prestes a ficar sem munições. Para tal convém escolher
um local seguro e fazer a troca por outro carregador,
colocando o usado num local de fácil acesso, pois pode ser
necessário reutilizá-lo. O segundo tipo é o do carregamento
rápido, utilizado quando o carregador que a arma tem fica
vazio. A troca de carregador deve ser feita o mais rápido
possível. Um bom atirador não necessita de olhar para a sua
arma para a recarregar. Mesmo durante a noite e sob stress o
atirador deve estar apto a trabalhar pelo tacto.
É preciso evitar deixar cair carregadores no chão
desnecessariamente durante o treino pois podem-se danificar
47
os lábios e causar avarias. É também preciso limpar a
sujidade que tenha ficado no carregador, por isso, em caso de
treino, deve ser colocado no chão uma manta ou qualquer
objecto que impeça o carregador de entrar em contacto com o
solo, o que também previne a introdução de elementos
estranhos na arma.
48
3. TÉCNICA DE TIRO COM PISTOLAS METRALHADORAS
20
Para mais informações sobre esta arma, consultar o Módulo III-V e o Módulo V,
referente à Técnica de Tiro de Espingarda.
49
Tiro semi- Tiro
50
Apesar dos militares integrados em equipas de intervenção
obedecerem à voz do superior hierárquico, quanto a fazer tiro
automático ou semi-automático, a indicação que aqui se deixa é a de
que o tiro semi-automático deve ser empregue em situações onde se
pretende obter, para além de superioridade de poder de fogo, alguma
precisão.
Em termos de segurança, chama-se a atenção para duas coisas: é
preciso ter cuidado e não colocar a mão em frente do cano pois,
sendo uma arma compacta, facilmente a mão que a sustém,
inadvertidamente, pode-se colocar num local onde pode ser atingida;
É preciso igualmente ter cuidado com a segurança da própria arma
pois, por vezes, pode haver a tendência (despercebida) para ignorar a
presença de uma munição na câmara o que é extremamente perigoso.
51
4. TREINO DE TIRO
52
Assim, é fundamental ter uma formação adequada, perder medos e
ter confiança na arma que transportamos. Evita-se situações do
género “não consegui proteger o meu camarada porque não fui
suficientemente rápido e destro”.
57
da sua integridade física e de terceiros, actuando em
conformidade com a lei;
• Reconhecer que todos cometemos erros, contudo, todos
acreditamos que estamos na posse da verdade. Existe
sempre algo a aprender e a melhorar, inclusivé os erros
que não se sabem;
• Reconhecer a tendência para criticar o sistema quando
não se obtêm bons resultados;
• A continuidade apenas é assegurada através do treino. Se
não conhecermos a técnica, não a empregamos
adequadamente, logo não há continuidade;
• Um atirador não chega a nada se somente atirar. Para se
lograr um bom desempenho e à vontade é preciso treinar;
• Dosear o esforço, não ir mais depressa que o possível.
Queimar etapas no tiro apenas conduz ao fracasso. É
preciso percorrer um percurso evolutivo, começando pelo
estudo da técnica, e por uma boa preparação física e
psíquica;
• É preciso aprender correctamente as posições de tiro de
precisão e corrigir os defeitos pois logo se passará ao tiro
sem grande tempo para alinhar miras, o que servirá para
qualquer situação, inclusivé as de visibilidade reduzida;
• A tensão nervosa faz perder muito no resultado. A luta
contra o relógio, nos treinos, ajudará a minorar os seus
efeitos nocivos;
• Ao começo do tiro não deve haver tensão, só depois de
alcançar um bom nível se deve criar essa tensão para que
se aproxime o mais possível da realidade;
• O atirador deve procurar adoptar uma atitude mental
correcta. Deve estar preparado para falhar, senão o
desânimo toma dele conta. A realização dos exercícios
não deve ser tida como uma obrigação, mas antes como
um momento agradável, pelo qual se esperou;
• O cumprimento estrito das normas de segurança deve ser
tido sempre em atenção mas não de tal forma que vá
58
conflituar com os objectivos da sessão, derivado à sua
sobrevalorização. Uma vez que todos somos
profissionais, quem dirige o treino de tiro deve dar o
máximo de liberdade a quem executa, supervisionando
todas as operações que seja necessário efectuar,
sobretudo em caso de interrupção de tiro, por forma a
que o atirador não pense nem sinta que nas suas mãos
está algo que é extremamente perigoso;
• Evitar o excesso de confiança. Quando parece que se
sabe demasiado, aparece o excesso de confiança e
produzem-se acidentes, por vezes irreparáveis;
• Conduzir o treino o mais perto possível da realidade.
Para tal, é preciso reproduzir situações prováveis, agindo/
reagindo como se fossem reais. É importante
movimentar-se, reduzindo a silhueta, e disparar para o
tronco e não para a cabeça, pois existe uma maior área
onde é provável acertar;
• Diversificar as situações de treino, por forma a
habituarmo-nos a diferentes estímulos. Tal pode ser
conseguido, por exemplo, através de;
♦ Selecção dos alvos para os quais vamos atirar,
♦ Selecção de zonas do alvo distintas,
♦ Adopção de diferentes posições,
♦ Criação de situações de visibilidade reduzida,
♦ Execução do tiro a partir de uma posição coberta,
♦ Etc,
• No treino de tiro, se o atirador não conhece a arma, deve
trabalhar:
♦ Segurança e empunhamento,
♦ Montagem, desmontagem,
♦ Carregar, descarregar,
♦ Resolver possíveis avarias,
♦ Treinar o carregamento.
• Os dados estatísticos revelam que o recurso a arma de
fogo se verifica a distâncias curtas, contudo, cerca de
59
15% parecem ocorrer a distâncias superiores a 50 mts.
Portanto é importante conduzir pelo menos 15% do seu
treino a partir desta distância. Aqui exige-se uma maior
precisão que velocidade, podendo-se aguardar alguns
segundos até disparar. Isto significa que deve adaptar
uma posição o mais equilibrada possível. Neste aspecto,
a posição que oferece este equilíbrio e estabilidade é a
posição de joelhos, a qual pode ser assumida numa
questão de segundos, para além de proporcionar maior
protecção facilitando a sua ocultação devido à redução da
silhueta.
O treino de “tiro em seco” é uma das melhores formas -
arriscamo-nos a dizer, indispensável - de se conseguir atingir
bons resultados na execução do tiro real. Este tipo de treino
oferece-nos algumas vantagens que muitas vezes não são
possíveis de conseguir apenas com o tiro real. Destacamos
algumas delas:
• Permite o treino individualizado de cada um dos
elementos fundamentais da técnica de tiro
(desenvolvimento da posição correcta, treino do
empunhamento, de alinhamento das miras, do disparo, de
respiração e do seguimento);
• Não exige perdas de tempo com deslocações à CT;
• Pode ser praticado em qualquer local, quer no exterior,
quer em recintos fechados;
• Possibilita a economia de munições;
• Permite o desenvolvimento da condição física específica,
através do treino dos músculos empenhados no processo
de disparo.
Quando o treino é limitado apenas à realização do tiro para
alvos, os atiradores não só não chegam a detectar os seus
erros como não chegam a corrigir a sua postura. Ao efectuar
tiro a curtas distâncias, apesar de ser essencial, permite-se
uma larga margem de erro relativamente à técnica de tiro,
apesar de se acertar na silhueta. Por este motivo, é necessário
60
efectuar tiro a distâncias maiores – precisão – por forma a
darmo-nos conta dos erros que são cometidos.
Conforme se pode facilmente perceber, o factor mais
importante ao nível dos treinos é usar a imaginação para a
criação de diferentes cenários.
Os exercícios de treino que a seguir se indicam devem ser
executados, de preferência, frente a um espelho, por forma a
que o atirador possa corrigir-se, e pela ordem indicada,
voltando-se ao início sempre que se pretenda avançar na
sequência, repetindo as vezes necessárias para se assimilar os
movimentos. Para a sua execução torna-se necessário dispor
do seguinte material: 1 pistola, 2 carregadores, 5 invólucros e
1 alvo AI 1/EPG, por cada atirador.
61
• Para corrigir a elevação, será necessário ajustar a
arma na mão, de modo a que esta fique apontada ao
centro do alvo sem qualquer esforço;
NOTA: Neste exercício não se deve disparar.
62
4.3.4 Treino de disparo
O objectivo do exercício n.º 4 é: depois de tirar a folga
do gatilho, pressioná-lo suavemente, sem produzir
“gatilhadas” (percepção do movimento e peso do
gatilho):
• Aqui o elemento importante é o disparo. Este deve
sair durante uma boa focagem do ponto de mira,
mas sem grande preocupação com o alinhamento
dos órgãos de pontaria;
• O treino é conduzido sem ponto de referência, em
frente a uma parede clara;
• Também se deve realizar de olhos fechados ou
numa sala às escuras;
• De início, o atirador deve procurar aperceber-se da
folga e peso do gatilho da arma;
• Accionar o gatilho várias vezes, tentando produzir
um disparo o mais suave possível;
• Deve procurar produzir o disparo em tempo útil, ou
seja, antes de começar a sentir fadiga por ausência
de respiração. Como regra, não deve ultrapassar-se
os 10 segundos até à execução do disparo.
NOTA: Na execução de exercícios de tiro “em seco”,
sempre que se produzam disparos, deverá ser
colocado um invólucro na câmara da arma,
uma borracha ou esponja entre o cão e o
percutor. Devendo, entre cada 5 disparos,
mudar-se de invólucro. Os invólucros podem
obter-se facilmente na arrecadação de
material de guerra.
64
4.3.8 Treino integrado
O objectivo do exercício n.º 8 é: efectuar disparos
correctos, observando todos os elementos
fundamentais para a execução do tiro. Para tal deve-se
ter em atenção o seguinte:
• Tomar a posição;
• Levar a arma à zona de pontaria;
• Suspender a respiração
• Alinhar correctamente as miras;
• Accionar o gatilho, sempre com a preocupação de
manter as miras alinhadas e disparar
(“miras/gatilho”);
• Efectuar o “seguimento”;
• Este exercício deve ser executado em 2 fases: na
primeira, contra uma parede branca, sem qualquer
referência; e, na segunda, apontando a uma
referência.
65
66
Utilizar uma composição de figuras geométricas coloridas, criando
67
• Para corrigir a elevação, recordar que o cano da
arma é o prolongamento do dedo (como se fosse
para apontar a alguém) e assim não deve apontar
para o chão mas sim ao centro do alvo;
NOTA: Neste exercício não se deve disparar.
68
4.4.4 Treino da sensibilidade da folga do gatilho
O objectivo do exercício n.º 4 é: retirar a folga do
gatilho sem executar o disparo. Para tal deve-se ter em
atenção o seguinte:
• Levantar a arma e quando esta estiver na direcção
do alvo, retirar a folga ao gatilho.
NOTA: Neste exercício não se deve disparar.
4.4.5 Treino do “jogo Cá-Lá-Cá-Lá”
O objectivo do exercício n.º 5 é: habituar a vista a
focar às diferentes distâncias. Para tal deve-se ter em
atenção o seguinte:
• Fazer, rapidamente, o jogo “Cá-Lá-Cá-Lá” ou seja:
Cá (vista focada num dos órgãos do aparelho de
pontaria), Lá (vista focada no centro do alvo);
NOTA: Neste exercício nunca se deve disparar.
21
Ver o exemplo dado para o treino da modalidade de tiro de precisão e ver
também os exemplos de circuitos práticos no Anexo C.
71
2.º Para tal, vai ter que tirar o fiador para a empunhar
e preparar para fazer fogo com essa mão.
22
Após esta operação, o carregador substituído deve ser colocado no mesmo sítio
de onde se tirou o outro.
72
3.º Após esta operação leva a corrediça à frente e
prossegue o exercício.
75
imediatos que se seguem a quaisquer avarias que surjam com
a pistola, tentando minimizar não só os riscos de virem a
surgir, como também procurando resolvê-los no mais curto
espaço de tempo.
As avarias têm origem nas armas, munições defeituosas,
atirador ou ainda em carregadores defeituosos. Para prevenir
o seu surgimento é preciso ter uma pistola devidamente limpa
e lubrificada - nas peças devidas - e assegurar que os
carregadores e as munições sejam de qualidade.
Cada avaria que se verifique há-de ter a sua causa, contudo,
no meio da refega não existe lugar para fazer um diagnóstico
da mesma. Os seguintes exercícios que se podem fazer para
treinar a resolução de avarias permitir-lhe-ão reconhecer as
características da cada uma e tomar os procedimentos mais
correctos, a fim de as resolver no mais curto espaço de tempo
possível. É importante que em todas estas fases a arma seja
mantida em linha de vista para não só poupar tempo como
também procurar manter uma visão periférica adequada ao
controlo da situação.
Posição 1 de avaria – Esta avaria resulta de uma falha de
disparo. Ao invés de ouvir “pum” ouve-se “click”. Tal pode
ser causado por uma munição defeituosa, um percutor partido
ou uma falha na introdução de munição na câmara. O
procedimento a ter é dar uma pancada seca no carregador
com a mão fraca para que o mesmo possa ser devidamente
introduzido, depois rodar a arma lateralmente para a direita,
puxar a corrediça à retaguarda, a fim de sair a munição
defeituosa, e deixá-la ir novamente à frente (introduzindo
nova munição). Se mesmo assim se manter a falha de disparo,
voltar a repetir o mesmo processo. Se após este procedimento
ainda se mantiver o mesmo problema então a deficiência pode
ser devida ao percutor partido, ou simplesmente o carregador
não ter munições !!!
Posição 2 de avaria – Esta avaria resulta de uma falha de
ejecção, podendo ser causada por um carregador defeituoso,
76
que interfere com a ejecção do invólucro, ou por um ejector
(ou extractor) defeituoso. Tal pode ser visualmente detectado
pela presença do invólucro que não permite à culatra recuar
(o que não permite armar novamente a arma, pelo que o
gatilho fica imobilizado). O procedimento a tomar é
semelhante ao anterior, procurando tirar o invólucro com a
mão fraca e deixar ir novamente a corrediça à frente. Esta
identidade de procedimentos entre as duas situações ajuda a
resolver os problemas surgidos e a manter as coisas simples,
fáceis de aprender e mecanizar.
Posição 3 de avaria – Esta avaria resulta de uma falha de
alimentação, em resultado do carregador não ter mais
munições. Tal pode ser facilmente detectado porque a
corrediça fica à retaguarda não existindo nenhuma munição
na câmara e estando o carregador vazio. O procedimento a
adoptar será substituí-lo por outro com munições.
Posição 4 de avaria – Esta avaria verifica-se quando a
corrediça, após ter vindo à retaguarda, não vai à frente, o que
se pode dever ao defeito dos lábios do carregador. Apesar de,
neste caso, o carregador ter de ser reparado, pode-se tentar
resolver esta situação, descendo um pouco o carregador até
que a corrediça vá à frente. Deve ainda ter o mesmo
procedimento das posições anteriores, fazendo mais duas ou
três tentativas para que a corrediça vá à frente.
Qualquer um destes exercícios pode ser aperfeiçoado com
munições inertes durante a prática de tiro em seco. A melhor
forma de prevenir estas avarias é efectuar uma manutenção
regular às armas e transportar consigo carregadores e
munições em bom estado.
No caso específico dos carregadores devem ser observados
periodicamente, em especial, o estado da mola elevadora, do
elevador, dos lábios e se o corpo não se encontra amolgado.
Aqueles que não se apresentem nas melhores condições
devem ser utilizados para os treinos e nunca no serviço
operacional propriamente dito.
77
4.8 Alvos a utilizar
Os alvos que actualmente se podem utilizar para treino são
muito mais variados que as silhuetas para as quais os
militares estão habituados a treinar. Efectivamente, existe
hoje toda uma panóplia de alvos, com especial relevo para os
“shoot/no shoot”, isto é, alvos aparentemente idênticos,
diferindo apenas no facto de uma determinada figura poder
aparecer a empunhar uma arma (“shoot” – deve-se fazer fogo)
ou um outro objecto qualquer (“no shoot” – não se deve fazer
fogo, pois não existe o pressuposto da proporcionalidade de
meios). Para além disso, os alvos podem ser estáticos ou
móveis, o que ajuda a dar um maior realismo à situação de
treino.
Os militares devem treinar com variados tipos de alvo por
forma a não dar a ideia de rotina, mas sim de diversidade.
Esta questão da diversidade, em particular, é especialmente
importante pois contribui para uma melhor preparação do
militar, possibilitando-lhe uma melhor análise e escolha de
soluções possíveis numa situação real onde possa ser
necessário utilizar uma arma de fogo.
Tendo em atenção o que se referiu anteriormente, a utilização
de um alvo táctico ajuda bastante a dar um maior realismo ao
exercício de treino, levando o atirador a pensar e a procurar
atingir (quando tal for o caso) o alvo na zona demarcada.
Relativamente a este pormenor, aconselha-se a evitar os alvos
que tenham esta zona muito pequena pois senão o atirador
tem tendência a fazer um tiro de precisão e, por isso, a
demorar mais tempo, o que numa situação real pode vir a ser
fatal.
No caso onde não seja possível adquirir estes alvos, o
formador pode optar por utilizar os alvos SP II, ou outros
quaisquer, colando-lhe algumas formas geométricas de cores
diferentes (conforme se viu no treino da modalidade de tiro
de precisão) ou simplesmente traçando/dobrando uma zona
do alvo para a qual se pode/não pode disparar. Pode ainda
78
colocar 3 alvos lado a lado ou 2 em baixo e um em cima ou a
diferentes alturas.
Na utilização destes exercícios de treino deve-se:
• Procurar alvos com tamanho realístico.
• Procurar distâncias razoáveis.
• Criar cenários com base em exercícios vividos.
• Criar cenários com base em futuros problemas.
Se o atirador não puder olhar para o cenário e imaginá-lo
como verdadeiro então o exercício de pouco servirá.
A chave para o treino de “shoot/no shoot”23 é testar a
capacidade dos atiradores para pensar com clareza sob
situações de stress. Tal pode ser feito colando figuras de
armas (“shoot”) no alvo ou outro tipo de figuras (“shoot/no
shoot”). O formador pode fazer isto enquanto o formando está
de costas e depois este recebe a indicação de apenas disparar,
por exemplo, para os alvos com quadrados vermelhos ou
círculos azuis.
23
Ver Anexo A.
79
5 CORRECÇÃO DE ERROS NA EXECUÇÃO DE TIRO
80
• Sol (afecta a utilização correcta do aparelho de
pontaria, pois o atirador dirige, involuntariamente,
o ponto ou a alça de mira para o lado mais
iluminado.
So
l
5.1.4 Do atirador
É aqui que reside a principal causa de “desvio dos
projécteis”, visto que o atirador pode não ter adquirido
completamente a parte técnica do tiro. Assim, ainda é
possível na CT, fazer algumas correcções quando os
atiradores estiverem a obter resultados fracos (logo
após a sessão de ensaio). Estas devem ser feitas de
forma a que o atirador se aperceba dos erros
cometidos. Não basta dizer-lhe, é preciso que ele
próprio os reconheça, sem a interferência de ninguém.
Natureza dos erros
De uma forma geral, os erros que se verificam mais comummente
apresentam a seguinte distribuição:
3% 20%
DEFICIÊNCIAS DO MAU
ARMAMENTO ALINHAMENTO
E MUNIÇÕES DO APARELHO
81
65% 12%
COMETIDAS AO DEVIDO AO
PRESSIONAR SISTEMA
Como se pode verificar, o atirador é o responsável pela
ocorrência da maior parte dos erros cometidos. Regra geral,
estes podem-se classificar em erros angulares e erros
paralelos. Os erros angulares têm origem quando o atirador
desalinha as miras, concentrando-se em focar apenas o ponto
de mira, ou a alça e o alvo. Sucede, então, que o atirador pode
estar alinhado com o alvo mas tem um dos elementos do
aparelho de pontaria desalinhado. O resultado deste
desalinhamento causa um desvio no ponto de impacto no alvo
que é tanto maior quanto maior for a distância. Por esta razão,
este tipo de erro é considerado o mais prejudicial para o
atirador, e o mais difícil de contrariar, sendo também o que
ocorre com mais frequência.
84
Outra causa provável será uma empunhadura
deficiente. A palma da mão de apoio, ao ser posta
muito à frente, e não da forma correcta já referida,
também pode ser responsável por este erro. Colocada
da forma descrita, o seu vector de força não se
efectuará no sentido pretendido, mas para o lado
direito.
Este tipo de concentração poderá advir ainda do facto
de colocar qualquer porção da falange ou falanginha
do dedo indicador sobre o gatilho, envolvendo-o
totalmente. Estará assim a exercer dois tipos de
pressão sobre o gatilho. Um provocado pela flexão do
dedo, e para a esquerda. O outro, pelo envolvimento
do gatilho, e para a direita. Como este último é o
dominante, a arma irá deslocar-se no seu sentido.
O atirador deve ter a noção de que:
• O dedo polegar deve acompanhar a arma sem
exercer qualquer pressão. Só a sua base é que
actua e apenas para efectivar a empunhadura;
• Deve concentrar a atenção na posição da mão
esquerda. Não esquecer que é a zona de flexão da
palma, junto à implantação dos dedos, que se
sobrepõe aos dedos da mão direita. A pressão é
efectuada, da frente para trás, sobre a face anterior
do punho. Deste modo, a força (de aperto)
exercida pela palma e pelos dedos desta mão,
necessária para segurar a arma, ficará equilibrada,
não provocando desvios;
• Só a falangeta do dedo indicador, pela sua porção
média, é que pode accionar o gatilho. Como já
referido, deve encontrar uma situação de
compromisso entre a forma anatómica da sua mão
e a arma que utiliza.
85
Verifica-se quando o atirador contrai a mão ao aplicar
a pressão no gatilho. Não estando a arma segura com a
tensão suficiente, os dedos polegar e mínimo, fazendo
excessiva força, são os principais responsáveis por
este erro. O polegar empurrando para a direita, e o
mínimo, ao pressionar na zona terminal do punho,
puxando para baixo.
O atirador deve ter a noção de que:
• Numa empunhadura perfeita, a mão direita apenas
sustem a arma, cabendo à mão esquerda segurá-la
e guiá-la. A força, a aplicar pela mão que
empunha, limita-se às bases dos dedos polegar e
indicador. Mesmo o dedo médio não pode efectuar
pressão excessiva;
• Os dedos não devem apertar a arma, como se a
quisessem espremer.
89
Verifica-se quando o atirador, por saber que, ao ser
deflagrada, a arma irá subir, numa
tentativa de amortecer a violência do
seu impacto, começa a executar este
movimento quando ainda está a
pressionar o gatilho.
Por sentir o momento em que o cão
ultrapassa o ressalto que lhe permite
vir à frente para embater no percutor,
o atirador larga violentamente o gatilho.
Sendo estes movimentos simultâneos com a
deflagração, vão alterar a posição da arma, fazendo-a
saltar para cima e para a esquerda.
O atirador deve ter a noção de que:
• Não deve antecipar o movimento provocado pelo
coice antes dele existir. Deverá efectuar a força
necessária e suficiente com a mão esquerda para
não deixar que a arma levante muito. Isto
consegue-se se a mão esquerda pressionar a direita
para trás, mantendo o cotovelo em direcção ao
solo;
• Após a deflagração, o gatilho deve ser seguido
pelo dedo indicador no seu movimento de
recuperação. Quer isto dizer que, ao ir à frente, o
dedo não perde o contacto com o gatilho,
deixando-o armar de forma lenta e suave.
91
• Na pistola, por exemplo, a perspectiva que o
atirador deve ter da mirada aos 10, 15 e 20 mts. É,
sensivelmente, a seguinte:
92
disparo) facto que todos os outros atiradores
poderão confirmar;
93
94
SEGURANÇA E CONDUTA PESSOAL
“Uma brincadeira com uma arma de fogo acabou da pior
maneira num bar em Grândola, com um soldado da GNR a
desfechar um tiro na sua própria cabeça, soube o Correio da
Manhã.
O acidente teve lugar por volta da uma hora da manhã de ontem
num bar da vila de Grândola e foi presenciado por um colega da
vítima e um grupo de mais de cinco pessoas.
Os dois soldados da GNR, ambos a prestar serviço no posto
territorial de Grândola, estavam a conversar sobre armas de fogo,
quando, um deles pediu ao colega a arma pessoal emprestada para,
segundo consta, mostrar um “truque novo”.
Fonte do Comando Geral da GNR disse que o guarda Luís
Fernando Branco Nunes, de 29 anos, alistado na corporação desde
1993 retirou as munições que estavam no tambor do revólver.
Todavia, tudo leva a crer que uma bala .32 ficou esquecida no
tambor e quando o militar levou o revólver à cabeça e premiu o
gatilho foi atingido mortalmente, perante a estupefacção de todos os
presentes. O militar da GNR ainda foi evacuado para uma unidade
hospitalar, mas chegou cadáver.
O mesmo responsável do Comando Geral da GNR, em Lisboa,
adiantou que o soldado falecido estava fora de serviço, assim como
o camarada. Recorde-se que este não foi o primeiro acidente com
armas de fogo manuseadas por agentes de autoridade em aparentes
brincadeiras que acabam por culminar em morte.”
In Correio da Manhã de 17DEC96
97
• Regra quatro: Certifique-se do seu alvo e do que está por trás
dele. Não dispare para um som ou um barulho, certifique-se
sempre que se trata do alvo para o qual quer atirar.
Conforme se pode facilmente concluir, nenhuma destas regras se
baseiam em dispositivos de segurança, mas antes num adequado
estado de espírito o qual deve ser sempre observado quando se
manuseiam armas.
24
Estas situações são as decorrentes do enquadramento legal (em particular o DL
n.º 457/99 de 05 de Novembro). A ordem de introdução de munição na câmara será
dada pelo Cmdt da força que estiver empenhada ou, na sua impossibilidade, deverá
ser o próprio militar, mediante a análise que fizer da situação envolvente, a decidir.
99
• Nunca apontar a arma a alguém ou algo - excepto em
situações imperiosas de serviço -, se não pretende fazer
fogo, mesmo sabendo que está descarregada;
• Nunca aceite, devolva ou pouse uma arma sem que esteja
descarregada, com o cão desarmado e com o tambor aberto
(no caso dos revólveres);
• Verifique com frequência o estado de conservação e limpeza
da sua arma, pois só assim poderá prevenir futuras avarias,
que teriam consequências graves em situação de crise.
Tenha especial atenção ao bom funcionamento e
desobstrução do carregador, corrediça/culatra, câmara e
cano;
• Ao terminar o serviço, se possível, guarde a arma na
arrecadação de material de guerra;
• Não leve a arma para a caserna, nem a deixe guardada no
armário;
• Não se iniba de chamar à atenção ou repreender um seu
camarada ou subordinado, sempre que verificar que estão a
ser desrespeitadas as normas elementares de segurança;
• Ao guardar a sua arma em casa, descarregue-a e efectue as
operações de segurança, coloque-a num local onde seja
inacessível a qualquer outra pessoa, em especial a crianças,
de preferência num compartimento fechado à chave. A arma
e as munições devem ser guardadas em locais separados;
• Não abandone nunca a sua arma, pois pode ser usada contra
si;
• Nunca deixe a arma em local onde possa ser facilmente
furtada, como por exemplo no porta-luvas do carro;
• Quando trajar à civil, transporte a sua arma num local
dissimulado. Deve de preferência usar uma “sovaqueira”;
• Nunca trepe ou salte um obstáculo, com munição
introduzida na câmara da arma;
• De igual modo, nunca a aponte para si agarrando na boca do
cano;
100
• Quando transportar a arma na mão, nunca deixe que
qualquer parte da mão ou outro objecto toquem no gatilho;
• Nunca deixar a pistola pronta a fazer fogo, se essa não for a
sua intenção;
• Utilize sempre munições de qualidade e do calibre
apropriado para a sua arma;
• Nunca ingira bebidas alcoólicas ou drogas antes ou durante
a realização do tiro;
• Utilize sempre óculos de protecção e protectores de ouvidos
durante o tiro;
• Tenha sempre a patilha de segurança em segurança e o cão
abatido, apenas alterando esta posição quando estiver pronto
para fazer tiro. Mantenha a arma apontada numa direcção
segura - linha de alvos ou espaldão - quando colocar a
patilha de segurança em fogo;
• Contar os disparos para saber as munições que ficam no
carregador, para que se possa, numa acção rápida, trocar de
carregador enquanto existe munição na câmara;
• Mantenha-se fora da zona normal de ejecção dos invólucros,
afastando da mesma eventuais camaradas que estejam perto
de si;
• Nunca premir o gatilho ou colocar o dedo no guarda-mato,
se não tiver em condições de apontar a um alvo e fazer fogo;
• Tenha sempre absoluta certeza quanto ao seu alvo e à zona
por detrás dele, antes de premir o gatilho. Um projéctil pode
percorrer uma distância de várias dezenas/centenas de
metros, para além do alvo - se o espaldão não o retiver -;
• Nunca dispare contra uma superfície dura, como rocha ou
aço, ou uma superfície líquida, como água;
• Nunca dispare perto de um animal, a não ser que esteja
treinado para aceitar o som produzido;
• Nunca incorra em “brincadeiras” quando tiver a sua arma
empunhada;
• Em caso de falha de disparo, mantenha sempre a arma
apontada ao alvo, ou para uma área segura, e espere 10 seg.
101
Se por acaso ocorreu uma falha na ignição da munição,
retardando a mesma, o disparo pode ocorrer passados 10
seg. Se, após transcorrido este tempo a situação se mantiver,
accione novamente o gatilho. Se mesmo assim não ocorrer o
disparo, e o motivo não seja visível (como poderia acontecer
se não tivesse havido extracção completa, e o invólucro
estivesse a impedir a introdução da munição seguinte) deve-
se proceder de acordo com a seguinte sequência:
♦ Colocar a patilha/comutador de segurança em segurança,
♦ Retirar o carregador,
♦ Puxar a culatra/corrediça à retaguarda,
♦ Retirar a munição e examiná-la, a fim de determinar se
houve ou não percussão. Se não houve, a causa pode
ficar a dever-se ao percutor estar partido, pelo que é
aconselhável fazer com que a arma seja observada pelo
mecânico de armamento. Se houve, a causa é a munição.
• Assegure-se sempre que a sua arma não está carregada antes
de a limpar ou guardar;
• Não efectue modificações na arma, pois o mecanismo de
segurança e o seu próprio funcionamento podem ser
afectados;
• Tenha sempre particular atenção a sinais de corrosão,
utilização de munições danificadas, deixar cair a arma no
chão, ou outro qualquer tipo de tratamento inapropriado,
pois tal pode causar estragos imperceptíveis. Se tal
acontecer entregá-la ao mecânico de armamento da Unidade
para que seja vista;
• Nunca abusar da utilização da arma, para fins distintos da
realização de tiro (real/“em seco”);
• Não deixe que lhe aconteça a si, ou junto de si, acidentes em
que posteriormente diga ou oiça dizer “pensava que a arma
estava descarregada!...”;
• NÃO LEIA apenas estas regras básicas!, PRATIQUE-AS e
obrigue quem estiver junto a si a fazê-lo.
102
Pense sempre que o primeiro e mais importante aspecto da
segurança de qualquer arma é o atirador. Todos os dispositivos
de segurança são mecânicos e o atirador é o único que põe a
arma em fogo/segurança. Não confie naqueles dispositivos,
pense de forma prevista e evite situações que possam provocar
acidentes.
Pelo facto das armas se distinguirem pelo seu manuseamento, o
atirador nunca deve disparar com a arma antes de com ela se
ter familiarizado. É necessário estudar o seu funcionamento e
praticar o seu manejo, sem a carregar - exercícios “em seco” -,
para se familiarizar com ela.
105
4.º Quando não estão a ser manuseadas, as armas devem
estar com:
• A corrediça/culatra à retaguarda (ou, no caso dos
revólveres, com o tambor aberto);
• A patilha/comutador de tiro em segurança e visível;
• Cano direccionado ao alvo – quando não estiverem nos
coldres -;
• Janela de ejecção virada para cima (Espingarda
Automática G-3 e pistolas metralhadoras);
106
8.º No caso de se efectuar tiro com movimento, um meio
expedito para reforçar as condições de segurança, a fim
de evitar um disparo fortuito, é colocar o dedo polegar
da mão fraca (mão que auxilia aquela que empunha a
arma) entre o cão e o percutor.
107
10.º Durante a execução do tiro com pistola, evitar o
“hábito” de, após o disparo, observar o alvo, apontando
a arma para o próprio pé do atirador;
108
12.º Durante a execução do tiro com espingarda ou com
pistolas metralhadoras, os atiradores esquerdinos devem
ter particular atenção à colocação do dedo polegar
direito (nunca sobre a janela de ejecção);
26
Não obstante, este ambiente de tensão e nervosismo é adequado para o treino de
situações que possam vir a ocorrer, contribuindo para criar um maior realismo. Por
esta razão, esse treino apenas deve ser conduzido numa fase posterior à técnica de
tiro e ao tiro em CT. Após a apreensão destes pressupostos, pode-se então partir
para a criação daquelas situações.
109
• Aguardar 10 seg. e efectuar novo disparo, pois a
primeira percussão do fulminante pode não ter sido bem
efectuada;
• Colocar a patilha/comutador de tiro em segurança;
• Retirar o carregador;
• Puxar a corrediça/culatra à retaguarda;
• Tentar identificar e solucionar a avaria. Caso não seja
possível, levantar o braço livre, chamando a atenção de
quem estiver a dirigir o tiro, aguardando que este se lhe
dirija;
• Em todo este processo a arma e o atirador estão sempre
direccionados para a linha de alvos.
15.º Fora da linha de tiro a arma está sempre no coldre ou
devidamente acondicionada;
16.º Se tem que manusear a arma fora da linha de tiro deve:
• Pedir autorização a quem estiver a dirigir o tiro;
• Transportar a arma desmuniciada e descarregada;
• Afastar-se dos camaradas e dirigir-se para zona segura;
17.º Após haver terminado o manuseamento deve pedir
autorização para se reintegrar, transportando a arma da
mesma forma quando saiu da linha de tiro;
18.º Quando estiver terminada cada série/sessão de tiro,
tomar sempre os seguintes procedimentos, adaptando-
os às várias armas:
• Colocar a patilha/comutador de tiro em segurança;
• Retirar o carregador;
• Puxar a corrediça/manobrador à retaguarda, fixando-
a/o;
• Colocar a arma em cima do pano de tenda, ou colocá-la
no coldre, conforme foi visto no n.º 4;
• Recuar cerca de 2 metros e municiar o carregador
vazio;
110
• Aguardar a voz de ir “aos alvos”. Após esta, deslocar-se
até à frente do alvo e verificar o resultado obtido - na
CT de 100 metros o atirador não se desloca aos alvos,
pois o resultado é-lhe dado através do
apontador/pastilheiro e confirmado via rádio -;
• Aguardar a voz de regressar “às linhas” - após esta,
deslocar-se até à linha -;
19.º Quando estiver terminada a tabela de tiro, quem dirige
o tiro deve dar indicações a todos os atiradores para:
• Efectuarem as operações de segurança;
• Acondicionarem novamente as armas nos locais onde
foram transportadas;
• Certificarem-se de que nada fica esquecido e que a CT
continua limpa.
6. A ATITUDE DO MILITAR
111
• Procurar avaliar o local onde se vai “abrir fogo”, incluindo o
disparo de aviso para o ar, visto que nos centro urbanos, há
possibilidade de atingir inocentes, dentro ou fora do local da
actuação;
• Não abandonar nunca a arma, a qual deve estar sempre em
contacto físico com o atirador nem mudá-la de mão para efectuar
qualquer operação. Por regra, a mão que empunha a arma
nunca a deve largar, servindo a outra para a execução das
operações que forem necessárias;
• Se for necessário disparar contra uma viatura em fuga, tomar uma
posição o mais baixa possível - de joelhos ou deitado - e apontar
para os pneus da mesma, nunca directamente para o habitáculo
dos passageiros;
• É totalmente interdito o fogo de “rajada”;
• Ao ser alvejado de local incerto, é interdita a abertura imediata de
fogo, pois o procedimento correcto será procurar abrigo e tentar
localizar a ameaça para posterior neutralização;
• Deve praticar o disparo e o municiamento com a mão fraca porque
pode ter essa necessidade em virtude de, por exemplo, ter sido
ferido na mão forte (mão que empunha a arma);
• Neste sentido, deve também praticar a montagem, desmontagem e
municiamento da pistola com uma só mão;
• Em situações de alteração da Ordem Pública, as armas devem ter
o carregador municiado e introduzido, a câmara sem nenhuma
munição e a patilha de segurança/comutador de tiro em segurança.
A ordem de introdução de munição na câmara só deve ser dada
pelo comandante das forças empenhadas e apenas quando houver
fortes probabilidades de emprego das armas de fogo, já que em
ambientes de grande tensão, qualquer provocação poderá conduzir
a um disparo involuntário, levando o resto das forças a julgarem
que teria sido dada ordem para abertura de fogo. Quando o
comandante tiver necessidade de dar esta ordem, poderá indicar
um número reduzido de atiradores.
No caso da patrulha se deparar com uma situação que motive o
recurso a arma de fogo, e não sendo possível ao militar mais
antigo dar a ordem de introdução de munição na câmara, terá de
112
ser o próprio militar a proceder em conformidade com o
desenrolar da situação;
• Depois de abrir fogo, devem ser tomadas as seguintes medidas:
♦ Identificar os feridos e prestar os primeiros socorros;
♦ Solicitar assistência médica;
♦ Caso tenham ocorrido mortes, não permitir que os corpos
sejam removidos por parentes ou amigos;
♦ Recolha de identidades de testemunhas neutras, que possam
ter presenciado a situação;
♦ Preservar os meios de prova (localizando e referenciando
vestígios dos disparos);
♦ Deter os suspeitos;
♦ Comunicar a ocorrência (de forma verbal e escrita).
É preciso, igualmente, não esquecer que a Comunicação Social
pode aproveitar uma qualquer situação para denegrir a imagem das
forças policiais, conforme se exemplifica através da legenda e
fotografias a seguir indicadas:
“A sequência exemplar: um agente da GNR, emboscado atrás de
um muro, tira a pistola e carrega-a. Agora, ninguém sabe quem
atirou a matar” in Revista Visão n.º 66 de 27JUN94.
113
2.1 Adequação do estado de espírito/prontidão à situação
As potenciais situações de conflito que actualmente ocorrem a
todo o momento na nossa sociedade, conduzem à necessidade
dos agentes das Forças de Segurança, para salvaguarda da sua
integridade física e da de terceiros, adoptarem uma atitude de
prontidão, a qual se torna mais perceptível e real quando o
agente se apercebe que a munição que entretanto introduziu na
câmara pode ser aquela que lhe poderá salvar a vida.
Enquanto agente de uma Força de Segurança, o militar da
Guarda pode, com efeito, ver-se envolvido numa situação
conflituosa que pode ocorrer a qualquer momento em qualquer
lugar, razão pela qual é preciso que esteja preparado para tal. É
este estado de permanente prontidão que pode muitas das vezes
superar a intromissão de um factor surpresa que claramente
possa jogar contra o militar.
É preciso estar sempre preparado para lidar com situações
difíceis, as quais podem mesmo envolver a utilização de uma
arma de fogo. Também é evidente que é impensável estar num
estado de permanente alerta. A análise constante do evoluir da
situação deverá dizer ao militar se aquela é ou pode vir a ser
uma situação de potencial perigo, obrigando-o a reagir em
conformidade. O essencial é que não se deixe surpreender por
qualquer evolução inesperada.
O militar deve assim procurar desenvolver um estado de
espírito em que o surgimento de uma possível ameaça não
constitua uma surpresa para si. Ao invés de perguntar o que se
está a passar, ou a tentar perceber isso, o militar deve ter a
consciência de que o que eventualmente possa estar a acontecer
é algo que por si já era esperado. Em vez de enfrentar a
situação com perplexidade, deve-a enfrentar com coragem e
tenacidade.
A maior parte dos seres humanos têm alguma relutância em
produzir violência contra os seus semelhantes. Efectivamente,
mesmo ao ler estas linhas, o leitor não estará emocional e
psicologicamente preparado para exercer violência contra
alguém. Mesmo se fosse atacado repentinamente, demorariam
114
alguns (preciosos) segundos até que se apercebesse aquilo que
estava de facto a acontecer.
A reacção que muitas pessoas revelam à súbita violência é de
descrença. A realidade é algo que, momentaneamente, lhes
escapa. Tal é facilmente perceptível, porque a violência não é
algo com que tenham de lidar diariamente, sendo esta falta de
“estímulo” que acaba por conduzir a alguma acomodação.
Com alguma frequência, quando os agentes das forças policiais
se envolvem em situações potencialmente perigosas, parecem
inclinados a “negociar” uma saída pacífica duma situação que
nada tem de pacífico. Para assegurar a execução das reacções
mais adequadas, o militar precisa de desenvolver um estado
crescente de alerta e prontidão. Isto auxilia-o na adopção das
reacções mais apropriadas a qualquer tipo de situação, assim
como a controlar eventuais tendências de “sobrereacções”. A
melhor maneira para desenvolver isto é através da definição de
um código de cores que representam diferentes estados de
alerta e prontidão, relacionados com diferentes estados de
espírito.
• Condição branca - O primeiro estado mental corresponde a
um estado de vigilância normal, de alguma despreocupação
relativamente ao ambiente circundante, correspondendo à
situação que experienciamos quando estamos a dormir ou
envolvidos numa qualquer tarefa, como por exemplo, ler um
livro. Este estado é caracterizado pela cor branca, sendo de
evitar sempre que estamos no desempenho do serviço e, em
especial, quando estamos armados.
• Condição amarela - Se a condição branca corresponde, de
certa forma, a um relaxamento praticamente total, a uma
desatenção, esta condição amarela corresponde a algum
relaxamento, mas de forma atenta. Quando nos encontramos
neste estado, apercebemo-nos daquilo que se vai
desenrolando à nossa volta. Digamos que, 99% das vezes o
ambiente circundante pode não ser hostil, mas encontramo-
115
nos prontos para a eventualidade da situação se inverter.
Estamos atentos e em alerta.
• Condição laranja - Nesta condição apercebemo-nos da
possibilidade de um problema específico relativamente ao
qual começamos a desenvolver um plano táctico. Agora
apercebemo-nos de que não só pode haver a possibilidade
de usar uma arma como o alvo específico contra o qual a
usar. Mentalmente, é fácil transitar da condição amarela
para a laranja, mas não tanto da branca para a laranja.
• Condição vermelha - A transição da condição anterior para
esta depende das acções do possível infractor. Atingimos a
condição vermelha quando nos apercebemos de que é muito
provável desenrolar-se uma situação com alguma violência,
pelo que o nosso sistema está em alerta total e pronto para
uma resposta imediata. Muito provavelmente a pistola
poderá já estar empunhada e pronta para efectuar o primeiro
disparo num curto espaço de tempo, aguardando apenas o
momento ideal para iniciar a acção, o qual corresponde a
uma acção suficientemente agressiva que, à luz da
legislação vigente, justifique a nossa resposta. Esta será
assim uma resposta condicionada, instantânea.
Quando a luta começar não nos podemos prender a
pormenores irrelevantes que nos possam condicionar a
nossa acção. É preciso focar toda a atenção no desenrolar da
situação. Não devemos pensar sequer na possibilidade de
falhar um tiro. Se por acaso falharmos tal não deve ser
motivo de preocupação, outras oportunidades surgirão, tal
como também não devemos pensar de que poderemos ser
atingidos, contudo devemos sempre minorar o risco de tal
vir a acontecer. A chave é concentrarmo-nos no momento
que está a decorrer e nas tarefas a desenvolver, o que
significa que estamos a focar a nossa concentração e atenção
naquilo que estamos a fazer.
Mentalmente falando, existe uma linha muito ténue entre
aquilo que experienciamos e aquilo que imaginamos, sendo
116
este o segredo. Temos tendência a reagir antes, durante e
depois de uma situação conflituosa da forma como
programámos a nossa acção. Treinámos e programámos as
reacções adequadas a ter em determinadas situações, as quais
devem ser o mais variadas possível, sendo dessa forma que
esperamos vir a reagir.
Podemos também programar a forma como pensamos, através
de treinos mentais baseados nas probabilidades com que nos
podemos defrontar. Estes problemas tácticos serão resolvidos
mentalmente, imaginando-nos a ter o controlo completo do
nosso corpo, a não vacilar perante a situação e a disparar como
deve ser, não nos preocupando tanto com o resultado.
Visualisamos o adversário como alguém que está condenado
pelos seus próprios actos, não sentindo quaisquer remorsos,
quando não será a nossa própria integridade física, e a de
eventuais terceiros, que poderá estar seriamente afectada.
É preciso aprender a controlar a nossa mente da mesma forma
que é preciso aprender a disparar correctamente.
Todos estes processos que têm a ver com a concentração nas
tarefas, a visualização mental e o controlo corporal são
aspectos bastante desenvolvidos ao nível da prática de quase
todas as modalidades desportivas. Se tiver curiosidade existe
vasta bibliografia especializada sobre a matéria que lhe dará
uma visão mais pormenorizada sobre o assunto.
Após a refega, existirá provavelmente a sensação de alívio
seguida por uma sensação de cumprimento da missão e de
exaltação por estarmos vivos. Este sentimento poderá durar
alguns dias, havendo também a tendência para contar o
sucedido a todos os camaradas e amigos. É preciso resistir a
esta manifestação entusiástica, tornando-se antes necessário
manter alguma descrição.
Existirão aqueles que, eventualmente, nos criticarão, nos
acharão rudes, independentemente da nossa acção ter sido legal
e necessária, tornando-se mesmo inconvenientes. Para quem
procede assim, a melhor resposta a dar é ignorar a sua
presença.
117
É igualmente necessário estarmos preparados para eventuais
referências pouco abonatórias por parte da comunicação social,
pelo que, se agimos em consciência e dentro da legalidade,
cumprimos a nossa missão.
Antes de irmos à luta é preciso estarmos alerta, estarmos
prontos e decididos. Durante a luta, concentremo-nos na
solução dos problemas que nos forem surgindo, o que implica
termos sempre a preocupação de disparar bem. Depois da luta,
devemos estar conscientes de ter cumprido o nosso dever, mas
mantendo sempre a tal descrição.
7. TIRO DE ESPINGARDA
1.3 Introdução
A Técnica de Tiro de Espingarda apresenta muitas afinidades
com a Técnica de Tiro de Pistola. Conforme iremos ver, os
elementos que as constituem são idênticos. A grande
diferença reside nas miras27 e nas características da própria
arma. De tamanho superior, a espingarda é uma arma útil para
o cumprimento de determinado tipo de missões que podem
obrigar à utilização de um maior poder de fogo, como forma
dissuasora. Por esta razão, tal como se referiu para a pistola, o
militar deve identificar todos os procedimentos que lhe
permitam tirar o máximo rendimento deste tipo de arma, caso
dela tenha de fazer uso. Não basta apenas transportar a arma
consigo, é preciso saber o que fazer e os cuidados a ter
quando se utiliza uma arma que tem um alcance máximo
superior aos 1000 metros. A inobservância dos princípios que
irão aqui ser enunciados poderá conduzir a erros grosseiros
27
Na pistola temos miras abertas, isto é, os seus contornos não são circulares,
enquanto na espingarda, ao invés, temos miras fechadas.
118
que, no limite, poderão causar danos em alguém, ou algo,
situado muito longe do local da contenda.
Comecemos então por tecer algumas considerações
relativamente aos aspectos mais relevantes que o utilizador
deve ter em mente para conseguir utilizar a arma de forma
eficaz.
A eficácia do tiro depende:
• Do conhecimento, manutenção e preparação da arma para
o tiro, tornando-se absolutamente necessário que o
atirador:
♦ Conheça perfeitamente a arma que utiliza;
♦ Mantenha a arma em boas condições de limpeza e de
funcionamento;
♦ Prepare cuidadosamente a arma para o tiro;
♦ Mantenha o aparelho de pontaria rectificado, limpo,
seco, sem brilho e sem folgas;
♦ Prepare e inspeccione cuidadosamente as munições que
vai utilizar.
• Do correcto manuseamento da arma e aplicação da técnica
de tiro, exigindo-se que o atirador:
♦ Saiba manusear a arma com segurança;
♦ Proceda com rapidez e facilidade às mudanças de
carregador;
♦ Conheça o aparelho de pontaria e seja capaz de
escolher, com facilidade, a alça apropriada para bater o
alvo;
♦ Faça um criterioso aproveitamento na escolha da
posição de tiro;
♦ Execute uma pontaria correcta e a mantenha até ao
momento do disparo.
119
Para que o atirador possa obter eficácia no tiro, terá de fazer uso
dos requisitos, ou elementos, fundamentais de tiro, que são:
• Tomar a posição;
• Suspender a respiração;
• Fazer a pontaria;
• Executar o disparo;
• Fazer “seguimento”.
30º
124
2.1.1.7 Situações em que se deve utilizar esta
posição
Idealmente, a posição de atirador deitado
deverá ser adoptada nas seguintes situações:
• Quando haja necessidade de grande
precisão na execução do tiro;
• Para bater um alvo móvel;
• Quando o tempo disponível para a tomada
de posição o permita (já que esta posição
exige mais tempo de preparação do que a de
joelhos ou de pé);
• Quando o alvo a atingir esteja à mesma
altura do terreno onde se encontra o
atirador;
• Quando se pretenda imobilizar uma viatura
em andamento, atingindo as rodas, visto
oferecer maiores garantias de que o tiro não
atingirá os ocupantes;
• Para bater alvos colocados a grandes
distâncias.
2.1.2 Tomar a posição de Joelhos para o atirador direito
É uma posição equilibrada e também bastante estável.
125
última fizesse um ângulo de cerca de 40º30
com a linha do alvo;
30
126
ligeiramente avançado em relação ao
joelho);
• O joelho e o cotovelo esquerdo deverão
situar-se tanto quanto possível por baixo da
arma;
• A mão esquerda deve segurar a arma na
junção do alojamento do carregador com o
guarda-mão com firmeza, mas sem fazer
esforço, encaixando a arma sobre o “V”
formado pelo polegar e pelo indicador e
sobre a palma da mão.
127
2.1.2.6 Situações em que se deve utilizar esta
posição
• Quando não há tempo para assumir a
posição de deitado;
• Sempre que o terreno, pelas suas
características, não permita a posição de
deitado;
• Quando o alvo não for visível da posição de
deitado.
128
2.1.3 Tomar a posição de pé para o atirador direito
É a posição menos estável e que exige maior esforço
muscular. Por estas razões, a aquisição de uma boa
posição de pé exige bastantes cuidados e treino,
podendo ocupar bastante tempo.
130
2.1.3.5 Posição dos ombros, pescoço e cabeça
• O ombro esquerdo deve estar ligeiramente
avançado, enquanto que o direito deve estar
mais recuado, isto em relação ao alvo;
• O pescoço deve estar relaxado, de forma a
não afectar a circulação;
• A face deve permanecer firmemente
apoiada contra a coronha (exactamente
abaixo da maçã do rosto, mas sem encostar
o delgado a esta última).
131
2.1.3.6 Situações em que se deve utilizar esta
posição
• Quando se torna necessário executar o tiro
rapidamente;
• Quando se necessita tomar uma posição
elevada para bater o alvo;
• Para bater alvos em movimento;
• Dado a sua pouca estabilidade, só deve ser
assumida para bater alvos colocados a
distâncias inferiores a 100 metros.
132
suspender31 a respiração por alguns segundos, momentos
antes de ultimar a pontaria e efectuar o disparo.
A maneira correcta de respirar e suspender a respiração
enquanto se faz pontaria é a seguinte:
• Fazer uma inspiração normal e expirar parte do ar
inspirado;
• Manter algum ar nos pulmões, evitando manter o
diafragma sobre tensão;
• Não fazer uma suspensão demasiado prolongada, de forma
a não ultrapassar 10 a 12 segundos;
• Se não se conseguir fazer o disparo, retomar a respiração
normal com dois ou três ciclos de respiração completa para
relaxar e repetir então novamente o processo.
Ranhura
Alinhamento
2
Furo
134
2.3.2 A mirada,
A mirada, ou seja o alinhamento do aparelho de
pontaria em relação ao alvo, inclui o alinhamento do
aparelho de pontaria e a sua colocação sobre o centro
(para pequenas distâncias ou centro do alvo de
grandes dimensões) ou base do alvo (para grandes
distâncias ou centro do alvo de pequenas dimensões);
Se uma linha vertical cortar ao meio o ponto de mira,
o centro do alvo deverá aparecer também cortado em
duas metades. Se uma linha horizontal passar pelo
topo do ponto de mira, ela deverá ser tangente ao
bordo inferior do centro do alvo ou, no caso deste ser
de grandes dimensões, cortá-la horizontalmente em
duas metades;
Para se obter uma mirada correcta, o aparelho de
pontaria deverá estar perfeitamente alinhado e
centrado com o alvo, como se ilustra na figura:
Mirada ao Mirada à
136
Como conclusão, um pequeno erro no alinhamento do
aparelho de pontaria produzirá um maior desvio do
impacto no alvo do que um pequeno erro na mirada,
pelo que, a imobilidade da arma durante o disparo é da
maior importância.
Dada a importância da obtenção do perfeito
alinhamento do aparelho de pontaria e da sua
manutenção até ao momento do disparo, o atirador
deve concentrar-se no mesmo antes e depois de
efectuada a mirada; isto é, procurará inicialmente
alinhar o ponto de mira e a ranhura de mira ou o furo
dióptrico e o túnel do ponto de mira, colocando em
seguida o centro do alvo sobre o ponto de mira e
finalmente, enquanto prime, lentamente, o gatilho,
ajusta de novo o alinhamento do aparelho de pontaria.
Com a prática, estas três acções constituem um
contínuo e automático processo, sendo efectuadas
quase simultaneamente. Todavia, apesar da rapidez
com que possam ser efectuadas, elas são sempre
distintas, uma vez que a vista humana não consegue
focar ao mesmo tempo objectos situados em planos
diferentes, mas somente um de cada vez. Assim,
quando o atirador olha através da ranhura de mira ou
furo dióptrico, ele não verá com a mesma nitidez o
ponto de mira com o seu túnel e o centro do alvo ao
mesmo tempo. Assim, ele concentra-se primeiro no
aparelho de pontaria, para estabelecer o alinhamento
correcto; depois, concentra-se sobre o centro do alvo,
para obter a mirada correcta e, finalmente, enquanto
prime o gatilho, deverá focar, novamente, o aparelho
de pontaria, de forma a assegurar o alinhamento
correcto. Nesta altura, ele deverá ver com nitidez o
ponto de mira, enquanto que o centro do alvo não lhe
aparece nítido, mas sim enublado, conforme se vê na
ilustração:
137
Mal Bem
139
um ou outro lado, provocando assim o desalinhamento do
aparelho de pontaria.
Como o gatilho das espingardas é, normalmente, muito
“pesado”, o atirador poderá optar por colocar o dedo neste, de
forma a que o seu accionamento seja efectuado pela junção da
falanginha com a falangeta (curva a seguir à cabeça do dedo).
140
2.6 Sequência ideal para o tiro
Em resumo, e para se obter um tiro eficaz, o atirador deve
executar a seguinte sequência:
1. Tomar a posição correcta;
2. Fazer a pontaria;
3. Retirar a folga do gatilho;
4. Suspender a respiração;
5. Rectificar a pontaria;
6. Pressionar o gatilho;
7. Fazer o “seguimento.
141
• Depois do atirador assumir a posição correcta, vai alinhar
o aparelho de pontaria, concentrando-se durante períodos
de cerca de 15 segundos (deve apontar a uma parede
branca). Durante a execução deste exercício, a
preocupação fundamental e exclusiva deverá ser o
alinhamento do aparelho de pontaria;
• Repetir este exercício para uma das três posições
anteriormente vistas.
NOTA: Neste exercício, não se deve disparar.
142
3.5 Treino de disparo
O objectivo do exercício n.º 5 é: depois de retirar a folga do
gatilho, pressioná-lo suavemente, sem produzir “gatilhadas”
(percepção do movimento e peso do gatilho). Para tal deve-se
ter em atenção o seguinte:
• Começar pela execução do exercício n.° 1, adoptando uma
posição à escolha do atirador;
• Depois de assumida a posição de tiro, fechar os olhos e
concentrar-se única e exclusivamente no accionamento do
gatilho (atenção à colocação correcta do dedo no gatilho);
• O atirador, de início, deve retirar a folga do gatilho e
procurar aperceber-se do peso do mesmo, até ser
produzido o disparo;
• Accionar o gatilho várias vezes, tentando produzir um
disparo o mais suave possível. No entanto, deve procurar
produzir o disparo em tempo útil, ou seja, antes de
começar a sentir fadiga por ausência de respiração; como
regra, não deve ultrapassar-se os 10 segundos até à
produção do disparo.
143
O objectivo do exercício n.º 7 é: efectuar disparos correctos,
observando todos os elementos fundamentais para a execução
do tiro. Para tal deve-se ter em atenção o seguinte:
• Tomar a posição de tiro;
• Levar a arma à zona de pontaria;
• Alinhar correctamente o aparelho de pontaria;
• Fazer correctamente a mirada;
• Pressionar o gatilho, retirando a sua folga;
• Suspender a respiração;
• Executar o disparo;
• Efectuar o “seguimento”.
4.1 Generalidades
O poder derrubante da caçadeira é comparável com a sua
reputação e aparência intimidativa.
A caçadeira é uma arma versátil e rápida capaz de efectuar
um tiro preciso a pequenas distâncias, tendo boa penetração e
derrube. Em caso de haver problemas com a super-penetração
é aconselhável utilizar munições com chumbos diferentes,
permitindo assim que os mesmos reduzam a sua velocidade e
potencial letais se não atingirem o alvo.
Este tipo de armas oferece as seguintes vantagens:
• Reduz a possibilidade de que um presumível infractor
tenha para a tirar ao militar;
• O seu alcance limitado torna-a aconselhável para
operações em que tal seja um cuidado acrescido a ter em
conta (exemplo; busca e montar segurança a essa
operação).
Contudo, oferece as seguintes desvantagens:
• Reduzida capacidade de carregamento;
144
• Reduzida precisão;
• Fracas características de empunhamento;
• Grande dispersão de tiro (à medida que aumenta a
distância);
• O recuo é mais pronunciado;
• É mais perigoso para o atirador.
145
Manobrador à Manobrador
4.3 Treino com caçadeira
Tal como com as outra armas, os militares devem estar
totalmente familiarizados com a caçadeira. Os tópicos a rever
são:
• Segurança e manuseamento.
• Carregar e descarregar.
• Fazer a manutenção.
• Resolução de possíveis avarias.
• Execução do tiro.
NOTA: A desmontagem e montagem da arma só deve ser
feita por pessoal especializado.
O treino com este tipo de armas deve envolver a
criação de situações que levem o militar a fazer tiro
para uma determinada área, utilizando alvos ou
pontos de referência (tais como uma caixa em
cartão). Conforme se referiu, não é tanto a precisão
que interessa, mas sim a habituação em
146
carregar/descarregar32 (normal e alternativo) e fazer
tiro com rapidez.
32
147
2.2.1 Tipo de Funcionamento
É uma arma semi-automática, de cano fixo, que funciona pela
acção indirecta dos gases (os gases resultantes da explosão da
carga da munição exercem a sua acção na culatra, por intermédio
da base do invólucro).
2.2.2 Corrediça
A arma não dispõe de culatra propriamente dita, mas sim de um
bloco, designado de corrediça, que desempenha as mesmas
funções.
2.2.3 Armar
Arma no movimento de puxar a corrediça à retaguarda
e levá-la à frente.
2.2.4 Mecanismo de disparar
O mecanismo de disparar permite a execução de tiro
semi-automático (tiro a tiro), sendo o disparo feito em
acção dupla (ao ser puxado o gatilho, o percutor
acompanha o movimento deste, através da peça de
arraste e, quando esta faz o seu abaixamento, o
percutor solta-se, indo embater no fulminante da
munição) e ainda, permite o tiro automático (rajadas
de 3 tiros), quando se lhe adapta uma coronha.
2.2.5 Segurança
É conseguida através de
uma patilha de segurança,
situada à frente e por
cima do gatilho, que,
estando na sua posição
mais baixa, coloca a arma
em segurança (por imobilização do gatilho) e, estando
na sua posição mais elevada, coloca a arma pronta a
efectuar o tiro, sendo apenas necessário pressionar o
gatilho.
148
2.2.6 Indicador de posição do percutor
A alavanca esquerda do gatilho indica a posição do
percutor, já que se torna saliente à medida que se vai
accionando o gatilho.
2.4 Alimentação
• Carregamento por carregador com capacidade para 18
munições;
• Transporte no carregador através do elevador e mola.
149
2.5 Munições
A pistola utiliza munições de calibre 9 X 19 mm Parabellum
M/70, com projéctil derrubante e encamisado.
Chama-se a atenção de que, para além desta munição, existe
também a munição calibre 9 mm M/47, sendo esta mais
potente e distinguindo-se da primeira, por o projéctil ter uma
ogiva mais afilada, não devendo ser utilizada nesta pistola,
visto provocar o desgaste prematuro do material.
A munição 9 mm M/47 foi concebida para ser utilizada nas
pistolas metralhadoras e noutras pistolas.
3 DADOS NUMÉRICOS
3.1 Pesos
• Peso da arma com carregador municiado
..............................................................................................
1,161 Kg
• Peso da arma
..............................................................................................
845,3 g
• Peso do carregador
..............................................................................................
101,5 g
• Peso da coronha
..............................................................................................
574,1 g
• Peso da munição
..............................................................................................
11,9 g
150
• Peso do projéctil
..............................................................................................
7,5 g
3.2 Dimensões
• Da arma
..............................................................................................
20,4 cm
• Da coronha
..............................................................................................
34,2 cm
• Do cano
..............................................................................................
11,6 cm
• Altura
..............................................................................................
14,2 cm
• Largura
..............................................................................................
3,2 cm
3.3 Estriamento
• N.º de estrias
..............................................................................................
6
• Sentido das estrias
..............................................................................................
Dextrorsum
3.4 Calibre
• Calibre da arma
..............................................................................................
9 mm Parabellum
151
3.5 Capacidade
• Capacidade do carregador
..............................................................................................
18 munições
3.6 Dotações
• Carregadores
..............................................................................................
3
• Munições
..............................................................................................
54
4 DADOS BALÍSTICOS
4.2 Alcances
• Prático
..............................................................................................
50 m
5.2.1 Corrediça
1 - Corrediça com ponto de mira; 2 - Extractor;
3 - Perno de pressão do extractor; 4 - Mola do
extractor;
5 - Alça de mira; 6 - Mola
recuperadora do percutor;
7 - Percutor; 8 - Haste-guia
da mola do percutor;
9 - Cilindro da haste-guia; 10 - Mola do
percutor;
11 - Eixo do percutor; 12 - Tampa do
percutor.
5.2.2 Punho
13 - Alavanca direita do gatilho;
14 - Alavanca esquerda do gatilho com indicador de posição
do percutor;
15 - Peça de arraste do percutor; 16 - Eixo da
peça de arraste;
17 - Cavilha da peça de arraste; 18 - Mola da
peça de arraste;
153
19 - Anilha de fixação; 20 - Alavanca-
guia da peça de arraste;
21 - Gatilho; 22 - Mola do
gatilho;
23 - Haste-guia da mola do gatilho; 24 - Suporte da
haste-guia do gatilho;
25 - Alavanca de segurança (contra disparo involuntário);
26 - Mola da alavanca de segurança; 27 - Garfo da alavanca
de segurança;
28 - Cilindro-guia do eixo do garfo; 29 - Eixo do garfo;
30 - Mola recuperadora; 31 - Armação
do punho com cano;
32 - Anilha com rosca; 33 - Haste-guia
da mola amortecedora;
34 - Anel de travamento; 35 - Peça de
pressão;
36/37 - Molas amortecedoras; 38 - Travão da
patilha de segurança;
39 - Cavilha de fixação; 40 - Mola do
armador;
41 - Armador; 42 - Patilha de
segurança;
43 - Tampa de fecho; 44 - Cilindro-
guia;
45 - Tampa de fecho; 46 - Cavilha de
fixação;
47 - Detentor do carregador;
48 - Cavilha de fixação do detentor do carregador;
49 - Mola do detentor do carregador.
5.2.3 Carregador
50 - Corpo do carregador; 51 - Elevador;
52 - Mola elevadora com fixador do fundo do carregador;
53 - Fundo do carregador.
154
155
5.3 Acessórios
Esta arma é constituída pelos seguintes acessórios:
1. Bolsa de Cabedal (coldre);
2. Fiador;
3. Coronha-coldre com francaletes de botões, molas (3 a) e
placa-bandoleira (3 b);
4. Livro de instruções.
2
3
b 1
3
a
156
6 DESMONTAR E MONTAR A ARMA
6.1 Generalidades
A desmontagem e montagem da arma são executadas sempre
que se torne necessário efectuar a sua limpeza ou qualquer
outra operação de manutenção e ainda durante a instrução
sobre a arma. Ao utente, estão vedadas quaisquer outras
operações de desmontagem para além das autorizadas, que se
resumem às seguintes: Separar a corrediça do punho,
desmontar o carregador e desmontar o percutor. Quaisquer
outras operações, somente devem ser executadas pelos
mecânicos de armas ligeiras ou pessoal técnico autorizado.
Antes de executar qualquer operação de desmontagem, deve
considerar-se sempre a possibilidade de a arma estar
carregada, pelo que obrigatoriamente devem executar-se as
operações de segurança com vista a descarregar a arma.
157
3.º Puxar a corrediça à retaguarda e segurá-la nessa posição;
4.º Observar se não há nenhuma munição na câmara;
5.º Levar de novo a corrediça à frente e efectuar um disparo,
em direcção segura;
6.º Colocar a patilha de segurança em segurança e introduzir
o carregador, verificando se está desmuniciado.
158
4.º A corrediça está separada do punho;
5.º Retirar a mola recuperadora.
6.3.2 Desmontar o carregador
1.º Mantendo o carregador agarrado com a mão
esquerda, com o fundo deste voltado para cima e a
face posterior voltada para a retaguarda, premir
com um punção, vareta, escovilhão ou outro
objecto pontiagudo o perno de fixação do fundo;
159
4.º Aliviar gradualmente a pressão do polegar
esquerdo, até retirar o fixador do fundo e a mola
elevadora;
5.º Extrair finalmente o elevador, inclinando a
abertura inferior do carregador para baixo.
160
3.º Retirar o conjunto da haste-guia do percutor;
162
o ramo maior voltado para a sua face posterior e a
extremidade voltada para cima;
2.º Introduzir a mola elevadora e o fixador do fundo
do carregador, de forma que a extremidade da
mola fique paralela aos rebordos da abertura
inferior do corpo do carregador;
3.º Colocando o polegar esquerdo sobre o fixador do
fundo do carregador, inserir este, completamente,
no interior do corpo do carregador e mantê-lo
nessa posição;
4.º Colocar o fundo, introduzindo as suas guias nos
rebordos do corpo do carregador e fazendo-o
deslizar para a retaguarda até que o perno do
fixador entre no seu orifício central;
5.º Pressionar finalmente o elevador para baixo,
verificando o funcionamento do carregador.
163
3.º Puxar a corrediça à retaguarda até ao fim do seu
curso, baixando-a para agarrar nas ranhuras da
armação e deixá-la voltar à frente;
4.º A corrediça está de novo na sua posição normal;
5.º Colocar a patilha de segurança na posição de fogo;
6.º Introduzir o carregador.
A arma está montada.
164
7 MANUSEAMENTO PARA EXECUÇÃO DE TIRO
7.1 Municiar
Municiar e desmuniciar os carregadores é feito manualmente.
Para tal o utilizador deve:
1.º Empunhar o carregador com a mão esquerda, tendo a base
voltada para baixo e a face posterior voltada para a chave
da mão;
2.º Agarrar na munição com a outra mão (ficando a base
desta na direcção do carregador);
3.º Fazer pressão com a munição sobre a parte de cima do
elevador, forçando-o a baixar e, simultaneamente,
fazendo-a deslizar por baixo das orelhas do carregador,
encostar a sua base à face posterior deste último;
4.º As munições seguintes são introduzidas da mesma forma,
fazendo pressão sobre a munição colocada anteriormente.
7.2 Carregar
1.º Estando a arma com a patilha de segurança em posição de
tiro (posição superior), empunhar a mesma com a mão
direita e introduzir o carregador já municiado;
2.º Com os dedos indicador e polegar da mão esquerda, puxar
com energia, a corrediça à retaguarda, fazendo-a atingir a
sua posição mais recuada, largando-a depois.
165
7.3 Tiro semi-automático em Acção dupla
1.º Apontar a arma e premir o gatilho, afrouxando, de
seguida, o dedo indicador para deixar o gatilho voltar
livremente à sua posição primitiva;
2.º Depois do carregador ficar vazio, após o último tiro, a
corrediça desta arma não fica retida à retaguarda. Se for
necessário continuar o tiro basta introduzir novo
carregador municiado, puxar de novo a corrediça à
retaguarda e levá-la novamente à frente, introduzindo
assim uma munição na câmara;
3.º A execução do tiro semi-automático pode ser feita apenas
com a pistola ou com a coronha, através do seu comutador
de tiro na posição 1.
166
7.5 Descarregar
Quando o tiro é interrompido e possam existir munições no
carregador e/ou na câmara da arma, procede-se da seguinte
forma:
1.º Extrair o carregador;
2.º Puxar, com energia, a corrediça à retaguarda e verificar se
não ficou nenhuma munição na câmara, deixando a
corrediça ir novamente à frente.
7.6 Desmuniciar
Para desmuniciar o carregador, basta empurrar as munições
para a face anterior deste, fazendo pressão na base destas, até
saírem do carregador.
8 AVARIAS
8.1 Generalidades
Uma avaria ou interrupção de tiro pode ocorrer por
deficiência do funcionamento da arma ou por deficiência da
munição.
Não sendo possível distinguir de imediato se se trata de uma
ou outra avaria, os procedimentos imediatos devem ser
sempre tomados admitindo que se trata de uma deficiência da
munição.
Assim, sempre que ocorra uma interrupção de tiro, devem ser
executados os procedimentos que a seguir se descrevem, sem
omissões e pela ordem indicada, os quais constituem a Acção
Imediata do atirador:
1.º Puxar o cão à retaguarda e, apontando novamente ao alvo,
disparar de novo, pois pode acontecer que desta segunda
percussão resulte o tiro;
2.º Caso não ocorra o disparo, colocar a arma em segurança
mantendo a arma sempre direccionada para o alvo;
3.º Retirar o carregador;
167
4.º Puxar a corrediça à retaguarda, retirando assim a munição
que se encontrava introduzida na câmara, e fixá-la,
pressionando o detentor da corrediça;
5.º Identificar e resolver a avaria;
6.º Caso não o consiga fazer, levantar o braço livre para
chamar a atenção e esperar que o instrutor se lhe dirija.
9 MANUTENÇÃO
168
9.1 Generalidades
Tratando-se de uma arma de defesa pessoal, a garantia do seu funcionamento
arma, não só no que se refere à execução das operações a seu cargo, mas
manutenção.
A. CUIDADOS GERAIS
Neste capítulo pretende-se tecer algumas considerações genéricas sobre os
cuidados a ter por qualquer militar da Guarda com o uso e porte da sua arma de
33
Os carregadores das armas não devem estar permanentemente com munições, a
fim de não pasmarem as suas molas.
169
defesa, quer de serviço quer particular. Conselhos úteis, imprescindíveis que
não devem ser esquecidos, pois constituem a garantia de que o militar está
171
B. conduta pessoal
172
GUARDA MORRE COM TIRO NA
CABEÇA
Uma brincadeira com uma arma de fogo acabou da pior
maneira num bar em Grândola, com um soldado da GNR a
desfechar um tiro na sua própria cabeça, soube o Correio da
Manhã.
O acidente teve lugar por volta da uma hora da manhã de
ontem num bar da vila de Grândola e foi presenciado por um
colega da vítima e um grupo de mais de cinco pessoas.
Os dois soldados da GNR, ambos a prestar serviço no
posto territorial de Grândola, estavam a conversar sobre armas
de fogo, quando, um deles pediu ao colega a arma pessoal
emprestada para, segundo consta, mostrar um “truque novo”.
Fonte do Comando Geral da GNR disse que o guarda Luís
Fernando Branco Nunes, de 29 anos, alistado na corporação
desde 1993 retirou as munições que estavam no tambor do
revólver.
Todavia, tudo leva a crer que uma bala P. 32 ficou
esquecida no tambor e quando o militar levou o revólver à
cabeça e premiu o gatilho foi atingido mortalmente, perante a
173
estupefacção de todos os presentes. O militar da GNR ainda foi
evacuado para uma unidade hospitalar, mas chegou cadáver.
O mesmo responsável do Comando Geral da GNR, em
Lisboa, adiantou que o soldado falecido estava fora de serviço,
assim como o camarada. Recorde-se que este não foi o
primeiro acidente com armas de fogo manuseadas por
agentes de autoridade em aparentes brincadeiras que
acabam por culminar em morte.
(Correio da Manhã de 17DEC96)
ARMAS ESPECIAIS
As armas que a seguir se apresentam foram adquiridas para a
força do Regimento de Infantaria deslocada em Timor. Pelo facto de
poderem ser desconhecidas para o leitor, aqui fica o registo
fotográfico de cada uma delas, juntamente com os respectivos
acessórios de algumas.
10 LANÇA-GRANADAS COUGAR 56 mm
Arma utilizada sobretudo na Manutenção de Ordem Pública, com
a finalidade de lançar granadas para o interior das manifestações,
provocando a consequente dispersão dos manifestantes. O Pelotão
de Operações Especiais pode também utilizá-la para lançar
granadas de gás ou de espanto no interior de um compartimento.
174
10.1 Tipos de granadas que utiliza
175
11 HK MSG 90
Arma de sniper que equipa o Pelotão de Operações Especiais
sendo utilizada em missões de assalto como arma para cobrir o
avanço das equipas de assalto. Pode servir também nas missões de
segurança pessoal para, de um ponto elevado, neutralizar uma
ameaça perigosa e para defesa de pontos sensíveis.
176
12 STEYR SSG-69
Arma de sniper que também equipa o Pelotão de Operações
Especiais tendo a mesma função que a arma anterior, sendo menos
potente. Contudo, como o sniper policial executa tiro entre os 100
e os 300 metros, esta arma cumpre na perfeição a sua função.
13 HK MP5 SD6
Arma em tudo igual à HK MP5 A4 com a particularidade de ter
silenciador o que permite, em missões encobertas, executar tiro
sem ser detectado, não perdendo a importância do factor surpresa.
177
14 HK MP5 K A1 COM MALA PARA SEGURANÇA
PESSOAL
Mala utilizada em missões de segurança pessoal, equipada no seu
interior com uma pistola-metralhadora HK MP5 KA1. Para a pôr
em funcionamento basta premir o gatilho que se encontra situado
na pega da referida mala.
180
Alcance máximo - A distancia máxima a que um sistema de arma,
mesmo com grande dispersão, ou sem suficiente capacidade de
penetração, pode enviar os seus projecteis. O tiro para este distância
implica, para os sistemas de arma clássicos, o uso de ângulos de
elevação mais ou menos inferiores a 45º, tanto menores quanto mais
pequeno seja o coeficiente balístico dos projecteis disparados. È
porem curioso notar que o máximo de alcance do canhão Berta,
usado pelas forças Alemãs na I Guerra para o bombardeamento de
Paris, era obtido com ângulos de elevação superiores a 45º, uma vez
que neste caso uma parte das trajectórias era percorrida na
estratosfera.
No caso dos sistemas de arma de cano estriado, para velocidades
iniciais dos projecteis e de mais condições iguais, o alcance máximo
é função directa do calibre do sistema. Isto é assim porque, sendo
aproximadamente constante a relação entre o comprimento e o
calibre/diâmetro desses projecteis – nos projecteis destes sistemas, o
comprimento ideal dos projecteis é igual a cerca de seis milímetros –
o seu peso é igual a (π.r².6d. d)=( π. r².12r.d) = (24. π. r³.), portanto
um valor proporcional ao cubo do calibre, o que faz com que, dado
que a área da secção recta é proporcional ao quadrado do calibre, a
densidade seccional e portanto o coeficiente balístico, sejam
proporcionais ao próprio calibre. Finalmente, como o alcance é tanto
maior quanto maior for o coeficiente balístico, torna-se evidente a
relação directa entre alcance máximo e calibre.
De resto, é esta a razão porque a obtenção de maiores alcances – uma
vantagem táctica suprema – requer necessariamente o emprego de
calibres maiores.
185
Arma - Um objecto ou sistema que pode ser usado pelo homem, para
a caça, para a defesa ou ataque a outros seres ou sistemas, em várias
modalidades desportivas ou ainda para fins lúdicos.
De notar que uma faca de cozinha, um martelo, uma bengala ou uma
bota e as próprias mãos podem ser armas, quando usados com
determinados intentos e consciência.
No âmbito deste trabalho, o termo é usado frequentemente como
abreviatura de arma de fogo.
186
da sua carga de pólvora e portanto o disparo) que se encontram os
conceitos de câmara aberta e câmara fechada.
As armas automáticas classificam-se quanto à forma como se operam
os seus automatismos nas seguintes classes:
• Operação com o comando externo
• Operação a gás
• Operação a gás de uma arma de tambor
• Operação por inércia da culatra
• Operação por recuo
• Operação com travamento semi-rígido
Estes automatismo são obtidos:
• Nas armas com operação com comando externo, através da
actuação de uma força motriz “exterior” que no caso das armas
modernas é fornecida por um motor eléctrico ou hidráulico.
• Em todos os restantes sistemas de armas automáticas, pelo
aproveitamento de uma pequena parte da energia libertada pelos
propulsantes da munição usada no disparo precedente.
Existem armas automáticas nas categorias seguintes:
• Pistolas Metralhadoras
• Espingardas de Assalto
• Metralhadoras
• Peças de Artilharia
191
Qualquer que seja o sistema de operação, nestas armas o conceito de
travamento da culatra é algo diferente do mesmo conceito para as
armas de tiro simples e armas de repetição. Com efeito, nas armas
semi-automáticas o travamento da culatra só perdura até o projéctil
ter atingido um determinado ponto do cano em que as pressões dos
gases já desceram bastante abaixo da pressão máxima.
Os automatismos são obtidos em todas estas armas pelo
aproveitamento de uma pequena parte da energia libertada pelo
propulsante da munição em cada disparo.
Existem armas semi-automáticas nas seguintes categorias:
• Pistolas
• Espingardas (a maior parte das espingardas de assalto também
podem fazer tiro automático).
• Peças de artilharia.
192
Bagada – O conjunto das bagas – em princípio feitas de chumbo rijo
– de uma munição (cartucho) de caça. O disparo de um destes
cartuchos projecta uma matriz de esferas de chumbo rijo – os bagos
ou chumbos – que, dadas as pequenas diferenças da resistência do ar
sobre cada um, se vai alargando radialmente e em profundidade ao
longo da trajectória dessa matriz. Principalmente esta dispersão em
profundidade, faz com que, em comparação com o tiro em que se
projecta um único projéctil, a probabilidade de atingir um alvo em
movimento seja muito aumentada.
Os diâmetros aproximados da bagada, em centímetros, dependente é
claro do estrangulamento do cano (choke), são os indicados na tabela
seguinte:
Distância (metros)
10 15 20 25 30 35
“choke” do Diâmetro da Bagada em Centímetros
cano
Cilíndrico 54 71 88 105 122 140
Cil. 38 55 72 89 106 124
melhorado
¼ choque 34 49 64 80 97 115
½ choque 31 44 58 73 90 108
¾ choque 27 39 52 66 82 101
Full choque 23 33 45 59 75 94
195
Bala de borracha - Uma bala feita de borracha sintética que é
empregue em munições especiais que se destinam a acções do tipo
controlo de multidões, onde é usada como um meio de dispersão das
pessoas pelos efeitos violentos, embora normalmente não letais, que
esse uso implica. De ter em atenção no entanto que a energia cinética
desta bala, a pequenas distâncias, é tal que pode provocar a morte de
um indivíduo, se disparada directamente sobre ele.
196
É no entanto de notar o emprego que se faz actualmente de balas
semelhantes em munições de pistola, pretendendo-se com estas
conseguir um maior poder derrubante, através da combinação dos
efeitos de uma penetração suficiente, com o de um poder de choque
igualmente considerável.
O uso de balas expansivas em acções de guerra, foi primeiramente
proibido pela Convenção Internacional de Haia, de 1899.
Bala sólida – Uma bala destinada à caça das espécies maiores e mais
“perigosas”. Funciona através da capacidade de, sem se deformar ou
apenas com um mínimo de deformação, vencer todas as resistências
que os tecidos do animal – incluindo a maioria dos ossos -, possam
oferecer, no trajecto para o órgão vital visado.
É sempre uma bala de ponta romba para uma melhor manutenção da
direcção original, aquando da perfuração dos tecidos do animal e de
grande calibre, dada a corpulência e a resistência das espécies
referidas.
É uma bala feita de um único corpo – como a bala de cobre puro
concebida originalmente pelo famoso caçador português, o Mestre
José Pardal -, ou uma bala composta com uma camisa muito espessa
e resistente a envolver e a reter firmemente um núcleo de material
bastante rijo.
Em qualquer dos casos, deve ter uma densidade seccional tão grande
quanto possível. Isto para lhe conferir uma grande capacidade de
penetração para que “lhe pese o rabo”, no dizer deste caçador -.
198
• Balística interna dos motores de foguete – o estudo dos
fenómenos que ocorrem dentro destes engenhos;
• Balística intermédia ou de transição – o estudo das forças e outras
acções e movimentos dos projécteis e dos gases do propulsante,
no relativamente pequeno percurso logo a seguir à sua saída da
boca do cano;
• Balística externa – o estudo das acções da gravidade e do ar
atmosférico nos movimentos do projéctil ao longo das possíveis
trajectórias;
• Balística externa dos foguetes – o estudo das trajectórias destes,
principalmente dos de trajectória quente;
• Balística terminal – o estudo das forças e movimentos dos
projécteis após o contacto com os alvos e das reacções destes.
202
Caçadeira - Designação comum das espingardas de caça.
207
Canal de fogo – Um orifício que se situa entre a escorva e o interior
do invólucro metálico duma munição e por onde os produtos da
explosão da pastilha de mistura ignidora da escorva, se introduzem,
por forma a fazerem a iniciação do ignidor ou, directamente, da carga
principal. A principal diferença, à vista, entre uma escorva Boxer e
uma escorva Berdan, depois de montadas nos seus alojamentos nas
bases dos invólucros, é precisamente que na primeira só há um canal
de fogo, enquanto na segunda há dois. Note-se que no primeiro caso
o canal de fogo faz de escorva, enquanto que no segundo os canais
de fogo são perfurações da base do invólucro.
208
Estes requisitos, sendo todos conflituantes entre si, tornam a
concepção, a escolha dos materiais e o fabrico dos modernos canos
uma tarefa muito complexa que, pelo menos nos casos dos canos
para peças de artilharia, só um muito reduzido número de empresas
tem capacidade para empreender.
Por outro lado, os canos são as partes das armas mais susceptíveis de
desgaste. Este desgaste acontece através de um processo chamado
erosão, que consiste da alteração química dos aços, ao nível das
almas, alteração que resulta do seu contacto com os gases dos
propulsantes a altas temperaturas e dos atritos entre as almas e os
projécteis, durante os forçamentos e passagem dos projécteis.
211
Carabina standard – Designação de uma espingarda de precisão de
calibre nominal .22LR que se destina à competição entre senhoras.
Esta espingarda emprega-se em duas modalidades de tiro ao alvo que
fazem parte dos programas da I.S.S.F. Trata-se de competições a 50
metros, constando a primeira de 60 tiros na posição de deitado - a
chamada “carabina deitado” ou “match inglês” - e a segunda de 120
tiros, sendo 40 na posição de deitado, 40 na de pé e 40 na de joelhos
– a chamada “carabina três posições” -. Esta faz parte do programa
dos Jogos Olímpicos.
combustível.
217
das balas e a superfície externa deixada intacta das cintas de
forçamento e dos sabots dos projécteis de artilharia.
220
Colo do invólucro - É a parte estrangulada na extremidade posterior
223
Coronha inteira – Uma coronha que é feita de um única peça. Este
tipo de coronha, por permitir dispor dum cano flutuante, é o que
melhor se presta a equipar as armas em que é indispensável obter
uma grande consistência do tiro.
224
modernas classificam-se, pela forma como se opera o seu
movimento, em:
• Culatras de cunha ou culatras de gaveta (com movimento
transversal),
• Culatras de parafuso (com movimento de dupla rotação),
• Culatras de ferrolho (com movimento longitudinal e travamento,
atrás ou à frente, por rotação),
• Culatras de corrediça (com movimento longitudinal),
• Culatras pendentes (com movimento de báscula).
231
Embora apenas qualitativamente, o termo significa o inverso de
consistência do tiro.
O termo também se aplica à distribuição dos impactos de uma única
salva.
232
Por outro lado, quaisquer tentativas de reduzir a duração do
fechamento para além dos 2 milisegundos, conduzem quase
certamente a falhas de percussão.
Nas armas pesadas, a duração de fechamento é geralmente da ordem
das poucas dezenas de milisegundos.
234
Efeito de simpatia - Designação do efeito pelo qual uma massa de
alto explosivo pode ser levada a detonar, dado que uma outra detone
na sua proximidade, produzindo uma onda de choque que venha a
atingi-la com suficiente intensidade.
As considerações sobre este efeito, para além de participarem no
projecto de praticamente todos os engenhos explosivos, são as que
presidem nos projectos de recintos de paióis de munições, tendo em
vista a redução do risco de explosão dos materiais contidos em cada
um deles em caso de acidente num outro.
236
Note-se que as falhas de ejecção são das causas mais frequentes de
falhas de fogo, uma vez que os ejectores são componentes sujeitos a
grandes esforços o que os faz quebrarem-se com bastante frequência.
241
A redução automática dos erros de translação, faz-se pela criação de
uma maior estabilidade do atirador - do seu corpo -, o que é o prémio
da aquisição de uma posição exterior eficaz e de um treino muscular
que permita ao atirador sentir-se em conforto total na posição de tiro.
Estas condições conduzem, na prática, à quase imobilização da arma,
de tal maneira que o atirador passa a dispor de uma confiança tal que,
a observação de um período de oscilações acentuadas, é encarado
apenas como um fenómeno passageiro.
245
• Uma coronha de material sintético ou de madeira suficientemente
dura e estável, tratada por forma a que não possa absorver a
humidade,
• Um “bedding” de resinas sintéticas.
248
Espoleta - Designação genérica de todos os dispositivos equipados
com um componente explosivo e/ou pirotécnico, e com outros
componentes mecânicos, eléctricos, electrónicos e/ou ópticos,
dispositivo esse que serve para ser montado em todos os projécteis
convencionais, granadas de morteiro, mísseis, bombas e minas, e
cujas funções são:
• Estabelecer as principais condições de segurança de
armazenamento e transporte, de segurança de queda e
possivelmente de segurança à boca destes engenhos,
• Controlar a ocorrência do armamento, no momento apropriado do
disparo ou lançamento, do engenho onde está montada,
• Realizar sem falhas e no instante mais apropriado, a iniciação dos
altos explosivos da carga principal do rebentador desse engenho,
• Em certos casos, proceder à sua autodestruição.
É claro que o tipo e qualidade de fabrico de espoleta que se monta
num dado engenho, são porventura os factores mais decisivos da
acção que esse engenho vai ter junto do alvo a que for dirigido. As
espoletas incluem sempre um dispositivo de segurança e armamento,
que têm por funções, por vários processos, assegurar que os
engenhos não funcionem durante o armazenamento e transporte nem
durante o disparo e provocar, sem falhas, no momento oportuno, na
proximidade, durante, ou após o contacto com os alvos, as referidas
iniciações. Ainda assim, nos engenhos de grandes dimensões e
capacidade destrutiva, as espoletas só são montadas imediatamente
antes da sua utilização.
Dada a muito grande variedade de engenhos explosivos e das
condições em que se usam, é enorme a variedade de soluções de
concepção e tecnológicas, incluindo estas dispositivos mecânicos,
eléctricos e electromagnéticos, que permitem, isoladamente ou em
conjunto, dar resposta a todas essas solicitações. Os tamanhos,
configurações e complexidade variam imenso e, em alguns casos
uma espoleta pode até constar de vários sub-sistemas implantados em
vários locais do engenho que serve. Em qualquer dos casos, justifica-
se perfeitamente o enorme investimento que tem sido feito no
desenvolvimento de espoletas mais eficazes, uma vez que, toda a
segurança e eficácia dos sistemas de arma onde se empregam,
249
depende em grande parte do seu bom funcionamento, da sua
fiabilidade.
250
• À imobilidade do ponto de mira em relação à alça, tal como é
observado pelo próprio atirador, para que lhe seja possível
apreciar em todos os instantes o sentido e a amplitude do erro
angular, para proceder à sua correcção, isto é, que lhe permita
fazer a pontaria em boas condições.
Estas duas condições são satisfeitas quando haja uma boa
estabilidade do atirador e uma boa estabilidade da arma.
Do domínio da Dinâmica, uma expressão particular da estabilidade
“física” ocorre no contexto da balística externa. Trata-se aqui do
comportamento dum projéctil durante a sua trajectória e o termo
refere-se à capacidade que esse projéctil tenha para se manter com
uma das extremidades – a ponta – apontada para a frente ao longo
dessa trajectória, isto é, para manter aproximadamente constante a
sua atitude como corpo fuziforme cujo eixo longitudinal se mantenha
aproximadamente coincidente com a tangente a essa trajectória.
Esta estabilidade dos projécteis pode ser conseguida por três meios,
de tal maneira que é conhecida uma estabilidade aerodinâmica, uma
estabilidade giroscópica e uma variante da primeira, a chamada
estabilidade por resistência.
A estabilidade dos explosivos ou estabilidade química de explosivos
é a capacidade de um alto e baixo explosivo ou para se manter
inalterado quimicamente durante o seu armazenamento.
Três factores extremamente importantes para esta estabilidade são:
• A higroscopicidade do explosivo,
• A sua tendência para reagir ou não ao contacto com os materiais
metálicos ou outros materiais dos invólucros/contentores,
• O seu comportamento perante as condições atmosféricas
extremas (frio ou calor intensos).
253
• Em qualquer dos casos em que o estado de choque se fique a
dever a um ferimento de projéctil ou estilhaço, a “profundidade”
desse estado parece ser não só proporcional à energia cinética
que esse objecto perde em contacto com os tecidos vivos – a
energia transferida -, mas também inversamente proporcional ao
intervalo de tempo em que essa conversão de energia se opera –
portanto à potência do fenómeno de “transferência” da energia -.
Daqui o emprego extensivo em “caça grossa”, de balas
expansivas.
254
Distância em metros
20 25 30 32 40 45 50 55
Choque ⇓ Percentagem de chumbos num círculo de 75 cm
Cilíndric 75 63 53 43 35 28 22 18
o
Cil. 85 74 64 53 43 34 27 22
melhora.
¼ 90 80 70 58 48 39 31 25
Choque
½ 97 86 76 64 54 43 34 27
Choque
¾ 100 93 83 70 58 47 38 30
Choque
Full 100 100 90 74 62 51 41 32
Choque
260
mira o que afectaria seriamente, as pontarias pela criação de
miragens.
Gatilho - O termo que, a maior parte das vezes, se usa para designar
o mecanismo do gatilho.
Designação comum do componente dum mecanismo do gatilho que,
verdadeiramente, se chama cauda do gatilho, onde se actua com o
dedo indicador, para efectuar os disparos.
266
principal, consegue-se pela acção combinada das escorvas com a
dos ignidores a elas associados nestas munições,
• Duma carga principal da pólvora de uma munição de espingarda,
munição de pistola ou das munições de outros sistemas de arma
de calibres pequenos, em que a ignição é feita directamente pela
escorva,
• Da cadeia explosiva de um detonador pirotécnico,
• De um detonador eléctrico, em que verdadeiramente a passagem
de corrente o que faz é provocar o aquecimento de uma pequena
porção de fósforo que por sua vez vai fazer a ignição, por
produção de chama, duma “pastilha” de alto explosivo primário.
269
As íris são muitas vezes usadas com a finalidade de aumentar a
profundidade de campo das imagens captadas.
274
nomeadamente no respeitante a pessoal, abastecimentos, manutenção
de equipamentos, transportes e construções.
275
• Manutenção Correctiva que intervém apenas para reparar avarias.
Este processo é o que, relativamente, dificulta mais o papel da
logística e pode impor graves limitações operacionais,
• Manutenção Preventiva Sistemática, que, a partir de um
planeamento e de um critério sobre número de horas ou ciclos de
funcionamento - por exemplo, de tiros - define todos os
equipamentos ou peças a substituir. Este é o processo mais
dispendioso mas, além de facilitar a tarefa logística, torna-se
indispensável nos casos em que - como em aéreos e submarinos
-, as avarias podem ocasionar riscos demasiado elevados,
• Manutenção Preventiva Condicionada, em que as intervenções
deverão ocorrer antes das avarias mas logo que sejam detectados
certos valores fora do aceitável, em parâmetros previamente
seleccionados. Esta é uma solução muito mais económica que a
anterior mas que requer um trabalho de base mais extenso,
• Manutenção Preditiva, que se baseia num acompanhamento
sistemático da condição dos equipamentos, verificando desgastes,
deteriorações, aquecimentos, vibrações, ruído, consumos, etc.,
para, através de um critério previamente estabelecido, proceder a
reparações apenas imediatamente antes da provável ocorrência de
avarias. Este processo, pelo enorme número de dados a processar
constantemente, requer a utilização de programas informáticos
especiais mas é provavelmente o que assegura a melhor
economia e a maior disponibilidade operacional dos subsistemas
e equipamentos.
276
Compreende sempre um armador, que é geralmente accionado no
acto de armas pela resistência de uma mola própria e no acto de
desarmar pelo mecanismo do gatilho.
278
Ainda no que diz respeito principalmente às armas usadas em tiro de
precisão, usam-se vários géneros de gatilho, conforme os
movimentos que a cauda do gatilho tem de realizar:
• Os gatilhos sem folga, em que durante o disparo não há
praticamente nenhum movimento da cauda e em que o disparo se
dá a partir de um determinado nível da pressão aplicada nesta,
• Os gatilhos com folga (ou de dois tempos), em que após o
movimento correspondente a uma “folga”, se encontra um ponto
duro, após o qual o gatilho funciona como o gatilho sem folga,
acima referido. Este género de gatilho é o que oferece o maior
número de vantagens e o que, desde que funcione sem
arrastamentos, se revela o mais eficaz, sendo por isso, de longe,
o mais usado,
• Os gatilhos com dupla folga em que os dois primeiros
movimentos da cauda servem apenas para tirar a maior parte do
peso do gatilho,
• Os gatilhos deslizantes, em que aparentemente sempre com a
mesma pressão, a cauda do gatilho se move até um ponto que,
sem qualquer aviso, se dá o disparo.
279
Mecanismo de recuperação - É o mecanismo de uma peça de
artilharia que, terminado o recuo que ocorre durante um disparo,
reconduz as partes recuantes da peça à sua posição inicial.
Nas armas automáticas e nas armas semiautomáticas, o mecanismo
de recuperação, nesta sua actuação, vai também accionar o
dispositivo de carregamento, o mecanismo de percussão e o
mecanismo de armar, em preparação para o disparo seguinte.
Em qualquer dos casos, estes mecanismos funcionam com base numa
mola ou num órgão pneumático onde se comprime ar ou outro gás
durante o recuo.
281
Metralhadora pesada – Uma metralhadora de peso superior a 30 kg
e de calibre geralmente igual ou superior a .50’’ (12.7 mm). Usa-se
montada sobre um suporte próprio ou sobre um tripé muito sólido.
Nalguns casos é difícil a distinção entre metralhadora pesada e peça
de artilharia terrestre de defesa próxima.
De notar que, por convenção internacional, é proibido o emprego
anti-pessoal deste género de metralhadora.
282
Dado que a generalidade dos baixos explosivos não é sensível aos
choques mecânicos, estas misturas explosivas têm necessariamente
de ser constituídas a partir de uma certa quantidade de um alto
explosivo primário. Como porém há que evitar a todo o custo que os
grãos das cargas principais sejam atingidos por uma forte onda de
choque que os poderia danificar, alterando a sua vivacidade, esta
quantidade de alto explosivo tem de ser misturada com outras
substâncias que intervenham por forma a que, por um lado, a
quantidade de alto explosivo usada, sendo mínima, produza assim
calor suficiente e, por outro, a energia da onda de choque por ele
produzida, não provoque os danos referidos.
Para que seja eficaz o resultado do funcionamento das escorvas, as
misturas iniciadoras são portanto misturas de um alto explosivo com
um “sensibilizador”, um “combustível”, um “comburente” e
finalmente com um “inerte”. O sensibilizador tem como função
tornar possível a iniciação de uma quantidade quase ínfima de alto
explosivo. O combustível e o comburente, amplificam o calor
recebido da detonação do alto explosivo. O inerte faz com que cada
pastilha a usar em cada escorva tenha tamanho suficiente para ser
facilmente manipulável e com que essa mesma pastilha produza
bastantes partículas incandescentes, o que favorece bastante a ignição
de carga principal do cartucho.
283
Mola recuperadora - Um componente de algumas armas
semiautomáticas e armas automáticas. Nestas armas, é o componente
principal do mecanismo de recuperação.
Actua nas partes recuantes amortecendo o seu movimento e
armazenando energia aquando do recuo até para lá da ejecção e
devolve essa energia a essas partes pondo-as em movimento “para a
frente”, para que as armas efectuem as restantes operações dos seus
ciclos de funcionamento.
Nas peças de artilharia, a sua acção tem de ser moderada pelo freio
de amortecimento, para os movimentos de recuo e de ida à bateria,
sejam suficientemente suaves.
As molas recuperadoras estão sujeitas a esforços que são
proporcionais às velocidades a que as culatras são obrigadas a
trabalhar e, nos casos em que estas velocidades ultrapassam os 12 m/
s, têm de ser feitas de materiais especiais.
287
• Em seguida, fechando os olhos durante todo o tempo que for
necessário, levanta o braço e, socorrendo-se da sua memória
muscular e das suas sensações de conforto/desconforto, assume o
melhor possível a sua “postura de base”, eleita anteriormente,
• Abre depois os olhos e observa a direcção em que o braço se
encontra apontado. Normalmente, o braço encontra-se a apontar
um pouco para a esquerda ou para a direita do alvo.
Efectuar agora a correcção, apenas movimentação do braço, seria um
erro grosseiro de que o atirador de resto se aperceberia rapidamente,
pois o braço tenderia constantemente a regressar à posição inicial.
Em vez disso há que rodar no sentido apropriado todo o corpo o que,
é claro, só pode ser feito rodando a implantação dos pés no solo, da
quantidade apropriada,
• Este processo tem depois de ser repetido até se ter a sensação de
que a acção de apontar ao alvo é feita sem qualquer esforço
especial.
A orientação do atirador de espingarda na “posição de pé” deverá
decorrer exactamente da mesma forma até a arma ficar a apontar
naturalmente para o alvo e na “posição de deitado” e “posição de
joelhos”, igualmente por correcção da implantação dos seus apoios
no solo.
Calibre2
PASSO = x 180
Comprimento do Projéctil
289
Percussão anelar ou periférica – É o género de percussão em que o
percutor ou o cão da arma bate/indenta num qualquer ponto da
periferia da base do invólucro da munição.
Nas munições em que se emprega este género de percussão, a
mistura ignidora encontra-se alojada – na forma de uma película
contínua muito fina -, a toda a roda do interior do bocel e da base do
invólucro, de tal forma que a iniciação se possa fazer qualquer que
seja o ponto onde se faça a percussão.
Porque as paredes dos boceis destes invólucros, para cederem ao
coque da ponta do percutor, têm de ser bastante finas, o método só
tem aplicação a munições em que as pressões desenvolvidas pelos
propulsantes sejam relativamente baixas.
Actualmente, esta forma de percussão quase só se usa nos calibres
nominais .22 Short, .22 Long e .22 Long Rifle.
291
Pistas de tiro de combate – São extensões de terreno dotadas com
dispositivos e equipamentos apropriados que se destinam ao tiro de
combate.
294
tocar no antebraço e de só lhe poderem ser aplicadas miras metálicas
“abertas”.
298
Até recentemente, julgava-se que o poder derrubante máximo era
obtido com uma bala lenta, de grande calibre. Crê-se agora que,
dentro do mesmo nível de energia de impacto, um poder derrubante
igual ou superior, se pode obter com uma bala mais leve e de maior
velocidade, desde que, a essa velocidade, a bala se comporte como
uma bala expansiva.
É exactamente a falta de poder derrubante da sua munição que faz
das “pistolas de defesa” de 6.35 mm as “armas assassinas”, que de
facto são. Ao indivíduo armado com uma destas armas que é atacado
por um assaltante determinado, à falta de lhe poder causar
imediatamente um grande abalo, não resta quase nada senão despejar
sobre ele vários tiros – todo um carregador ? -, o que, muito
provavelmente – e muitas vezes tarde demais porque a violência do
assalto não terá sido afinal contida -, lhe causará a morte.
302
Na maior parte das aplicações e no caso dos motores de foguete em
que geralmente se pretende que as pressões geradas sejam
aproximadamente constantes, usam-se grãos neutros.
As cargas progressivas usam-se quando se pretende obter as maiores
velocidades à boca possíveis, com as menores pressões máximas
possíveis.
305
Punho anatómico – Um punho que se destina geralmente a uma
pistola de tiro ao alvo e que foi concebido tendo em vista,
essencialmente, propiciar o seguinte:
• O menor possível salto da arma, se possível ocorrendo este
apenas no plano vertical (o que só é possível se a zona de mais
firme apoio da mão no punho se situar perto do eixo da cano),
• A maior regularidade no empunhamento da arma, de disparo para
disparo, para que o salto seja sempre o mesmo (o que é possível
fazendo com que o punho tenha suficientes “pontos de
referência” que permitam à mão encontrar pelo tacto um seu
posicionamento sempre igual),
• Uma grande dose de conforto por parte do atirador, na posição de
tiro (o que só é possível quando ao atirador, nesta posição,
aparecer o ponto de mira “alinhado” naturalmente, sem esforço
adicional, com a ranhura da alça, quer vertical quer lateralmente.
Uma característica importante do punho anatómico com vista a
permitir esta facilidade, é o ângulo que a sua face anterior faz com o
eixo do cano, o chamado “ângulo de empunhadura”. Este ângulo é
variável conforme a modalidade de tiro a que se destina a pistola em
causa.
309
quantidade de energia cinética da arma em recuo que, neste caso,
com esta teria só metade do valor.
310
capacetes, coletes pára-balas e outras) como armaduras resistentes
relativamente leves.
Revólver - Uma arma curta especial, que se pode definir como uma
arma com um só cano mas com várias câmaras.
Existe em duas versões:
• A mais antiga, de acção simples (“single action”) em que para
efectuar um disparo é necessário armar o cão numa manipulação
distinta, actuando sobre este,
• A de acção dupla (“double action”), em que o recuo do cão pode
ser feito como no primeiro caso ou, simplesmente em resultado
da actuação no mecanismo do gatilho que, realizada essa acção,
efectua depois o disparo.
O revólver “de acção dupla” tem em relação à pistola (arma semi-
automática) a grande vantagem de oferecer uma maior fiabilidade,
uma vez que se ocorrer uma falha de fogo não há senão que premir o
gatilho novamente.
Por outro lado, este género de arma tem várias desvantagens. Por um
lado, não permite um volume de fogo tão grande como a pistola uma
vez que só se pode contar com um menor número de disparos entre
municiamentos e que estes municiamentos também são geralmente
mais demorados. Por outro, se se pretender ter um peso do gatilho e
um movimento do mecanismo do gatilho conforme com os requisitos
técnicos do tiro de precisão, requer sempre o armamento do cão entre
disparos.
311
Ricochete - Fenómeno que se dá quando um projéctil, ao descrever a
sua trajectória, encontra o terreno ou qualquer corpo duro,
desviando-se e descrevendo uma ou mais trajectórias secundárias.
313
Em qualquer dos casos, há ainda outras causas para a formação de
salto, que são as seguintes:
• A que resulta de a resultante das forças que originam o recuo não
passar pelo centro de gravidade da arma e portanto tender a fazê-
la rodar sobre si mesma,
• A que resulta das vibrações do cano que se estabelecem a partir
da explosão do propulsante do cartucho e da passagem do
projéctil pela alma aquando do disparo.
A amplitude total do salto depende é claro da duração da viagem do
projéctil dentro do cano, pelo que os sistemas de arma que usam
munições que produzem grandes forças médias do recuo e/ou baixas
velocidades à boca são os em que se observa saltos maiores.
Note-se também que qualquer massa colocada perto da boca do cano,
na medida em que ela aumente consideravelmente o momento de
inércia da arma, tem um efeito considerável na redução do salto.
Por outro lado, é de notar que – para igual energia de recuo -, quanto
maior for o salto, menor é a componente do movimento longitudinal
da arma, o recuo ou coice. É por isto que, por exemplo nas
espingardas de grosso calibre, destinadas à caça grossa, quando é
necessário reduzir o coice/quantidade de energia a ser absorvida pelo
ombro do atirador, se faz por aumentar o salto, através do uso de um
maior ângulo de queda da coronha.
Note-se que o salto, por constar de um movimento muito rápido, que
se traduz também na aplicação de uma velocidade transversal ao
projéctil o que, é claro, se vai reflectir na localização do ponto de
impacto.
Finalmente, note-se ainda que, no tiro de precisão com armas
ligeiras, é um factor fundamental a ter em conta o facto de a
consistência do tiro depender muito a uniformidade absoluta do salto
e portanto da uniformidade da sustentação/preensão da arma por
parte do atirador. De facto, há que ter em conta que o ponto de
impacto de um projéctil é determinado não pela posição do cano no
momento em que a actuação no gatilho dá início ao disparo mas sim
pela posição espacial do cano no momento em que a bala o
abandona.
314
Segurança de uma infra-estrutura de tiro – Conjunto de medidas a
adoptar destinadas a permitir a execução de tiro com os sistemas de
armas autorizados, a partir de plataformas de tiro ou de posições de
armas sem perigo para o pessoal e animais, nem danos contra
instalações e bens de qualquer natureza quer no interior quer no
exterior dos limites dessa infra-estrutura.
316
Táctica – No contexto da tomada de decisões em teatro de guerra, a
táctica é um dos factores básicos – os outros são a estratégia e a
logística – da formulação das decisões.
Diz respeito à necessidade de definir os meios e os procedimentos
para se atingir os objectivos propostos.
319
• Com fins puramente lúdicos, numa actividade sumariamente
organizada, ou como imitação da actividade dos atiradores
referidos no ponto anterior,
• Como forma de adestramento organizado com vista à preparação
de combatentes ou preparação e organização de civis, para a
defesa civil do território. Esta valência do tiro ao alvo encontra-se
muito desenvolvida em vários países da Europa, sendo
porventura o expoente máximo, a Suíça.
Tiro directo – Por definição, é o tiro que é feito para um alvo que se
encontra à vista do atirador e em que, o próprio alvo pode ser usado
para definir uma zona de pontaria. Neste caso a linha de mira que se
estabelece é portanto geralmente dirigida ao próprio alvo e as
pequenas diferenças de cotas entre a arma e o alvo, podem ser
ignoradas.
São também aqueles em que o projéctil segue a sua trajectória
normal, desde a boca da arma até ao ponto de chegada, sem sofrer
qualquer ressalto. Compreendem os tiros normais, errados e fortuitos.
Este é o tipo de tiro que é praticado com pistolas, espingardas e
metralhadoras, nalgumas situações com morteiros e com algumas
peças de artilharia.
Tiro indirecto – Por definição, é o tiro que é feito para um alvo que
o atirador não pode ver. Neste caso quando é usada uma linha de
mira, esta é estabelecida usando um “ponto auxiliar” exterior ao alvo
e as armas são apontadas depois de resolvido um problema
trigonométrico.
É este o tipo de tiro que, modernamente, cabe às peças de artilharia,
para efeitos de bombardeamento.
Tiro prático – Uma modalidade de tiro ao alvo com pistola, que não
é patrocinada pela I.S.S.F.
323
posição, o disparo, a pontaria, etc.), muito antes de se processar à
sua integração num processo global. A expressão “uma coisa de
cada vez” tem aqui um significado essencial,
• Paciente, uma vez que o treino por elementos não pode dar
resultados – nos alvos –a curto prazo. A única panaceia contra a
falta de “estímulos imediatamente gratificantes” é a curiosidade
sobre o funcionamento do próprio corpo e mente e as únicas
satisfações possíveis inicialmente, são a certeza dum trabalho
bem feito e a sensação duma crescente facilidade de execução,
• Permanentemente vigilância, crítica e actuante, não hesitando
em, na busca da perfeição e da excelência retornar ao treino
específico de cada um dos aspectos singulares que se revele
menos que perfeito,
• Realista, isto é, tendo em conta as circunstâncias da realidade da
competição, nomeadamente as impostas pela tensão emocional.
Isto só é possível através da realização dos treinos num clima de
competição do atirador consigo próprio e, durante a época das
competições, da aferição constante deste trabalho, através da
participação em muitas competições, elas próprias consideradas
como elementos de um treino que nunca cessa.
324
ultrapassam o projéctil, criando uma onda de choque invertida, que
vai imprimir uma aceleração adicional a esse projéctil, a partir da sua
velocidade à boca.
Os projécteis dos sistemas de arma destinados a conseguir grandes
alcances eficazes e/ou altas capacidades de penetração, têm de ter
velocidades iniciais muito altas mas isso não basta pois terão de
possuir igualmente valores altos de coeficiente balístico – ou baixos
de coeficiente de resistência -
As gamas de velocidade iniciais são distintas, conforme a classe de
arma. Estas gamas são as seguintes:
• Armas de bala (pistolas, espingardas, metralhadoras, etc.) –
Velocidades iniciais entre os 300 e os 1200 m/s,
• Morteiros – Velocidades iniciais entre os 100 e os 300 m/s,
• Obuses – Velocidades iniciais entre os 300 e os 1200 m/s,
• Outras peças de artilharia - Velocidades iniciais entre os 700 e os
1600 m/s.
326
determinada extensão para ambos os flancos. Divide-se em zona
perigosa de superfície e zona perigosa vertical.
Zona perigosa de superfície é a parte da zona perigosa constituída
pela projecção sobre a superfície do terreno, ou aquática, de todo o
espaço tridimensional. É constituída por:
• Área de dispersão,
• Área de ricochetes,
• Área perigosa de munição (só explosivos)
Aquém desta zona existe a Área de protecção auditiva e a Área de
acesso restrito.
50 METROS 50 METROS
POSIÇÃO DE
50 METROS
ÁREA DE PROTECÇÃO
327
Zona de energia total – É o espaço tridimensional em volta de uma
posição de tiro que pode ser atingido pelos projécteis ou fragmentos
provenientes de uma dada arma quando disparada em qualquer
direcção. Corresponde a um círculo em volta da arma cujo raio é o
alcance máximo, e a um espaço aéreo sobre o mesmo.
10%